Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Guia do Professor Olá Professor(a)! Este Guia tem por finalidade ajudar você a conduzir as atividades propostas para o estudo da Estrutura Atômica e da Distibuição Eletrônica! O vídeo “Labirinto de Pauling...(Partes 1 e 2)” faz parte do Programa “A Química Nossa de Cada Dia”, Foi produzido pela Universidade Federal Fluminense, no Projeto Condigital, com apoio da Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação – Ministério da Educação e Cultura – Ministério da Ciência e Tecnologia. Módulo – Estrutura Atômica – Distribuição Eletrônica Área de Aprendizagem: Química Público-alvo: 1o ano do Ensino Médio 1 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Introdução: Professor(a), o Programa “A Química Nossa de Cada Dia” produzido pela Universidade Federal Fluminense, consta de doze vídeos. Neste vídeo a Estrutura Atômica será tratada de forma lúdica, ligada à História da Ciência e ao manuseio de um instrumento denominado Labirinto de Pauling. Assim, este guia tem a finalidade de ajudar a conduzir este assunto em sua sala de aula. Você poderá segui-lo integral ou parcialmente. Sendo considerada pelos alunos, a “Distribuição Eletrônica dos Elementos Químicos”, um dos conteúdos mais complexos no programa de Química para o Ensino Médio, desenvolveu-se um equipamento que possibilita a observação “palpável” de como cada elemento químico tem seus elétrons distribuídos, de acordo com os níveis de energia. Observa-se que a grande dificuldade que o alunado tem em descrever a “distribuição eletrônica” de um determinado elemento químico, seja por camadas ou por subníveis de energia (nosso objeto de trabalho), está ligada a dificuldade de visualizarem o “abstrato” átomo e, também por acharem a única ferramenta descrita nos livros de Química, para descrever a distribuição eletrônica dos elementos químicos, o “Diagrama de Pauling”, uma tanto complicada. Para facilitar o entendimento desse conteúdo de Química, desenvolveuse um modelo, denominado “Labirinto de Pauling”, em acrílico cristal e em espelho, com dimensões de 55cm x 55cm x 45cm, permitindo vasta visualização do preenchimento de elétrons, nos níveis e sub-níveis de energia. A proposta da confecção do equipamento com material rígido, foi devido a melhor manipulação, conservação, possível “visualização do abstrato” e facilidade para transportar às Escolas. Objetivos ● Despertar através dos sentidos (visão, tato e audição) a atenção, observação e cooperação ao longo das aulas, para uma real compreensão do conteúdo “Distribuição Eletrônica”, a ser trabalhado no Ensino de Química. 2 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor ● Permitir ao aluno o entendimento claro de como se dá a distribuição eletrônica de um elemento químico, sem que haja em nenhum momento, erro na distribuição dos seus elétrons. ● Possibilitar ao aluno o entendimento sobre o último subnível preenchido de cada elemento, agrupando-o de acordo com esse preenchimento. ● Entender com clareza que a distribuição eletrônica dos elementos químicos possui diferentes gradientes de energia, visualizada pelos tubos de diferentes tamanhos, os quais serão preenchidos pelos elétrons (representados por bolinhas de plásticos), no equipamento. ● Mostrar de uma forma interativa um modelo real do abstrato "Diagrama de Pauling", onde o aluno poderá visualizar e “manusear virtualmente” o "Labirinto de Pauling", tornando assim a relação Ensino/Aprendizagem mais agradável, estimulando o raciocínio e a curiosidade dos alunos dos Ensinos, Fundamental e Médio. Professor(a), o equipamento Labirinto de Pauling, é uma ferramenta pedagógica que pode ser entendido, após observação dos esquemas desenhados a seguir e análise após visualização