Banco Luso Brasileiro S.A.
Demonstrações financeiras em
31 de dezembro de 2012
e relatório dos auditores independentes
RELATÓRIO da ADMINISTRAÇÃO - 2012
SENHORES ACIONISTAS
A Administração do Banco Luso Brasileiro submete à apreciação dos seus acionistas o Relatório da Administração
e as correspondentes Demonstrações Financeiras referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2012,
acompanhadas das respectivas notas explicativas e do Relatório dos Auditores Independentes sobre as
Demonstrações Financeiras. As Informações Anuais apresentadas estão em conformidade com as normas
estabelecidas pelas Leis 4.595/64 (Lei do Sistema Financeiro Nacional) e 6.404/76 (Lei das Sociedades por
Ações), pelo Conselho Monetário Nacional, pelo Banco Central do Brasil ("Bacen") e demais normas estatutárias.
PRINCIPAIS RESULTADOS
O Banco, em resultado da reorientação estratégica adotada com a entrada dos novos acionistas no início do ano,
concentrou os seus esforços mercadológicos na carteira de empréstimos comercial ao setor do transporte coletivo,
o qual, passou a constituir o carro chefe do desenvolvimento do Banco. Em paralelo, foi colocado em marcha um
processo de reestruturação das restantes carteiras/áreas de negócio.
Carteira Comercial:
A carteira de crédito comercial (core) apresentou um crescimento exponencial no ano de 2012 (+289%), fruto do
novo enfoque estratégico no setor do transporte coletivo. Em consequência, esta carteira de crédito atingiu os
R$ 249 milhões em 31/12/12 o que compara com R$ 64 milhões em 31/12/2011. Mais se informa que está
computada na carteira acima o crédito rural, o crédito CDC veículos e o crédito garantido pelo FGC.
Carteira Imobiliária:
A estratégia traçada para o desenvolvimento do Banco, estabeleceu não ser esta uma carteira prioritária, tendo-se
decidido não efetuar novas operações e gerir a atual carteira e os respetivos compromissos até à sua completa
liquidação. Por esse motivo, atualmente, o Banco financia apenas a produção de uma única incorporação
(Residencial Nova Utinga) que, pela fase de construção em que se encontra, justifica o incremento da carteira
ocorrido ao longo de 2012, a qual, atingiu um saldo de R$ 53,5 milhões em 31/12/12 ante R$ 45,3 milhões em
31/12/11.
Empréstimo Consignado:
No âmbito da referida reorientação estratégica da instituição, o empréstimo consignado público passou a ser uma
atividade subsidiária, pelo que a nova produção se centrou nos códigos de melhor performance e, nos restantes
casos, tem-se focado a ação na gestão da carteira e na recuperação de crédito. Por consequência, a carteira de
empréstimos consignados manteve a tendência de queda evidenciada desde o início do ano atingindo no final
de 2012 o montante de R$ 57,7 milhões frente aos R$ 85,1 milhões em 31/12/2011, sendo esperado que esta
tendência continue a acentuar-se ao longo dos próximos anos até uma estabilização num patamar em redor dos
R$ 40 milhões que estimamos ser o montante adequado tendo em consideração o binómio risco/benefício. Neste
montante, já se inclui o crédito consignado privado, focado em empresas de transporte, cujo lançamento e inicio de
atividade se deu em Dezembro de 2012 e que, a prazo, irá progressivamente substituir o crédito consignado
público.
Cartão de Crédito
Igualmente no âmbito do novo plano estratégico, o Banco iniciou o processo conducente à descontinuação da sua
área de cartões de crédito, sendo certo que a sua completa extinção se efetivará durante o 2º semestre de 2013. O
saldo da carteira em 31/12/2012 é de R$ 1,9 milhões vs R$ 2,1 milhões em 31/12/2011.
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PSH
No programa social de habitação, iniciativa do Ministério das Cidades, o Banco repassa recursos a mais de 100
convênios com Municípios e Cooperativas para construção de cerca de 7.000 unidades residenciais destinadas ao
público de baixa renda. O programa, cuja licitação ocorreu em fins de 2007 teve os recursos repassados ao Banco,
na qualidade de agente financeiro, em julho 2008. A implantação está bastante avançada já tendo sido repassado
mais de 85% do montante disponibilizado.
