Cuidar dos grandes talentos: uma tarefa essencial. Em período de crise ou de crescimento econômico, a gestão de talentos continua sendo um desafio para as empresas. Hoje, se fala abertamente da falta de talento ou de guerra de talentos. Mas falando de talento, se fala primeiramente de uma pessoa, alguém que na empresa, alcançou um desempenho notável em um determinado contexto. Este colaborador excepcional um dia foi recrutado, seu potencial identificado, desenvolvido e depois utilizado judiciosamente. Para os novos/futuros talentos o processo é o mesmo; é importante identificar, mapear e desenvolver as competências que permitirão a eclosão do novo talento para uma gestão a médio/longo prazo. Quem pode ser considerado um talento? Geralmente existe um consenso sobre duas categorias de talentos. Na primeira categoria, os grandes contribuidores: trata-se de pessoas que podem proporcionar resultados excepcionais, no campo das vendas, ou da produção, por exemplo. Seus resultados podem ser diretamente calculados em dinheiro, em contribuição. Na segunda categoria, os talentos inovadores: eles são encontrados em áreas como marketing, pesquisa e desenvolvimento, ou tecnologia da informação. Medir seus resultados de forma quantitativa é mais complexo e necessita um investimento dificilmente amortizável. Trata-se de pessoas que trazem uma inovação num mercado, como, por exemplo, aquele que inventou a Swatch, desenhou o Iphone, ou imaginou a GoogleTV, etc. Alem destas duas grandes categorias, existem grupos mais definidos. Por exemplo, o talento pode ser considerado: Chave - diferente de uma função chave - representa alguém cujo talento ajuda a alcançar um desafio estratégica para a empresa. Raro - é representado por alguém que possui um talento particular, pouco presente no mercado ou em uma determinada empresa. Por exemplo: um responsável de vendas que fala fluentemente chinês e viveu na China. Adaptativo - irá se revelar em praticamente qualquer situação ou contexto. Por exemplo, um talento de convencer comunicando oralmente, mostrará eficácia independentemente do tamanho da sala ou da audiência etc. Potencial - tem uma capacidade que o diferencia de outros. Ele tem um talento nele, mas ainda não revelou. Tendo definido de forma não exaustiva o conceito de talento, vamos ver como é possível identificálo para ter certeza de desenvolvê-lo em suas competências. As informações necessárias a identificação dos talentos Trata-se de todas as informações sobre o colaborador, suas competências, experiência, ambição, etc. Para conseguir precisa de uma equipe composta de pelo menos três protagonistas principais. Em primeiro lugar, o próprio colaborador que mais aberto e transparente se mostrará, mais poderá beneficiar-se de sua passagem na empresa. Ele deve estar envolvido no seu próprio desenvolvimento. Deve contribuir para dar visibilidade ao que faz, valorizar seu histórico de sucesso, comunicar abertamente suas qualificações, seus desejos, suas ambições, seus objetivos... © Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 1 O segundo ator é o RH. Seu papel é fundamental; deve medir a adequação do colaborador com a cultura da empresa, seus valores, entender sua motivação e ambição e ver se tudo isto é compatível, pelo menos por três a cinco anos, dentro das possibilidades da empresa. Para conseguir nesta sua missão, o RH pode beneficiar-se de todo o ferramental do Método Funcional que permite trazer objetividade nestas medições altamente subjetivas para os aspectos profissionais e do diálogo para entender os aspectos mais pessoais. Depois o RH deve orientar o gerente direto; o terceiro protagonista. Através de contatos regulares com seus colaboradores, ele deve recolher informações, conduzir as avaliações anuais, convir metas em termos de desempenho e desenvolvimento, definir critérios e indicadores de sucesso, disponibilizar recursos, facilitar as formações individuais e coletivas como também as ações profissionalizantes, prover feedbacks, motivar, incentivar... e finalmente reconhecer o sucesso alcançado. O gestor competente estará sempre alerta aos sinais de desmotivação para remediar rapidamente uma solução no intento de manter seu colaborador competente e comprometido. Desenvolvimento e reconhecimento constituem a base da fidelização Muitas empresas se preocupam em fidelizar seus talentos, enquanto a fidelização é a consequência de uma boa integração e de um sólido plano de desenvolvimento e reconhecimento. Se o colaborador for reconhecido no seu trabalho, se os projetos nos quais está envolvido são interessantes, se ele encontra um sentido no seu emprego e se