Vicente de Paulo nasceu em 24 de abril de 1581 na pequena cidade de Pouy, sudoeste da França. Era o terceiro dos sete filhos do casal João e Bertranda, pequenos camponeses que sobreviviam do cultivo da terra e da criação de animais. Casa onde viveu São Vicente de Paulo Carvalho centenário em frente à casa de onde morou São Vicente. Quando criança, participava das atividades da família, pastoreando o gado, as ovelhas e os porcos. Permanece junto à sua família até os 15 anos, a partir dos quais passa a se dedicar aos estudos no seminário Franciscano da cidade de Dax. Inicia seus estudos por influência e intermédio de um amigo da família, sem ter ainda consciência da vocação que ia abraçar! Para a realidade da época, abraçar a vida eclesiástica era o modo mais fácil de ascender da pobreza para a riqueza. A primeira motivação que levou Vicente a querer ser padre foi a de ajudar financeiramente sua família. Com o tempo, percebe que ser padre é muito mais do que um status social, mas é um compromisso sincero e verdadeiro com a pessoa e o Projeto de Jesus Cristo Após concluir seus estudos preparatórios, ordena-se padre em 23 de setembro de 1600, com 19 anos de idade. Em 1601 vai para Roma na esperança de conseguir algum cargo eclesiástico de valor. Porém, retorna pouco tempo depois à França onde retoma seus estudos e se forma bacharel em Teologia em Tolosa. Recebe uma herança de uma velha benfeitora e parte atrás de um desconhecido que a usurpou, partindo para Castres e posteriormente para Marselha. Decide retornar a Tolosa pelo mar, sendo seu navio atacado pelos turcos e Vicente vendido como escravo na Tunísia. Durante seu cativeiro, é inicialmente comprado por um pescador que o revende em pouco tempo para um médico alquimista. Com ele, Vicente aprende algumas receitas para doenças comuns da época, o que muito lhe será útil no futuro. Com a morte do médico, é revendido para um exfrade franciscano que havia renegado a fé. Por intervenção de uma das suas mulheres e auxilio de Pe. Vicente, o renegado recobra sua fé e parte com Vicente para Avinhão, onde é reintegrado numa congregação religiosa. De Avinhão, Vicente parte outra vez para Roma, de onde retorna em 1608, estabelecendose em Paris. Começa a participar da iniciativas de reforma do clero propostas pelo Pe. Bérulle, que se torna seu diretor espiritual. Em 1612 tornase responsável pela Igreja de São Leonardo de Chaumes e torna-se capelão esmoler da rainha Margot. Neste período passa por uma profunda crise de fé, a qual só superará depois de 3 a 4 anos, quando decide consagrar toda a sua vida ao serviço dos mais pobres por amor de Jesus. Em 1612 recebe a paróquia de Clichy, a qual reorganizou material e espiritualmente, visto a situação calamitosa em que se encontrava. Coloca em prática uma de suas grandes habilidades: despertar a generosidade dos poderosos às necessidades dos mais pobres. A partir do final de 1613 ocupa-se da educação dos filhos da nobre família de Gondi, na qual possui grande influência e que irá subsidiar muitas de suas iniciativas em favor dos pobres. Porém, a vida com a nobreza não o agrada. Sente-se entediado com o vazio que permeia esta classe, o que muitas vezes afeta seu humor! Em 1617 dois acontecimentos marcaram profundamente sua vida e sua missão! FOLLEVILLE É chamado às pressas para atender em confissão um homem moribundo que tinha fama de santo. O pobre camponês abre seu coração ao Pe. Vicente, exclamando ao final de que estaria condenado sem esta confissão. Se este homem, que era tido como santo, vivia nessa situação, o que seria de toda aquela população que não tinha acesso a nenhum consolo de fé por parte dos seus pastores religiosos? Num sermão da igreja de Folleville em 25 de janeiro, orienta o povo a acolher a misericórdia de Deus pelo sacramento da confissão, o que levou muita gente de volta à vivência da fé. Esta experiência repetiu-se também em outras aldeias vizinhas. CHÂTILLON LES DOMBES Enquanto se preparava para celebrar a missa num domingo é comunicado de que numa casa isolada do povoado todos os membros de uma família encontravam-se doente e em extrema necessidade. Fala desta situação aos fiéis da missa, incitando-os a fazer alguma coisa. Grande parte dos paroquianos se põe a caminho da casa da família com doações. O próprio Pe. Vicente também desloca-se para lá no final da tarde. Chegando junto àquela família, percebe que aquele gesto do povo iria sanar temporariamente os problemas da mesma. A caridade para ser eficaz deve ser organizada: é o pensamento que norteará toda a sua ação a partir de então. Com esse intuito, reúne um grupo de senhoras nobres devotas e com elas funda a 1ª Confraria da Caridade em 23/08/1617. Deixa Châtillon em dezembro do mesmo ano, retornando ao palácio da rainha de Gondi, trabalhando agora nas missões nas terras da mesma. De 1618 a 1625 fundam-se Confrarias da Caridade por toda as terras do Gondi. Em 1619 tornase capelão das galés, homens condenados e acorrentados nos porões dos navios, os quais movimentam a remo. Em 1625 funda a Congregação da Missão, os padres vicentinos, diretamente encarregados das atividades missionárias no campo. Em 1629 conhece Luisa da Marillac, da qual será orientador espiritual e a qual será sua grande colaboradora nas visitas às Confrarias. Com o auxílio de Luisa, funda em 1633 a Companhia das Filhas da Caridade, formada por camponesas que, por amor a Jesus Cristo, dedicavam-se exclusivamente ao serviço dos pobres. Todo o restante de sua vida esteve direcionado para a Caridade, sendo ela muito mais do que um ato de assistência material, mas uma atitude cristã de se colocar no lugar do outro e junto dele em suas necessidades, sejam elas materiais ou espirituais. Amar afetiva e efetivamente é isso: comprometer-se com o outro, vêlo com irmão e partilhar com ele daquilo que se tem e, sobretudo, daquilo que se é! Vicente morreu em 27 de setembro de 1660 em Paris, mas sua memória continua viva em todos aqueles que seguem Jesus Cristo pelo caminho que Vicente mostrou! Corpo de São Vicente que repousa na capela dos Padres da Missão em Paris. Relicário com o coração de São Vicente, exposto na capela da Casa Mãe das Filhas da Caridade em Paris. São Vicente foi proclamado beato em 21/08/1729 e santo em 16/06/1737. É também conhecido como PATRONO INTERNACIONAL DA CARIDADE. No coração e na ação de cada vicentino hoje mora um pouquinho de São Vicente! “Tudo que fizeres ao menor dos meus é a mim que o fazeis!” (Mt 25,40) Esta é máxima do Evangelho que norteia a identidade do ser vicentino! Isso é amar com a criatividade infinita do amor! Isso é amar afetiva e efetivamente!!!!