“Ele é muito competente em coisas sem importância"
Certa vez um presidente de empresa, falando sobre um seu funcionário disse: “Ele é muito competente em
coisas sem importância. É pena que nas coisas realmente importantes ele não seja tão competente”. Peter
Drucker disse numa entrevista à revista Forbes (outubro de 2004) que conhece muitos executivos que têm uma
energia muito grande. O que lhes falta é dar energia nas coisas certas. “Conheço pessoas que têm um currículo
cheio de vitórias em coisas triviais e de pouca importância no mundo empresarial”, completa ele.
Um outro diretor de empresa me disse ter um gerente que era excelente em promover festas e
confraternizações, mas terrivelmente fraco no que a empresa realmente esperava dele. Ele é o gerente mais
popular que temos. Mas os nossos acionistas não fazem concurso de popularidade, disse ele.
Ainda há pessoas que pensam que “ser popular”; “ser muito querido”; bastam para o sucesso profissional.
A sua popularidade lhes dá uma falsa sensação de segurança. A verdade é que o que a empresa quer e
necessita são pessoas competentes, que façam o essencial e o importante para levar a empresa ao sucesso.
Muitas vezes, as pessoas mais populares são apenas populares e nada mais.
Conheci um diretor de marketing que tinha um enorme orgulho de “entender tudo de computação”. E de
marketing? E de pesquisa? E de mercado? Essas coisas, absolutamente essenciais para a sua função, pareciam
não fazer os olhos deles brilharem. E esse é um problema recorrente nas empresas. Desde motoristas que são
muito competentes em criticar os departamentos, mas nada fazem para manter seus veículos limpos e em
perfeitas condições de uso ou ainda em procurar conhecer melhor estradas e cidades por onde deve passar, até
secretárias que buscam cada vez mais poder e não se aperfeiçoam em redação e estilo ou ainda num idioma
estrangeiro.
Ser competente no que realmente interessa é um grande desafio que só os muito bons reconhecem e
procuram vencer. Pessoas competentes no que realmente interessa têm foco e disciplina para manter-se no foco.
Elas não gastam tempo e energia em coisas acidentais e periféricas ao seu objetivo principal e por isso
conseguem o sucesso que outras, desfocadas e dispersas, jamais conseguirão. Pense nisso. Sucesso!
( Marins, Luiz. TAM Magazine, nº 41, jul.2007, p.34)
01. A finalidade do texto é mostrar o desafio das
empresas para
a) Conseguir secretárias bonitas e
charmosas.
b) Ter funcionários focados num objetivo
principal.
c) Organizar festas e eventos de grande
porte.
d) Empregar tempo e energia em assuntos
banais.
02. O autor defende a tese de que as empresas
a) Estão com um numero elevado de
funcionários.
b) Possuem motoristas e veículos possantes.
c) Sofrem com a escassez de pessoas
competentes.
d) Procuram vendedores bons e honestos.
03. Identifique nos trechos abaixo, o momento
que evidencia a fala direta do locutor (autor)
com o leitor.
a) “Há pessoas campeãs de
relacionamento...”
b) “Pessoas competentes têm foco...”
c) “Elas não gastam tempo...”
d) “Pense nisso. Sucesso!”
04. Há falta de profissionais competentes nas
empresas por que
a) Há muitos funcionários dispersos e
desfocados.
b) As pessoas entendem tudo de
computação.
c) Os motoristas cuidam bem dos veículos.
d) As secretárias estudam idiomas
estrangeiros.
05. Há pessoas com opiniões diferentes em
relação à tese defendida pelo autor.
Para elas, basta que a empresa tenha
funcionários
a) Éticos e incompetentes.
b) Participantes e indisciplinados.
c) Com bom relacionamento e amizade.
d) Disciplinados e dispersos.
A casa das ilusões perdidas – Moacyr Scliar
Quando ela anunciou que estava grávida, a primeira reação dele foi de desagrado logo em seguida de franca
irritação. Que coisa, disse, você podia tomar cuidado, engravidar logo agora que estou desempregado, numa pior, você não
tem cabeça mesmo, não sei o que vi em você, já devia ter trocado de mulher havia muito tempo. Ela, naturalmente, chorou,
chorou muito. Disse que ele tinha razão, que aquilo fora uma irresponsabilidade, mas mesmo assim queria ter o filho.
Sempre sonhara com isso, com a maternidade – e agora que o sonho estava prestes a se realizar, não deixaria que ele se
desfizesse.
- Por favor, suplicou. – Eu faço tudo o que você quiser, eu dou um jeito de arranjar trabalho, eu sustento o nenê, mas,
por favor, me deixe ser mãe.
Ele disse que ia pensar. Ao fim de três dias daria a resposta. E sumiu.
Voltou, não ao cabo de três dias, mas de três meses. Àquela altura ela estava com uma barriga avantajada que
tornava quase impossível o aborto; ao vê-lo, esqueceu a desconsideração, esqueceu tudo – estava certa de que ele vinha
com a mensagem que tanto esperava “você pode ter o nenê, eu ajudo você a criá-lo”.
Estava errada. Ele vinha sim, dizer-lhe que podia dar à luz a criança; mas não para ficar com ela. Já tinha feito o
negócio: trocariam o recém-nascido por uma casa. A casa que não tinham e que agora seria o lar deles, o lar onde – agora ele
prometia - ficariam para sempre.
Ela ficou desesperada. De novo caiu em prantos, de novo implorou. Ele mostrou irredutível. E ela, como sempre
cedeu.
Entregue a criança, foram visitar a casa. Era uma modesta construção num bairro popular. Mas era o lar prometido e
ela ficou extasiada. Ali mesmo, contudo, fez uma declaração:
- Nós vamos encher esta casa de crianças. Quatro ou cinco no mínimo.
Ele não disse nada, mas ficou pensando. Quatro ou cinco casas, aquilo era um bom começo.
6.
a)
b)
c)
d)
Assinale o único fato que não está relacionado com a crônica de Moacyr Scliar:
A emoção da mulher e a frieza do marido diante da maternidade
O poder do homem e a fragilidade da mulher
Filhos como negócio
O amparo do marido em relação a uma gravidez fora de hora
7.
a)
b)
c)
d)
O assunto abordado nesta crônica é retirado:
Da vida diária
De contos românticos
De artigos de jornal
De obras de ficção
8.
a)
b)
c)
d)
De que forma são narrados os fatos numa crônica?
De forma subjetiva
De forma impessoal
De forma objetiva
De forma irônica
9. Quando o marido voltou, o que a mulher esperava ouvir?
10. Qual negócio o marido havia feito?
11. No final da crônica o marido tem uma reação diferente da mulher, qual?
12. Faça um comentário pessoal do que você achou desta crônica.
Prof. Jerônimo
Gabarito apenas das objetivas; 1b-2c-3d-4ª-5c-6d-7ª-8b
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“Ele é muito competente em coisas sem importância"