1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC CENTRO SÓCIO ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ANDRÉ MÜLLER SOARES EVOLUÇÃO DO CRÉDITO E DO SPREAD NO BRASIL: 2008 A 2013 FLORIANÓPOLIS 2013 1 ANDRÉ MÜLLER SOARES EVOLUÇÃO DO CRÉDITO E DO SPREAD NO BRASIL: 2008 A 2013 Monografia apresentada no curso de graduação da Universidade Federal de Santa Catarina, para conclusão do curso de Ciências Econômicas. Orientador: Prof. Msc. João Randolfo Pontes FLORIANÓPOLIS 2013 2 UNIVERSADADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS A banca examinadora resolveu atribuir nota 6 ao aluno André Müller Soares na disciplina CNM 7107 – Monografia, pela apresentação deste trabalho. Em 3 de dezembro de 2013. Banca examinadora ____________________________________ Prof Msc. João Randolfo Pontes ____________________________________ Prof Dr. André Alves Portela Santos ____________________________________ Prof Bruno de Lorenzi Cancelie Mazzucco FLORIANÓPOLIS 2013 3 DEDICATÓRIA Ao meu pai, Germano Jorge Dorneles Soares, à minha mãe Neusa Neiva Müller Soares, à minha filha Laura Müller Caminha Soares, à minha esposa Juliana Barbosa Caminha e ao meu irmão Saulo Müller Soares pelo suporte e apoio. 4 AGRADECIMENTOS Ao professor João Randolfo Pontes, pela segura e competente orientação. Aos Professores, que de alguma forma me apoiaram no desenvolvimento deste trabalho. Aos meus colegas que ao longo do curso partilharam momentos fundamentais para minha formação. Aos meus familiares, pelas demonstrações de confiança e paciência. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 7 1.1 Problema .............................................................................................................. 8 1.2 Objetivos .............................................................................................................. 8 1.2.1 Geral ................................................................................................................. 8 1.2.2 Específicos ........................................................................................................ 8 1.3 Metodologia ......................................................................................................... 8 1.4 Estrutura do trabalho ........................................................................................... 8 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 10 2.1 O processo de intermediação no Sistema Financeiro Nacional ........................... 10 2.2 Mercado de crédito, sua estrutura e o risco na concessão ................................... 12 2.2.1 Instituições intermediárias do mercado de crédito ........................................... 13 2.2.2 Ratings e provisões de devedores duvidosos .................................................... 16 2.3 Componentes do spread bancário........................................................................ 17 2.4 Determinantes macroeconômicas do spread bancário ........................................ 19 3 SPREAD BANCÁRIO NO BRASIL SOB A PERSPECTIVA DO BANCO CENTRAL ................................................................................................................ 21 3.1 Critérios para o cálculo do Spread bancário ........................................................ 21 3.2 Performance do Spread no Brasil ........................................................................ 21 3.3 Principais instrumentos de crédito para pessoa jurídica ...................................... 29 3.4 Principais instrumentos de crédito para pessoa física ......................................... 34 3.5 Análise dos dados apresentados .......................................................................... 39 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 42 6 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 3.1 – Decomposição do spread bancário prefixado – Total (2008 a 2010) ............... 22 Gráfico 3.2 – Decomposição do spread bancário prefixado - TPB (2008 a 2011) ................. 23 Gráfico 3.3 – Decomposição do spread prefixado – TPB (em proporção (%) do spread ...... 24 Gráfico 3.4 – Spread médio pessoa física e jurídica ............................................................... 25 Gráfico 3.5 – Inadimplência pessoa física e jurídica ............................................................... 25 Gráfico 3.6 – Relação crédito/PIB ........................................................................................... 26 Gráfico 3.7 – Saldo recursos livre e direcionados, pessoa jurídica e física ............................. 27 Gráfico 3.8 – Saldo do crédito total por nível de risco ............................................................ 28 Gráfico 3.9 – Saldo provisionado de acordo com o nível de risco .......................................... 28 Gráfico 3.10 – Saldo das operações de desconto de cheques, duplicatas e antecipações de cartões ...................................................................................................................................... 29 Gráfico 3.11 – Saldo das operações de capital de giro ............................................................ 30 Gráfico 3.12 – Saldo das operações de conta garantida e cheque especial ............................. 30 Gráfico 3.13 – Saldo das operações para aquisição de bens – total ........................................ 31 Gráfico 3.14 – Saldo das operações de arrendamento mercantil ............................................. 31 Gráfico 3.15 – Saldos das operações com recursos externos .................................................. 32 Gráfico 3.16 – Saldo das operações de financiamentos imobiliários ...................................... 33 Gráfico 3.17 – Saldo das operações do BNDES, investimento e giro..................................... 34 Gráfico 3.18 – Saldo das operações de cheque especial.......................................................... 35 Gráfico 3.19 – Saldo das operações com crédito pessoal ........................................................ 35 Gráfico 3.20 – operações de crédito consignado total ............................................................. 36 Gráfico 3.21 – Saldo das operações para aquisições de bens .................................................. 37 Gráfico 3.22 – Saldo das operações de arrendamento mercantil ............................................. 37 Gráfico 3.23 – Saldo das operações de cartão de crédito ........................................................ 38 Gráfico 3.24 – Saldo das operações para financiamento imobiliário ...................................... 38 7 INTRODUÇÃO 1.1 O problema O crédito é o principal instrumento de expansão da atividade econômica. Através dele é possível que empresas ampliem sua produtividade e que indivíduos adquiram moradias e bens, aumentando o consumo em geral. A relação crédito/spread é muito importante, pois através dela é possível direcionar a economia ao rumo desejado. Quanto maior o spread cobrado menor será a procura por crédito e quanto menor o spread cobrado maior será a procura por crédito. No Brasil, o elevado custo do crédito bancário em decorrência das altas taxas de juros, expectativas inflacionárias, alta remuneração de títulos públicos e custos operacionais, causam uma oferta de crédito limitada. Estas restrições ao volume de crédito irão encarecer seu custo, acarretando um desempenho de crescimento econômico abaixo de seu potencial. Em economias com sistemas de crédito mais desenvolvidos, é possível canalizar e intermediar de forma mais eficiente, os recursos de poupança interna e externa, para investimentos produtivos. O mercado de capitais no Brasil possui uma participação muito inferior ao encontrado em economias desenvolvidas, tornando o crédito bancário fundamental para o crescimento econômico. A relação crédito/PIB do Brasil no ano de 2008 é de 41,3%, comparando com nações mais ricas como EUA e Japão, aonde o volume de crédito chega a 180% do PIB no mesmo período. As taxas de juros elevadas no Brasil impedem a expansão do crédito bancário para financiamento com baixo custo. Atualmente o Brasil possui uma das mais altas taxas de juros do mundo, se não a mais alta, este alto custo de captação, é um dos componentes mais relevantes do spread bancário como também a taxa de aplicação, a qual se encontra em patamares elevadíssimos, culminando em um spread expressivo. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), mostram que já em 2004, o spread no Brasil (43,7% ao ano), foi quatro vezes maior que o cobrado na Argentina (12,4% ao ano). O elevado custo do crédito bancário é também relacionado, com o das informações assimétricas no mercado, as quais dificultam a mensuração do risco de crédito das operações bancárias, sendo estas, falhas no processo de intermediação financeira. 8 Em extensão ao assunto abordado, é de grande valia examinar os determinantes do spread bancário, o período em análise (2008 a 2013) apresenta grandes alterações tanto nos saldos das operações de crédito como no spread bancário. Diante do contexto informado o presente trabalho busca examinar os determinantes do spread bancário, assim como os principais instrumentos de crédito e sua relação com a taxa de juros. Buscando responder a seguinte questão: Por que o spread no Brasil é elevado? Como foi o desempenho do crédito e do spread no período de 2008 a 2013? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Examinar a evolução do spread e do crédito bancário no Brasil no período de 2008 a 2013. 1.2.2 Objetivos específicos a) Pesquisar os fundamentos básicos que impactam o crédito nas economias. b) Levantar dados (saldos) das operações de créditos concedidos pelos bancos. 1.3 Metodologia Este trabalho busca o maior número possível de informações sobre o assunto em questão, utilizando o método analítico com base em pesquisas bibliográficas para entender o spread no Brasil e seus condicionantes. As análises contidas neste trabalho foram realizadas no período de 2008 a 2013, o referencial teórico deste trabalho, é o Banco Central, a partir de seu projeto que iniciou em 1999. 1.4 Estrutura do trabalho Esta monografia está dividida em cinco capítulos, no capitulo um, apresento o problema em questão, os objetivos do trabalho, a metodologia e sua estrutura. O capítulo dois está estruturado de maneira a fundamentar o assunto abordado através do processo de 9 intermediação financeira, do mercado de crédito e risco, identificar e detalhar os componentes do spread bancário, abordar os métodos de ratings e provisões. No capitulo três, é abordado os métodos de decomposição do spread bancário e o seu desempenho, assim como o do crédito, no período proposto e a análise destes dados. A conclusão é feita no capítulo cinco. 10 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O processo de intermediação no Sistema Financeiro Nacional e sua estrutura. O mercado financeiro cria as relações financeiras entre dois agentes, unidades superavitárias e unidades deficitárias, trocando gastos desejados por direitos de rendas futuras. Os agentes superavitários, cujas rendas sobrepõe os gastos, procuram por ativos financeiros, ou seja, direitos sobre a renda futura de outros agentes. Este excedente de renda das unidades superavitárias acima do dispêndio corresponderá a sua poupança financeira. Os agentes deficitários são aqueles que gastam acima de sua renda corrente, demandante de financiamento, trocam parte de seus ganhos futuros por acesso imediato à renda adicional, a fim de realizar seu dispêndio. (CARVALHO, 2012). A função essencial do mercado financeiro é canalizar os recursos dos poupadores para pessoas com escassez de recursos. Sendo os principais poupadores as famílias, firmas comerciais, governo e estrangeiros. E os principais tomadores são as firmas comerciais, governo, famílias e estrangeiros. Este recurso é repassado de duas formas, direta e indireta, na forma direta, os tomadores tomam recursos de agentes superavitários diretamente, sem passar por um intermediário financeiro. Na forma indireta existe um intermediário financeiro que irá fazer a captação dos recursos dos poupadores e venderá estes ativos aos tomadores. “Um sistema financeiro eficiente, que transfira recursos das pessoas que poupam para as pessoas que têm oportunidades de investimento produtivo, é um requisito básico para uma economia saudável e em crescimento”. (MISHKIN, 1998, p. 21). Sistemas financeiros satisfazem três grandes demandas: canalizar recursos gerados pelas unidades superavitárias para as deficitárias, permitindo à economia um uso mais eficiente de seus recursos, maximizando sua capacidade de crescimento e de manutenção do emprego e do bem-estar da população; organizar e operar os sistemas de pagamentos da economia, essenciais para o adequado funcionamento de todos os mercados da economia; criar ativos no volume e no perfil necessário para satisfazer às demandas dos poupadores por meios de acumulação de riqueza. (CARVALHO, 2012, p. 221) A presença de informações assimétricas no processo de intermediação financeira, são decorrentes de falta de informações precisas para as tomadas de decisões. Segundo Mishkin (1998), esta presença de informações assimétricas leva a dois tipos de problemas, o risco 11 moral e a seleção adversa. A seleção adversa acontece no momento antes da contratação, clientes mais endividados são os que ativamente buscam por mais empréstimos, ou seja, os clientes que provavelmente levarão a um resultado indesejável são os maiores demandantes. Portanto, a seleção adversa aumenta as chances de um empréstimo ser concedido a um mau pagador. O risco moral ocorre após a concessão, trata-se da probabilidade do tomador direcionar o recurso emprestado a atividades indesejáveis do ponto de vista do emprestador, reduzindo as chances de honrar com o pagamento da dívida. O sistema financeiro nacional é integrado pelo Banco Central, Banco do Brasil, BNDES e pelas demais instituições financeiras públicas e privadas. Sendo ele o conjunto de instituições, operações e normas que viabilizam a intermediação financeira, a transferência de recursos entre agentes econômicos ou ainda, a proteção de interesses financeiros desses agentes, compreendendo as instituições que nele operam, assim como os órgãos e entes reguladores e supervisores, podendo ser dividido em 4 segmentos, mercado financeiro, mercado monetário, mercado de capitais e mercado de crédito. (JANTALIA, 2012). O mercado financeiro é o conjunto de instituições, operações e normas que viabilizam as relações financeiras entre credores (agente superavitários) e devedores (agentes deficitários). O Conselho Monetário Nacional é o órgão regulador e o Banco Central do Brasil a entidade supervisora. O CMN tem a finalidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando o progresso econômico e social do País. Suas competências envolvem atribuições normativas e de política monetária e cambial. São os membros do CMN, o Ministro da Fazenda (que o preside), o Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão e o Ministro Presidente do Banco Central. (JANTALIA, 2012). Compete ao Banco Central cumprir e fazer cumprir normas expedidas pelo próprio CMN, tendo como missões atuar em favor da preservação do poder de compra da moeda e supervisionar o funcionamento do mercado financeiro garantindo sua solidez, estabilidade e eficiência sobre uma parcela da receita líquida e sobre os ativos da empresa O mercado monetário abrange a oferta e a demanda de moeda, sendo a principal base de suas operações os títulos públicos, com destaque aos emitidos pelo Tesouro Nacional, objetivando financiar o orçamento público e certificados de depósito interbancários (títulos emitidos pelas próprias instituições financeiras para viabilizar a transferência de recursos entre elas. Segundo Mishkin (1998), o mercado monetário somente negocia títulos de dívida de curto prazo, com vencimento de menos de um ano porque este título tem flutuações menores de preços do que os títulos de longo prazo, tendendo a ter uma liquidez superior aos títulos de longo prazo. 