Relato de Caso Cirurgia Robótica Trans-Oral (TORS): relato dos dois primeiros casos de câncer de orofaringe operados no Hospital Israelita Albert Einstein Trans-Oral Robotic Surgery (TORS): report of the first two cases of oropharyngeal cancer operated on at Albert Einstein Jewish Hospital RESUMO Claudio Roberto Cernea1,2 Dorival De Carlucci Jr.1,2 Vladimir Schraibman1 Ronaldo Frizzarini3 Lenine Garcia Brandão1,2 ABSTRACT Introdução: A cirurgia robótica trans-oral (TORS) é uma nova opção para a exérese de neoplasias de orofaringe, do espaço parafaríngeo e da região supraglótica da laringe. Nos últimos cinco anos, algumas séries foram publicadas, principalmente nos Estados Unidos, com bons resultados oncológicos, porém com muito menor morbidade. Métodos: Esse é um relato dos dois primeiros pacientes com tumors de orofaringe que foram operados pelo método da TORS no Hospital Israelita Albert Einstein. Caso 1: Paciente do sexo masculino, com 53 anos, HIV+, com um câncer da amígdala palatina esquerda T2N0M0; Caso 2 – Paciente do sexo masculino, com 51 anos, fumante, com um tumor de palato mole T2N1M0. Em ambos os casos, a ressecção por meio da TORS foi bem sucedida, com margens livres, sem traqueostomia ou sonda nasogástrica, e tiveram alta após dois e três dias, respectivamente, alimentando-se por boca com dieta líquida. O primeiro paciente recebeu radioterapia adjuvante e o segundo será submetido a um esvaziamento cervical num segundo tempo. Conclusões: Neste relato preliminar, a experiência inicial com estes dois casos operados em nossa instituição é encorajadora. Obviamente, o seguimento ainda é muito limitado para se avaliar o controle oncológico, mas o método ofereceu um acesso cirúrgico seguro a estes tumores orofaríngeos, com baixíssima morbidade operatória e bons resultados funcionais imediatos. Introduction: Trans-oral robotic surgery (TORS) is a new option for the resection of neoplasms of the oropharynx, parapharyngeal space and supraglottic larynx. In the last 5 years, some series have been reported in the literature, mainly in the USA, with good oncological results, but much lesser morbidity. Methods: This is a report of the two first patients with oropharyngeal cancers who underwent resection of their tumors with TORS treated at Albert Einstein Jewish Hospital. Case 1: 53 year-old male, HIV+, with a T2N0M0 left tonsil squamous cell carcinoma; Case 2 – 51 year-old male, heavy smoker, with a T2N1M0 left soft palate squamous cell carcinoma. Both patients had their tumors successfully resected with TORS, with no tracheostomy or feeding tube, and left the hospital in 2 and 3 days, respectively, with an oral soft diet. The first patient received postoperative radiotherapy and the second will undergo a staged left neck dissection. Conclusions: In this preliminary report, the initial experience with these first two cases operated at our Institution is encouraging. Obviously, the oncologic results need to be confirmed, but the method offers a safe surgical approach to oropharyngeal tumors, with a remarkably low operative morbidity and good short-term functional results. Key words: Robotics. Oropharyngeal Neoplasms. Head and Neck Neoplasms. Carcinoma, Squamous Cell. Descritores: Robótica. Neoplasias Orofaríngeas. Neoplasias de Cabeça e Pescoço. Carcinoma de Células Escamosas. INTRODUÇÃO O câncer da orofaringe é cada vez mais prevalente. Existem várias opções terapêuticas para esses tumores, mas a maioria dos casos é tratada com extensas operações que incluem mandibulotomia ou mandibulectomia, esvaziamentos cervicais e reconstrução com retalhos, seguidas de tratamento adjuvante com radioterapia ou, mais recentemente, com protocolos de químio-radioterapia, com resgate cirúrgico quando indicado. Ambos os regimes terapêuticos envolvem morbidade significativa, particularmente quanto à deglutição, geralmente demandando uma prolongada