UFRGS - Instituto de Letras Teoria e Prática de Leitura (2014/1) Profª Solange Mittmann OFICINA DE LEITURA SOBRE GRAFITE Dandara Cagliari Danielle Rosa Viviane Jung CONSIDERAÇÕES GERAIS: • Público-alvo: EJA Ensino Médio (alunos entre 16 e 50 anos) da rede pública de Porto Alegre • Turma: de 10 a 15 alunos (aproximadamente) • Número de horas/aula: 2 aulas de 2 h mais uma de 3 h (por conta da produção final) • Recursos necessários: computador, projetor, caixas de som, GRAFITE materiais impressos, tintas e/ou sprays • Forma de avaliação: participação nas discussões; realização das tarefas propostas; auto-avaliação • Justificativa: Em grande parte das cidades do mundo, em especial nos grandes centros urbanos, é comum nos depararmos com grafites em prédios, muros, casas etc, compostos por letras e/ou desenhos e é inegável que há neles uma marca de transgressão e crítica social. Dando voz àqueles que utilizam o spray para se expressar, o grafite une arte, poesia e política. Por entendermos que essa arte de rua grita aos olhos do transeuntes diariamente e por estarem o jovem e o adulto familiarizados com esse tipo de comunicação visual na região em que moram, optamos por esta temática que além de atrativa, pode gerar muita reflexão a respeito do local em que moramos, das GRAFITE manifestações artísticas, formas de expressão e da própria organização da sociedade. Por isso o trabalho com Banksy se justifica, já que, mesmo anônimo, ele é uma referência internacional quando se fala em grafite, suas obras estão expostas não apenas nas ruas, mas também em galerias e estão avaliadas em até 12 milhões de reais. No entanto, Banksy adquiriu o status de “artista” que a maioria dos grafiteiros não têm . Por que a diferença de tratamento? • Objetivos – Incentivar a leitura e a interpretação de textos; – Chamar a atenção para a arte e a crítica social embutidas no grafite; – Refletir sobre aspectos da própria comunidade dos alunos. • Resultados esperados GRAFITE – Ampliação de horizontes no que diz respeito à arte grafite; – Desenvolvimento de reflexão crítica; – Desenvolvimento da capacidade argumentativa. PRÉ-LEITURA AULA 1 Iniciar a oficina apresentando aos alunos estas duas imagens: GRAFITE Fontes: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b0/Graffiti_of_heart,_Santana,_Porto_ Alegre_City,_Rio_Grande_do_Sul,_Brazil.JPG http://amalgamacultural.files.wordpress.com/2013/07/globo.gif PRÉ-LEITURA Em seguida, discutir com a turma as seguintes questões: • Nas paredes, muros e postes da região em que você mora há imagens parecidas com as das fotografias pintadas? O que você pensa sobre elas? GRAFITE • Os grafites embelezam ou deterioram as ruas? Por quê? • Na segunda foto, o grafite faz uma crítica direta. Por que as pessoas usam as paredes para denunciar algo? BANKSY: O ANÔNIMO MAIS FAMOSO DO MUNDO por Melissa Becker O choro da senhora parou a rua. Sua casa fora pichada com uma paródia da família real - e a prefeitura, insensível, pintou por cima. "Era parte de nossas vidas. E agora, se foi", afirmou à BBC Sofie Attrill, 50 anos e recém ex-proprietária de um grafite de Banksy, o artista de rua mais badalado da história. A prefeitura lamentou o erro. GRAFITE O episódio, ocorrido no leste de Londres em setembro de 2009, mostra como anda alta a cotação do grafiteiro. Se resolvesse vender a obra, pintada em 2003, Ms. Attrill perderia uma parede e ganharia muito dinheiro - não seria a primeira. Já as desculpas oficiais mostram que Banksy recebeu um privilégio inédito: quase-licença para pichar. Na verdade, se as autoridades inglesas quisessem se entender com ele, seria complicado: sua identidade é secreta. Banksy tornou-se o anônimo mais famoso dos últimos anos. Seu trabalho mudou o olhar sobre a arte de rua. Com spray, faz críticas políticas, à sociedade e à guerra, mas