Estimação de Curvas de Carga dos Transformadores de Distribuição através de TipologiasMicro-Regionalizadas Em agosto de 2005, a UniSoma entregou para a CPFL o módulo de Estimação de Curvas de Carga dos Transformadores de Distribuição através de Tipologias Micro-Regionalizadas, desenvolvido através do Software AIMMS. Tal módulo é o coração do sistema proposto pelo projeto de P&D 129-04, que objetiva garantir um ambiente completo para coleta, armazenamento, tratamento e análise de curvas de cargas dos transformadores. Descrição do Problema Uma Curva de carga é a representação gráfica da evolução temporal do consumo de energia elétrica, em um determinado ponto da malha elétrica. Normalmente, são exibidas segundo um horizonte diário e uma discretização de 15 minutos. A curva de carga de um transformador consolida a demanda de todos os consumidores por ele servidos, assim como das perdas decorrentes da distribuição da energia elétrica. O acompanhamento da evolução da curva de carga de transformadores é tarefa fundamental para empresas de comercialização de energia, como é o caso da CPFL. Através deste monitoramento é possível estabelecer modelos de previsão de crescimento da curva de carga e, consequentemente, políticas otimizadas para a expansão da rede de distribuição. Entretanto, isto requer o uso de equipamentos de medição caros e sofisticados. Em termos práticos, a medição é economicamente inviável, haja vista o grande número de trafos (transformadores de distribuição) que fazem parte da rede. O Desafio Os consumidores de energia elétrica são categorizados em diversas classes de consumo ou atividades como, por exemplo, residencial, comercial, industrial, rural, etc. O comportamento de consumo típico (ou médio) dos clientes de uma determinada categoria em uma determinada micro-região geográfica é representado através de sua PU. Esta curva de valores adimensionais (a somatória de todos os pontos é igual a 1) é tal que, multiplicada pelo consumo de energia total diário, gera a curva de carga da categoria (ou tipologia). A curva de carga de um determinado transformador é a soma das curvas de carga das várias tipologias. Em resumo, é possível estimar a curva de carga de um transformador cruzando-se os consumos de seus clientes (categorizados por classe de consumo) com as tipologias típicas das várias classes. O consumo esperado de um transformador é facilmente identificado; para isto, basta recorrer à base de informações de faturamento da empresa. O mesmo não se pode dizer em respeito às tipologias, que indicam a tendência de consumo ao longo do tempo. Em primeiro lugar, há tipologias diversas para uma mesma classe de consumo. O comportamento típico de consumo de um bairro residencial de alta-renda não é o mesmo de um de classe inferior; é por isto que se diz que as tipologias são microregionalizadas. Além disso, elas mudam com o tempo, segundo a dinâmica de mudanças sócio-econômicas do espaço geográfico. 1/3 UniSoma Computação Ltda Rua Benedita Amaral Pinto, 330 – Santa Genebra – Campinas – SP – CEP 13080-080 – Fone: 19 3208 0006 – www.unisoma.com.br – [email protected] Em 2004 a CPFL, através de seu Programa de P&D, financiou a UniSoma para, em parceria com a Serviços Especilizados (SEST), desenvolver um projeto de “Estimação de Curvas de Carga dos Transformadores de Distribuição através de Tipologias Micro-Regionalizadas”. Duas idéias fundamentais nortearam a concepção deste projeto. A primeira foi a de conceber uma metodologia que estimasse as tipologias a partir do cruzamento de informações de faturamento com curvas de carga medidas, de um sub-conjunto amostral do universo de transformadores. A segunda envolveu o desenvolvimento de um medidor de curva de carga, de baixo custo, cuja posterior produção “em escala” permitisse a coleta de dados amostrais compatível com a precisão requerida na estimação das tipologias. Através da metodologia e do medidor seria possível estimar, com o nível de precisão necessário, as curvas de carga de todos os transformadores da rede. A Solução A descrição a seguir resume-se à metodologia de estimação de tipologias desenvolvida no âmbito do projeto, que resultou no “Sistema de Estimação de Curvas de Carga dos Transformadores de Distribuição através de Tipologias Micro-Regionalizadas”. Tal sistema, desenvolvido em linguagem AIMMS, tem por componente básico um modelo de programação matemática que, como descrito anteriormente, estima as tipologias das várias classes de consumo a partir das