Remediação e Controle de Riscos Associados à Contaminação de Solos por Hidrocarbonetos em Ambiente Urbano Manoel de Melo Maia Nobre, PhD Universidade Federal de Alagoas, IGDEMA/UFAL, Maceió, BRASIL, [email protected] Paulo Alencar Pereira Engenheiro, MNE, Maceió, Brasil, [email protected] Rosane Cunha Maia Nobre, DSc Universidade Federal de Alagoas, IGDEMA/UFAL, Maceió, BRASIL, [email protected] RESUMO: Este trabalho apresenta e discute os resultados de um sistema de remediação sequencial que consistiu, em primeira etapa, no controle e na extração de líquidos em um ambiente urbano, em solo de reduzida permeabilidade, para a remediação de contaminação decorrente de um vazamento de hidrocarbonetos – predominantemente clorados – ocorrido décadas atrás. Como segunda etapa, um processo de biodegradação está sob avaliação. O sistema para evitar a migração de plumas dissolvidas desses poluentes, implantado em 2009, consiste em uma solução mista que permite também a remoção das fases livre e dissolvidas de DNAPLs assim como possibilita outros processos físico-químicos para acelerar a remediação. De forma sequencial, foi construída uma parede diafragma plástica acoplada a uma trincheira interceptante permeável. O sistema drenante foi implantado à montante da parede diafragma e mais próximo da fonte secundária existente, para permitir uma extração de fase livre mais eficiente assim como a recirculação de nutrientes que deverão ser injetados à montante da fonte secundária. O trabalho apresenta metodologia de avaliação e incremento de biodegradação de organoclorados que se tornou a alternativa mais adequada, no longo prazo, devido à proximidade do sítio a áreas residenciais. Discute-se também dados da operação do sistema que indicam a obtenção de uma ampla zona de captura com garantias de controle de plumas e de fonte secundária. Os estudos de degradação foram realizados por meio de micro-cosmos instalados em seis poços de monitoramento para verificação de taxas de biodegradação em condições naturais e por bioestimulação (com uso de óleo vegetal emulsionado e melaço). PALAVRAS-CHAVE: Remediação Biodegradação, Micro-cosmos. 1 de Solos, INTRODUÇÃO Processos de biodegradação têm sido cada vez mais utilizados em diversos sítios na América do Norte e na Europa para a remediação de áreas contaminadas por hidrocarbonetos do petróleo e organoclorados. A incremementação (ou bioestimulação) depende de se implantar, na maioria dos casos, sistemas de injeção de nutrientes dentre outros – aceptores/doadores de elétrons. Dessa forma, o processo como um todo depende da capacidade de se engenheirar condições adequadas para tornar o meio em um Trincheira Interceptante, Organoclorados, reator (ou um conjunto de reatores) de degradação com toda sua complexidade hidrogeológica e microbiológica. Na maioria das vezes, uma adequada remediação demanda um processo sequencial que deve envolver o controle de fontes secundárias e de migração de plumas dissolvidas para que se possa avaliar e implementar, em fase posterior, outras alternativas, inclusive o incremento da biodegradação natural (i.e., bioestimulação). As técnicas de controle disponíveis atualmente são baseadas, em sua maior parte, na operação de poços verticais de bombeamento e/ou em adaptações de obras geotécnicas para a área ambiental. O controle pode ser executado por meio de paredes impermeáveis ao fluxo (como paredes diafragmas, por exemplo), e a extração com poços tubulares para bombeamento à montante. Um sistema alternativo de contenção física, denominado trench-and-gate system (Bowles et al. 2000), tem sido adotado em sítios com solos de reduzida permeabilidade. Conceitualmente, esse sistema é constituído por uma parede impermeável ao fluxo acoplada a uma trincheira de extração de elevada condutividade hidráulica. Diferentes processos de remediação in-situ podem ser utilizados para o tratamento sequencial (após o controle de fontes/plumas), incluindo tecnologias de