Programa Minha Casa Minha Vida
Neste programa social do Ministério das Cidades o Banco foi credenciado para repassar recursos a cerca de 5.000
unidades em municípios de menos de 50.000 habitantes. O Banco firmou convênios com cerca de 130 Municípios
e já cadastrou mais de 5.000 beneficiários. Houve um pequeno atraso no repasse das verbas do Ministério das
Cidades, e a parcela inicial dos recursos já foram alocados em outubro 2010. As obras já estão em ritmo normal e
já foram repassados aproximadamente 78% dos recursos totais disponibilizados e a disponibilizar. Entretanto, em
junho de 2012 o Banco foi credenciado para um segundo programa social no âmbito do referido Ministério
cabendo-lhe uma cota de subvenção de 8.516 unidades equivalentes a R$ 213 milhões. Este novo programa tem o
início da sua execução previsto para Janeiro de 2013 e um prazo para conclusão de 15 meses.
Funding e liquidez
A captação em CDBs manteve-se num nível elevado e estável ao longo do ano.
A captação via DPGE, sofreu um incremento na segunda metade do ano tendo-se atingido em dezembro de 2012
um valor próximo do limite de utilização estabelecido pelo Fundo Garantidor de Crédito. Tratou-se de uma decisão
estratégica tendo em conta que, com o lançamento do segundo programa de DPGE ocorrido no final de 2012, a
sua utilização implicava o cancelamento da utilização do primeiro programa. Paralelamente, a regulamentação do
segundo programa, baseado em atender as carteiras de crédito consignado e de CDC Veículos, ou seja, de varejo,
limita enormemente o acesso por parte de bancos focados em outros negócios como é o caso do Banco Luso
Brasileiro.
O total da captação, representada pela emissão de CDBs, DPGEs e LCIs somados aos Depósitos à Vista
alcançou, em 31/12/2012, a importância de R$ 375 milhões e em 31/12/2011, o montante de R$ 333 milhões,
sendo tal aumento distribuído de forma equilibrada por todas as categorias acima referenciadas.
Ainda, em vista ao atendimento à Política de Liquidez, o Banco tem mantido sensivelmente reduzido o volume de
CDBs com liquidez antes do vencimento, bem como mantido a concentração de depósitos por vencimento e por
aplicador em limites compatíveis com o porte das carteiras.
Risco de Crédito
A política de gestão de riscos, foi revista e adaptada durante o ano tendo em conta a reorientação estratégica do
Banco que prevê uma forte concentração de risco no setor do transporte coletivo, o qual, historicamente apresenta
níveis de inadimplência muito baixos quando comparado com outros setores da atividade económica. A política
entretanto aprovada manteve para as operações de "middle market" um ticket médio de R$700 mil a R$1.500 mil e
em exceção (sujeito a comitê de crédito pleno) de até R$2.500 mil, a distribuição das concentrações de classes de
risco tomador e operação, a distribuição da concentração por setor econômico. No entanto, para o setor do
transporte coletivo, admite-se um ticket até um máximo de R$ 10 milhões por cliente e grupo, com aprovação do
comité de crédito pleno, e para valores superiores, casos muito excepcionais, é requerida a aprovação do
Conselho de Administração, conforme estabelecido na referida Política de Risco de Crédito.
Finalmente, sublinhe-se que o Banco redefiniu seu público alvo e optou por operar na faixa de pessoas jurídicas de
baixo risco de crédito, com sacrifício dos spreads praticados, porém altamente compensados por reduzida
inadimplência tendo procedido à reavaliação das classificações de risco de crédito de suas carteiras e, de uma
forma conservadora, estabelecido a provisão para devedores duvidosos.
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Risco de mercado
Limitado ao descasamento de indexadores, não apresenta risco significativo. A alocação de capital para este risco
tem sido da ordem de R$ 1 milhão. O Banco não utilizou operações de derivativos para "hedge" da sua carteira de
crédito.
