MANUAL PRÁTICO DE APOIO À ELABORAÇÃO DE PLANOS MUNICIPAIS DE SAÚDE 2ª Edição (revisada e atualizada) BAHIA 2013 _______________________________________________________________ B151m Bahia. Secretaria de Saúde do Estado. Manual prático de apoio a elaboração de Planos Municipais de Saúde. 2.ed. Revisada e atualizada / Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Salvador: SESAB, 2013. 50p. : il. 1. Saúde Pública. 2. Planejamento em Saúde. 3. Políticas, Planejamento e Administração em Saúde. I. Título. CDU _______________________________________________________________ 2 GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA Jaques Wagner SECRETÁRIO DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA Jorge José Santos Pereira Solla SUBSECRETÁRIA Suzana Cristina Silva Ribeiro CHEFE DE GABINETE Washington Luís Silva Couto CONSELHO ESTADUAL DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE Raul Moreira Molina Barrios (Presidente) Stela dos Santos Souza (Vice-presidente) COORDENAÇÃO E RESPONSABILIDADE TÉCNICA Washington Luiz Abreu de Jesus (Coordenador de Projetos Especiais – COPE/SESAB) EQUIPE DE REVISÃO E ATUALIZAÇÃO Chaider Gonçalves Andrade (Assessor técnico – COPE/SESAB) Sisse Figueredo de Santana (Assessora técnica – COPE/SESAB) Ianna Patrícia Reis da Silva (Colaboradora) Rosa Maria Reis de Jesus (Colaboradora) Bianca Gonzaga Trindade (Residência Multiprofissional em Saúde da Família - UNEB) Marcos Vinicius de S. Silva (Residência Multiprofissional em Saúde da Família - UNEB) Sabiny Pedreira Ribeiro (Residência Multiprofissional em Saúde da Família - UNEB) 3 GLOSSÁRIO DE SIGLAS ASIS – Análise de Situação de Saúde CENDES – Centro de Estudios del Desarrollo CES – Conselho Estadual de Saúde CIB – Comissão Intergestores Bipartite CIT – Comissão Intergestores Tripartite CIR – Comissão Intergestores Regional CMS – Conselho Municipal de Saúde COAP – Contrato Organizativo da Ação Pública DATASUS - Departamento de Informática do SUS DIRES – Diretoria Regional de Saúde D.O. – Diário Oficial FNS – Fundo Nacional de Saúde GM – Gabinete do Ministro IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDSUS – Indicadores de Desempenho do SUS LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias LOA – Lei Orçamentária Anual MAPLAS – Manual de Planejamento em Saúde MS – Ministério da Saúde OPS – Organização Pan-Americana da Saúde PAS – Programação Anual de Saúde PAVS – Programação das Ações de Vigilância em Saúde PMS – Plano Municipal de Saúde PPA – Plano Plurianual RAG – Relatório Anual de Gestão SARGSUS- Sistema de Apoio a Construção do Relatório Anual de Gestão SESAB – Secretaria da Saúde do Estado da Bahia SIA - Sistema de Informações Ambulatoriais SIAB - Sistema de Informação da Atenção Primária SIH - Sistema de Informações Hospitalares SIM – Sistema de Informação de Mortalidade SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINASC – Sistema de Informação de Nascidos Vivos SISPACTO – Sistema de Informação em Saúde do Pacto pela Saúde SUS – Sistema Único de Saúde 4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 07 A CONSTRUÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE 08 1º PASSO – Definição da equipe de trabalho para elaboração do Plano Municipal de Saúde (PMS) 11 2º PASSO – Elaboração da Análise de Situação de Saúde (ASIS) 11 3º PASSO – Apresentação do resultado parcial da ASIS ao Conselho Municipal de Saúde (CMS) para validação 20 4º PASSO – Priorização dos problemas identificados na ASIS 21 5º PASSO -- Definição das diretrizes do PMS 22 6º PASSO – Formulação dos objetivos, metas e ações do PMS 25 7º PASSO – Análise da viabilidade das ações do PMS 25 8º PASSO – Elaboração da previsão orçamentária do PMS 27 9º PASSO – Elaboração da sistemática de monitoramento e avaliação do PMS 29 10º PASSO – Apresentação do PMS ao CMS para apreciação e aprovação 32 11º PASSO – Publicação da resolução do CMS que aprova o PMS em órgão/veículo oficial de comunicação 32 12º PASSO – Formatação do documento final e divulgação do Plano Municipal de Saúde 33 5 REFERÊNCIAS 35 APÊNDICE A – Modelo de portaria para composição da equipe de trabalho para elaboração do PMS APÊNDICE B – Exemplo de série histórica com o desempenho dos indicadores do SISPACTO APÊNDICE C – Roteiro para a Oficina 01: Identificação e explicação dos problemas APÊNDICE D – Roteiro para a Oficina 02: Priorização dos problemas identificados APÊNDICE E – Roteiro para a Oficina 03: Formulação dos Objetivos, Metas e Ações do PMS APÊNDICE F Planilha 5 – Exemplo de Identificação da correlação entre as ações do PMS e as ações orçamentárias do PPA municipal APÊNDICE G Planilha 6 – Exemplo de matriz de acompanhamento do desempenho de indicadores APÊNDICE H Quadro 6 – Matriz de acompanhamento quadrimestral da execução dos indicadores do PMS. Quadro 7 – Matriz de acompanhamento anual dos indicadores do PMS APÊNDICE I - Modelo de Resolução do CMS que aprova o PMS 37 38 39 42 44 47 48 49 50 6 APRESENTAÇÃO Dentre os avanços que podem ser creditados ao Sistema Único de Saúde (SUS) há mais de duas décadas, está o crescente reconhecimento da importância do planejamento e seus instrumentos para a gestão da saúde pública. Prova disso é a regulamentação da Lei 8080/1990, com o Decreto 7508/2011 que resgatou, ao menos no plano discursivo, a necessidade de se estabelecer um movimento contínuo, articulado, integrado e solidário do processo de planejamento em saúde, que reunisse condições singulares para que se exercitem os princípios da universalidade, integralidade e equidade, com a consequente melhoria das condições de vida da população brasileira. Apesar dos avanços identificados, a consolidação de uma cultura de planejamento em saúde ainda representa um enorme desafio para os gestores do SUS, tendo em vista que se trata de um processo que envolve mudança de postura individual e coletiva, visando à mobilização e ao engajamento dos gestores e profissionais da saúde. Este manual resgata conteúdos dos principais documentos de orientação para o planejamento municipal, de forma objetiva e atualizada a partir da legislação vigente e das experiências vividas no cotidiano da gestão do SUS. Os créditos de autoria deste manual devem ser compartilhados com os atores sociais que compuseram os textos originais utilizados como base deste manual. Sua segunda edição revisada e atualizada no contexto de implementação do Decreto nº. 7508/2011 e da Lei Complementar nº. 141/2012 é fruto de um trabalho de síntese e organização realizado pela SESAB em parceria com a Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e com o apoio institucional da Organização Panamericana de Saúde (OPAS/Brasil). Este trabalho apresenta uma proposta de organização, um “passo a passo” construído a partir do manual de Planejamento Municipal de Saúde (MAPLAS), do texto do módulo de planejamento do Projeto PROFOMAR (Vigilância da Saúde) e da sua 1ª edição, publicada em 2010. Como demanda concreta do SUS na Bahia, este manual está adaptado à nossa realidade atual, inclusive nos conceitos aqui apresentados. A expectativa da SESAB é a de que ele apoie o trabalho das Secretarias Municipais de Saúde, propiciando o acesso a informações básicas para o planejamento local das ações de saúde, utilizando-se de uma metodologia simples e prática que oriente os gestores e técnicos na construção dos Planos Municipais de Saúde, favorecendo o aprimoramento da gestão. 7 A construção do Plano Municipal de Saúde1 “O planejamento tem muito a ver com a ação, ao contrário do que imagina o senso comum. Planejamento não é só teoria, ideologia ou utopia. Planejamento é compromisso com a ação. Planejar é pensar, antecipadamente, a ação. É uma alternativa à improvisação.” Jairnilson Paim (2006, p. 770) O Plano Municipal de Saúde (PMS) é um documento que sistematiza o conjunto das propostas de ação em relação aos problemas e às necessidades de saúde2 da população do município, em consonância com os princípios e diretrizes gerais que regem a política de saúde nos âmbitos nacional e estadual (BAHIA, 2001). O PMS constitui, de acordo com a Lei Orgânica da Saúde, o escopo das atividades e programações de todos os níveis de direção do SUS, consequentemente do nível municipal, visto que o planejamento e orçamento do SUS estão estabelecidos de forma ascendente, do nível local até o federal. Além de uma exigência formal, condicionada ao repasse dos recursos provenientes do Fundo Nacional de Saúde (FNS), o PMS é a expressão da responsabilidade municipal com a saúde da população, e constitui a síntese de um processo de decisão para enfrentar um conjunto de problemas. Desta forma, é um importante instrumento de gestão e seu conteúdo deve revelar as intenções e os resultados a serem buscados no período de quatro anos do governo, expressos em diretrizes, objetivos, metas e ações. No atual contexto de implantação do Decreto presidencial nº 7.508/2011, que regulamenta a lei nº 8.080/1990, os Planos de Saúde dos municípios, além de subsidiarem a gestão do sistema municipal de saúde, deverão constituir a base do planejamento integrado regional, orientando as futuras pactuações interfederativas 1 Para a construção desse capítulo foram utilizados conteúdos originais das seguintes documentos técnicos: 1) Sistema de Planejamento do SUS (PlanejaSUS): uma construção coletiva – trajetória e orientações de operacionalização (BRASIL, 2009); 2) Manual de Planejamento Municipal de Saúde (BAHIA, 2001); 3) Planejamento e Programação das Ações de Vigilância em Saúde no nível local do Sistema Único de Saúde (VILASBÔAS, 2004); 4) Orientações metodológicas para as Oficinas Integradas do Plano Estadual de Saúde (BAHIA, 2012); 5) Decreto nº 7.508/11 (BRASIL, 2011); e Lei complementar nº 141/12 (BRASIL, 2012). 2 A expressão necessidade de saúde empregada nesse manual representa as “necessidades de cuidados em saúde”, em relação ao estado de saúde da população, e “necessidades de serviços de saúde”, em relação à análise do sistema e dos serviços de saúde (PINEAULT e DEVALUY, 1990). 