GERENCIAMENTO E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE LUBRIFICAÇÃO Vinícius Sell Gonçalves (1) Omero Carlos Müller (2) Ricardo Junges (3) Resumo A atenção e a importância que está se dando aos lubrificantes atualmente faz com que, cada vez mais, as empresas passem a olhar esse segmento da manutenção como uma forma de reduzir custos, aumentar produtividade e melhorar a performance dos equipamentos. Seguindo esta tendência, no grupo WEG, o sistema de gerenciamento de lubrificação passou a ser controlado pela Engenharia de Manutenção. O objetivo do trabalho é apresentar para a comunidade de Manutenção como funciona a sistemática de planos de lubrificação da WEG, desde o recebimento da máquina, com a criação do plano, até a execução das rotas pelos lubrificadores. Finalizando, citaremos as vantagens dessa sistemática e iremos expor os estudos que estão em desenvolvimento para a melhoria da qualidade da lubrificação na organização. (1) Vinícius Sell Gonçalves – Acadêmico de Engenharia Mecânica pela UNERJ, Técnico Mecânico pela ETF-SC (Escola Técnica Federal de Santa Catarina). Atua no Departamento de Manutenção da Empresa WEG Equipamentos Elétricos S.A. – Divisão Motores, como Projetista Júnior na Engenharia de Manutenção. (2) Omero Carlos Müller – Tecnólogo em Mecânica pela UNERJ (Centro Universitário de Jaraguá do Sul), Técnico Mecânico pela Tupy. Atua no Departamento de Manutenção da Empresa WEG Equipamentos Elétricos S.A. – Divisão Motores, como Planejador na Seção PCM. (3) Ricardo Junges – Acadêmico de Engenharia Mecânica pela UNERJ, Técnico Eletromecânico pelo SENAI-SC. Atua no Departamento de Manutenção da Empresa WEG Equipamentos Elétricos S.A. – Divisão Motores, como Projetista Júnior na Engenharia de Manutenção. 1. CICLO DE VIDA DO EQUIPAMENTO NA WEG O ciclo de vida do equipamento dentro do grupo WEG é constituído por seis etapas que podemos descrever na tabela abaixo: SELEÇÃO • Participação em novos projetos WEG. Avaliação técnica para comissão de CAMADIFE. [P] • Aval técnico para Comissão de Compras [P] AQUISIÇÃO • Participação/Definição de Acordo de Fornecimento: eng. Busca informações mediante performance/deficiência por eqpto. [CH + E] ACEITE TÉCNICO • Aceite Técnico [CH] • Gerenciamento de Pendências [E] CADASTRAMENTO • TAG; • Confecção Plaqueta • Garantia [GI] • Estrutura [P] • Documentação (caminho): ♦ Acordo Fornecimento ♦ Aceite Técnico ♦ Mídia Eletrônica ♦ Backup Programas ♦ Documentação Técnica [GI] • Homologação de Fornecedores/Marcas: fornecer subsídios para Comissões com base em performance e qualificação. [E] • Peças Sobressalentes [P] • Complexidade/Criticidade [P] • Planejamento: ♦ Lubrificação ♦ PTI ♦ PMP [P] ♦ Preditiva [E] CICLO DE VIDA (GERENCIAMENTO) • Execução Corretiva [CH+M] • Gerenciar informação: ♦ Processa; ♦ Zela [GI] FINAL DE VIDA/ SOBREVIDA • Apontar equipamento com performance crítica e propor reforma ou desativação [P] • Execução de Planejada, Lubrificação [CH+M] • Decidir para substituir/reformar máquinas [CM] • Acompanhar Resultados: ♦ Eqpto (MTBF, MTTR, IND, Custo); ♦ Quadro (Eficiência, I.M) [P] • Desativar equipamento [GI+P+GM+E] • Análise Crítica sobre Resultados (tomada ações corretivas): [CH] ♦ Melhoria de Projeto (Conf, Mant.) [E] ♦ Revisão de Planos [P] ♦ Eliminar problemas crônicos (restabelecer condição normal) [M] ♦ Qualificar M.O [T] ♦ Falta de Material [GM] • Gerenciamento de recursos: ♦ Materiais [GM] ♦ Mão-de-obra interna e externa [CH+P] • Controle de Estoque, Desenvolvimento de Produtos e Fornecedores [GM] • Treinamento Mão-de-Obra (reciclagem, básico e específico) [T] • [P] Planejador [M] Mantenedor [GM] Gerenciamento de Materiais [T] Tr einador [CH] Chefe [CO] Comprador [E]Engenharia Compras [CO+CM] [GI] Gerenciamento de Informações [CM] Comissão de Manutenção Dentro deste contexto o gerenciamento da lubrificação tem seu início e a partir do aceite técnico, onde todos os manuais e informações são conferidos, se tem a certeza que será possível estabelecer o padrão WEG para lubrificação. 