12 Os títulos de mercado de capital, como ações e títulos de dívidas de longo prazo, são normalmente propriedade de intermediários financeiros. O mercado de crédito é o segmento do mercado financeiro que contempla as operações de créditos para suprir o descaso de fluxo de caixa dos agentes econômicos. Os bancos comercias são instituições que criam depósitos à vista, são portanto, os principais intermediários financeiros em qualquer economia, os depósitos à vista definem as obrigações por parte do banco de repassar determinado valor a qualquer momento solicitado. (CARVALHO, 2012). A garantia que cerca depósitos à vista torna este tipo de aplicação peculiarmente segura para o público. Sua superioridade sobre a moeda legal como meio de pagamento abre oportunidade aos bancos de captar recursos sem ter que remunerá-los com qualquer taxa de juros. (CARVALHO, 2012, p. 227). Para Mishkin (1998), os intermediários financeiros buscam captar recursos, pagamento de taxas aos depositários com disponibilidade de recurso, para cobrir o risco com a cessão destes recursos. As taxas pagas pela captação dos recursos devem ser inferiores a taxa auferida ao reinvestir este recurso em forma de investimento. Os principais instrumentos de captação são os depósitos à vista, depósitos a prazo, caderneta de poupança, os empréstimos, o capital bancário e o patrimônio líquido. Quando trata-se de aplicar estes recursos captados, Mishkin (1998, p. 142) diz que “os bancos lucram principalmente através da concessão de empréstimos”. 2.2 Mercado de crédito, sua estrutura e o risco na concessão Conforme fundamento na seção anterior, o mercado de crédito é decisivo para o desenvolvimento da economia brasileira, devido a baixa alavancagem no mercado de capitais. Em períodos de expansão creditícia, as empresas tomam recursos para expandir suas atividades, assim como as famílias tendem a aumentar seu consumo por bens. Além de movimentar a economia, garante o comércio e a fluidez. A mensuração do risco de crédito é fundamental para que uma instituição financeira possa precificar um empréstimo e avaliar as obrigações corretamente, estabelecer limites adequados aos mais diversos tomadores. (SAUNDERS, 2007). Os problemas de qualidade de crédito, na pior das hipóteses, podem levar uma instituição financeira à insolvência, ou podem resultar em perdas significativas de capital e patrimônio líquido a ponto de prejudicar as perspectivas de crescimento e competição de uma instituição financeira, 13 tanto no nível doméstico quanto no nível internacional. (SAUNDERS, 2007, p. 195). Para Mishkin (1998), as instituições financeiras precisam superar as informações assimétricas de mercado, o risco moral e seleção adversa, pois estas informações assimétricas aumentam a probabilidade de inadimplência em empréstimos. Os métodos utilizados pelas instituições financeiras para mitigar esses problemas ajudam a explicar uma série de princípios administrativos de risco de crédito: filtragem e monitoramento, o estabelecimento de relações de longo prazo com os clientes, compromissos de empréstimos, garantias, exigências de saldo mínimo e racionamento de crédito. (MISHKIN, 1998, p. 149). 2.2.1 Instituições intermediárias do mercado de crédito Existem três tipos de agentes no sistema financeiro: instituições financeiras, outros intermediários financeiros e os prestadores de serviços financeiros. Para um melhor entendimento, diferenciar as instituições que captam depósitos à vista daquelas que não os captam, é essencial. Segundo Jantalia (2012) podem ser consideradas instituições financeiras “as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros”, uma instituição financeira via de regra capta recursos de uns e aplica a outros, sem estabelecer qualquer vínculo jurídico entre os dois agentes. As instituições financeiras necessitam captar recursos com o fim de aplicar estes recursos em formas diversas de empréstimos e financiamentos. Ainda segundo Jantalia (2012), as operações passivas (captação), são aquelas mediante a qual a instituição financeira operadora do SFN capta recursos para as próprias operações ou investimentos, tomando recursos perante o público, tornando-se devedora na relação jurídico-financeira. A principal forma de captação é através do depósito bancário. Basicamente existem três tipos de depósitos como é demonstrado a seguir: Depósitos à vista, livremente movimentáveis, a instituição é obrigada a devolver imediatamente a quantia demandada pelo depositante ou pagá-la a quem este indicar. Depósitos a prazo são previamente estabelecidos a data de resgate e o rendimento pactuado, podendo em alguns casos, dependendo da aplicação, a retirada antes do prazo implicando até mesmo uma redução de parte do principal aplicado. Exemplos mais comuns 14 são certificados de depósitos bancários (CDB) e operações compromissadas assim como o recibo de depósito bancário. Depósitos de poupança, embora livremente movimentáveis, possuem destinação e remuneração normativamente estabelecidos, 65% dos recursos captados em poupança pelas instituições integradas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), devem ser aplicados em operações de financiamento imobiliário, dos quais no mínimo 80% devem ser destinados a operações de financiamento habitacional no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). A remuneração se dá por período mensal, de acordo com a data de aplicação, no caso se dá pela taxa TR, acrescido de 0,5% ao mês enquanto a taxa SELIC for superior a 8,5% ao ano. Caso seja inferior ou igual a 8,5%, sua remuneração é 70% da meta da taxa SELIC. Entre os tipos de instituições que captam depósitos à vista, podemos encontrar as seguintes: Bancos comerciais possuem a faculdade de criar moeda escritural, sob efeito multiplicador, e por ter esta faculdade, são constantemente vigiados pelas autoridades monetárias, as quais zelam por sua liquidez e solvabilidade. (LOPES & ROSSETTI, 2009). Têm por objetivo o suprimento de recursos necessários para financiamento, a curto e médio prazo, da pessoa física e jurídica em geral. Sendo os recursos aplicados no comércio, indústria e no setor de serviços. (JANTALIA, 2012). Caixas econômicas, semelhantes aos bancos comerciais, podendo captar recursos à vista, a prazo e de poupança. No Brasil, estas possuem vínculo forte com captação em poupança, com financiamento habitacional e com linhas de crédito mais tradicionais, como penhor. (CEF). Cooperativas de crédito prestam serviços financeiros aos seus próprios associados e também serviços de natureza financeira a não associados e ainda ter acesso a recursos oficiais. As instituições que não captam depósitos à vista também são instituições financeiras bastante importantes para o mercado de crédito. Identificamos quais são estas instituições a seguir. Associações de Poupança e Empréstimos captam recursos por meio de depósitos em poupança de seus associados e também por meio de emissão de letras e cédulas hipotecárias destinam seus recursos a crédito imobiliário, existindo no Brasil apenas um caso (POUPEX). 