Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres NEWSLETTER Outubro de 2012 UNIVERSIDADE DA PRIMAVERA: CICLO DE FORMAÇÃO EM IGUALDADE DE GÉNERO No âmbito do projeto da PpDM “Universidade da Primavera” irá decorrer neste mês de Outubro o Ciclo de Formação em Igualdade de Género, com o objetivo de promover a atualização e o aprofundamento do conhecimento e do saber para a ação no domínio da Igualdade de Género. Este ciclo formativo destina-se a estudantes, investigadoras/es, ativistas, voluntárias/os e pessoal de ONG’s e ONGDM’s, estando aberto, contudo, a qualquer pessoa com manifesto interesse em aprofundar o seu conhecimento nesta área. Edição: Marta López e Oleksandra Tarkhanova Revisão: Margarida M. Marques e Nora Kiss A formação irá decorrer no novo espaço da Plataforma: Centro Maria Alzira Lemos Casa das Associações, no Parque Infantil do Alvito, em Monsanto; e contará com formadoras peritas em diferentes áreas, nomeadamente: Direitos Humanos, Igualdade de Género, Mainstreaming, Diálogo Civil, Cidadania Ativa, etc. A PpDM convida todas as pessoas interessadas em participar nesta formação, que terá lugar os dias 22, 23, 29, 30 e 31 de Outubro, em horário das 10:30 até às 17:30. Este ciclo de formação tem um custo de 25 euros para organizações membro da PpDM e 50 euros para pessoas externas. Para mais informações podem consultar o programa completo aqui, e fazer a inscrição através do mail [email protected]. GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres NEWSLETTER Outubro de 2012 INTERNACIONAL Segundo um relatório da ONU, 8 em cada 10 mulheres no mundo têm acesso limitado ou nulo à justiça. O relatório afirma que, embora a situação das mulheres tenha melhorado nas últimas décadas, ainda sofrem de discriminação nos sistemas judiciários dos seus países. A ONU Mulheres recomendou uma série de políticas sociais dirigidas à eliminação daqueles obstáculos que impedem o acesso das mulheres à justiça. As mulheres tunisinas estão a lutar pela implementação do princípio de Igualdade entre mulheres e homens na nova constituição do país. Organizações feministas exigem a retirada de um projeto de artigo sobre a igualdade de sexo que considera a mulher apenas complementar ao homem. Entretanto, numerosas ONGs tunisinas denunciaram as acusações de “atentado contra a autoridade” apresentadas contra uma jovem que foi violada por dois polícias. A Associação Tunisina das Mulheres Democratas e a Liga Tunisina dos Direitos Humanos denunciaram este processo que “transforma a vítima em acusada, procurando meter-lhe medo, de forma a que tanto ela como o seu marido renunciem aos seus direitos”. No Irão, mais do que 30 universidades proibiram a presença de mulheres em 77 cursos de licenciatura. Apesar do governo não ter dado nenhuma explicação oficial, muit@s ativistas e defensor@s dos Direitos Humanos das Mulheres, incluindo a advogada Shirin Ebadi, Prémio Nobel da Paz, afirmam que se trata de uma medida política deliberada para excluir as mulheres do sistema educativo. Morreu Helen Gurley Brown, ex-editora da revista Cosmopolitan e autora da famosa frase “as boas raparigas vão para o céu, as más vão para todo o lado”. Gurley Brown revolucionou os Estados Unidos com o seu livro “Sexo e a rapariga solteira”, onde afirmava que as mulheres deviam ser felizes no sexo antes do casamento, ou mesmo sem ele. A ONU Mulheres, junto da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o Programa Alimentar Mundial (PMA) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), lançaram um novo programa para contribuir para o empoderamento das mulheres rurais através da integração económica, a capacitação das mulheres e a segurança alimentar. O programa "Acelerar os progressos para o empoderamento económico das mulheres rurais", será desenvolvido na Etiópia, Guatemala, Quirguistão, Libéria, Nepal, Níger e Ruanda. A banda punk russa Pussy Riot foi selecionada para o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu para a liberdade de expressão. A conferência de presidentes do Parlamento Europeu deverá escolher o vencedor em 26 de Outubro. A televisão estatal egípcia permitiu, pela primeira vez, que uma jornalista velada apresentasse o noticiário, dois meses depois de o islamita Mohamed Mursi chegar à presidência do país. A jornalista Fátima Nabil considerou que, com este passo, se corrige uma situação estranha no Egito, onde a maioria das mulheres usa véu. GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres NEWSLETTER Outubro de 2012 EUROPA Em Espanha, mulheres relacionadas com a atividade mineira, trabalhadoras, familiares