ISSN 0004-5233 Março/Abril de 2005 Ano 46 Nº 1336 www.amb.org.br JORNAL DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA Página 3 Eleuses Vieira de Paiva Presidente Normas de regulamentação para revalidação do Título de Especialista já foram aprovadas pelo Conselho Científico da AMB Concluída a proposta de contratualização com a Unidas. Trabalho igual começa a ser feito envolvendo a Fenaseg Projeto AMB/CFM conta com 120 diretrizes. Terceiro volume, com mais 40, foi lançado em abril, em Brasília Página 5 Página 6 Página 8 2 MAR/ABR DE 2005 EDITORIAL ARTIGO Revalidação do Título de Especialista eve início em abril o processo da revalidação do Título de Especialista do médico, determinado por resolução do Conselho Federal de Medicina. Isso tem provocado importante repercussão no meio médico, com todos os seus desdobramentos, e cremos que algumas reflexões devam ser feitas sobre o assunto. Cerca de metade dos médicos do nosso país possui Título de Especialista. Eles estão distribuídos em 53 especialidades e constituem a porção mais preparada da classe médica brasileira em termos assistenciais. O referido Título, obtido ao final da residência médica ou por concurso nas sociedades de especialidades médicas e Associação Médica Brasileira, confere ao médico um reconhecimento da sua competência em determinada área do conhecimento, como cardiologia, endocrinologia e todas as outras especialidades reconhecidas. Ele costuma ser obtido, na maioria dos casos, nos primeiros anos de prática médica, e a partir daí o médico passa a exercer a sua especialidade até o fim da carreira. É notório que o conhecimento médico cresce vertiginosamente e que aumentou em mais de sete vezes nos últimos 20 anos. Quem se formou antes da década de 80 nunca tinha ouvido falar em Aids, simplesmente porque a doença não era conhecida e qualquer conhecimento obtido por esses colegas, desde então, veio de estudos posteriores e continuados. E isso ocorre em todas as especialidades médicas. Há informações surgindo a todo momento, drogas e medicamentos recém-descobertos, novas formas de diagnóstico e tratamento - o que obriga a uma permanente atualização para benefício do atendimento ao paciente. Hoje em dia, em praticamente todo o mundo, esse assunto vem sendo discutido e está ficando muito clara a necessidade de realizar uma atualização efetiva e constante. A revalidação do Título de Especialista é uma das maneiras de estimular essa atualização. Embora a necessidade de estudo e aperfeiçoamento constantes seja inquestionável, existe resistência por parte de alguns colegas nessa matéria. É notório que os médicos, na sua maioria, têm pouco tempo para estudar, em função da sua árdua jornada e de seus vencimentos limitados. A participação em cursos, simpósios e congressos tem custo elevado não só pelo valor das inscrições mas também das despesas com passagem, hospedagem e manutenção em centros distantes da sua residência. Entre os médicos mais jovens, mais afeitos ao estudo, a resistência é menor do que entre os graduados há mais tempo, pois estes imaginam que a prática constante e a experiência compensam a falta de atualização formal. Medicina é profissão na qual o aprimoramento está estreitamente ligado ao melhor atendimento e a um melhor modelo assistencial. É claro que a revalidação periódica de Títulos obtidos no passado não é a única nem a mais eficiente forma de preparar melhor o médico. Ela faz parte de um conjunto de medidas que inclui não só uma adequada educação continuada após a graduação mas também uma boa formação nas escolas médicas. Infelizmente essa etapa fundamental na formação tem deixado muito a desejar, e a maior parcela de culpa recai sobre a abertura indiscriminada de faculdades de medicina, muitas sem a menor condição de formar profissionais qualificados. Este, entretanto, é um assunto que tem sido muito discutido e poderemos voltar a ele em ocasião mais oportuna. O tema, nos moldes em que está sendo proposto, tem como principal finalidade criar o hábito do estudo continuado e está baseado em sistema de créditos que o médico vai acumulando ao longo de cinco anos, ao final dos quais, tendo atingido a pontuação mínima, seu Título estará automaticamente revalidado. Esses créditos poderão ser obtidos com a participação em cursos, simpósios e congressos, ou a realização de trabalhos científicos, entre outras atividades. Para se ter uma idéia mais aproximada, quem comparecer a pelo menos um congresso nacional da sua especialidade anualmente conseguirá somar a maioria dos pontos necessários para a revalidação do seu Título ao final de cinco anos. Pretende-se, ainda, que esses créditos possam também ser totalmente obtidos em eventos desenvolvidos no Estado ou região geográfica do domicílio do médico, sem grandes deslocamentos, e ainda por educação à distância, inclusive com o recurso da internet e canal de TV para o acompanhamento de cursos dentro da sua residência ou consultório. Caso, ao final dos cinco anos, o médico ainda não tenha acumulado a pontuação necessária, haverá a possibilidade de prova para a revalidação. Por fim, cremos que a classe tem uma oportunidade ímpar de dar um exemplo de preocupação com a qualificação continuada de seus pares. Caberá aos próprios médicos e às Sociedades de Especialidade conduzir bem esse processo. Valorizá-lo, por um lado, e torná-lo acessível, de baixo custo e competente, por outro, são os desafios futuros. Os nossos pacientes agradecerão. Eleuses Vieira de Paiva Presidente da Associação Médica Brasileira Fábio Biscegli Jatene Diretor científico da Associação Médica Brasileira Circulação: MAIO/2005 DIRETORIA PRESIDENTE Eleuses Vieira de Paiva PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE Lincoln Marcelo Silveira Freire SEGUNDO VICE-PRESIDENTE Ronaldo da Rocha Loures Bueno VICE-PRESIDENTES Remaclo Fischer Junior, Flavio Link Pabst, Ranon Domingues da Costa, Ricardo Saad, Carlos D.A. Bichara, David M. Cardoso Filho, Lúcio Antonio Prado Dias, José Guerra Lages, J. Samuel Kierszenbaum, José Luiz G. do Amaral SECRETÁRIO-GERAL Edmund Chada Baracat 1º SECRETÁRIO Aldemir Humberto Soares 1º TESOUREIRO Amilcar Martins Giron 2º TESOUREIRO: José Alexandre de Souza Sittart A AMB, as Especialidades e o Título de Especialista A Associação Médica Brasileira, nossa Portanto, a sociedade médica deve atuar entidade maior, congrega todas as Socieda- como formadora, organizadora da especiades de Especialidade. Entre as suas diversas lidade, procurando sempre reunir os conheatribuições e competências, merece realce a cimentos específicos de sua área. qualificação dos médicos, por meio da As resoluções do CFM 1634/2002 e, concessão, após concurso efetuado pelas mais recente, a 1763/2005 definem as norSociedades de Especialidade, do Título de mas orientadoras e reguladoras; a relação Especialista. Este constitui importante ins- das especialidades e das áreas de atuação trumento que, além de qualificar, valoriza o reconhecidas; as titulações e certificações médico cientificamente e o diferencia den- de especialidades médicas e certificados de tro do mercado de trabalho. Os Títulos são área de atuação. Assim, qualquer especiasomente emitidos após rigorosa avaliação do lidade médica deve ter, no mínimo, dois conhecimento e desempenho profissional anos de formação. As áreas de atuação feito pelas Sociedades de devem ter, por sua vez, Especialidade, consoante as programas de formação O Título constitui normas estabelecidas pela de pelo menos um ano de um referencial AMB e referendadas por seu duração. Quando houver Conselho Científico. Desse interface com duas ou ético e modo, o Título constitui um mais especialidades, científico referencial ético e científico. deverá haver convênio A AMB é a detentora dos assinado pelas respectivas Títulos de Especialista, como Sociedades. consta no convênio que é celebrado entre ela Em 2004, a AMB, em conjunto com as e as suas Sociedades, em sua cláusula 14ª. Sociedades de Especialidade, desenvolveu Nesta, fica bem claro que: “As entidades esforços para normatizar a revalidação do reconhecem como norma balizadora o Título de Especialista e dos Certificados de convênio assinado pela AMB, CFM e CNRM Área de Atuação, o que foi aprovado por do MEC (parágrafo 1º). Ainda, está estabele- unanimidade por seu Conselho Científico. cido no parágrafo 2º: “A criação e reconhe- Como resultado final, o CFM editou a cimento de especialidade médica e área de Portaria 1755/04, que instituiu a revalidação atuação serão de competência da Comissão de Títulos de Especialista e Certificados Mista de Especialidades, conforme convênio de Área de Atuação e criou a Comissão da AMB, CFM e CNRM”. Nacional de Acreditação a fim de elaborar De acordo com Eleuses Paiva, presiden- normas e regulamento para este fim, além te da AMB, a especialidade constitui uma de coordenar a emissão dos Certificados área específica de medicina integrada por de Revalidação. Com a revalidação dos um conjunto de conhecimentos de reconhe- Títulos de Especialista e dos Certificados cida validade científica, atitudes, percepções de Área de Atuação, além da educação e habilidades necessárias para uma determi- continuada e permanente, a população brasinada prática médica, definindo um núcleo leira será, sem dúvida, a grande beneficiada. de atuação próprio e independente. Já a área Edmund Chada Baracat de atuação caracterizar-se-ia como uma raPresidente da Federação Brasileira das mificação de uma especialidade ou pela Associações de Ginecologia e Obstetrícia existência de interfaces entre duas ou mais Secretário-Geral da Associação áreas da Medicina. Médica Brasileira DIRETORES Cultural - Severino Dantas Filho; Relações Internacionais - David Miguel Cardoso Filho; Científico Fabio Biscegli Jatene; Defesa Profissional - Eduardo da Silva Vaz; DAP - Martinho Alexandre R.A. da Silva; Economia Médica - Marcos Pereira de Ávila ; Marketing - Roque Salvador A. e Silva; Saúde Pública Samir Dahas Bittar; Atendimento ao Associado - Ricardo de Oliveira Bessa; Proteção ao Paciente - Jurandir M.R. Filho; Acadêmico - Elias F. Miziara; Comunicações - Horácio José Ramalho IMPRESSÃO: CLY FILIADO DIRETOR RESPONSÁVEL Horácio José Ramalho EDITOR EXECUTIVO César Teixeira (Mtb 12.315) COLABORAÇÃO Camila Kaseker DIAGRAMAÇÃO, EDITORAÇÃO E ARTE Sollo Comunicação DEPARTAMENTO COMERCIAL Fone (11) 3178-6806 TIRAGEM: 60.000 exemplares PERIODICIDADE: Bimestral À ANATEC REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Rua São Carlos do Pinhal, 324 01333-903 – São Paulo – SP Tel. (11) 3178-6800 – Fax (11) 3178-6816 E-Mail: [email protected] ASSINATURA Fone (11) 3178-6800, ramal 130 Anual R$ 36,00; avulso R$ 3,00. As colaborações assinadas expressam unicamente a opinião de seus autores, não coincidindo necessariamente com as posições da AMB. 3 MAR/ABR DE 2005 MP 232: o governo recua Medida provisória teve vida curta. Mobilização da sociedade inviabilizou votação Editada no dia 30 de dezembro, a MP buiu aos 513 deputados federais um 232 sobreviveu apenas três meses: no dia convite nominal para uma manifestação 30 de março, pressionado pelas manifesta- pública em frente à