8 formadoras da região de saúde3. Esta regulamentação intenta trazer mais transparência, segurança jurídica nas relações interfederativas e maior controle social na gestão do SUS, na medida em que defende a organização e integração das ações e serviços de saúde numa rede regionalizada e hierarquizada, por meio da celebração do Contrato Organizativo da Ação Pública (COAP) entre os municípios. O processo de construção do PMS envolve três dimensões: Política, Técnica e Administrativa. Política, na medida em que a priorização dos problemas e a escolha das ações é sempre um processo político, muitas vezes conflitivo e não consensual, visto que envolve atores com diferentes interesses e valores éticos, morais, culturais e ideológicos. Técnica, porquanto se baseia na utilização de diversas informações que permitem a construção da realidade sanitária local por meio da identificação e explicação dos problemas e das possíveis ações estratégicas, utilizando para isso diferentes conhecimentos (demográficos, epidemiológicos, entre outros), ferramentas (gráficos, tabelas, mapas, entre outros) e tecnologias (sistemas de informações, entre outros). Administrativa, porque requer o balanço entre os recursos necessários e os recursos disponíveis para a execução das ações planejadas, em articulação com os Planos Plurianuais (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei de Orçamento Anual (LOA)4. Para que se chegue a um consenso, ainda que provisório, em torno das prioridades da gestão do sistema municipal de saúde e para que os objetivos sejam alcançados, é importante que o PMS seja construído de forma participativa, envolvendo os diversos atores sociais responsáveis pela promoção, proteção e recuperação da saúde da população. Deste modo, para assegurar os requisitos legais da participação social, da transparência e corresponsabilização das ações planejadas, devem participar, além dos dirigentes e técnicos do nível político-administrativo, profissionais de saúde dos três níveis de atenção e os representantes dos diversos grupos da população, tomando como subsídio privilegiado as proposições das Conferências de Saúde. Evidentemente, cada município tem autonomia para definir as linhas gerais do processo de elaboração do seu PMS, consoantes com os princípios e as diretrizes adotados na legislação básica do SUS e nos atos normativos e administrativos que o regulamentam. Sendo assim, este manual pretende apoiar a elaboração do PMS, propondo uma sistematização das etapas deste processo em 12 passos orientadores. 3 Região de saúde é o “espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas, sociais, redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados (...)” (BRASIL, 2011). No caso do estado da Bahia, optou-se por manter a divisão político-administrativa das microrregiões, de modo que o estado está organizado em 28 regiões de saúde. 4 A construção do PMS em consonância com os demais instrumentos de planejamento municipal é um desafio, permitindo a compatibilização dos instrumentos, do ponto de vista metodológico e orçamentário, uniformizando objetivos, metas e ações do governo. 9 Em relação aos aspectos conceituais e metodológicos, as orientações para elaboração do PMS aqui apresentadas baseiam-se no planejamento com enfoque situacional, originalmente proposto por Carlos Matus (1987) 5. A proposta ora aqui apresentada toma como ponto de partida a análise da situação de saúde do município, por meio da identificação, explicação e priorização dos principais problemas do estado de saúde da população e do sistema de saúde municipal, para que os atores sociais definam os objetivos e tracem as ações e metas necessárias ao enfrentamento destes problemas. Por fim, é importante ressaltar que a elaboração do PMS seja concretizada por meio de oficinas de trabalho que envolvam os diferentes atores sociais (APÊNDICES C, D e E). SITUAÇÃO é entendida como um conjunto de problemas identificados, descritos e analisados na perspectiva de um determinado ator social. PROBLEMA é algo considerado fora dos padrões de normalidade para um ator social. Por sua vez, ATOR SOCIAL é uma pessoa, um grupamento humano ou instituição que, de forma transitória ou permanente, é capaz de agir, produzindo fatos na situação. (TEXEIRA, 2010) 5 A proposta conceitual e metodológica desenvolvida por Carlos Matus e intitulada de “Planejamento Estratégico Situacional” é aplicável a qualquer caso em que haja uma situação de conflito, que os atores possam agir democraticamente, exercendo um poder compartilhado (MATUS, 1989, 1993). Esta proposta reconhece a existência de múltiplos atores, adotando uma visão policêntrica que supõe a combinação de ações estratégicas e comunicativas, visando à construção de consensos acerca dos problemas a enfrentar, dos objetivos a alcançar e das ações a desenvolver para alcançá-los (TEIXEIRA, 2010). 10 1º PASSO – Definição da equipe de trabalho para elaboração do Plano Municipal de Saúde A formação de uma equipe técnica responsável pela elaboração do PMS deve ser a primeira medida adotada pelo gestor municipal, objetivando a garantia de uma organização metodológica do processo e o envolvimento de profissionais de diversos setores, como os técnicos dos sistemas de informação em saúde, os trabalhadores vinculados aos setores administrativo e financeiro, os profissionais da vigilância em saúde e da Atenção Primária, entre outros, a depender da realidade de cada município. Sugere-se que a composição da equipe de trabalho deve ser legitimada por meio de portaria interna da secretaria municipal de saúde, conforme modelo de portaria (APÊNDICE A). Sugere-se também que a elaboração do plano de trabalho da equipe constituída, com detalhamento em cronograma das atividades a serem realizadas e de seus respectivos prazos, no âmbito de cada passo. Cabe destacar que os profissionais responsáveis pela condução do processo de elaboração do PMS poderão atuar ora como participantes, ora como facilitadores ou condutores das oficinas. Além disso, a equipe deve se apropriar dos documentos construídos nos períodos de gestão anteriores, como por exemplo o PMS, o Plano Plurianual (PPA), o Relatório de Gestão (RG) e o Relatório da última Conferência de Saúde. 2º PASSO – Elaboração da Análise da Situação de Saúde (ASIS) A Análise da Situação de Saúde (ASIS) consiste no processo de identificação, explicação e priorização dos problemas e das necessidades de saúde da população em um determinado território (MATUS, 1991). Em relação aos conceitos e métodos da ASIS, sugere-se a adoção do enfoque por problemas proposto por Carmem Teixeira (2001), que considera três acepções do termo saúde (TEIXEIRA, 2001): a. Saúde como direito, inerente à vida, constitucionalmente assegurado a todos como dever do Estado, fato que remete a uma dimensão positivada do direito fundamental à saúde; b. Saúde como estado de saúde da população, noção que remete à coleta, ao processamento e à análise de dados clínico-epidemiológicos que permitam a caracterização do perfil epidemiológico de uma determinada população, no nível local, municipal, estadual ou nacional, e; c. Saúde como sistema de serviços de saúde, cujos problemas identificados podem ser organizados segundo os componentes do 11 sistema (OMS, 1975), explicitados no diagrama apresentado na caracterização do sistema municipal de saúde. Dessa forma, uma análise de saúde deve partir da compreensão de problemas de saúde, considerando-se as dimensões jurídica, sanitária e estrutural do setor saúde, conforme ratificado pela Lei Complementar nº 141/2012, em seu art. 30, que estabelece a necessidade de se traçar o perfil epidemiológico, demográfico e socioeconômico. Portanto, para subsidiar a identificação dos problemas e das necessidades de saúde da população do seu município, a equipe de trabalho constituída deverá caracterizar o perfil da população e seus aspectos epidemiológicos, bem como o sistema municipal de saúde. Recomenda-se ainda no processo de elaboração da ASIS a descrição do desempenho dos indicadores do SISPACTO6 no município, dada a continuidade das pactuações no transcorrer do processo de transição até o estabelecimento dos Contratos Organizativos da Ação Pública (COAP). Por conseguinte, a partir das informações levantadas, a equipe de trabalho procederá a identificação e explicação dos problemas, do sistema e dos serviços de saúde. 1. Caracterização das condições de vida da população e seus aspectos epidemiológicos a) Perfil demográfico, ambiental, socioeconômico, político e cultural: · Perfil demográfico: corresponde à sistematização e análise do conjunto de informações relativas às variáveis demográficas. Por exemplo, número de habitantes com distribuição por sexo, faixa etária e local de residência (urbana/rural); fluxo de migração; crescimento populacional; taxa de fecundidade; esperança de vida ao nascer; índice de envelhecimento, dentre outros. Nota: Estes dados encontram-se disponíveis no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e da Diretoria de Informação em Saúde (DIS/SESAB). . ü http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm ü ü http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02 http://www1.saude.ba.gov.br/dis/indicadoresDemografia.html 6 Sistema informatizado do Ministério da Saúde destinado ao registro da das diretrizes, objetivos, metas e indicadores pactuados entre os gestores de saúde dos três entes federativos. 12 · Condições ambientais: relacionam-se ao abastecimento de água; coleta de lixo e dejetos; esgotamento sanitário; condições de habitação; acesso a vias de transporte, segurança e lazer, configurando o acesso aos chamados “meios de consumo coletivo”. Nota: Estes dados encontram-se disponíveis no site do IBGE e DATASUS: ü http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1, ü http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02 · Condições socioeconômicas: dados acerca do nível educacional da população; inserção no mercado de trabalho (empregado ou desempregado); tipo de ocupação; nível de renda, dentre outras. Nota: Estes dados encontram-se disponíveis no site do IBGE e DATASUS: ü http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1, ü http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02 · Aspectos políticos e culturais: processo de ocupação do território; história do município; hábitos de vida, comportamentos, desejos, interesses e necessidades da população; manifestações culturais tradicionais; formas de organização social, religiosa e política, dentre outros. Nota: Para resgatar os aspectos locais, políticos e culturais, utilizam-se como fonte de dados pesquisas históricas sobre o município, literatura regional, levantamento de material em ONGs, entrevistas e oficinas com a própria população. b) Perfil epidemiológico: As principais informações epidemiológicas a serem consideradas na ASIS referem–se à mortalidade por grupo de causas (doenças infecciosas, crônicas degenerativas e causas externas), à morbidade, à identificação de grupos vulneráveis (por exemplo, população indígena, grupos assentados, quilombolas) ou de necessidades que demandam intervenções específicas (aspectos da alimentação e nutrição da população, programa de atividade física, vítimas de acidentes e violência, saúde do trabalhador, dentre outros). 