GERENCIAMENTO E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE LUBRIFICAÇÃO
Vinícius Sell Gonçalves (1)
Omero Carlos Müller (2)
Ricardo Junges (3)
Resumo
A atenção e a importância que está se dando aos lubrificantes atualmente faz
com que, cada vez mais, as empresas passem a olhar esse segmento da
manutenção como uma forma de reduzir custos, aumentar produtividade e
melhorar a performance dos equipamentos. Seguindo esta tendência, no grupo
WEG, o sistema de gerenciamento de lubrificação passou a ser controlado pela
Engenharia de Manutenção.
O objetivo do trabalho é apresentar para a comunidade de Manutenção como
funciona a sistemática de planos de lubrificação da WEG, desde o recebimento
da máquina, com a criação do plano, até a execução das rotas pelos
lubrificadores.
Finalizando, citaremos as vantagens dessa sistemática e iremos expor os
estudos que estão em desenvolvimento para a melhoria da qualidade da
lubrificação na organização.
(1) Vinícius Sell Gonçalves – Acadêmico de Engenharia Mecânica pela UNERJ,
Técnico Mecânico pela ETF-SC (Escola Técnica Federal de Santa Catarina).
Atua no Departamento de Manutenção da Empresa WEG Equipamentos
Elétricos S.A. – Divisão Motores, como Projetista Júnior na Engenharia de
Manutenção.
(2) Omero Carlos Müller – Tecnólogo em Mecânica pela UNERJ (Centro
Universitário de Jaraguá do Sul), Técnico Mecânico pela Tupy. Atua no
Departamento de Manutenção da Empresa WEG Equipamentos Elétricos S.A.
– Divisão Motores, como Planejador na Seção PCM.
(3) Ricardo Junges – Acadêmico de Engenharia Mecânica pela UNERJ,
Técnico Eletromecânico pelo SENAI-SC. Atua no Departamento de
Manutenção da Empresa WEG Equipamentos Elétricos S.A. – Divisão Motores,
como Projetista Júnior na Engenharia de Manutenção.
1. CICLO DE VIDA DO EQUIPAMENTO NA WEG
O ciclo de vida do equipamento dentro do grupo WEG é constituído por seis etapas que podemos descrever na tabela abaixo:
SELEÇÃO
• Participação em novos projetos
WEG. Avaliação técnica para
comissão de CAMADIFE. [P]
• Aval técnico para Comissão de
Compras [P]
AQUISIÇÃO
• Participação/Definição de Acordo
de Fornecimento: eng. Busca
informações mediante
performance/deficiência por
eqpto. [CH + E]
ACEITE TÉCNICO
• Aceite Técnico [CH]
• Gerenciamento de
Pendências [E]
CADASTRAMENTO
• TAG;
• Confecção Plaqueta
• Garantia [GI]
• Estrutura [P]
• Documentação (caminho):
♦ Acordo Fornecimento
♦ Aceite Técnico
♦ Mídia Eletrônica
♦ Backup Programas
♦ Documentação Técnica
[GI]
• Homologação de
Fornecedores/Marcas: fornecer
subsídios para Comissões com
base em performance e
qualificação. [E]
• Peças Sobressalentes [P]
• Complexidade/Criticidade [P]
• Planejamento:
♦ Lubrificação
♦ PTI
♦ PMP [P]
♦
Preditiva [E]
CICLO DE VIDA
(GERENCIAMENTO)
• Execução Corretiva [CH+M]
• Gerenciar informação:
♦ Processa;
♦ Zela [GI]
FINAL DE VIDA/
SOBREVIDA
• Apontar equipamento com
performance crítica e
propor reforma ou
desativação [P]
• Execução de Planejada, Lubrificação [CH+M]
• Decidir para
substituir/reformar
máquinas [CM]
• Acompanhar Resultados:
♦ Eqpto (MTBF, MTTR, IND, Custo);
♦ Quadro (Eficiência, I.M) [P]
• Desativar equipamento
[GI+P+GM+E]
• Análise Crítica sobre Resultados (tomada
ações corretivas): [CH]
♦ Melhoria de Projeto (Conf, Mant.) [E]
♦ Revisão de Planos [P]
♦ Eliminar problemas crônicos
(restabelecer condição normal) [M]
♦ Qualificar M.O [T]
♦ Falta de Material [GM]
• Gerenciamento de recursos:
♦ Materiais [GM]
♦ Mão-de-obra interna e externa [CH+P]
• Controle de Estoque, Desenvolvimento de
Produtos e Fornecedores [GM]
• Treinamento Mão-de-Obra (reciclagem,
básico e específico) [T]
•
[P] Planejador
[M] Mantenedor
[GM] Gerenciamento de Materiais
[T] Tr einador
[CH] Chefe
[CO] Comprador
[E]Engenharia
Compras [CO+CM]
[GI] Gerenciamento de Informações
[CM] Comissão de Manutenção
Dentro deste contexto o gerenciamento da lubrificação tem seu início e a partir do aceite técnico, onde todos os manuais e informações
são conferidos, se tem a certeza que será possível estabelecer o padrão WEG para lubrificação.