rampa do Congresso ções da sociedade civil, o governo decidiu Nacional, dia 30. retirar a medida provisória que, apesar de A pressão nacional contra a MP 232 corrigir em 10% a tabela de Imposto de obteve o resultado desejado com a edição, Renda da Pessoa Física, aumentava a base no dia seguinte, da MP 243/05, revogan- de cálculo da Contribuição Social sobre do os artigos que aumentavam tributos Lucro Líquido (CSLL) de 32% para 40% para prestadores de serviço e para o setor para as empresas prestadoras de agrícola. A correção dos valores serviço optantes pelo lucro da tabela em 10% entrou em presumido. vigor no dia 1º de janeiro. O recuo do governo A MP 243/05 revoga os foi comemorado pelos artigos 4º ao 13º da MP 232/ líderes da Frente Brasileira 04, que incluíam aumento contra a MP 232, movimen- da base de cálculo da CSLL to que reúne 1.315 entidades de 32% para 40% e do representativas de classe, Imposto de Renda das entre as quais a Associação Movimento histórico prestadoras de serviço Médica Brasileira. A Frente reunindo todos os que optam pelo sistema do segmentos da lucro presumido. Revoga manifestação na Câmara no sociedade fez com também toda a MP 240/05, dia 29 de março para ga- que o governo que adiava o prazo de rantir a rejeição da MP pelos recuasse em validade da 232 até o dia deputados. relação à MP 1º de abril. A nova medida organizou uma grande O presidente da Câmara Eleuses Paiva, presidente da AMB, na luta contra a MP 232 concede prazo de 30 dias, a dos Deputados, Severino Cavalcanti, che- partir de 1º de abril, para a interposição gou a colocar a MP na pauta do dia 29 de de recurso a um dos Conselhos de Contri- março, antecipando a data de votação. No buintes para quem foi notificado de deci- mesmo dia, o relator da MP, Carlito Merss sões administrativas da Receita entre 1º de (PT-SC), anunciou que apresentaria janeiro e 31 de março. A MP 232 tinha de Lei de conversão do relator Carlito parte prejudicial da medida original, ficou parecer pela rejeição integral da MP. Ele limitado essa possibilidade de recurso à Merss (PT-SC), apresentado em substitui- prejudicada, sem necessidade de ser vo- explicou que, em razão da falta de acordo segunda instância administrativa nos ção ao texto original da MP 232, permite tada. O governo, no entanto, ainda envia- em torno de um texto de consenso, não processos fiscais. Para encurtar o caminho que contribuintes com processos tribu- rá ao Congresso Projeto de Lei que tratará haveria como aprovar a MP na Câmara dos exigido para a tramitação de toda a MP, o tários inferiores a R$ 50 mil recorram ao de medidas de combate à sonegação e Deputados. Em seguida, o líder do gover- governo decidiu incorporar o texto da 243 Conselho de Contribuintes. A MP 232, que elisão fiscal, a parte polêmica da 232. O no na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia na 232. Com isso, aprovaria a 232 e não teve força de Lei assim que foi assinada texto obrigará quatro setores da economia (PT-SP), afirmou que encaminharia, nos precisaria votar a 243. pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva — publicidade e propaganda, transporte de cargas, construção civil e produtores rurais Clube Espéria, em São Paulo: união de vários setores da sociedade próximos 15 dias, um Projeto de Lei para No dia 12 de abril, em votação simbó- e publicada no Diário Oficial da União, tratar da correção da tabela do Imposto de lica, os deputados aprovaram a MP 232, determinava que contribuintes com dívi- — a recolher tributos na fonte. Esta, no Renda e da compensação para o que a excluindo todos os artigos que previam o das inferiores a esse valor teriam de entanto, também é a nova frente de ação União deixaria de arrecadar com o ajuste. aumento da carga tributária para o setor recorrer diretamente a uma delegacia da das entidades que se mobilizaram contra Com a chamada “Vamos juntos costurar a de serviços e o recolhimento de tributos Receita Federal. Com a aprovação da MP a MP 232: buscar, de forma organizada, boca do leão”, a Frente Brasileira distri- na fonte por produtores rurais. O Projeto 232, a MP 243, enviada para substituir a uma redução na carga tributária do país. 4 MAR/ABR DE 2005 Ato Médico: relatora recebe manifesto das associações Em nome da Associação Médica Brasileira e de seu Conselho Científico, uma comissão formada por representantes das Associações de Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Homeopatia, Reumatologia, Fisiatria e Endocrinologia foi recebida em audiência pela senadora Lucia Vânia (PSDB-GO) em seu gabinete, na manhã do dia 9 de março. Ela é a relatora do Projeto de Lei do Senado 25/02, que regulamenta a profissão médica e atualmente está sendo avaliado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado. O manifesto, endossado por 58 associações médicas, foi formalmente apresentado à senadora, acompanhado de seus anexos, expondo o problema, contendo fortes argumentos em prol da regulamentação da medicina e ressaltando o objetivo de defesa da boa assistência aos cidadãos e pacientes brasileiros. A senadora demonstrou extrema receptividade ao tema e comprometeu-se a convocar encontros e audiências públicas que permitam que a questão seja amplamente debatida e esclarecida aos legisladores, aos profissionais e à população como um todo. Foram abordados pontos essenciais como o fato de ser atribuição e competência exclusiva do médico o diagnóstico, a requisição de exames e a indicação terapêutica das enfermidades, constituindo-se esse profissional na única porta de entrada do sistema, e que o sistema de saúde brasileiro deve garantir que todo cidadão com sinais e sintomas tenha acesso a um médico bem formado, atualizado, remunerado e com boas condições para exercer seu ofício. Foi transmitida a opinião de que é necessário que os profissionais paramédicos e nãomédicos cumpram suas respectivas leis, e que sua oposição à essência de uma Lei da Medicina traduz seu anseio por expandir atribuições além do limite legal. Foi ressaltado que essas leis foram bem formuladas pelo Legislativo, sem oposição da medicina, que Participe da campanha pela sua aprovação preenchendo o abaixo-assinado que pode ser encontrado nos sites da AMB (www.amb.org.br) e do CFM (www.portalmedico.org.br). apoiou o surgimento dessas profissões e estimula o trabalho multiprofissional, integrado e hierarquizado, com cada profissional exercendo um papel específico, baseado em sua formação e nas prerrogativas legais vigentes. Diante disso, a comissão entendeu essa visita como muito oportuna e proveitosa, e confia que os frutos serão colhidos na forma de uma legislação justa, que atenderá às necessidades dos médicos, da medicina e, mais importante, da sociedade brasileira. Salienta, entretanto, a necessidade de que os médicos e suas entidades participem mais ativamente, através de manifestações públicas, comunicação aos pacientes, abaixoassinados e maior presença física junto ao Legislativo visando a aprovação do Projeto. uma disputa de bastidor que envolve, de um lado, os médicos, e, de outro, profissionais das mais diversas áreas da saúde. Em função disso, informalmente, Lúcia Vânia tem se reunido com representantes das associações que defendem a aprovação do Projeto e com entidades de classe contrárias à proposta. José Luiz Gomes do Amaral, representante da AMB na Comissão Nacional em Defesa do Ato Médico, lembra que os profissionais de saúde, com exceção dos médicos, já contam com leis que definem suas atribuições: Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Decreto-Lei 938/69, Lei 6316/75), Enfermagem (Lei 7498/86, Lei 5905/73), Psicologia (Decreto 53464/64, Lei 5766/71, Decreto 79822/77), Fonoaudiologia (Lei 6965/81, Decreto 87218/82), Nutrição (Lei 8234/91, Lei 6583/78), Serviço Social (Lei 8662/93), Biomedicina (Decreto 88439/83, Lei 6684/ 79, Lei 7017/82), Odontologia (Lei 5081/66, Lei 4324/64), Biologia (Lei 6684/79, Lei 7017/82, Decreto 8438/83), Educação Física (Lei 9696/98), Farmácia (Lei 3820/60), Medicina Veterinária (Lei 5517/78). Mudanças A senadora Lúcia Vânia informou, por meio de sua assessoria, em nota divulgada pelo Congresso em Foco, que pretende mudar a versão aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania no ano passado. A relatora vai pedir ao colegiado a realização de uma série de audiências públicas para discutir o texto antes de anunciar as mudanças à proposição. Desde que foi apresentado pelo então senador Geraldo Althoff (PFL-SC) em 2002, o projeto desencadeou “Por isso, atualmente, todas as entidades médicas lutam pela aprovação do substitutivo do projeto de lei 25/02, de autoria do senador Tião Viana, que regulamenta a profissão do médico. É uma questão de transparência, de responsabilidade e compromisso social”, defende Amaral. Entidades nacionais debateram Projeto de Lei do Ato Médico em S. J. Rio Preto A regulamentação da profissão médica foi o assunto abordado pelos presidentes da Associação Médica Brasileira, Eleuses Vieira de Paiva, e do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade, com alunos e professores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, no dia 17 de março. A convite do centro acadêmico e da diretoria da Faculdade, os presidentes das entidades médicas nacionais falaram sobre a importância da aprovação do Projeto de Lei do Senado 25/2002, que está sendo avaliado atualmente pela Comissão de Assuntos Sociais. Também participaram do debate sobre o Ato Médico o diretor da Faculdade de Medicina, José Vitor Maniglia, o presidente da Sociedade de Medicina de São José do Rio Preto, Pedro Teixeira, e o coordenador geral da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem), Luiz Nicolodi. ENFERMAGEM ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Resolução do Conselho de Enfermagem é suspensa A Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região deu provimento ao recurso de agravo regimental impetrado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para restabelecer a liminar que suspendeu os efeitos dos artigos 4º, 5º e 6º da Resolução COFEN nº 271/ 2002, que confere aos enfermeiros as atribuições de realizar consultas, diagnosticar, solicitar exames de rotina e complementares e prescrever medicamentos de forma autônoma. Em novembro de 2003, o CFM propôs ação ordinária cumulada com pedido de antecipação de tutela, visando à suspensão da Resolução. Contra a decisão liminar, o COFEN requereu a suspensão de segurança ao TRF que, em setembro de 2004, deferiu o pedido, suspendendo a liminar então conferida pela 13ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília. Em setembro de 2004, o CFM interpôs perante o TRF da 1ª Região recurso de agravo regimental visando restabelecer os efeitos da liminar suspensa. OPMETRIA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Justiça proíbe optometrista de receitar Clínicas de optometria e óticas de todo o país estão proibidas de receitar óculos e lentes de contato. No dia 4 de abril, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região divulgou a decisão da Justiça de suspender a prerrogativa de optometristas. Com a medida, fica definido que somente médicos oftalmologistas podem prescrever lentes de grau, adaptar lentes de contato e fazer testes de visão e exames de olhos. O advogado do Conselho Brasileiro de Oftalmologia responsável pela ação, Flávio de Castro Winkler, acredita que esta é a primeira vez na história que a classe ganha uma liminar tão favorável e com tamanha abrangência. 