internação hospitalar. Recentemente, uma equipe da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia demonstrou a exeqüibilidade da cirurgia robótica trans-oral (TORS) para o tratamento cirúrgico dos tumors de orofaringe e da região supra-glótica da laringe, desenvolvendo um método a partir de aprendizado com manequins, passando por cães e cadáveres não-formolizados, culminando com uma experiência cirúrgica que já acumula mais de 300 casos1-3. Esse método tem ganhado aceitação em outros serviços, principalmente nos EUA, onde bons resultados têm sido confirmados em séries ainda reduzidas4. Em nosso meio, o primeiro caso foi Instituição: Hospital Israelita Albert Einstein – Departamento de Cirurgia – São Paulo/SP, Brasil (1); Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – Departamento de Cirurgia (2) e Departamento de Otorrinolaringologia (3). Correspondência: Claudio R. Cernea – Alameda Franca, 267 cj. 21 – 01422-000 São Paulo/SP, Brasil. E-mail: [email protected] Recebido em: 01/10/2009; aceito para publicação em: 03/11/2009; publicado online em: 15/11/2009. Declaração de conflito de interesses – Os dois primeiros autores (CRC e DDCJr.) tiveram o seu treinamento e certificação em cirurgia robótica efetuado na Universidade da Pensilvânia na Filadélfia parcialmente financiado pela Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein, mantenedora do Hospital Israelita Albert Einstein. 276 Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 38, nº 4, p. 276 - 279, outubro/ novembro / dezembro 2009 operado em outra Instituição5. Esse é um relato preliminar dos dois primeiros pacientes com tumors malignos de orofaringe submetidos à TORS no Hospital Israelita Albert Einstein. RELATO DOS CASOS Caso 1 – Esse paciente, do sexo masculino, com 53 anos, médico, não fumante, referia uma história de dois meses de incômodo na garganta. Além disso, sofria de AIDS há 18 anos, recebendo atualmente o tratamento com associação de retrovirais, com imunidade próxima a zero. Foi tratado por um Otorrinolaringologista com antibióticos, sem resposta. Um cirurgião de cabeça e pescoço observou uma massas submucosa com 3,2cm na loja amigdaliana esquerda e fez uma biópsia trans-mucosa, que revelou um carcinoma epidermóide moderadamente diferenciado, estadiado como T2N0M0. As opções terapêuticas oferecidas ao paciente foram ressecção cirúrgica convencional, incluindo traqueostomia, mandibulectomia segmentar, esvaziamento cervical e reconstrução com retalho peitoral maior, com possível radioterapia pós-operatória, ou iniciar o tratamento com associação químio-radioterápica, seguida de resgate cirúrgico se necessário. Entretanto, o paciente não se mostrava disposto a enfrentar um procedimento cirúrgico de grande porte, por conta de sua frágil saúde e seu infectologista considerou que seu doente estava por demais imunossuprimido para receber quimioterapia. Assim, após uma discussão franca, o paciente concordou em ser submetido à TORS, com esvaziamento cervical eletivo seletivo num segundo tempo. Em junho de 2009, ele foi o primeiro caso operado com essa técnica no Hospital Israelita Albert Einstein. Após uma intubação oral e a colocação de um afastador bucal estático, o robô DaVinci® S foi estacionado ao lado direito do doente, com os braços perto de sua boca (Figura 1). Em seguida, eles forma inseridos pela cavidade oral (Figura 2). A TORS começou com a ajuda do primeiro assistente posicionado próximo à boca do paciente, cujas funções foram: aspiração de fumaça e sangue, auxiliar na apresentação, orientar a movimentação dos braços robóticos de forma a evitar colisões entre si ou com os dentes do enfermo e aplicar clipes metálicos para assegurar o controle de vasos sanguíneos de maior calibre. Conforme a técnica descrita por Weinstein, a ressecção começou a partir da porção mais lateral esquerda da orofaringe, evidenciando-se a musculatura constritora da