15 Agências de fomento são pessoas jurídicas constituídas em forma de sociedades anônimas de capital fechado, financiam empreendimentos para ampliação da capacidade produtiva. Bancos de Desenvolvimento trata-se de instituições financeiras públicas, sociedades anônimas, de capital aberto ou fechado, tendo seu controle acionário sob controle de Estados ou distritos federais objetivam financiamento a médio e longo prazo, de programas e projetos, prioritariamente do setor privado. Captam recursos por meio de depósitos a prazo, de empréstimos e financiamentos obtidos no País ou no exterior, por meio de emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, podendo conceder empréstimos, financiamentos, investimentos ou arrendamento mercantil. Bancos de investimentos são instituições financeiras de natureza privada, especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento para suprimento de capital de giro e administração de recursos de terceiros, podendo atuar com compra e venda de metais preciosos e quaisquer títulos e valores mobiliários, nos mercados financeiros e de capitais, bolsa de mercadorias e de futuros ou em mercados de balcão organizados, a emissão, subscrição para revenda e distribuição de títulos e valores mobiliários, assim como operações de câmbio se previamente autorizadas pelo Banco Central. Captam recursos através de depósitos a prazo, depósitos interfinanceiros, repasses interbancários ou repasses de recursos oficiais. Podendo manter contas, sem juros e não movimentáveis por cheques. Sociedades de crédito, financiamentos e investimentos, estas financeiras têm objetivo de concessão de financiamento para aquisição de bens e serviços para capital de giro para as empresas. Sociedades de crédito ao micro-empreendedor e a empresas de pequeno porte, seu objetivo é a concessão de empréstimos e financiamentos a pessoas físicas e microempresas e empresas de pequeno porte. Não podem captar recursos públicos, sua captação se dá através de repasses e empréstimos originalmente de instituições financeiras nacionais e estrangeiras, depósitos interbancários vinculados a operações de micro-finanças. Suas operações ativas possuem restrições quanto à concessão de crédito para fins de consumo ou investir em participação societária em instituições financeiras. Sociedades de crédito imobiliário captam recursos através de depósitos em poupança, emissão de letras hipotecárias e letras imobiliárias, repasses e refinanciamentos contraídos no País ou no exterior e depósitos interfinanceiros. Destinam seus recursos para financiamentos de construções e aquisições de imóveis, principalmente no âmbito do Sistema 16 Financeiros da Habitação (SFH). Criada pela lei 4.380, de 21 de agosto de 1964, sendo regulamentada pela resolução CMN 2.735, de 28 de junho de 2000. Companhias Hipotecárias captam recursos com emissão de letras hipotecárias, de cédulas hipotecárias, debêntures, empréstimos no País e no exterior. Seus recursos devem ser unicamente direcionados a operações fora do SFH. Bancos de Câmbio, especializados em compra e venda de moeda estrangeira, transferência de recursos para o exterior, financiamento de exportação e importação, adiantamento de contratos de câmbio, que operam com recursos próprios e com recursos de repasses interbancários, deposito interfinanceiro ou de operações de captação no exterior. 2.2.2 Ratings e provisões de devedores duvidosos As instituições financeiras necessitam buscar mitigar os riscos envolvidos na concessão de crédito, de acordo com Yanaka (2010, p. 170), “o risco de crédito pode ser definido de uma maneira simples como a possibilidade de um tomador ou contraparte de um banco não honrar suas obrigações nos termos pactuados”. Os sistemas internos de classificação de risco de crédito classificam os clientes tomadores de crédito em faixas, de acordo com sua classe de ativos. As classes de ativos são segmentadas em (i) atacado, (ii) soberano, (iii) bancos, (iv) varejo e (v) participações acionárias. A classificação é feita através de modelos de scoring, para empresas do varejo e através de análise julgamental para empresas de classe atacado. (YANAKA, 2010). Ratings ou scoring são estimativas sobre a capacidade de pagamento do principal e dos juros por parte do contratante. Determinado através de letra alfabética, sua escala vai de A a D. (SANTOS, 2012). Clientes com rating A, classificados como risco muito baixo, normalmente trata-se de empresas detentoras de situação financeira estável, com desempenho superior aos parâmetros de mercado, com histórico idôneo, provável tendência de crescimento (setor), endividamento baixo perante o porte e capacidade de endividamento. Rating B, possuem classe de risco baixa, desempenho compatível aos parâmetros do mercado, perspectivas de crescimento moderado ou otimista, histórico idôneo. Rating C, situação financeira favorável, com desempenho abaixo dos parâmetros de mercado, já apresentou atrasos, setor com expectativas de estabilidade ou baixa recessão, endividamento próximo ao limite de tolerância. 17 Rating D, normalmente com situação financeira desfavorável, desempenho muito abaixo dos parâmetros do mercado, atrasos sucessivos, perspectivas de recessão, endividamento com tolerância máxima. (SANTOS, 2012). A principal norma vigente sobre risco de crédito exige que os bancos classifiquem as operações de créditos de seus clientes em níveis de risco, e de acordo com cada nível, deve ser feita uma provisão mínima, devendo fazer sua reclassificação de acordo com o número de dias em atraso. (YANAKA, 2010). Para nível AA o saldo a ser provisionado é de 0%, para nível A 0,5%, para nível B 1% (atrasos de 15 a 30 dias), para nível C 3% (atrasos de 31 a 60 dias), para nível D 10% (atrasos de 61 a 90 dias), para nível E 30% (atrasos de 91 a 120 dias), para nível F 50% (atrasos de 121 a 150 dias), para nível G 70% (atrasos de 151 a 180 dias) e para nível H 100% (atrasos acima de 180 dias). 2.3 Componentes do spread Bancário Para Costa (2004), o spread é a diferença entre o retorno do poupador e o custo do empréstimo para o tomador. Segundo Jantalia (2012), no mesmo contexto da autora, define o spread bancário como a diferença entre o preço de compra e de venda de um título ou moeda e que, também o spread bancário é comumente confundido com o lucro dos bancos, porém a margem liquida é apenas um componente do spread bancário. Definindo os componentes do spread da seguinte forma: Spread bruto = Custos administrativos + Custos Tributários + Custos de direcionamento e Encargos da intermediação financeira + spread líquido. Spread bancário, basicamente, é a diferença entre a taxa média de aplicação das instituições financeiras, em seus diversos ativos relativos à atividade de crédito às pessoas físicas e jurídicas e sua taxa média de captação, por meio de produtos como depósito a prazo e interfinanceiros. (FEBRABAN, 2011). Para um maior entendimento das variáveis que afetam e compõem o spread bancário, descrevo os componentes a seguir. Custos Administrativos trata-se de despesas diretas ou indiretas decorrentes da atividade das instituições financeiras, despesas necessárias à manutenção da atividade. Segundo o BC (2009), os custos administrativos cobrem o custeio do fator trabalho, salários, honorários, treinamentos, encargos e benefícios, assim como água, energia, comunicações, material de escritório, processamento de dados, propaganda e publicidade, seguros, vigilância, transporte. 