sempre com um humor sombrio e uma sacada. Também se especializou em ações espetaculares, como na vez em que pôs um boneco vestido de prisioneiro de Guantánamo dentro da Disneylândia. Com prováveis 40 anos, ele segue experimentando: éGRAFITE o diretor de Exit Through the Gift Shop ("Saída pela loja de presentes"), documentário sobre um francês que o persegue, indicado ao Oscar. Hoje suas obras se espalham por Londres, Los Angeles, Nova York, até no muro que separa Israel e Palestina. Mas tudo começou em Bristol, no interior da Inglaterra, onde Banksy já dava sinais de que iria longe. Anonimato e fama "Ele quer superioridade absoluta sobre qualquer coisa com a qual lida. Quando estava em Bristol, ele não queria dividir o topo com ninguém. Nem em Londres", diz o grafiteiro Graham Dews, o Paris, que o encontrou pela primeira vez em 1996. Nessa época, Banksy começou a fazer estêncil, em que o desenho é formado por buracos numa superfície. Novidade nas ruas britânicas, a técnica que o GRAFITE consagrou foi adotada por segurança: pintando direto na parede, ele demorava tanto que a polícia chegava. Foi no bairro de Stokes Croft, onde é possível ver alguns desses primeiros trabalhos, que a SUPER conversou com Paris. "Conhecendo ele desde Bristol, acho engraçado o mito sobre sua identidade", diz Paris. Uma busca na internet resulta em diferentes nomes e rostos. E o boato de que há um coletivo por trás do nome? "É uma pessoa só", garante Paris. "Mas com um grupo de 10 a 20 colaboradores próximos. Chegam a montar tapumes para ele pintar escondido.” Com seu rosto protegido por seus fiéis escudeiros, o artista foi muito além de pintar figuras irônicas e frases de efeito em paredes de prédios. Deixou mensagens em jaulas de zoológico - "Quero sair. Chato, chato, chato", escreveu na jaula de um elefante. Acrescentou obras a museus - em 2005, sua pintura penetra de homens da caverna caçando um GRAFITE acabou indo para o acervo carrinho de supermercado permanente do Museu Britânico. Trocou CDs da Paris Hilton por versões remixadas e com encartes adulterados - em um, ela acompanhava mendigos. Produziu notas de 10 euros substituindo a rainha Elizabeth pela princesa Diana, hoje vendidas por 200 euros - no documentário, ele comenta: "Foi como se houvesse falsificado dinheiro, posso ir pra cadeia por isso". Mas foi pelas ações explicitamente políticas, como pintar painéis irônicos no lado palestino do muro que separa a Cisjordânia de Israel e plantar o guantanamero na Disney, que Banksy virou "o cara". Mais especificamente, o cara que corria da polícia e agora vendia quadros pra Christina Aguilera - ela pagou 25 mil euros pela imagem de uma rainha Vitória lésbica. Grana e crítica GRAFITE Quando faz exposições, Banksy coloca obras para vender. Quando faz um grafite na rua, não - o que não impede as obras de serem vendidas. A partir de 2007, tornou-se cada vez mais comum seus trabalhos saírem diretamente dos muros e paredes para as casas de leilão. Indignado, ele chegou a colocar em seu site a imagem de pessoas dando lances em uma figura que dizia "não acredito que vocês idiotas vão mesmo comprar esta merda". Se a dona da abertura do texto não quis lucrar com o trabalho alheio, já houve quem aproveitou. Em Bristol, os donos de uma casa com um mural de Banksy em uma parede não colocaram o imóvel à venda em uma imobiliária, mas em uma galeria de arte, listada como "mural com uma casa anexa". Já em Liverpool, uma casa caindo aos pedaços alcançou o preço notável de R$ 300 mil, só porque em um dos lados do prédio há um gigantesca cabeça de rato desenhada pelo grafiteiro famoso. "Não é sobreGRAFITE o hype, não é sobre o dinheiro", Banksy diz em seu documentário. Mas, mesmo idealista, anônimo e contra o sistema, Banksy está inserido no mundo da arte. "Ele é parte de uma geração que olhou