2. GERENCIAMENTO DE LUBRIFICAÇÃO O gerenciamento e controle do estoque de lubrificantes está sob responsabilidade do departamento de suprimentos. Esse departamento controla as baixas do estoque, o armazenamento e a distribuição dos lubrificantes para as áreas de manutenção. Para controle da manutenção, criamos um relatório de acompanhamento de consumo de lubrificantes, com esse relatório, podemos monitorar o consumo de qualquer item de nosso estoque. Esta ferramenta nos auxilia a identificar áreas onde é interessante se fazer um desenvolvimento de novo produto para diminuir o custo de lubrificação, aumentando a periodicidade de relubrificação e redimensionando a quantidade de lubrificante para determinada aplicação. Este relatório consiste nas requisições feitas mensalmente pelos lubrificadores, com isso, montamos um gráfico para melhor visualização do consumo, analisamos o crescimento deste consumo e, nos itens em que percebemos uma variação considerável, avaliamos onde foi utilizado tal lubrificante. Se percebermos alguma anormalidade, juntamente com o lubrificador, iniciamos um trabalho para melhorar o determinado ponto de lubrificação. 0507.0058 Graxa Tipo “A” Mês 01/06 03/06 04/06 05/06 06/06 07/06 Quantidade (kg) 80 100 60 100 80 80 500 Custo Total (R$) 345,00 437,00 263,00 439,00 351,00 351,00 2.186 Custo em R$ 439 437 450 345 351 351 07 /0 6 350 6 400 300 263 250 200 150 100 50 06 /0 6 05 /0 6 04 /0 6 /0 03 01 /0 6 0 Quantidade em kg Quantidadde 100 100 80 100 80 80 80 60 60 40 20 6 07 /0 6 06 /0 05 /0 6 6 /0 04 03 /0 01 /0 6 6 0 2.1 Projeto de reutilização de óleo ISO VG 68 Em parceria com nossa fornecedora de lubrificantes, temos um programa de reutilização de óleo hidráulico de viscosidade ISO VG 68. Esse óleo é retirado das unidades hidráulicas, armazenado e, em datas pré-agendadas, a companhia vem até a WEG, realiza a centrifugação, filtragem e, através de análise de óleo, comprova a qualidade para a utilização do mesmo. Temos como padrão utilizar esse óleo recuperado em máquinas e equipamentos que não exijam muito do mesmo, ou seja, em circuitos que não contemplam: • Válvulas proporcionais; • Servo-válvulas; • Máquinas de criticidade “A”; Nas demais máquinas adotamos que, ao substituir a carga de óleo do sistema hidráulico, o lubrificador deve reabastecer o sistema com 50% de óleo ISO VG 68 novo e 50% do recuperado, garantindo assim uma boa performance do sistema hidráulico. CONSUMO DE LUBRIFICANTES 0502.3157 - ÓLEO ISO VG 68 NOVO Mês/Ano Quantidade * Custo (R$) (R$) Un. (R$) 01/06 02/06 03/06 04/06 05/06 06/06 Total = 3.000 5.200 6.555 6.800 3.650 4.000 29.205 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 Custo Total 0502.3181 - ÓLEO ISO VG 68 RECUPERADO Mês/Ano Quantidade 13.500,00 23.400,00 29.497,50 30.600,00 16.425,00 18.000,00 01/06 02/06 03/06 04/06 05/06 06/06 R$131.422,5 Total = * Valor médio de mercado 200 800 ** 0,00 ** 0,00 ** 0,00 1800 2.800 * Custo Un. (R$) Economia 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 900,00 3600,00 ** 0,00 ** 0,00 ** 0,00 8100,00 R$12.600,0 ** Não houve utilização ÓLEO NOV O X ÓL EO RECUPERADO 10.000 9.000 QUANTIDADE ( l ) 8.000 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 Média 2004 Média 2005 01/ 06 02/ 06 03/ 06 04/ 06 05/ 06 06/ 06 MÊS 0502 .3157 - ÓLEO ISO VG 68 NOVO 0502 .3181- ÓLEO ISO VG 68 RECUPERADO 29.498 18.000 16.425 0 01/06 02/06 03/06 04/06 05/06 06/06 MÊS O0502.3157 - OLEO IPITUR AW 68 O0502.3181 - OLEO IPITUR AW 68-RECUPERADO 0 0 0 0 0 0 0 0 Média 2005 3.600 Média 2004 900 5.000 2.324 10.000 0 8.100 13.500 14.917 15.000 2.160 R$ 17.971 25.000 23.400 30.000 20.000 30.600 CUSTO X ECONOMIA 3. PLANO DE LUBRIFICAÇÃO Da chegada do equipamento até a execução do plano de lubrificação, temos alguns passos a serem seguidos para obtermos o máximo de eficiência dos lubrificadores, com a otimização dos tempos de lubrificação durante a rota e proporcionar uma utilização racional dos lubrificantes destinados a