18 Depósito compulsório desempenha um papel essencial para regular a economia, criam estabilidade no mercado financeiro por restringirem a disponibilidade imediata de recursos líquidos dos bancos. Dados da FEBRABAN (2010) revelam que o Brasil possui um dos mais altos recolhimentos de compulsório do mundo. O depósito compulsório sobre o depósito à vista é de 20% mais adicional de 12%. Para depósitos a prazo, o recolhimento é de 20%. O recolhimento de compulsório para depósito à vista nos EUA é de 10%. Custos Tributários, são tributos que oneram direta ou indiretamente o crédito no Brasil, podemos elencar alguns deles, tais como o imposto sobre operações financeiras (IOF), compreendendo operações de crédito, Câmbio e seguro, ou relativas a títulos de valores mobiliários. A alíquota atual do IOF é de 0,0041% ao dia para pessoa jurídica e de 0,0068% para pessoa física, assim como uma alíquota adicional de 0,38% sobre o montante total emprestado. É também cobrada a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e a Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), estes incidem sobre o faturamento das instituições financeiras. No caso específico das instituições financeiras, a base de cálculo do PID e COFINS, não contemplam as despesas de intermediação financeira. A alíquota atual de COFINS é de 4% e PIS é de 0,65%. Os tributos auferidos sobre o resultado das instituições, sobre o lucro, são a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). A CSLL incide sobre o valor do resultado do exercício da pessoa jurídica, antes da provisão para o imposto de renda, para as instituições financeiras é de 15%, o IRPJ é de 25%. (JANTÁLIA, 2012). Custos de direcionamento e encargos próprios da intermediação financeira, custos de direcionamento são decorrentes das medidas de políticas monetárias introduzidas pelo Banco Central, sendo estimado por montantes depositados no Banco Central, compulsório. Outro custo seria o FGC, correspondente a 0,0125% do valor dos saldos das contas que registrem obrigações correspondentes aos créditos garantidos pelo referido fundo. Custos de inadimplência, é o principal fator determinante do alto custo do crédito no Brasil, é feito uma estimativa, baseada em períodos anteriores com a finalidade de projetar as perdas futuras, este custo deve-se ao fato de que nem todos os devedores irão honrar suas dívidas. (BCB , 2009). Spread Líquido, trata-se da margem líquida, deduzindo todos os custos citados anteriormente, para se ter uma margem líquida mais apurada, é necessário se ter o dimensionamento relacionados a oferta de crédito, inflação e juros. 19 2.4 Determinantes macroeconômicas do spread bancário Pesquisas sobre o spread bancário apontam a importância dos fatores macroeconômicos para entender a magnitude do spread. Entres as variáveis macroeconômicas determinantes para o spread, estão a taxa básica de juros e sua volatilidade, o nível de atividade e produto e a inflação. Segundo a Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (KEYNES), a taxa de juros é a recompensa da renúncia à liquidez, sendo ela o “preço” que estabelece o equilíbrio entre o desejo de manter a riqueza em forma líquida e a quantidade de moeda disponível, taxas de juros altas, criam um excedente de moeda que ninguém estaria disposto a deter. A taxa de juros básica do Brasil, SELIC, representa o retorno médio dos títulos públicos, sendo ela determinante para o nível de preço e atividade econômica. Para Mishkin (1998), a taxa de juros afeta as decisões entre consumir e poupar dos indivíduos, assim como a decisão de investir ou poupar das empresas. A taxa de juros no curto prazo, ou a taxa básica da economia, segundo Carvalho (2012), nada mais é do que o resultado do confronto entre a oferta de reservas, definidas pelo Banco Central nas operações compromissadas e operações definitivas, e o saldo do fluxo de entrada e saída de dinheiro do sistema bancário. A formação da taxa de juros de curto prazo vai depender das inferências do Banco Central quanto às condições no mercado de reservas, bem como quanto a suas metas intermediárias e finais. Assim, o Banco Central decide, com base em uma série de critérios, qual a taxa de juros adequada para a operação da economia. (CARVALHO, 2012, p. 195) A volatilidade da taxa de juros pode elevar o risco da taxa de juros, “ao produzir descasamento entre os prazos de vencimentos dos ativos e passivos, as instituições financeiras expõem-se à possibilidade de risco de variação de taxa de juros” (SAUNDERS, 2007, p. 99). Quando o prazo dos ativos é superior ao prazo dos passivos, existe o risco de refinanciamento, que ocorre quando o custo de renovação seja superior à taxa de retorno de investimento em ativos. A análise do nível de atividade e produtividade supõe duas hipóteses, a primeira de que uma economia aquecida aumenta a demanda por crédito e como consequência um aumento no spread bancário em decorrência da instituição financeira aproveitar uma maior procura por crédito, e a segunda hipótese seria que este aquecimento da economia e o 20 aumento dos empréstimos, podem reduzir a taxa de juros, por motivos de aumento de competitividade ou até mesmo diminuição da inadimplência. O conceito de inflação pode ser simplificado como uma elevação do nível geral de preços, uma inflação por demanda, sustenta que uma alta generalizada dos preços é resultado de um excesso de demanda agregada em relação à capacidade de oferta agregada da economia. Inflação de custos decorre em função da variação salarial, e pode ainda gerar acréscimo nos preços de matérias-primas de alta participação na estrutura de custos das principais indústrias da economia. (LOPES & ROSSETI, 2009). 21 3 SPREAD BANCÁRIO NO BRASIL SOB A PERSPECTIVA DO BANCO CENTRAL Para entender o spread bancário no Brasil é necessário conhecer o método de análise da decomposição do spread, examinar o desempenho ao longo do período e verificar as medidas adotadas para redução de seu custo. 3.1 Metodologia da decomposição do spread O relatório de economia bancária e crédito de 2008, apresenta uma nova metodologia para decomposição do spread bancário. Conforme já apresentado no gráfico 2.2, a nova composição passa a isolar a parcela referente aos subsídios cruzados decorrentes da concessão de créditos direcionados, introduz aperfeiçoamentos na mensuração dos efeitos dos recolhimentos compulsórios e dos impostos indiretos sobre o spread. (KOYAMA, 2008). A nova metodologia considera o custo nominal de captação de cada tipo de depósito recebido pelas instituições financeiras, reduzindo o custo de compulsório sobre o spread. Outra mudança importante na metodologia é referente ao cálculo da taxa preferencial brasileira (TPB), sendo ela calculada através das operações de crédito pactuadas mensalmente entre as instituições financeiras e seus clientes preferenciais; sendo eles somente pessoa jurídica, com operações de crédito com três ou mais instituições financeiras, com pelo menos uma operação em curso normal com valor maior ou igual a R$ 5 milhões, com uma operação com classificação de risco nível AA, sendo que a soma das operações com risco AA e A correspondam a, no mínimo, 90% do total do endividamento perante o SFN, não podendo possuir operações com atraso superior a noventa dias, que representem mais que 1% do total do endividamento. (REBC, 2011). 