8
Terça-feira
14 de julho de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Economia
CRÉDITO
O bem-estar urbano
A Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) é a segunda do País com maior número de municípios (11) entre os 40 primeiros no ranking do Índice de Bem-Estar Urbano (Ibeu) de 2013,
lançado pelo Observatório das Metrópoles, com dados do Censo
Demográfico de 2010. A média das 15 regiões metropolitanas aponta o pior desempenho na mobilidade urbana (0,383) e o melhor
nos serviços coletivos, escreve a pesquisadora Daiane Menezes na
Carta de Conjuntura da FEE deste mês. A de Porto Alegre não segue este padrão: é melhor na mobilidade e nas condições habitacionais (4º lugar) do que na sua classificação geral. Para melhorar
o patamar, ela deveria priorizar o atendimento a serviços coletivos e infraestrutura.
Economizando na crise
A crise deveria servir para aprender a reduzir custos. Pois um
exemplo neste sentido vem do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edson Brum. Ele dispensou um dos dois carros que
deveriam acompanhá-lo nas viagens. Ficou com um, onde além
dele vão o motorista, fotógrafo (ou jornalista) e o segurança.
Comidinhas saudáveis
Atenta à procura por refeições mais saudáveis para crianças e à
expansão da obesidade infantil, a rede de restaurantes Giraffas descontinuou em 2014 a linha infantil de sanduíches, que representava
20% das vendas na categoria. E todos seus GiraPratos passaram a
ter arroz e feijão, legumes, salada e uma opção de proteína.
Líder em longevidade
Nova Petrópolis está em primeiro lugar no ranking de longevidade do IDH municipal do Rio Grande do Sul, calculado pela ONU
e divulgado em julho de 2013. A expectativa de vida da população
do município é de 78,38 anos e bateu Veranópolis, que detinha a
posição até então.
Escritório de advogados
Ex-vice-presidente Jurídico da Gerdau, Expedito Luz, agora integrante do seu Conselho de Administração, é o novo sócio do escritório liderado pelos advogados Cristiano Carvalho, Rafael Bicca
Machado e Luciano Timm. Com seu ingresso, o escritório passa a
chamar-se Carvalho, Machado, Timm e Luz Advogados.
Gaúcha faz curso na ONU em Genebra
Advogada gaúcha Renata Candemil, de Porto Alegre, participa,
até esta sexta-feira, do curso de Pós-Graduação da ONU, em Genebra (Suíça), focado neste ano em meio ambiente, provavelmente por
influência da realização em Paris da COP21. Os cursos são ministrados por profissionais de carreira da organização, diferenciando-os
de qualquer outro curso acadêmico ou de extensão. Mestranda em
meio ambiente pela Universidade Complutense de Madri, Renata foi
selecionada junto com outros 74 alunos de todo mundo e terá acesso,
portanto, a conteúdos internacionais e profissionais de alta qualificação. A proposta inclui a apresentação dos métodos de trabalho da
ONU e, para isso, prevê uma visitação a seus escritórios.
Limite de desconto em
consignado passa a 35%
Norma diz que 5% é reservado ao pagamento de cartão de crédito
O governo publicou ontem a
Medida Provisória (MP) nº 681,
que aumenta de 30% para 35%
o limite do desconto do crédito consignado em folha de pagamento. O novo limite é válido
para empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aposentados, pensionistas e servidores públicos.
O desconto é para o pagamento
de empréstimos, financiamentos, cartão de crédito e operações de arrendamento mercantil
(leasing).
A MP estabelece que, do limite de 35%, 5% é reservado exclusivamente para pagamento
de despesas contraídas por meio
de cartão de crédito. O desconto
também poderá incidir sobre verbas rescisórias, se assim estiver
previsto no contrato de empréstimo. A medida provisória também prevê que o servidor poderá tomar o empréstimo em favor
de terceiros.
