Indústria reage nos primeiros meses do ano PÁGINA 2 economia [email protected] Força Nacional não desocupa Belo Monte PÁGINA 3 A GAZETA - 1C CUIABÁ, SÁBADO, 4 DE MAIO DE 2013 CONSIGNADOS Beneficiários do INSS tomaram mais dinheiro emprestado usando essa forma de crédito Empréstimos crescem 27% DA REDAÇÃO Aposentados e pensionistas de Mato Grosso contrataram mais empréstimos por meio das operações de crédito consignado no primeiro trimestre deste ano, movimentando R$ 99,119 milhões no período. Valor supera em 27% o volume emprestado durante o mesmo intervalo de 2012, quando correspondeu a R$ 78,050 milhões. De janeiro a março foram firmados 42,392 mil contratos, sendo 15,25% a mais que no ano anterior (36,781 mil), de acordo com dados fornecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No mês de março foram liberados R$ 30,832 milhões para os beneficiários do INSS do Estado, por meio de 10,663 mil contratos. Volume financeiro aprovado foi 14,84% maior que o montante registrado para igual mês de 2012, equivalente a R$ 26,846 milhões. Número de contratos, porém, reduziu 2,85%, mantida a mesma base comparativa, sendo que no terceiro mês de 2012 eles totalizaram 10,967 mil. Retração na quantidade de contratos também foi confirmada no comparativo de março com os resultados do mês de fevereiro deste ano, quando 14,268 mil operações foram realizadas, resultando numa variação negativa de 25,26%. Montante negociado também diminuiu 10,87% no mesmo período, considerando que no segundo mês deste ano foram emprestados R$ 34,585 milhões. No país, as operações do crédito consignado aumentaram 18,50% em março e totalizaram 1,147 milhão de contratos, ante 968,177 mil realizados no mesmo mês do ano passado. Foram liberados R$ 3,693 bilhões no terceiro mês deste ano para beneficiários do INSS de todo o país. Conforme relatou o supervisor da Hora Cred, Caio Cesar Capillé, a procura pelo crédito consignado aumentou no primeiro trimestre deste ano em comparação com o ano passado. “Pela conjuntura econômica, as pessoas estão mais propensas a fazer financiamentos”. Sócio-proprietário da Centro Oeste Crédito, Fábio Pereira de Alcântara confirma que houve um aquecimento nas contratações de empréstimo consignado no acumulado de janeiro a março deste ano em cerca de 40%. Crescimento registrado pela MT Cred no mês de março deste ano chegou a 28% em comparação com fevereiro, informou a sócia-proprietária da agência, Adriana Bender Queiroz. Dicas - De acordo com os economistas da Serasa Experian, a maioria dos consumidores que fazem o consignado são segurados do INSS, que têm as parcelas descontadas diretamente de seus benefícios. Por isso, orientam para que tomem alguns cuidados ao obter um crédito consignado, evitando o comprometimento elevado da renda. Descontrole da renda pode ser registrado também para aqueles que fazem empréstimos para amigos ou parentes, por isso o alerta dos economistas é para que a prática de “emprestar o nome” seja evitada. DICAS PARA CONTRATAR UM CRÉDITO CONSIGNADO Pesquisar as taxas oferecidas pelos bancos; Buscar informações sobre a taxa de abertura de crédito; Colocar no papel os gastos e calcular o quanto poderá comprometer da renda com a nova dívida; Evitar prazos longos, mais sujeitos a incertezas; Usar o consignado para pagar dívidas caras, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial; Aposentados devem verificar se a instituição está autori- zada pelo INSS a fazer o consignado para beneficiários da Previdência Social, devem evitar a intermediação de terceiros que prometem acelerar a concessão de crédito; Não devem “emprestar o nome” e contratar financiamentos para terceiros e amigos; Devem ficar atentos à cobrança de taxa de abertura de crédito, por que é proibida. (FONTE: SERASA EXPERIAN) Otmar de Oliveira/Arquivo Situação econômica favorável do país e facilidade são atrativos para essa modalidade de crédito TÉRMICAS Cemat receberá compensação DA REDAÇÃO Otmar de Oliveira/Arquivo Para não contratar além da capacidade, aposentados se atentam para o valor disponível Clientela ‘aprende’ a usar limites DA REDAÇÃO Valor médio per capita dos empréstimos alcançou R$ 2,891 mil