oxidação/redução, biodegradação acelerada (bioestimulação), airsparging, bio-sparging e tecnologias térmicas (injeção de vapor). Um tipo de sistema alternativo de remediação já foi aplicado, por exemplo, na remediação de um sítio superfund do governo norteamericano, em Nova York (US Army Corps of Engineers), contaminado por cromo hexavalente, incluindo um sistema de tratamento onsite (Watervliet Arsenal, 2001). Foi também considerado como alternativa de remediação para outro sítio da força aérea americana impactado por metais pesados, por meio de uma trincheira interceptante de 4 m de profundidade seguido de tratamento onsite com um sistema de carvão ativado (USDAF, 2004). Este trabalho apresenta o projeto conceitual de remediação já implantado em um sítio localizado em ambiente urbano no Brasil, em solo de reduzida permeabilidade que foi contaminado com hidrocarbonetos voláteis e semi-voláteis (predominantemente clorados). O sistema de controle das fontes secundárias e das plumas de fase dissolvida consiste em uma modificação do sistema trench-and-gate, com uma parede diafragma plástica alcançando cerca de 8m de profundidade acoplada a uma trincheira interceptante em toda sua extensão. Dentre as técnicas alternativas para remediação e tratamento sequencial, foi avaliado o potencial de biodegradação sob condições naturais e por bioestimulação das bactérias endógenas. Para tanto, foram realizados no sítio estudos microbiológicos com o uso de microcosmos instalados em poços de monitoramento já existentes. Os estudos preliminares para a concepção do projeto básico de Geotecnia Ambiental, incluindo ensaios de laboratório e modelagem numérica, podem ser encontrados em Nobre e Nobre (2007). 2 ESTUDO DE CASO O sítio encontra-se em uma área desativada onde antes era localizado um antigo tanque de armazenamento de hidrocarbonetos que não mais existe como fonte primária de contaminação. Uma fonte secundária existe, predominantemente abaixo do antigo tanque, compreendendo uma fase residual (contaminantes retidos no solo não saturado) e piscinas de DNAPLs – dense non-aqueous phase liquids, saturando o meio poroso, localizadas no topo de um substrato geológico pouco permeável, ao longo de um paleo-canal. Os compostos com maiores concentrações são os hidrocarbonetos clorados, sobretudo o 1,2 dicloroetano e o 1,1,2 tricloroetano, e o hidrocarboneto aromático benzeno. Diversas amostras de água ultrapassaram os valores de intervenção estabelecidos pela legislação nacionais (CONAMA 420/09) e internacionais. Favoravelmente, as plumas com as maiores concentrações estão restritas aos limites físicos do sítio. As sondagens revelaram a existência de um meio poroso saturado com lençol freático raso e constituído por lentes silto-arenosas – sedimentos não consolidados –intercaladas com material argiloso, sobrejacentes a um pacote irregular de um substrato arenítico duro (arenito litificado) e impenetrável ao trado que funciona como barreira capilar à migração de DNAPLs. O fluxo de águas subterrâneas no local é lento, com velocidades médias em torno de 1 m/ano. Um paleo-canal na interface com a barreira capilar define, na região, um caminho preferencial de fluxo de águas subterrâneas e o deslocamento da pluma de contaminantes. A Figura 1 apresenta a potenciometria do aquífero freático. Como esperado, a direção principal do fluxo das águas subterrâneas, no domínio sob investigação, é influenciada pela existência do paleo-canal bem como pelo campo de gradiente hidráulico. Verificou-se que as velocidades de fluxo têm sentido norte-sul como predominante no sítio. 7.8 7.8 7.6 7.4 7. 2 0 7. 6. 8 7. 6 RUA 6.6 ANTIGO TANQUE DE ARMAZENAMENTO 6.4 6.2 6.0 PALEO-CANAL 7.6 FLUXO 7.4 5.8 7.2 7.0 6.8 5.6 6.6 8 5. 