UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO NO SISTEMA LOGÍSTICO BRASILEIRO Por: Flávio Mourão Baptista Orientador Prof.ª Mary Sue Carvalho Pereira Rio de Janeiro 2009 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO NO SISTEMA LOGÍSTICO BRASILEIRO Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Logística Empresarial. Por: Flávio Mourão Baptista 3 AGRADECIMENTOS A Deus acima de tudo por estar em minha vida e ter me capacitado para a execução deste estudo. A minha esposa que em todos os momentos esta ao meu lado me incentivando e apoiando as minhas decisões. Aos meus parentes e amigos que indiretamente me ajudaram para que este estudo pudesse ser realizado. 4 DEDICATÓRIA Dedico essa vitoria a Deus e a minha esposa que estiveram ao meu lado em todos os dias durante esta caminhada. 5 RESUMO O estudo aqui desenvolvido apresenta fatores históricos que apresentaram o quanto o transporte rodoviário foi investido e o quanto ele desenvolveu durante as ultimas décadas, mostra algumas vantagens oferecidas às quais levaram a este modal a ser destacar dentro do sistema logístico brasileiro, citando também algumas de suas desvantagens e problemas que ele enfrentou durante o seu desenvolvimento e deficiências que continua apresentando, demonstra que independentemente das deficiências apresentadas no transporte rodoviário brasileiro ele se transformou o principal modal utilizado pelo sistema logístico nacional e o impacto de sua importância para o funcionamento dos demais modais utilizados e para a economia brasileira, fala também que o mundo globalizado foca para a tendência da utilização eficiente dos modais utilizados em cada país extraindo destes eficientemente todas as suas vantagens oferecidas buscando maior redução dos custos logísticos e alcançar a eficácia na execução da logística. 6 METODOLOGIA O método aplicado para a elaboração desta presente pesquisa foi a coleta de dados por intermédio de pesquisa bibliográfica com embasamento teórico de autores que dissertam sobre o tema e de site da internet. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A História e a Evolução do Transporte Rodoviário Brasileiro 10 CAPÍTULO II - As vantagens e desvantagem do transporte rodoviário brasileiro CAPÍTULO III – A importância do transporte rodoviário brasileiro 17 27 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA 40 ÍNDICE 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO 43 8 INTRODUÇÃO A logística brasileira vem se desenvolvendo gradativamente no decorrer das ultimas décadas, dentro deste processo de desenvolvimento o transporte rodoviário vem ganhando destaque de maneira a se tornar o principal modal brasileiro causando assim um grande impacto no sistema logístico do Brasil. Desta forma cria-se uma pergunta a qual devemos analisar de fato todo o sistema logístico brasileiro se sustentaria sem o transporte rodoviário? Sendo feitas varias pesquisas sobre o assunto através de livros, artigos e sites, estudou-se a evolução do transporte rodoviário em meio o crescimento de todos os demais tipos de transportes utilizados no Brasil, o que estará sendo demonstrado no conteúdo desta monografia será quais foram os motivos que levaram o transporte rodoviário a se tornar o principal modal brasileiro e sua vital importância no cenário logístico brasileiro. Todos estes fatores estarão divididos em três capítulos nos quais o primeiro falará sobre a história e a evolução deste transporte, no segundo mostrará suas reais vantagens e suas desvantagens levando em consideração o fator custo e no terceiro capitulo tratará exclusivamente de esclarecer toda a importância que o transporte rodoviário assumiu no sistema logístico brasileiro principalmente no aspecto econômico brasileiro. Segundo os autores pesquisados o transporte rodoviário dentro do seu crescimento histórico vem comprovando a sua importância na economia nacional e demonstrando ser um fator importantíssimo para o desenvolvimento do país promovendo desta forma sua maior competitividade no mercado globalizado, porém citam a necessidade de maior investimento 9 em sua infra-estrutura para que assim desenvolva com maior eficácia o seu papel na economia brasileira. Ao final de toda a pesquisa realizada conclui-se a vital importância do modal rodoviário no sistema logístico brasileiro pelas vantagens que vem a oferecer em relação aos demais modais como, por exemplo, a facilidade de locomoção dentro de todo o território nacional, onde ele pode atender de forma eficiente todo o tipo de transporte de cargas em qualquer lugar. Claro que com todo investimento que foi feito em sua infra-estrutura proporcionou o seu destacamento, observando que há a necessidade de manter e crescer muito mais a malha rodoviária, visando atender um novo mercado com maiores exigências e elevar para níveis superiores o grau de competitividade de todo o sistema logístico nacional e principalmente não perder o seu espaço já conquistado no mercado global. Observa-se uma tendência para uma maior utilização entre todos os modais rodoviário, ferroviário, dutoviário, aquaviário e aéreo interligando-os de forma mais eficiente, buscando utilizar todas as vantagens que cada um desses modais vem a oferecer para o sistema logístico brasileiro e consequentemente tornar todo o sistema mais eficaz. 