Economia Brasileira
A SUPERPRODUÇÃO DE CAFÉ
 Valorizando o café com desvalorizações cambiais:

Até o final do século XIX, a lucratividade das exportações
de café foi defendida pelo governo através de políticas
de valorização do café, ou seja, desvalorizações
cambiais;
 Toda vez que o preço do café caía no mercado
internacional, o governo desvalorizava a taxa de câmbio;
 A desvalorização cambial tornava os produtos
importados mais caros;
 Como grande parte dos produtos consumidos nos
centros urbanos da época eram importados, aumentava
o custo de vida;
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A INDUSTRIALIZAÇÃO
 A Substituição de importações

No começo da década dos anos trinta, a economia brasileira se
encontrava com déficit na balança comercial;

O valor das importações estava mais alto do que o valor das
exportações pelo fato de a renda estar mais alta do que a dos
países em depressão;

Em conseqüência, durante toda a década dos anos trinta o câmbio
brasileiro foi mantido desvalorizado, o que provocou a redução das
importações.
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CONTINUAÇÃO

O mercado interno ganha espaço

A demanda reprimida por bens importados se
converteu em demanda por produtos locais, agora
mais baratos;

Por isso, nos anos trinta, as atividades agrícolas e
fabris, ligadas ao mercado interno, puderam manter,
ou mesmo aumentar, os seus lucros;

Por outro, a lucratividade do setor agrícola exportador
esteve em baixa.
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CONTINUAÇÃO

A indústria precisa importar máquinas e equipamentos

A desvalorização cambial dificultou a importação de bens de
capital e de insumos;

Naquela fase da industrialização, a compra de máquinas e
equipamentos para a montagem de fábricas era essencial;

A crescente demanda por produtos locais foi inicialmente suprida
pela produção com máquinas e equipamentos, já instalados, que
se encontravam subutilizados.
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CONTINUAÇÃO


Fatores favoráveis e desfavoráveis ao desenvolvimento industrial
Houve uma conjuntura favorável ao desenvolvimento industrial: a
manutenção do nível da renda doméstica e o mercado consumidor para
a indústria nascente;

Houve também um fator desfavorável: a reduzida capacidade para
importar bens de capital e insumos, necessários para montar as fábricas
ou ampliar as já existentes;

A despeito desse fator negativo, entre 1929 e 1933, a renda aumentou
em 20%, e a produção industrial cresceu em 50%, enquanto os Estados
Unidos e a Inglaterra viviam a Grande Depressão;

Com o sucateamento da indústria nos países em depressão, houve
compras de bens de capital usados.
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CONTINUAÇÃO

INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO
•
Nos anos trinta, desenvolveram-se principalmente as indústrias
destinadas a substituir importações, que eram indústrias de bens de
consumo: não havia produção local de bens de capital.

•
RESERVA DE MERCADO PARA A INDÚSTRIA LOCAL
O câmbio desvalorizado instituiu o protecionismo cambial à indústria
brasileira;
O crescimento de toda a década dos anos trinta, que perdurou até 1945,
foi caracterizado pela restrição da capacidade de importar, que decorreu
do mau desempenho das exportações;
Depois de 1937, com o Estado Novo, a reserva de mercado para a
indústria nacional passou a ser praticamente promovida pelo governo;
Com a intensificação do PSI, cresceu principalmente a produção de
produtos tradicionais.
•
•
•
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CONTINUAÇÃO

Crescendo sem Tecnologia

A severa restrição à importação criou dificuldades para o
aumento da capacidade produtiva da indústria, impedida de
importar novas máquinas e equipamentos;

Em conseqüência, a indústria teve um crescimento
horizontal, sem avanço tecnológico. A indústria cresceu
incorporando novas fábricas, sem melhoramento de
técnicas.
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CONTINUAÇÃO

O aumento da capacidade de importar

Durante a Segunda Guerra Mundial, as importações brasileiras
diminuíram ainda mais, enquanto as exportações aumentaram;
O crescimento industrial diminuiu um pouco, até 1942. Mas, entre
1942 e 1945, a indústria voltou a crescer, agora impulsionada
pela metalurgia;
Nessa época, o Brasil acumulou um grande volume de divisas.
Houve poucas importações e as exportações tiveram um bom
desempenho;
Os países beligerantes voltaram toda a sua produção para artigos
de guerra e aumentaram a sua demanda pelos produtos
brasileiros;
Em 1945, o Brasil contava com uma grande capacidade para
importar, por causa do acúmulo de divisas durante a guerra.