Em maio deste ano, a presidente Dilma Rousseff vetou lei
que aumentava o limite de desconto, que passaria de 30% para
40% da renda. Na época, a presidente entendeu que, “sem a introdução de contrapartidas que ampliassem a proteção ao tomador
do empréstimo, a medida proposta poderia acarretar um comprometimento da renda das famílias
para além do desejável e de maneira incompatível com os princípios da atividade econômica”.
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Objetivo da medida é aquecer o consumo no País, freado pela crise
Com a economia em ritmo
lento e arrecadação em queda,
o objetivo da medida provisória,
assinada pelo vice-presidente, Michel Temer, é aquecer o consumo.
O crédito, que funcionou como
combustível para o crescimento
da economia nos últimos anos,
estagnou. Relatório do Banco Central divulgado no fim de maio
mostra que o volume total de empréstimos no País cresceu somente 0,1% em abril – a pior taxa para
o mês desde quando o BC começou a registrar os dados em 2007.
Em relação ao tamanho da
economia brasileira, o crédito
já encolheu. Em abril, a relação
entre o total de empréstimos de
R$ 3,06 trilhões e o PIB caiu de
54,8% para 54,5%. O cenário é
resultado de um ritmo de ativida-
de baixo e da alta dos juros, feita
para tentar controlar a inflação.
As empresas também podem
reter 10% do salário para cobrir
gastos com plano de saúde, remédios e previdência privada. Se o
limite do consignado fosse a 40%,
como queria o Congresso, o desconto total chegaria a 50%. Agora,
com os 35%, vai a 45%. Segundo
o texto da MP, o sindicato da categoria, com aprovação da maioria dos empregados, pode fechar
acordo com instituições financeiras definindo condições gerais e
critérios das operações. A medida
provisória estabelece ainda que o
empregador “não será corresponsável pelo pagamento”, mas responderá como “devedor principal
e solidário perante a instituição
consignatária por valores a ela”.
Especialistas pedem cautela para evitar endividamento
A ampliação do limite da renda que pode ser
comprometida com crédito consignado deve ser vista
com cautela, na avaliação de especialistas. O percentual a mais (5%) só poderá ser usado para pagamento
de compras com o cartão de crédito. As instituições
financeiras oferecem cartão de crédito consignado,
com pagamento mínimo da fatura descontado em folha de pagamento. As taxas de juros das modalidades
de empréstimo consignado são bem mais baratas que
as do cartão de crédito tradicional. Para se ter uma
ideia, em maio, os juros do crédito consignado estavam em 27,2% ao ano, enquanto do rotativo do cartão de crédito (quando se paga o mínimo da fatura e
financia-se o restante) chegou a 360,6% ao ano.
Para o diretor executivo da Associação Nacional
dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade, Miguel de Oliveira, o lado positivo da medida é a ampliação de limite de uma linha de crédito
que tem taxas de juros mais baixas. Por outro lado,
com essa ampliação, sobra menos dinheiro para os
consumidores pagarem outras despesas, como água
e luz, medicamentos e moradia. “É uma linha de cré-
dito que não se pode postergar o pagamento, porque
vem descontado do salário. Se estiver com 35% comprometido, sobra 65% para todas as outras despesas.
Amplia o endividamento das famílias e pode levar à
inadimplência em outras áreas”, disse Oliveira.
Para o Procon Porto Alegre, a medida deve ser
recebida com cautela pelo cidadão. Em um primeiro momento pode ser vantajoso ao consumidor trocar uma dívida de cartão de crédito, sabidamente
com taxas de juros elevadas, por outra, através do
crédito consignado, porém essa medida requer cuidado do consumidor, na medida em que pode levar
ao superendividamento. “Normalmente, quem procura o Procon municipal para solucionar um problema de pagamento de uma dívida, já está com sua
situação financeira comprometida por múltiplos credores”, explica o diretor executivo do Procon Porto
Alegre, Cauê Vieira. “Quitar um saldo devedor contraindo outro somente é vantajoso quando se estanca a causa do endividamento”, adverte Vieira.
O Procon recomenda ainda, cuidado ao contrair dívidas, em especial para quitar outros débitos.
Download

Limite de desconto em consignado passa a 35%