10 CAPÍTULO I A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO BRASILEIRO Devemos entender inicialmente o que seria transporte para melhor compreensão de todo conteúdo desta pesquisa, segundo Rodrigues (2008) transporte é o deslocamento de pessoas e pesos de um local para outro, esta é uma definição simples, porém muito clara do que vem a ser o transporte. A partir deste entendimento iremos começar a falar um pouco sobre o que aconteceu na história do transporte no Brasil em especial o rodoviário e sua evolução dentre os demais modos existentes. Em função de o Brasil ser um país de dimensões continentais existia a necessidade de interligar todas as regiões brasileiras de forma a atender todos os mercados existentes não só os regionais como um mercado maior que seria o nacional. Na década de 50 temos a criação da capital brasileira, Brasília, com isso desencadeia em um grande investimento das indústrias automobilísticas no Brasil, acarretando a necessidade de maiores investimentos em criações de rodovias que interligasse todas as regiões brasileiras e com isso o aumento de toda a malha rodoviária existente no país. Para que todo esse crescimento pudesse acontecer de forma viável e sustentável foi criado o Fundo Rodoviário Nacional, este fundo tem por base de arrecadação o imposto criado sobre combustível e lubrificante, que veio a receber o nome de Imposto Único sobre Combustível e Lubrificante, tendo a 11 partir deste imposto condições de sustentar as construções, pavimentações de suas rodovias e como também manter-las. Futuramente ainda foram criadas novas arrecadações para aumentar o financiamento deste projeto como a Taxa Rodoviária Única e Impostos sobre Transporte de Passageiros e Cargas somadas. Com tanto investimento em rodovias em paralelo inicia-se um crescimento na criação de empresas do ramo de transporte rodoviário não só pelas vantagens financeiras que viera a trazer como também a atender toda a demanda que passara a existir em todo o país. Logo no início da década de 70, período de conclusões das construções de toda a malha rodoviária brasileira que ligaria todas as regiões do país, percebemos com mais clareza a ocupação e a utilização de toda malha rodoviária incluindo cargas pesadas sendo assim explicaria ainda melhor a criação de tantas transportadoras. Atualmente em pleno século XXI, dentro do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi criado um projeto chamado Programa de Expansão do Crescimento (PAC) que tem o objetivo avançar todo o crescimento econômico e social do país, com uma boa parcela deste investimento esta direcionado para a logística brasileira com o propósito de investir em infraestrutura logística entre 2007 a 2010 R$ 58,3 bilhões de reais, no qual podemos citar o investimento nas rodovias brasileiras, a proposta é de construir, recuperar, duplicar e adequar 45 mil quilômetros de estradas sem citar os demais investimentos nos outros modais existentes. Vamos poder visualizar de forma numérica o quanto cresceu o transporte rodoviário após todas essas décadas, na primeira tabela demonstrará a evolução da malha rodoviária a nível federal entre 1960 a 2000 e a segunda estará nos mostrando à atual malha rodoviária a nível nacional. 12 Evolução da Rede Rodoviária Federal Ano Pavimentada Não Pavimentada 1960 8.675 23.727 1965 12.589 22.003 1970 24.146 27.394 1975 40.190 28.774 1980 39.695 19.480 1985 46.455 14.410 1990 50.310 13.417 1993 51.612 13.783 2000 56.097 14.524 Malha Rodoviária Nacional – Extensão em Km Pavimentad Não Total Federal 61.304 13.636 74.940 Estadual 17.056 6.345 23.421 Estadual 106.548 113.451 219.999 Municipal 26.770 1.288.941 1.315.711 Total 211.678 1.422.393 1.634.071 Fonte: PNV – 2008 – DNIT 1.1 A Evolução do Transporte Rodoviário Brasileiro 13 A evolução do transporte rodoviário brasileiro se deu entre outros fatores pelo investimento publico no crescimento da malha rodoviária incentivada pelas indústrias automobilísticas e com o principal objetivo de trazer o progresso para o país desta forma o tornaria mais competitivo. Todo o crescimento da malha rodoviária tinha como base interligar todas as regiões brasileiras, levando em conta a dimensão do Brasil, esta interligação prioritariamente estaria escoando toda a produção agrícola, posteriormente o transporte de produtos e serviços. Dentro de todas estas décadas foi tamanha a evolução que viria ser necessária em devido tempo a criação de um controle por parte do governo e o desenvolvimento dos meios de transportes de cargas para melhor atender a demanda e respeitando a legislação vigente. Quanto ao controle do governo temos vários órgãos que em conjunto estarão executando este controle, temos o Ministério dos Transportes com o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte (Conit) possuem a função de orientar o presidente da república as devidas políticas a serem adotadas pelos modos de transporte, salvo o modal aéreo, pois fica subordinado ao Ministério da Defesa. Não podendo deixar de citar que o transporte rodoviário de carga no Brasil opera em regime de livre mercado baseado na Lei nº 11.422, de 5 de janeiro de 2007, tendo ainda como órgão de controle a Agência Nacional de Transporte Terrestre que tem por objetivo supervisionar todo o tipo de transporte terrestre brasileiro e utiliza para facilitar este controle o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) que é a certificação obrigatória para toda e qualquer transportadora ou autônomo possa prestar serviços de transporte de cargas em território brasileiro. 14 “A ANTT assume a regulamentação e fiscalização dos serviços prestados pelos prestadores, objetivando expandir e qualificar o setor. A atuação da ANTT abrange mais de 85% do transporte de cargas no Brasil e, nesse total, estão os 60,48% operados pelo modal rodoviário.” Existia o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) que tinha por objetivo construir a malha rodoviária brasileira, veio a ser extinto em fevereiro de 2002 e possuía mais de 50 anos, hoje temos o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) este com a função de implementar as políticas determinadas para a administração de toda a infra-estrutura de viação, nos quais se entende a operação, manutenção, restauração capacitação e ampliação através de construções de novas vias e terminais. Possuindo ainda o Código nacional de Trânsito (CONTRAN), Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), Departamento de Trânsito dos Estados e do Distrito Federal (DETRAN), Conselho de Trânsito (CETRAN/CONTRANDIFE), Departamento de Estradas e Rodagens (DER), policiamentos rodoviários e militares e outras formas de manter todo o controle do sistema rodoviário nacional. Os governos vêm utilizando-se de uma pratica que é a privatização de rodovias em função de sua deficiência financeira em manter e expandir a malha rodoviária, dando assim concessões a empresas privadas e com isso elas terão o dever de fazer toda a manutenção e expansão dos trechos a elas concedidos e o direito de estabelecer pedágios, observando que todos os deveres e direitos estarão esclarecidos em contratos previamente assinados. Os meios de transportes de cargas rodoviários de pequenas, médias e longas distâncias também vieram sofrendo evoluções objetivando atender toda a necessidade de transportar qualquer tipo de carga existente. 