do vídeo proposto. Esquema do Labirinto de Pauling O Labirinto de Pauling (figuras 1 e 2) consiste em dois tabuleiros transparentes unidos por quatro suportes. O tabuleiro superior apresenta: 3 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor ● O desenho do Diagrama de Pauling; ● 18 (dezoito) orifícios de largura e comprimentos iguais, distribuídos de acordo com o Diagrama de Pauling; ● Caneletas que demarcam o caminho a ser realizado pelas bolas; ● 18 (dezoito) tubos transparentes (de diâmetros iguais) fechados embaixo por uma tampa. Os tubos ficam localizados abaixo de cada orifício e a altura dos tubos deve estar de acordo com a capacidade de preenchimento dos orbitais que estão representando, s (sharp = nítido) - 2 bolas (2 elétrons); p (principal) 6 bolas (6 elétrons); d (diffuse = difuso) - 10 bolas (10 elétrons) e f (fundamental) - 14 bolas (14 elétrons). BOLAS (representando os elétrons) ORIFÍCIO (18 ORIFÍCIOS COM DIÂMETROS IGUAIS) TUBOS TRANSPARENTES COM ALTURAS DIFERENTES Figura 1: Labirinto de Pauling 4 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor • Labirinto de Pauling Com detalhes dos Níveis (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7) e dos subníveis (s, p, d, f) s (sharp) • p (principal) • d (difuso) • 1 2 4 3 S p d f 5 6 7 Figura 2: Labirinto de Pauling com os níveis e subníveis Objetivos: ● Despertar através dos sentidos (visão, tato e audição) a atenção, observação e cooperação ao longo das aulas, para uma real compreensão do conteúdo “Distribuição Eletrônica”, a ser trabalhado no Ensino de Química. ● Permitir ao aluno o entendimento claro de como se dá a distribuição eletrônica de um elemento químico, sem que haja em nenhum momento, erro na distribuição dos seus elétrons. ● Possibilitar ao aluno o entendimento sobre o último subnível preenchido de cada elemento, agrupando-o de acordo com esse preenchimento. ● Entender com clareza que a distribuição eletrônica dos elementos químicos possui diferentes gradientes de energia, visualizada pelos tubos de diferentes 5 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor tamanhos, os quais serão preenchidos pelos elétrons (representados por bolinhas de plásticos), no equipamento. ● Mostrar de uma forma interativa um modelo real do abstrato "Diagrama de Pauling", onde o aluno poderá visualizar e “manusear virtualmente” o "Labirinto de Pauling", tornando assim a relação Ensino/Aprendizagem mais agradável, estimulando o raciocínio e a curiosidade dos alunos dos Ensinos, Fundamental e Médio. Pré-requisitos de conhecimento: ● Conceitos sobre a evolução da Teoria Atômica, e como as diferentes teorias foram fundamentais para o entendimento da teoria atômica atual. ● Conceito de elétron. ● Conceito de número atômico. ● Conceito de “nível e subnível de Energia”. ● Compreensão da tabela periódica, destacando sua estrutura, ordenamento dos elementos químicos de acordo com suas propriedade físicas e químicas, disposição dos elementos em colunas, de acordo com a semelhança das propriedades dos elementos. ● Conceituação sobre o Diagrama de Pauling. Desenvolvimento das Atividades 1a Atividade: Apresentação de um filme de 14 minutos, exibindo a descontinuidade da matéria, a evolução dos modelos atômicos e a ferramenta didática, denominada Labirinto de Pauling, demonstrando como deve ser utilizada, de acordo com o número atômico do elemento químico selecionado. 2a Atividade: Após a apresentação do filme, será demonstrado um jogo sobre distribuição eletrônica, utilizando a imagem da ferramenta pedagógica “Labirinto de Pauling” em microcomputadores, com software apropriado, de modo que, os alunos possam simular corretamente a distribuição eletrônica dos elementos químicos selecionados por eles. Podem participar do jogo até 2 (dois) jogadores. 