5 MAR/ABR DE 2005 Revalidação: normas aprovadas Reunido no dia 31 de março, em São Paulo, o Conselho Científico aprovou as normas de regulamentação para revalidação de Títulos de Especialista e Certificados de Área de Atuação apresentadas pela Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Publicada no dia 14 de dezembro de 2004, a Resolução nº 1755/04 do Conselho Federal de Medicina instituiu o processo de revalidação dos Títulos de Especialista e dos Certificados de Área de Atuação. A exigência entrou em vigor a partir de abril, e os profissionais deverão passar pelo processo a cada cinco anos. Em virtude da Resolução, o processo não será voluntário, mas sim obrigatório, garante o diretor científico da AMB, Fábio Jatene. “Quem não aderir ao processo de revalidação acabará sendo prejudicado, pois esse processo se tornará tão forte e tão importante que será uma exigência da sociedade, que obrigará todos os profissionais a buscarem o processo de revalidação”, completa Jatene. O cronograma inicial previa a colocação das normas aprovadas em consulta pública nos sites da AMB (www.amb.org.br) e do CFM (www.portalmedico.org.br), disponíveis desde a primeira semana de abril. No mês de maio, serão consolidadas as contribuições recebidas, e em junho está prevista a publicação de Resolução com a regulamentação definitiva sobre o assunto. O mês de setembro será a data limite para que as Sociedades de Especialidade enviem, para análise da Comissão Nacional de Acreditação, as atividades para pontuação de créditos a partir do próximo ano. Em janeiro de 2006 terão início as atividades de acumulação de créditos. “Será muito fácil para o profissional participar do processo de revalidação. O modelo proposto valoriza mais as atividades profissionais do que as acadêmicas, tendo em vista que o foco principal é o médico especialista em sua atividade diária”, conclui Jatene. É nossa função como departamento científico promover a democratização da informação por todos os meios de comunicação, ou seja, garantir o acesso à atualização a todos os profissionais do país”, completa o presidente da AMB, Eleuses Paiva. Outro item da pauta da reunião foi exposto pelos integrantes da Comissão em Defesa do Ato Médico, Jurandir Marcondes (AMB) e Alceu Pimentel (CFM), que apresentaram um resumo sobre o PLS 25/2002, que regulamenta a profissão médica. Atualmente, o PLS 25 encontra-se na Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) para discussão Repercussão “A revalidação, a custo acessível, será agente motivador para o aprimoramento profissional, e também para oxigenar a classe médica para as soluções de problemas do cotidiano, resultando em benefício maior para a população. Devemos também sensibilizar e envolver as áreas empregadoras, principalmente o governo, que deveria investir no aprimoramento profissional médico no País.” Ruy Tanigawa, vice-presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura “Com o avanço da medicina e o aparecimento de novas técnicas e de novos medicamentos, é necessário que o médico se atualize e tenha seu Título de Especialista revalidado para sua própria defesa e para defesa da sociedade, que terá a certeza de estar sendo atendida por um profissional habilitado e atualizado.” Roberto Bastos da Serra Freire, presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia do mérito, sob os cuidados da senadora Lúcia Vânia. “Já nos reunimos com a senadora Lúcia Vânia por várias vezes, e ela tem se mostrado sensível ao Projeto. No entanto, deverá apresentar um substitutivo que será o resultado das reuniões que vêm sendo promovidas pela relatora com todos os segmentos envolvidos no assunto”, explica Jurandir Marcondes, diretor de Proteção ao Paciente e representante da AMB na Comissão do Ato Médico. O coordenador da Comissão, Alceu Pimentel, apresentou alguns aspectos estratégicos visando a aprovação do PLS 25. Um deles é um abaixo-assinado que objetiva colher assinaturas em prol do Projeto. O modelo dos formulários encontra-se disponível nos sites da AMB e do CFM. Além disso, o Conselho Federal enviará cartas aos cerca de 300 mil médicos do país reforçando essa necessidade. “Pela importância que têm, a participação das Sociedades de Especialidade neste processo é de extrema importância”, afirma Pimentel. “Esperamos a mobilização de todas junto aos seus associados para que consigamos arrecadar o maior número possível de assinaturas”, completa. No encontro, também foram abordados aspectos estratégicos visando a aprovação do PLS. “Mesmo que não fosse obrigatória, a revalidação já é uma exigência do mercado. As Sociedades de Especialidade devem procurar oferecer alternativas aos profissionais, como os cursos a distância. Acreditamos também que a revalidação deve ser amplamente divulgada para a população em geral.” Fabio Sandoli de Brito, diretor de Qualidade e Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Cardiologia “A revalidação é um desafio construtivo porque avalia a atualização. Esta deve contemplar o saber emergente embuído de senso crítico. Os eixos estratégicos deste processo precisam ser bem definidos e sempre aprimorados, pois certificados de congressos e publicação de artigos não atestam que o médico aprendeu a elaborar o próprio conhecimento, sob o ponto de vista das habilidades e da ética.” Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica “A atualização do conhecimento médico é um benefício fundamental para os pacientes. Nesse sentido, a Pediatria considera importante o processo de revalidação e acredita que as normas serão adequadas aos seus objetivos.” José Hugo Lins Pessoa, diretor de Qualificação e Certificação Profissional da Sociedade Brasileira de Pediatria “A revalidação é um processo moderno e necessário já praticado em muitos países. Diante da abertura indiscriminada de escolas médicas, se torna mais uma ferramenta de controle sobre a formação do médico. Considero ideal o modelo de revalidação apresentado pela AMB.” Roberto Saad Jr., presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões “O Título de Especialista constitui importante instrumento de qualificação dos médicos. A revalidação dos Títulos de Especialista e dos Certificados de Área de Atuação é fundamental para manter a qualidade desses profissionais e também uma garantia de que o atendimento prestado à mulher brasileira será de alto nível.” Edmund Chada Baracat, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia “Além da imprescindível educação médica continuada, a revalidação do Título incentivará os médicos a se manterem firmes e unidos nas Sociedades de Especialidade, proporcionando condições financeiras e políticas para que elas e a AMB possam fortalecer cada vez mais a atuação associativa.” Cláudia Fonseca Pereira, presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação “A revalidação irá estimular o médico a estudar sempre, inclusive atualizando seus conhecimentos sobre outras áreas da medicina além da sua especialidade. É um processo muito bem-vindo e todos só têm a ganhar, em especial os pacientes.” Adelson Martins, presidente da Sociedade Paulista de Radiologia “Julgamos que a revalidação é muito importante para a sociedade ter a segurança de contar com especialistas atualizados. Também acreditamos que nenhum especialista realmente capacitado terá qualquer dificuldade em obter a pontuação necessária para a revalidação.” Walter J. Koff, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia COMISSÃO MISTA Cirurgia da Mão, nova especialidade A Cirurgia da Mão é a mais nova das 53 especialidades médicas reconhecidas pela Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Comissão Nacional de Residência Médica. As três entidades, que formam a Comissão Mista de Especialidades, reconheceram, ainda, a Densitometria Óssea e a Mamografia como áreas de atuação, que também passaram a totalizar 53. As decisões fazem parte da Resolução do CFM nº 1.763/05, publicada no Diário Oficial da União no dia 9 de março. O texto também traz novidades sobre o funcionamento da Comissão Mista de Especialidades. A principal delas é que as propostas recusadas pela Comissão só poderão ser reapresentadas para nova avaliação após cinco anos. “Alguns pedidos retornavam com insistência, o que provocava atrasos nas respostas de outros assuntos”, justifica o 1º secretário da AMB e representante da entidade na Comissão Mista, Aldemir Soares. Além disso, só constarão do relatório anual da Comissão Mista as propostas que derem entrada até o último dia útil do mês de abril de cada ano. O relatório será sempre divulgado até o fim de setembro. Essas normas constam no Anexo III da Resolução 1763/05, disponível no site www. portalmedico.org.br, que resume o trabalho da Comissão em 2004. Desde 2002, a Comissão Mista de Especialidades é responsável por estabelecer critérios para o reconhecimento e denominação das especialidades e áreas de atuação na medicina, bem como a forma de concessão e registros de Títulos de Especialista. “A maior parte do trabalho, que consistia na organização das especialidades nas entidades representativas, já foi concluída pela Comissão Mista”, avalia o diretor científico da AMB, Fábio Jatene, que também representa a entidade na Comissão. “Nesta fase, estamos analisando aspectos particulares dos pedidos, principalmente no que diz respeito às áreas de atuação”, conclui o diretor. 6 MAR/ABR DE 2005 Unidas: contrato acordado Deliberativo: Samir Bittar apresenta proposta de contrato com a Unidas No final de fevereiro, as entidades médicas nacionais Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos - divulgaram a proposta de contrato de prestação de serviços entre médicos e operadoras de autogestão, acordada com a direção nacional do grupo Unidas na Câmara Técnica da Contratualização. A proposta, que havia sido concluída em meados do mês, também foi aprovada pelo Conselho Deliberativo da AMB, reunido no Rio de Janeiro, no dia 25 de fevereiro. O texto foi elaborado a partir do contrato apresentado pela Unidas em dezembro, cuja totalidade dos itens foi analisada e discutida em cinco reuniões. Segundo o presidente da Câmara Técnica, Samir Dahas Bittar, dos mais de 80 itens do contrato inicial apresentado pelas Unidas, houve apenas dois pontos de discordância. O primeiro diz respeito ao limite de cobertura dos novos procedimentos, pois nem todas as operadoras da Unidas aceitam incluir os procedimentos da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) que não estão no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O outro se refere ao índice de reajuste, sendo que a proposta dos médicos é estabelecer um índice nos contratos a ser aplicado dentro de 12 meses, mas a Unidas prefere definir esse índice ao final do período. Dessa forma, a Câmara Técnica recomenda às Comissões Estaduais de Honorários Médicos e às superintendências estaduais e entidades filiadas à Unidas que negociem regionalmente os dois pontos de discordância. “Essa proposta de contrato resume o trabalho das Comissões Estaduais, que podem focar a negociação, com uma possibilidade muito maior de acordo com as operadoras”, avalia o presidente da Câmara Técnica. Para Samir Dahas Bittar, “a abertura demonstrada nesse trabalho com a Unidas modifica uma prática equivocada de muito tempo, em que as operadoras enviavam contratos prontos aos médicos, muitas vezes com cláusulas leoninas”. Resumo das decisões das Câmaras Técnicas Contratualização Elaboração de proposta de contrato consensual com a Unidas; concordância da ANS sobre o modelo de contrato; negociação com a Fenaseg para a elaboração de uma proposta conjunta; proposta à Abramge de discussão dos contratos. CBHPM Discussões com várias Especialidades, sendo corrigidas falhas estruturais com mudanças de portes para outros capítulos, correções de nomenclatura e verificação de duplicidade para nova edição da CBHPM Órtese e Prótese ANS: novo prazo para contratos A pedido da Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu prorrogar por mais 150 dias o prazo para a assinatura dos contratos de prestação de serviços entre médicos e operadoras de planos de saúde. Com esta decisão da diretoria colegiada da ANS, tomada no dia 2 de março, o prazo final para a contratualização passa a ser 14 de agosto. Além da prorrogação do prazo, que venceria em março, as entidades médicas nacionais haviam solicitado à ANS a intermediação nas negociações sobre contratos com as seguradoras e as empresas de medicina de grupo. No fim de fevereiro, as entidades finalizaram uma proposta de contrato com a direção nacional da Unidas, ficando dois pontos de discordância a serem discutidos regionalmente. A Fenaseg e a Abramge já foram convidadas a desenvolver trabalho semelhante em conjunto com as entidades médicas. Por enquanto, a recomendação é de que só sejam assinados contratos com as empresas de autogestão, de acordo com a proposta elaborada pelas entidades médicas nacionais e pela Unidas, depois de solucionados os pontos de divergência pelas entidades estaduais. Recomendações A Comissão Nacional para Implantação da CBHPM, reunida em Maceió, Alagoas, em 8 de abril de 2005, analisou o estágio atual da contratualização entre médicos e operadoras, e deliberou por recomendar que: 1) Todos os esforços sejam empreendidos com o objetivo de interromper a prática abusiva, até recentemente praticada pelas operadoras, de propor contratos sem negociação prévia; 2) Os contratos com todas as empresas de autogestão tenham como base a proposta consensual acordada entre as entidades médicas nacionais e a direção nacional do grupo Unidas, analisando-se no âmbito das Comissões Estaduais de Honorários Médicos apenas as cláusulas de dissenso; 3) Não assinem contratos com as seguradoras, exceto se negociados previamente, propondo aguardar as negociações com as entidades médicas que ora se iniciam, cujo intuito é obter uma proposta de contrato que atenda aos interesses da classe, nos mesmos moldes do trabalho realizado com a Unidas; 4) Não assinem contratos com as operadoras da Abramge, exceto se negociados previamente, pois esse setor tem se negado a negociar um modelo; 5) Não haja precipitação na assinatura, pois o prazo irá expirar somente em 14 de agosto deste ano, buscando sempre o respaldo e as orientações das Comissões Estaduais de Honorários Médicos. Fenaseg: discussões sobre contratos Durante a primeira reunião da Câmara Técnica da Contratualização com a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), no dia 20 de abril, decidiu-se por uma análise dirigida individual do contrato das sete seguradoras que participaram do encontro: Bradesco, Sul América, Marítima, Porto Seguro, AGF, Unibanco AIG e Brasil Saúde). Dessa forma, os representantes das entidades médicas nacionais - Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos - irão se reunir com as empresas separadamente, não estando descartados novos encontros com o grupo completo para debater questões de interesse geral. Nesta primeira reunião, realizada na sede da AMB, em São Paulo, além da metodologia do trabalho, foi discutida também a experiência com o grupo Unidas, que chegou a uma proposta de contrato em conjunto com as entidades médicas depois de cinco reuniões. O presidente da Câmara Técnica da Contratualização, Samir Dahas Bittar, considerou o encontro bastante produtivo. Frentes de trabalho: indicações das próteses; avaliação da qualidade dos materiais; critérios para arbitrar eventuais discussões; e limites para a relação custo-benefício; análise das listas de órteses, próteses e materiais especiais em Ortopedia das operadoras Cassi, Geap e Unimed. Materiais e Medicamentos Análise da lista de materiais descartáveis utilizados em serviços de saúde; solicitação à equipe do Projeto Diretrizes AMB/CFM de elaboração de um protocolo sobre as indicações do uso de contrastes nos exames radiológicos, especificando quando eles devem ser iônicos e não iônicos; proposta de apresentação do trabalho à Anvisa como subsídio para a regulamentação do uso de contrastes. Incorporação de Tecnologias Discussão da legislação sobre o tema; elaboração de regimento interno da Câmara Técnica. Diretrizes “Estamos alterando nossas relações. Pela primeira vez na história médicos e operadoras iniciam um entendimento nacional buscando um consenso sobre os contratos, trabalho este que tem como objetivo estabelecer as regras da relação entre médicos e operadoras de saúde, com base na Resolução Normativa nº 71 da Agência Nacional de Saúde Suplementar”, avaliou. Já foram elaboradas 120 diretrizes, que ganharão versões resumidas; discussão de temas para novas diretrizes, de acordo com a demanda observada na prática médica; cursos de orientação e capacitação sobre medicina baseada em evidências; participação no Fórum Nacional para Implementação do Projeto Diretrizes, em Brasília. 7 MAR/ABR DE 2005 CBHPM: novas estratégias para implantação Líderes da classe médica nacional estiveram reunidos, nos dias 25 e 26 de fevereiro, no Rio de Janeiro, e no dia 8 de abril, em Maceió, discutindo, entre outros assuntos, novas estratégias para a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. Este foi assunto principal das três reuniões realizadas no hotel Othon, no Rio de Janeiro: da Comissão Nacional para Implantação (CNI), do Conselho Deliberativo e Diretoria Plena da AMB e das Comissões Estaduais de Honorários no Rio de Janeiro e em Alagoas. A reunião da CNI no Rio de Janeiro tinha como foco principal traçar novas estratégias de implantação da CBHPM para este ano, e, ao final do encontro, dez pontos foram elencados (quadro ao lado) buscando tal objetivo, com destaque para a possibilidade de extensão do movimento de paralisação às empresas ligadas à Abramge, intensa mobilização e nova campanha de marketing pela aprovação do PL 3466/04 e a organização de novas assembléias conjuntas, a exemplo das realizadas no ano passado. As dez propostas sugeridas pela CNI foram apresentadas pelo seu coordenador, Lincoln Freire, a todas as Comissões Estaduais de Honorários, em reunião realizada na tarde do dia 26. Além das propostas, Freire exibiu um balanço do trabalho realizado no último ano, desde que assumiu a coordenação da Comissão, em maio de 2004. Foram realizadas 12 reuniões, respondidas 325 correspondências, impressos quatro edições do Jornal Mobilização e enviadas 25 edições do Mobilização On line, além de ações junto à ANS, aprovação do PL, criação de assessorias técnica e jurídica. Lincoln também submeteu às Comissões a proposta de um calendário de reuniões para este ano. Essa reunião contou também com a participação do deputado Rafael Guerra (PSDB/MG), relator do Projeto de Lei 3466/04, que referencia a CBHPM no sistema suplementar de saúde. Guerra informou que conversou com o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), sobre a importância do PL, convencendo-o a colocar na pauta para votação. “O Projeto de Lei da CBHPM pode ser votado a qualquer momento”, informa Guerra. “Conseguimos o acordo com as lideranças e está mantido o regime de urgência para a sua votação, o problema é que muitas medidas provisórias impedem a sua entrada em pauta”, finaliza. Na mesma reunião, no Rio de Janeiro, o coordenador dos trabalhos da CBHPM, Amilcar Giron, fez um balanço de como está o processo de revisão para a próxima edição. Segundo ele, 38 Sociedades de Especialidade já apresentaram sugestões de alteração de porte, as quais serão avaliadas pela Comissão Nacional de Honorários Médicos (CNHM). Por fim, o diretor de Saúde Pública da AMB, Samir Bittar, apresentou a proposta de contrato aprovada entre as entidades médicas nacionais - AMB, CFM, Fenam e o grupo Unidas, a qual já se encontra disponível no site da AMB (www. amb.org.br). Seguindo orientação da Comissão Nacional para Implantação da CBHPM, Bittar apresentou, na reunião seguinte da Câmara de Saúde Suplementar da ANS, em Brasília, proposta para que Fenaseg e Abramge também desenvolvam o mesmo tipo de contrato para utilização entre seus prestadores de serviço. junto à Unimed, Unidas, Fenaseg e Abramge; boicote ao Prêmio Abramge de Medicina, além de uma circular sobre contratualização. Calendário A Comissão Nacional para Implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos divulgou seu calendário de reuniões durante o encontro com as Comissões Estaduais de Honorários Médicos, no Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro. A previsão das reuniões continha o seguinte calendário: 16 de março (São Paulo), 8 de abril (Maceió), 26 de abril, 19 de maio, 16 de junho e 20 de julho. Também foram agendados novos encontros da CNI com as Comissões Estaduais e os presidentes das entidades médicas nacionais - AMB, CFM e Fenam: 8 de abril (Maceió) e 17 de junho (São Paulo). Além disso, a Comissão Nacional fará reuniões com as Comissões Estaduais Regionais: 9 de abril (Nordeste – Maceió), 20 de maio (Centro-Oeste – Goiânia), 5 de agosto (Norte – Belém), setembro (Sul – a definir), novembro (Sudeste – a definir). Todas as terçasfeiras, das 15h às 18h, sempre haverá um integrante da CNI na sede da AMB, em São Paulo, para atender solicitações das Comissões Estaduais. CBHPM - Propostas No período da manhã, também no hotel Othon, aconteceram as reuniões da Diretoria Plena e do Conselho Deliberativo da AMB. Quatro assuntos dominaram a pauta das discussões: CBHPM, que ficou a cargo de Lincoln Freire e Amílcar Giron; Contratualização, assunto abordado por Samir Bittar, enquanto que o diretor de Proteção ao Paciente, Jurandir Marcondes Filho, fez um relato sobre o andamento do Projeto de Lei que define o Ato Médico. O quarto item da pauta foi aprovado por unanimidade entre os presentes: a homologação dos regimentos eleitoral, dos Conselhos Deliberativo, Fiscal e Científico da AMB, em função da adequação ao novo estatuto social por exigência do novo Código Civil brasileiro. A Comissão Nacional para Implantação voltou a se reunir no dia 8 de abril, em Maceió. Neste encontro foram avaliados os pontos emanados na reunião do Rio de Janeiro e reforçadas as ações em favor do movimento médico nacional pela implantação da CBHPM, como nova campanha publicitária; ações jurídicas (projeção de novas ações); avaliação do movimento u Unimed – Carta dirigida à Unimed do Brasil e singulares denunciando a posição assumida pelos seus representantes junto à ANS e nos fóruns de discussão; u As Comissões Estaduais de Honorários devem acionar as singulares da Unimed através de suas filiadas objetivando a implantação da CBHPM; u A CNI convidará o segmento das seguradoras para reabrir discussão sobre a implantação; u Avaliar as ações jurídicas já implementadas; u Sociedades de Especialidade/Federadas – Contas bancárias ligadas às seguradoras; u As Comissões Estaduais de Honorários devem avaliar possibilidade de estender ações jurídicas às empresas ligadas à Abramge; u PL 3466 - Intensa mobilização pela aprovação do PL 3466 com visita aos novos presidentes do Congresso Nacional e contatos com parlamentares federais nos Estados, realizados pelas Comissões Estaduais de Honorários e, em Brasília, pelas entidades nacionais; u Planejamento de divulgação do movimento através de campanha profissional a ser realizada dentro das disponibilidades do Conselho Federal de Medicina à época da votação; u ANS – reforço de contatos visando avaliação do Rol de Procedimentos e pontos básicos dos contratos; u Definição de novas datas nacionais de mobilização. Últimas da CBHPM ABC - Médicos do Grande ABC paulista fizeram, no dia 14 de abril, uma passeata na Via Anchieta contra empresas intermediadoras de saúde. O objetivo era informar à população os motivos que levaram os profissionais a atender somente por reembolso várias empresas. ESPÍRITO SANTO - As cooperativas médicas de Ortopedia e de Anestesiologia que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde via Secretaria do Estado já estão utilizando a codificação da CBHPM. PARANÁ - A Comissão Estadual de Honorários Médicos firmou acordo de implantação da CBHPM com as 19 operadoras da Unidas. O valor da consulta, atualmente R$ 35,70, passará a R$ 37,80 em julho e a R$ 42,00 em janeiro de 2006. Já os valores dos portes estão sendo implantados com redutor de 20%; a UCO com banda de menos 30%; e os valores de SADT com redutor de 20% quando houver ato médico envolvido e de 25% quando não houver. MATO GROSSO DO SUL - A assembléia de 31 de março aprovou que seja encaminhado à diretoria nacional da Unidas um pedido de intermediação nas negociações. Por unanimidade, os médicos também decidiram ingressar com a ação judicial de reequilíbrio econômico-financeiro. RORAIMA - O Serviço de Assistência Social da Polícia Militar e o Fundo de Saúde do Exército de Roraima irão adotar a CBHPM em sua forma plena, sem redutor, a partir de abril. GOIÁS - A Unidas reajustou os honorários médicos em 11,91% retroativo a 1º de março. Com isso, o CH passou a 0,3357 e o preço da consulta a R$ 36,93. O reajuste foi aceito, em 28 de março, mediante o compromisso de implantação da CBHPM sem redutores em julho deste ano. O atendimento continua somente pelo sistema de reembolso às seguradoras, cobrando R$ 50,40 pela consulta e os demais valores da CBHPM na banda máxima de 20%. PIAUÍ - Em assembléia no dia 4 de abril, os médicos deliberaram por ações judiciais contra a Hapvida, Medplan e Amil, além de algumas operadoras de autogestão, exigindo o cumprimento dos acordos de implantação da CBHPM assinados no Ministério Público Estadual. SANTA CATARINA - De acordo com o presidente da Federação das Unimeds de Santa Catarina, Dalmo Claro de Oliveira, está confirmada a implantação da CBHPM no intercâmbio entre as 23 singulares em todo o Estado, com exceção do SADT. O valor da consulta passou a R$ 42,00 retroativo a 1º de fevereiro e os demais valores foram adotados com redutor de 20% desde 1º de março. Além de Florianópolis e Joinville, irão iniciar a adoção da Classificação, a partir de 1º de maio, as singulares de Alto Irani, Araranguá, Canoinhas, Concórdia, Curitibanos, Jaraguá do Sul, Riomafra, Vale do Iguaçu e Videira. ALAGOAS - Os médicos de Alagoas, reunidos em assembléia no dia 14 de março, decidiram procurar o Ministério Público para intermediar as negociações com a Sul América quanto ao cumprimento da decisão judicial que a obriga a remunerar os profissionais segundo os valores da CBHPM plena. PERNAMBUCO - Os médicos decidiram entrar na Justiça contra as empresas de medicina de grupo para obrigá-las a pagar os valores da CBHPM, conforme decisão da Câmara Arbitral de setembro de 2004. No dia 9 de março, as entidades médicas já haviam dado entrada a um pedido de liminar para que as seguradoras Sul América e Bradesco cumpram a mesma determinação. SÃO PAULO - Em assembléia realizada no dia 9 de abril, a Associação Paulista de Medicina decidiu entrar com a ação de reequilíbrio econômico-financeiro contra seguradoras e planos de saúde. Desta forma, São Paulo alia-se aos Estados de Sergipe e Minas Gerais, que também já ingressaram com ações. A Comissão de Saúde e Higiene da Assembléia Legislativa aprovou o Projeto de Lei 228/04, de autoria do deputado Fausto Figueira (PT), que referencia a CBHPM no Estado. 88 JAMB Diretrizes: terceiro volume Com a publicação de 40 diretrizes, o terceiro volume do Projeto Diretrizes (lançado oficialmente durante o “Fórum Diretrizes Clínicas e o Sistema de Saúde no Brasil”, realizado no dia 28 de abril, em Brasília - mais detalhes do evento na próxima edição) alcança a marca de 120 diretrizes impressas, total que deve chegar a 200 este ano, de acordo com o convênio entre a AMB e o CFM renovado em outubro de 2004. Além disso, todas as diretrizes elaboradas há mais de três anos serão atualizadas e ganharão versões resumidas até o fim de 2005. Wanderley Marques Bernardo, um dos coordenadores do Projeto, explica que a partir do quarto volu- me, a ser lançado no segundo semestre, a elaboração das diretrizes contará com o sistema de interface, em que o tema é enviado a todas as Sociedades de Especialidade e as que demonstram interesse recebem o texto para opinar. As sugestões são avaliadas pelos autores da diretriz e pela equipe do Projeto, contribuindo para a sua versão final. “Dessa forma, ampliamos as discussões e a participação das especialidades”, afirma. Outra novidade é o site www.projeto diretrizes. org.br, disponível desde março, cuja proposta é facilitar o acesso às diretrizes e a troca de informações entre os participantes do Projeto e todos os interessados. O coordenador atribui a partici- pação crescente das Sociedades de Especialidade à credibilidade alcançada pelo Projeto nesses cinco anos de trabalho. “Esses especialistas elaboram diretrizes seguindo a metodologia internacional para a prática da medicina baseada em evidências, ao contrário dos consensos”, destaca Wanderley. De acordo com o coordenador, a parceria com o Ministério da Saúde irá permitir a elaboração de diretrizes por demanda, o que implicará sua implementação direta no Sistema Único de Saúde. As discussões com o setor privado já foram iniciadas em janeiro na Câmara Técnica de Diretrizes, com participação da Unidas e da Unimed. Projeto Diretrizes P 120 Diretrizes (em 3 volumes) elaboradas pelas Sociedades de Especialidade filiadas à AMB. Volume I - 512 páginas Volume II - 496 páginas Volume III - 468 páginas P Orientações diagnósticas, terapêuticas e, quando aplicáveis, preventivas baseadas em evidências científicas P Conciliam informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico P Apresentam grau de recomendação e a força de evidência científica P Preservam a autonomia do médico VOLUMES EM CAPA DURA, IMPRESSÃO EM PAPEL COUCHÊ E ACABAMENTO APRIMORADO EMBALADO EM CAIXAS PERSONALIZADAS PARA ENCAMINHAMENTO SOLICITE TAMBÉM PELO TEL. (11) 3178-6800 PREENCHA E ENVIE PELO CORREIO NOME: ................................................................................................................................. CPF/CNPJ: ........................................................... INSC. EST..: ........................................ ENDEREÇO: ....................................................................................................................... Rua São Carlos do Pinhal, 324 CEP: 01333-903 São Paulo - SP Tel.: (11) 3178-6800 e-mail: [email protected] CIDADE: .................................................................................... ESTADO: ........................ CEP: ..................................................................... TEL.: ( ) ......................................... ESPECIALIDADE: ...................................................................... CRM: .............................. IMPORTANTE: VALOR DE CONTRIBUIÇÃO Procedimento aos interessados em receber os volumes do “Projeto Diretrizes”: Encaminhar o cupom ao lado totalmente preenchido juntamente com o comprovante de depósito para o Fax (11) 31786815 ou pelo correio à AMB. A contribuição deverá ser efetuada em cheque nominal à AMB ou através de depósito bancário Banco do Brasil S/A: Agência 3344-8 - C/C no 5688-X. VOLUMES I, II OU III VOLUMES I, II OU III SÓCIO SÓCIO LIVRO CORREIO TOTAL LIVRO CORREIO TOTAL R$ 40,00 R$ 10,00 R$ 50,00 R$ 100,00 R$ 20,00 R$ 120,00 NÃO SÓCIO NÃO SÓCIO LIVRO CORREIO TOTAL LIVRO CORREIO TOTAL R$ 80,00 R$ 10,00 R$ 90,00 R$ 200,00 R$ 20,00 R$ 220,00 VOLUMES I VOLUMES III VOLUMES II VOLUMES I, II E III ASSINALE A OPÇÃO DESEJADA: OBSERVAÇÃO: VALOR DO CORREIO PARA 2 VOLUMES R$ 15,00 MAR/ABR DE 2005 Diplomas não terão validade automática Parlamentares e especialistas que participaram no dia 29 de março de audiência pública, na Comissão de Seguridade Social e Família, sobre a validação de diplomas de medicina emitidos em Cuba, pediram tratamento igual a todos brasileiros que estudaram no exterior e também sugeriram a realização de uma avaliação, no Brasil, dos médicos formados em outros países e não apenas em Cuba. O debate contou com a presença do secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Fernando Haddad, e do representante do Conselho Federal de Medicina (CFM), Emmanuel Fortes. Na mesma semana, ao participar de audiência pública na Comissão de Educação do Senado, o ministro da Educação, Tarso Genro, descartou a possibilidade de validação automática no Brasil dos diplomas de estudantes brasileiros que cursaram medicina em Cuba. Tarso disse que o governo estuda mecanismos gerais de validação de diplomas de todos os brasileiros que se formam no exterior. Mas ressalvou que é preciso respeitar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e a autonomia das universidades públicas, que atualmente analisam os processos caso a caso. Acrescentou que desde 1999 não há tratamento especial a diplomas superiores obtidos fora do País em qualquer área do conhecimento. “E não há orientação política no governo para que seja feito diferente”, completou o ministro. Conselheiro toma posse no Senado O pediatra Wirlande Santos da Luz, conselheiro efetivo do Conselho Federal de Medicina, tomou posse no dia 23 de março como senador da República pelo Estado de Roraima. Ele ocupa a cadeira de Romero Jucá, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Ministério da Previdência e Assistência Social. Wirlande da Luz, 50 anos de idade, é filiado ao PMDB. Por três vezes ocupou o cargo de secretário de Saúde de Boa Vista, capital de Roraima, sendo que jamais exerceu função parlamentar. No Senado, Wirlande promete trabalhar em defesa da área social, com destaque para a saúde. O mandato como conselheiro federal do CFM irá até 12 de outubro de 2009. Críticas à restrição em UTI O ministro da Saúde, Humberto Costa, recuou na decisão de criar normas para a internação de pacientes nas UTIs (unidades de terapia intensiva) brasileiras e anunciou o engavetamento das discussões sobre o assunto. O objetivo era restringir esses leitos só para pacientes graves com chances reais de recuperação. A iniciativa causou reações negativas nas entidades médicas e no Congresso. Para o presidente da AMB, Eleuses Paiva, o governo tentou fugir da discussão real, que diz respeito à falta de leitos. “A Organização Mundial da Saúde, na década de 80, tinha como padrão que pelo menos 4% dos leitos totais da rede hospitalar fossem direcionados a UTIs. Atualmente, a OMS já revê o percentual para algo em torno de 7% a 10%. Mas no Brasil, os leitos disponíveis correspondem a 3,8% do total, incluindo os da rede privada, à qual a maior parte da população não tem acesso”, afirma Paiva. Segundo o presidente da AMB, o problema é de fundo econômico e os critérios para internar um paciente devem levar em conta questões científicas e humanísticas. “Problemas econômicos, de oferta e demanda, são resolvidos com financiamento, não com normas”, diz. O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Antônio Gonçalves Pinheiro, concorda e afirma que a decisão não pode ser política. Ele explica que cada caso deve ser avaliado com cuidado pelo médico. E que a nova norma poderia aumentar o estresse a que o profissional já é exposto no dia-a-dia. “Lidamos com vidas. Não vejo possibilidade de tentar generalizar uma conduta médica tão fina como essa”, destaca Pinheiro. Depois do recuo, o ministro garantiu que uma eventual normatização do tema não excluiria o poder de decisão do médico de optar ou não por internar o paciente em UTI. “Ainda que existam normas e protocolos, será sempre o profissional que tomará a última decisão”, afirmou. Hoje, a estimativa é que de 15% a 20% dos internados nas unidades estejam em estado incurável. Exame de habilitação do Cremesp O projeto experimental do Cremesp para o primeiro exame de habilitação de recém-formados em Medicina já tem data para iniciar: em maio serão abertas as inscrições para o programa. A iniciativa do Cremesp tem caráter experimental e opcional, e além da capital, os exames serão realizados também nas cidades de Campinas e Ribeirão Preto. A primeira fase, a ser realizada em outubro, constará de uma avaliação cognitiva, envolvendo 120 questões. Já a segunda fase, que deverá acontecer no máximo 40 dias após a primeira, será composta por uma avaliação prática, cujo formato ainda está sendo elaborado pela Comissão do Exame de Habilitação. MAR/ABR DE 2005 JAMB 9 Política de medicamentos em debate Promovido pela Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina, Febrafarma, Frente Parlamentar da Saúde e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, aconteceu em São Paulo o seminário “Política Nacional de Medicamentos”. A abertura foi realizada no dia 10 de março pelo presidente da AMB, Eleuses Vieira de Paiva, pelo diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, e pelo presidente do Conselho Diretor da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica, Omilton Visconde Júnior. “Os diversos segmentos aqui reunidos não apenas possibilitarão um debate amplo sobre a atual política de medicamentos, mas principalmente buscarão soluções”, destacou o presidente da AMB, Eleuses Paiva, na abertura do evento. Diante do auditório lotado do teatro da FMUSP, o primeiro painel do evento discutiu a regulação econômica por parte do Estado. O secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, ligada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Luiz Milton Veloso Costa, apresentou o comportamento dos preços reais do setor, comparando os períodos pré e pós-intervenção do governo federal para mostrar a atual estabilidade dos reajustes. Já a professora de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Maria Cristina Amorim, afirmou que a dificuldade do acesso aos medicamentos é um sintoma da atual política econômica, que provoca concentração de renda e pobreza aguda. No segundo painel, cujo tema foi legislação sanitária, o pesquisador da Universidade Federal de São Paulo, Elisaldo Carlini, discutiu a venda fracionada de medicamentos, destacando a responsabilidade do governo federal de garantir qualidade e evitar a falsificação. Com a participação especial do ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, foi debatida a fiscalização sobre as farmácias de manipulação. O presidente da Anvisa, Claudio Maierovitch Henriques, apresentou os princípios que nortearam as mudanças nas regras para o registro de medicamentos. Ele destacou a parceria com a AMB e as Sociedades de Especialidade na análise e acompanhamento dos produtos. “Já obtivemos importantes contribuições quanto à notificação de efeitos adversos e também na troca de informações entre os diversos agentes do setor, o que tem aumentado a sensibilidade do sistema de farmacovigilância”, disse o presidente da Anvisa. Ainda pela manhã, com a moderação do diretor de Saúde Pública da AMB, Samir Dahas Bittar, o presidente do Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, João Alziro Herz, fez uma apresentação sobre certificação, área relacionada à metrologia química. Em seguida, o ex-secretário da Receita Federal, Osíris de Azevedo Lopes Filho, discutiu a tributação do setor, sem poupar críticas à Medida Provisória 232/ 04, que elevaria a base de cálculo do imposto de renda para as empresas prestadoras de serviço. “A sociedade acordou para o castigo tributário e nunca esteve tão mobilizada contra uma Medida Provisória”, destacou. A Lei de Patentes foi debatida, no período da tarde, pelo pesquisador do Instituto de Geociência da Unicamp, Sérgio Paulino, e pelo professor do departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Santa Catarina, João Batista Calixto. O gerente de Medicamentos Novos e Pesquisa Encontro dos CRMs em Aracaju O I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina do ano de 2005, realizado em Aracaju, contou com a realização simultânea de reuniões setoriais entre os presidentes, tesoureiros e corregedores do Conselho Federal de Medicina e dos Conselhos Regionais. Coordenada pelo presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade, a reunião dos presidentes dos CRMs discutiu a proliferação indiscriminada de escolas médicas no País, que vem provocando queda de qualidade no ensino. Também em pauta, foram debatidas a revalidação de Títulos de Especialista e a convalidação dos diplomas de médicos estrangeiros. Outros pontos em destaque na reunião foram a tramitação do Projeto de Lei do Ato Médico e da CBHPM e sua implantação nos Estados. Os presidentes mostraram, ainda, preocupação com a Medida Provisória 232, que aumentaria inaceitavelmente o imposto de renda de profissionais liberais, principalmente dos médicos. O segundo dia do Encontro foi aberto com uma palestra do deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), que apresentou e defendeu o Projeto de Lei em tramitação na Câmara Federal que dispõe sobre a opção de acomodação particular de pacientes no âmbito do Sistema Único de Saúde. O projeto, de autoria do deputado Francisco Gonçalves (PDT-MG), em seu artigo primeiro, assegura aos usuários do SUS, em caso de internação em estabelecimento privado contratado ou conveniado, optar por acomodação com padrão de conforto diferente do oferecido pelo sistema, bem como atendimento por profissional de sua escolha. Acrescentando que essa opção implica na complementação dos honorários profissionais e das despesas decorrentes da acomodação diferenciada. Para Rafael Guerra, relator do PL na Comissão de Seguridade Social e Família, o Projeto resgata o princípio constitucional de que o SUS é universal. “A Constituição não fala que o doente deve ser internado em enfermaria”, disse. Segundo ele, a intenção do Projeto é revogar portaria do Ministério da Saúde de 1991, que proibiu acomodação em leitos que não fossem em enfermaria. “Essa portaria foi um dos marcos mais negativos e demagógicos da história do SUS”, afirmou. O deputado rebateu as críticas de que pretende criar um “SUS para os ricos” dizendo que o que ocorre hoje é que o sistema vem buscando transformar o SUS em um “SUS pobre, oferecendo serviços de segunda classe”. E acrescentou que os sinais evidentes disso estão na criação de casas de parto, na redução da qualidade do ensino médico, nas propostas de qualificação multiprofissional e na tentativa de convalidar automaticamente médicos formados em Cuba. O presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade, defendeu que o Projeto é polêmico, mas é importante que a questão seja debatida, inclusive por prever uma melhoria no atendimento do SUS. Representaram a AMB no Encontro o 1º secretário, Aldemir H. Soares, e o diretor de Saúde Pública, Samir Dahas Bittar. e Ensaios Clínicos da Anvisa, Sérgio Nishioka, e o diretor do laboratório de Imunologia do Incor, professor Jorge Kalil, discutiriam na seqüência a pesquisa clínica. O tema seguinte foi inovação tecnológica, desenvolvido pelo diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, José Fernando Perez, e pelo pesquisador da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (USP), Sérgio Ferreira. À noite, foi realizada uma sessão solene com as lideranças dos setores que promoveram o seminário. O presidente da AMB, Eleuses Vieira de Paiva, representou as entidades médicas. A Frente Parlamentar da Saúde contou a participação do seu presidente, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e do atual presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, Benedito Dias (PP-AP), representando o presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE). O secretário-adjunto da Saúde de São Paulo, Oswaldo Tanaka, representou o governador Geraldo Alckmin, enquanto o vice-prefeito, Gilberto Kassab, representou o prefeito da capital, José Serra. Além disso, o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumo Estratégico do Ministério da Saúde, Dirceu Barbano, representou o ministro Humberto Costa. Por fim, também participaram da solenidade o diretor da FMUSP, Giovanni Guido Cerri, e o presidente do Conselho Diretor da Febrafarma, Omilton Visconde Júnior, além de diversos deputados e senadores. 