e simpatizantes, continuam os protestos contra os cortes no sector, através da recém criada Associação de Mulheres do Carvão. Assim, mulheres de todas as idades participaram numa marcha em Míeres, nas Astúrias, contra a decisão do governo de cortar 60% das ajudas à atividade mineira. A Comissão Europeia quer obrigar as maiores empresas da União Europeia a ter, pelo menos, 40% de mulheres entre os membros não executivos dos seus conselhos de administração. A medida consta de uma proposta de diretiva que a Comissão está a discutir e que pretende abranger não apenas as empresas estatais, mas também as empresas cotadas em bolsa, que deverão atingir esta quota em 2020. A crise atual e as medidas de austeridade dos governos afetam mais mulheres, especialmente as mulheres idosas. Em média, 22% das mulheres com mais de 65 anos de idade, que vivem na União Europeia, estão em risco de pobreza, contra 16% dos homens na mesma faixa etária. Diversas organizações de mulheres, inclusive o LEM, reuniram-se em Estocolmo para discutir a abordagem da legislação sobre a prostituição na União Europeia, seguindo o modelo da Suécia. Na luta pelo objetivo da Igualdade entre Mulheres e Homens, a Suécia foi o primeiro país europeu a qualificar a prostituição como uma forma de violência contra as mulheres. Desde então, esta lei de 1999 é referida por muitas organizações de mulheres como modelo a seguir para combater este tipo de violência contra as mulheres. Os Estados membro da União Europeia carecem de dados confiáveis para avaliar o tráfico de seres humanos na Europa, segundo a Comissão Europeia. "Temos tão poucos números e tão poucas estatísticas confiáveis que é difícil fazer uma avaliação para ver se há um aumento ou uma diminuição significativa”, observou a comissária de assuntos internos da EU, Cecilia Malmstrom. Não obstante, a maioria das vítimas são mulheres, crianças, migrantes não documentados ou ciganos que vêm da Roménia e Bulgária. Um conselheiro espanhol, José Manuel Castelao Bragaño, presidente de um órgão consultivo do Ministério do Emprego, pediu a demissão depois de afirmar que as leis são como as mulheres: existem para ser violadas. O comentário vertido pelo conselheiro gerou uma grande indignação na opinião pública espanhola, que pediu a sua demissão imediatamente. Um estudo oficial revela que, na Holanda, crianças que vivem em centros de acolhimento, sofrem o dobro de abusos sexuais, comparativamente com aquelas crianças que moram com as suas famílias. O risco triplica-se quando as crianças têm algum tipo de deficiência psíquica. A Holanda está consternada ante a evidência destes crimes que são praticados, na maioria dos casos, pelos próprios colegas de internato ou pelos cuidadores. GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres NEWSLETTER Outubro de 2012 PORTUGAL No dia 28 de Setembro foi lançada a Campanha Internacional pelo Direito das Mulheres ao Aborto Seguro, que contará com iniciativas de centenas de organizações de todo o mundo. Em Portugal esta campanha inicia-se com a publicação de uma declaração subscrita por 13 organizações: Associação ComuniDária, Associação de Mulheres contra a Violência (AMCV), Associação para o Planeamento da Família (APF), Comissão de Mulheres da UGT, Ilga Portugal, Médicos pela Escolha (MPE), Não te prives - grupo de defesa dos direitos sexuais, Panteras Rosa - Frente de Combate à LesBiGay Transfobia, Sociedade Portuguesa de Contracepção (SPDC), SOS Racismo, União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), Mulheres Socialistas e Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PPDM). No passado dia 4 de Outubro foi apresentada em Lisboa a Campanha Feminina Anti -austeritária: O impacto da crise na vida das mulheres. Esta iniciativa tem como objetivo a mobilização das mulheres na luta contra a austeridade e contra as medidas penalizadoras que empobrecem cada vez mais as mulheres, restringindo a sua autonomia e desrespeitando os seus direitos. Esta campanha tem âmbito europeu e vai decorrer em várias cidades europeias até 8 de Março de 2013. Uma tese defendida no âmbito do mestrado Direitos Humanos na Universidade do Minho e contida na investigação “A igualdade na decisão de procriar”, afirma que a lei portuguesa devia reconhecer aos homens o direito de recusar a paternidade de um filho nascido contra a sua vontade. O investigador, Jorge Martins Ribeiro, declara que se trata de uma questão de igualdade: “do mesmo modo que a mulher tem direito, legalmente reconhecido, de abortar ou não abortar perante uma gravidez não planeada, o homem deve poder decidir se