5.6 6.0 6.2 6.4 Figura 1 – Potenciometria do freático e a direção do fluxo das águas subterrâneas no domínio sob investigação. A Figura 2 apresenta uma seção geológica típica, construída na direção do fluxo, indicando duas regiões mais elevadas da barreira capilar. Essa barreira possui reduzida capacidade de armazenamento de água e é impenetrável ao trado. Na região sob o antigo tanque de armazenamento, a barreira capilar encontra-se a cerca de 5 m de profundidade. O lençol freático está também indicado nessa figura. A importância do mapeamento dessa barreira capilar deve-se à sua capacidade de contenção vertical da contaminação, impedindo o deslocamento de compostos orgânicos para camadas mais profundas do subsolo. A condutividade hidráulica média do meio poroso saturado foi calculada em 2,0x10-6 m/s (Nobre e Nobre, 2007). 3 SISTEMA DE CONTROLE DE FONTE As obras de instalação do sistema de controle e extração foram concluídas em janeiro/2009. O sistema é constituído por uma parede diafragma plástica de comprimento total de 175 m (adentrando, pelo menos, 0,4 m na barreira capilar), acoplada a uma trincheira interceptante permeável com 160 m, ambas com altura variável acompanhando a topografia da superfície da barreira capilar. O sistema foi construído a partir de 1 m de profundidade, com o preenchimento dessa porção da zona vadosa com argila compactada para evitar infiltrações a partir da superfície. A trincheira interceptante está alinhada longitudinalmente ao contorno interno da parede diafragma, e deslocada alguns metros à montante na parte central do sistema, sendo envolvida por uma manta geotêxtil na base e na interface com o solo. Essa trincheira tem como propósito evitar a ocorrência de elevadas pressões hidrostáticas na interface com as paredes confinantes, o que favoreceria, de forma indesejada, o deslocamento dos contaminantes pelas laterais da parede. Ademais, a trincheira interceptante possibilita a extração de fases livre (fonte secundária) e dissolvida de NAPLs para tramento, permitindo a extração de massa de contaminantes paralelamente ao controle da fonte secundária. A Figura 3 apresenta a localização do sistema de contenção projetado para o sítio e uma vista frontal desse sistema com a localização dos 8 poços de tratamento/reinjeção (PPs) construídos a cada 5 metros ao longo da porção central da trincheira interceptante (em aço carbono), bem como dos 16 poços de monitoramento (PMTs) construídos nas regiões laterais (em PVC geomecânico) para monitorar o funcionamento do sistema. O bombeamento para controle hidráulico e extração de massa na trincheira interceptante foi iniciado em junho/2011, com os efeitos de sua influência na potenciometria do sítio já observados nas três primeiras semanas de operação. A extração é realizada com o uso de apenas 01 poço de extração (PP) com uma vazão média de 1 m3/h, de forma contínua em dias úteis e paralisado nos finais de semana e feriados, por estar localizado em área urbana. Figura 2 – Seção geológica típica, construída na direção do fluxo PLUMA DE CONTAMINAÇÃO DE HIDROCARBONETOS RUA ANTIGO TANQUE DE ARMAZENAMENTO > 100 ppm FLUXO TRINCHEIRA DRENANTE ESCALA HORIZONTAL 0 PAREDE DIAFRAGMA Figura 3 – Localização do sistema de contenção/drenagem/remediação e vista frontal Gráficos de nível d’água em poços tubulares (PPs e PMTs) localizados no interior da trincheira interceptante são apresentados na Figura 4. O rebaixamento do nível d’água resultante da operação do único poço no interior da trincheira interceptante é visível, evidenciando a eficiência dessa técnica de controle hidráulico em um meio poroso de reduzida permeabilidade. PMT-01 Nível do Terreno 1ª 0 5ª 9ª 13ª PP-04 17ª 4 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE BIODEGRAÇÃO IN-SITU PMT-16 21ª 25ª 29ª 33ª 36ª semana ND / NE (m) 1 2 3 4 5 s=0,69 m Q =1,12 m3/h 6 s=1,13m Q = 0,77 m3/h s=1,85 m Q = 0,94 m3/h Poço bombeado = PP-04 Fev/12 Jan/12 Dez/11 Nov/11 Out/11 Set/11 Ago/11 Jul/11 7 Jun/11 Destaca-se que os poços verticais da trincheira interceptante (PPs) podem ser utilizados tanto para a extração quanto para a injeção de oxidantes químicos, nutrientes e substratos para promover o incremento desejado da degradação