para fora do sistema convencional de galerias, no jeito de exibir uma obra", observa Gill Saunders, curadora do museu Victoria & Albert, em Londres, que tem 4 peças suas. Na imprensa, ficou popular a expressão "o efeito Banksy", para descrever o interesse em outros artistas de rua que vieram na carona do seu sucesso. A escalada em popularidade não foi marcada apenas pela conquista de fãs, mas também por críticas. Banksy pautou o debate no Reino Unido sobre o grafite ser classificado como arte ou mero vandalismo. "Não há nada de interessante sobre Banksy. Quando vi suas pinturas por aí, pensei: é um pouco de entretenimento em um lixo no muro. Agora se supõe que a gente tenha que ver isso seriamente. Mas é óbvio que não é nada", diz o crítico de arte Matthew Collings, no documentário B Movie. GRAFITE Já a organização Keep Britain Tidy ("Mantenha a GrãBretanha arrumada") considerava Banksy um vândalo, mas mudou sua posição ao constatar em uma pesquisa que a maioria da população diferenciava tipos de grafite entre arte e vandalismo. Há mais de 50 anos combatendo de carros abandonados a chiclete jogado no chão, o grupo admite agora que o artista virou um significativo ícone cultural. Mas deixa claro - ele é uma exceção. (...) Texto publicado na revista Super Interessante, 289, março de 2011. Disponível em: <http://super.abril.com.br/cultura/banksy-anonimomais-famoso-mundo-623045.shtml>. PARA SABER MAIS... O texto é bastante acessível, sem muitas palavras “difíceis”, mas informações GRAFITE complementares podem ser necessárias, já que no texto são citadas várias intervenções de Banksy (2 e 3). Ou seja, embora elas não sejam foco da oficina, não podem ser ignorados pois são citados no texto (intertextualidade). 1 Estêncil é o nome da técnica de impressão de imagem (desenho, letra ou símbolo), com tinta ou spray, através de um molde vazado conseguido por meio do corte em material resistente [o professor pode mostrar exemplos]. 2 Elisabeth II se tornou a Rainha da Inglaterra em 1952 e governa desde então, ela é a mãe do Príncipe Charles e avó do Príncipe William, provável sucessor ao trono. A Princesa Diana foi sua nora, que era muito amada e respeitada pelos ingleses por conta do seu carisma e ativismo social, por exemplo. Diana divorciou-se de Charles em 1992 e morreu em um acidente de carro 5 anos depois. GRAFITE Nota de 10 euros com Elisabeth II Nota de 10 euros criada por Banksy (2004) Conversa com a turma: Por que o rosto de alguém é impresso nas moedas e notas de um país? O que a substituição da imagem da atual rainha pela da ex-princesa Diana sugere? 3 Guantanamero é o homem que mora em Guantánamo (Cuba), local em que os EUA mantém o Campo de Detenção da Baía de Guantánamo. Observe a fotografia de detentos da prisão estadunidense e o boneco inflável que Banksy colocou dentro de uma atração da Disney: GRAFITE • Fotografia dos prisioneiros: Fhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pris%C3%A3o_de_Guant%C3%A1namo#mediaviewe r/Ficheiro:Camp_x-ray_detainees.jpg • Fotografia da intervenção de Banksy: http://diretoresdearte.com.br/2013/10/07/banksy-o-artista-desconhecido/ Conversa com a turma: O que as pessoas vão fazer na Disneilândia? Ao trazer a figura de GRAFITE um prisioneiro para o parque, Banksy chamou a atenção de todos, como nos informou o texto. Por que a ação do artista causou choque? INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1. A casa de Sophie foi grafitada e a prefeitura, supondo estar remediando um ato de vandalismo, pintou a parede que continha a imagem. Por que a senhora ficou triste com a ação das autoridades, uma vez que o grafite foi feito sem seu consentimento? GRAFITE 2. Que motivos levam Banksy a permanecer anônimo? 3. Por que o fato de as pessoas quererem vender as paredes grafitadas de suas casas incomodou Banksy? 