no mês de março deste ano, sendo 14,84% maior que o contabilizado para igual intervalo de 2012, na média de R$ 2,447 mil por tomador. Aprovação dos financiamentos pela Previdência Social se restringe a 30% da renda do aposentado ou pensionista, conforme determinação do Banco Central. Mas, como observa o sócio-proprietário da Centro Oeste Crédito, Fábio Pereira de Alcântara, os clientes estão cada vez mais informados sobre o assunto. “Hoje eles têm uma instrução maior e contratam apenas o valor do qual precisam e não todo o saldo disponível”. Muitos buscam esse dinheiro para aquisição de bens duráveis ou reformas residenciais. Sócia-proprietária da MT Cred, Adriana Bender Queiroz, diz que já assinou contrato com clientes que emprestaram R$ 20 mil. Pensionista do INSS, Flaviana Guimarães Paes Silva, 27, relata que contratou um empréstimo consignado para pagar em 36 vezes, a pedido da cunhada. “Ela queria ampliar a casa”. Durante esse período, terá que pagar R$ 413 por mês. “Nunca havia feito empréstimos, mas as condições me pareceram acessíveis”. No caso do funcionário público Jorge da Silva, 38, o dinheiro liberado no empréstimo consignado será utilizado para compra de bens duráveis. “Fiz esse financiamento porque acho mais segu- ro e vou pagar juros de 1,5% ao mês, durante 60 meses”. Taxas - Apesar da correção na taxa Selic, as taxas praticadas para o crédito consignado permanecem inalteradas por enquanto, variando entre 1,54% até 2,24%, de acordo com os prazos negociados. Sócio-proprietário da Centro Oeste Crédito diz que desde dezembro as taxas de juros retraíram e os prazos foram alongados novamente, chegando a 60 meses para pagamento. Na avaliação da sócia-proprietária da MT Cred, o aumento da concorrência nesse ramo cria uma “padronização” dos juros no mercado. “Nossa taxa de juros mensal chega, no máximo, a 2,10% e apesar da alta na Selic não alteramos”. Governo irá repassar R$ 14,853 milhões à distribuidora de energia Cemat como compensação pelos custos gerados com o acionamento das usinas térmicas em janeiro, fevereiro e março deste ano, conforme decisão publicada no Diário Oficial da União de quinta-feira (02). Outras 44 distribuidoras de energia do país foram atendidas com a decisão, que prevê a distribuição de R$ 2,056 bilhões. Entre as empresas que mais vão receber recursos estão a Light, que receberá R$ 257 milhões; a Eletropaulo, R$ 148,1 milhões; a Copel, R$ 128,3 milhões; a Ampla, R$ 124,8 milhões; a Cemig, R$ 119,9 milhões; a Elektro, R$ 114,8 milhões e a CPFL Paulista, R$ 114,3 milhões. Decisão contemplou apenas as distribuidoras que fizeram a revisão tarifária ou reajustes da tarifa de energia neste ano, segundo informou a assessoria de imprensa da Aneel. Valores a serem repassados à Cemat foram confirmados pela assessoria de imprensa da concessionária, que optou por não se pronunciar a respeito. Recursos provêm da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um dos fundos do setor elétrico e têm como objetivo aliviar o caixa das distribuidoras, que ficariam sobrecarregadas com os custos decorrentes do acionamento dessas usinas. Dessa forma, se evita um reajuste elevado e quase imediato das tarifas para o consumidor, logo após a intervenção do governo federal de baratear o valor da conta de luz. Com essa medida, a “ajuda” do governo será custeada pelo consumidor, mas num prazo de até cinco anos, contados a partir de abril de 2014. Valores serão atualizados pelo IPCA. Desde o mês de outubro do ano passado todas as usinas termelétricas permanecem ligadas, inclusive aquelas mais onerosas, movidas a combustíveis fósseis, como forma de equilibrar a oferta de eletricidade durante esse período em que os reservatórios de todo o país tiveram o volume de água reduzidos. Economista especializado em energia elétrica, Manuel Marta lembra que o governo mantém uma política de subsídio para as termelétricas desde a privatização da concessão de energia elétrica. “Eles criam um subsídio, nem que seja temporário, para evitar o aumento da inflação, que poderia ocorrer neste caso com o aumento do custo do consumo”. Otmar de Oliveira Termelétricas do país foram acionadas no início do ano