O banco utiliza o modelo definido pelo Banco Central para a carteira de negociação e modelo próprio para a
carteira de crédito baseado no cálculo do VaR para os vértices predeterminados e por taxa de juros pré e índices
de preço
A política de gestão de riscos de mercado estabelece limites máximos de VaR das carteiras e os limites de perda
máxima para situações de estresse.
Risco de liquidez
O Banco tem mantido, com folga, o encaixe mínimo indicado pelo modelo próprio de cálculo do encaixe de
liquidez.
Por outro lado, tem reduzido concentrações de prazos e de depositantes, bem como eliminado depósitos com
compromisso de recompra por parte do Banco mediante aviso, tudo a garantir uma menor e adequada pressão
sobre os depósitos.
O "gap" tem se mantido em prazos reduzidos e compatíveis.
Risco operacional
A melhoria do sistema de riscos operacionais tem sido objeto da atenção e forte investimento no sentido de dotar o
Banco dos meios humanos e materiais necessários a uma eficiente mitigação destes riscos. Tal processo passou
pela formação, treinamento e a criação de uma estrutura organizacional adequada de controles internos cobrindo
as áreas de "compliance", prevenção e lavagem de dinheiro e auditoria interna, ao mesmo tempo que se
implementaram valências inexistentes como o Serviço de Atendimento ao Cliente e a Ouvidoria.
A atual alocação de capital para o risco operacional é da ordem de R$1,5 milhão calculado pelo método da
abordagem padronizada.
Perspectivas:
A entrada dos novos acionistas, os Grupos Ruas e Cunha e o Grupo Américo Amorim, contribuiu decisivamente
para o relançamento do Banco no mercado e para a sua reorientação estratégica.
O Banco irá prosseguir com a aplicação do seu plano estratégico centrado no segmento dos transportes coletivos,
complementado pelas empresas "middle market" e pelo crédito consignado, numa versão mais reduzida e seletiva,
assumindo o "Private" um papel importante na captação de recursos.
A atividade de repasse de recursos do Ministério das Cidades à aquisição da casa própria pelo público de baixa
renda, PSH e PMCMV, a par da importante contribuição social, continuará a gerar receitas complementares
importantes ao resultado do Banco.
Durante o ano de 2012 foi concluído o processo de reestruturação organizacional nomeadamente o lançamento
das novas linhas de negócio, a reestruturação dos negócios existentes, bem como do quadro de pessoal de modo
a adequá-lo aos novos objetivos e exigências. Neste contexto, importa igualmente salientar a inauguração das
novas instalações do Banco, as quais, refletem o ambiente de modernidade e dinamismo que se pretende imprimir
à instituição no futuro.
Foram definidas e implantadas as mais diversas políticas e planos de contingência em atendimento às normas do
Banco Central do Brasil, sendo de realçar dentre elas, as políticas de gestão de riscos de liquidez, mercado,
operacional, crédito e prevenção e lavagem de dinheiro.
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O Banco tem mantido uma postura conservadora, permanecendo pouco alavancado nas operações ativas e sem
tomar posições de risco na tesouraria, focando inicialmente a manutenção da liquidez e a posterior recuperação de
níveis de rentabilidade adequados.
AUDITORES INDEPENDENTES
As Informações Trimestrais e Demonstrações do Banco passaram a ser auditadas, a partir do segundo semestre
de 2011, pela PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes ("PWC"). De acordo com o teor da Instrução
CVM nº 381, o Banco Luso Brasileiro, em 2012, não contratou e nem teve serviços prestados pela PWC, não
relacionados à auditoria externa, em patamares superiores a 5% do total dos custos desta. A política adotada
atende aos princípios que preservam a independência do Auditor, de acordo com os critérios internacionalmente
aceitos, ou seja, o auditor não deve auditar o seu próprio trabalho, nem exercer funções gerenciais no seu cliente
ou promover interesses deste.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos nossos colaboradores pelo empenho demonstrado ao longo de 2012 e pelo seu engajamento na
aplicação das novas orientações estratégicas, e aos nossos clientes, investidores e parceiros que nos honram com
o seu apoio e confiança.
São Paulo, 19 de março de 2013
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