3.2 Performance do Spread no Brasil O Brasil apresenta um dos maiores spreads do mundo, segundo o Relatório de Economia Bancária e Crédito de 2008, o spread total cobrado para pessoas físicas e jurídicas, com recursos livres e direcionados foi de 39,98% ao ano, a inadimplência representou 26,71% do total do spread. No ano de 2009, houve redução significativa do spread total, passando para 29,81% ao ano, a inadimplência passou a representar 30,59% do spread total. (BCB, 22 2009). Em 2010, houve novamente redução no spread total, passando para 27,87% ao ano, a inadimplência recuou e representou 28,74% do spread total. A partir do ano de 2011, conforme averiguado no item anterior, a mudança de metodologia do cálculo, passando a considerar somente clientes preferenciais, inibem a análise para os dados deste ano. O gráfico 3.1 apresenta a evolução do spread de 2008 a 2010, assim como seus demais componentes. Gráfico 3.1 – Decomposição do spread bancário prefixado – Total (2008 a 2010) Fonte: BCB (2013) Buscando uma comparação mais adequada entre as taxas praticadas no Brasil e as de outros países, foi introduzida a metodologia de análise da decomposição do spread bancário, a análise através da taxa preferencial brasileira (TPB). Os custos administrativos são disponíveis apenas para as instituições financeiras, portanto não há dados específicos, considerando que em operações de grande porte, o custo administrativo é pequeno, ele foi 23 considerado nulo. A redução do spread através da taxa preferencial brasileira evidencia que os juros cobrados a pequenas empresas, de varejo, é absurdamente superior as taxas praticadas a grandes empresas. O spread total de 2008 prefixado de 39.98% para todos os segmentos passam para 8,85%, em 2009 de 29,81% para 3,34%, em 2010 de 27,87% para 3,7%. A seguir, o gráfico 3.2, apresenta o spread total e seus componentes de 2008 a 2011, segundo a TPB. Gráfico 3.2 – Decomposição do spread bancário prefixado - TPB (2008 a 2011) Fonte: BCB (2013) A decomposição do spread total, em proporção (%) do spread apresentada no ano de 2011, foi de 22,5% para inadimplência, 11,81% para o compulsório mais subsídios cruzados mais encargos fiscais e FGC, 26,27% para impostos diretos e 39,41% para a margem líquida. O gráfico 3.3 apresenta estes dados. 24 Gráfico 3.3 – Decomposição do spread prefixado – TPB (em proporção (%) do spread. Fonte: BCB (2013) Outro aspecto importante, é a disparidade encontrada em relação ao spread para pessoas físicas e jurídicas, de acordo com dados obtidos no Banco Central, através do sistema gerenciados de séries temporais, em setembro de 2013 o spread médio para pessoa jurídica está em 7,06%, enquanto que para pessoas físicas está em 16,7%. O gráfico 3.4 apresenta estes dados. 25 Gráfico 3.4 – Spread médio pessoa física e jurídica Fonte: BCB (2013) Um dos fatores que ajuda explicar esta diferença, é o índice de inadimplência, dados de setembro de 2013, revelam a inadimplência de 2,01% para pessoas jurídicas, enquanto que para pessoas físicas chega ao patamar de 4,83%, mais que o dobro. O gráfico 3.5 apresenta estes dados. Gráfico 3.5 – Inadimplência pessoa física e jurídica. Fonte: BCB (2013) O crédito total da economia alcançou a marca de 55,5% PIB em setembro de 2013, a evolução da relação crédito/PIB é uma estatística muito importante, e conforme previamente fundamentado, esta relação encontra-se muito abaixo dos patamares de economias desenvolvidas internacionais, o gráfico 3.6 apresenta a evolução, em 2008 a proporção era de 35,47%. 26 Gráfico 3.6 – Relação crédito/PIB Fonte: BCB (2013) O saldo das operações com recursos livres e direcionados em janeiro de 2008 somavam o valor de R$ 953 bilhões, já em setembro de 2013 o valor passa a ser de R$ 2,597 trilhões. O saldo com recursos livres representava 67% do total do crédito em 2008, somando o valor de R$ 638 bilhões, já os recursos direcionados, que representavam em 2008, 33% do total do crédito, somando o valor de R$ 314 bilhões, passou a representar 43% do total em setembro de 2013. Os recursos livres cresceram 129% no período, somando em 2013 o montante de R$ 1,464 trilhões, enquanto que os recursos direcionados aumentaram 260%, totalizando o valor R$ 1,133 trilhões. O gráfico 3.7 apresenta os dados descritos acima. 27 Gráfico 3.7 – Saldo recursos livre e direcionados, pessoa jurídica e física Fonte: BCB (2013) O total de crédito concedido é enquadrado é de acordo com seu nível de risco. O saldo total em 2008 oriundos de nível normal de risco era de R$ 888 bilhões, evoluindo para R$ 2.4 trilhões em setembro de 2013, sua representatividade em relação ao crédito manteve o patamar de 92%. Para níveis de risco um, ou seja, concessão de empréstimos para classificações de crédito entre D e G, passou de R$ 50 bilhões em 2008 para R$ 104 bilhões em setembro de 2013, a representatividade perante o crédito total reduziu de 5,25% para 4%. Para níveis de risco 2, ou seja, créditos concedidos para empresas com classificação H, aumentaram 155% no período de 2008 a 2013. O gráfico 3.8 apresenta estes dados. 28 Gráfico 3.8 – Saldo do crédito total por nível de risco. Fonte: BCB Depep (2013) A provisão sobre os devedores duvidosos aumentou consideravelmente no período de 2008 a 2013. Buscando atender as normas vigentes do Acordo de Basileia, os saldos provisionados por níveis de risco aumentaram em 146%. O Gráfico 3.9 apresenta os saldos das provisões de acordo com o nível. Gráfico 3.9 – Saldo provisionado de acordo com o nível de risco Fonte: BCB (2013) 29 3.3 Principais instrumentos de crédito para pessoa jurídica Os instrumentos de crédito para pessoa jurídica são fundamentais para o desenvolvimento do setor produtivo, entre as principais linhas de crédito com recursos livres, podemos identificar o capital de giro, desconto de duplicatas, cheques e antecipação de cartões, conta garantida e cheque especial, linhas para aquisições de bens, arrendamento mercantil, operações com recursos externos, entre as operações com recursos direcionados identificamos as linhas do BNDES para investimento e para capital de giro. As operações de desconto de cheques, duplicatas e cartões, representavam em 2008, 7,12% do total de recursos livres, em 2013, sua participação diminuiu para 5,07%. Examinando o desempenho, evidencia-se uma estagnação das operações de desconto de cheques, aumento de 68% nas operações de desconto de duplicatas. A linha de antecipação de cartões obteve o maior crescimento, 322,76%. O gráfico 3.10 apresenta a evolução dos saldos das operações de desconto de duplicatas, cheques e antecipação de cartões. Gráfico 3.10 – Saldo das operações de desconto de cheques, duplicatas e antecipações de cartões. Fonte: BCB (2013) A principal linhas de crédito com recursos livres, para empresas, é o capital de giro, seu saldo apresentou crescimento expressivo, em 2008 totalizava R$ 106 bilhões, representando 34% do total de crédito com recursos livres, em 2013 seu saldo passou para R$ 372 bilhões, representando 51% do total de recursos livres. Sua evolução no período foi de 250%. O gráfico 3.11 apresenta a evolução no período. 