4. Embora o texto diga que a maior parte da população é favorável ao trabalho Banksy, o crítico de arte Matthew Collings condena a obra do grafiteiro. Por quê? INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 5. Segundo o texto, a organização Keep Britain Tidy ("Mantenha a Grã-Bretanha arrumada") combate o vandalismo e considera Banksy uma exceção. O que justifica tal posicionamento? Como estamos falando de uma arte visual, é importante apresentar aos alunos GRAFITE várias fotografias de grafites do Banksy e criar conversar entorno deles, uma alternativa é utilizar exemplos citados no texto, como ilustramos a seguir. O texto afirma que “foi pelas ações explicitamente políticas, como pintar painéis irônicos no lado palestino do muro que separa a Cisjordânia de Israel (...) que Banksy virou ‘o cara’.” Observe as fotografias de dois desses painéis e converse com os colegas: Sabendo que trata-se de um muro que separa duas regiões em conflito, que tipos de debate os grafites trazem à tona? GRAFITE Os grafites teriam o mesmo efeito se tivessem sido feitos em outro local? Por quê? Fotografias de grafites de Banksy. Disponíves em: http://arte.linio.com.mx/novedades/banksy-atacando-al-sistema/ Reflexão linguística 7. Observe os trechos a seguir: • “Hoje suas obras se espalham por Londres, Los Angeles, Nova York, até no muro que separa Israel e Palestina.” • “...Banksy virou ‘o cara’. Mais especificamente, o cara que corria da polícia e agora vendia quadros pra Christina Aguilera ela pagou 25 mil euros pela imagem de uma rainha Vitória lésbica.” O que as palavras “hoje” e “agora” representam? Um dia GRAFITE específico no calendário? Um momento no relógio? Nenhum dos dois? Justifique. 8. (Pergunta apresentada somente após a discussão da primeira) Como vimos, as marcas de tempo nem sempre podem ser interpretadas literalmente. Que outras palavras você encontra no texto com essas mesmas características? 8.1 De que forma elas auxiliam na estruturação do texto que lemos? Reflexão linguística 9. Observe os trechos a seguir: • “Conhecendo ele desde Bristol, acho engraçado o mito sobre sua identidade”, diz Paris. • “É uma pessoa só”, garante Paris. • “Quero sair. Chato, chato, chato”, escreveu na jaula de um elefante. Para que servem as aspas nos trechos acima? GRAFITE 10. Agora observe esse outro trecho: Banksy virou “o cara” 10.1 Aqui, as aspas têm uma função diferente. Qual é? 10.2 Se as aspas não estivessem presentes no texto destacando a expressão “o cara” qual seria a diferença? AULA 2 PRÉ-LEITURA Observe as duas fotografias e converse com os colegas: a) Você reconhece o local da primeira foto? b) Os grafites que você conhece, em geral, estão em lugares de GRAFITE destaque da sua cidade? Pense em motivos que podem justificar isso. c) O segundo grafite está no viaduto da primeira foto. É possível relacioná-lo aos produzidos por Banksy, do outro lado do planeta? Como? PRÉ-LEITURA GRAFITE Fotografia do jornal Sul21 Grafite Contra- Copa. Disponível em: http://maurenmotta.com.br/noticias/rolodex/ grafite-da-cara-nova-ao-tunel-da-conceicao/ PORTO ALEGRE RECEBE EVENTO INTERNACIONAL DE GRAFITE por Fernanda Morena (17/mar/2014 ) Se o renomado artista Banksy tivesse sido proibido de espalhar seu grafite por todos os cantos do mundo, talvez a arte de rua revelada em seu trabalho com estêncil e tomado de crítica social não tivesse a dimensão que tem hoje. O mesmo não ocorreu com Manuel Gerulius,GRAFITE o Manu. A Alemanha do final da década de 1990 reprimiu fortemente suas intervenções artísticas na cidade de Wiesbaden, sua terra natal; Manu foi preso e julgado por “vandalismo”. “Se vocês não querem a minha arte, vou enfiar arte de todo mundo goela abaixo”, ele reconta. Assim surgiu o Meeting of Styles (M.O.S.), um evento que reúne, anualmente, grafiteiros internacionais