Encontro sobre a participação ativa na Arte dos cidadãos com Deficiência CIEJD, 28 de Abril de 2011 Agradeço a disponibilidade da participação Representação da Comissão Europeia em Portugal, da Associação Nacional de Arte e Criatividade de Pessoas com Deficiência em participar neste encontro. É com muito gosto que o Centro Jacques Delors promove esta reflexão por ocasião da inauguração em Lisboa da Exposição da ANACED, UNTITLE, a qual encerra aqui a sua itinerância. Sendo uma exposição de Pintura coletiva, pareceu-nos bem que o mote para reflexão fosse sobre a participação ativa dos cidadãos com deficiência na Arte. Sem prejuízo para que com a ajuda da ANACED possamos descobrir este âmbito, estou certa de que todos desejaríamos que a nossa sociedade refletisse a participação ativa dos cidadãos com deficiência em todos os aspetos da vida política, social, económica, cultural e artística. O contexto em que esta iniciativa tem lugar reforça o seu sentido de oportunidade. Gostaria de referir 3 âmbitos: Nações Unidas, plano nacional e da União Europeia. Em Janeiro de 2011, a União Europeia ratificou a Convenção da ONU sobre direitos das Pessoas com Deficiência, tendo-se tornado, como um todo, pela primeira vez, parte de um tratado internacional de direitos humanos. Esta foi uma prerrogativa decorrente do Tratado de Lisboa, pelo qual a UE passou a ser uma entidade única, dotada de personalidade Palacete do Relógio Cais do Sodré 1200-450 Lisboa tel.: +351 211 225 000 fax: +351 211 225 049 e-mail: [email protected] Internet: www.eurocid.pt jurídica, o que permite ter capacidade para celebrar acordos internacionais ou tornar-se membro de uma Organização Internacional. Portugal foi, de resto, um dos Estados Membros que ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência tendo-a confirmado junto do Secretariado-Geral das Nações Unidas em Setembro de 2009. Através deste instrumento comprometeu-se a promover, proteger e garantir condições de vida dignas às pessoas com deficiências e incapacidades em âmbitos muito concretos, que se traduzem em direitos económicos sociais e culturais. Daí que a Resolução do Conselho de Ministros nº97/2010 de 14 de Dezembro do ano passado se apresente com a maior importância pois através dela foi aprovada a Estratégia Nacional para a Deficiência 20112013, definindo um conjunto de medidas plurianuais, distribuídas por 5 áreas de ação. Temos agora um caminho definido na lei para ser posto em prática, de facto, pelas múltiplas entidades responsáveis. Em Novembro de 2010, a Comissão Europeia (CE) adoptou A "Estratégia Europeia para a Deficiência 2010-2020 que visa remover os obstáculos que impedem as pessoas com deficiência de participar em pleno na sociedade numa base de igualdade perante os demais cidadãos. Mas sobre este ponto teremos oportunidade de ouvir a Representação da Comissão Europeia. O Centro Jacques Delors, também tem contribuído na prática e no âmbito da sua missão para a sensibilização junto dos cidadãos sobre este tema e tem-no feito visando uma melhor informação dos cidadãos sobre as políticas que melhoram a acessibilidade das pessoas com deficiência. Palacete do Relógio Cais do Sodré 1200-450 Lisboa tel.: +351 211 225 000 fax: +351 211 225 049 e-mail: [email protected] Internet: www.eurocid.pt Em 2010, por exemplo, o CIEJD efetuou melhoramentos à sua Biblioteca digital, para que esta pudesse cumprir as diretrizes definidas 1 relativas à acessibilidade do conteúdo da Web para os cidadãos com necessidades especiais. Utilizando um novo mecanismo de certificação criado pelo Programa Acesso2, foi em Abril/Maio, viu atribuída a certificação de nível AAA (nível máximo) à sua Biblioteca, tornando-se a primeira biblioteca, em Portugal, com serviços on-line, com a certificação nível AAA. Orgulhamo-nos desta melhoria pois sabemos que apenas 5% das páginas Web públicas cumprem integralmente os padrões de acessibilidade à Internet. Em 2008, considerando a importância da sensibilização da temática ambiental no âmbito das ações prioritárias do Plano de Comunicação sobre a UE, junto de todos os cidadãos e tendo em conta a qualidade de 2 publicações sobre Energia e Alterações Climáticas realizadas uma pela APEA – Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente e a outra pelo GEOTA – Grupo de Estudos de Defesa do Ambiente propusemos à Representação da Comissão Europeia em Portugal a conversão em Braille dessas obras, abrangendo toda a comunidade invisual. No seu espaço de Biblioteca promoveu, em 2007, o lançamento do livro “Salvador- Ser Feliz Assim” de António Paisana e Salvador Mendes de Almeida, uma iniciativa enquadrada no Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos. A vivência do próprio Ano Europeu foi aproveitada pelo CIEJD para combater na cultura dominante, uma significativa insensibilidade perante os problemas da deficiência. na Resolução de Conselho de Ministros nº 155/2007, de 27 de Setembro 1 - Acessibilidade pelos cidadãos com necessidades especiais aos sítios da Internet do Governo e dos serviços e organismos públicos da administração central. 2 Programa ACESSO da UMIC - Acessibilidade para Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação. http://www.acesso.umic.pt/ 1 Palacete do Relógio Cais do Sodré 1200-450 Lisboa tel.: +351 211 225 000 fax: +351 211 225 049 e-mail: [email protected] Internet: www.eurocid.pt No mesmo ano a apresentação da exposição“Angola: journey through change”, de Sean Sutton, jornalista e fotógrafo do Mines Advisory Group -MAG, através da qual se pretendia sensibilizar o público para a problemática da comunidade angolana vítima da contaminação de minas e engenhos explosivos, e mostrar como o MAG ajudou o povo angolano a sobreviver a esta tragédia. Hoje é a vez de acolhermos esta exposição e fazemo-lo em parceria com a ANACED e o apoio do BANIF e DG Artes do Ministério da Cultura, estando o CIEJD naturalmente aberto a colaborar com as entidades sempre que as iniciativas contribuam para uma maior e melhor cidadania europeia. Há alguns organismos públicos e privados, sobretudo organizações nãogovernamentais, que constituem já uma grande resposta às situações concretas; apesar disso, são insuficientes perante o número de pessoas que devem ser atendidas e acompanhadas no seu desenvolvimento. Há que incentivar, por todos os meios, uma consciência maior do problema da exclusão das pessoas com deficiência e da urgência em construir uma cultura da inclusão, vivida em todos os âmbitos: na família, na escola (no âmbito da educação para os valores e para os valores europeus e para a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia), nos serviços públicos, nas unidades de saúde, na vida social, política, etc. Desejamos que esta exposição pelo seu carater interativo possa ser um bom contributo para a cultura de inclusão que todos desejamos. Palacete do Relógio Cais do Sodré 1200-450 Lisboa tel.: +351 211 225 000 fax: +351 211 225 049 e-mail: [email protected] Internet: www.eurocid.pt