30 Gráfico 3.11 – Saldo das operações de capital de giro Fonte: BCB (2013) As operações de crédito rotativas, conta garantida e cheque especial, representavam em 2008, 13% dos recursos livres, o saldo de conta garantida era de R$ 31 bilhões e o saldo de cheque especial era de R$ 9 bilhões. Em 2013, a representatividade perante os recursos livres passou a ser de 8%, o saldo das contas garantidas aumentaram 34,92%, enquanto o saldo de cheque especial aumentou 36%. O gráfico 3.12 apresenta estes dados. Gráfico 3.12 – Saldo das operações de conta garantida e cheque especial Fonte: BCB (2013) 31 As operações para aquisições de bens, somavam em 2008 o saldo de R$ 12 bilhões, representando 3,81% dos recursos livres, em 2013, seu saldo passou para R$ 30 bilhões, passando a representar 4,09% do total de recursos livres, a evolução no período foi de 150%. O gráfico 3.13 apresenta estes dados. Gráfico 3.13 – Saldo das operações para aquisição de bens - total Fonte: BCB (2013) As operações de arrendamento mercantil, apresentar redução no período, em 2008 seu saldo chegava a R$ 25 bilhões, em 2013 seu saldo passou para R$ 20 bilhões, recuo de 18,33%, sua representatividade em 2008 que era de 7,9% passou a ser de 2,8% em 2013. O gráfico 3.14 apresenta estes dados Gráfico 3.14 – Saldo das operações de arrendamento mercantil Fonte: BCB (2013) 32 As operações com recursos externos, ACC, repasses externos, financiamento a exportações e financiamento a importações totalizavam um saldo de R$ 76 bilhões em 2008, em 2013 seu saldo passou para R$ 117 bilhões, a representatividade perante os recursos livres era de 24% dos recursos livres em 2008, em 2013 sua participação passou a ser 16%. Em 2008 as operações de ACC somavam R$ 30 bilhões, as operações de repasse externo R$ 29 bilhões, as operações de financiamento a importações R$ 8,3 bilhões e as operações para financiamento de exportações R$ 7,9 bilhões. O saldo das operações de ACC subiram 50%, totalizando em agosto de 2013, R$ 46 bilhões, o saldo das operações de repasse externo reduziu em 36,78%, passando para o saldo de R$ 18 bilhões em agosto de 2013, as operações para financiamento de importações também recuaram, 38,19% em relação a 2008, e somam em agosto de 2013 R$ 5 bilhões, as operações de financiamento para exportações se destacaram no período, entre as linhas com recursos do exterior, o saldo aumentou em 489%, passando em agosto de 2013 para o saldo de R$ 47 bilhões. O gráfico 3.15 apresenta estes dados. Gráfico 3.15 – Saldos das operações com recursos externos Fonte: BCB (2013) 33 As operações de financiamento imobiliário, representaram aumento expressivo no período, em 2008 representava apenas 2,79% do saldo das operações com recursos direcionados, somando uma saldo de R$ 5 bilhões, em agosto de 2013, seu saldo passou a ser de R$ 51 bilhões, um aumento de 880%, passando a representar 7,71% do total de recursos direcionados. O gráfico 3.16 apresenta estes dados Gráfico 3.16 – Saldo das operações de financiamentos imobiliários Fonte: BCB (2013) Entre todas as operações com recursos direcionados, a linha de crédito para financiamento de investimentos do BNDES foi a que apresentou maior crescimento. As operações de capital de giro do BNDES aumentaram muito bem percentualmente, porém, sem muita representatividade O saldo das operações para financiamento do BNDES, somavam em 2008, R$ 128 bilhões, representando 65% do total do crédito direcionado, após um aumento de 260%, seu saldo passou a ser de R$ 464 bilhões em agosto de 2013, representando 70% do total dos recursos direcionados. As operações de capital de giro com 34 recursos direcionados, representava apenas 4,13% em 2008, após uma evolução de 183%, passou a representar 3,49%. O gráfico 3.17 apresenta estes dados. Gráfico 3.17 – Saldo das operações do BNDES, investimento e giro Fonte: BCB (2013) 3.4 Principais instrumentos de crédito para pessoa física Os instrumentos de crédito para pessoas físicas são fundamentais para o desenvolvimento e crescimento da economia, estes instrumentos representam o consumo das famílias, tanto de bens e moradias como uma série outros benefícios. Entre as principais linhas crédito para pessoa físicas, podemos identificar o cheque especial, cartão de crédito, credito pessoal e crédito consignado, crédito direto ao consumidor, financiamento imobiliário e arrendamento mercantil. As operações de cheque especial, em 2008, somavam o montante de R$ 14 bilhões, com uma evolução de 48,45% no período, totalizam em setembro de 2013, R$ 22 bilhões, em 35 2008 representava 4,58% do total de recursos livres, em 2013 sua participação para 3%. O gráfico 3.18 apresenta estes dados. Gráfico 3.18 – Saldo das operações de cheque especial Fonte: BCB (2013) O crédito pessoal desempenha um papel fundamento para o consumo, em 2008 seu saldo totalizava R$ 41 bilhões, em setembro de 2013 R$ 96 bilhões, com uma evolução no período de 134,5%. Sua participação nos recursos livres, em 2008 era de 12,73%, em 2013 sua participação passou para 13,25%. O gráfico 3.19 apresenta estes dados. Gráfico 3.19 – Saldo das operações com crédito pessoal Fonte: BCB (2013) 36 As operações de crédito consignado apresentaram forte expansão no período, em 2008 seu saldo era de R$ 71 bilhões, em 2013 passou para R$ 214 bilhões, evolução de 202%. Sua participação nos recursos livres era de 22% em 2008, em 2013 sua participação passou a ser 29,4%. As operações de crédito consignado incorporam as linhas para aposentados e pensionista, trabalhadores do setor público e privado. O gráfico 3.20 apresenta estes dados. Gráfico 3.20 – operações de crédito consignado total Fonte: BCB (2013) As operações para aquisições de bens, apresentaram bom desempenho no período, em 2008 seu saldo era de R$ 95 bilhões, em agosto de 2013 seu saldo é de R$ 214 bilhões, com crescimento de 114%. Em 2008 sua participação nos recursos livres era de 29,4%, em 2013 sua participação para 28%. O gráfico 3.21 apresenta estes dados. 37 Gráfico 3.21 – Saldo das operações para aquisições de bens Fonte: BCB (2013) As operações de arrendamento mercantil para pessoas físicas, assim como pessoas jurídicas, apresentou queda expressiva. Em 2008 seu saldo era de R$ 45 bilhões, após uma redução de 78,6%, seu saldo em agosto de 2013 é de 10 bilhões. Em 2008 seu saldo representava 14,1% do total dos recursos livres, após a queda vertiginosa passou a representar apenas 1,43%. O gráfico 3.22 apresenta estes dados. Gráfico 3.22 – Saldo das operações de arrendamento mercantil Fonte: BCB (2013) As operações de cartões de crédito apresentar evolução muito expressiva no período, em 2008 seu saldo era de R$ 41 bilhões, após crescimento de 215%, o saldo em setembro de 2013 é de R$ 129 bilhões. A participação nos recursos livres era de 12,7% em 2008, já em 38 setembro de 2013 sua participação passou a ser de 17,8%. O gráfico 3.23 apresenta estes dados . Gráfico 3.23 – Saldo das operações de cartão de crédito Fonte: BCB (2013) As operações de crédito imobiliário, representaram a maior evolução dos recursos pessoas físicas, o saldo em 2008 era de R$ 41 bilhões, após evolução de 604%, seu saldo em setembro de 2013 atingiu o saldo de R$ 314 bilhões. Sua participação nos recursos direcionados em 2008 era de 38,2%, em 2013 sua participação passou para 67%. O gráfico 3.24 apresenta estes dados Gráfico 3.24 – Saldo das operações para financiamento imobiliário Fonte: BCB (2013) 39 3.5 Análise dos dados apresentados Dividindo em três partes o período em análise sendo o primeiro período, de janeiro de 2008 a outubro de 2009, apresenta uma