e viaja pelo globo fazendo intervenções nas cidades onde é realizado – ato que Porto Alegre recebeu nesse sábado (15) pela primeira vez. A 17ª edição do Meeting of Styles – o encontro de estilos, em tradução livre – foi trazido a Porto Alegre pelo Instituto Trocando Ideias, uma organização não-governamental que, desde 1999, visa a disseminação da arte de rua na capital gaúcha. “Trabalhamos com eventos de tecnologia social por meio da cultura jovem de rua, e desde 2005 usamos o grafite em Porto Alegre”, conta Fabiana Menini, uma das fundadoras do grupo. Não é a primeira vez que o Meeting of Styles vem ao GRAFITE Brasil, mas tudo indica que agora ele encontrou uma casa para receber os grafiteiros anualmente. Em 2006 esteve no Rio de Janeiro, porém problemas com a produção afastaram o projeto de Manu do país. Foi ao encontrar o artista Lucas NCL na Alemanha em junho do ano passado que Manu vislumbrou o retorno da rede ao Brasil. “Fui recebido pelo Manu quando cheguei à Alemanha para integrar o M.O.S., e uma amizade surgiu. Depois, fizemos uma turnê pela Europa, e ele perguntou se eu queria fazer o projeto em Porto Alegre. Eu pensei ‘por que não’?”, lembra Lucas, que assumiu a curadoria do evento em Porto Alegre. Foi pensando no tema para este ano, Causa e Efeito, que Lucas selecionou 60 artistas do Brasil e do resto do mundo para criar painéis de 5m x 4m dentro do túnel da Conceição, que liga a rodoviária da cidade à rua Osvaldo Aranha. Os trabalhos ficarão expostos o ano todo. A criação dentro do tema é livre: “Os GRAFITE grafiteiros ficam inteiramente livres para fazerem o que quiserem”, garante o curador. Ele, grafiteiro há 15 anos, ficou sem um mural no viaduto Conceição. “Quando eu pinto, gosto de me concentrar. E como eu ia ficar na organização, decidi não pintar neste ano.” (...) Para Manu, voltar ao Brasil é já uma vitória. “A arte aqui é criativa, inovadora e, ao mesmo tempo, tem muita influência local, a imagem da natureza é tão presente quanto a da realidade social”, avalia. O artista percebe a influência da cultura multirracial brasileira como uma realização do que o Meeting of Styles representa: “É como a Europa, cheia de influências diferentes, só que mais sujo, mais real. E Porto Alegre é uma cidade relaxada, tranquila”. Como um artista por vezes comissionado – trabalhos que lhe garantem o sustento –, Manu aproveitou a liberdade poética de GRAFITE ser um dos grafiteiros trazidos a Porto Alegre para trabalhar com grafismo, sua especialização. “Fazer trabalhos publicitários é o que me dá dinheiro, mas não liberdade”, afirma. Sobre a intervenção na capital gaúcha, Manu conta que a trajetória segue como nos demais encontros do M.O.S. pelo mundo. “Não há regras, apenas uma vontade de mostrar que grafite é arte, e não vandalismo”, declara o artista. O M.O.S. segue em mais 25 apresentações neste ano até novembro, passando por outros 20 países. Entre eles, China, Grécia, Tailândia, Filipinas, Estados Unidos, Itália e Alemanha. Texto publicado no jornal virtual Sul21. Disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/po rto-alegre-recebe-eventoGRAFITE internacional-de-grafite/ VOCABULÁRIO Quais as palavras do texto que não foram entendidas? Converse com seus colegas, se eles não puderem ajudar e tampouco o contexto dê pistas suficientes, utilize um dicionário da biblioteca ou dicionário online para encontrar o significado. Depois, observe se o sentido se encaixa perfeitamente no texto ou não. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1. Qual a diferença de tratamento que Banksy e Manu receberam das autoridades de seus países? 1.1 Pense no texto da revista SuperInteressante e no acabamos de ler, esse tratamento trouxe consequências diferentes para a arte Banksy e Manu? GRAFITE 2. De que forma Manu conseguiu cumprir sua ameaça: “Se vocês não querem a minha arte, vou enfiar arte de todo mundo goela abaixo”? 