AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO COMPORTAMENTAL NECPAR Profa Ms Cristina Di Benedetto [email protected] Maringá,01 e 02 de Junho/ 2012 CASO CLÍNICO : G. (VERA REGINA L. OTERO; YARA K. INGBERMAN) O que norteia o raciocínio de análise e a ação do analista do comportamento na clínica? Comportamento é para o analista do comportamento, produto de eventos do ambiente, identificáveis e passíveis de controle. Está sempre em construção e reconstrução. Controle do Comportamento: Manipulação e Maldade dos Analistas do Comportamento? Existe uma grande distinção entre o conceito de controle do comportamento e manipulação do comportamento. (...) Manipulação implica a modificação do ambiente ou do comportamento com a intenção deliberada de influir sobre a pessoa sem seu consentimento. (Donna e Méndez, 1979) A palavra controle tem sido confundida com repressão. A identificação do controle como uma privação de liberdade constitui um grande equívoco...na linguagem científica, a noção de controle faz referência a uma premissa estritamente epistemológica: evoca a aceitação do princípio determinista. Nesse contexto, o vocábulo controle expressa um fato empírico: a relação funcional entre os eventos naturais, entre os quais se inclui o comportamento humano (Donna e Méndez, 1979) Uma das premissas básicas do analista do comportamento é que o COMPORTAMENTO É DETERMINADO (NA VERDADE MULTIDETERMINADO) pelas interações entre o homem e o ambiente “Condicionamento Operante não é puxar cordas para fazer uma pessoa dançar; é planejar um mundo no qual uma pessoa faz coisas que afetam esse mundo, que por sua vez, afeta essa pessoa” Skinner (1972, p. 69) FALAR DE DIAGNÓSTICO EM PSICOTERAPIA COMPORTAMENTAL É FALAR DE: EVOLUÇÃO DA PC? QUAIS OS REQUISITOS DE UMA PC? CONCEITOS PRINCIPAIS; COMPORTAMENTO VERBAL; RELAÇÃO TERAPÊUTICA; O QUE É COMPORTAMENTO? MODIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO TERAPIA COMPORTAMENTAL (PARADIGMA DO COMPORTAMENTO RESPONDENTE – PROCEDIMENTOS REALIZADOS NO CONTEXTO CLÍNICO) EXISTE UMA TENDÊNCIA A SEREM USADOS COMO SINÔNIMOS DIAGNÓSTICO/AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO SISTEMATIZAÇÃO DOS PASSOS E PROCEDIMENTOS O LUGAR DOS SENTIMENTOS =PARADIGMA CONDIC. OPERANTE =SKINNER =BEHAVIORISMO RADICAL / ANÁLISE DO PSICOTERAPIA COMPORTAMENTAL Década de 50: início de sistematização dos princípios Década de 60: constituída como um movimento formal => Década de 70: difundida mundialmente => Década de 80: a) HAYES ACT: Contextual Approach To Therapeutic Change b) KOHLENBERG E TSAI: 1987 =>Psicoterapia Analítica-Funcional (FAP) KAZDIN(1985) Psicologia Comportamental e Psicoterapia Comportamental sofrem influências: v Da Filosofia v Das Ciências Biológicas (etiologia das doenças biológicas; procedimentos; tratamento) v Da Física (maior compreensão da matéria física; operacionismo) v DARWIN (conceito de adaptação dos organismos a seu ambiente e da continuidade das espécies) v Pesquisas de fisiologia na Rússia v Surgimento do Behaviorismo na América v Desenvolvimento da psicologia da Aprendizagem QUAIS OS REQUISITOS PARA UMA TERAPIA SEJA CONSIDERADA COMPORTAMENTAL? (SÔNIA BEATRIZ MEYER,1995) Nível 1 (Tecnológico): Conjunto