2. GERENCIAMENTO DE LUBRIFICAÇÃO
O gerenciamento e controle do estoque de lubrificantes está sob
responsabilidade do departamento de suprimentos. Esse departamento
controla as baixas do estoque, o armazenamento e a distribuição dos
lubrificantes para as áreas de manutenção.
Para controle da manutenção, criamos um relatório de acompanhamento de
consumo de lubrificantes, com esse relatório, podemos monitorar o consumo
de qualquer item de nosso estoque.
Esta ferramenta nos auxilia a identificar áreas onde é interessante se fazer um
desenvolvimento de novo produto para diminuir o custo de lubrificação,
aumentando a periodicidade de relubrificação e redimensionando a quantidade
de lubrificante para determinada aplicação.
Este relatório consiste nas requisições feitas mensalmente pelos lubrificadores,
com isso, montamos um gráfico para melhor visualização do consumo,
analisamos o crescimento deste consumo e, nos itens em que percebemos
uma variação considerável, avaliamos onde foi utilizado tal lubrificante. Se
percebermos alguma anormalidade, juntamente com o lubrificador, iniciamos
um trabalho para melhorar o determinado ponto de lubrificação.
0507.0058 Graxa Tipo “A”
Mês
01/06
03/06
04/06
05/06
06/06
07/06
Quantidade (kg)
80
100
60
100
80
80
500
Custo Total (R$)
345,00
437,00
263,00
439,00
351,00
351,00
2.186
Custo em R$
439
437
450
345
351
351
07
/0
6
350
6
400
300
263
250
200
150
100
50
06
/0
6
05
/0
6
04
/0
6
/0
03
01
/0
6
0
Quantidade em kg
Quantidadde
100
100
80
100
80
80
80
60
60
40
20
6
07
/0
6
06
/0
05
/0
6
6
/0
04
03
/0
01
/0
6
6
0
2.1 Projeto de reutilização de óleo ISO VG 68
Em parceria com nossa fornecedora de lubrificantes, temos um programa de
reutilização de óleo hidráulico de viscosidade ISO VG 68. Esse óleo é retirado
das unidades hidráulicas, armazenado e, em datas pré-agendadas, a
companhia vem até a WEG, realiza a centrifugação, filtragem e, através de
análise de óleo, comprova a qualidade para a utilização do mesmo.
Temos como padrão utilizar esse óleo recuperado em máquinas e
equipamentos que não exijam muito do mesmo, ou seja, em circuitos que não
contemplam:
• Válvulas proporcionais;
• Servo-válvulas;
• Máquinas de criticidade “A”;
Nas demais máquinas adotamos que, ao substituir a carga de óleo do sistema
hidráulico, o lubrificador deve reabastecer o sistema com 50% de óleo ISO VG
68 novo e 50% do recuperado, garantindo assim uma boa performance do
sistema hidráulico.
