FEMININE
de Paulo Ribeiro
2008
fotografia de José Alfredo
1. APRESENTAÇÃO
“Porque sou tão infeliz? Porque sou o que não devo ser. Porque metade de mim
não está irmanada com a outra metade. A conquista de uma é a derrota da
outra”
Fernando Pessoa
Cinco mulheres e Fernando Pessoa. Um Pessoa no feminino e de saltos altos. As
palavras do poeta desafiam as delas, que se deixam perder pelas suas próprias
narrativas. A poética do movimento feminino percorre a peça, misturada com o
ardor colocado em cada gesto. Neste universo pessoano elas preocupam-se com
o cabelo, usam saltos altos, desdenham do homem e dançam com os corpos que
transpiram sensualidade. O movimento é contido, escorreito e desagua num
prazer prolongado. E este espaço de sensações é apenas interrompido pela força
maior do coreógrafo, de brincar com as suas criações, de as colocar a rir de si
próprias.
Feminine explora o imaginário pessoano, desta vez, a partir do olhar de cinco
mulheres, quatro intérpretes de dança e uma actriz. Depois de Masculine, que
estreou no ano passado, Paulo Ribeiro descobre um Pessoa no feminino,
explorando mais uma vez as diferentes qualidades das intérpretes. A bola de
futebol deu lugar aos saltos altos e a energia masculina ao belo estético, que
emociona, que marca e não passa.
2. CRÍTICAS
“As mulheres – quatro bailarinas ágeis e esbeltas e uma actriz pequena mas
explosiva – actuam com a determinação e fluidez que requer uma coreografia
exigente (...) O coreógrafo tem um estilo de exteriorizar com o corpo os ímpetos
da alma, criando formas e dinâmicas próprias, que ganham novos vocábulos e
expressões com a interpretação dada pelos seus colaboradores. (...) A peça é
atractiva pela sucessão de elementos expressivos e de qualidade, manipulados
com conhecimento e autoria.(...)”
PAULA VARANDA in Público 27 de Novembro de 2008
“(...) Feminine contém momentos conseguidos, como o da construção do tecido
indiferenciado de corpos, de onde ressalta o texto pessoano, ou aquele dos
almofadões funcionando na continuidade do gurda-roupa modernista, barrigas
cromáticas de mulher, extensão dos corpos e ninhos. Funciona genericamente
bem a exploração dos diferentes níveis do palco, com relevância para os
movimentos no chão e o recurso às disciplinas lógicas.(...)”
DANIEL TÉRCIO – in Expresso 29 de Novembro de 2008
3. FICHA DO ESPECTÁCULO
Direcção e Coreografia
PAULO RIBEIRO
Textos
fragmentos de “O Livro do Desassossego”, “Ode
Marítima” e de outras obras de FERNANDO
PESSOA, com tradução e consultoria de RICHARD
ZENITH
Interpretação
ERIKA GUASTAMACCHIA
LEONOR KEIL
MARGARIDA GONÇALVES
MARTA SILVA
SÃO CASTRO
Música original
NUNO REBELO excepto “Stir it up” de Bob Marley,
remix de Nuno Rebelo e “Torture never stops” de
Frank Zappa
NUNO REBELO
CATHRIN LOERKE
RICHARD ZENITH
FERNANDO PESSOA originalmente escritos em
inglês, seleccionados por Richard Zenith
Todos os instrumentos
Voz feminina
Voz masculina
Textos
Iluminação
Montagem e operação de luz
NUNO MEIRA
CRISTÓVÃO CUNHA
Figurinos
Assistência ao guarda-roupa
Costureiras
ANA LUENA
ISABEL PEREIRA
MARIA EDUARDA RODRIGUES
CELESTE MARINHO
VIRGÍNIA PEREIRA
Assistente do coreógrafo
PETER MICHAEL DIETZ
Imagem e Design Gráfico
CATHRIN LOERKE
Fotografia
JOSÉ ALFREDO
Registo e edição de vídeo
YANN THUAL
Design e Produção Gráfica
DPX / NUNO RODRIGUES
Estreia Absoluta
5 & 6 de Setembro de 2008 no Teatro Nacional S.