cada aplicação, com as corretas dosagens e características de utilização. Para explicar melhor esse ciclo, apresentamos o fluxograma abaixo: ELABORAR PLANO DE LUBRIFICAÇÃO MÁQUINA É NOVA? SIM AVALIAR MANUAL SIM NÃO EXISTE PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PADRÃO WEG? AS INFORMAÇÕES SÃO SUFICIENTES? NÃO TIRAR FOTOS DOS PONTOS SIM EXISTE MODIFICAÇÃO? SIM ESPECIFICAR TIPO DE LUBRIFICANTE, QUANTIDADE E PERIODICIDADE NÃO ATUALIZAR / CONFECCIONAR PLANO ATUALIZAR/ ELABORAR ROTA EXECUTAR NÃO FALAR COM FORNECEDOR DA MÁQUINA Esse ciclo pode ser resumido em 8 atividades principais: • Avaliação dos manuais dos fabricantes; • Questionar técnico responsável pela instalação do equipamento sobre as informações dos manuais; • Tirar fotos dos pontos a serem lubrificados; • Especificar os lubrificantes corretos; • Especificar a quantidade e periodicidade de utilização dos lubrificantes; • Confeccionar ou alterar os planos; • Confeccionar ou alterar as rotas de lubrificação; • Executar os planos. Quando falamos em alterar planos e rotas, estamos nos referindo às oportunidades aonde a máquina vai para reforma ou sofre alguma modificação, pois a partir do momento que um ponto é adicionado ou um lubrificante específico é alterado, temos a obrigação de corrigir as informações do plano o mais breve possível e avisar todos os envolvidos no processo para que essas alterações sejam atualizadas. 3.1 Avaliação dos Manuais do Fabricante Ninguém conhece melhor a máquina do que o próprio fabricante. Nos manuais encontramos todos os dados necessários ao bom funcionamento da máquina, mas o problema é que esses documentos não possuem um padrão especifico, dificultando a confecção do plano e atrasando sua execução. Alguns fabricantes preferem descrever a lubrificação do equipamento em forma de plano personalizado; outros preferem utilizar as normas DIN ou ISO (por exemplo, para definição de lubrificantes), mas também tem aqueles que são confusos ou simplesmente não colocam nada. O sensato seria fornecer essas informações em forma de plano de lubrificação visual, identificando com fotos e setas os pontos a serem lubrificados e a quantidade correta do determinado lubrificante que se aplica nesse ponto. Também é muito importante uma tabela de acordo com normas internacionais, onde se especificam, para cada ponto de lubrificação, uma lista de lubrificantes equivalentes pré-aprovados pelo fabricante, com: • O código do tipo de utilização para óleos hidráulicos (óleo de circulação, hidráulicos, caixa de engrenagens e etc); • Composição do óleo base (sintético, mineral e a origem); • Características de aplicação (antioxidante, extrema pressão, com lubrificantes sólidos e etc); • Grau de consistência (para graxas); • Temperaturas máximas e mínimas de trabalho. Desta forma o trabalho para a identificação do lubrificante adequado se torna mais fácil e rápido devido a versatilidade das informações. Quando ocorre das informações estarem incompletas ou não deixarem claro o que deve ser feito em relação a determinado lubrificante, o que é muito comum, utilizamos a norma DIN. Essa norma, de origem alemã, Deutsches Institut für Normung, contempla graxas e óleos lubrificantes onde algumas características específicas podem ser definidas bem como sua classificação. As informações devem estar de acordo com a DIN-51502, DIN-51818, DIN-51807, DIN-51517, DIN-51524, DIN51519, DIN-51513 e DIN-51825. Em um primeiro momento pode assustar a quantidade de normas para especificar um tipo de lubrificante, mas parte dessas normas são aplicáveis à graxa e parte para óleos lubrificantes. Abaixo as características para especificação de graxa: • Tipo de graxa (DIN-51825) – para rolamentos antifricção, acionamentos fechados, acionamentos abertos e vedações. • Materiais lubrificantes (DIN-51502, DIN-51517 e DIN-51513) – Para lubrificantes com aditivos detergentes, misturados em água, lubrificantes sólidos, resistência a corrosão ou envelhecimento, para refrigerantes misturados em água com componente mineral ou base sintética, extrema pressão e diluídos em solventes. • Líquidos sintéticos (DIN-51502) – Ésteres, perflúor, hidrocarbonetos, poliglicóis, silicone e outros. • Consistência (DIN-51818) – 000, 00, 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6. • Resistência à água (DIN-51807) – Estática, dinâmica e temperatura máxima de trabalho. • Menores temperaturas de serviço [°C] - Temperatura Seville inferior. Para óleos lubrificantes: • Tipo de óleo (DIN-51502 e DIN-51824) – De transmissão, betuminosos, circulação, hidráulicos minerais, dificilmente inflamáveis e sintéticos ou parcialmente sintéticos. • Materiais lubrificantes (DIN-51502, DIN-51517 e DIN-51513) – Para lubrificantes com aditivos detergentes, misturados em água, lubrificantes sólidos, resistência a corrosão ou envelhecimento, para refrigerantes misturados em água com componente mineral ou base sintética, extrema pressão e diluídos em solventes. • Viscosidade (DIN-51519) – A 40°C. Se não for possível identificar os lubrificantes com as normas e caso o equipamento esteja em garantia, torna-se necessário o contato com o fabricante ou com o técnico enviado pelo mesmo para instalação e partida da máquina. 3.2 Pontos de Lubrificação Geralmente os pontos de lubrificação são mencionados nos manuais, mas caso não seja possível identificá-los, como os lubrificantes, é preciso entrar em contato com o fornecedor ou representante do mesmo. A identificação desses pontos no plano é feita visualmente através de fotos e posteriormente destacadas com setas (figura I). Figura I – Exemplo de identificação de pontos de lubrificação Na figura I podemos verificar que existem 5 pontos à serem lubrificados devido a existência de 5 setas em vermelho. A caixa de texto onde indica “Itens 4 e 5” significa, por exemplo, que é um redutor de grande porte ou uma unidade hidráulica, pois além de completar o lubrificante, que seria um item, o lubrificador deverá também verificar o nível de óleo que compreenderia outro item, ou seja, teremos duas atividades em um único ponto. Redutores menores e pequenos reservatórios de óleo não justificam a verificação de nível sistematicamente, pois a mão de obra e o tempo gasto para esta atividade tornariam a mesma cara, quando comparado à uma simples troca periódica da carga de óleo. 3.3 Especificar Tipo do Lubrificante, Quantidade e Periodicidade Conforme foi citado anteriormente os lubrificantes podem ser identificados com auxílio dos manuais da máquina, dos técnicos que a conhecem ou das normas específicas. O detalhe fica por conta do fabricante, que também é um ponto importante a ser levado em consideração, pois diferentes fabricantes de lubrificantes industriais podem possuir produtos semelhantes, mas existem diferenças no processo e nas matérias primas utilizadas na fabricação desse tipo de produto. Sempre devemos utilizar o lubrificante que possui melhor custo x benefício, salvo indicação do próprio fabricante da máquina, o que acarreta na perda de garantia caso não seja obedecida às devidas recomendações. A quantidade e a periodicidade também podem ser encontradas em manuais ou com quem fabrica a máquina, mas nos casos em que isso não ocorre devese tomar todo o cuidado para não cometer erros, utilizando nem muito nem pouco lubrificante. A falta pode ocasionar quebras, assim como os exageros, além de gerar mais gastos e comprometer o meio-ambiente com o desperdício. Para graxas, a Engenharia de Manutenção da WEG, baseada em literaturas especializadas, normas e catálogos de fabricantes e fornecedores, confeccionou um programa em excel para rolamentos (em fase experimental) onde a quantidade da graxa e a periodicidade de lubrificação são definidas em função do fator de carga aplicada e das variáveis ambientais e de operação do rolamento em questão (figura II). Figura II – Aparência do programa utilizado para dimensionamento da quantidade e periodicidade de graxa em rolamentos Devido às equações para esse tipo de dimensionamento