CONSUMO DE LUBRIFICANTES
0502.3157 - ÓLEO ISO VG 68 NOVO
Mês/Ano Quantidade * Custo
(R$)
(R$)
Un. (R$)
01/06
02/06
03/06
04/06
05/06
06/06
Total =
3.000
5.200
6.555
6.800
3.650
4.000
29.205
4,50
4,50
4,50
4,50
4,50
4,50
Custo Total
0502.3181 - ÓLEO ISO VG 68
RECUPERADO
Mês/Ano Quantidade
13.500,00
23.400,00
29.497,50
30.600,00
16.425,00
18.000,00
01/06
02/06
03/06
04/06
05/06
06/06
R$131.422,5
Total =
* Valor médio de mercado
200
800
** 0,00
** 0,00
** 0,00
1800
2.800
* Custo
Un. (R$)
Economia
4,50
4,50
4,50
4,50
4,50
4,50
900,00
3600,00
** 0,00
** 0,00
** 0,00
8100,00
R$12.600,0
** Não houve utilização
ÓLEO NOV O X ÓL EO RECUPERADO
10.000
9.000
QUANTIDADE ( l )
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
Média 2004
Média 2005
01/ 06
02/ 06
03/ 06
04/ 06
05/ 06
06/ 06
MÊS
0502 .3157 - ÓLEO ISO VG 68 NOVO
0502 .3181- ÓLEO ISO VG 68 RECUPERADO
29.498
18.000
16.425
0
01/06
02/06
03/06
04/06
05/06
06/06
MÊS
O0502.3157 - OLEO IPITUR AW 68
O0502.3181 - OLEO IPITUR AW 68-RECUPERADO
0
0
0
0
0
0
0
0
Média
2005
3.600
Média
2004
900
5.000
2.324
10.000
0
8.100
13.500
14.917
15.000
2.160
R$
17.971
25.000
23.400
30.000
20.000
30.600
CUSTO X ECONOMIA
3. PLANO DE LUBRIFICAÇÃO
Da chegada do equipamento até a execução do plano de lubrificação, temos
alguns passos a serem seguidos para obtermos o máximo de eficiência dos
lubrificadores, com a otimização dos tempos de lubrificação durante a rota e
proporcionar uma utilização racional dos lubrificantes destinados a cada
aplicação, com as corretas dosagens e características de utilização.
Para explicar melhor esse ciclo, apresentamos o fluxograma abaixo:
ELABORAR PLANO
DE LUBRIFICAÇÃO
MÁQUINA É
NOVA?
SIM
AVALIAR
MANUAL
SIM
NÃO
EXISTE PLANO DE
LUBRIFICAÇÃO
PADRÃO WEG?
AS INFORMAÇÕES
SÃO SUFICIENTES?
NÃO
TIRAR
FOTOS DOS
PONTOS
SIM
EXISTE
MODIFICAÇÃO?
SIM
ESPECIFICAR TIPO
DE LUBRIFICANTE,
QUANTIDADE E
PERIODICIDADE
NÃO
ATUALIZAR /
CONFECCIONAR
PLANO
ATUALIZAR/
ELABORAR
ROTA
EXECUTAR
NÃO
FALAR COM
FORNECEDOR
DA MÁQUINA
Esse ciclo pode ser resumido em 8 atividades principais:
• Avaliação dos manuais dos fabricantes;
• Questionar técnico responsável pela instalação do equipamento sobre as
informações dos manuais;
• Tirar fotos dos pontos a serem lubrificados;
• Especificar os lubrificantes corretos;
• Especificar a quantidade e periodicidade de utilização dos lubrificantes;
• Confeccionar ou alterar os planos;
• Confeccionar ou alterar as rotas de lubrificação;
• Executar os planos.
Quando falamos em alterar planos e rotas, estamos nos referindo às
oportunidades aonde a máquina vai para reforma ou sofre alguma modificação,
pois a partir do momento que um ponto é adicionado ou um lubrificante
específico é alterado, temos a obrigação de corrigir as informações do plano o
mais breve possível e avisar todos os envolvidos no processo para que essas
alterações sejam atualizadas.
3.1 Avaliação dos Manuais do Fabricante
Ninguém conhece melhor a máquina do que o próprio fabricante.
Nos manuais encontramos todos os dados necessários ao bom funcionamento
da máquina, mas o problema é que esses documentos não possuem um
padrão especifico, dificultando a confecção do plano e atrasando sua
execução. Alguns fabricantes preferem descrever a lubrificação do
equipamento em forma de plano personalizado; outros preferem utilizar as
normas DIN ou ISO (por exemplo, para definição de lubrificantes), mas também
tem aqueles que são confusos ou simplesmente não colocam nada.
O sensato seria fornecer essas informações em forma de plano de lubrificação
visual, identificando com fotos e setas os pontos a serem lubrificados e a
quantidade correta do determinado lubrificante que se aplica nesse ponto.
Também é muito importante uma tabela de acordo com normas internacionais,
onde se especificam, para cada ponto de lubrificação, uma lista de lubrificantes
equivalentes pré-aprovados pelo fabricante, com:
• O código do tipo de utilização para óleos hidráulicos (óleo de circulação,
hidráulicos, caixa de engrenagens e etc);
• Composição do óleo base (sintético, mineral e a origem);
• Características de aplicação (antioxidante, extrema pressão, com
lubrificantes sólidos e etc);
• Grau de consistência (para graxas);
• Temperaturas máximas e mínimas de trabalho.