João, Porto
Produção
Co-produção
COMPANHIA PAULO RIBEIRO
FUNDAÇÃO CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS
- CULTURGEST
IGAEM - CENTRO COREOGRÁFICO GALEGO
Estrutura financiada por
MINISTÉRIO DA CULTURA/Direcção Geral das Artes
Residente no
TEATRO VIRIATO/CRAE das Beiras
Com o apoio
CÂMARA MUNICIPAL DE VISEU
Parceiros
TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO
BIARRITZ CULTURE, Festival Le Temps d’Aimer
TEATRO VIRIATO
TEATRO MUNICIPAL DA GUARDA
TEATRO VIRGÍNIA
CENTRO CULTURAL VILA FLOR
TEATRO AVEIRENSE
TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA
NEW MOVES, Festival New Territories
Agradecimento
COMPANHIA
CLARA
ANDERMATT,
ALMEIDA / ANJOS URBANOS
Duração
75 minutos aproximadamente
Público alvo
Maiores de 12 anos
CARLOS
4. CALENDÁRIO DE APRESENTAÇÕES
2008
5 e 6 de Setembro – Teatro Nacional São João, Porto
14 de Setembro – Festival "Le Temps d’Aimer", Biarritz / França
10 e 11 de Outubro – Teatro Viriato, Viseu
25 de Outubro – Teatro Municipal de Almada
8 de Novembro – Teatro Municipal da Guarda
20 de Novembro – Teatro Jofre, Ferrol / Galiza
22 e 23 de Novembro – Grande Auditório do Edifício Sede da CGD / Culturgest, Lisboa
29 de Novembro – Teatro Virgínia, Torres Novas
6 de Dezembro – Teatro Ribeiro da Conceição, Lamego
13 de Dezembro – Centro Cultural Vila Flor, Guimarães
20 de Dezembro – Auditório de Galícia, Santiago de Compostela / Galiza
2009
18 de Janeiro – Teatro José Lúcio de Silva, Leiria
31 de Janeiro – Teatro Aveirense, Aveiro
7 de Fevereiro – Teatro Municipal de Bragança
14 de Fevereiro – Teatro Municipal de Faro
28 de Fevereiro – Festival New Territories - Tramway, Glasgow / Escócia
2 de Abril – Teatro Rosalia de Castro, La Coruña / Espanha
8 de Abril – Teatro Viriato, Viseu
25 de Abril – Oficina de Teatro, Coimbra
2 de Maio – Teatro de Vila Real
15 de Maio – Centro Cultural das Caldas da Rainha
5. BIOGRAFIA DO COREÓGRAFO
Natural de Lisboa, Paulo Ribeiro, antes de se afirmar como coreógrafo, fez carreira como
bailarino em várias companhias na Bélgica e na França.
A sua estreia no domínio da criação coreográfica, deu-se, em 1984, em Paris, no âmbito
da companhia Stridanse, da qual foi co-fundador, e que o levou à participação em diversos
concursos naquela cidade, obtendo, em 1984, o prémio de Humor e, em 1985, o 2º
prémio de Dança Contemporânea, ambos no Concurso Volinine.
De regresso a Portugal, em 1988, começa por colaborar com a Companhia de Dança de
Lisboa e com o Ballet Gulbenkian, para os quais cria, respectivamente, “Taquicardia”
(Prémio Revelação do jornal “Sete”, em 1988) e “Ad Vitam”. Com o solo “Modo de
utilização”, interpretado por si próprio, representa Portugal no Festival Europália 91, em
Bruxelas.
A sua carreira de coreógrafo expande-se no plano internacional, a partir de 1991, com a
criação de obras para companhias de renome: Nederlands Dans Theater II (“Encantados
de servi-lo” e “Waiting for Volúpia”), Nederlands Dans Theater III (“New Age”); Grand
Théâtre de Genève (“Une Histoire de Passion”); Centre Chorégraphique de Nevers,
Bourgogne (“Le Cygne Renversé”); Ballet de Lorraine (“White Feeling”). Para o Ballet
Gulbenkian, criará ainda: “Percursos Oscilantes”, “Inquilinos”, “Quatro Árias de Ópera”
(em colaboração com Clara Andermatt, João Fiadeiro e Vera Mantero), “Comédia Off -1”,
“White” e “Organic Beat”.
Entretanto, Paulo Ribeiro foi galardoado, em 1994, com o Prémio Acarte/Maria Madalena
de Azeredo Perdigão pela obra “Dançar Cabo Verde”, encomenda de “Lisboa 94 – Capital
Europeia de Cultura”, realizada conjuntamente com Clara Andermatt.