quer ou não ser pai”. Um terço dos homicídios registados anualmente em Portugal ocorrem no contexto conjugal. Segundo o diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária, Pedro do Carmo, “estes crimes ocorrem em casais com idades cada vez mais jovens”, e salientou a importância de sensibilizar a sociedade para este fenómeno. Pelo segundo ano consecutivo vai realizar-se a Marcha contra a Violência Doméstica. A segunda edição desta iniciativa terá lugar no próximo 13 de Outubro na cidade do Porto, entre a Praça da República e a Avenida dos Aliados. Para além da sensibilização da sociedade, a marcha simbólica tem também como objetivo, manifestar o apoio e a solidariedade a todas as vítimas. Joana Marques Vidal é a primeira mulher Procuradora-Geral da República. Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Joana Marques Vidal, de 56 anos, é especializada na área de Direitos da Família e Menores e, desde 2010, presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres NEWSLETTER Outubro de 2012 RECURSOS Video: Justice and Rights for Women. UK Feminist. 2012. Projeto cinematográfico All the women. Pablo Maqueda. Direitos e deveres do trabalho doméstico. Grupo de Apoio às Mulheres Imigrantes (GAMI). Materiais do 12º Encontro Feminista Latino-americano e das Caraíbas. Entrevista com Shaherose Charania, fundadora e diretora executiva da empresa Women 2.0. Technology Review, 2012. Estudo de avaliação das políticas ativas de emprego. Relatório final. Mónica Costa Dias e José Varejão. Junho 2012. Parecer do Comité Económico e Social Europeu sobre “O papel da mulher como força motirz de um modelo de desenvolvimento e inovação na agricultura e nas zonas rurais”. 2012. Parecer do Comité Económico e Social Europeu sobre “Mulheres Emrpesárias Políticas específicas para aumentar o crescimento e o emprego na EU”. 2012. Manifesto da Campanha Internacional pelo Direito das Mulheres ao Aborto Seguro. 28 de Setembro de 2012. CONFERÊNCIAS Conferência Internacional Contributos para uma perspetiva de género nas relações laborais: da ação inspetiva à negociação coletiva. CITE. 18 e 19 de Outubro, Auditório da CPLP, Palácio Conde de Penafiel, Rua de São Mamede, nº 21, Lisboa. Stop violence against women: Whose voices? Whose needs? Whose decisions?. Women Against Violence Europe (WAVE). 18 - 20 de Outubro, Londres. Assessing the impact of the European Governments’ austerity plans on the rights of people with disabilities. 6 de Novembro, Parlamento Europeu, Bruxelas. 3ª Conferência Internacional Survivors of Rape. 9 e 10 de Novembro, Galway, Irlanda. 2º Ciclo de conferências sobre Violência Doméstica. Cruz Vermelha Portuguesa. 9 de Novembro, São João da Madeira. Conferência Internacional Advancing Gender Training to Support Effective Gender Mainstreaming. Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE). 13 E 14 de Novembro, Vilnius, Lituânia. GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres NEWSLETTER Outubro de 2012 SEMINÁRIOS, TERTÚLIAS E WORKSHOPS Festival “Femmes en résistance”: teatro, filmes, debates, performances, concertos… 8 - 15 de Outubro, Paris. Seminário The role of women-led enterprises in the economic growth’. 16 de Outubro, Parlamento Europeu, Bruxelas. Feminism and anti-globalization scholars. 18 de Outubro, CES Coimbra. Curso livre: Corpos e sexualidades: uma questão de género na publicidade. 20 de Outubro. Centro de Cultura e Intervenção Feminista UMAR. Rua da Cozinha Económica, Bloco D, Lisboa. Ciclo de debates: Um futuro incerto: Economia, instituições, sociedade. De Outubro a Dezembro na Livraria Almedina, em Coimbra e Lisboa. Curso de Formação em Igualdade de Género. 22, 23, 29, 30 e 31 de Outubro. PpDM, Centro Maria Alzira Lemos - Casa das Associações, Parque Infantil do Alvito, Monsanto, Lisboa. PROPOSTAS E CANDIDATURAS Bolsas de estadia curta no CES: Um mês no CES. Candidaturas até ao 31 de Outubro. Abertura de candidaturas ao Prémio contra a MGF - Mudar aGora o Futuro. Mais informações e candidaturas aqui. Prémio Viver em Igualdade - 1ª Edição. Lista final de Municípios premiados aqui. Programa Jovens Profissionais nas Delegações da EU (vertente Comissão Europeia). As candidaturas podem ser enviadas ao mail [email protected] com a identificação “Programa JPD” até às 17 horas de 15 de Outubro. PLATAFORMA PORTUGUESA PARA OS DIREITOS DAS MULHERES Para mais informação sobre a Plataforma e a área dos direitos das mulheres visite o nosso site ou segue nos no Facebook! www.plataformamulheres.org.pt www.facebook.com/plataforma.mulheres GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA