Cliente:
Instituto Fractal
Veículo:
Jornal GGN
Assunto:
Abertura de banco dos BRICS é alvo de elogios e
perspectivas favoráveis
Data:
22/07/2014
http://jornalggn.com.br/noticia/abertura-de-banco-dos-brics-e-alvo-de-elogios-eperspectivas-favoraveis
Abertura de banco dos BRICs é alvo de elogios e perspectivas favoráveis
TER, 22/07/2014 - 17:56
Tatiane Correia
Jornal GGN - Em meio a uma série de acordos fechados, o principal anúncio da 6ª
Cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul,
envolveu a criação de um Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), anunciada para que
países em desenvolvimento dependam menos de outros organismos multilaterais,
como o Fundo Monetário Mundial (FMI). A decisão tomada foi cercada de elogios e de
perspectivas otimistas tanto por parte dos envolvidos na operação como por
economistas e analistas.
“Eu tenho uma visão bastante positiva. Acho que os BRICs criaram identidade própria,
embora existam tantas divergências e diferenças nas suas economias e culturas”,
explica o economista Celso Grisi, diretor presidente do Instituto Fractal de Análises de
Mercado. “Ele se constitui em uma alternativa interessante na medida em que o
mundo desenvolvido cresce lentamente, e os países procuram obter vantagens
recíprocas nas trocas que fazem entre si e nas demais trocas com o mundo, e até
porque seria uma forma de aumentar a força desse grupo de países”.
O economista também acredita que o bloco precisava de uma instituição semelhante
uma vez que, para Grisi, “não é qualquer banco que tem interesse em fortalecer essas
relações comerciais, na medida em que as fortaleça faz com que países ou regiões em
que esses bancos estão se enfraqueça”.
O economista explica ainda que a utilização de moedas locais nas trocas entre os
países é um outro fator que não deve ser descartado do debate. “Quando você tem a
valorização do dólar ante essas moedas, perde-se a competitividade lá fora. Como
todos perdemos, em relação a nós mesmos é como se nada tivesse acontecido. E se
isso atinge a moeda nacional, também atinge outros países”. Neste caso, a reserva
internacional em moedas locais mantida pelo Brasil faz co que o país tenha alguma
independência em fluxos comerciais em moeda forte.
E por conta desse cenário de fortalecimento de postura, o economista diz que existem
países não muito afeitos ao reforço dos BRICs, e o fato de se realizar operações
comerciais com países em sua moeda local “será um alerta para que os países pensem
que nossas moedas não são conversíveis, e que outros bancos tem dificuldade em
aceitar. Os bancos comerciais não gostam de ficar operando em outras moedas porque
falta a conversibilidade necessária a uma moeda que se dispõe a ser internacional. Por
isso, a operação de troca nos alerta para que a conversibilidade é algo importante e
que precisa ser concedido pelo estabelecido. Uma ordenação completa da vida dos
países só contribuiria para o Brasil e para a saúde financeira dos demais países, até
atingir conversibilidade de nossas moedas e podermos disputar em pé de igualmente
com outras moedas do mundo”.
Pelos termos estabelecidos em acordo, o Brasil poderá indicar o primeiro presidente
do Conselho de Administração do banco, enquanto a Índia terá o direito de indicar o
primeiro presidente e, a Rússia, o presidente do Conselho de Governadores. A China
venceu a disputa para sediar a instituição, que ficará em Xangai, e a África do Sul vai
sediar o Centro Regional Africano do banco. O NBD terá capital inicial autorizado de
US$ 100 bilhões e capital subscrito de US$ 50 bilhões, igualmente distribuídos entre os
cinco países que integram o Brics.
O Conselho de Administração terá entre suas funções decidir sobre planos de
investimento e de expansão. O Conselho de Governadores vai ser responsável por
supervisionar o cumprimento de diretrizes, mas também haverá uma diretoria que vai
analisar os projetos apresentados e implementar os empréstimos.
Além disso, haverá rotatividade na presidência do banco. Depois da Índia, o Brasil terá
direito a chefiar a instituição, seguido por Rússia, África do Sul e China. Os mandatos
serão de 5 anos. A criação do banco precisa ser aprovada pelos Congressos dos países
para sair do papel.
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