E, em 1995, funda a Companhia Paulo Ribeiro, subsidiada pelo Ministério da Cultura, para
a qual tem vindo, regularmente, a criar coreografias: “Sábado 2”, “Rumor de Deuses”,
“Azul Esmeralda”, “Memórias de Pedra – Tempo Caído”, “Orock”, “Ao Vivo”, “Comédia Off 2”, “Tristes Europeus – Jouissez Sans Entraves”, “Silicone Não”, “Memórias de um Sábado
com rumores de azul”, “Malgré Nous, Nous Étions Là”, “Masculine” e “Feminine”.
O trabalho com a sua própria companhia permitiu-lhe desenvolver melhor a sua linguagem
pessoal como coreógrafo. A obra “Rumor de Deuses” foi distinguida, em 1996, com os
prémios de “Circulação Nacional”, atribuído pelo Instituto Português do Bailado e da
Dança, e “Circulação Internacional”, atribuído pelo Centro Cultural de Courtrai, ambos
inseridos no âmbito do concurso “Mudanças 96”.
Paulo Ribeiro tem recebido ainda vários outros prémios relevantes: “Prix d’Auteur”, nos V
Rencontres Chorégraphiques Internationales de Seine Saint-Denis, (França); “New
Coreography Award”, atribuído pelo Bonnie Bird Fund-Laban Centre (Grã-Bretanha), “Prix
d’Interpretation Collective”, atribuído pela ADAMI (França); Prémio Bordalo da Casa da
Imprensa (2001).
Em acumulação com o trabalho na sua companhia, Paulo Ribeiro foi Comissário do ciclo
“Dancem” em 1996 e 1997 no Teatro Nacional S. João. Desempenhou, entre 1998 e 2003,
o cargo de Director-geral e de Programação do Teatro Viriato/CRAE (Centro Regional das
Artes do Espectáculo das Beiras), e foi ainda Comissário para a Dança em Coimbra 2003 –
Capital Europeia da Cultura.
Neste período obteve o “Prémio Almada” (1999) do Instituto Português das Artes do
Espectáculo e o “Prémio Bordalo” da Casa da Imprensa (2000). Em 2005 viria a reocupar
este mesmo cargo, após a extinção do Ballet Gulbenkian que dirigiu entre 2003 e 2005,
tendo nesse período recebido o “Prémio Bordalo” da Casa da Imprensa Portuguesa (2005)
pelo trabalho desenvolvido com esta companhia.
Em 2008, participou como coreógrafo na produção “Evil Machines” de Terry Jones para o
Teatro Municipal de S. Luiz.
Paulo Ribeiro – fotografia de Susana Paiva
6. HISTORIAL DA COMPANHIA PAULO RIBEIRO
A Companhia Paulo Ribeiro é uma companhia portuguesa de dança contemporânea,
fundada em 1995, na sequência de vários anos de trabalho do coreógrafo Paulo Ribeiro
junto de algumas das mais prestigiadas companhias de dança contemporânea europeias.
Nestes treze anos de actividade (1995-2008), esta companhia conquistou um importante
lugar entre as mais reconhecidas companhias de dança contemporânea portuguesas,
apresentando-se regularmente nas principais salas de espectáculo nacionais, bem como
por toda a Europa, Brasil e Estados Unidos da América.
Com dezanove produções realizadas que despertaram sempre o interesse da crítica e do
público, soma actualmente mais de três centenas de apresentações, para uma audiência
global que ronda as 75.000 pessoas, tendo recebido alguns dos mais importantes prémios
nacionais e estrangeiros.
É, desde 1998, a companhia residente no Teatro Viriato, em Viseu, cujo projecto criou e
implementou, onde para além da sua actividade de criação, produção e itinerância
artísticas, desenvolve ainda um importante projecto pedagógico junto da comunidade
local, que inclui aulas regulares de dança e teatro e também projectos específicos para o
público escolar, agora também num novo espaço em Viseu – Lugar Presente.
CONTACTOS:
Companhia Paulo Ribeiro
Teatro Viriato
Largo Mouzinho de Albuquerque
Apartado 1057
3511-901 Viseu
Tel. +351 232480110
Fax. +351 232480111
www.pauloribeiro.com
NIF: 503.499.650
Albino Moura
Responsável de Produção e Difusão
TM +351 914091283
[email protected]
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