13 Nota: estes dados encontram-se disponíveis nos sites do DATASUS e na sessão da Diretoria de Informações da SESAB. ü http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02 ü http://www.suvisa.ba.gov.br/ Os principais sistemas de informação em saúde com informações epidemiológica são: Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e o Sistema de Informações Ambulatoriais e Hospitalares (SIA/SIH), o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). Recomenda-se que, quando possível, os dados sejam desagregados segundo raça/cor, sexo e faixa etária. Para uma melhor organização e visualização das informações coletadas é necessária a construção de mapas, quadros, tabelas e/ou gráficos, brevemente analisados por meio de comentários acerca da tendência apresentada. 2. Caracterização do sistema municipal de saúde A caracterização do sistema municipal de saúde engloba a análise e descrição dos seus componentes, contemplando a gestão, sua organização, sua infraestrutura, a produção/prestação de serviços e seu financiamento (KLECSKOWSKY, 1984) (FIGURA 1). Para caracterizar estes componentes, recomenda-se a utilização dos descritores explicitados abaixo. · Gestão: corresponde à identificação das bases jurídicas e políticas do município, sua estrutura organizacional, seus processos de gestão (planejamento, gestão do trabalho, educação permanente, informação em saúde, descentralização, regionalização, cooperação com outras esferas de governo e participação nas Comissões Intergestores – CIR/CIB/CIT) e a participação social (articulação entre os gestores e os conselhos de saúde, funcionamento dos conselhos e a realização das conferências municipais de saúde). Nota: Estes dados encontram-se disponíveis nos sites do Observatório da Comissão Intergestora Regional (CIR) e da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), acesso como visitante. ü http://www1.saude.ba.gov.br/obr/ ü http://www1.saude.ba.gov.br:8080/CIB/sgd.jsp · Organização: corresponde à descrição das formas de organização dos serviços existentes nos vários níveis de atenção (atenção primária, urgência e 14 emergência, atenção psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar, e vigilância em saúde7 ) e à articulação dos setores (intrasetorial, intersetorial e intersetorial). Nota: estes dados encontram-se disponíveis no site do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES): ü http://cnes.datasus.gov.br/ · Infraestrutura: corresponde à descrição da localização (anexar e/ou construir mapa do município com distribuição geográfica dos serviços de saúde), das condições físicas dos estabelecimentos de saúde disponíveis (número de consultórios por unidade, número de leitos distribuídos por clínicas e hospitais, dentre outras), da distribuição e utilização de recursos humanos (quantificar e analisar a suficiência de profissionais por categoria, quadros de lotação de pessoal por estabelecimentos de saúde, qualificação profissional, jornada de trabalho, tipo vínculo empregatício, dentre outros.), dos materiais e recursos logísticos (equipamentos especializados e de maior complexidade, número de carros disponíveis, número de computadores, dentre outros) e dos projetos de investimento. · Produção/prestação de serviços: corresponde à descrição dos estabelecimentos de saúde (públicos e privados) e sua acessibilidade, aos tipos de serviços (posto de saúde, laboratórios, hospitais) e seus fluxos de atendimento8 (sistema de referência e contra referência). Nota: Estes dados encontram-se disponíveis nos sites do DATASUS e na sessão da Diretoria de Informações da SESAB. ü http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02 ü http://www.suvisa.ba.gov.br/ · Financiamento: corresponde à descrição do orçamento destinado à saúde (transferências entre as esferas de gestão, gasto público total, execução orçamentária e financeira por bloco de financiamento do SUS); e do fundo de saúde (critérios e regulamentação do financiamento). 7 Na medida do possível, é interessante considerar o desenho de “redes de atenção” proposto pelo decreto nº 7508/2011 para orientar a análise. 8 Este item diz respeitos aos fluxos de atendimento desenvolvidos pelos setores de regulação assistencial. Sugere-se um cuidado especial, pois a definição dos mesmos tem relação com a “pactuação” que se estabelecerá no processo de planejamento regional integrado e que estará expressa nos Contratos Organizativos da Ação Pública (COAP) de cada região de saúde. 15 Nota: estes dados encontram-se disponíveis nos sites do Fundo Nacional de Saúde (FNS), do DATASUS, e do SIOPS: ü http://www.fns.saude.gov.br/ ü http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=03 ü http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/texto/7059/909/Indicadores.html No atual contexto de implantação do Decreto nº 7.508/2011, uma das importantes ferramentas que poderá subsidiar a caracterização do sistema municipal de saúde é o Mapa da Região de Saúde. Este mapa pretende apresentar a distribuição espacial dos recursos humanos, serviços ofertados (públicos e privados) e das ações de saúde, considerando a capacidade instalada existente e os investimentos financeiros na região. 16 Figura 1: Componentes do sistema de saúde com seus respectivos descritores Prestação de serviços: Relação oferta/demanda; Volume; Tipo; Cobertura; Acessibilidade; e Qualidade dos serviços prestados. Gestão: Base jurídica política; Estrutura Organizacional; Descentralização; Processos de gestão; Participação social. Organização: Financiamento: Formas de organização dos serviços existentes nos vários níveis de atenção e/ou dimensões do cuidado em saúde; Articulação intra institucional, intersetorial interinstitucional. Transferências entre as esferas de gestão, gasto público total, execução orçamentária e financeira, fundo de saúde e regulamentação do financiamento. Volume, distribuição e utilização de recursos orçamentários e financeiros. Infraestrutura: Rede física; Distribuição e disponibilidade recursos humanos, materiais e logísticos, projetos de investimento. Fonte: Klecskowsky (1984), adaptado do Manual de Apoio à elaboração de Planos Municipais de Saúde (BAHIA, 2010). 3) Descrição do desempenho dos indicadores do SISPACTO no município Corresponde a construção de uma série histórica contendo os resultados dos indicadores do SISPACTO, disponíveis no site http://portalweb04.saude.gov.br/sispacto/, dos últimos anos e as respectivas metas municipais, estabelecendo-se um comparativo com as metas estaduais e nacionais. 17 A descrição desta série histórica revela informações sobre o estado de saúde da população e o sistema municipal de saúde, podendo orientar a decisão do gestor em torno das prioridades a serem negociadas com o conselho municipal de saúde. Nesse sentido, sugere-se a utilização da planilha com o modelo da série histórica (APÊNDICE B). 4) Identificação e explicação dos problemas de saúde A definição de problema de saúde adotada neste manual refere-se aos riscos à saúde, às formas de adoecimento e morte da população (problemas do estado de saúde da população) e à organização e ao funcionamento do sistema de saúde (problemas do sistema e serviços de saúde) (VILASBÔAS, 2004). A identificação de problemas de saúde e a explicação abrangente sobre uma dada situação têm como objetivo elucidar as alternativas de intervenção para resolvê-los ou controlá-los (MATUS, 1991). Para tanto, sugere-se a realização da Oficina 01: Identificação e explicação dos problemas (APÊNDICE C) para compor uma lista dos problemas do estado de saúde da população, do sistema e dos serviços de saúde, a partir das informações já levantadas nos itens anteriores. Na descrição dos problemas do estado de saúde da população, deve-se considerar a contribuição da epidemiologia, implicando a definição do que (problema), de quando, de onde e de quem (grupos sociais) são afetados pelos problemas. § § § § O que: óbitos, doenças, agravos, riscos e outras necessidades de saúde; Quem: grupos etários, sociais e étnicos distintos em função das condições de vida, gênero e saúde; Onde: local onde acontece; Quando: recorte temporal (problemas atuais e potenciais). Por exemplo: Elevada taxa de mortalidade (o que) infantil (quem) no município de Paraíso (onde), no ano de 2012 (quando). Os problemas relacionados ao sistema e aos serviços de saúde podem ser descritos considerando sua insuficiência, má utilização ou má distribuição de recursos (físicos, materiais, humanos, informação ou poder), sua inadequação (organizacional) ou insuficiência de capacidade de gestão (de governo) para se garantir o alcance dos objetivos pretendidos pelas políticas de saúde (TEIXEIRA; VILASBÔAS; JESUS, 2010). 18 § O que: insuficiência, má utilização, má distribuição, inadequação, dentre outros; De que: infraestrutura, gestão, financiamento, organização e prestação de serviços. Onde: local onde acontece (sistema, serviço, município, dentre outros.); § Quando: recorte temporal (problemas atuais e potenciais). § § Ex: Baixa cobertura (o que) da Estratégia de Saúde da Família (de que/de quem) no município de Paraíso (onde), no ano de 2012 (quando). Para explicação de cada um dos problemas listados, sugere-se a utilização da árvore de problemas9 (FIGURA 2), recurso pedagógico simples que facilita a identificação dos fatores (causas e consequências) que influenciam na ocorrência do problema. Figura 2: Árvore de problemas FONTE: BAHIA (2009). Para explicar o problema central, a equipe de trabalho deve identificá-lo como o “tronco da árvore” e após um intenso processo de discussão, colocam-se os problemas dele derivados, que são os efeitos ou as consequências, formando a copa da árvore. Abaixo 9 No âmbito da Saúde Coletiva, diversos modelos explicativos têm sido elaborados para a identificação das causas e das possíveis consequências dos problemas de saúde. A sugestão da árvore de problemas coaduna com o referencial adotado e com outros métodos consagrados no âmbito nacional e internacional a exemplo, da Matriz do Marco Lógico e do Planejamento (KELLOGG, 2004) e Programação Local em Saúde (VILASBÔAS, 2004). 