biológica dos contaminantes (bioestimulação). Meses Figura 4 – Variação do nível d’água em poços da trincheira interceptante ao longo do período de operação. Como já mencionado, uma avaliação do potencial do uso da biodegradação como técnica de tratamento sequencial foi conduzida no sítio, com o uso de micro-cosmos in-situ. Metodologias da área de microbiologia desenvolvidas na década de 1980 permitiram a identificação de diferentes bactérias envolvidas nos processos e, mais recentemente, as enzimas atuantes nas reações. A principal técnica é a reação em cadeia da polimerase quantitativa em tempo real (Quantitative real-time Polymerase Chain Reaction – qPCR). Esta técnica consiste na replicação do DNA/RNA das células (bacterianas no caso da biodegradação) com o uso de primers (iniciadores) para posterior comparação com padrões de sequenciamento genético préidentificados. Diferentes cepas de bactérias que atuam em processos de biodegradação já tiveram seu DNA decodificado. Na área de bioremediação, a técnica analítica qPCR tem sido bastante utilizada para a quantificação de espécies envolvidas nos processos de degradação de compostos organoclorados (como as Dehalobacters e as Dehalococcoides). Com a maior facilidade desse tipo de análise, a compreensão dos processos de degradação biológica teve um grande avanço nos últimos anos. No caso dos organoclorados, é sabido que diferentes bactérias estão envolvidas no processo de decloração, sendo necessária sua interação para ocorrer a completa decloração do 1,2 dicloroetano, por exemplo. Na Figura 5, são ilustrados diferentes caminhos de degradação de etanos e etenos clorados e as principais bactérias envolvidas (Edwards et al., 2009). metabolismo para obtenção de energia a partir de outros compostos. Na Figura 6, é ilustrada a sequência de diferentes processos envolvidos na degradação de organoclorados por bactérias Dehalococcoides, incluindo bactérias acetogênicas, metanogênicas e outras. Além dessa complexidade microbiológica necessária para a completa decloração dos organoclorados, muitos dos sítios estão contaminados por diferentes compostos que podem levar a ocorrência de processos de competição ou inibição entre as bactérias. Em um estudo realizado por Grostern e Edwards (2006), por exemplo, foi observada a inibição dos processos de degradação do cis 1,2 dicloroeteno e do cloreto de vinila quando estava presente o 1,1,1 tricloroetano. Apenas após a decloração do 1,1,1 tricloroetano a 1,1 dicloroetano passou-se a observar a degradação dos etenos clorados. Figura 6 – Etapas de degradação de 1,2 DCA por um consórcio de bactérias (Adaptado de Nobre e Nobre 2004). Figura 5 – Caminhos de degradação de etanos e etenos clorados e principais bactérias envolvidas. Os processos de degradação dos organoclorados ocorrem, predominantemente, sob condições anaeróbicas (processos de fermentação). As diferentes bactérias podem atuar tanto em processos de metabolismo dos organoclorados como utilizá-los em co- As amostras para análises pela técnica qPCR podem ser obtidas do solo, águas subterrâneas ou biofilmes em micro-cosmos, sendo esta última a que apresenta resultados mais representativos das condições de cada sítio. Mais recentemente, o desenvolvimento de equipamentos para estudos de micro-cosmos insitu possibilitou sua realização sob as condições do próprio sítio, reduzindo possíveis erros decorrentes de alterações nas amostras de solo e água coletadas e levadas para o laboratório. As Figuras 7, 8 e 9 ilustram esquematicamente o micro-cosmos utilizado, e sua instalação e retirada no sítio. Figura 7 – Esquema ilustrativo dos micro-cosmos in-situ Bio-Traps® Figura 8 – Fotos da Instalação dos micro-cosmos in-situ Bio-Traps® Fotos Figura 9 – Fotos da Retirada dos micro-cosmos in-situ Bio-Traps® Foram utilizados micro-cosmos in-situ contendo esferas (“beads”) de 2 a 3 mm de diâmetro formadas por um compósito de Nomex® e carvão ativado com uma grande área superficial para a