das técnicas derivadas de pesquisas realizadas (Programas de treino de habilidades específicas, dessensibilização sistemática, treino assertivo, Nível 2 (Metodológico): Aspecto metodológico básico da análise comportamental é a análise funcional. Sua utilização não deve tornar os pesquisadores insensíveis às contingências. Deve dar condições de enxergar com maior clareza que processos comportamentais estão ocorrendo. QUAIS OS REQUISITOS PARA UMA TERAPIA SEJA CONSIDERADA COMPORTAMENTAL? (SÔNIA BEATRIZ MEYER,1995) Nível 3 (Conceitual): Relação dos conceitos gerais da ciência do comportamento com o que é realizado na prática do Analista do comportamento. Reforçamento; punição; extinção; controle de estímulo; generalização; equivalência de estímulos, controle por regras verbais. Nível 4 (Filosófico): Propostas do Behaviorismo Radical de Skinner. DIAGNÓSTICO / AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL Noção de diagnóstico e avaliação segundo dicionário de língua portuguesa: “Conhecimento ou determinação de uma doença pelos sintomas; avaliação” (Bueno, 2000). Diagnóstico: “Ato de avaliar; apreciação, estimativa” (Bueno, 2000). Avaliação: Breve histórico da avaliação comportamental (Sierra e Buela-Casal, 2001 apud Zamignai e Kovak,2001) Até os anos 40 predomínio de técnicas projetivas no diagnóstico psicológico Anos 40 e 50 rejeição das técnicas projetivas Alternativa testes psicométricos – avaliação objetiva, aplicação e análise padronizadas subjetividade e baixa confiabilidade Primeira ‘crise’ da avaliação psicológica ‘Era de ouro’ da avaliação psicológica Testes psicométricos problemas de validação e mau uso Movimento ‘anti-teste’ nos USA Nova ‘crise’ DIAGNÓSTICO / AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL (LETTNER, 1995) OS OBJETIVOS PRINCIPAIS DA AVALIAÇÃO CLÍNICA SÃO IDENTIFICAR AS VARIÁVEIS CONTROLADORAS (CAUSAS) DOS COMPORTAMENTOS PROBLEMÁTICOS, ENTENDER SUA INTERAÇÃO FUNCIONAL (FORMULAÇÃO) E PREVER O COMPORTAMENTO FUTURO SOB CONDIÇÕES IGUAIS E DIFERENTES (PLANO DE TRATAMENTO) Modelo comportamental de avaliação – Anos 70 Surge como alternativa ao diagnóstico tradicional Rejeita o uso regular de testes padronizados Defende observação sistemática – a técnica mais importante em avaliação comportamental, livre de problemas de validação Avaliação intra-sujeito – superação do problema com os rótulos diagnósticos impostos pelo modelo médico ‘Crise’ da avaliação comportamental – anos 80 e 90 Aperfeiçoamento do DSM-IV • Torna o DSM mais próximo da avaliação comportamental Avaliação comportamental deixa de ser um antagonista da avaliação tradicional Adoção por behavioristas de técnicas projetivas e testes psicométricos Crescimento do movimento cognitivista Modelo comportamental se opõe ao uso de construtos cognitivos Terapeutas cognitivos passam a adotar o modelo de diagnóstico psiquiátrico Fundamentos teóricos: (Follette et. Al, 1999) Sintoma x Amostra Avaliação Comportamento como sinal ou sintoma de problema subjacente Avaliação tradicional comportamental Comportamento é uma amostra da classe de problemas que compartilham a mesma função Abordagem analítico-comportamental “Diagnóstico“ Várias denominações: Diagnóstico comportamental Avaliação