expansão creditícia com elevado spread. Este elevado spread pode ser explicado pelo momento econômico de grande demanda por crédito. Os bancos comerciais abriram mão de uma política de crédito fechada e passaram a operar linhas de giro com classificações consideradas ruins. O fato de operar com baixas classificações é um dos agravantes, devido ao nível de provisionamento, para o alto spread cobrado e pelo aumento da inadimplência no spread (2008). Assumindo um risco maior, os bancos cobraram um spread maior, gerando uma margem líquida elevada no período em comparação com os períodos que veremos a seguir. O segundo período, de novembro de 2008 a dezembro de 2010 foi marcado pela estagnação dos recursos livres para pessoas jurídicas, em decorrência dos efeitos da crise financeira internacional a qual diminuiu a atividade econômica em geral. Ficando para este período o foco em incrementar os recursos direcionados (pessoa jurídica) a partir de julho de 2009. Reduzindo as operações livres para pessoa jurídica e incrementando as operações com recursos direcionados. O spread caiu de 8,8% para 3,2% (TPB) em 2009 e para 3,6% em 2010. No mesmo contexto, o spread total, passou para 28% em 2009 e 27% em 2010. No âmbito das políticas de crédito, deixou-se de operar com baixas classificações, contribuindo para diminuir a inadimplência em 2009 e 2010 (total da economia). A inadimplência TPB aumentou significativamente em 2009, passando de 1,1% para 1,8%, mostrando que o impacto da crise financeira internacional de 2008 refletiu com maior intensidade nas empresas maiores. No terceiro período, de janeiro de 2011 até outubro de 2013, o crédito com recursos livres voltou a crescer. A política de crédito dos bancos aumentou o prazo das operações para boas classificações. As medidas de concorrência impostas pelo governo brasileiro surtiram grande efeito na cobrança de spread pelos bancos, possibilitando que algumas pequenas empresas contratassem créditos para giro com taxas inferiores a 1% a.m. A taxa SELIC chegou ao patamar de 7,25% ao ano em outubro de 2012, permanecendo até abril de 2013. O problema em questão é que operações para pequenas empresas são normalmente pré-fixadas e não pós-fixadas como a maioria das operações para grandes empresas. Atualmente a taxa SELIC está em 10% ao ano, e algumas operações já apontam prejuízo para os bancos em decorrência do baixo spread cobrado na concessão. 40 A inadimplência para pessoas jurídicas é bastante inferior a inadimplência para pessoas físicas, esta diferença ajuda a explicar a cobrança superior de spread para pessoas físicas. Podemos identificar um período de expansão creditícia no ano de 2008 baseado na grande demanda por crédito, gerando uma oportunidade para os bancos cobrarem spreads elevados. Em 2012 em uma nova tentativa de alavancar o crescimento econômico, o governo gerou grande concorrência bancária, baixando a patamares baixíssimos os spreads dos bancos públicos. Gerando uma expansão creditícia baseada em baixos spreads. O spread brasileiro é elevado devido a todos custos envolvidos em sua composição. O Brasil possui o segundo maior spread do mundo, ficando atrás apenas de Madagascar. O custo de captação e o custo da aplicação são abissais, tornado o dinheiro caro. Além de seu alto custo natural, o fato dos tomadores não honrarem todos seus empréstimos, torna o dinheiro ainda mais caro. Com este cenário os bancos acabam cobrando altos spreads para garantirem uma margem líquida extraordinária, que compense o risco da operação. Estes três fatores são os que melhor explicam o custo do spread no Brasil. 41 CONCLUSÃO Este trabalho teve como objetivo examinar a evolução do crédito e do spread, no período de 2008 a 2013, buscando em publicações e relatórios do banco central as informações necessárias. Conforme foi destacado no trabalho, o Brasil é extremamente dependente do mercado de crédito, devido sua baixa participação no mercado de capitais para financiamento privado. Mesmo com toda essa dependência do crédito, os volumes de empréstimos ainda são pequenos em referência a outros países desenvolvidos. Com base nos dados analisados, a inadimplência é um dos componentes de maior participação no spread bancário, refletindo um ambiente de insegurança e incertezas, o aumento das provisões de devedores duvidosos é reflexo desde cenário econômico. A margem líquida também apresenta grande participação no spread. Os recursos direcionados foram os protagonistas do avanço do crédito no Brasil, no setor de investimentos, pessoas jurídicas, o BNDES foi responsável pela injeção de R$ 335 bilhões, no âmbito habitacional, o crescimento verificado foi bastante expressivo, R$ 315 bilhões, estes dois instrumentos de crédito foram responsáveis por 40% da evolução do crédito no período analisado. A expansão dos recursos livres para pessoas físicas, impulsionaram o consumo das famílias, principalmente pelo crédito pessoal total, que avançou R$ 200 bilhões no período, e pelo cartão de crédito, R$ 80 bilhões. O spread total no Brasil reduziu em decorrência da expansão creditícia baseada nos recursos direcionados, os quais possuem spread muito inferior aos recursos livres. 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL. Departamento de Estudos e Pesquisas. DEPEP. Relatório de Economia Bancária e Crédito 2008. Disponível em http://www.bcb.gov.br/Pec/Depep/Spread/relatorio_economia_bancaria_credito2008.pdf. Acesso em 01 de novembro de 2013. BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL. Departamento de Estudos e Pesquisas. DEPEP. Relatório de Economia Bancária e Crédito 2009. Disponível em http://www.bcb.gov.br/pec/depep/spread/REBC2009.pdf. Acesso em 01 de novembro de 2013. BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL. Departamento de Estudos e Pesquisas. DEPEP. Relatório de Economia Bancária e Crédito 2010. Disponível em http://www.bcb.gov.br/Pec/Depep/Spread/REBC2010.pdf. Acesso em 01 de novembro de 2013. BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL. Departamento de Estudos e Pesquisas. DEPEP. Relatório de Economia Bancária e Crédito 2011. Disponível em http://www.bcb.gov.br/pec/depep/spread/REBC_2011.pdf Acesso em 01 de novembro de 2013 BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL. Sistema Gerenciador de Séries Temporais. Disponível:https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepar arTelaLocalizarSeries. Acesso em 01 de novembro de 2013 CARVALHO, F.C – Economia monetária e financeira: Teoria e Prática. Rio de janeiro: Campus, 2012. COSTA, A.C.A – Ensaios em microeconomia bancária. São Paulo, 2004. Tese de Doutorado. JANTALIA,F – Juros Bancários, 1ª ed, São Paulo, Atlas 2012 KEYNES, J,M – Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, 1a ed, São Paulo, SARAIVA, 2012 KOYAMA, S,M – Decomposição do spread Bancário e Apresentação de Nova Metodologia, In: Banco Central do Brasil. Relatório de Economia Bancária e Crédito. 2008. Disponível: 43 http://www.bcb.gov.br/Pec/Depep/Spread/relatorio_economia_bancaria_credito2008.pdf. Acesso em 01 de novembro de 2013. LOPES, ROSSETI – Economia Monetária, 9a ed, São Paulo: ATLAS, 2009 MISHKIN, F.S – Moedas, Bancos e Mercado Financeiros. 5a ed, Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos, 2000. SANTOS, J.O – Análise de crédito, 5ª ed, São Paulo, Atlas 2012. SAUNDERS, A – Administração de Instituições Financeiras, 2a ed, São Paulo: ATLAS, 2007 YANAKA, G,M – Basileia II e Exigência de Capital para Risco de Crédito dos Bancos no Brasil, Revista Brasileira de Finanças, 2010.