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Economia Brasileira
Exercícios
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Explique como a política de manter alto o nível de renda da
economia, nos anos trinta, levou a um desequilíbrio na balança
comercial.
Como se comportou a taxa de câmbio brasileira nos anos trinta?
Por que o mercado interno passou a oferecer oportunidades de
lucro maiores do que os das exportações?
Em que sentido o aumento dos preços dos produtos importados
prejudicou o desenvolvimento industrial?
Que tipo de indústria se desenvolveu nos anos trinta?
Qual foi a característica mais marcante da economia brasileira no
período de 1930 a 1945?
Entre 1942 e 1945, qual foi o setor da indústria que impulsionou o
seu crescimento?
Do ponto de vista do comércio internacional, qual foi a principal
conseqüência da Segunda Guerra Mundial para o Brasil?
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A indústria no pós-guerra





O desenvolvimento industrial entrou, a partir do pós-guerra, em
uma nova fase (no período de substituição de importações, o
crescimento industrial foi liderado pela produção de bens de
consumo não duráveis);
A partir de 1945, desenvolveram-se as bases para a
industrialização pesada (a produção de bens intermediários e de
capital);
Entre 1945 e 1947, as importações cresceram muito em todos os
setores (as indústrias metalúrgica e mecânica foram as que mais
importaram);
Em conseqüência, em 1947, a balança comercial apresentou
saldo negativo;
A política cambial do governo tinha duas alternativas:
desvalorizar a taxa de câmbio ou mantê-lá sobrevalorizada,
restringindo as importações.
•
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Restringindo as importações




Desvalorizar a taxa de câmbio encareceria todas as importações
indistintamente, inclusive as dos bens de capital necessários para
a montagem de novas fábricas;
Além disso, a diminuição dos preços dos produtos brasileiros
poderia não resultar em aumento das exportações, uma vez que
os Estados Unidos, o maior parceiro comercial do Brasil, estavam
dirigindo os seus capitais para reconstrução da Europa, destruída
pela guerra;
O governo avaliou que a desvalorização cambial, além de piorar
a situação das importações, não iria necessariamente contribuir
para o aumento das exportações;
A alternativa escolhida foi manter a taxa de câmbio
sobrevalorizada e restringir as importações.
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Protecionismo cambial





A taxa de câmbio permaneceu fixa e valorizada de
1947 a 1953;
Para não prejudicar as exportações. O governo
permitiu que elas fossem negociadas no câmbio
paralelo;
As importações foram selecionadas para facilitar a
compra de bens de capital e insumos básicos
utilizados pela indústria em expansão;
As importações de produtos similares aos nacionais
foram dificultadas e até mesmo impedidas;
Dessa forma, a indústria brasileira cresceu sob o
protecionismo cambial, livre da concorrência externa e
sem competitividade.
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Os efeitos do câmbio valorizado

O grande crescimento industrial intensificou a demanda pelas
importações de bens de capital;

Entre 1951 e 1952, a indústria cresceu a todo vapor, inclusive
com expansão da sua capacidade produtiva;

Nesse dois anos, o déficit do balanço de pagamentos aumentou
(os preços das exportações diminuíram, principalmente os do
cacau e do algodão);

Com a taxa de câmbio muito valorizada, vários produtos saíram
da pauta das exportações e houve grande saída de rendimentos
dos fatores (isso provocou o déficit em conta corrente, não
compensado com entrada de capitais no país)
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Expandindo o crédito

Como havia uma grande demanda por crédito
na economia, o Banco do Brasil emprestou a
moeda nacional a juros baixos;

Essa expansão do crédito provocou euforia no
comércio e na indústria, entre 1951 e 1952.
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Liderando a taxa de câmbio

Em 1953, as dificuldades da balança
comercial foram aliviadas, apesar de o
governo continuar mantendo fixa a taxa de
câmbio;

A recuperação das exportações foi obtida com
a política de liberar a taxa de câmbio para a
metade dos produtos exportados.
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Gastos com infra-estrutura

Nos anos de 1953 e 1954, o governo Vargas
aumentou os gastos em infra-estrutura e os
financiou com a expansão da base monetária;

Em 1954 e 1955, o governo procurou facilitar a
entrada do capital estrangeiro, fornecendo
financiamento interno para os investimentos
em infra-estrutura, que se tornaram urgentes
após o crescimento da indústria entre 1951 e
1955.
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Implantada a indústria de
bens intermediários




Enfim, de 1947 a 1955, a indústria brasileira
experimentou um grande crescimento, aumentando
sua capacidade produtiva e se modernizando, graças
à facilidade de importar bens de capital;
Houve também um grande investimento do governo
em infra-estrutura;
Ao final desse período, praticamente estava
implantada a indústria de bens intermediários;
A partir da última fase do governo Vargas, de 1953 a
1954, a industrialização havia se transformado em
programa de governo
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Exercícios
1.
2.
3.
4.
5.
Que setor da economia passou a liderar o crescimento
industrial após 1945?
Por que, em 1947, quando a balança comercial
apresentou déficit, o estímulo às exportações através
da desvalorização cambial poderia não trazer bons
resultados?
Qual foi a política cambial adotada pelo governo para
ajustar o balanço de pagamentos em 1947?
Que tipo de restrição foi imposta às importações após
1947?
Como este tipo de restrição beneficiou a indústria, em
1951 e 1952?
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Exercícios - Continuação
6. Que fatores causaram o déficit da conta
corrente, ao final de 1952?
7. De que forma o Banco do Brasil acumulou
moeda nacional em caixa nesse período?
8. Por que, em 1953 e 1954, o governo Vargas
investiu tanto em infra-estrutura?
9. Qual era a situação da indústria brasileira ao
final de 1955?
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