10 MAR/ABR DE 2005 Livros História da Medicina – Curiosidades & Fatos Lybio Martire Junior Editora Astúrias A obra tem como coautores 120 alunos da Faculdade de Medicina de Itajubá, sul de Minas Gerais. Entre as curiosidades reunidas estão a história da especialização médica, da sexualidade, da vacina, da luva cirúrgica e do símbolo da medicina. Nem só de Ciência se Faz a Cura Protásio L. da Luz Atheneu Nesta segunda edição, o autor reflete sobre os múltiplos aspectos da relação médico-paciente revelados em situações cotidianas. Atualidades em Nefrologia 8 Jenner Cruz, Helga M. M. Cruz, Rui T. Barros Sarvier O oitavo volume da série lançada em 1988 traz 43 artigos abordando novos temas do conhecimento nefrológico ou a atualização dos já publicados, com ênfase na prática clínica diária. Temas de Psiquiatria, Neurologia e Neurociência Marcos P.de T. Ferraz Grupo Editorial Moreira Jr. Da psiquiatria na prática clínica à avaliação neuropsicológica de disfunções cognitivas, passando por cefaléia e doença de Parkinson, o livro apresenta os principais avanços científicos nessas áreas. Saúde, bem-estar e envelhecimento no município de São Paulo Maria Lúcia Lebrão Yeda A. de O. Duarte OPAS/OMS O projeto é um dos primeiros esforços para coletar sistematicamente informações sobre condições de vida do idoso: sociais, econômicas, de saúde, redes de apoio, acesso aos serviços públicos etc. Manual Prático em Cardiologia Antonio C. P. Chagas, Francisco R. M. Laurindo, Ibraim M. F. Pinto Socesp -Atheneu O objetivo desta obra é auxiliar o médico na escolha da melhor opção de tratamento das doenças cardiovasculares mais comuns. Doença Cardiovascular no Climatério José M. Aldrighi, André A. Faludi, Antonio de Pádua Mansur Atheneu O livro tem origem nos trabalhos do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, onde foram observadas altas taxas de mortalidade por doença cardiovascular em mulheres no climatério, após a menopausa. AMB REAFIRMA COMPROMISSO PELO CONTROLE DO TABACO Diante do tema escolhido para o Dia Mundial Sem Tabaco este ano, “Profissionais de saúde contra o tabaco”, a AMB aceitou o convite da Organização Pan-Americana de Saúde para assinar um manifesto reafirmando seu compromisso pelo controle do tabagismo. Com o objetivo de envolver o maior número possível de entidades, o manifesto, assinado pelo secretário-geral, Edmund Baracat, foi encaminhado pela AMB às suas 57 Sociedades de Especialidade. Todas as organizações que enviarem a declaração assinada até o dia 29 de abril, irão receber um certificado da OPAS e estarão incluídas na lista de adesões que será divulgada à imprensa no Dia Mundial sem Tabaco, em 31 de maio. Dentre os vários pontos do manifesto, a AMB obriga-se a “dar exemplo promovendo que os profissionais de saúde deixem de fumar, declarando as instituições e reuniões 100% livres de tabaco; usar influência nos âmbitos local, nacional e internacional para conseguir que se apliquem as leis e políticas eficazes de controle do tabaco; educar e mobilizar seus sócios para que promovam a inclusão do controle de tabaco nos programas de estudos das faculdades de profissionais de saúde; para que advoguem em favor de incluir os temas de controle do tabaco nas conferências e seminários das organizações e apoiar e informar os pacientes e usuários perguntando a eles em relação ao seu uso de tabaco e sua exposição passiva à fumaça do cigarro, oferecendo apoio e assessoria para que os fumantes deixem de fumar”. UNIMED’ S EMPOSSAM DIRETORIAS O pediatra carioca Celso Corrêa de Barros foi reeleito, no dia 15 de março, para presidir a Unimed do Brasil até 2009. Este será o segundo mandato de Barros na Confederação Nacional das Cooperativas Médicas, que representa quase 100 mil médicos e lidera o setor supletivo de saúde, com 12 milhões de clientes no País. Com 53 anos, Celso Barros preside também a Unimed-Rio, maior cooperativa do Sistema Unimed em termos de faturamento. O Sistema Unimed detém cerca de 26% do mercado brasileiro de planos de saúde, com um faturamento total de R$ 9 bilhões, em 2004. Celso Barros também já foi diretor do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro, da Federação Nacional dos Médicos e da Associação Médica Brasileira, onde presidiu a Comissão Nacional de Honorários Médicos. Aliança Nacional Também em março, no Carlton Hotel, em Brasília, as Assembléias Geral Ordinária e Extraordinária da Aliança Cooperativista Nacional Unimed elegeram a nova Diretoria Executiva e membros do Conselho Fiscal da entidade para o mandato de um ano. Foi eleito presidente o médico gastroenterologista José Abel Alcanfor Ximenes, em substituição a Reginaldo Tavares de Albuquerque, que passou a exercer o cargo de Diretor para Assuntos Estratégicos. Carlos Henrique Assis de Santa Maria será o Diretor Operacional e Daniel do Prado Figueiredo Júnior o Diretor Administrativo Financeiro. José Abel presidiu a Federação Goiás e Tocantins (1994-2005), além de acumular funções como diretor do Hospital Universitário da Universidade Federal de Goiás (UFG) e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFG. EVENTOS NA APM CQH’ 2005 Há cinco anos a Associação Paulista de Medicina (APM) realiza toda última quarta-feira do mês o programa Música em Pauta, reunindo os nomes da música erudita nacional e internacional. Já o Clube do Jazz reúne os amantes da boa música em encontros mensais. Por meio de palestras, o programa Conheça a Ópera propõe audiências para apreciar a ópera, apresentando sua história, modalidades dos espetáculos, a música e o canto lírico. Por sua vez, a Escola de Artes da APM coloca à disposição dos interessados o seguintes cursos e eventos: Cerâmica Utilitária, Escultura, Desenho e Pintura; Pintura Contemporânea; Dança de Salão; Tango Argentino; Danças Folclóricas; Piano Erudito e Popular (aulas com agendamento). Outras informações e mais detalhes sobre a programação poderão ser encontradas no site da APM (www.apm.org.br/cultural), pelo tel. (11) 3188-4301 / 4302 / 4304 ou [email protected]. Com o apoio da AMB, Associação Paulista de Medicina, Conselho Regional de Medicina, entre outras entidades, o IX Congresso de Qualidade Hospitalar será realizado nos dias 16 e 17 de junho, em São Paulo, em evento simultâneo à feira Hospitalar 2005. O CQH 2005 – Controle de Qualidade Hospitalar há 14 anos vem contribuindo para a melhoria da qualidade dos hospitais brasileiros. Durante o evento, serão apresentadas as melhores práticas gerenciais de hospitais brasileiros, “cases” sobre gestão de algumas das melhores empresas nacionais e avanços na qualidade hospitalar. 11 MAR/ABR DE 2005 CURTAS ✔Acontecerá em Ribeirão Preto, de 26 a 29 de maio, o I Congresso Paulista de História da Medicina. O evento tem o apoio da Sociedade Brasileira de História da Medicina. Inf. (16) 6106088/636-6658. ✔A XVIII Jornada Paulista e XI Encontro de Reumatologia serão realizadas de 19 a 21 de maio, em São Paulo. Inf. (11) 3361-3056 ou reumato@ eventus.com.br ✔Nos dias 10 e 11 de junho, em São Paulo, a Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Clínica Médica realizará o I Curso de Geriatria para o Clínico. Inf. (11) 5549.3008. ✔A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia tem nova diretoria para este ano: Presidente: Walter Manna Albertoni; 1º Vice-presidente: Arlindo G. Pardini Junior; 2º Vice-presidente: Marcos E. Musafir; Secretário-geral: Itiro Suzuki; 1º Secretário: Renato B. de A. Graça; 2º Secretário: Glaydson G. Godinho; 1º Tesoureiro: Pedro P. R. Baptista; 2º Tesoureiro: Osvandré L. C. Lech. ✔No dia 16 de abril, a Associação Médica de Duque de Caxias empossou a sua nova diretoria, agora presidida por Maurício Leite Nunes, da Faculdade de Medicina de Petrópolis. Durante a cerimônia também foi entregue o título de sócio honorário ao presidente da Somerj, Samuel Kierszenbaum, além da instalação da associação dos ex-alunos do professor Samuel Kierszenbaum. ✔O XXXIII Congresso Brasileiro de Oftalmologia acontecerá de 3 a 6 de setembro, em Fortaleza – CE – Inf. (11) 3266.4000. ✔O 8º Congresso Brasileiro de Clínica Médica será realizado de 4 a 7 de setembro, no Expo Gramado, em Gramado/RS. Inf. (51) 3028-3877/ 3878 ou www. sbcm.org.br ✔O XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica está previsto para o período de 19 a 22 de outubro, no Rio de Janeiro. Inf. telefax: (21) 22150208. ✔De 4 a 8 de setembro, em Porto Alegre-RS, acontecerá o 36º Congresso Brasileiro de Angiologia e Cirurgia Vascular - Inf. congressosbacv@ officemarketing. com.br ✔O XX Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoço acontecerá de 3 a 6 de setembro de 2005 – Salvador – BA - Inf. (11) 3171-3043. ✔O 37.º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia está previsto para o período de 30 de outubro a 2 de novembro, em Vitória, ES – Inf. tel.: 0800-55-7268. ✔Será de 7 a 10 setembro, no Rio de Janeiro, o XIII Congresso Brasileiro de Mastologia – Inf. (21) 2266-9150. Pacto pela redução da mortalidade O representante do Ministério da Saúde, Adson França (ao centro com Edmund Baracat e Eleuses Paiva), esteve na sede da Associação Médica Brasileira, em São Paulo, no dia 1º de março, para convidar a AMB e a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) a integrarem a Comissão de Monitoramento e Avaliação do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal. Esta comissão foi lançada em 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, com o objetivo de dar continuidade ao desenvolvimento do Pacto, que conta com a participação de gestores e representantes da sociedade civil. Além da AMB e da Febrasgo, representadas por seus presidentes, Eleuses Vieira de Paiva e Edmund Chada Baracat, devem integrar a comissão o Conselho Federal de Medicina, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Rede Feminista de Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos, entre diversas outras entidades. Durante a visita à AMB, Adson França, que coordena o Pacto Nacional, também apresentou o balanço da sua implementação, que completou um ano em março. Segundo o coordenador, a principal constatação do trabalho está relacionada ao perfil da população afetada. “A mortalidade materna e neonatal no Brasil tem perfil: são mulheres pobres, de baixa escolaridade, negras e índias e, por conseqüência, os seus filhos”, conta França. Outra conclusão é que entre 95% e 97% desses óbitos têm causas conhecidas pela ciência e poderiam ser evitados com o acompanhamento eficaz do pré-natal, do parto e do pós-parto. “É a primeira vez na história do Brasil que se firma um acordo entre o governo e a sociedade civil que tem como concepção uma política de Estado, transcendendo partidos políticos e matizes ideológicas”, afirma o coordenador. No planejamento de ações para 2005, de acordo com o coordenador do Pacto, estão a realização de seminários em nove Estados, nos 78 municípios contemplados pelo Programa de Saúde da Família e em todos que o requisitarem; o treinamento das equipes das maternidades dos 78 municípios; e um encontro nacional dessas equipes para discussão das práticas que foram melhoradas. Outra estratégia é valorizar os serviços bem-sucedidos na redução dos índices de mortalidade materna e neonatal por meio de um seminário nacional. Continua como meta a ampliação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva neonatal e materna, e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência nas áreas de