diagnóstica comportamental Análise funcional Avaliação comportamental Outras O DIAGNÓSTICO/AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL: NÃO MANTÉM NENHUM COMPROMISSO COM O DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO OU PSICOLÓGICO DE ABORDAGENS MENTALISTAS. RÓTULOS CLASSIFICATÓRIOS: INADEQUADOS PARA UMA AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL. COMPORTAMENTOS DESADAPTADOS: SÃO APRENDIDOS PELA PESSOA. O SINTOMA NÃO FAZ PARTE DE UMA DINÂMICA INTERNA SUBJACENTE (ESTRUTURALISMO). PARA CADA CASO REALIZA-SE UMA ANÁLISE QUE ENVOLVE: VARIÁVEIS SÓCIO-CULTURAIS VARIÁVEIS ORGÂNICAS VARIÁVEIS DA RELIGIÃO VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS INDIVIDUAIS VARIÁVEIS FAMILIARES OUTRAS VARIÁVEIS Avaliação Comportamental PROCEDIMENTO TERAPÊUTICO COMPORTAMENTAL: Não se avalia o problema como sintoma subjacente a uma problemática interna. A Avaliação busca compreender o que o cliente FAZ ao invés de diagnosticar o que ele TEM. Ex. Dois indivíduos rotulados de neuróticos de ansiedade: apresentam comportamentos diferentes e diferentes variáveis independentes cognitivas, autonômicas, motoras e ambientais. VARIÁVEIS ONTOGENÉTICAS VARIÁVEIS FILOGENÉTICAS COMUNIDADE SÓCIO-VERBAL FAZ ANÁLISE QUE ABRANGE OS PRINCÍPIOS DE APRENDIZAGEM SOCIAL, CONDICIONAMENTO OPERANTE, CONDICIONAMENTO RESPONDENTE. UTILIZA CONHECIMENTOS DE OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO: MEDICINA, SOCIOLOGIA, POLÍTICA, ETC. Topografia (forma) da resposta informa pouco Ex: agressão Função termo central da psicologia operante Não existe resposta maladaptada (Carr, Langdon e Yarbrough, 1999; Follette et. Al, 1999) Resposta produz algum benefício (imediato ou não) a quem a emite Resposta é selecionada pelas suas conseqüências COMO AS CONSEQUÊNCIAS CONTROLAM O COMPORTAMENTO? Consequência Frequência do Comportamento: AUMENTA Frequência do Comportamento: DIMINUI Aplica o estímulo Reforçamento Punição Positivo (estímulo aversivo) (estímulo positivo) Retira o estímulo Reforçamento Punição Negativo (estímulo positivo) (estímulo aversivo) Cunha, A.C.B. (1998) Possíveis conseqüências selecionadoras (Carr, Langdon e Yarbrough, 1999; Follette et. Al, 1999): Reforçamento positivo Reforçamento negativo Esquiva de tarefas indesejadas ou de custo de resposta elevado Evitar ou encerrar interações sociais indesejadas Resposta pode ocorrer sem função operante Atenção, cuidado e satisfação por parte de terceiros Acesso a eventos desejados ou atividades preferidas Reforçamento sensorial – estimulação visual, auditiva, tátil, gustativa Auto-adição – Ex: comportamento autolesivo pode produzir a liberação de opiáceos endógenos pode ser respondente a estímulos eliciadores Interação entre contingências respondentes e operantes Pressupostos da Avaliação Comportamental (adaptado de Keefe, Kopel e Gordon, 1980 apud Zamignani e Kovak,2002) Foco no comportamento; Ênfase na relação entre organismo e ambiente; Busca das variáveis mantenedoras e estabelecedoras do comportamento. O comportamento problema não é tipicamente mal-adaptado (pois tem uma função, ou seja, produz benefícios observáveis). Comportamentos desadaptados: são aprendidos pela pessoa e podem ser desaprendidos. Princípio