15 Atualmente vamos encontrar uma variedade muito grande de caminhões e carretas que possuem especificações em relação à carga transportada como a relação potencia/peso, tipo de tração, manobrabilidade, entreeixos, capacidade de subida de rampa, peso bruto total, tipo de composição (articulada, simples ou combinada), tipo de suspensão, autonomia (combustível), sistemas de freios, tipo e dimensões de carrocerias, revestimentos especiais da carroçaria, dispositivos especiais relativos à carga (refrigeração, moto-bomba, dispositivos de amarração e fixação da carga), torque, relação de transmissão, tipo de pneumático, tipo de cabine (simples ou leito), motor turboalimentado ou não, circulo de viragem, entre outros aspectos. Com toda a evolução nos setores de transporte de cargas vem a necessidade de cada empresa gerenciar sua frota e estar constantemente desenvolvendo técnicas de gerenciamento com intuito de reduzir custo e aumentar sua receita resultando sempre em maior lucratividade para ela e aquecimento na economia brasileira. Para que isso venha acontecer de forma eficiente temos uma ferramenta de grande importância para ao alcance deste resultado que é a Tecnologia das Informações (TI), através dela utiliza-se a tecnologia a favor da logística, onde encontraremos sistemas informatizados que evoluem cada vez mais para uma maior eficiência em controle de custos. Segundo Valente (2008), a Tecnologia da Informação é o conjunto de recursos não-humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da informação e à maneira como esses recursos estão organizados em um sistema capaz de executar um conjunto de tarefas. Sendo assim a TI vem a desempenhar um papel de grande valor para que as empresas consigam se tornar capacitadas a gerenciar de forma eficaz suas frotas, através de programas que permitirão as empresas a 16 determinar as roteirizações de suas frotas, controle de funcionários, quantidade de frota e a necessidade de renovação das mesmas, controle do combustível que esta sendo consumido por cada caminhão e pela frota como também se o desempenho é satisfatório, o momento certo de execução da manutenção, a criação de um cadastro de todos os seus clientes e especificá-los de forma atendê-los personalizadamente, etc. Podemos citar algumas vantagens que vem a oferecer estes programas como relatórios (em vídeos, impressos ou arquivos), redução de arquivos e controles paralelos, interligação entre matriz e filiais, maior confiabilidade nas informações, totalmente integrado com os sistemas da empresa e analisa em tempo real, os relatórios serão emitidos conforme a necessidade existente, este diretamente ligado a estratégia da empresa, suporte técnico diferenciado e personalizado. 17 CAPÍTULO II AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO BRASILEIRO Como todos os tipos de modais existentes eles oferecem vantagens e desvantagens tanto para o cliente como para a transportadora a qual estará realizando a prestação de serviço, dentro deste capitulo vamos estar citando algumas dessas vantagens e desvantagens que o transporte rodoviário possui dentro de todo o sistema logístico brasileiro e fazer algumas comparações com os modais ferroviário, aéreo, aquaviário e dutoviário. Segundo Rodrigues (2008), as vantagens que o transporte rodoviário oferece são: maior disponibilidade de vias de acesso, possibilitando o serviço fracionado porta-a-porta, integrando regiões de difícil acesso, embarques e partidas mais rápidas favorecendo, favorecendo entregas rápidas a curta distância, favorece os embarques de pequenos lotes, facilidade de substituir o veículo em caso de quebra ou acidente e maior rapidez na entrega. Ele cita também algumas desvantagens quanto ao modal rodoviário como maior custo operacional e menor capacidade de carga, provoca congestionamento nas estradas e desgasta prematuramente a infra-estrutura da malha rodoviária. 2.1 Algumas Vantagens Oferecidas O fato de possuirmos regiões de difícil acesso para que se possa executar o transporte de cargas e a competitividade entre as empresas transportadoras brasileiras visando atender os seus clientes que estão se tornando a cada vez mais exigentes, querendo que seus produtos sejam 18 entregues em seus endereços de entrega com maior rapidez, oferecendo a eles maior conforto. O que somente se torna possível através do transporte rodoviário em função de possuir maiores vias de acesso a essas regiões e as residências ou empresas de seus clientes. Ainda observando o sistema de entregas o modal rodoviário é o único que dispõe possibilidade de fazer várias entregas de porta-a-porta, principalmente quando falamos das grandes metrópoles e nas regiões urbanas onde as vias de acesso somente podem ser transitadas por transportes rodoviários o que o destaca entre os demais modais existentes. Quanto aos embarques e rapidez em suas entregas em situações de curtas distâncias se da pelo fato ter condições de carregar pequenas quantidades e contendo variedades de produtos. Nas situações adversas como avalias nos caminhões, carretas ou pequenos transportes possuem uma grande facilidade em solucionar o problema seja ele mecânico onde ele pode ser concertado com mais rapidez ou se necessário uma troca de veículo será rápida evitando um maior impacto na execução da entrega. 