formação de biofilme. Este micro-cosmos (Bio-Trap®) é apresentado esquematicamente na Figura 7. Na Figura 8, é apresentado antes de sua instalação, enquanto que na Figura 9 após sua retirada (com presença do biofilme). Os três conjuntos com os micro-cosmos antes e após sua instalação são também apresentados nestas figuras. O tempo de incubação foi de 114 dias em todos os poços do sítio (recomendado um mínimo de 60 dias). Os micro-cosmos foram instalados em 06 poços de monitoramento. Em cada poço, foram instalados três conjuntos contendo micro-cosmos para avaliação de condições de degradação sob: i) atenuação natural; ii) bioestimulação com melaço; e iii) bioestimulação com óleo vegetal emulsionado. Foram identificadas e quantificadas pela técnica analítica qPCR as bactérias presentes associadas a degradação dos organoclorados e enzimas dos principais processos de decloração. Os parâmetros analíticos incluíram o DNA bacteriano de Dehalococcoides (Dhc) e Dehalobacter (Dhb), e as enzimas associadas aos processos de degradação de etanos e etenos clorados (produtos dos genes tceA, bvcA e vcrA), conforme Edwards et al. (2009). Os resultados obtidos são utilizados para avaliar as condições atuais de degradação (atenuação natural) e sob bioestimulação com melaço e óleo vegetal emulsionado. Ambos os substratos poderão ser utilizados em diferentes locais do sítio em função das concentrações presentes, propriedades hidrogeológicas e também proximidade de área residencial, que demanda redução de concentrações em menores intervalos de tempo e onde se devem evitar escavações e/ou outras técnicas invasivas. Isto possibilita uma remediação com redução de exposição e riscos à saúde humana. 5 CONCLUSÕES Este trabalho apresentou um estudo de caso onde foi implantado um sistema de remediação em um ambiente urbano, em solo de reduzida permeabilidade, para o controle e a remediação de contaminação decorrente de vazamento de hidrocarbonetos aromáticos e clorados ocorrido em um tanque de armazenamento décadas atrás. A trincheira interceptante foi implantada à montante da parede diafragma e mais próxima da fonte secundária existente, para permitir taxas de extração mais elevadas. Concentrações elevadas de hidrocarbonetos de diferentes naturezas e a presença de fases imiscíveis de compostos tóxicos (fonte secundária), associados a pH neutros e a ocorrência de solos de reduzida permeabilidade foram determinantes na escolha da solução adotada, tendo em vista ser a que representa um menor risco de exposição à população nas circunvizinhanças do sítio (área urbana). O sistema de remediação iniciou sua operação em junho/2011, e os efeitos hidrodinâmicos do bombeamento já foram observados em poços no interior da trincheira e em seu entorno em menos de três semanas de operação (i.e., rebaixamentos dos níveis d’água). Ressalta-se que o sistema opera com uma vazão média de 1 m3/h, evidenciando a eficiência dessa técnica em meios porosos de reduzida permeabilidade. As características construtivas do sistema vêm permitindo a avaliação e a implantação de técnicas sequenciais de remediação alternativas, tais como bioestimulação, oxidação/redução insitu, processos térmicos, dentre outras. Taxas e condições de ocorrência de processos de biodegradação são avaliadas no sítio, principalmente, com o uso de micro-cosmos insitu, considerando condições de atenuação natural e sob bioestimulação (com melaço e óleo vegetal emulsionado como substratos). Em todos os micro-cosmos utilizados no sítio foi verificada a formação de biofilme bacteriano. A identificação e quantificação das bactérias presentes, assim como das enzimas associadas às reações de degradação servem de base técnico-científica para “engenheirar” as condições necessárias para a ocorrência dos processos de degradação em taxas compatíveis com o controle de riscos. REFERÊNCIAS Bowles, M.W., Bentley, L.R., Hoyne, B. e Thomas, D.A., (2000). 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