serem em sua maioria logarítmicas, deve-se tomar muito cuidado com os valores estipulados para esse fim, como: temperatura de serviço, carga equivalente aplicada, posição e rotação de serviço e etc. Pois, por exemplo, uma alteração de 15°C na operação pode não parecer muito para o equipamento (desde que esteja dentro de seus limites), mas para a graxa é um esforço tremendo tendo que ser diminuído de 50% o intervalo de lubrificação caso isso ocorra. O mesmo é observado na posição de serviço, onde na vertical também se deve diminuir em 50% o intervalo de lubrificação, portanto, devemos ser muito criteriosos com esses aspectos. Outra fonte de auxílio nessa fase são os fabricantes de lubrificantes e seus fornecedores. Esses profissionais dominam as técnicas de lubrificação e são excelentes para dirimir dúvidas caso venham a ocorrer. 3.4 Confeccionar plano Após levantar todos os dados necessários, confecciona-se o plano de lubrificação de forma a proporcionar uma visualização rápida e simplificada do serviço. Nesse plano, junto com as fotos dos pontos a serem lubrificados deve constar: • Um cabeçalho identificando a máquina, seu departamento e seção de origem; • Título do conjunto a ser lubrificado • Cada item enumerado; • Número de pontos por item; • Tarefa a ser executada em cada ponto; • Componente do conjunto a ser lubrificado; • Tipo de lubrificante a ser utilizado; • Fabricante do lubrificante; • Quantidade de lubrificante; • Número de estoque do lubrificante; • Freqüência de lubrificação. Existem alguns pontos que devemos observar ao se confeccionar o plano, por exemplo, o número de estoque do lubrificante. Quando for um produto que não dispomos internamente, apenas indicamos o fabricante e o tipo de lubrificante, deixando em branco o número do item. Com essas informações em mãos tanto o lubrificador quanto o planejador, chefe ou mecânico pode cotar e posteriormente comprar o lubrificante em questão antes da execução do plano ou de uma ação corretiva e preventiva. Esse tipo de confecção proporciona um entendimento rápido para qualquer pessoa que venha a utilizar o plano, otimizando o serviço pela disposição lógica dos principais itens para se executar uma lubrificação. Na figura III podemos observar um exemplo de plano de lubrificação WEG. Note que todos os pontos seguem uma tendência crescente de foto pra foto que se reflete na própria posição da máquina na planta industrial, ou seja, os pontos são dispostos em uma ordem que proporciona a lubrificação em seqüência, ao terminar um ponto o outro já está logo ao lado garantindo a lubrificação e monitoramento de todos os pontos. Esse trabalho também pode ser verificado entre máquinas de um mesmo departamento ou seção. Essa forma de avaliar o caminho que o lubrificador fará do início ao fim da execução de um plano de lubrificação denomina-se rota de lubrificação. Figura III – Exemplo de plano de lubrificação WEG 3.5 Rota de Lubrificação A principal função desse tipo de atividade é a de diminuir ao máximo o tempo de lubrificação de um determinado conjunto de máquinas, gerando economia e ganho de eficiência nas atividades, visto que existe um melhor aproveitamento do tempo dos profissionais envolvidos no processo de lubrificação. Ela é confeccionada pelo planejador de manutenção, com auxilio de pessoas que conhecem o local e as máquinas, logo após receber os planos de lubrificação do departamento em questão. Caso seja uma máquina nova, acaba por modificar o layout do local. Nesses casos as rotas são atualizadas conforme necessidade. A figura IV mostra um exemplo da otimização do caminho que um lubrificador deverá percorrer. Sempre se deve utilizar um layout atualizado da planta, pois a visão geral do objeto de estudo facilita a conclusão da rota de lubrificação. Figura IV – Exemplo de visualização da rota de lubrificação Depois de concluída essa fase o planejador transfere essas informações para o programa de gerenciamento MP5, criando o Plano de Manutenção Preventiva (PMP), que posteriormente é recebida pelo lubrificador para execução. 