faringe, que serviu como um limite de segurança para se evitar lesão inadvertida da artéria carótida interna. Em seguida, a ressecção progrediu medialmente, incluindo uma tonsilectomia radical, parte da base da língua e do trígono retromolar. As margens foram verificadas com biópsias de congelação e uma margem junto ao trígono retromolar esquerdo, considerada próxima, foi re-excisada e avaliada como livre. A perda sanguínea foi mínima e a duração total do procedimento (incluindo o estacionamento do robô) foi de 127 minutos. Não houve necessidade de traqueostomia ou de sonda nasogástrica. O doente foi transferido para a UTI e extubado sem intercorrências 15 horas após o término da operação. Uma dieta líquida foi iniciada no segundo dia pósoperatório, quando o paciente recebeu alta hospitalar. Apesar da extensão da área cruenta, passou a ingerir dieta pastosa cinco dias após o procedimento (Figura 3). O exame anatomopatológico final confirmou as margens livres, mas revelou extensa invasão perineural. Decidiu-se, então, por aplicar radioterapia pós-operatória utilizando a técnica IMRT, para o sítio primário e, eletivamente, para as cadeias linfonodais, ao invés do esvaziamento cervical eletivo previamente planejado. O paciente recebeu 60Gy, completados em agosto de 2009, com boa tolerância. Atualmente, ele se encontra em bom estado geral, alimentando-se com dieta normal por via oral. Figura 1 – Posicionamento do robô DaVinci® junto ao paciente. Figura 2 – Inserção dos braços robóticos na cavidade oral Figura 3 – Aspecto do leito operatório no 5º. dia pós-operatório Caso 2 – Esse doente do sexo masculino, com 51 anos, vendedor, fumante e etilista por vários anos, queixava-se de dor no lado esquerdo da garganta há quatro meses. Seus antecedentes incluíam um infarto agudo do miocárdio há cinco anos, tratado com uma revascularização miocárdica (três pontes de safena). Ele foi examinado por um Cirurgião de Cabeça e Pescoço, que detectou uma lesão vegetante com 3,7cm no palato mole à esquerda, envolvendo o pilar anterior esquerdo, além de um nódulo com 2,3cm no nível II ipsilateral. A avaliação radiológica com tomografia computadorizada mostrava uma possível invasão da tonsila palatina esquerda, mas não detectou nenhum outro linfonodo suspeito, além do que já era palpável. O estadiamento foi T2N1M0 e as seguintes opções terapêuticas foram oferecidas ao paciente: químio-radioterapia, com eventual esvaziamento cervical, dependendo da resposta no pescoço; tentativa de ressecção do tumor primário trans-oral convencional, com possível mandibulotomia, esvaziamento cervical e radioterapia pós-operatória; e TORS, com esvaziamento cervical em segundo tempo e provável radioterapia pósoperatória. Uma vez mais, após uma discussão aberta com o paciente, ele se decidiu pela terceira opção. Em outubro de 2009, ele foi submetido à ressecção de seu tumor pela TORS, Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 38, nº 4, p. 276 - 279, outubro/ novembro / dezembro 2009 277 seguindo os mesmos princípios descritos no caso anterior. Foram removidos o palato mole à esquerda (incluindo a úvula), a fossa tonsilar esquerda com o seu conteúdo e parte da base da língua. A duração total do procedimento foi de 55 minutos. As margens avaliadas com biópsias de congelação foram livres, confirmadas no exame anatomopatológico definitivo. Não houve traqueostomia ou colocação de sonda nasogástrica, e o paciente foi extubado 22 horas após o término da operação, sem intercorrências. Ele passou a ingerir uma dieta líquida no 2o. dia de pós-operatório e recebeu alta no dia seguinte, sem intercorrências. O esvaziamento cervical, provavelmente radial modificado à esquerda, está programado para a terceira semana após a operação. DISCUSSÃO A prevalência do câncer da orofaringe é crescente e esse tumor é causa de cerca de 5.000 mortes por ano nos Estados Unidos. Devido à sua