Cálculo científico
Coimbra prepara novo super-computador, 20 vezes mais
potente que o actual Milipeia
18.03.2010 - 16:02 Por Lusa
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A Universidade de Coimbra quer instalar um novo super-computador, 20 vezes mais
potente que o actual Milipeia, cujos pedidos de utilização para cálculo científico
ultrapassam já o dobro da capacidade instalada, foi hoje anunciado.
Com 520 processadores e uma “capacidade de armazenamento de informação de cinco
mil gigabytes e mil gigabytes de memória central”, o Milipeia é actualmente “o mais
rápido e potente computador português para computação de alto desempenho” e está
instalado no Centro de Física Computacional (CFC) da Faculdade de Ciências e
tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
Segundo uma nota hoje divulgada pela FCTUC, acabam de ser concedidas “três milhões
de horas de tempo de processador a 33 projectos científicos” mas “o total de pedidos
ultrapassou os seis milhões de horas”.
Para o coordenador do Milipeia, Pedro Vieira Alberto, a procura “revela que o sistema
de super-computação actual está saturado e já não é suficiente para as necessidades dos
investigadores” portugueses.
É também um sinal de que “a investigação em Portugal está a amadurecer, a ter
capacidade, competitividade crescente, que os sistemas de investigação são cada vez
mais sofisticados”, disse.
“Se tivéssemos duas Milipeias conseguíamos encher a procura e o número de horas
solicitadas. Há sempre trabalhos (de investigação) em espera”, acrescentou.
Para responder à crescente procura, a Universidade candidatou ao QREN - Quadro de
Referência Estratégico Nacional a instalação de um novo super-computador, com cerca
de cinco mil processadores e uma capacidade de cálculo 20 vezes superior à do
Milipeia.
“Será essencial para dar um salto qualitativo e quantitativo na investigação científica e
consolidar a posição de destaque que Coimbra e a Região Centro já ocupam no
panorama da super-computação”, considerou o responsável.
A ser aprovada a candidatura ao QREN, o novo super-computador ficará entre os
maiores e mais potentes da Península Ibérica, sublinhou.
Os projectos científicos contemplados agora com horas de utilização do Milipeia, para
resolução de problemas científicos e/ou tecnológicos de extrema complexidade, são em
áreas tão diversas como a Biologia, Física, Química, Matemática e Engenharia.
A funcionar há três anos e com oito milhões de horas de cálculos científicos registadas,
o Milipeia será, até Outubro, uma peça chave no “estudo de propriedades de
nanomateriais e moléculas com interesse tecnológico e farmacológico, dobragem de
proteínas relacionada com a doença de Alzheimer e dos pezinhos”.
A doença de Creutzfeldt-Jakob, a simulação de evolução de galáxias, da estrutura de
estrelas compactas e dinâmica de buracos negros são outros dos projectos
contemplados, das universidades de Coimbra, Aveiro, Minho, Nova de Lisboa, Técnica
de Lisboa, Évora, Algarve, Instituto Tecnológico e Nuclear (ITN) e Laboratório de
Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP).
http://www.publico.pt/Tecnologia/coimbra-prepara-novo-supercomputador-20-vezesmais-potente-que-o-actual-milipeia_1428270
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