6 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor 3a Atividade: Etapa Avaliativa – afixar em sala de aula, uma tabela periódica em tamanho grande, vedando os números atômicos e as distribuições eletrônicas dos elementos químicos, porém devem ser expostos, o uso e curiosidades sobre cada elemento, pesquisado pelos próprios alunos. Antes de iniciar o jogo, sugere-se que o aluno primeiramente descreva a distribuição eletrônica do elemento selecionado de acordo com o “Diagrama de Pauling”, que é um desenho planar, verificando o tempo para concluir e se há acerto ou erro. Em seguida, propõe-se que o aluno selecione o mesmo elemento e jogue em microcomputador o “Labirinto de Pauling”, para descrever sua distribuição eletrônica, verificando o tempo de conclusão e assinalando se houve acerto ou erro. Após os dados obtidos, os alunos devem fazer anotações em fichas previamente elaboradas, conforme tabelas 1 e 2. Tabela 1 SÍMBOLO DO ELEMENTO NOME DO ELEMENTO DIAGRAMA DE PAULING TEMPO ACERTO / GASTO ERRO (min) LABIRINTO DE PAULING TEMPO ACERTO / GASTO ERRO (min) Tabela 2 SÍMBOLO DO ELEMENTO DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA CLASSIFICAÇÃO DO ELEMENTO 7 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Tempo previsto para a atividade: Professor(a), você poderá usar três aulas de 50 minutos: uma para apresentação do vídeo e duas para a realização das atividades complementares propostas! Requerimentos técnicos: Para a exibição do vídeo poderá ser utilizado um computador ou um aparelho de DVD conectado a uma Televisão ou a um Datashow. 1) Versão mínima de navegador (Browser): - Internet Explorer versão 5 - Netscape versão 7 2) PLUG-INS que, obrigatoriamente devem ter no computador: - Plug-in do Adobe Flash - Acrobat Reader Resultado Esperado Após as Atividades Acredita-se que a utilização do equipamento sugerido, pode contribuir para um melhor entendimento da distribuição eletrônica dos elementos químicos, possibilitando aos alunos concluírem com muita rapidez e segurança a descrição da distribuição eletrônica de um determinado elemento químico. 8 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Entende-se que o “manuseio virtual” do equipamento sugerido, pode levar o estudante ter maior motivação para o aprendizado da distribuição eletrônica, desmistificando as resistências oferecidas ao aprendizado, vendo-a apenas como algo para ser memorizado. Acredita-se que o desenvolvimento detalhado de uma ferramenta didática, mesmo que virtual, respeitando os parâmetros científicos, pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e a motivação de um aprendizado significativo e coerente, levando o aluno a refletir sobre a importância dos conteúdos apresentados, bem como, interagir com o modelo proposto, podendo tocá-lo, mesmo que virtual e entender um pouco do mundo microscópico. Preparação para a atividade: Professor(a), o vídeo produzido tem a finalidade de mostrar que para o aprendizado da Distribuição Eletrônica dos elementos químicos é necessário o entendimento da Estrutura Atômica desses elementos. A ferramenta pedagógica proposta, traz para o concreto e palpável o Diagrama de Pauling, que é uma figura planar, desenhada em papel. É importante que você faça um diagnóstico sobre o conhecimento dos seus alunos em relação ao tema. Para isso proponha um questionário abordando questões sobre o referido assunto e a seguir promova com seus alunos uma discussão geral sobre o tema. O momento mais oportuno para que essa discussão aconteça depende de você. Professor(a), lembre que para que um determinado conteúdo seja compreendido, é fundamental descobrir as concepções prévias dos seus alunos sobre o tema a ser estudado, pois dessa forma a aprendizagem terá significado. 