informações de mercado e de uma amostra de curvas de carga reais de campo. O processo de estimação, via resolução do modelo, consiste numa busca por soluções para as PUs das várias categorias que minimizem a diferença entre curvas de carga medidas e estimadas dos vários pontos de medição da massa de calibração. A curva estimada de cada trafo é calculada como a soma das PUs das classes, ponderadas pela carga média total dos usuários de cada classe (informações de mercado). Outro componente importante do Sistema de Estimação de Tipologias é sua Interface de Uso, que foi implementada para permitir que os dados de entrada do modelo pudessem ser informados da forma prática e automática, e que suas saídas fossem exibidas da maneira mais clara possível. O Sistema possui ainda um Banco de Dados para uso Interno e, externamente, um aplicativo de PréTratamento de Dados para tratar e alimentar os dados de faturamento e leituras, oriundos dos Sistemas de Informação da CPFL. Os Resultados Os dados de testes utilizados na calibração e validação do modelo foram obtidos junto a CPFL e diziam respeito a um conjunto de 70 trafos, cujas curvas de carga foram medidas em campo. O processo de calibração demandou aprimoramentos no Sistema, tais como: 2/3 UniSoma Computação Ltda Rua Benedita Amaral Pinto, 330 – Santa Genebra – Campinas – SP – CEP 13080-080 – Fone: 19 3208 0006 – www.unisoma.com.br – [email protected] » Suavização das Curvas de Carga Amostrais – procedimento que é feito previamente à execução do modelo, para expurgar dos resultados efeitos de oscilação nas curvas de carga que não representam tendências de consumo; » Fator de Ajuste – foi incorporado no modelo um grau de liberdade adicional, de forma a comportar desajustes entre as informações de faturamento e as curvas de carga medidas. Por exemplo: um trafo tem um consumo faturado de 250 kWh/dia, mas a medição em campo aponta para 500 kWh/dia; embora as tipologias sejam as mesmas, a curva de carga resultante estará num patamar diferente; » Iluminação Pública – foi considerado o consumo devido a iluminação pública, levando em conta inclusive a época do ano (efeito de solstício), para que este não afete as tipologias de consumo das demais categorias; » Diferentes Critérios de Ajuste – há diversas funções objetivo que podem ser utilizadas no processo de estimação, cada qual com um efeito distinto nos resultados. As opções de ajuste são as seguintes: » Norma Absoluta e Erro Quadrático Médio Absoluto: priorizam trafos com maior faturamento, pois o erro será minimizado com prioridade proporcional ao consumo. » Norma Relativa e Erro Quadrático Médio Relativo: propiciam um ajuste mais homogêneo para todos os trafos (não necessariamente de acordo com o consumo). » Norma Ponderada pelos Picos: prioriza o ajuste das curvas nos picos de consumo. Para a resolução das instâncias de calibração foram utilizados os solvers XA 13 e CONOPT 3.14, de programação linear e não linear, respectivamente. A aplicação do modelo de estimação em uma massa de validação demonstrou a robustez da metodologia, no que diz respeito à homogeneidade, representatividade e qualidade das informações consideradas na calibração. Para a maioria dos trafos de validação (70 trafos que tiveram suas curvas de carga medidas em campo) as curvas de carga estimadas pelo modelo eram totalmente aderentes às medidas. Para alguns trafos, percebeu-se uma diferença significativa entre as curvas de carga estimada (baseada no cadastro de faturamento) e medida; análises posteriores (incluindo visitas a campo) mostraram que tais desvios decorriam de discrepâncias entre as informações de mercado e de medição, o que mostrou que o sistema pode ser utilizado como uma ferramenta adicional de identificação de problemas como perdas na distribuição e no faturamento. Sobre a CPFL Privatizada em 2007, a CPFL Energia é uma holding atualmente controlada pela VBC Energia (Grupo Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa), pelo Fundo de Pensão dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e pela Bonaire Participações (que reúne os fundos de pensão Funcesp, Sistel, Petros e Sabesprev). A CPFL é a maior companhia privada do setor elétrico brasileiro e atua nos segmentos de distribuição, geração e comercialização de energia elétrica, nos mercados livre e regulado. 3/3 UniSoma Computação Ltda Rua Benedita Amaral Pinto, 330 – Santa Genebra – Campinas – SP – CEP 13080-080 – Fone: 19 3208 0006 – www.unisoma.com.br – [email protected]