da amostragem direta – comportamento problema não é visto como sintoma de problema subjacente. Princípio das definições operacionais: condições vagas ou gerais devem ser traduzidas em definições operacionais (que permitam a observação e descrição das condições envolvidas). Ex: ansiedade Objetivo da avaliação comportamental: descobrir as relações funcionais. Na clínica: hipóteses funcionais. UM ROTEIRO PARA O DIAGNÓSTICO COMPORTAMENTAL (Frederick H. Kanfer e George Saslow) Análise inicial da situação – problema: - Repertório do cliente X circunstâncias - Amplitude do repertório comportamental não problemático - Decisão do ponto inicial do tratamento - Avaliação cultural do comportamento (conseqüência deste para outras pessoas). UM ROTEIRO PARA O DIAGNÓSTICO COMPORTAMENTAL (Frederick H. Kanfer e George Saslow) Excessos Comportamentais: - Classes de comportamentos descritos como problemáticos que ocorrem em excesso em sua: - Freqüência; - Intensidade; - Duração. UM ROTEIRO PARA O DIAGNÓSTICO COMPORTAMENTAL (Frederick H. Kanfer e George Saslow) Déficits Comportamentais: - Classes de respostas descritas como problemáticas porque deixa de ocorrer com: - Suficiente freqüência; - Intensidade adequada; - De maneira apropriada; - Nas condições socialmente previstas. UM ROTEIRO PARA O DIAGNÓSTICO COMPORTAMENTAL (Frederick H. Kanfer e George Saslow) Reservas Comportamentais: - Comportamentos não problemáticos. O que o cliente faz bem. Seus comportamentos sociais adequados. Seus talentos especiais. - Ponto de partida para modificação de comportamento (trabalho natural). ANÁLISE FUNCIONAL não é sinônimo de avaliação comportamental é uma ferramenta para a Avaliação E Intervenção comportamental (Fernandez-Ballesteros, 1994) SKINNER E A ANÁLISE FUNCIONAL: ( Neno, 2003; Andery,Micheletto & Sério , 2000) 1945 •1953 1957 Verbal Behavior: •1947 1974 About Behaviorism ATIVIDADES DO ANALISTA DO COMPORTAMENTO DESCRITAS COMO ANÁLISE FUNCIONAL SÃO MESMO ANÁLISE FUNCIONAL? ANÁLISE FUNCIONAL COMPORTAMENTAL AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL FORMULAÇÃO COMPORTAMENTAL ANÁLISE DE CONTINGÊNCIAS AF EM SEUS DIVERSOS CONTEXTOS Vandenberghe (2002) ANÁLISE EXPERIMENTAL ANÁLISE CLÍNICA Psicoterapia Analítico-Funcional; Terapia de Aceitação e Compromisso ANÁLISE APLICADA Modificação do comportamento Economia de Fichas/ Treino de Pais PRÁTICAS DISTINTAS : TERMINOLOGIA SEMELHANTE PRÁTICAS SEMELHANTES: TERMINOLOGIA DISTINTA ANÁLISE FUNCIONAL E COMPLEXIDADE DOS PROCESSOS DE DETERMINAÇÃO DO COMPORTAMENTO REITERAR SEU CONCEITO OU REFORMULAR???? Micheletto (2000) ANÁLISE FUNCIONAL NA PRÁTICA DO ANALISTA DO COMPORTAMENTO: ( Andery; Micheletto & Sério , 2000) Quais as condições que controlam o uso desta terminologia no nosso discurso profissional? Ou dito de outra forma, quais seriam as circunstâncias em que nós analistas do comportamento, empregamos o termo? ANÁLISE FUNCIONAL Análise das contingências em atuação: variáveis ambientais e comportamentais “O analista do comportamento investiga e usa unidades funcionais do comportamento.” Macro e microanálise microscópica (foco da busca dos determinantes do cpto. problema no cpto. atual, que está causando problema) e macroscópica (cpto. problema visto em interação com outros cptos.). ANÁLISE FUNCIONAL DE CADA CASO EM PARTICULAR: BUSCANDO ANALISAR PORQUE O INDIVÍDUO, DENTRO DE DETERMINADAS CIRCUNSTÂNCIAS, COMPORTA-SE DAQUELA MANEIRA, E PORQUE ESTE COMPORTAMENTO SE MANTÉM. OBJETIVA INVESTIGAR AS VARIÁVEIS QUE ORIGINAM OS COMPORTAMENTOS E AS VARIÁVEIS DE MANUTENÇÃO DOS MESMOS. PROCURA RESPONDER: Qual a função deste comportamento para aquela pessoa? OU Qual a relação funcional entre esse comportamento e seus efeitos? => O que acontece? Em quais circunstâncias? Com quais conseqüências? (Vanderberghe, 2002) AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL (Barrios, 1988, apud Zamignani e Kovak, 2002) “a avaliação não é feita apenas antes da intervenção, mas durante toda a intervenção e mesmo após seu término, quando se deseja saber a permanência dos efeitos do tratamento.” SISTEMATIZAÇAO DE PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS (Zamignani e Kovak, 2002; Neves Neto, 2002; Lettner, 1995; Silvares & Gongora, 1998 ) AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL 1. COLETA DE DADOS 2. FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES 3.CONTROLE DE MUDANÇAS NAS VARIÁVEIS DEPENDENTES E INDEPENDENTES 4. REFORMULAR HIPÓTESES 5. RELACIONAR AS VARIÁVEIS ÀS QUEIXAS DO CLIENTE 6. PROPOR UMA METODOLOGIA DE MUDANÇA VÁRIOS MÉTODOS E TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS VISANDO AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA INICIAL OU DO SEGUIMENTO TERAPÊUTICO: COLETA DE DADOS FORNECE DADOS SEGUROS PARA A CONCEITUALIZAÇÃO COMPORTAMENTAL E ANÁLISE FUNCIONAL. MÉTODOS DE COLETA DE DADOS PARA AVALIAÇÃO COMPACTUAM COM UM MODELO BIOPSICOSSOCIAL (MÚLTIPLAS INTERAÇÕES ENTRE FÍSICO, PSÍQUICO E AMBIENTE). MÉTODOS EXIGEM FORMAÇÃO TEÓRICA E TREINAMENTO PRÁTICO: FORMULAÇÕES VINDAS DA COLETA SERVIRÃO PARA O PLANEJAMENTO DAS INTERVENÇÕES. I) TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO: Observação Direta: registro de dados sobre o comportamento e o ambiente Pode revelar variáveis de controle que passaram desapercebidas na entrevista. ONDE (será observado: situação) QUANDO (será observado: data e hora) QUEM (será objeto de observação: pessoa(s)) O QUE (será observado: qual(is) comportamento(s) ou ambiente(s)) POR QUÊ (será observado: limites e possibilidads desta observação) COMO (será observado: técnicas de registro) I) TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO: PROBLEMAS ENCONTRADOS NA OBSERVAÇÃO DIRETA: Avaliar comportamentos com baixa freqüência; Custos financeiros e de tempo para a realização; Complexidade na observação de alguns comportamentos; Impossibilidade de avaliar comportamentos encobertos; Tende a fornecer poucas observações; problemas com fidedignidade e validade. OBSERVAÇÃO DIRETA É SEGUNDO NEVES NETO (2002) : “ a responsabilidade de ter olhos quando os outros perderam” ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA; José Saramago (1995) I) TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO: Relação Terapêutica Sentimentos e emoções do terapeuta e do cliente Observação do cliente na sessão A RELAÇÃO TERAPÊUTICA COMO AMBIENTE PARA COLETA DE DADOS (Rangè, 1998; Zamignani e Kovac, 2002) => A RELAÇÃO TERAPÊUTICA