3.6 Histórico de Alterações Como existe uma constante mudança em tecnologia de lubrificantes, melhoria de equipamentos, mudança de projetos e acima de tudo uma rotatividade de técnicos, planejadores e lubrificadores, achamos por bem criarmos uma espécie de histórico de alterações em planos de lubrificação. Assim, antes de qualquer alteração em um plano, o interessado consultaria o banco de dados e facilmente poderia perceber se a alteração que se propunha executar, já não ocorreu no passado. Com essa metodologia, evitamos a repetição de erros do passado, pois como já havíamos dito, a rotatividade dos profissionais que tem contato com os equipamentos e em alguns casos a falta de informação, poderá nos induzir à repetição de melhorias que não foram aprovadas devido a algum fato considerável. No histórico reunimos basicamente a data da alteração e informações referentes a alterações com lubrificantes ou periodicidade de relubrificação, juntamente com o motivo que se levou a realizar a melhoria formando uma tabela. Para facilitar a visualização, identificamos as alterações com cores variadas, assim as cores na tabela e no plano se relacionam com o conjunto do equipamento que sofreu a alteração (figura V). Figura V – Exemplo de visualização do histórico do plano de lubrificação 3.7 Plano de Manutenção Preventiva Os PMP´s são criadas conforme a periodicidade dos planos de lubrificação, que podem ser: semanal, quinzenal, mensal, bimestral, trimestral, semestral e anual. Após criado o PMP, as informações de cada ponto a ser lubrificado e de cada equipamento são implantadas gradativamente conforme a seqüência definida na rota de lubrificação (layout). Todos estes planos são gerenciados de forma automática pelo sistema de gerenciamento MP5 da Datastream. Abaixo, um exemplo de PMP gerada pelo sistema de gerenciamento MP5 (figura VI). Figura VI – Exemplo rota de lubrificação WEG gerada no MP5 4. RESULTADOS Os principais resultados da sistemática citada são as vantagens devido ao maior controle da lubrificação a partir da elaboração dos planos, atualização de modificações, execução e gerenciamento de estoque e reutilização de lubrificantes. Essas vantagens, previamente citadas, englobam: • • • • • • Otimização dos tempos de lubrificação; Maior controle dos pontos a serem lubrificados; Organização das ordens de serviço; Controle sobre o estoque; Controle sobre a utilização; Controle sobre as modificações. Esses tópicos vão de encontro às boas técnicas de manutenção, seguindo uma tendência de valorização da lubrificação nas organizações, gerando economia com a diminuição de custos e reconhecimento profissional do potencial que se encontra inserido nas plantas fabris cada vez mais globalizadas. 5. ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO A fim de melhorar a qualidade da lubrificação e manter a organização em constante desenvolvimento, permanecemos procurando novos desafios e novas formas de consolidar a excelência de lubrificação na WEG. Abaixo citamos alguns exemplos de estudos em desenvolvimento. Descrição Proposta Criar a função Lubrificador Inspetor na manutenção produtiva do departamento de manutenção. Projeto Lubrificador Inspetor Benefícios: Diminuir a rotatividade dos profissionais de lubrificação e melhorar a qualidade da lubrificação. Revisão da matriz de habilidades dos profissionais de lubrificação Monitoramento da contaminação dos fluidos lubrificantes em equipamentos críticos Utilizar a norma da ABLT para certificação de lubrificadores e atualizar a matriz de habilidades WEG. Benefícios: Melhoria da qualidade de mão de obra, inserir e adaptar a organização para a realidade do Lubrificador Inspetor. A partir da análise de óleo monitorar as principais características físico-químicas dos fluidos lubrificantes acompanhando a evolução dos resultados. Benefícios: Como toda técnica preditiva evitar a parada inesperada de um determinado sistema ou equipamento.