9 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Antes de iniciar a apresentação do vídeo, você pode solicitar a seus alunos que tenham lápis e papel em mãos para anotarem as possíveis dúvidas que possam surgir. Crie um ambiente tranquilo e peça a seus alunos que prestem bastante atenção. Durante a atividade: Para um melhor aproveitamento desta atividade é necessário silêncio absoluto, para que se perceba detalhes da narrativa. Sugere-se que o vídeo seja visto mais de uma vez, para que não haja dúvidas sobre o tema proposto. Professor(a), após a ver o vídeo, estimule seus alunos a comentarem sobre o assunto. Faça perguntas provocativas, e preste muita atenção nas dúvidas que podem surgir! Avaliação Após a execução do vídeo, avalie a participação de seus alunos. Promova uma discussão geral ou peça aos alunos que escrevam uma pequena dissertação sobre o assunto discutido. As atividades complementares propostas a seguir poderão ajudá-lo a avaliar a atividade. 10 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Atividades Complementares Após as apresentações dos jogos, o professor deve propor exercícios interativos, utilizando o lúdico. O professor deve realizar avaliações para poder comparar o rendimento da turma. Professor(a), lembre-se que motivar o aluno à pesquisa, é um mecanismo que estimula o aluno a se interessar por novas descobertas e invenções. Proponha aos alunos pesquisar textos que abordem a distribuição eletrônica dos diferentes elementos da Tabela Periódica. Links Interativos Sugeridos: Estrutura Atômica, Distribuição Eletrônica (Articulação com a Química); Números Atômicos, Números de elétrons em cada Nível e Sub-nível de Energia (Articulação com a Matemática). Professor(a) esclareça aos seus alunos que o modelo atômico atual não foi sempre esse, mas teve todo um processo evolutivo de outros modelos anteriores. Sugerimos a você uma leitura do Histórico desses modelos. 11 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor ► HISTÓRICO DOS MODELOS ATÔMICOS ♦ NA ANTIGUIDADE As partículas indivisíveis foram denominadas átomos. ÁTOMO = INDIVISÍVEL (EM GREGO) O termo atomismo surgiu nesta época e posteriormente foi considerada a teoria cujas intuições mais se aproximaram das modernas concepções científicas sobre o modelo atômico. ■ LEUCIPO DE MILETO (450 a.C.) O pensador grego Leucipo acreditava que dividindo a matéria em pedaços cada vez menores chegaria em um ponto que estes pedaços se tornariam invisíveis e consequentemente indivisíveis. ■ DEMÓCRITO DE ABDERA (400 a.C.) Demócrito, discípulo de Leucipo, propôs a descontinuidade da matéria, logo os corpos macroscópicos, os corpos microscópicos, ou átomos não poderiam se interpenetram nem se dividir. Ele acreditava que a matéria e as mudanças observadas em certos fenômenos físicos e químicos (como as dissociações e associações de átomos) eram resultados das combinações de átomos dos quatro elementos: Ar; Fogo; Água e Terra (Figura 1). Figura 1: Modelo atômico de Demócrito Fonte: http://www.colegiosaofrancisco.com.br ■ ARISTÓTELES Postulou a continuidade da matéria. O modelo atômico de Aristóteles foi adotado pelos filósofos gregos e foi seguido pelos pensadores e cientistas até o século XVI d.C. 12 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor ♦ JOHN DALTON Dalton em 1803 publicou o trabalho Absorption of Gases by Water and Other Liquids (Absorção de Gases pela Água e Outros Líquidos), onde demonstrou os princípios de seu modelo atômico. De acordo com Dalton: ● Os átomos de elementos distintos possuem propriedades diferentes entre si; ● Os átomos de um elemento têm propriedades iguais e peso invariável; ● Os átomos são partículas indivisíveis, esféricas e maciças, que constituem a