Seminário: Proposta de Directiva relativa às Emissões Industriais Aspectos relevantes para o Grupo EDP João Gonçalves Centro de Congressos da AIP Lisboa, 30 de Janeiro de 2009 Tópicos Caracterização breve do Parque Térmico do Grupo EDP na Península Ibérica Enquadramento face às Directivas PCIP e GIC Regime legal e instrumental aplicável em matéria de emissões atmosféricas Regime fixado para as centrais térmicas da EDP Produção e da HC Medidas de adequação para cumprimento dos VLEs associados Contributos para a discussão das implicações da Proposta de Directiva EI: aspectos relevantes para o Grupo EDP e para o sector eléctrico europeu 1 Em Portugal, segundo a nomenclatura GIC, o parque térmico gerido pela EDP Produção integra 5 Instalações Existentes ( IE ) e 5 Novas Instalações ( NI ), das quais 3 se encontram em exploração normal e 2 em fase de construção IE IE IE IE IE NI NI NI NI NI Tecnologia Potência Térmica (MWt) Combustível Período de Vida Central do Carregado Caldeira a Vapor 1910 Fuelóleo/Gás Natural 1968/2010 Central do Barreiro Caldeira a Vapor 223 Fuelóleo 1978/2009 Central de Setúbal Caldeira a Vapor 2501 Fuelóleo 1979/2012 Central de Sines Caldeira a Vapor 3080 Carvão 1985/ > 2020 Central de Tunes Turbinas a Gás 690 Gasóleo 1982/2009 Central do Ribatejo Ciclo Combinado 2045 Gás Natural 2004/ >2020 Central de Lares Ciclo Combinado 1428 Gás Natural 2009/ >2020 Central da Energin Cogeração 176 Gás Natural 2002/ >2020 Central da Soporgen Cogeração 178 Gás Natural 2000/ > 2020 Central da Fisigen Cogeração 76 Gás Natural 2010/ > 2020 2 Em Espanha, o parque gerido pela HC compreende 4 Instalações Existentes ( IE ) e 5 Novas Instalações ( NI ), das quais 4 em exploração e 1 em fase de construção Tecnologia Potência Térmica (MWt) Combustível Período de Vida Aboño 1 Caldeira a vapor 951 Carvão/GHA/GBC Decisão Pendente Aboño 2 Caldeira a vapor + FGD 1401 Carvão/GHA/GBC Decisão pendente IE Soto de Ribera 2 Caldeira a vapor 750 Carvão 2016 IE Soto de Ribera 3 Caldeira a vapor + FGD 830 Carvão Decisão pendente NI Soto de Ribera 4 Ciclo Combinado 852 Gás Natural > 2020 NI Soto de Ribera 5 Ciclo Combinado 800 Gás Natural > 2020 NI Castejón 1 Ciclo Combinado 755 Gás Natural > 2020 NI Castejón 3 Ciclo Combinado 805 Gás Natural > 2020 Sidergás Cogeração 40 MWt 105 t/h vapor Gás Natural/GHA/GBC > 2020 IE IE NI 3 Tópicos Caracterização breve do Parque Térmico do Grupo EDP na Península Ibérica Enquadramento face às Directivas PCIP e GIC Regime legal e instrumental aplicável em matéria de emissões atmosféricas Regime fixado para as centrais térmicas da EDP Produção e da HC Medidas de adequação para cumprimento dos VLEs associados Contributos para a discussão das implicações da Proposta de Directiva EI: aspectos relevantes para o Grupo EDP e para o sector eléctrico europeu 4 Face aos diplomas GIC e PCIP o enquadramento legal para as instalações geridas pela EDP Produção apresenta-se do seguinte modo… Potência Térmica (MWt) Diploma GIC Diploma PCIP IE Central do Carregado 1910 LA válida até 2015 IE Central do Barreiro 223 LA válida até 2015 IE Central de Setúbal 2501 LA válida até 2015 Central de Sines 3080 Central de Tunes 690 Não abrangida LA válida até 2018 NI Central do Ribatejo 2045 LA válida até 2013 NI Central de Lares 1428 LA válida até 2016 NI Central da Energin 176 LA válida até 2010 Central da Soporgen 178 76 IE IE NI NI Central da Fisigen Em curso processo de alteração da LA inicial válida até 2010 LA válida até 2016 Já submetido pedido de LA 5 …sendo que a situação para as instalações geridas pela HC se apresenta de modo similar. Potência Térmica (MWt) IE Aboño 1 951 Aboño 2 1401 Soto de Ribera 2 Diploma GIC Diploma PCIP LA válida até 2016 LA válida até 2016 750 Soto de Ribera 3 830 Soto de Ribera 4 852 Soto de Ribera 5 800 NI Castejón 1 755 LA válido até 2012 NI Castejón 3 805 LA válido até 2012 Sidergás 40 MWt 105 t/h vapor Não abrangida LA válido até 2016 IE IE IE NI NI NI LA válida até 2016 LA válida até 2016 LA válido até 2013 LA válido até 2013 6 Tópicos Caracterização breve do Parque