Desta forma o trabalho para a identificação do lubrificante adequado se torna
mais fácil e rápido devido a versatilidade das informações.
Quando ocorre das informações estarem incompletas ou não deixarem claro o
que deve ser feito em relação a determinado lubrificante, o que é muito comum,
utilizamos a norma DIN.
Essa norma, de origem alemã, Deutsches Institut für Normung, contempla
graxas e óleos lubrificantes onde algumas características específicas podem
ser definidas bem como sua classificação. As informações devem estar de
acordo com a DIN-51502, DIN-51818, DIN-51807, DIN-51517, DIN-51524, DIN51519, DIN-51513 e DIN-51825.
Em um primeiro momento pode assustar a quantidade de normas para
especificar um tipo de lubrificante, mas parte dessas normas são aplicáveis à
graxa e parte para óleos lubrificantes. Abaixo as características para
especificação de graxa:
• Tipo de graxa (DIN-51825) – para rolamentos antifricção, acionamentos
fechados, acionamentos abertos e vedações.
• Materiais lubrificantes (DIN-51502, DIN-51517 e DIN-51513) – Para
lubrificantes com aditivos detergentes, misturados em água, lubrificantes
sólidos, resistência a corrosão ou envelhecimento, para refrigerantes
misturados em água com componente mineral ou base sintética, extrema
pressão e diluídos em solventes.
• Líquidos sintéticos (DIN-51502) – Ésteres, perflúor, hidrocarbonetos,
poliglicóis, silicone e outros.
• Consistência (DIN-51818) – 000, 00, 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
• Resistência à água (DIN-51807) – Estática, dinâmica e temperatura máxima
de trabalho.
• Menores temperaturas de serviço [°C] - Temperatura Seville inferior.
Para óleos lubrificantes:
• Tipo de óleo (DIN-51502 e DIN-51824) – De transmissão, betuminosos,
circulação, hidráulicos minerais, dificilmente inflamáveis e sintéticos ou
parcialmente sintéticos.
• Materiais lubrificantes (DIN-51502, DIN-51517 e DIN-51513) – Para
lubrificantes com aditivos detergentes, misturados em água, lubrificantes
sólidos, resistência a corrosão ou envelhecimento, para refrigerantes
misturados em água com componente mineral ou base sintética, extrema
pressão e diluídos em solventes.
• Viscosidade (DIN-51519) – A 40°C.
Se não for possível identificar os lubrificantes com as normas e caso o
equipamento esteja em garantia, torna-se necessário o contato com o
fabricante ou com o técnico enviado pelo mesmo para instalação e partida da
máquina.
3.2 Pontos de Lubrificação
Geralmente os pontos de lubrificação são mencionados nos manuais, mas
caso não seja possível identificá-los, como os lubrificantes, é preciso entrar em
contato com o fornecedor ou representante do mesmo.
A identificação desses pontos no plano é feita visualmente através de fotos e
posteriormente destacadas com setas (figura I).
Figura I – Exemplo de identificação de pontos de lubrificação
Na figura I podemos verificar que existem 5 pontos à serem lubrificados devido
a existência de 5 setas em vermelho. A caixa de texto onde indica “Itens 4 e 5”
significa, por exemplo, que é um redutor de grande porte ou uma unidade
hidráulica, pois além de completar o lubrificante, que seria um item, o
lubrificador deverá também verificar o nível de óleo que compreenderia outro
item, ou seja, teremos duas atividades em um único ponto. Redutores menores
e pequenos reservatórios de óleo não justificam a verificação de nível
sistematicamente, pois a mão de obra e o tempo gasto para esta atividade
tornariam a mesma cara, quando comparado à uma simples troca periódica da
carga de óleo.
3.3 Especificar Tipo do Lubrificante, Quantidade e Periodicidade
Conforme foi citado anteriormente os lubrificantes podem ser identificados com
auxílio dos manuais da máquina, dos técnicos que a conhecem ou das normas
específicas. O detalhe fica por conta do fabricante, que também é um ponto
importante a ser levado em consideração, pois diferentes fabricantes de
lubrificantes industriais podem possuir produtos semelhantes, mas existem
diferenças no processo e nas matérias primas utilizadas na fabricação desse
tipo de produto.
Sempre devemos utilizar o lubrificante que possui melhor custo x benefício,
salvo indicação do próprio fabricante da máquina, o que acarreta na perda de
garantia caso não seja obedecida às devidas recomendações.