localização, as modalidades terapêuticas disponíveis atualmente carreiam uma significativa morbidade, mormente no tocante à deglutição e à aspiração. A ressecção cirúrgica convencional da lesão primária é um método muito eficaz. Entretanto, habitualmente é necessária a execução de uma mandibulotomia tática ou mesmo de uma mandibulectomia, combinada com um esvaziamento cervical e reconstrução com retalho regional ou microcirúrgico, com radioterapia ou químio-radioterapia adjuvante, dependendo do resultado anatomopatológico final. São operações de grande porte; uma traqueostomia é mandatória (muitas vezes, permanecendo por várias semanas), bem como alguma forma alternativa de nutrição enteral, seja por sonda nasogástrica ou por gastrostomia. Esses doentes geralmente ficam na UTI por dois dias, permanecendo no hospital por duas semanas, se não houver complicações. Recentemente, tem havido uma tendência nos diversos centros para tratar estes cânceres inicialmente com protocolos agressivos de químioradioterapia, reservando o tratamento cirúrgico de resgate, geralmente um esvaziamento cervical, para casos de doença persistente. Apesar dos resultados oncológicos aceitáveis, muitas vezes os pacientes sofrem uma considerável deterioração de sua qualidade de vida, principalmente com comprometimento em longo prazo da deglutição, fruto da extensa fibrose. Nessa eventualidade, a alimentação oral é virtualmente impossível e há necessidade de uma gastrostomia permanente. A freqüência dessa terrível complicação oscila entre 3% e 40% nas diferentes séries publicadas. Há poucos anos, uma equipe da Universidade da Pensilvânia, Filadélfia, foi a pioneira no uso da TORS para o tratamento de tumores da orofaringe e da região supraglótica da laringe, como uma experiência clínica que hoje chega a mais de 300 casos, com bons resultados em mais de 90%3. Isto pôde ser comprovado pelos dois primeiros autores desse estudo (CRC e DDCJr.), que obtiveram sua certificação em TORS ao estagiarem naquele Serviço em março de 2009. Ali, eles tiveram oportunidade de acompanhar o Dr. Gregory Weinstein no atendimento dos primeiros casos operados por essa técnica há cinco anos, constatando um adequado controle oncológico associado a um surpreendente desempenho funcional dos pacientes quanto à deglutição, alguns deles tratados por tumores extensos. De fato, a equipe da Filadélfia adquiriu tal desenvoltura com o método que passou a indicá-lo para a exérese de tumores do espaço parafaríngeo, como tumores do lobo profundo de parótida, e neoplasias da base do crânio. A TORS reúne diversas vantagens. É possível uma excelente visualização do campo operatório, mesmo dos mais ocultos recônditos, proporcionada por um excepcional sistema óptico do robô DaVinci® S, que possibilita uma imagem tridimensional em tempo real, além de trazer o ponto de vista do cirurgião para bem perto da orofaringe. Além disso, a ampla variedade de movimentos executada pelos braços robótico em todas as 278 direções imita perfeitamente a versatilidade das mãos do cirurgião em cirurgia aberta, diferentemente do que ocorre na cirurgia endoscópica convencional. Adicionalmente, alguns ajustes da máquina permitem diminuir a amplitude dos movimentos e virtualmente eliminar o tremor natural das mãos. Assim, a ressecção cirúrgica pode ser efetuada com maior precisão, mesmo em áreas de difícil acesso pela cavidade oral. De fato, muitos defeitos cirúrgicos não necessitam de reconstrução e cicatrizam por segunda intenção com ótimos resultados funcionais, desde que o pescoço seja abordado cirurgicamente num segundo tempo, em geral após duas a três semanas, sem impacto nos resultados finais oncológicos2,3. Por outro lado, existem algumas desvantagens. O robô disponível atualmente foi originalmente desenvolvido para cirurgia laparoscópica. Dessa forma, seus braços são muito volumosos e a sua inserção pela boca aberta pode ser problemática, especialmente em pacientes do sexo feminino, ocasionando freqüentes colisões entre os braços robóticos ou com o afastador bucal. Outro inconveniente é que o cirurgião perde um de seus sentidos mais importante em cirurgia oncológica, o tato, pois não há contato físico entre a sua mão e o doente. Entretanto, a visualização tridimensional é tão prodigiosa que é capaz de compensar em parte esta deficiência. Além disso, em caso de dúvida, a qualquer instante o cirurgião pode sair o console e palpar diretamente o campo operatório, pois o robô permanece absolutamente estático quando o operador retira o rosto do console. Outro problema é o tempo adicional gasto para se ligar o robô no início dia e para estacioná-lo próximo ao paciente. Esse tempo adicional pode ser consideravelmente reduzido com o treinamento adequado do pessoal paramédico do centro cirúrgico. Finalmente, existe um evidente aumento nos custos que, aliás, ocorre sempre que se tenta implantar uma nova tecnologia, particularmente quando uma máquina tão cara é utilizada. Contudo, a cirurgia robótica já é considerada o método preferencial em outras especialidades cirúrgicas (por exemplo, prostatectomias robótica em alguns países) e os custos para a aquisição e manutenção do robô são, de fato, diluídos. Nos dois casos relatados neste estudo, o uso do robô possibilitou à equipe cirúrgica uma excisão trans-oral segura de carcinomas orofaríngeos de tamanho moderado, obtendo margens finais livres em ambos os doentes. Evidentemente, esse é um relato preliminar e o resultado oncológico ainda não pode ser avaliado (de fato, no segundo caso o tratamento ainda não foi completado). Ainda assim, chamou a atenção a notável recuperação pós-operatória que ambos enfermos apresentaram, especialmente o Paciente 1, em virtude de sua delicada condição clínica. De acordo com a experiência da Universidade da Pensilvânia, mesmo quando um tratamento adjuvante é indicado (como aconteceu com o Paciente 1 e, provavelmente, também será necessário no Paciente 2), ele pode ser ajustado e reduzido na região da orofaringe, minimizando as conseqüências negativas para a deglutição e melhorando a qualidade de vida. É importante enfatizar que o treinamento completo num centro formador reconhecido em cirurgia robótica é imperativo, não só para o cirurgião como para seu assistente, incluindo certificação para o uso do robô e passando por um treinamento que inclua operações em animais e, se possível, em cadáveres nãoformolizados. Além disso, os primeiros procedimentos em doentes devem obrigatoriamente ser acompanhados por um profissional mais experiente, denominado pelo fabricante de “proctors”. Entretanto, a curva de aprendizado deste método, ao menos na vivência dos autores deste estudo, foi muito mais rápida do que durante o aprendizado de outras técnicas. Em conclusão, este relato preliminar demonstrou nossa experiência inicial com a TORS para o tratamento de doentes portadores de câncer da orofaringe. Apesar da falta de acompanhamento oncológico adequado, os resultados obtidos, principalmente quanto à morbidade cirúrgica e à função de Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 38, nº 4, p. 276 - 279, outubro/ novembro / dezembro 2009 deglutição, são encorajadores. Evidentemente, séries maiores com seguimento oncológico adequado serão necessárias para confirmar a validade deste novo método. AGRADECIMENTOS Aos Drs. Flávio Carneiro Hojaij, Raquel Abud Moysés, Miguel Cendoroglo Neto, José C. Teixeira REFERÊNCIAS 1. Weinstein GS, O'Malley BW, Hockstein NG. Transoral robotic surgery: supraglottic laryngectomy in a canine model. Laryngoscope. 2005;115(7):1315-9. 2. Weinstein GS, O'Malley BW, Snyder W, Sherman E, Quon H. Transoral robotic surgery: radical tonsillectomy. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2007;133(12):1220-6. 3. 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