matéria; ● Nas reações químicas, os átomos permanecem inalterados; ●As proporções numéricas dos átomos na formação dos compostos são fixas; ● O peso total de um composto é igual à soma dos pesos dos átomos dos elementos que o constituem. Em 1808, Dalton propôs a sua teoria do modelo atômico, que foi chamado de modelo atômico da bola de bilhar (figura 2), onde o átomo é uma esfera maciça, indivisível, impenetrável, indestrutível e sem carga. No modelo de Dalton os átomos de um elemento químico são idênticos. Em 1810 o trabalho New System of Chemical Philosophy (Novo Sistema de Filosofia Química) foi publicado. Nele havia testes que provavam suas observações, como a Lei das pressões parciais, denominada Lei de Dalton, entre outras relativas à constituição da matéria. ● Os átomos são indivisíveis e indestrutíveis; ● Na natureza existe um número pequeno de elementos químicos diferentes; ● Unindo átomos iguais ou diferentes em variadas proporções, pode ocorrer à formação de todas as matérias do universo conhecidos. Figura 2: Modelo atômico de Dalton "bola de bilhar" Fonte: http://www.colegiosaofrancisco.com.br 13 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor ■ JOSEPH JOHN THOMSON Em 1898, o físico inglês J. J. Thomson demonstrou que os raios catódicos poderiam ser interpretados como sendo um feixe de partículas carregadas negativamente, denominadas de elétrons. Thomson utilizou campos magnéticos e elétricos para determinar a relação entre a carga e a massa (q/m) do elétron e concluir que os elétrons (raios catódicos) deveriam ser constituintes de qualquer matéria, pois observou que a relação carga/massa do elétron era a mesma para qualquer gás que fosse colocado na Ampola de Crookes (tubo de vidro rarefeito no qual se faz descargas elétricas em campos elétricos e magnéticos). Com base em suas conclusões, Thomson derrubou a modelo do átomo indivisível e propôs o seu modelo, conhecido como o "modelo de pudim com passas" (figura 3), termo traduzido do original com distorções, onde o pudim é toda a esfera positiva e as passas são os elétrons, de carga negativa. Figura 3: Modelo atômico de Thomson "modelo de pudim com passas" Fonte: http://www.colegiosaofrancisco.com.br ■ ERNEST RUTHERFORD O cientista Ernest Rutherford por três anos estudou o comportamento dos feixes de partículas ou raios X, além da emissão de radioatividade pelo elemento Urânio. Durante suas pesquisas Rutherford e seus colaboradores (Geiger e Marsden) observaram que para cada 10.000 partículas alfas aceleradas incidindo em uma lâmina de ouro, apenas uma refletia ou se desviava de sua trajetória. Rutherford concluiu que o átomo não era uma bola maciça e admitiu a existência de uma parte central positiva muito pequena, mas de grande massa (núcleo) e uma parte envolvente negativa enorme (eletrosfera ou coroa), que neutraliza o átomo (figura 4). Em 1911, Ernest Rutherford propôs o seu modelo atômico chamado de "modelo planetário", devido à sua semelhança com a formação do sistema solar. 14 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Figura 4: Modelo atômico de Rutherford "modelo planetário" Fonte: http://enciclopediavirtual.vilabol.uol.com.br ■ NIELS BÖHR Considerando o átomo uma estrutura estável, Bohr formulou uma teoria (em 1913) sobre o movimento dos elétrons, que foi fundamentado pela Teoria Quântica da Radiação de Max Planck (em 1900). A teoria de Böhr foi fundamentada nos postulados descritos abaixo: 1º) Os elétrons descrevem órbitas circulares estacionárias ao redor do núcleo, sem emitirem e nem absorverem energia; 2º) Se for fornecido a um átomo energia (elétrica, térmica, etc.), um ou mais elétrons a absorvem e saltam para níveis mais afastados do núcleo. Quando os elétrons retornam as suas órbitas