A quantidade e a periodicidade também podem ser encontradas em manuais
ou com quem fabrica a máquina, mas nos casos em que isso não ocorre devese tomar todo o cuidado para não cometer erros, utilizando nem muito nem
pouco lubrificante. A falta pode ocasionar quebras, assim como os exageros,
além de gerar mais gastos e comprometer o meio-ambiente com o desperdício.
Para graxas, a Engenharia de Manutenção da WEG, baseada em literaturas
especializadas, normas e catálogos de fabricantes e fornecedores,
confeccionou um programa em excel para rolamentos (em fase experimental)
onde a quantidade da graxa e a periodicidade de lubrificação são definidas em
função do fator de carga aplicada e das variáveis ambientais e de operação do
rolamento em questão (figura II).
Figura II – Aparência do programa utilizado para dimensionamento da quantidade e
periodicidade de graxa em rolamentos
Devido às equações para esse tipo de dimensionamento serem em sua maioria
logarítmicas, deve-se tomar muito cuidado com os valores estipulados para
esse fim, como: temperatura de serviço, carga equivalente aplicada, posição e
rotação de serviço e etc. Pois, por exemplo, uma alteração de 15°C na
operação pode não parecer muito para o equipamento (desde que esteja
dentro de seus limites), mas para a graxa é um esforço tremendo tendo que ser
diminuído de 50% o intervalo de lubrificação caso isso ocorra. O mesmo é
observado na posição de serviço, onde na vertical também se deve diminuir em
50% o intervalo de lubrificação, portanto, devemos ser muito criteriosos com
esses aspectos.
Outra fonte de auxílio nessa fase são os fabricantes de lubrificantes e seus
fornecedores. Esses profissionais dominam as técnicas de lubrificação e são
excelentes para dirimir dúvidas caso venham a ocorrer.
3.4 Confeccionar plano
Após levantar todos os dados necessários, confecciona-se o plano de
lubrificação de forma a proporcionar uma visualização rápida e simplificada do
serviço.
Nesse plano, junto com as fotos dos pontos a serem lubrificados deve constar:
• Um cabeçalho identificando a máquina, seu departamento e seção de
origem;
• Título do conjunto a ser lubrificado
• Cada item enumerado;
• Número de pontos por item;
• Tarefa a ser executada em cada ponto;
• Componente do conjunto a ser lubrificado;
• Tipo de lubrificante a ser utilizado;
• Fabricante do lubrificante;
• Quantidade de lubrificante;
• Número de estoque do lubrificante;
• Freqüência de lubrificação.
Existem alguns pontos que devemos observar ao se confeccionar o plano, por
exemplo, o número de estoque do lubrificante. Quando for um produto que não
dispomos internamente, apenas indicamos o fabricante e o tipo de lubrificante,
deixando em branco o número do item. Com essas informações em mãos tanto
o lubrificador quanto o planejador, chefe ou mecânico pode cotar e
posteriormente comprar o lubrificante em questão antes da execução do plano
ou de uma ação corretiva e preventiva.
Esse tipo de confecção proporciona um entendimento rápido para qualquer
pessoa que venha a utilizar o plano, otimizando o serviço pela disposição
lógica dos principais itens para se executar uma lubrificação.
Na figura III podemos observar um exemplo de plano de lubrificação WEG.
Note que todos os pontos seguem uma tendência crescente de foto pra foto
que se reflete na própria posição da máquina na planta industrial, ou seja, os
pontos são dispostos em uma ordem que proporciona a lubrificação em
seqüência, ao terminar um ponto o outro já está logo ao lado garantindo a
lubrificação e monitoramento de todos os pontos.
Esse trabalho também pode ser verificado entre máquinas de um mesmo
departamento ou seção. Essa forma de avaliar o caminho que o lubrificador
fará do início ao fim da execução de um plano de lubrificação denomina-se rota
de lubrificação.
Figura III – Exemplo de plano de lubrificação WEG
3.5 Rota de Lubrificação
A principal função desse tipo de atividade é a de diminuir ao máximo o tempo
de lubrificação de um determinado conjunto de máquinas, gerando economia e
ganho de eficiência nas atividades, visto que existe um melhor aproveitamento
do tempo dos profissionais envolvidos no processo de lubrificação.
Ela é confeccionada pelo planejador de manutenção, com auxilio de pessoas
que conhecem o local e as máquinas, logo após receber os planos de
lubrificação do departamento em questão. Caso seja uma máquina nova,
acaba por modificar o layout do local. Nesses casos as rotas são atualizadas
conforme necessidade.