2.2 Algumas Desvantagens Existentes Em algumas de suas desvantagens citadas anteriormente o seu custo operacional se torna maior em função dos gastos com combustível, um grande número de manutenções (troca de pneus, óleo, desgaste de suas peças mecânicas, etc). O fator que o torna mais ágil em suas entregas o torna mais oneroso, que é a sua capacidade de carga, principalmente em distâncias maiores, pois o 19 custo da operação de entrega em relação ao pagamento feito pela execução do serviço fará com que o saldo seja menos atrativo. Os congestionamentos causados pela quantidade de caminhões e carretas que utilizam as estradas provocando transtornos para a população e em alguns casos acidentes de transito, levando em conta a má conservação das rodovias brasileiras. Os acidentes de transito nas rodovias brasileiras é um problema muito sério que consequentemente prejudica fortemente todo o sistema de transporte rodoviário. Isto se dá pelo conjunto de imprudências dos próprios motoristas que em muitas das vezes para fazer uma maior quantidade de fretes viajam o dia inteiro e a noite inteira sobre efeito de drogas para que os mantenham acordados e assim possam trabalhar por mais tempo. Existe também a falta de manutenção dos caminhões que em muitas das viagens feitas estão com algum tipo de problema mecânico ou os pneus em má conservação, não podendo culpá-los somente. As estradas em determinados pontos estão em situações precárias desde sua pavimentação, sinalizações e o próprio policiamento que tem por objetivo fiscalizar com intuito de reduzir as estatísticas de acidentes no transito. O transporte rodoviário por representar o maior consumidor de combustível dentre os modais por ser o principal modal utilizado no Brasil, este alto consumo acaba resultando em um custo altíssimo para as transportadoras que por consequência dilui estes custos nas suas prestações de serviços. 20 Outro ponto que se discuti em relação ao consumo de combustível é o impacto ambiental que ele provoca destruindo o meio ambiente. Toda a frota brasileira despeja um grande volume de poluentes em nossa atmosfera, que veio gradativamente acumulando no decorrer de décadas uma grande participação na destruição da camada de ozônio, o aquecimento global, efeito estufa e problemas de saúde para a população, principalmente respiratórios. Os preços pagos nas diferentes rotas de acordo com as regiões com maior demanda por serviços de transporte em geral possuem os preços de frete mais caros. Nas regiões que aproveitam o retorno dos caminhões às cidades de origem, após terem realizado suas entregas, estarão obtendo descontos bastante significativos, mantendo uma média de preços mais baixa. Um dos resultados obtidos com o Painel de Fretes aponta as variações entre os preços médios do frete em diferentes regiões do país. Rotas com origem em São Paulo, por exemplo, costumam ser mais caras do que rotas que se destinam a este estado. O preço pago pela movimentação de cargas do Rio de Janeiro para São Paulo é, em média, 34% mais baixo do que na direção inversa, o valor médio do frete rodoviário de uma carreta fechada levando carga seca foi de R$ 137,00 mil t/km na direção São Paulo - Rio de Janeiro, contra R$ 91,00 mil t/km na direção oposta. Esta mesma discrepância acontece nas rotas de mesmo perfil entre São Paulo, Minas Gerais e Paraná. 21 Na primeira rota, o valor médio das rotas entre São Paulo e Minas Gerais é de R$ 124,00 mil t/km, sendo à volta 18% mais barata. No segundo caso, os embarcadores pagam em média R$ 132,00 mil t/km para levar cargas secas em uma carreta fechada de São Paulo ao Paraná, enquanto o retorno é 19% mais barato. Tarifas Médias de Frete Rodoviário por Região (Carreta – Carga Seca – uma entrega por viagem) * Rotas R$/Mil t/Km Diferenças em % SP-RJ R$ 137,00 -34% RJ-SP R$ 91,00 SP-MG R$ 124,00 -18% MG-SP R$ 103,00 SP-PR R$ 132,00 PR-SP R$ 107,00 -19% * Desconsideradas as rotas com distância <=200 Km Fonte: Painel de Fretes – CEL/COPPEAD (2006) Estas informações podem ser utilizadas em pelo menos dois tipos de ações, uma de curto e outra de longo prazo, cujos resultados podem impactar na redução dos custos logísticos das empresas. Na análise de curto prazo aponta para a possibilidade de uma redução da ociosidade dos caminhões nas rotas de retorno, consequentemente, na diminuição nos custos de frete. Sendo papel dos responsáveis pelo gerenciamento de transporte das empresas embarcadoras e das transportadoras criarem parcerias com indústrias locais interessadas em utilizar a disponibilidade dos caminhões nas rotas de menor fluxo. 22 Por sua vez, a informação sobre o preço de frete nas diferentes rotas sugere que, no longo prazo, a empresa pode revisar a sua malha logística de modo a aproveitar os possíveis ganhos e reduções de custos com frete. Claro que um estudo para remodelagem da rede logística de uma empresa, envolvendo localização de fábricas e armazéns, é influenciado por vários outros aspectos além do preço do frete rodoviário. Entretanto, a informação sobre o custo das rotas é essencial para o cálculo do custo logístico total. Existe ainda a diferença nos preços pagos conforme o tipo de veículo utilizado para o transporte de carga, sendo assim, o perfil da frota de caminhões utilizado pela empresa é um componente importante, pois influência na formação do preço do frete rodoviário ocasionando maior custo para empresa. Comparando os transportes por carreta, o preço do frete para as empresas que utilizam caminhão truck é 15% mais alto. Por sua vez, um rodotrem, com o dobro da capacidade da carreta, em geral mantém preços de frete 15% mais baixos. A pesquisa realizada pelo CEL/Coppead identificou que, para rotas acima de 200 km, empresas que utilizam rodotrem pagam em média R$ 82,00 mil por t/km; o bitrem, por sua vez, apresentou um preço médio de frete de R$ 88,00 mil por t/km. O transporte nesses dois tipos de veículos é mais barato do que nas carretas com truck que, considerando a média de todas as rotas realizadas no país, apresentaram valor médio de R$ 97,00 para transportar uma tonelada por mil quilômetros. Sendo assim, quanto maior o veículo, maior será a consolidação de carga e, consequentemente, maior será o ganho de escala no transporte das mercadorias. 23 Os quatro custos de aquisição e manutenção das carretas maiores, embora também sejam mais elevados, a compensação será pelo maior volume de carga transportada numa mesma viagem, logo os preços de frete se tornam, portanto, proporcionalmente menores. Quanto a veículos truck ou toco, no Brasil o preço de frete custa, em média, mais de R$ 100,00 para se transportar uma tonelada por mil quilômetros. Tarifas Médias de Frete Rodoviário por Veículo (Carreta – Carga Seca – 1 entrega por viagem)* Tipo de Carreta R$/Mil t/Km Rodotrem (PBT: 74) R$ 82,00 Bitrem (PBT: 57) R$ 88,00 Carreta (PBT:31,5) R$ 97,00 Truck (PBT: 23) R$ 111,00 Toco (PBT: 16) R$ 119,00 * Desconsideradas as rotas com distância <=200 Km Fonte: Painel de Fretes – CEL/COPPEAD (2006) O Peso Bruto Total (PBT) inclui o peso do veículo e da carga máxima 2.3 Comparações entre os modais Segundo Fleury (2003), no Brasil os preços relativos dos diferentes modais de transporte possuem a mesma ordenação encontrada nos EUA: aéreo (maior), rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário (menor). De acordo com Bowersox e Closs (1996), esses preços relativos refletem de certa forma, a estrutura de custos de cada modal que, por sua vez, torna-se reflexo das suas características operacionais. 24 A seguir, são apresentadas as justificativas teóricas para as diferentes estruturas de custos observadas, a partir das características operacionais mais marcantes de cada modal de transporte. O modal ferroviário apresenta custos fixos elevados, em decorrência dos altos investimentos em trilhos, terminais, locomotivas e vagões. Seus custos variáveis são pequenos. O modal rodoviário, por sua vez, apresenta pequenos custos fixos, uma vez que a construção e a manutenção de rodovias dependem do poder público e seus custos variáveis (por exemplo, combustível, óleo e manutenção) são medianos. O modal aquaviário apresenta custos fixos medianos, decorrentes do investimento em embarcações e em equipamentos, e seus custos variáveis são relativamente pequenos em razão da capacidade de transportar grandes volumes e toneladas. O modal dutoviário apresenta os custos fixos mais elevados, em decorrência de direitos de passagem, construção, estações de controle e capacidade de bombeamento. Em contrapartida, apresenta custos variáveis mais baixos, muitas vezes desprezíveis. Finalmente, o modal aéreo apresenta custos fixos baixos (aeronave e sistemas de manuseio). Seus custos variáveis são os mais elevados: combustível, mão-de-obra e manutenção. De acordo com Coyle, Bardi e Novack (1994), Bowersox e Closs (1996) e Fleury (2003), a qualidade do serviço oferecido pelos diferentes modais de transporte pode ser avaliada por meio de cinco dimensões principais: tempo de entrega médio (velocidade), variabilidade do tempo de entrega (consistência), capacitação, disponibilidade e frequência. 25 A discussão que segue compara os modais pelo seu desempenho teórico. Em termos de velocidade, o modal aéreo é o mais veloz, seguido pelo rodoviário, ferroviário, aquaviário e dutoviário. No entanto, se for considerado o tempo de entrega porta a porta, os benefícios da velocidade no transporte aéreo são percebidos, sobretudo, nas grandes distâncias, tanto em termos relativos quanto em termos absolutos. Além disso, deve ser ressaltado que, na prática, os tempos de entrega do modal rodoviário e do modal ferroviário dependem fundamentalmente do estado de conservação das vias e do nível de congestionamento destas. O modal dutoviário – considerando a dimensão consistência, que representa a capacidade de cumprir pontualmente os tempos de entrega previstos é a melhor opção. Isso por que os dutos não são afetados por condições climáticas, congestionamentos ou verificações de segurança. O baixo desempenho do modal aéreo em termos de consistência, entretanto, resulta de sua grande sensibilidade a questões climáticas e de segurança. Vale lembrar que assim como no caso da velocidade, o desempenho do modal rodoviário e do modal ferroviário na dimensão consistência, depende fortemente do estado de conservação das vias. Em termos de capacitação, por sua vez, que representa a possibilidade de um determinado modal operar com diferentes volumes e variedade de produtos, o modal aquaviário é a melhor opção. Basicamente por que o modal aquaviário não apresenta limites sobre o tipo de produto que pode transportar, assim como o volume que pode atingir centenas de milhares de toneladas. 26 Os modais dutoviário e aéreo apresentam sérias restrições em relação a essas dimensões. O duto só trabalha com líquidos, gases e grãos; o aéreo, com produtos seguros de pequeno a médio volume. Em relação à disponibilidade, que representa a quantidade de localidades em que o modal se encontra presente, o modal rodoviário é a melhor opção, pois quase não apresenta limites de onde chegar. Teoricamente, o segundo modal em disponibilidade é o ferroviário, mas isso depende da extensão da malha ferroviária de um determinado país ou de uma determinada região. Algo semelhante ocorre com a disponibilidade do modal aquaviário, com a função da infra-estrutura portuária, de terminais e de sinalização. Por fim em relação à frequência, que representa a possibilidade, medida em número de vezes que um modal pode ser utilizado num dado horizonte de tempo, o modal dutoviário é a melhor opção. Os dutos operam 24 horas por dia, sete dias por semana, podendo ser acionados a qualquer momento. Seguem pela ordem de desempenho o modal rodoviário, o ferroviário, o aéreo e o aquaviário. A baixa frequência do modal aquaviário resulta dos grandes volumes envolvidos na operação, normalmente consolidada. 