Térmico do Grupo EDP na Península Ibérica Enquadramento face às Directivas PCIP e GIC Regime legal e instrumental aplicável em matéria de emissões atmosféricas Regime fixado para as centrais térmicas da EDP Produção e da HC Medidas de adequação para cumprimento dos VLEs associados Contributos para a discussão das implicações da Proposta de Directiva EI: aspectos relevantes para o Grupo EDP e para o sector eléctrico europeu 7 Analisando agora a componente “emissões industriais” para a atmosfera, o panorama existente quanto ao regime legal e instrumental vigente é o seguinte… EM PORTUGAL Directiva PCIP • Decreto Lei n.º 173/2008, de 25 de Agosto que revoga o n.º 194/2000, de 21 de Agosto (PCIP) IE NI • MTDs - BREF GIC • - BREF Análise Custo-Eficácia Directiva GIC • Decreto-Lei n.º 178/2003, de 5 de Agosto (GIC) IE • VLE (parte A do Anexo III) • PNRE 2008 – 2015 e respectivo regime de isenção (Derrogação das 20000 horas) NI • VLE (parte B do Anexo III) 8 …estando fixadas desde 2007 as condições de adaptação progressiva das instalações existentes da EDP Produção ao regime de aplicação de MTDs… Até Dezembro 2007 IE Sines: Instalações Existentes Cenário PNRE Parque Térmico EDP P NI 2008-2012 Novas Instalações Cenário VLE/MTD 2013-2015 Sines: Cenário PNRE/MTD Cenário MTD 2016 - 2023 Sines: Cenário MTD Carregado, Barreiro e Setúbal: Isenção do PNRE por derrogação das 20000 horas Ribatejo, Energin e Soporgen Ribatejo, Energin e Soporgen Cenário MTD Cenário MTD NI Lares Fisigen Cenário MTD Lares Fisigen Cenário MTD 9 …o mesmo acontecendo em Espanha para as instalações da HC. Até Dezembro 2007 IE Instalações Existentes Cenário PNRE Parque Térmico HC Novas Instalações NI Cenário VLE/MTD 2008-2012 2013-2015 2016 - 2023 Aboño 1 e 2 Soto 3 Aboño 1 e 2 Soto 3 Cenário PNRE/MTD Cenário PNRE/MTD Soto 2: Isenção por derrogação das 20000 horas até 2015 Soto 4 Castejón 1e 3 Sidergás Soto 4 Castejón 1e 3 Sidergás Cenário MTD Cenário MTD NI Soto 5 Cenário MTD Soto 5 Cenário MTD 10 Tópicos Caracterização breve do Parque Térmico do Grupo EDP na Península Ibérica Enquadramento face às Directivas PCIP e GIC Regime legal e instrumental aplicável em matéria de emissões atmosféricas Regime fixado para as centrais térmicas da EDP Produção e da HC Medidas de adequação para cumprimento dos VLEs associados Contributos para a discussão das implicações da Proposta de Directiva EI: aspectos relevantes para o Grupo EDP e para o sector eléctrico europeu 11 Analisando agora as perspectivas de funcionamento para além de 2016 as medidas de adequação estabelecidas para o cumprimento das VLEs, são as seguintes… EM PORTUGAL CENTRAL TERMOELÉCTRICA DE SINES • Cenário PNRE/GIC VLE SO2 NOx Partículas mg/Nm3 < 400 < 500 < 50 Reforço de medidas primárias de redução de NOx, através da montagem de BOFA, concluído em 2008. • Cenário MTD (BREF) VLE SO2 NOx Partículas mg/Nm3 200 200 20 Instalação de equipamento de calcário/gesso, concluído em 2008; dessulfuração (DeSOx) teconologia Revitalização dos despoeiradores, realizado em simultâneo com o DeSOx; Instalação de equipamento de desnitrificação catalítica selectiva (DeNOx), a concluir em 2011. 12 …como se pode observar no caso da Central de Sines… Equipamento do Sistema de Dessulfuração . plano dos equipamentos auxiliares . em planta . plano do absorvedor do Grupo I 13 …assim como nas de Soto de Ribera e Aboño, em Espanha. • Sistema de Dessulfuração em Soto de Ribera 3 e Aboño 2 • Queimadores de baixo teor de NOx em Soto de Ribera 3, Aboño 1 e Aboño 2 ABOÑO SOTO 14 Tópicos Caracterização breve do Parque Térmico do Grupo EDP na Península Ibérica Enquadramento face às Directivas PCIP e GIC Regime legal e instrumental aplicável em matéria de emissões atmosféricas Regime fixado para as centrais térmicas da EDP Produção e da HC Medidas de adequação para cumprimento dos VLEs associados Contributos para a discussão das implicações da Proposta de Directiva EI: aspectos relevantes para o Grupo EDP e para o sector eléctrico europeu 15 Passando a analisar a proposta de Directiva EI, importa ter em conta as últimas posições conhecidas por parte da COM, do PE e da Presidência (francesa) que o Grupo EDP considera relevantes… Proposta da Comissão 1. 