originais, devolvem a energia recebida em forma de luz. Teoria Quântica Conforme Max Planck (em 1900), quando uma partícula passa por uma situação de maior energia para outra de menor energia ou vice-versa, a energia é perdida ou recebida em "pacotes" que recebe o nome de quanta. O quantum (singular de quanta) é o pacote fundamental de energia indivisível. Cada tipo de energia possui o seu quantum. A Teoria Quântica permitiu a identificação dos elétrons de um determinado átomo, surgindo os "números quânticos". Em 1920, Böhr desenvolveu um modelo atômico, que unia a teoria atômica de Rutherford e a teoria quântica de Max Planck. Böhr propôs que os elétrons ao giram em torno de um núcleo central, eles giram em órbitas específicas com níveis energéticos bem definidos, ocorrendo à emissão ou a absorção de pacotes discretos de energia chamados de “quanta” ao mudar de órbita (figura 5). 15 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Figura 5: Modelo atômico de Böhr Fonte: http://www.colegiosaofrancisco.com.br ■ SOMMERFELD Em 1916, ao pesquisar o átomo o cientista Sommerfeld concluiu que os elétrons de um mesmo nível, ocupam órbitas de trajetórias diferentes (circulares e elípticas), que denominou de subníveis, que podem ser de quatro tipos: s, p, d e f (figura 6). Figura 6: Modelo atômico de Sommerfeld Fonte: http://www.virtualquimica.hpg.com.br Posteriormente, Sommerfeld postulou a existência de órbitas circulares e elípticas. Modelo Orbital Atualmente, é impossível determinar a órbita (trajetória) de um elétron, mas pode-se determinar a probabilidade relativa de encontrar o elétron em uma determinada região ao redor do núcleo. Para Sommerfeld em um nível de energia n, havia uma órbita circular e (n-1) órbitas elípticas de diferentes excentricidades. Por exemplo, no nível de energia n = 4 (camada N), havia uma órbita circular e três órbitas elípticas. 16 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Cada uma das órbitas elípticas constitui um subnível, cada uma com a sua energia. O orbital é a região de máxima probabilidade de encontrar o elétron e a região onde o elétron gasta a maior parte do seu tempo. ■ MODELO ATÔMICO ATUAL – (MODELO DA MECÂNICA QUÂNTICA) ■ Erwin Schrödinger, Louis Victor De Broglie e Werner Heisenberg ● De Broglie, propôs que todo corpúsculo atômico pode se comportar como uma onda e como uma partícula, que chamamos de dualismo partículaonda da radiação eletromagnética ● Heisenberg em 1925, postulou o princípio da incerteza propondo que: “É impossível determinar simultaneamente a posição e a velocidade de um elétron no átomo (quantidade de movimento)”, denominado Princípio da Incerteza de Heisenberg. ● Schrödinger, Broglie e Heisenberg, unidos postularam a mecânica ondulatória ● Não se admite mais a existência de órbitas circulares e nem elípticas para os elétrons. O que existe são regiões de máxima probabilidade de se encontrar o elétron no seu movimento ao redor do núcleo (orbital). ● Não há mais sentido em falar sobre qual é a posição do elétron no átomo, pois o que existe é uma região chamada de orbital. ● O movimento do elétron ao redor do núcleo é descrito por uma equação de função de onda (Ψ Ψ). Tem-se uma equação para determinar matematicamente as regiões de máxima probabilidade de ser encontrado o elétron, denominada de Equação de Schrödinger, regiões essas chamadas de orbitais. Equação de Schrödinger: HΨ Ψ = EΨ Ψ H: operador hamiltoniano E: energia total do sistema (energia cinética + energia potencial) Ψ: função de onda: amplitude de probabilidade ● A distância média do elétron ao núcleo do átomo de hidrogênio, em cada nível de energia, também foi calculada pela mecânica quântica e coincidiu com o raio da órbita circular nos respectivos níveis de energia calculados pelo modelo de Bohr, quinze anos antes. 17 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor ■ PRINCIPAIS CONSTITUINTES DO ÁTOMO ● Os elétrons possuem carga negativa, massa muito pequena e se movem em órbitas ao redor do núcleo atômico; ● O núcleo atômico é constituído por prótons (partículas de carga positiva, com massa aproximadamente 1.837 vezes maior que a massa do elétron) e nêutrons (partículas de carga nula, com massa ligeiramente maior que a massa dos prótons), e fica localizado no centro do átomo; ● O átomo considerado eletricamente neutro, possui os números de prótons e elétrons iguais; ● Número atômico (Z) é igual ao número de prótons contidos no átomo; ● Os elétrons presentes na última camada eletrônica, logo mais afastados do núcleo são responsáveis pelo comportamento químico do elemento, sendo denominados de elétrons de valência; ● A soma do número atômico (número de prótons) e nêutrons (n) de um átomo fornece o valor da massa atômica (A); ● Átomos carregados positivamente, pois perderam elétrons, são denominados cátions (íons positivos); ● Átomos carregados negativamente, pois receberam elétrons, são denominados ânions (íons negativos); ● Isótopos são átomos de um mesmo elemento, que possuem o mesmo número de prótons; ● Isótonos são átomos, que possuem o mesmo número de nêutrons; ● Isóbaros são átomos, que possuem o mesmo número de massa; ● Por intermédio da radioatividade alguns átomos atuam como emissores de radiação nuclear; Teoria dos Quarks De acordo com a teoria mais moderna existem somente 12 (doze) partículas elementares: 6 (seis) léptons (o elétron faz parte deste grupo) e 6 (seis) quarks. Os quarks são divididos em dois tipos: o up (para cima) e o down (para baixo), que são responsáveis pela formação dos prótons e nêutrons, sendo o próton constituído por 2 (dois) up e 1 (um) down, e o nêutron constituído por 1 (um) up e 2 (dois) down. O quark up possui carga (+2/3) e o quark down possui carga (-1/3). Dois outros quarks encontrados nos raios cósmicos foram chamados de charm (charme), com carga (+2/3) e strange (estranho), com carga (-1/3). Em 1997, o quinto quark, bottom (de carga (-1/3)), foi descoberto e o sexto quark, o top (de carga (-2/3)), foi identificado em 1995. O top é considerado o mais pesado dos quarks, cerca de 200 vezes mais pesado que um próton, e não está presente nos fenômenos naturais nem nos raios cósmicos, devido à alta energia necessária para sua formação. Provavelmente, o top foi produzido na formação do universo e depois desapareceu. 18 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor DESENVOLVIMENTO ► CAMADA ELETRÔNICA CAMADA = NÍVEL = ÓRBITA Conjunto de níveis de energéticos quantizados (pacotes de energia). São utilizadas para descrever as energias eletrônicas em um átomo de maneira organizada. As camadas são representadas pelas letras K, L, M, N, O, P e Q ou pelos respectivos níveis, que são representados pelos números 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, contados a partir do núcleo. Estes números são denominados números quânticos principais (n) do átomo. K L M N O P Q... 1 2 3 4 5 6 7... ENERGIA A população eletrônica máxima de uma camada é dada pela expressão: 2n2. CAMADAS K L M N n NÚMERO MÁXIMO DE ELÉTRONS 1 2n2 = 2 . (1)2 = 2 . 1 = 2 e2 2n2 = 2 . (2)2 = 2 . 4 = 8 e3 2n2 = 2 . (3)2 = 2 . 9 = 18 e4 2n2 = 2 . (4)2 = 2 . 16 = 32 e- ► SUBCAMADA ELETRÔNICA Como nem todos os elétrons de uma camada possuem a mesma energia. Cada camada possui uma ou mais subcamadas. As subcamadas são denominadas em ordem crescente de energia: s, p, d, f, g, h, ... (Apenas os quatro primeiros são necessários para descrever os átomos nos seus estados fundamentais). A subdivisão das camadas em subcamadas ocorre pelo fato dos elétrons em um átomo não serem independentes uns dos outros, mas interagirem eletricamente. A existência desta subdivisão foi confirmada nos estudos realizados dos espectros atômicos, onde os átomos demonstraram desdobramento de níveis de energia na presença de um campo elétrico, denominado efeito Stark. Na tabela 1 (um) pode-se exemplificar essa relação. 19 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Tabela 1: Camadas eletrônicas relacionadas com o n° máx. de elétrons, n° de subníveis e os tipos de subníveis. NÚMERO MÁXIMO DE ELÉTRONS 2 8 18 32 CAMADA K L M N NÚMERO DE SUBCAMADAS 1 2 3 4 TIPOS DE SUBCAMADAS s sep s, p e d s, p, d e f ► DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA Para efetuar a distribuição eletrônica as regras abaixo devem ser seguidas rigorosamente: ● Um orbital comporta somente dois elétrons de spins opostos (Princípio de Exclusão de Pauli). Orbital vazio ↑ ↑↓ Orbital semipreenchido Orbital preenchido Orbital Região do espaço no qual é provável que se encontre um elétron de certa energia. Spins Cada orbital de um átomo pode acomodar no máximo dois elétrons, com spins opostos ou antiparalelos (direções opostas). Dois elétrons com spins opostos que ocupam um orbital são considerados emparelhados. Os spins dos elétrons contribuem para o comportamento magnético da matéria. As substâncias consideradas diamagnéticas possuem orbitais preenchidos (com dois elétrons) e são fortemente atraídas por campo magnético (por um imã), enquanto que as substâncias consideradas paramagnéticas possuem orbitais semipreenchidos (com um elétron) e são fracamente atraídas por um campo magnético. 20 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor ● Os elétrons devem ser distribuídos nos orbitais disponíveis na ordem crescente de energia. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p 6s 5d 4f 6p 7s 6d 5f Ordem crescente de energia EXEMPLOS 1) Átomo de Lítio (3Li) Z (no atômico) = 3 Camadas eletrônicas: K = 2 e L = 1 Distribuição eletrônica: 1s2 2s1 1s2 2s1 ↑↓ ↑ 2) Átomo de Berílio (4Be) Z=4 Camadas eletrônicas: K = 2 e L = 2 Distribuição eletrônica: 1s2 2s2 ↑↓ ↑↓ 3) Átomo de Boro (5B) Z=5 Camadas eletrônicas: K = 2 e L = 3 Distribuição eletrônica: 2s2 1s2 ↑↓ ↑↓ 2p1 ↑ 4) Átomo de Carbono (6C) Z=6 Camadas eletrônicas: K = 2 e L = 4 Distribuição eletrônica (a): 1s2 2s2 2p2 ↑↓ ↑↓ ↑ ↑ 21 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Distribuição eletrônica (b): 2s2 2p2 1s2 ↑↓ ↑↓ ↑ ↓ Distribuição eletrônica (c): 1s2 2s2 2p2 ↑↓ ↑↓ ↑↓ As configurações (a), (b) e (c) estão de acordo com o Princípio de Exclusão de Pauli e com a ordem crescente de energia dos orbitais, mas somente a configuração (a) está de acordo com a Regra de Hund. Regra de Hund No preenchimento dos orbitais de mesma energia, os elétrons tendem a se repelir e ficar desemparelhados com spins em paralelo. ► DIAGRAMA DE PAULING O cientista Linus Carl Pauling elaborou um dispositivo prático denominado posteriormente de Diagrama de Pauling (Figura 7), que mostra a ordem crescente de energia dos subníveis, ordem no quais os subníveis são preenchidos com elétrons de acordo com a sua capacidade. Acompanhando o sentido das flechas, que indicam a ordem crescente de energia dos subníveis, será possível realizar corretamente a distribuição eletrônica dos átomos. K 1s L 2s 2p M 3s 3p 3d N 4s 4p 4d 4f O 5s 5p 5d 5f P 6s Q 7s 6p 6d Figura 7: Diagrama de Pauling 22 Vídeo: “Labirinto de Pauling (Partes 1 e 2)” Guia do Professor Bibliografia Consultada BRASIL – MEC, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio, Brasília, 1999. CHASSOT, A. I, Catalisando Transformações na Educação, Ed Unijuí, 1993. EINSTEIN, A., Como vejo o Mundo. 2a ed. 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