27 CAPÍTULO III A IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO BRASILEIRO O cenário mundial percebeu a importância da logística e a aplicação correta dela implicará diretamente em todo o seu sistema financeiro o que tornará sua economia mais forte proporcionando um diferencial competitivo ao seu país e consequentemente o colocará em melhor posição de negociar com os demais. Com o mercado globalizado cada país percebe que sua economia não pode se fechar apenas para o seu mercado, pois hoje o mercado ele é único e aquele que não estiver em condições de atendê-lo tornará sua economia frágil. Exigindo desta forma de cada país um maior e melhor desenvolvimento em sua cadeia logística para que ele possa assim atender este mercado global. O Brasil por sua vez tem trabalhado com grande intensidade na construção de uma cadeia logística que possa atender todo o seu mercado interno e que também atenda o seu mercado externo com maior eficiência. Apesar de todo esforço aplicado não é o necessário para que se atinja um sistema eficiente de logística e que venha atender com eficácia estes mercados e todas as exigências impostas por eles. Dentro de toda a cadeia logística que já foi construído no decorrer de 1950 até os anos recentes, entre todos os modais utilizados no sistema logístico brasileiro que são o ferroviário, o aquaviário, o aero, o duto viário e 28 rodoviário, o modal rodoviário torna-se o seu principal eixo no sistema logístico. Focando no desenvolvimento deste modal ele veio a ser considerado o seu principal meio de transporte destacando-se por suas vantagens oferecidas e melhor adequadas ao país. O território brasileiro possui dimensões continentais com uma área de 8.547.403 quilômetros quadrados e seu perímetro abrange 23.086 quilômetros, sendo considerado o terceiro maior país das Américas por extensão territorial ocupando 47% da área territorial da América do Sul, ocasionando uma regionalização. Tendo por consequência a necessidade de atender todas essas regiões que por muitas das vezes são de difícil acesso como também de movimentação dentro delas, resultando na escolha de um transporte mais flexível e que virá atender todas as exigências nacionais, estaduais e municipais. A malha rodoviária brasileira que vem sendo construída e a já existente não atende o seu objetivo principal que é interligar todas as regiões brasileiras para que se possa fazer todo o escoamento da produção agrícola, o transporte de produtos acabados e a prestação de serviços. No entanto esta malha mesmo com toda a sua deficiência na sua extensão e em sua manutenção é a única via de acesso entre todas as regiões do Brasil. Ela interliga desde as metrópoles de cada região até as pequenas cidades e principalmente as áreas rurais onde se tem um grande número de produção e a necessidade de escoá-los as demais regiões ou pontos em que destes serão utilizados outros meios de transportes. 29 Nas metrópoles existe uma exigência ainda a ressaltar que é a difícil movimentação dentro delas o que só vem a se tornar possível através do modal rodoviário por sua capacidade de transportar pequenas cargas e sua flexibilidade. Permitindo viabilizar condições reais de atender um mercado de clientes que estão se tronando cada vez mais exigentes quanto ao tempo de entrega, avarias no produto que estão sendo entregue e confiabilidade na prestação do serviço. O sistema de transportes tem demonstrado no decorrer das ultimas décadas a sua participação crescente no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Tornou-se superior a 4% a partir de 1990 e atualmente alcançou o percentual de 7,5%, ou seja, isto significa uma representação aproximadamente de 30 bilhões de dólares por ano. O transporte rodoviário possui grande representação chegando a 80% desta fatia de contribuição para o PIB. PIB Brasil (US$ milhões) Ano Total Transporte % 1985 404.952 15.040 3,7 1990 444.539 18.379 4,1 1995 517.519 21.781 4,2 1999 557.452 24.251 4,4 Nota: PIB em US$ constantes em 1999. Fonte: Balanço Energético Nacional – 2000/MME 30 Participações regionais no PIB brasileiro (%) Ano 1970 1975 1980 1985 1990 1995 1998 Norte 2,20 2,20 3,50 3,84 4,94 4,64 4,48 Nordeste 12,00 11,50 12,10 14,10 12,86 12,78 13,05 Sudeste 65,00 63,70 62,20 60,15 58,83 58,72 58,16 Sul 17,00 18,30 17,30 17,10 18,21 17,89 17,48 Centro-Oeste 3,70 4,30 5,00 4,81 5,16 5,98 6,84 100 100 100 100 100 100 100 Nota: PIB e participações regionais – Anuário Estatístico do Brasil, IBGE; e Contas Regionais, IBGE Nesta tabela das participações regionais no PIB brasileiro podemos diretamente perceber o declínio da participação da região Sudeste entre outros fatores podemos citar dois a dispersão geográfica da atividade econômica e o crescimento significativo na participação do PIB das regiões do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 3.1 A introdução da indústria automobilística influencia na importância do transporte rodoviário Dentro do crescimento do país e do seu sistema logístico a escolha da indústria automobilística foi determinante por uma série de motivos, sendo um deles motivado pela importância do transporte rodoviário brasileiro. Incluem-se as empresas automobilísticas, no mundo e no Brasil, entre as pioneiras do processo de re-estruturação tecnológica observado nos últimos anos. 31 Também não podemos nos esquecer do peso que tal indústria possui no Brasil, seja em termos de valor da produção (correspondente a 10,7% do PIB Industrial do Brasil), seja em termos do número de empregados, sendo, por isso, um dos setores líderes na indústria nacional. O setor automobilístico no Brasil está em expansão espacial com a instalação de novas empresas e de novas fábricas de empresas já instaladas. Tornando-se um exemplo vivo das preferências atuais quanto à localização industrial num contexto de re-estruturação produtiva. Cabe ainda lembrar que, dado o peso do setor na economia brasileira, as relações deste com o Estado também se revelaram importantíssimas, mediante a concessão de subsídios, incentivos fiscais, políticas específicas para o setor etc. Essa importância econômica, política e social não poderia deixar de ter também consequências fundamentais quanto à produção do espaço. Em 1953, o governo brasileiro decidiu impor pesadas tarifas visando reduzir a importação de automóveis, justificadas por desequilíbrios na balança comercial, os itens “automóveis e componentes” era a maior conta individual nas importações. Em seguida, o governo passou a preparar planos para um novo passo no processo de industrialização. O objetivo era promover o surgimento de um grupo importante de indústrias modernas relacionadas com a produção de automóveis. No final da década de 1950 e seguindo a política iniciada no segundo governo Vargas (1950-1954), foram intensificados os subsídios e a proteção 32 às empresas estrangeiras do setor que se instalassem no país, além da oferta de