continua a desenvolver as suas competências, não vai deixar a empresa. Então o desafio para a organização, para o RH e principalmente para os seus gestores, não é tanto a fidelização quanto a seleção e o desenvolvimento adequado de seus melhores elementos/talentos. Qual é o segredo dos melhores líderes (= gestores de grande talento) nas melhores empresas? Cada um tem um segredo, mas todos têm um ponto em comum: nunca perdem de vista o fato que o Homem é o alicerce da capacidade de ação. Inútil insistir sobre a necessidade de competências sempre maiores no ambiente profissional. Constatamos que as competências individuais se desenvolvem somente com “muita transpiração”. Quem fica com inveja de seu colega considerado um grande líder, pode se lembrar das horas passadas em happy hours, em academias e outras diversões enquanto seu colega, hoje no topo, ficava estudando, aprimorando seus conhecimentos e competências. Nada contra a diversão, mas somente após “o dever”. O noção do dever e a disciplina são a primeira escola do grande talento. Como a disciplina permite obter resultados? Os grandes líderes sabem intuitivamente – ou aprenderam – que as melhores performances acontecem quando existe: a visão para orientar o caminho, a decisão sem a qual não tem ação, a estabilidade emocional que ajuda a enfrentar os imprevistos, a audácia que permite aproveitar as oportunidades, o profissionalismo que permite capitalizar sobre as experiências individuais, a coragem que fundamenta a autoridade, a imaginação que conduz a soluções originais, a curiosidade que incita a renovar os pensamentos e a solidariedade que une entre si o destino de todos. Nas organizações a seleção, a formação inicial e contínua, as avaliações enfatizam vastas qualidades praticamente impossíveis de serem achadas até nos melhores líderes, imaginem então nos indivíduos “normais”. Por isto a utilização de instrumentos válidos e fidedignos, como os instrumentos de Método Funcional tais o SOCR@TE, COMPER ou o L.A.B.E.L. se tornará cada vez mais necessária. © Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 2 Por outro lado a formação nunca acabará e será permanente. Para os talentos que querem acreditar no próprio potencial, podemos confirmar que existe uma margem de desenvolvimento que nem imaginam – mas para isto o autoconhecimento a partir do SOCR@TE, COMPER ou do L.A.B.E.L. permite enxergar bem mais claramente o potencial de desenvolvimento. Isto ajudará os líderes de exceção a exercer uma atitude rara; desenvolver a vontade, a coragem e a disciplina para progredir ao lugar de se “acomodar” no próprio talento. Integrar jovens talentosos e ambiciosos nem sempre é fácil. Quando o assunto é contratar trainees, praticamente todos os gestores querem recrutar grandes talentos – como se a organização precisasse de tantos! Eles esquecem que acolher um grande talento pode se revelar uma tarefa complicada. A valorização da pró-atividade e da iniciativa pode constituir uma fonte de risco para a coerência do grupo. A forte personalidade pode assustar chefes poucos seguros da própria autoridade. Quando o chefe não está apto a manter o equilíbrio, a chance de ver se instalar novos “feudos” se torna realidade. Podemos considerar um grande talento – a caminho de se tornar um líder excepcional - como um carro de Formula 1: para dirigi-lo a simples carteira de motorista não é suficiente, é necessária uma super-licença!!! Em nosso trabalho de coaching conseguimos promover, nos últimos anos, uma mudança essencial no desenvolvimento dos grandes talentos: ao lugar de reforçar ainda mais as competências deles, insistimos para que sejam utilizados de forma mais judiciosa nas organizações. Vítimas do próprio sucesso e da reputação de “super-man ou woman”, a tentação - às vezes a necessidade - sempre existe de abusar deles. Aptos a conduzir missões estratégicas que necessitem competências sofisticadas, é importante escolher onde e quando mobilizar estes talentos. Utilizá-los em um nível errado diminui as qualificações deles e o emprego excessivo destes talentos desgasta um potencial humano difícil de ser constituído: é importante lembrar-se disso. Os grandes talentos são feitos e treinados para ações especiais; seguir este princípio permite rentabilizar o investimento e respeitar indivíduos excepcionais. Se achar este artigo inspirador e quiser conhecer mais sobre os instrumentos de Método Funcional ou as ações de coaching, vários artigos estão à disposição na rubrica publicações ou entre em contato com o autor: [email protected]. Renzo Oswald São Paulo, 15.03.2009 © Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 3