2. Perspectiva a entrada em vigor do bloco IV (GIC) em 2016 Aponta para VLE mais restritivos Novas instalações Instalações existentes •Partículas: 10mg/Nm3 • Partículas: 20 mg/Nm3 •SO2: 150 mg/Nm3 • SO2: 200 mg/Nm3 •NOx: 150 mg/Nm3 • NOx: 200 mg/Nm3 3. Clarifica deverem os VLE ser definidos de acordo com as MTD 4. Prevê um novo MTD implicando uma revisão dos VLE num prazo de 4 anos 5. Impõe uma flexibilidade muito limitada quanto à adapção dos MTD pelos EM (sem referência aos PNRE previstos na directiva GIC) 6. Alarga a abrangência da Directiva de um limite mínimo de 50 MW para 20 MW Posição do Parlamento Posição da Presidência 3. Considera a necessidade de se introduzir maior flexibilidade na definição dos VLE, com a participação dos EM 2. Considera a importância de relaxar os limites para instalações com funcionamento < 1.500 horas/ano: NOx (450 mg/Nm3) e SO2 (800 mg/Nm3) 4. Defende eliminar a obrigação de rever os VLE 4 anos após novo MTD 5. Considera a possibilidade de um regime de isenção para instalações que funcionem 20.000 horas entre 2016 e 2023 6. Defende manter o limite de aplicação nos 50 MW 3. Defende que VLE mais restritivos sejam aplicados só a partir de 2020, ou mercado europeu de emissões de SO2 e NOx 5. Defende um novo PNRE 20162020 ou, alternativamente, um mercado europeu de emissões, e, ainda, a possibilidade de isenção para instalações com funcionamento 20.000 horas entre 2016 e 2019 e encerramento em 2020 16 …sendo que, em 2008, a EDP fundamentou a sua opinião, mais tarde integrada na posição comum do sector eléctrico europeu, veiculada pela Eurelectric e procura acompanhar com muito interesse o debate em curso… Posição do Sector Eléctrico Europeu • Implementar a nova directiva em 2020 e não 2016, tendo em conta os seguintes argumentos principais: – a actual Directiva PCIP só entrou completamente em vigor em Out. 2007 – o sector eléctrico necessita de estabilidade regulatória para investir – evita o fecho prematuro de instalações antes da entrada em funcionamento da nova capacidade prevista (preocupações com segurança de abastecimento) • Dever a revisão dos VLE ser feita de acordo com um processo participativo, envolvendo peritos da indústria eléctrica e não excluindo a consideração de todas as tecnologias e regimes de funcionamento possíveis 17 …importando referir que esse debate tem lugar no contexto de uma elevada pressão regulatória que, no seu conjunto, pode ser crítica para o processo de decisão sobre como irá evoluir o parque térmico da EDP, a partir de tecnologias baseadas no carvão ou no gás. Com efeito: 2010 aprovação provável da Directiva EI em Dezembro de 2010 e transposição até 2012 2011 - 2012 obrigação da inclusão de um sistema “Capture Ready” nas instalações de combustão ≥ 300 MW ou licenças de construção após entrada em vigor da Directiva CCS 2013 - 2020 3.ª fase do CELE com obrigação da obtenção em leilão das licenças de CO2 atribuídas aos operadores do sector eléctrico 2016 - 2023 (em debate) inicio da aplicação do bloco IV (GIC) da Directiva EI Até 2020 objectivo da disponibilidade comercial da tecnologia CCS (eventualmente registada como MTD) 18 Em conclusão, acreditando ter podido dar contributo positivo para o debate, gostaríamos de indicar como linha de reflexão, a necessidade de: • Reforçar uma posição intrinsecamente favorável à simplificação regulamentar que aproveita a iniciativa de revisão alargada da Dir. PCIP, • Alertar para a existência de matérias em jogo que se revestem de enorme importância para o Grupo EDP e para o sector eléctrico europeu em geral, • Manifestar que estamos disponíveis e interessados em continuar a acompanhar os trabalhos relativos ao processo conducente à aprovação da Directiva EI nas instâncias comunitárias. 19 Seminário: Proposta de Directiva relativa às Emissões Industriais Aspectos relevantes para o Grupo EDP João Gonçalves Centro de Congressos da AIP Lisboa, 30 de Janeiro de 2009