3. Releia o trecho a seguir e responda: “O artista percebe a influência da cultura multirracial brasileira como uma realização do que o Meeting of Styles representa: ‘É como a Europa, cheia de influências diferentes, só que mais sujo, mais real. E Porto Alegre é uma cidade relaxada, tranquila’.” INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Segundo a fala de Manu, “sujo” é um aspecto positivo ou negativo? Por quê? 4. A que se propõe o “Meeting of Styles”? 4.1 O evento consegue cumprir sua proposta? 5. A fotografia ao lado foi tirada na GRAFITE entrada do viaduto Conceição durante o evento. A frase diz algo a respeito do tratamento que os participantes receberam? 5.1 Na sua opinião, por que em eventos os grafiteiros são considerados artistas e nas ruas vândalos? Fonte: http://vejasp.abril.com.br/blogs/graffi ti/2014/03/21/meeting-of-stylesporto-alegre-evento-artistas-grafite/ Reflexão linguística 6. No texto anterior, conversamos sobre marcas de tempo que explicitam dois períodos distintos. Agora vamos observar outras marcações de tempo no artigo do Jornal Sul 21. Releia os dois primeiros parágrafos e responda: 6.1 Qual a sequência dos eventos na vida de Manu de 1990 até 2014? GRAFITE 6.2 Traga alguns elementos do texto que permitiram que você chegasse a essa conclusão. Eles têm uma função diferente dos vistos no texto anterior? 7. Observe a seguinte frase do texto: Manu foi preso e julgado por “vandalismo”. Que diferença faria se as aspas não aparecessem? PRODUÇÃO FINAL AULA 3 A terceira aula consistirá em uma tarefa de produção na qual os alunos irão realizar grafites em um muro ou parede da escola. Para tanto, seria interessante uma prática interdisciplinar com o(a) professor(a) de artes. As etapas dessa produção serão as seguintes: 1. Sensibilização através de um rap sobre grafite; 2. Preparação: o que eu quero registrar e mostrar para os outros disso? 3. Realização de um esboço em papel; GRAFITE 4. Desenvolvimento no espaço disponível na escola; 5. Elaboração de uma justificativa escrita sobre o seu próprio grafite a ser compartilhada com os colegas e depois entregue ao professor. 1. Audição do rap “Tributo aos Grafiteiros” de Sebá e Pixote: https://www.youtube.com/watch?v=oVxw8yJ5sck a. Através do título da música já somos informados de que o rap é a favor do grafite. Que outros elementos apresentados também nos dirigem à essa conclusão? b. Você concorda com eles? Por quê? Um trecho da música diz o seguinte: Elogie e critique Dê um palpite, copieGRAFITE Escreva bombardeando o sistema Nos ventos escuros eu curo O despertar de um amar Filosofias não me iludem nem minha parte eu compro E com escudo me escondo e pinto ele também Você não gosta eu não ligo Vou dizer pro menino, pro velho, dia, noite A lata é o açoite na cara dos caras, resposta da gente Intervenção na mente, o grafite é assim Quando vi me encantei e para outros passei Intervenção com atitude é visão de ser humano Pega a lata, moleque, o fio tá aí Mas é melhor ficar ligado, não se distrair (...) GRAFITE c. A lata refere-se à lata de spray utilizada para grafitar. Por que ela é um açoite na cara dos caras? d. A música apresenta várias finalidades que o grafite pode ter. Qual delas você acha mais interessante? Por quê? 2. PREPARAÇÃO Depois de tudo de lemos e discutimos sobre o grafite, iremos produzi-lo. A primeira etapa é se perguntar: • O que eu quero mostrar para a comunidade escolar através da arte da grafitagem? • Para isso eu vou utilizar só imagens ou palavras também? GRAFITE Desenvolvimento das etapas 3, 4 e 5 de produção (artística e escrita) e finalização da oficina. Sugerimos, no final de todos atividades, uma conversa em grupo que poderá servir como avaliação da Oficina e auto-avaliação dos alunos.