19 do problema central são colocados suas causas, razões ou seus fatores geradores, formando as raízes da árvore. A construção da árvore de problemas deve retratar a complexidade da realidade local. Por isso, é importante considerar o conhecimento dos diversos participantes, pois cada um apresentará experiências distintas e concretas relacionadas tanto ao sistema de saúde do seu município quanto às condições de vida da população. Recomenda-se a utilização de planilhas para representar a árvore, conforme no exemplo ilustrado abaixo (QUADRO 1). Quadro 1 – Quadro representativo da árvore de problemas explicitando as consequências e causas de um problema central hipotético. Consequências Problema Central Causas Os produtos sugeridos e construídos na ASIS, resultantes da caracterização das condições de vida da população e dos seus aspectos epidemiológicos, do sistema municipal de saúde, da descrição do desempenho dos indicadores do SISPACTO no município, da identificação e explicação dos problemas de saúde e do sistema e dos serviços de saúde, deverão ser encaminhados ao CMS para validação. 3° PASSO – Apresentação do resultado parcial da ASIS ao Conselho Municipal de Saúde (CMS) para validação Os Conselhos Municipais de Saúde devem atuar na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde do município, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros (BRASIL, 1990b). Desse modo, faz-se necessária a validação por parte do CMS do resultado parcial da ASIS, além da sua participação ativa nas etapas subsequentes de priorização dos problemas e da definição das diretrizes do PMS, em conjunto com a equipe técnica responsável. O processo de validação consiste na apresentação da ASIS ao CMS para que os conselheiros, em sessão específica, e preferencialmente em discussão com a equipe técnica, analisem o documento e proponham as alterações que julgarem necessárias. É interessante que os conselheiros busquem a confirmação das informações nas fontes de dados utilizadas para construção da análise, posicionando-se a cerca da 20 pertinência dos problemas identificados ante as necessidades de saúde por eles reconhecidas. A validação proposta neste momento tem por objetivo atender a dois requisitos legais: 1) Conferir transparência e visibilidade ao trabalho realizado pela equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde; 2) Consolidar o controle social, envolvendo os diversos atores sociais nas etapas do planejamento das ações de saúde do município, e não apenas na aprovação do documento final. 4º PASSO – Priorização dos problemas identificados na ASIS De posse da relação dos problemas identificados, explicados e validados, inicia-se a priorização dos problemas de saúde a serem enfrentados pela gestão municipal, o que consiste na escolha dos problemas cujas intervenções deverão ser mais intensificadas. Este é um procedimento necessário dado o caráter ilimitado dos problemas e a insuficiência dos recursos para o enfrentamento simultâneo de todos os problemas (BAHIA, 2009). Priorizar não significa descartar problemas, mas sim decidir acerca daqueles que serão enfrentados primeiro, processo que implica a ordenação dos problemas listados segundo certa hierarquia, que se alcança mediante a aplicação de alguns critérios metodológicos (BAHIA, 2008). Sugere-se que a determinação de prioridades transcorra de forma participativa, resultando do debate e da negociação, considerados os pontos de vista dos diversos atores acerca dos problemas e das oportunidades de ação. Entretanto, a utilização de critérios objetivos é defendida pelos teóricos do planejamento, que preconizam uma racionalidade técnica, articulada à racionalidade política dos atores sociais participantes do processo. Os critérios técnicos mais comumente utilizados para a priorização dos problemas do estado de saúde da população decorrem do método CENDES-OPS (OPAS, 1965; TEIXEIRA, VILASBÔAS & JESUS, 2010), conforme apresentado no diagrama abaixo. Sugere-se para a concretização deste passo a realização da Oficina 02: Priorização dos problemas identificados (APÊNDICE D). 21 Relevância: grau de importância do problema. Urgência: intensidade da ameaça que representa à estabilidade do sistema. Factibilidade: disponibilidade de recursos técnico-administrativos e financeiros para a execução das ações previstas para seu enfrentamento. Viabilidade: capacidade política, técnica e gerencial para o desencadeamento das ações necessárias ao enfrentamento dos problemas. Os critérios técnicos mais comumente utilizados para a priorização dos problemas do sistema e serviços de saúde decorrem do campo da administração estratégica (VILASBÔAS, 2004; TEIXEIRA, VILASBÔAS & JESUS, 2010), conforme apresentado no diagrama abaixo. Magnitude: tamanho do problema. Transcendência: importância política, cultural e técnica que é dada ao problema considerado. Vulnerabilidade: existência de conhecimento e recursos materiais para enfrentar o problema. Custos: quanto custa em termos de recursos financeiros para enfrentar o problema. Para o processo de identificação dos problemas prioritários, propõe-se a atribuição de pontos a cada critério supracitado, de forma que a somatória dos pontos obtidos em cada um dos critérios definirá a nova ordenação da lista de problemas, em ordem decrescente de pontos. 5º PASSO: Definição das Diretrizes do PMS As diretrizes são formulações que indicam as linhas de ação a serem seguidas. São expressas objetivamente, sob a forma de um enunciado síntese que visa delimitar a estratégia geral e expressar as prioridades do Plano de Saúde (BRASIL, 2009). A racionalidade técnica utilizada no momento da priorização dos problemas deve estar sempre articulada à racionalidade política dos atores sociais participantes do processo, uma vez que os problemas são priorizados também em consonância com as diretrizes 22 de governo para a saúde traçadas pela gestão10 e pelo CMS11. As diretrizes devem orientar a formulação do PMS, devendo expressar as direcionalidades gerais das políticas de saúde na gestão do sistema municipal, que estarão vinculados aos objetivos, metas e ações do governo para o setor. Para tanto, a gestão, a equipe de Trabalho do PMS e os conselheiros de saúde devem também levar em consideração: · · · · As propostas da gestão municipal para o setor saúde contidas no projeto político de governo e no Plano Plurianual (PPA) do município; As propostas aprovadas na plenária final das Conferências de Saúde, contidas nos relatórios das últimas conferências municipal, estadual e nacional; As diretrizes estaduais para a saúde contidas no Plano Estadual de Saúde em vigor; As diretrizes nacionais para a saúde elaboradas pelo Conselho Nacional de Saúde, contidas no Plano Nacional de Saúde em vigor. No sentido de facilitar a articulação entre as diretrizes propostas e a previsão orçamentária do Plano, sugerimos que a formulação das diretrizes do PMS guarde relação com os Blocos de Financiamento do SUS (Atenção Básica, Atenção de Média e Alta Complexidade, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica e Gestão do SUS), tendo em vista que é importante que as mesmas também expressem, no seu enunciado, os princípios doutrinários e organizativos do SUS. A correspondência com os Blocos visa contribuir para a construção da viabilidade financeira das ações que estão sendo planejadas. Entretanto, a correspondência não é necessariamente direta, a ponto de cada diretriz ter apenas um Bloco de Financiamento correspondente. Alguns problemas prioritários muitas vezes podem estar relacionados a mais de um Bloco de Financiamento. 6º PASSO - Formulação dos Objetivos, Metas e Ações do PMS Para planejar a intervenção sobre os problemas priorizados é preciso traçar os objetivos almejados, suas metas e as ações necessárias para alcançar os resultados esperados. Portanto, este é um importante passo que resulta na programação detalhada do que deverá ser realizado nos quatros anos de vigência do plano. Para este momento, propõe-se que seja desenvolvida a Oficina 03: Formulação dos objetivos, metas e ações (APÊNDICE E), preferencialmente com os mesmos participantes da oficina 01. 10 Projetos de Governo dos municípios, Política Estadual de Saúde e Política Nacional de Saúde. 11 Diretrizes propostas pelas Conferências Municipais de Saúde, validadas pelos CMS, conforme estabelecido no Decreto nº 7508/11. 23 OBJETIVOS: expressam o que se pretende fazer acontecer a fim de superar, reduzir, eliminar ou controlar os problemas identificados. METAS: são expressões quantitativas de um objetivo, elas concretizam o objetivo no tempo, esclarecem e quantificam “o que”, “para quem”, “quando”. AÇÕES: são as atividades ou iniciativas concretas a serem desenvolvidas e que deverão contribuir para o alcance dos objetivos e das metas propostas no Plano de Saúde. (BRASIL, 2009) Recomenda-se que os objetivos sejam construídos por meio da árvore de objetivos, que se traduz na positivação da árvore de problemas, ou seja, para cada problema central apresentado deverá ser proposto um objetivo geral (FIGURA 3). As causas do problema devem ser convertidas em objetivos específicos e as consequências em resultados esperados, os quais visam ao impacto na melhoria do sistema e do estado de saúde da população medido por meio de indicadores de saúde. Daí destaca-se a necessidade de uma explicação ampla dos problemas identificados a fim de subsidiar a definição dos objetivos (geral e específico), das metas e ações necessárias ao seu enfrentamento, conforme exemplificado no apêndice E. Figura 3 - Correspondência entre a árvore de problemas e a árvore de objetivos 24 Fonte: Adaptado por Abreu-de-Jesus & Barbosa, 2009. Cada diretriz deverá guardar correspondência com o objetivo geral e a partir dos objetivos específicos serão formuladas as metas e ações que representam o que é necessário fazer para cumprir os objetivos específicos, bem como a definição dos responsáveis12 pela condução e execução das ações. Dessa forma, com a especificação desses elementos é possível conformar o módulo operacional, ilustrado no quadro. O módulo operacional corresponde à definição do conjunto de tecnologias que serão acionadas para o enfrentamento do problema e atendimento às necessidades de saúde da população (TEIXEIRA, 2010), cuja sistematização resulta em planilhas contendo objetivos, metas, ações e responsáveis de cada diretriz do plano. Quadro 2: Módulo operacional do Plano Municipal de Saúde DIRETRIZ : OBJETIVO GERAL: Objetivo Específico Metas Ações Responsáveis 1. n. 7º PASSO – Análise da viabilidade das ações do PMS Na construção deste passo é importante levantar todas as facilidades e dificuldades que podem interferir positivamente ou negativamente nas ações planejadas. Para orientar este levantamento, devemos considerar os três componentes de análise: político, técnico-operacional e econômica, expressos em perguntas para orientar a identificação das facilidades e dificuldades de cada ação planejada. 12 Sugere-se que seja adotada a perspectiva do setor responsável, considerando que a alta rotatividade dos profissionais nas equipes de gestão do SUS é ainda uma realidade em grande parte dos municípios. 25 Viabilidade política refere-se à disponibilidade de recursos de poder, ou seja, a capacidade de decisão, negociação e articulação dos atores políticos 1; Viabilidade técnico-operacional: relaciona-se à disponibilidade de recursos materiais, humanos e tecnológicos, e à competência técnica das equipes de trabalho no manejo de informações/conhecimento e tecnologias para operacionalizar a ação planejada; Viabilidade econômica: remete à disponibilidade e suficiência de recursos financeiros e orçamentários, e à autonomia do gestor da saúde em movimentar o Fundo Municipal de Saúde (FMS). (TESTA, 1992; BAHIA, 2001; MATUS, 2006; TEIXEIRA, 2010), A análise de viabilidade das ações pode ser conduzida a partir das seguintes perguntas: · Viabilidade Política: Existe anuência do gestor na execução da ação? Existe articulação intra e intersetorial para execução da ação? Existe concordância (TEIXEIRA, 2010) do Conselho Municipal para a execução da ação? · Viabilidade Técnico-operacional: Existe a infraestrutura (recursos materiais, humanos e tecnológicos – inclusive tecnologia da informação – para executar a ação)? Existe pessoal preparado e motivado para executar a ação? · Viabilidade Econômica: O Secretário de Saúde é o gestor do Fundo Municipal de Saúde? O recurso necessário para a execução da ação está previsto no PPA? O recurso financeiro disponível é suficiente para a execução da ação? Dadas as perguntas orientadoras, propõe-se a construção de uma matriz (QUADRO 3) que organize todas as ações por diretrizes traçadas, identificando as facilidades e dificuldades que, por conseguinte, subsidiarão a construção das medidas necessárias. Tais medidas se caracterizam como estratégias que devem ser desenvolvidas na direção de potencializar as facilidades e superar as dificuldades. Quadro 3 – Matriz síntese da análise de viabilidade, considerando-se as facilidades e dificuldades de cada ação proposta. DIRETRIZ: OBJETIVO GERAL: Ação Facilidades Dificuldades Medidas Necessárias 1. n. FONTE: VILASBÔAS, 2004 (adaptado). 26 O manejo das medidas necessárias é de competência do gestor e sua assessoria direta, constituindo uma espécie de “agenda estratégica” que, a priori, não deve compor o documento final do PMS. Em suma, este passo possibilita a construção de estratégias, permitindo uma análise da viabilidade de cada ação e consequentemente do PMS. 8º PASSO – Elaboração da previsão orçamentária do PMS A previsão orçamentária no PMS está diretamente relacionada à sua viabilidade financeira, pois corresponde à identificação dos recursos necessários para execução das ações definidas para cumprimento dos objetivos do PMS. Portanto, trata-se de um detalhamento da viabilidade financeira descrita no passo anterior. O Plano Plurianual13 (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias14 (LDO) e a Lei Orçamentária Anual15 (LOA) são as fontes de informações necessárias para subsidiar esta elaboração. Neste momento é de fundamental importância que os técnicos responsáveis pela elaboração tenham em mãos a cópia do PPA do município do período correspondente ao PMS. Sendo interessante que, se possível, as discussões para definição de diretrizes, objetivos, metas e ações do PMS tenham sido articuladas com as definições das diretrizes, programas e ações do PPA. Na identificação dos recursos financeiros disponíveis torna-se necessário considerar sua origem e natureza, de forma a listar os recursos oriundos das três esferas de gestão do SUS. Além dos recursos provenientes do município (próprios do tesouro, recursos de financiamentos ou empréstimos), consideram-se também os recursos federal e estadual transferidos ao Fundo Municipal de Saúde (FMS), por meio dos Blocos de Financiamento do SUS e os recursos transferidos através de convênios. No levantamento dos recursos financeiros necessários para cada módulo operacional é importante estimar se possível, as despesas com pessoal e outras despesas de custeio. Além disso, se a ação planejada prevê a ampliação de quadro de pessoal e implantação de novos serviços, deve-se verificar se estas despesas já estão contempladas no elenco de despesas totais de pessoal e custeio, considerando sua 13 O PPA do município contém a programação de quatro anos de todas as áreas da atuação governamental e as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e é a base de orientação para a elaboração da LDO e da LOA. 14 A LDO se configura no instrumento de governo que estabelece as metas e as prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro dos quatro anos de governo, em consonância com o PPA. 15 A LOA é o orçamento propriamente dito, ou seja, a previsão de todas as receitas e autorização das despesas públicas anuais, apresentadas de forma padronizada e com várias classificações de cada esfera de governo. 27 agregação em um programa específico. As eventuais despesas com investimentos (obras, instalações, compra de equipamento e material permanente) podem ser calculadas e incorporadas ao montante de recursos necessários para o desenvolvimento das ações de cada diretriz. A segunda etapa a ser considerada neste passo refere-se à identificação dos recursos orçados no PPA, fazendo sua correlação com as diretrizes, objetivos, metas e ações definidas no PMS. Neste momento, deve-se levar em consideração a apresentação dos recursos no PPA, o que depende da metodologia de formatação adotada pelo município. Normalmente os recursos do PPA são agregados por diretrizes ou programas, contendo informações mais detalhadas apresentadas em anexos por função1 6 e subfunção17 . As dificuldades encontradas para identificação desses recursos podem ser sanadas por meio da articulação da equipe de trabalho do PMS com a equipe responsável pela elaboração do PPA municipal. Propõe-se que seja construída uma planilha para realizar a correlação entre as diretrizes e ações formuladas para o PMS com as diretrizes e/ou programas e as ações orçadas no PPA municipal, conforme modelo sugerido no quadro 4. Neste momento é possível identificar as ações com previsão orçamentária, as ações com previsão orçamentária insuficiente e as ações sem previsão orçamentária, cumprindo parte da analise de viabilidade financeira. Consequentemente, identifica-se as eventuais lacunas a serem preenchidas com projetos de captação de recursos para áreas específicas ou com remanejamento de recursos entre as diversas áreas técnicas, quando do inicio do exercício financeiro. O apêndice F apresenta, como exemplo, o quadro preenchido com as informações retiradas do PMS e do PPA 2010 - 2013 do município de Salvador, com vista a facilitar o entendimento. 16 Refere-se ao maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. Trata-se da estrutura legal de classificação da despesa em setores de atuação do poder público, para fins de programação e orçamento. Exemplos: Justiça, Administração, Educação e Saúde, dentre outras (BAHIA, 2011). 17 Representa uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesa do setor público. As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas (BAHIA, 2011). 28 Quadro 4 – Identificação da correlação entre as ações do PMS e as ações orçamentárias do PPA municipal Diretriz PMS: Objetivo PMS: Diretriz / Linha de Ação / Programa PPA18: Objetivo PPA: Ação PMS Orçada PPA Descrição Sim Não Valor (em R$ 1.000,00) 1. n 9° PASSO – Monitoramento e avaliação do PMS O monitoramento e a avaliação do PMS contribuem para medir o impacto das políticas públicas e, consequentemente, as ações de saúde planejadas, permitindo uma indicação das mudanças necessárias para o alcance dos objetivos traçados. O monitoramento deve ser contínuo e em tempo eficaz para permitir uma rápida avaliação situacional e intervenção oportuna baseada na análise do desempenho dos indicadores. O INDICADOR é um índice que reflete uma situação determinada, a partir da relação entre variáveis, que permite medir mudanças e determinar o grau de cumprimento das metas (BRASIL, 2009). Sugere-se que o monitoramento e a avaliação das ações propostas no PMS sejam realizados por meio de uma matriz de acompanhamento de indicadores. Esta matriz deve conter, além dos indicadores relacionados às metas dos objetivos específicos, indicadores relacionados aos resultados esperados, que permitem avaliação do impacto das ações planejadas e não apenas o cumprimento das metas. A inclusão destes indicadores de impacto é uma importante medida para o monitoramento e avaliação das ações, pois podem refletir o estado de saúde da população do município. 18 A terminologia inscrita depende da metodologia de elaboração do PPA adotada no município. 29 Considerando que os municípios pactuam indicadores também no âmbito da Programação das Ações Prioritárias da Vigilância em Saúde (PAVS), no SISPACTO ou no COAP, é importante que todo este elenco de indicadores esteja incorporado ao PMS, quer relacionados às metas dos objetivos específicos quer aos resultados esperados. Para tanto, sugere-se a consolidação de Indicadores de saúde pactuados pela gestão municipal por diretriz do PMS (QUADRO 5), conforme exemplificado em apêndice G. Quadro 5 – Matriz dos Indicadores de saúde pactuados pela gestão municipal DIRETRIZ: OBJETIVO GERAL: Objetivos específicos / Resultados esperados Indicador Linha de Base Meta Fonte de Observações verificação 2013 2014 2015 2016 2017 Convém enfatizar, entretanto, que selecionar, pactuar e apresentar indicadores no PMS é apenas o início do processo de monitoramento e avaliação. A compreensão da sua importância para gestão do SUS implica que seja estabelecida uma sistemática para avaliar processualmente a evolução das ações planejadas. Os indicadores propostos para o PMS devem ser monitorados e avaliados quadrimestralmente, em atendimento a Lei Complementar n. 141/2012, para composição do Relatório de Prestação de Contas quadrimestral e ao final do exercício para a construção do Relatório Anual de Gestão (RAG), através do Sistema de Apoio a Construção do Relatório Anual de Gestão (SARGSUS), cuja obrigatoriedade foi instituída através da Portaria MS nº. 575 de 29 de março de 2012. Para tanto, sugerimos no apêndice H, duas matrizes, que apesar de não fazer parte do PMS, apoiam o processo de acompanhamento do desempenho quadrimestral (QUADRO 6) e anual (Quadro 7) dos indicadores. O acompanhamento periódico do PMS orienta o gestor na tomada de decisões, subsidiando o redirecionamento dos rumos das políticas e a revisão das ações estratégicas, sempre que necessário, conferindo dinâmica ao processo de 30 planejamento. É com base neste monitoramento que o gestor municipal deve elaborar o RAG e redefinir os objetivos e indicadores pactuados. A análise do desempenho dos indicadores por meio das matrizes propostas permite transparência e uma melhor visualização das metas pactuadas e das fontes que podem ser consultadas, viabilizando que além dos gestores, o CMS, os órgãos de controle externo da gestão, a auditoria do SUS e os próprios trabalhadores do sistema possam fiscalizar e acompanhar a execução do Plano. O resultados dos indicadores podem ser divulgados por meio de diversas formas (murais, boletins, relatórios, apresentação em reuniões com a comunidade, Conselho de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, rádio, auto-falante, jornal local, entre outras), e a sua disseminação regular contribui sobremaneira para ampliar o debate e a participação da sociedade sobre os rumos da política de saúde municipal. Encerrado o prazo de vigência do PMS é de fundamental importância que se proceda, por meio de um documento específico, a avaliação dos resultados alcançados, utilizando para isso os Relatórios Quadrimestrais e RAG. Esta avaliação deve contemplar uma análise acerca do processo geral de desenvolvimento do Plano, assinalando os avanços obtidos, os obstáculos que dificultaram o trabalho, bem como as iniciativas ou medidas a serem desencadeadas (BRASIL, 2009). A avaliação final deve, então, ser realizada a partir dos indicadores selecionados e contemplando as seguintes questões, relativas à execução do Plano de Saúde: · · · · · · Modificações na situação política, econômica, social e institucional do município e da região de saúde; Impacto das ações desenvolvidas sobre as condições de saúde da população; Alterações no funcionamento do sistema de saúde e no acesso a serviços e ações de saúde de acordo com os fluxos de atendimento na rede de serviços; Adequações dos mecanismos e instrumentos de gestão; Execução físico-financeira do orçamento e de ações; Demonstração do quantitativo de recursos financeiros próprios aplicados no setor saúde, bem como as transferências recebidas de outras instâncias do SUS. 31 10º PASSO - Apresentação do PMS ao Conselho Municipal de Saúde para apreciação e aprovação Após a elaboração da versão preliminar do PMS, a Equipe de Trabalho deverá apresentálo ao CMS para discussão e incorporação das últimas contribuições antes da aprovação e formatação final do documento. Desse modo, a gestão municipal estará atendendo o que determina as leis nº 8.142/90 e nº 141/2012 e o CMS estará cumprindo o seu papel de co-formulador das políticas de saúde no município. A versão preliminar do PMS pode ser apreciada em uma reunião específica do Conselho ou em seminário aberto à participação de lideranças comunitárias, dirigentes de outros órgãos da Prefeitura, profissionais de saúde e outros convidados. Para a aprovação do PMS sugere-se uma formalização através da publicação de uma resolução do CMS em órgão/veículo oficial de comunicação. 11º PASSO – Publicação da Resolução do CMS que aprova o PMS em órgão/veículo oficial de comunicação Cumprindo com o seu papel deliberativo, o Conselho Municipal de Saúde, além do registro em ata da reunião ordinária ou extraordinária para este fim, deve elaborar uma resolução em que aprova o Plano Municipal de Saúde e publicá-la em Diário Oficial (D.O.) do município, assegurando transparência ao processo e legitimidade do PMS. Caso o município não possua D.O., outro órgão ou veículo oficial de comunicação pode ser utilizado para dar publicidade à resolução ou da ata da reunião, como site da prefeitura, jornal local ou até quadro de avisos na Secretaria de Saúde e Prefeitura Municipal. A cópia dessa publicação deve ser anexada ao documento final por meio impresso ou digitalizado do Plano Municipal de Saúde e encaminhada oficialmente à Comissão Intergestores Regional (CIR), que encaminhará à Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e à Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (SESAB). No apêndice I deste manual consta um modelo de resolução do CMS. A resolução deve ainda ser homologada pelo Secretário Municipal de Saúde, no prazo máximo de trinta dias, após a data da aprovação pelo plenário do CMS. Neste prazo a referida resolução deve ser enviada ao Conselho Estadual de Saúde (CES) e Comissão Intergestores Regional (CIR) para conhecimento, de acordo com resolução CIB/Bahia . 32 12 º Formatação final do documento e divulgação do Plano Municipal de Saúde O documento oficial do PMS deverá ser formatado após a aprovação do CMS, de modo a incorporar as últimas contribuições dos conselheiros. Para tanto, a equipe de trabalho poderá reunir todo o material elaborado nos passos anteriores, organizando-os conforme sugestão a seguir: I. Capa – contendo o nome do documento, a identificação do município e o período de vigência do PMS; II. Contracapa – apresentando os gestores do município, a equipe de trabalho e os colaboradores da elaboração do PMS; III. Apresentação Na apresentação do Plano Municipal de Saúde devem ser descritos os aspectos legais, técnicos e políticos que motivaram e justificam a elaboração do Plano, seus objetivos geral e específicos, assim como o seu processo de construção (contexto político, atores envolvidos, metodologia utilizada, facilidades e dificuldades encontradas, dentre outros). Podem ainda ser citadas a data de aprovação do Plano Pelo Conselho municipal de Saúde, o número da resolução de aprovação emitida pelo CMS e a forma utilizada para publicizar a resolução. IV. Introdução A Introdução deve conter características gerais do município, apresentando de forma breve a história do município, seus aspectos geográficos (localização, unidade federativa e região de saúde a qual pertence, divisões e dimensões territoriais, clima, relevo, índice pluviométrico, etc), número de habitantes, base da economia, dentre outras informações julgadas necessárias, conforme as peculiaridades regionais. V. Análise da Situação de Saúde · Caracterização das condições de vida da população e seus aspectos epidemiológicos o o o o o Perfil demográfico Condições ambientais Condições socioeconômicas Aspectos políticos e culturais Perfil epidemiológico 33 · Caracterização do Sistema Municipal de Saúde o Gestão o Infra-estrutura o Organização o Produção/Prestação de Serviços o Financiamento · Desempenho dos indicadores do SISPACTO no município VI. Módulos Operacionais com as Diretrizes, Objetivos gerais, Objetivos Específicos, Ações, Metas do Plano Municipal VII. Quadro de indicadores VIII. Análise de viabilidade IX. Previsão Orçamentária X. Anexos – contendo a portaria de nomeação da equipe de elaboração do PMS; a resolução do CMS aprovando o PMS; lista de problemas, gráficos e tabelas da análise de situação de saúde, caso não componham o texto. O Plano municipal de Saúde, fruto de uma construção coletiva, deve estar prontamente disponibilizado em meio impresso e digital, divulgado no site da prefeitura ou em redes sociais, a fim de garantir maior transparência à gestão municipal. A divulgação do Plano é importante, sobretudo, para o envolvimento e co-responsabilização dos outros setores, dos profissionais de saúde e da população pela realização das ações e alcance das metas. 34 REFERÊNCIAS BAHIA. Manual Prático de Apoio a Elaboração de Planos Municipais de Saúde. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia: Salvador: SESAB, 2009. BAHIA. Manual de Orçamento Público. Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia. Superintendência de Orçamento Público: Salvador, 2011. BAHIA. Plano Estadual de Saúde. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia: Salvador, 2012. BAHIA. Oficinas Integradas do PES 2012-2015. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia: Salvador, 2012. BRASIL. Constituição (1988). 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XX/2013 “Designar os profissionais que irão compor a Equipe de Trabalho do Plano Municipal de Saúde de _______________ para o período 2014 - 2017.” O Secretário Municipal de Saúde de _________________, no uso de suas atribuições legais, e Considerando o disposto nos Artigos 198 e 200, da Constituição Federal de 1988, que definem os princípios de organização do Sistema Único de Saúde; Considerando a necessidade de elaboração do Plano Municipal de Saúde para o período 2014 a 2017, conforme estabelecido através das Leis nº. 8.080/90, nº. 8.142/90 e nº 141/2012; RESOLVE: Art. 1° - Designar os profissionais relacionados a seguir para compor a Equipe de Trabalho do Plano Municipal de Saúde de _____________________, para o quadriênio 2014 a 2017. a. (Nome) – (Cargo/função); b. (Nome) – (Cargo/função); Art. 2° - O grupo de trabalho ora criado será responsável por organizar e conduzir todo o processo de elaboração do Plano Municipal de Saúde, sob a Coordenação Geral de _____________________________________________. Art. 3º - Esta portaria entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas todas as disposições em contrário. Gabinete do Secretário, _____ de ________ de 2013. _______________________________ Secretário Municipal de Saúde 37 APÊNDICE B Planilha 1 – Exemplo de série Histórica com desempenho dos indicadores do SISPACTO do município de Salvador, Bahia INDICADORES 2008 Metas PROPORCAO DA POPULAÇÃO CADASTRADA PELA ESTRATEGIA SAUDE DA FAMILIA TAXA DE INTERNACOES POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL TAXA DE INTERNACAO POR DIABETES MELLITUS E SUAS COMPLICACOES NA POPULACAO DE 30 ANOS E MAIS PERCENTUAL DE CRIANCAS MENORES DE CINCO ANOS COM BAIXO PESO PARA IDADE (...) 2009 Result . Metas 30 12,74 12 2010 Result . Metas 30,00 11,12 9,51 12 4 2,46 5 7,95 2011 Meta Estadual Meta Nacional Result . 2011 2010 Unidade Result . Metas 35,00 17,23 30,00 14,61 60,71 52,75 % 12,3 4,70 4,67 4,50 4,50 5,50 - 1/10.000 12,00 12,13 1,78 1,84 1,77 1,53 7,00 - 1/10.000 5,0 2,64 7,00 4,75 6,00 4,11 4,40 5,4 % Fonte: SISPACTO 38 APÊNDICE C Roteiro para a Oficina 01: Identificação e explicação dos problemas Objetivo: Identificar, discutir e explicar os problemas do Estado de Saúde da População e do Sistema e Serviços de Saúde, a partir das informações levantadas na Análise da Situação de Saúde. Participantes: Para garantir a transversalidade, a transparência e a participação social no processo de construção do Plano Municipal de Saúde, é importante que as oficinas sejam compostas de diferentes atores sociais. A depender da estrutura e do porte do município, sugerimos a participação dos representantes descritos a seguir: § § § § § § § § Gestores do município; Técnicos da Secretaria Municipal de Saúde; Profissionais das Unidades de Saúde; Conselheiros Municipais de Saúde; Diretoria Regional de Saúde correspondente; Líderes comunitários; Representantes de Associações de Classe; Membros da academia (Faculdades/Universidades/Institutos). Dinâmica da Oficina: 1. Inicialmente a equipe de trabalho deve apresentar ao grupo as informações levantadas acerca da caracterização da população e do seu estado de saúde e as informações do sistema e serviços de saúde do município. 2. A depender do número de pessoas, a equipe de trabalho deve solicitar que os participantes, individualmente ou em grupo menores, levantem 03 problemas do estado de saúde da população e 03 problemas do sistema de saúde, a partir das informações apresentadas. 3. A formulação dos problemas deve contemplar a definição do que (problema), de quem (grupos sociais) ou de qual (sistema e serviços) são afetados pelos problemas e do quando e do onde acontecem. 4. A seguir, cada grupo ou participante deve apresentar os problemas levantados e a equipe de trabalho deve reunir todos os problemas em duas listas (conforme planilhas abaixo) referentes ao estado de saúde da população e ao sistema e serviços municipal de saúde. 39 Planilha 2.1 – Exemplo de lista de problemas do Estado de Saúde da População Nº 01 n Problema (o que, quem, onde, quando) Elevada taxa de mortalidade infantil no município de Paraíso, no ano de 2012. Planilha 2.2 – Exemplo de lista de problemas do Sistema e dos Serviços de Saúde Nº 01 Problema (o que, qual, onde, quando) Baixa cobertura de Estratégia de saúde da família no município de Paraíso, no ano de 2012. n 5. Os participantes devem fazer uma revisão da lista de modo que o enunciado de cada problema apresente as informações (o que, quem/qual, onde e quando) necessárias à sua explicação. É importante, na medida do possível, que o enunciado de cada problema contemple uma linguagem epidemiológica para os problemas de saúde e uma linguagem administrativa para os problemas do sistema e serviços de saúde. 6. A equipe de trabalho e os participantes da oficina deverão explicar cada um dos problemas utilizando a árvore de problemas. O grupo deverá refletir, discutir e elencar as principais causas (raízes) do problema central e suas principais consequências (frutos), preenchendo a quadro 1, conforme exemplo em planilha 2.3. Quanto mais “raízes” e “frutos” tiver a árvore, maior é a amplitude do problema correspondente. Planilha 2.3 – Exemplo da explicação de um problema do sistema de saúde por meio da árvore de problemas Consequências Problema Central Causas População do município desassistida pela Atenção Primária; Deslocamento da população para atendimento em hospitais vizinhos da região; Impacto negativo sobre o sistema e serviços de saúde (filas, superlotação, sobrecarga financeira, entre outros.); Unidades de Saúde da Família com prestação de serviços centrada no pronto-atendimento; Número insuficiente de salas de vacina; Número insuficiente de farmácias básicas; Aumento da taxa de morbimortalidade por doenças imunopreveníveis; Aumento das internações hospitalares por condições sensíveis à Atenção Primária. Baixa cobertura de Estratégia de saúde da família no município de Paraíso, no ano de 2012. Ausência de investimentos em infraestrutura na Atenção Primária, com ênfase na estratégia de Saúde da Família (financiamento); Número insuficiente de USF no município (infraestrutura); Número insuficiente de profissionais vinculados às equipes de Saúde da Família (infraestrutura); Inexistência de uma política municipal de Atenção Primária articulada à proposta da estratégia de saúde da família (gestão e organização). 40 7. Ao final da atividade, é importante que o grupo faça uma avaliação dos problemas e necessidades explicados e transpostos para a planilha, atentando para o fato de que alguns problemas identificados poderão, no momento da explicação, passar a compor as causas de um problema central de maior amplitude. 8. O resultado parcial da análise de situação de saúde composto pelas informações da caracterização do estado de saúde da população e do sistema e serviços de saúde e as planilhas com os problemas, deve ser encaminhado ao Conselho Municipal de Saúde para validação. 41 APÊNDICE D Roteiro para a Oficina 02: Priorização dos problemas identificados Objetivo: Determinar os problemas de saúde prioritários, utilizando-se de critérios objetivos, de forma participativa com o envolvimento de diversos atores sociais. Participantes: Para garantir a transversalidade, a transparência e a participação social do processo de construção do Plano Municipal de Saúde, nesse momento é importante o envolvimento dos atores sociais interessados no processo. A depender da estrutura e do porte do município, sugerimos a participação dos representantes descritos a seguir: § § § § § § § § Gestores do município; Técnicos da Secretaria Municipal de Saúde; Profissionais das Unidades de Saúde; Conselheiros Municipais de Saúde; Diretoria Regional de Saúde correspondente; Líderes comunitários; Representantes de Associações de Classe; Membros da academia (Universidades/Faculdades/Institutos). Dinâmica da Oficina: 1. Inicialmente, é importante apresentar e explicar aos participantes cada um dos critérios propostos para priorização dos problemas do estado de saúde da população (magnitude, transcendência, vulnerabilidade e custos) e do sistema e serviços de saúde (relevância, urgência, factibilidade e viabilidade). 2. Após o esclarecimento de cada um dos critérios, a equipe de trabalho deve conduzir o grupo na atribuição de pontos (0 a 3) em cada critério para cada um dos problemas, utilizando a planilhas 3.1 e 3.2. É importante que a matriz seja projetada ou desenhada de modo a ser visualizada por todos. 3. Cada ator deve ser estimulado a argumentar o motivo da pontuação que atribuiu, visto que cada um poderá ter uma visão diferente do problema em questão, dependendo do papel que desempenha no sistema (gestor, profissional ou usuário). Também é interessante que sejam apresentadas, resumidamente, as informações relevantes para a compreensão de cada problema, contidas na Análise de Situação de Saúde, sobretudo se houverem atores que não participaram da Oficina 01. 42 Planilha 3.1 – Matriz de priorização de problemas do Estado de Saúde da População PONTUAÇÃO (0-3) Magnitude Transcendência Vulnerabilidade (Qual o tamanho do (Qual a importância (Há conhecimento, PROBLEMA problema?) política, cultural e técnica do problema?) recursos materiais ou financeiros para a resolução dos problemas?) Custo Estimado Total de Pontos (0-12) 1. 2. 3. n. Pontuação dos Critérios: Magnitude: baixa (0); significativa (1); alta (2); muito alta (3). Transcendência: baixa (0); significativa (1); alta (2); muito alta (3). Vulnerabilidade: baixa (0); significativa (1); alta (2); muito alta (3). Custo: Baixo (3); Significativo (2); alto (1); muito alto(0). Planilha 3.2 – Matriz de priorização de problemas do Sistema e dos Serviços de Saúde PONTUAÇÃO (0-3) Relevância Factibilidade Viabilidade Urgência PROBLEMA (Qual a importância do problema?) (Qual a intensidade de ameaça à estabilidade do sistema?) (Há disponibilidade de recursos disponíveis para o enfrentamento do problema?) (Há capacidade política, técnica e gerencial para desenvolvimento de ações para resolução do problema?) Total de Pontos (0-12) 1. 2. 3. n. Pontuação dos Critérios: Relevância: baixa (0); significativa (1); alta (2); muito alta (3). Urgência: baixa (0); significativa (1); alta (2); muito alta (3). Factibilidade: baixa (0); significativa (1); alta (2); muito alta (3). Viabilidade: baixa (0); significativa (1); alta (2); muito alta (3). 4. Anota-se cada uma das pontuações dos atores na tabela, e ao final de cada critério, divulga-se para o grupo a frequência da ocorrência de cada um dos pontos. Pode-se escolher como pontuação final do critério aquela que obteve maior frequência ou ainda realizar nova votação apenas considerando as duas pontuações mais frequentes. 5. Uma vez pontuados cada um dos problemas, cabe à equipe de trabalho ordenar a nova lista de problemas, segundo ordem decrescente de pontuação/prioridade. 43 APÊNDICE E Roteiro para a Oficina 03: Formulação dos Objetivos, Metas e Ações do PMS Objetivo da oficina: Elaborar os objetivos almejados, estabelecer as metas que se pretende alcançar, as ações necessárias e definir os responsáveis em âmbito institucional, organizando em Módulos Operacionais. Participantes: Para esta oficina, a depender da estrutura do município e na medida do possível, recomenda-se a participação dos mesmos representantes das oficinas anteriores, descritos a seguir: § § § § § § § § Gestores do município; Técnicos da Secretaria Municipal de Saúde; Profissionais das Unidades de Saúde; Conselheiros Municipais de Saúde; Diretoria Regional de Saúde correspondente; Líderes comunitários; Representantes de Associações de Classe; Membros da academia (Faculdades/Universidades/Institutos). Dinâmica da Oficina: 1. A equipe de trabalho deve apresentar aos participantes os problemas prioritários, apresentando-os nas planilhas da árvore de problemas (QUADRO 1). 2. Para formulação dos objetivos propomos que os participantes sejam distribuídos em grupos menores, possibilitando melhor aproveitamento do tempo e uma construção coletiva. Através da árvore de objetivos (FIGURA 3), que corresponde a positivação da árvore de problemas, o problema central é convertido no OBJETIVO GERAL, as causas em OBJETIVOS ESPECÍFICOS e as consequências em RESULTADOS que se pretende alcançar, conforme exemplificado na Planilha 4.1. 44 Planilha 4.1 – Exemplo da correlação entre a árvore de problemas e a árvore de objetivos ÁRVORE DE PROBLEMAS · · · PROBLEMA CENTRAL · Baixa cobertura de Estratégia de Saúde da Família no município de Paraíso, no ano de 2012. CAUSAS · · · · Ausência de investimentos em infraestrutura na Atenção Primária, com ênfase na estratégia de Saúde da Família (financiamento); Número insuficiente de USF no município (infraestrutura); Número insuficiente de profissionais vinculados às equipes de Saúde da Família (infraestrutura); Inexistência de uma política municipal de atenção Primária articulada à proposta da estratégia de saúde da família (gestão e organização). (impactos no sistema e no estado de saúde) · RESULTADOS ESPERADDOS CONSEQUENCIA · · · · · · · · · OBJETIVO GERAL · População do município desassistida pela Atenção Primária; Deslocamento da população para atendimento em hospitais vizinhos da região; Impacto negativo sobre o sistema e serviços de saúde (filas, superlotação, sobrecarga financeira, entre outros.); Unidades de Saúde da Família com prestação de serviços centrada no prontoatendimento; Número insuficiente de salas de vacina; Número insuficiente de farmácias básicas; Aumento da taxa de morbimortalidade por doenças imunopreveníveis; Aumento das internações hospitalares por condições sensíveis à Atenção Primária. Aumento da proporção da população cadastrada na Estratégia de Saúde da Família no município; Adequação dos fluxos de atendimento dos usuários nos serviços de saúde dos diversos níveis de atenção do sistema municipal de saúde; Aumento do nível de satisfação dos usuário do sistema; Consolidação da Estratégia de Saúde da Família como forma de organização da Atenção Primária no município; Aumento da cobertura vacinal nos grupos vulneráveis; Melhoria do acesso aos medicamentos das farmácias básicas; Redução da taxa de morbimortalidade por doenças imunopreveníveis; Redução das internações por condições sensíveis à Atenção Primária. Ampliar a taxa de cobertura de Estratégia de Saúde da Família no município de Paraíso. · OBJETIVOS ESPECÍFICOS · ÁRVORE DE OBJETIVOS · · · Ampliar os investimentos em infraestrutura na Atenção Primária, com ênfase na Estratégia de Saúde da Família; Ampliar o número de USF no município; Ampliar o número de profissionais vinculados às equipes de saúde da família; Construir uma política municipal de Atenção Primária, com foco no fortalecimento da Estratégia de Saúde da Família. 3. Nessa atividade a equipe de trabalho deve ficar atenta para algumas situações: a. Excluir da árvore as causas que não são passíveis de modificação; b. Verificar se existe coerência entre os objetivos específicos propostos e os resultados pretendidos. Se não houver, será preciso modificar a árvore de problemas e, consequentemente, os objetivos; c. Escrever os objetivos específicos iniciando com um “verbo” que mais seja adequado ao que se quer alcançar. 45 4. Após elaboração dos objetivos gerais e específicos, o grupo deve organizá-los no módulo operacional, ordenado de acordo com a diretriz do PMS a qual está vinculado. Planilha 4.2 – Exemplo do Módulo Operacional do PMS DIRETRIZ (I): FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA COMO PORTA DE ENTRADA DO SUS E ORDENADORA DO FLUXO DO USUÁRIO NO SISTEMA OBJETIVO GERAL 1: Ampliar a cobertura da Estratégia de Saúde da Família no município de Paraíso. Objetivo Específico 1.1 Ampliar o quantitativo de profissionais da Atenção Primária vinculados à Estratégia de Saúde da Família Meta 2014-2017 Ampliar em 30% o número de profissionais da Atenção Primária vinculados à Estratégia de Saúde da Família Ações 1.1.1 Contratação de profissionais para equipe de saúde da família 1.1.2 Contratação de profissionais para o NASF Responsáveis Coordenação Atenção Primária; Setor de Humanos. de Recursos 1.1.3 Contratação de profissionais para equipe de saúde bucal n 5. Em seguida, a equipe de trabalho deve identificar e registrar no módulo operacional as metas que se deseja alcançar ao logo dos quatro anos e as ações estratégicas a serem desenvolvidas para o cumprimento de cada um dos objetivos específicos. É preciso ainda identificar os responsáveis pelo desenvolvimento das ações. 6. As metas elaboradas neste momento poderão ser revisadas e modificadas a partir da análise de viabilidade e da previsão orçamentária. 7. Após a elaboração dos módulos operacionais de cada objetivo geral, a equipe deve fazer uma revisão final, verificando a coerência entre os elementos do módulo (Diretriz, Objetivo Geral, Objetivos específicos, metas e ações). Os módulos operacionais construídos serão utilizados para análise de viabilidade e previsão orçamentária. 46 APÊNDICE F Planilha 5 – Exemplo de Identificação da correlação entre as ações do PMS e as ações orçamentárias do PPA municipal Diretriz PMS: “Promoção e vigilância à Saúde “/ “Promoção e Qualidade de Vida” Objetivo PMS: “Desenvolver ações de vigilância e promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida da população, com ênfase na comunicação e educação em saúde “ / “Prevenir e controlar as doenças e agravos transmissíveis.” Diretriz / Linha de Ação / Programa PPA (1): Vigilância em Saúde Objetivo PPA: “Promover na área de vigilância epidemiológica, ambiental, sanitária e de saúde do trabalhador, ações de prevenção, controle e erradicação dos problemas”. Ação PMS 1. 2. 3. Descrição “Manutenção da oferta regular dos imunobiológicos nas unidades públicas de saúde conforme o calendário do programa nacional/ estadual.” “Realização das campanhas de vacinação e das ações de rotina com garantia de logística/ insumos de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunização (PNI).” “Monitoramento da cobertura vacinal, com ênfase na prevenção e controle das doenças imunopreveníveis com ênfase no sarampo, pólio, tétano neonatal e acidental e rubéola” Orçada PPA Sim Não Valor (em R$ 1.000,00) X X 2.796 X n (1) A terminologia inscrita depende da metodologia de elaboração do PPA adotada no município. 47 APÊNDICE G Planilha 6 – Exemplo de matriz de acompanhamento do desempenho de indicadores DIRETRIZ: OBJETIVO GERAL: Ampliar a cobertura da Estratégia de Saúde da Família no município de Paraíso Objetivos específicos / Resultados esperados Indicadores de acompanhamento e avaliação 1.1 Aumentar o número de unidades de saúde da família · 1.2 Diminuir a mortalidade infantil no município · Número de unidades no município Linha de base 2013 04 Meta municipal Fonte de verificação 2014 2015 2016 2017 04 05 06 07 Taxa de Mortalidade Infantil (nº de óbitos em crianças de 0-2 17,50 / 17,30 / 17,00 / 16,80 / 16,60 / anos no período 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 x 1.000 / nº de nascidos vivos no mesmo período) CNES SISPACTO Observações ------------ A verificação deste indicador pode estar condicionada à alimentação anual do SISPACTO. Em caso de impossibilidade, a SUVISA é a responsável por fornecer as informações de mortalidade. n. 48 APÊNDICE H Quadro 6 – Matriz de acompanhamento quadrimestral da execução dos indicadores do PMS. OBJETIVO GERAL: Objetivos Específicos/ Resultados Esperados Indicador Meta para o ano Resultado 1º Quad. 2º Quad. 3º Quad¹. N N N % % % Total N % Dificuldades/ Obstáculos Perspectivas até o final do exercício ¹ Quadrimestre Quadro 7 – Matriz de acompanhamento anual dos indicadores do PMS OBJETIVO GERAL: Objetivos Específicos/ Indicador Resultados Esperados Resultado Meta 2014 2015 2016 2017 TOTAL N N N N N 2014 N % 2015 N % 2016 N % 2017 N TOTAL % Dificuldades/ Obstáculos Perspectivas até o final do exercício 2 Anual Observação: É recomendada a constituição de uma equipe técnica responsável pelo acompanhamento sistemático e periódico da execução do PMS com representantes das diversas áreas da gestão da saúde municipal. 49 APÊNDICE I Modelo de Resolução do CMS que aprova o Plano Municipal de Saúde Timbre do Município ESTADO DA BAHIA PREFEITURA DE ____________________ SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE RESOLUÇÃO nº. XX/2013 “Aprovar o Plano Municipal de Saúde de __________________ para o período 2014 - 2017.” O Plenário do Conselho Municipal de Saúde em sua xxª Reunião Ordinária, realizada no dia ___ de _____________ de ________, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei nº. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, RESOLVE: Art. 1° - Aprovar o Plano Municipal de Saúde de _____________________, para o quadriênio 2014 a 2017. Art. 2º - A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. Município, ______ de ______________ de 2013. ______________________________________ Presidente do CMS HOMOLOGO a Resolução nº. xx/2013, do Conselho Municipal de Saúde de _____________, no uso de suas competências legais, publicado no Diário Oficial dos municípios no dia _____ de __________ de 2013. _____________________________________ Secretário Municipal de Saúde 50