infra-estrutura, de mão-de-obra barata e de um mercado interno em expansão, baseado principalmente no intenso investimento estatal no transporte rodoviário. Assim, foram atraídas, ainda na década de 1950, no contexto do plano de metas do governo Juscelino Kubitscheck (1956-61), outras empresas multinacionais. Algumas delas se associaram inicialmente ao capital nacional, como foi o caso da Volkswagen com o grupo Monteiro Aranha As principais empresas montadoras do setor e as empresas fornecedoras de componentes e peças instalaram-se na Grande São Paulo, área privilegiada em termos de mão-de-obra barata e qualificada. Obtendo também um mercado consumidor diversificado e infra-estrutura urbana e de transportes (com destaque para o investimento estatal na construção de rodovias pavimentadas na região a partir de 1947). Citamos como áreas de atração das indústrias automobilísticas nesse período, a região do ABC paulista, em particular São Bernardo do Campo. Outro fator que concorreu para atrair as indústrias do setor para a grande São Paulo foram os incentivos que algumas das prefeituras de municípios da região concederam às empresas interessadas, bem como a disposição de realizar gigantescas obras de terraplenagem a fim de instalar fábricas em locais de relevo acidentado, mas geograficamente bem localizados (LANGENBUCH, 1971). A configuração inicial incluía a Volkswagen (com o Fusquinha e a Kombi), a GMB (com caminhões leves e ônibus), a Willys-Overland (inicialmente com o Jeep e a linha Dauphine/Gordini, fabricada sob licença da Renault), a Toyota (com um veículo comercial leve), a DKW-Vemag (com um pequeno carro de passeio), e a Simca francesa (com a linha Chambord). 33 No final da década de 1960, a Chrysler absorveu internacionalmente a Simca, mas, alguns anos depois, passaram seus negócios no Brasil para a Volkswagen. Na década de 1970, temos a instalação da Fiat, em 1973, e a da Volvo, em 1978, ambas localizadas fora do cinturão industrial de São Paulo (Betim e Curitiba, respectivamente). Tal escolha baseou-se nos esquemas de incentivos fiscais a elas oferecidos e no baixo nível de atividade sindical que caracterizava essas regiões, em um momento histórico dominado pelo autoritarismo político no país. A partir da década de 1990 a economia brasileira passa por um processo de abertura e de re-estruturação, que afetará a indústria automobilística de forma direta, pois este foi um dos setores que mais se beneficiara com as políticas industriais executadas entre 1950 e 1990. Podemos afirmar, então, que a partir da década de 1990, o país passou por uma mudança nas estratégias de acumulação do capital em alguns ramos industriais. As práticas utilizadas por Ford e Taylor foram substituídas, em parte significativa das indústrias, por práticas mais flexíveis de produção, sendo incorporadas as estratégias mais predatórias desenvolvidas nas duas últimas décadas pelo capital nos países avançados, e detrimento, novamente, da população e da classe que vive do trabalho. Porém, devemos ter em conta o fato de que o processo de reestruturação industrial observado no período pós -1990 desencadearam-se de maneiras diferenciadas segundo as origens e dimensões dos capitais envolvidos no processo, sendo que a re-estruturação se deu de maneiras distintas em diferentes indústrias de um mesmo setor, como 34 o automobilístico. Com relação ao caso particular da indústria automobilística, as transformações que se deram após 1990 obrigaram as empresas do setor a um intenso processo de re-estruturação, obtendo um aumento da produtividade por meio de inovações na gestão e de maior automação da linha produtiva, com a consequente redução do número de postos de trabalho. Tal fato pode ser observado na tabela a seguir, a qual procura demonstrar em números esta evolução: Montadoras – Brasil: produção, emprego e produtividade (1980-1998) Ano 1980 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1998 Produção 1.165,1 896,4 966,7 920,7 1.013,2 960,2 1.391,4 1.635,6 1.585,6 (Unidade) mil mil mil mil mil mil mil mil mil Emprego 133,8 101,0 122,2 113,4 118,3 109,4 106,7 103,9 83 mil mil mil mil mil mil mil mil mil 8,7 8,7 7,9 8,1 8,5 8,8 13 15,7 Produtividade 19,1 (veic/trab/ano) Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (1996), ANFAVEA (2002) O grande crescimento e investimento do setor automobilístico em todo esse período tiveram um impacto diretamente na transformação do transporte rodoviário brasileiro para que viesse a se tornar o principal modal a ser utilizado na cadeia logística brasileira. Tornando-o consequentemente importantíssimo para viabilizar todo o funcionamento do sistema logístico brasileiro, considerando todas as suas dificuldades e suas particularidades. 35 De fato as indústrias automobilísticas ocuparam um papel fundamental em todo o contexto da logística brasileira possibilitando condições para que o transporte rodoviário viesse evoluir de maneira a se destacar aos demais modais e se sustentar até hoje como o principal modal brasileiro. Aquecendo desta forma toda a economia brasileira de maneira a deixar claro a importância e o impacto que vem a causar este modal para todo o sistema logístico brasileiro e sua ligação direta na economia nacional. O transporte rodoviário demonstra que o seu papel dentro do sistema logístico brasileiro é proporcionar condições deste sistema funcionar de forma a atender a realidade dos processos logísticos existentes, considerando todos os fatores sejam positivos ou negativos. Ressaltando que os resultados destes processos estão diretamente ligados a economia e ao sistema financeiro brasileiro. 