COMO AMBIENTE PARA ANÁLISE FUNCIONAL EVENTOS QUE OCORREM NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA PERTENCEM A UMA CLASSE FUNCIONAL AMPLA: RELACIONAMENTO NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA AS VARIÁVEIS ÀS QUAIS TEMOS ACESSO SÃO EMINENTEMENTE VERBAIS TRATAR O RELATO COMO O COMPORTAMENTO FOCO DA ANÁLISE E MANIPULAR VARIÁVEIS QUE TERÃO EFEITO SOBRE ESSA CATEGORIA DE COMPORTAMENTOS EX: KOHLENBERG – EVOCAÇÃO DE CRBS; II Testes e Escalas de avaliação Testes (inteligência, projetivos, etc.) Não são utilizados em sua função tradicional diagnóstica Fornecem uma amostra do desempenho atual do cliente em habilidades específicas Testes projetivos podem ser Ss suplementares para a obtenção de dados sobre o comportamento do cliente Escalas de avaliação Problemas relacionados ao relato verbal como dado Estímulo (verbal) apresentado no teste solicita do cliente apenas uma resposta (verbal) a respeito do evento Pode servir como base para o planejamento II Testes e Escalas de avaliação DEVEM-SE SEGUIR OS MESMOS CRITÉRIOS QUE SE UTILIZAM EM PSICOLOGIA PARA O USO CORRETO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIDA PSICOMÉTRICA (VALIDADE= VER SE INSTRUMENTO MEDE O QUE ELE SE PROPÕE ; PRECISÃO= REPRODUÇÃO DOS MESMOS RESULTADOS EM MOMENTOS DIFERENTES). USAR COM MÉTODO RIGOROSO CIENTIFICAMENTE: CONHECIMENTO; TREINAMENTO E SUPERVISÃO PARA A NÃO BANALIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS. III) TÉCNICAS DE ENTREVISTA (NEVES NETO, 2002;SILVARES & GONGORA, 1998 ) RECURSO MUITO UTILIZADO É ÚTIL POR QUE: FORNECE GRANDE QUANTIDADE DE INFORMAÇÕES SOBRE A PESSOA; SEUS COMPORTAMENTOS; COGNIÇÕES, EMOÇÕES, ALÉM DE PERMITIR MAIOR INTERAÇÃO ENTRE O CLIENTE E O TERAPEUTA. UTILIZADA EM PRATICAMENTE TODAS AS ABORDAGENS PSICOTERAPÊUTICAS É TAMBÉM MUITO UTILIZADA, INCLUSIVE COMO RECURSO DE INTERVENÇÃO. TIPOS: ENTREVISTA ABERTA: LIVRE ENTREVISTA SEMI-ABERTA: SEMI-ESTRUTURADA ENTREVISTA FECHADA: ESTRUTURADA III) TÉCNICAS DE ENTREVISTA (SILVARES & GONGORA, 1998 ) INTERAÇÃO VERBAL ENTRE DUAS PESSOAS (APLICA-SE AQUI OS MESMO PRINCÍPIOS, LEIS OU PROCESSOS GERAIS QUE SE APLICAM A QUALQUER INTERAÇÃO VERBAL. HÁ NESSA INTERAÇÃO A INFLUÊNCIA MÚTUA ENTRE AS DUAS PESSOAS ENVOLVIDAS AQUI ENTRA A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO TERAPÊUTICA COMO FERRAMENTA QUE AUXILIA A COLETAR DADOS E FAZER INTERVENÇÕES III) TÉCNICAS DE ENTREVISTA (SILVARES & GONGORA, 1998 ) OBJETIVOS a) Interacionais b) Coleta de Dados c) Intervenção ESTRUTURA Etapa Inicial (MAIS LIVRE – INFORMAÇÕES MAIS GERAIS) Queixa Livre (MAIS LIVRE – INFORMAÇÕES MAIS GERAIS) Queixa Dirigida (MAIS DIRIGIDA – INFORMAÇÕES SOLICITADAS PELO T) Encerramento (PREPARAÇÃO PARA A INTERRUPÇÃO DO PROCEDIMENTO E EXPLICAÇÃO DO ENCAMINHAMENTO DA SITUAÇÃO) III) TÉCNICAS DE ENTREVISTA (SILVARES & GONGORA, 1998 ) DADOS A SEREM COLHIDOS DADOS PESSOAIS DO CLIENTE DADOS DO NÚCLEO FAMILIAR APARÊNCIA GERAL O CLIENTE DURANTE A ENTREVISTA COMO CHEGOU AO TRATAMENTO BIOGRAFIA COMPORTAMENTOS PROBLEMA QUE MOTIVARAM A PROCURA DO TRATAMENTO DESCREVER OPERACIONALMENTE A QUEIXA HIERARQUIZAÇÃO DAS QUEIXAS DADOS A SEREM COLHIDOS (CONT.) ESPECIFICAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS PROBLEMA 9.1 DIMENSÕES DO COMPORTAMENTO PROBLEMA – FREQÜÊNCIA, INTENSIDADE E DURAÇÃO. 9.2 EVENTOS RELACIONADOS À OCORRÊNCIA DO PROBLEMA, OU SEJA, CIRCUNSTANCIAS NAS QUAIS O PROBLEMA OCORRE 9.3 CIRCUNSTÂNCIAS NAS QUAIS O COMPORTAMENTO NÃO OCORRE 9.4 DADOS HISTÓRICOS DO PROBLEMA: COMO E QUANDO SE INICIOU 9.5 EXEMPLO DE OCORRÊNCIA DO PROBLEMA 9.6 O QUE IMEDIATAMENTE ANTES E IMEDIATAMENTE DEPOIS DA OCORRÊNCIA DO PROBLEMA 9.7 CONSEQÜÊNCIAS GERAIS DO PROBLEMA E CONSEQÜÊNCIAS QUANDO O COMPORTAMENTO NÃO OCORRE 9.8 PENSAMENTOS, CRENÇAS ATITUDES E SENTIMENTOS DO CLIENTE QUANDO DA OCORRÊNCIA DO PROBLEMA 9.9 O QUE OUTRAS PESSOAS DIZEM SOBRE O PROBLEMA DADOS A SEREM COLHIDOS (CONT.) 10)OBJETIVOS OU METAS DO CLIENTE PARA A TERAPIA 11)PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO CLIENTE EM RELAÇÃO AS POSSIBILIDADES DE TRATAMENTO 12) PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO AMBIENTE 13) TRATAMENTOS ANTERIORES 14) CONDIÇÕES GERAIS DE SAÚDE 15) MOTIVAÇÃO DO CLIENTE PARA O TRATAMENTO 16) REFORÇADORES POTENCIAIS 17) AVALIAR RISCOS E POSSÍVEIS CRISES IMEDIATAS 18)IDENTIFICAR RESPOSTAS EMOCIONAIS AOS PROBLEMAS 19)LEVANTAR DADOS DE RELAÇÃO ENTRE OS DIVERSOS PROBLEMAS APRESENTADOS 20)LEVANTAR QUAISQUER OUTROS DADOS DE INTERESSE PARA A COMPREENSÃO DA QUEIXA. Caracterização do(s) comportamento(s) alvo Identificação de variáveis ambientais relevantes Organização da queixa de acordo com os princípios da análise do comportamento Etapas da Avaliação Comportamental (adaptado de Follette, Naugle e Linnerooth, 1999) apud Zamignani e Kovak, 2002 sim Avaliação e intervenção completas Delineamento da intervenção Implementação da intervenção Avaliação dos resultados Os resultados foram satisfatórios? não Reformulação da conceitualização funcional VOLTANDO AO CASO CLÍNICO G. (VERA REGINA L. OTERO; YARA K. INGBERMAN) : I) HISTÓRICO DA AQUISIÇÃO DA DEPRESSÃO: a) Análise do comportamento: comportamento humano deve ser reforçado para que continue a ser emitido. No caso de G. não havia conseqüências reforçadoras a seus comportamentos, ocorrendo gradualmente a diminuição da freqüência. G. passa a comportar-se isoladamente, buscando reforçadores em outros aspectos (leituras, fantasias, etc.). Baixa taxa de reforçamento no ambiente interpessoal => Não pode identificar satisfação contingente a relacionamentos interpessoais positivos. b)Comportamentos de aproximação social: não houve história de aprendizagem satisfatória (não brincava com outras crianças; pai com histórico de repressão, impediu que desenvolvesse o repertório social mais amplo). c) Projeção distorcida do ambiente: associava que após eventos satisfatórios iria levá-la a sentimentos negativos (caixa de lápis de cor; aniversário): prazer e satisfação são para os outros. Esquiva de situações de prazer para evitar sentimentos de perda, ameaça e sofrimento. d) Modelos parentais que não propiciaram identificação positiva com o pai (autoritário) e a mãe (não permitindo que ela a tomasse como modelo) => baixo repertório de aproximações afetivas. II) HISTÓRICO DOS MANTENEDORES DOS COMPORTAMENTOS DE ESQUIVA DAS RELAÇÕES AFETIVAS: No momento em que procura a terapia (comportamentos de sofrimento atuais), G. sugere estar respondendo a distorções de percepção acerca de si e dos outros (mantenedores da esquiva). Auto-imagem negativa; Ansiedade social; Sentimento de incapacidade; Sensação de que os outros têm dela a mesma percepção (não faz teste de realidade); Alta taxa de comportamentos emitidos sob controle do reforçamento negativo (brigar com o filho para não assumir responsabilidades; ser agressiva e não ser assertiva). III) PROPOSTAS DA TERAPEUTA PARA MODIFICAÇÃO DE PADRÕES COMPORTAMENTAIS: Aumentar a percepção e leitura comportamental no contato com o ambiente =>aumentar a freqüência de comportamentos e desenvolver repertório de enfrentamento (VARIABILIDADE COMPORTAMENTAL), bem como propiciar taxa de discriminação positiva do ambiente; Trabalhar auto-imagem: mudar as distorções sobre si e sobre as pessoas, para possibilitar que a mesma se relacionasse de forma mais satisfatória comas pessoas e consigo mesma; Identificar os principais medos de G. decorrentes de sua inabilidade social: instalar repertório de testar o ambiente para verificar as conseqüências (positivas ou negativas) e os sentimentos associados; Ajudá-la a discriminar os antecedentes de sua história de depressão: modelos aprendidos e condicionados e suas funções no processo de esquiva da cliente. Resultados: Aumento da capacidade de ação e identificação de fontes de satisfação (Aumento expressivo de taxa de comportamentos emocionais adequados (diminuição da agressividade e esquiva). Curso De Especialização Psicoterapia Cognitivo-Comportamental E Análise Do Comportamento Módulo: Avaliação e Diagnóstico Comportamental Professora: Psicóloga Ms Cristina Di Benedetto Data: 01 e 02 de Junho de 2012 AVALIAÇÃO DO MÓDULO A partir do texto entregue a cada grupo, apresente: a) Identificação do caso (conforme o modelo); b) A queixa trazida no momento do início da terapia (geral) E a descrição de pelo menos alguns comportamentos problema, que foram foco de análise e intervenção (isso vai variar de acordo com cada caso estudado); c) Apresentar quais as formas de coleta de dados do caso realizadas pelo profissional; d) Usando o esquema do Zamignani e Kovac (2002): completar, com cada comportamento problema escolhido, e) Apresentar o caso para o grupo todo. “ Tudo é uma questão de conseqüências”.... Skinner REFERÊNCIAS KANFER, F. H. e SASLOW, G. Um roteiro para diagnóstico comportamental. Disponível em http://www.terapiaporcontingencias.com.br/textos_autores.html MATOS, Maria Amélia. Análise funcional do comportamento. Estudos de Psicologia, 16 (3),set./dez. 1999. MEYER, S.B.; VERMES, J. S. (2001). Relação terapêutica. IN: RANGE, B. (Org) (2001) Psicoterapias cognitivo-comportamentais. Um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre: Artmed. MEYER, S.B. (1997). O conceito de análise funcional. IN: DELLITI, M.(Org.). Sobre comportamento e cognição. A prática da análise do comportamento e da terapia cognitivocomportamental. São Paulo: Arbytes. Vol. 2. Cap. 5. p. 31-36 MEYER, S. B. (1995). Quais os requisitos para que uma terapia seja considerada comportamental? http://www.roadnet.com.br em 02/2002. NELSON, R. O. , & HAYES, S. C. (1986). A natureza da avaliação comportamental. 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