mdic.empauta.com Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Clipping da imprensa Brasília, 20 de março de 2008 às 14h13 mdic.empauta.com Outros assuntos | Ouvidoria Brasil de Fato | BR Anatel dificulta o acesso dos mais pobres à telefonia fixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 mdic.empauta.com Brasília, 20 de março de 2008 Brasil de Fato/BR Outros assuntos | Ouvidoria Anatel dificulta o acesso dos mais pobres à telefonia fixa DENÚNCIA Relatório de ouvidor diz que Agência não cumpriu nenhum dos objetivos que tinha na época em que foi criada Carlos Augusto Setti de Brasília ( DF) A AGÊNCIA Nacional de Telecomunicações ( Anatel) , por lei, deveria agir para garantir o acesso de todos à telefonia fixa, manter a competitividade e a concorrência no setor, a preços razoáveis e com serviços de qualidade, e conciliar os interesses entre as prestadoras, o Estado e o consumidor/cidadão. Mas, com 10 anos de existência, ela não cumpriu esses objetivos. A conclusão consta do último relatório do próprio ouvidor da Anatel, Aristóteles dos Santos, que pode ser acessado no endereço www. anatel. gov. br ( procurar a página da Ouvidoria dentro do item ? R Conheça a Anatel? R•) . Santos acompanha o setor desde antes dos processo de descarte da Telebrás, na qualidade de integrante e ex-presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações ( Fittel) . Como ouvidor, a ele compete, por lei, elaborar apreciações críticas da atuação da Agência, encaminhando-as ao conselho diretor, aoconselho consultivo, aoMinistério das Comunicações, a outros órgãos do Poder Executivo e ao Congresso Nacional, fazendo-as publicar no Diário Oficial da União. De acordo com ele, a Agência possui ? R deficiências profundas? R•. A maior fragilidade é deixar de atender ou atender mal as queixas dos usuários de telefonia. ? R O imenso número de reclamações e dados que diuturnamente chegam à Assessoria de Relações com os Usuários ( ARU) , através da Central de Atendimentos da Anatel, se perdem num amonmdic.empauta.com toado de arquivos eletrônicos? R•, avalia o relatório. Essa e outras distorções são apenas reflexo de como foi montado um sistema que abriu mão da necessária democratização do acesso às comunicações. O texto do ouvidor afirma, ainda, que o usuário dos serviços de telecomunicações continua sendo, no âmbito da Anatel, o elo que tem a menor influência sobre os destinos do setor. Isso porque toda a estrutura e toda a mentalidade da instituição foram formadas e estão voltadas para a garantia do lucro das operadoras de telefonia. ÅUR reportagem, Santos disse que, na época das privatizações, no governo de Fernando Henrique Cardoso, o retorno do capital para as empresas ? R" ou seja, o lucro ? R" como forma de assegurar os investimentos no setor ? R foi trabalhado com tal intensidade, com tal volúpia, tanto pelo governo, quanto pela mídia? R•, que se tornou parte da cultura dos funcionários e da Anatel como um todo. ? R Isso criou uma deformação de origem? R•, conclui. Assinatura básica O objetivo da universalização não foi alcançado justamente em função dessa mentalidade anti-cidadã. O Brasil possuía, antes das privatizações, cerca de 40 milhões detelefones.Atualmente, esse número foireduzido para 38 milhões, fato que Santos chama de ? R desuniversalização? R• da telefonia fixa. Essa é uma das mais perversas formas que assumiu o virtual controle das operadoras sobre o funcionamento da Agência e um dos maiores atentados à democratização da telefonia fixa. O fator determinante para que a Anatel deixasse de cumprir o objetivo legal de ampliar a telefonia no país foi a manutenção do altíssimo valor da taxa de assinatura básica que, em alguns Estados, chega a R$ 40 por mês, sem o questionamento ou a intervenção pg.3 mdic.empauta.com Brasília, 20 de março de 2008 Brasil de Fato/BR Outros assuntos | Ouvidoria Continuação: Anatel dificulta o acesso dos mais pobres à telefonia fixa da Agência. Santos garante que cerca de 0% ou mais do faturamento das concessionárias venha da cobrança dessa taxa, o que, para ele, é uma outra grande distorção do modelo de privatização adotado pela administração FHC. A assinatura básica da telefonia fixa em 1998 era cerca de R$ 13, o que representa um reajuste de aproximadamente 200%, enquanto a inflação do período foi, segundo o IPCA, em torno de 83%. E esse valor de R$ 13 já havia sido realinhado pelo governo FHC às vésperas da privatização. ? R Apenas para efeito de raciocínio, de forma simplista, podemos imaginar que a assinatura básica de 40 milhões de acessos da telefonia fixa, ao custo mensal de R$ 40 ( com impostos) , retira da sociedade brasileira algo em torno de R$ 1, 6 bilhão todo mês e algo em torno de R$ 20 bilhões ao ano? R•, diz o relatório. Ou seja, são recursos garantidos às empresas mesmo que elas deixem de prestar quaisquer serviços aos usuários. disponível para o cidadão? R•. E ela poderia ainda ser bem menor. Santos disse ter ouvido do deputado federal Jorge Bittar ( PT-RJ) , vindo recentemente da Inglaterra, que naquele país a assinatura básica tem o valor aproximado de R$ 3. Na opinião do ouvidor, a legislação brasileira assegura o direito ao lucro por parte dos investidores e preserva o legítimo papel da sociedade para o seu controle. ? R Por outro lado, não é sensato nem razoável admitir que a exploração de uma concessão do Estado possa ser objeto de enriquecimento tão acelerado e instrumento de concentração de riquezas por parte de quem quer que seja, em detrimento da sociedade? R•, critica. ?R Éisso quefaz com queo consumidor debaixa renda não tenha acesso à telefonia fixa e recorra ao celular, que tem um custo de utilização muito mais alto? R•, analisa Santos. Ele revelou que já esteve tratando dessa questão do alto valor da assinatura básica com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e com o próprio presidente Lula, que foram muito sensíveis à sua posição. O ouvidor não é contrário à cobrança da assinatura básica, que deveria ser fixada em torno dos R$ 9, o equivalente ? R ao custo de um equipamento em desuso mdic.empauta.com pg.4