36 CONCLUSÃO O conteúdo deste trabalho demonstrou o quanto é necessário obter uma logística precisa, eficiente para que se obtenham resultados eficazes e o quanto isto influencia no desenvolvimento das estruturas econômicas, físicas e financeiras de um país. Quanto à logística utilizada no Brasil percebemos através do conteúdo histórico apresentado, nos quais foram relatados vários fatores destacandose como o forte investimento inicial na malha rodoviária brasileira promovendo um imenso crescimento em pouco tempo e o incentivo ao desenvolvimento das indústrias automobilísticas. Percebe-se neste momento uma tendência para a utilização do modal rodoviário tornando-o o principal modal no sistema logístico brasileiro. Foram destacadas algumas de suas vantagens e de suas desvantagens, que pesadas, medidas e avaliadas proporcionam um resultado satisfatório para o mercado existente no Brasil com todas as suas particularidades e exigências. Ressaltando suas vantagens temos o maior numero de vias que podem ser utilizadas para a realização do transporte de cargas em função da malha rodoviária existente. Possuindo ainda a sua agilidade na entrega em função do seu porte e mobilidade, sua capacidade de transportar pequenas cargas podendo ser fracionadas e ainda entregá-las na porta do cliente, proporcionando maior satisfação de seus clientes. Clientes que a todo o momento se tornam mais exigentes com a qualidade do serviço prestado e com a confiabilidade com a prestação do 37 serviço, sendo eles o foco de toda transportadora, sabendo elas que são eles que sustentam a sua funcionalidade. Um fato de importantíssima influencia e que deve ser destacado foi o grande investimento na construção de uma malha rodoviária que pudesse ligar todo o país de forma desempenhar todo o escoamento da produção nacional e atender o sistema de transporte de cargas. Atualmente a malha existente esta mais do que visível que atende precariamente o seu objetivo inicial em decorrência do constante uso ocasionando um desgaste gradativo, pela falta de uma fiscalização rígida e a falta de uma aplicação eficiente de investimentos em sua manutenção e expansão. O transporte rodoviário brasileiro independente de suas deficiências sejam elas em sua estrutura, custos variáveis, frotas insuficientes e falta de investimento publico. Independentemente destas este modal desempenha dentro do sistema logístico brasileiro um papel vital para a sustentação de todo o funcionamento da logística no país. Tendo consequentemente os seus resultados e de todo o sistema logístico estão diretamente ligados a economia brasileira e sua solidificação. Com a globalização os países perceberam a importância da aplicação eficiente de sua logística e o quanto sua economia é diretamente influenciada pela mesma. Desta forma transformar o seu sistema logístico gradualmente fortalecido e enxuto trará grandes benefícios para que sua economia seja mais forte e competitiva. 38 Planejar estrategicamente o crescimento econômico nacional esta mais do que claro do quanto é essencial que toda a logística nacional terá que ser revisada e planejada com um maior cuidado em seus detalhes de maneira a trazer para o país uma estrutura solida proporcionando um diferencial competitivo, trazendo assim condições de fazer exigências em suas negociações e não somente sofre-las. A tendência no mundo globalizado para atingir melhores resultados em um sistema logístico, esta na aplicação correta e minuciosa de cada modal (rodoviário, ferroviário, dutoviário, aquaviário e aéreo) utilizado no país, absorvendo de cada um todas as suas vantagens oferecidas aplicando-as de forma eficaz e interligando todos modais existentes. Desta maneira os custos de cada modal serão menores e todas as metas estabelecidas serão cumpridas de forma mais rápida, vantajosa e lucrativa tanto para o país como para as empresas. As empresas por sua vez alcançando resultados economicamente e financeiramente mais favoráveis e consequentemente estarão aquecendo diretamente a economia nacional e internacional. A logística atualmente não e vista somente como o transporte de cargas, ela esta estabelecida em todos os processos de uma empresa visando diretamente na redução de custos e eficiência na execução de seus processos. Os autores utilizados para o desenvolvimento desta pesquisa estabelecem que o transporte rodoviário no Brasil com todo o seu crescimento desempenha de fato um trabalho fundamental na logística brasileira. 39 Ressaltando é claro que a necessidade do mercado atual exige um sistema que saiba utilizar eficientemente todos os modais utilizados em seu país obtendo resultados numericamente agradáveis. Está mais do que esclarecido que o transporte rodoviário no Brasil é importante para sua economia, no entanto, ele por si só não conseguirá fazer toda a logística brasileira funcionar, considerando principalmente as condições estabelecidas pelo mundo globalizado. 40 BIBLIOGRAFIA RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrosio Introdução aos Sistemas de Transporte no Brasil e à Logística Internacional.São Paulo Aduaneiras, 4ª Edição, 2008. VALENTE, Amir Mattar, PASSAGLIA, Eunice, NOVAES, Antonio Galvão, VIEIRA, Heitor Gerenciamento de Transporte e Frotas. São Paulo:Cengage Learning, 2008. CAIXETA FILHO, José Vicente, MARTINS, Ricardo Silveira Gestão Logística do Transporte de Cargas. São Paulo, Atlas S.A., 2001. FIGUEIREDO, K F, Fleury, P F, WANKE, P Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos São Paulo Atlas, 2003. BOWERSOX, D J, CLOSS, D J Logística Management, New York, McGraw Hill, 1996. COYLE, J J, BARDI, E J, NOVACK, R A Transportation St Paul West Publishing Company, 1994. www.cnt.org.br em 30/05/09. HTTP://transportes.ime.eb.br em 30/05/09. WWW.ilos.com.br em 30/05/2009. 41 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I A Historia e a Evolução do Transporte Rodoviário Brasileiro 10 1.1 – A Evolução do Transporte Rodoviário Brasileiro 12 CAPITULO II As vantagens e desvantagens do transporte rodoviário brasileiro 17 2.1 – Algumas vantagens oferecidas 17 2.2 – Algumas desvantagens existentes 18 2.3 – Comparações entre os modais 23 CAPITULO III A importância do transporte rodoviário brasileiro 27 42 3.1 A introdução da indústria automobilística influencia na importância do transporte rodoviário 30 CONCLUSÃO 36 BILIOGRAFIA CONSULTADA 40 ÍNDICE 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO 43 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Título da Monografia: A Importância do Transporte Rodoviário no sistema logístico brasileiro Autor: Flávio Mourão Baptista Data da entrega: Avaliado por: Conceito: