Texto de Apoio AMPLIANDO A VISÃO Simone Klober A nossa vida é, evidentemente, vivida em três dimensões. Atrás, à frente, longe, perto, são palavras correntes mesmo para crianças pequenas. Entretanto, na troca de informações, idéias e imagens, sentimo-nos limitados a um mundo de duas dimensões, situação essa que nos causa diariamente alguns equívocos em nossas relações, inclusive, na interpretação dos fatos e no conhecimento organizacional. As representações de imagens, simplesmente impressas em papel ou projetadas na tela de um televisor, são e continuarão sendo bidimensionais. Contudo, imagens e situações que enfrentamos no dia-a-dia, sempre têm mais do que duas dimensões, os conflitos não tem somente uma ou duas causas, os acidentes e incidentes são comprovadamente provocados por muitas variáveis. Assim torna-se importante aprendermos a olhar por várias óticas para compreender todo o contexto de uma dada situação e sermos mais acertivos em nossos resultados. Entre as inúmeras técnicas, desenvolvidas para passar da visualização bidimensional ao nosso mundo tridimensional, talvez a mais fascinante, seja a estereografia. O termo "estereoscopia" engloba todas as técnicas que utilizam o mecanismo visual binocular do ser humano, para criarem uma sensação de profundidade em duas ou mais imagens bidimensionais do mesmo objeto representado através de diferentes perspectivas. A palavra "estereoscopia" deriva do grego "stereos" e "skopein", que significam, respectivamente, "sólido", "relevo" e "olhar", "ver", quer dizer, visão em relevo. A frequente interpretação de "estéreo" no sentido de "dois" é resultante do fato de necessitarmos de dois olhos e dois ouvidos para vermos e ouvirmos espacialmente. Nos fins do século passado e começo deste a estereoscopia atingiu grande divulgação como entretenimento e ainda hoje as inúmeras imagens estereoscópicas, que podemos encontrar em livrarias, atestam o fascínio que as mesmas exercem sobre o homem. VISUALIZAÇÃO Para conseguir enxergar um estereograma, é necessário paciência e determinação objetivando desfocar a vista da imagem, observando de forma ampla o todo, de maneira que ambas as perspectivas sejam captadas. Alguns recomendam olhar o infinito (método convergente), ou seja, fitar a vista num objeto distante e, sem desfocar, voltar a olhar a imagem. Outros preferem fitar a visão em um dedo sobre a imagem (método divergente) e lentamente retirá-lo, ou observar o reflexo da imagem num vidro, ou olhar a imagem bem de perto e, mantendo o foco, ir afastando a cabeça, de forma que o foco saia do papel até encontrar o ponto ideal. Depende de cada pessoa e sua condição visual. © Professora Simone de Andrade Klober 1 Também é provável que tenha de esforçar-se durante meia hora ou mais, até aprender a técnica correta de olhar. Mas uma coisa é certa: no momento em que conseguir reconhecer a tridimensão, não terá mais dificuldades em observar corretamente os estereogramas, independente do tempo que necessitou da primeira vez. Mesmo que a “estereoscopia” seja representada aqui apenas como uma forma divertida de identificar imagens utilizando nosso mecanismo binocular, a metáfora da tridimensionalidade pode ser bastante útil no dia-a-dia. Visto que da mesma forma, a partir do momento que você se condiciona a olhar uma situação sob vários aspectos, reconhecendo uma “tridimensionalidade” nos desafios e problemas diários, não terá mais dificuldades em observar corretamente os fatores que compõe estas situações e terá uma melhor visão sistêmica, com maior possibilidade de êxito na análise, modelagem e melhoria dos processos organizacionais! Sucesso e Boa Diversão! http://estereogramas.rcentro.com/ http://www.magiceye.com/3dfun/stwkdisp.shtml http://www.possibilidades.com.br/possibilimagens/frame_3d.asp © Professora Simone de Andrade Klober 2 © Professora Simone de Andrade Klober 3