Obstetrícia, Ginecologia e Pediatria. Congresso Paulista de Anestesiologia A Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP) promove, entre os dias 20 e 22 de maio, no Centro de Convenções do ITM Expo, a segunda edição do Congresso Paulista de Anestesiologia (COPA). Estarão em pauta temas de grande relevância, como Anestesia em Pediatria, Anestesia Fora do Centro Cirúrgico, Obesidade Mórbida - Técnicas em Anestesia, Complicações em Anestesia, Segurança em Anestesia, Tratamento da Dor Aguda, Urgências em Anestesia e Reanimação Cardiorrespiratória e Cerebral. A exemplo da primeira edição do Congresso Paulista de Anestesiologia, a expectativa é de uma importante participação de especialistas de São Paulo e até de outros estados. Em 2004, cerca de 900 anestesiologistas compareceram ao COPA para acompanhar uma ampla programação científica que possibilitou a atualização continuada por meio de palestras, workshops e mesasredondas. Outras inf. (11) 3673.1388. SOCESP lança livro A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo lançou durante o XXVI Congresso da SOCESP, no dia 12 de maio, em Campos do Jordão (SP), o livro Tratado de Cardiologia SOCESP. A obra contém 2 mil páginas, tiragem de 7 mil exemplares, 157 capítulos e foi escrita por 329 médicos das mais diversas e conceituadas instituições médicas do Estado de São Paulo, diretamente envolvidos com seu tema. Os editores do Tratado de Cardiologia são os médicos Fernando Nobre e Carlos Serrano, ambos da Faculdade de Medicina da USP. As diretrizes produzidas por especialistas da Sociedade Brasileira de Cardiologia, normatizando assuntos tratados neste livro, são apresentadas em CDRom anexo. Cuidados especiais foram dedicados à produção, envolvendo aspectos gráficos, a busca de uma formatação que possa oferecer a melhor e mais agradável leitura e uma criteriosa seleção e ordenação dos assuntos, visando facilitar a consulta. Os interessados podem entrar em contato pelo tel. (11) 4196.6000. Prêmio Doutor Cidadão TÍTULO DE ESPECIALISTA (TE) E CERTIFICADO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Cirurgia de Cabeça e Pescoço - TE - 3 de setembro - Inf. (11) 3171-3043 Cirurgia Digestiva – TE – 7 de julho – Inf. (11) 3288-8174/3289-0741 Cirurgia Pediátrica - TE - 20 a 22 de maio - Inf. (11) 3032-8955 Clínica Médica - TE - 28 de maio, 6 setembro, 17 setembro - Inf. (11) 5579-4285 Densitometria Óssea – CA - 28 de agosto - Inf. (11) 3372-4544 Ecografia Vascular com Doppler - CA - 18 de agosto - Inf. (11) 3372-4544 Endoscopia Ginecológica - CA - 21 de novembro - Inf. (21) 2487-6336 Endoscopia Respiratória – CA – 25 de junho – Inf. (61) 245-6218/1030 Mamografia - CA - 21 de novembro - Inf. (21) 2487-6336 Mamografia – CA - 5 de junho - Inf. (11) 3372-4544 Medicina de Urgência - CA - 28 de maio, 6 setembro, 17 setembro - Inf. (11) 5572-4285 Medicina Fetal - CA - 21 de novembro - Inf. (21) 2487-6336 Medicina Física e Reabilitação - TE - 10 e 11 de junho - Inf. (31) 3284-2500 e Medicina Nuclear - TE - 5 de junho - Inf. (11) 3372-4544 Neurocirurgia - TE - 22 de setembro - Inf. (11) 3051-6075 Neurorradiologia - CA - 18 de agosto - Inf. (11) 3372-4544 Ortopedia e Traumatologia - TE - 5 a 7 de janeiro de 2006 - Inf. (11) 3052-3485 Psiquiatria - TE - 12 de outubro - Inf. (21) 2221-4409 Psiquiatria da Infância e Adolescência - CA - 12 de outubro - Inf. (21) 2221-4409 Psiquiatria Forense - CA - 12 de outubro - Inf. (21) 2221-4409 Radiologia e Diagnóstico por Imagem - TE - 5 de junho - Inf. (11) 3372-4544 Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia - TE - 5 de junho - Inf. (11) 3372-4544 Radioterapia - TE - 5 de junho - Inf. (11) 3372-4544 Sexologia – CA - 21 de novembro - Inf. (21) 2487-6336 Ultra-sonografia em Ginecologia e Obstetrícia - CA - 5 de junho - Inf. (11) 3372-4544. Ultra-sonografia Geral - TE - 5 de junho - Inf. (11) 3372-4544 Urologia – TE – 21 de outubro – Inf. (21) 2246-4092/4265 O Prêmio Doutor Cidadão – Edição 2005, iniciativa da Associação Paulista de Medicina, tem como meta reconhecer a atuação de médicos e acadêmicos de Medicina na implantação de projetos sociais em diferentes áreas, valorizando o trabalho destes profissionais no incentivo à qualidade de vida e promoção humana. Estes são alguns dos critérios para a inscrição de projetos ou programas sociais para concorrer ao prêmio de R$ 10 mil: ser médico ou estudante de medicina; ser o responsável pela criação de projeto social, implantado há no mínimo um ano; apresentar comprovação das ações sociais realizadas, anexando fotos, publicações em revistas, etc; ter disponibilidade para eventual apresentação do projeto a membros da comissão julgadora; entre outras. Inf. (11) 3188-4280/81/82 ou social@ apm.org.br 12 MAR/ABR DE 2005 Deliberativo discute Projetos de Lei Durante a reunião do Conselho Deliberativo e da Diretoria Plena da Associação Médica Brasileira, no dia 1º de abril, no Hotel Wall Street, em São Paulo, foi discutido o Projeto de Lei 3466/04, de autoria do deputado Inocêncio Oliveira (PFL-PE), que referencia a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) no sistema suplementar de saúde em âmbito nacional. O diretor de Proteção ao Paciente, Jurandir Marcondes Ribas Filho, explicou todas as alterações acordadas para o substitutivo do PL, cujo relator é o deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), presidente da Frente Parlamentar da Saúde. Jurandir também informou que o Projeto de Lei continua tramitando em regime de urgência na Câmara dos Deputados e que poderá ser votado em breve, por acordo de lideranças, assim que houver brecha na pauta da Casa, atualmente trancada por várias Medidas Provisórias. “Acreditamos que a aprovação deste substitutivo representa uma grande vitória na luta pela adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, porque nada melhor do que o respaldo da Lei”, destacou o diretor. Em seguida, o 1º vice-presidente da Associação Médica Brasileira e coordenador da Comissão Nacional para Implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, Lincoln Freire, resumiu as negociações com a Unidas, a Unimed e a Abramge, além das principais ações da CNI. No dia 8 de abril, foi realizada uma nova reunião entre a Comissão Nacional e as Comissões Estaduais de Honorários Médicos em Maceió (AL), com destaque para o movimento do Nordeste. “Procuramos manter a mobilização construída com sucesso no último ano, sem perder de vista nosso objetivo maior, que é a implantação da CBHPM por todos os segmentos do setor em todo o País”, afirmou Freire. O presidente da Associação Médica de Rondônia, Aparício Carvalho, solicitou a interferência das entidades médicas em relação à discordância entre o Ministério Público Federal e a Comissão Estadual de Honorários quanto à CBHPM. “As assessorias jurídicas da AMB e do CFM já estão tomando todas as providências cabíveis em defesa dos médicos”, informou o secretário-geral da AMB, Edmund Baracat. O diretor de Saúde Pública, Samir Dahas Bittar, comunicou avanços nas negociações com a Fenaseg quanto à discussão dos contratos de prestação de serviços. Já o 1º tesoureiro da entidade e presidente da Comissão Nacional de Honorários Médicos, Amilcar Martins Giron, relatou que 47 Sociedades de Especialidade solicitaram ajustes na CBHPM. A quarta edição da Classificação deve ser publicada em junho. Outro assunto da pauta foi a proposta de Resolução Normativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a fim de definir um padrão essencial para a troca de informações entre os prestadores de serviço e as operadoras de planos de saúde, colocada em consulta pública. Segundo Samir Bittar, que representa a Associação Médica Brasileira junto à Agência, a complexidade dos formulários propostos a serem preenchidos pelos médicos e a imposição de programas de informática, entre outras cláusulas, tornam a proposta inaceitável. “Se essas medidas entrarem em vigor, o médico será um escravo da burocracia do setor, o que contraria a essência da intenção anunciada pela ANS ao rever o sistema de troca de informações”, avaliou Bittar. Diante da gravidade do tema, no dia 13 de abril, o 1º secretário da Associação Médica Brasileira, Aldemir Humberto Soares, entregou em mãos ao diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Fausto Pereira dos Santos, e à gerente geral de Integração com o SUS, Jussara Macedo P. Rötzsch, uma carta assinada pela diretoria da Associação Médica Brasileira e pelas 57 Sociedades de Especialidade explicando os pontos condenáveis da Resolução. Ainda durante a reunião, os integrantes do Conselho Deliberativo foram informados sobre a tramitação da Medida Provisória 232/04, que aumentaria a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de 32% para 40% para as empresas prestadoras de serviço que optam pelo sistema do lucro presumido. O governo editou uma outra Medida Provisória, a 243/05, revogando os artigos que implicavam aumento da carga tributária. Dessa forma, os deputados aprovaram a MP para garantir a correção da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física, considerada o único aspecto favorável da 232. O recuo do Executivo foi avaliado como uma vitória para a classe médica, que participa ativamente da Frente Brasileira contra a MP 232 desde o início do ano. O Conselho Deliberativo discutiu também o Projeto de Lei do Senado 25/02, que regulamenta a profissão médica. As Federadas e Sociedades de Especialidade foram orientadas a mobilizar seus sócios a fim de obter o maior número possível de assinaturas para o abaixoassinado pedindo a aprovação do PLS, a ser entregue à senadora Lúcia Vânia, relatora do Projeto de Lei na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Discussões sobre a CBHPM e Ato Médico foram predominantes na reunião do Conselho Deliberativo, realizada em São Paulo “A arrecadação de assinaturas é a melhor estratégia para o momento, pois, neste processo, estaremos conscientizando não somente os colegas como os próprios pacientes”, disse o diretor de Proteção ao Paciente, Jurandir Marcondes Ribas Filho. Depois de começar a avaliar o Projeto de Lei 3268/ 04, de autoria do deputado Francisco Gonçalves (PTB-MG), que dispõe sobre a opção de acomodação particular de pacientes no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Conselho Deliberativo foi informado de que está em consulta pública um anteprojeto de Lei, elaborado pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, sobre as diretrizes nacionais para a instituição de planos de carreiras, cargos e salários no SUS. Também durante a reunião, o presidente da Associação Médica Brasileira, Eleuses Vieira de Paiva, declarou aberto o processo eleitoral que definirá o novo presidente da entidade. Um nome de consenso deverá ser apresentado na próxima reunião do Conselho Deliberativo, quando começará a ser discutida a composição da nova diretoria. A eleição para o triênio 2005-2008 será realizada no dia 31 de agosto. “Iremos trabalhar com total transparência para que sejam mantidas a amizade e a confiança que caracterizam as atuais relações entre a diretoria, as Federadas e as Sociedades de Especialidade”, garantiu Paiva.