A figura IV mostra um exemplo da otimização do caminho que um lubrificador
deverá percorrer. Sempre se deve utilizar um layout atualizado da planta, pois
a visão geral do objeto de estudo facilita a conclusão da rota de lubrificação.
Figura IV – Exemplo de visualização da rota de lubrificação
Depois de concluída essa fase o planejador transfere essas informações para o
programa de gerenciamento MP5, criando o Plano de Manutenção Preventiva
(PMP), que posteriormente é recebida pelo lubrificador para execução.
3.6 Histórico de Alterações
Como existe uma constante mudança em tecnologia de lubrificantes, melhoria
de equipamentos, mudança de projetos e acima de tudo uma rotatividade de
técnicos, planejadores e lubrificadores, achamos por bem criarmos uma
espécie de histórico de alterações em planos de lubrificação. Assim, antes de
qualquer alteração em um plano, o interessado consultaria o banco de dados e
facilmente poderia perceber se a alteração que se propunha executar, já não
ocorreu no passado.
Com essa metodologia, evitamos a repetição de erros do passado, pois como
já havíamos dito, a rotatividade dos profissionais que tem contato com os
equipamentos e em alguns casos a falta de informação, poderá nos induzir à
repetição de melhorias que não foram aprovadas devido a algum fato
considerável.
No histórico reunimos basicamente a data da alteração e informações
referentes a alterações com lubrificantes ou periodicidade de relubrificação,
juntamente com o motivo que se levou a realizar a melhoria formando uma
tabela.
Para facilitar a visualização, identificamos as alterações com cores variadas,
assim as cores na tabela e no plano se relacionam com o conjunto do
equipamento que sofreu a alteração (figura V).
Figura V – Exemplo de visualização do histórico do plano de lubrificação
3.7 Plano de Manutenção Preventiva
Os PMP´s são criadas conforme a periodicidade dos planos de lubrificação,
que podem ser: semanal, quinzenal, mensal, bimestral, trimestral, semestral e
anual. Após criado o PMP, as informações de cada ponto a ser lubrificado e de
cada equipamento são implantadas gradativamente conforme a seqüência
definida na rota de lubrificação (layout). Todos estes planos são gerenciados
de forma automática pelo sistema de gerenciamento MP5 da Datastream.
Abaixo, um exemplo de PMP gerada pelo sistema de gerenciamento MP5
(figura VI).
Figura VI – Exemplo rota de lubrificação WEG gerada no MP5
4. RESULTADOS
Os principais resultados da sistemática citada são as vantagens devido ao
maior controle da lubrificação a partir da elaboração dos planos, atualização de
modificações, execução e gerenciamento de estoque e reutilização de
lubrificantes.
Essas vantagens, previamente citadas, englobam:
•
•
•
•
•
•
Otimização dos tempos de lubrificação;
Maior controle dos pontos a serem lubrificados;
Organização das ordens de serviço;
Controle sobre o estoque;
Controle sobre a utilização;
Controle sobre as modificações.
Esses tópicos vão de encontro às boas técnicas de manutenção, seguindo uma
tendência de valorização da lubrificação nas organizações, gerando economia
com a diminuição de custos e reconhecimento profissional do potencial que se
encontra inserido nas plantas fabris cada vez mais globalizadas.
5. ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO
A fim de melhorar a qualidade da lubrificação e manter a organização em
constante desenvolvimento, permanecemos procurando novos desafios e
novas formas de consolidar a excelência de lubrificação na WEG. Abaixo
citamos alguns exemplos de estudos em desenvolvimento.
Descrição
Proposta
Criar a função Lubrificador Inspetor na
manutenção produtiva do departamento
de manutenção.
Projeto Lubrificador Inspetor
Benefícios: Diminuir a rotatividade dos
profissionais de lubrificação e melhorar a
qualidade da lubrificação.
Revisão da matriz de habilidades dos
profissionais de lubrificação
Monitoramento da contaminação dos
fluidos lubrificantes em equipamentos
críticos
Utilizar a norma da ABLT para certificação
de lubrificadores e atualizar a matriz de
habilidades WEG.
Benefícios: Melhoria da qualidade de mão
de obra, inserir e adaptar a organização
para a realidade do Lubrificador Inspetor.
A partir da análise de óleo monitorar as
principais características físico-químicas
dos fluidos lubrificantes acompanhando a
evolução dos resultados.
Benefícios: Como toda técnica preditiva
evitar a parada inesperada de um
determinado sistema ou equipamento.
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GERENCIAMENTO E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE