Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica ________________________________________________ Dissertação de Mestrado “ESTUDO DE VIABILIDADE DA RECUPERAÇÃO DE CALOR DOS GASES DE EXAUSTÃO EM MOTORES PARA REFRIGERAÇÃO DE CARGAS TÍPICAS EM MEIOS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO” VALBERT GARCIA ASSUMPÇÃO ORIENTADORA: Profª. Elizabeth Marques Duarte Pereira, Drª. Março de 2004 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica ________________________________________________ Dissertação de Mestrado “ESTUDO DE VIABILIDADE DA RECUPERAÇÃO DE CALOR DOS GASES DE EXAUSTÃO EM MOTORES PARA REFRIGERAÇÃO DE CARGAS TÍPICAS EM MEIOS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO” VALBERT GARCIA ASSUMPÇÃO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Mecânica. Banca Examinadora: Profª. Elizabeth Marques Duarte Pereira – PUC Minas – Presidente, Orientadora Profª. Andréa Teixeira Charbel, Drª. – UNI - BH – Examinadora Externa Prof. Luiz Machado, Dr. UFMG – Examinador Externo Prof. Sérgio de Morais Hanriot, Dr. – PUC Minas – Examinador Interno Belo Horizonte, 31 de março de 2004 FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais A851e Assumpção, Valbert Garcia Estudo de viabilidade da recuperação de calor dos gases de exaustão em motores para refrigeração de cargas típicas em meios de transporte rodoviário. / Valbert Garcia Assumpção. Belo Horizonte, 2004. 141f. : Il. Orientadora: Elizabeth Marques Duarte Pereira, Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. 1. Refrigeração. 2. Absorção. 3. Climatização. 4. Energia – Consumo. I. Pereira, Elizabeth Marques Duarte. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. III. Título. CDU: 621.56 Dedico este trabalho á minha esposa, Fernanda, pelos inúmeros momentos compartilhados e vividos; aos meus pais pelo apoio incontinente e inspirador; aos meus avós, pelo exemplo e trajetória de vida. i AGRADECIMENTOS Agradeço imensamente à professora Elizabeth Marques Duarte Pereira, minha orientadora, pelos ensinamentos e pelo convívio, além de todo o apoio recebido durante o desenvolvimento deste trabalho. Agradeço a todo o pessoal que conheci no Green-PUC, pelo apoio e pelo aprendizado compartilhado; à Dulce, Geraldo, Breno, Daniela e Elisiane, dentre tantos outros, e em especial ao Daniel Teixeira Gervásio e Vinícius Meireles Ciríaco, pela colaboração no desenvolvimento do programa computacional apresentado neste trabalho. Agradeço aos professores do Instituto Politécnico, Célia Mara Sales Buonicontro e Carlos Henrique Guerra Schettino pela oportunidade e colaboração durante meu estágio de docência e ao pessoal das oficinas do departamento de Engenharia Mecânica, pelo apoio no uso dos laboratórios. Agradeço ao professor Lauro de Vilhena Brandão Machado Neto pelo grande apoio e também a professora Julia Maria Garcia Rocha pelas diversas contribuições e comentários relevantes para o desenvolvimento deste trabalho. Agradeço ao pessoal da secretaria do programa de pós-graduação, em especial à Valéria, e ao Jomar, do departamento de informática, por todo o suporte e atenção dedicados, e também ao pessoal da biblioteca PUC-Minas. Agradeço a todos aqueles que de maneira direta ou indireta colaboraram para que este trabalho pudesse ser concretizado. Agradeço ao Ewerton Salles e ainda ao engenheiro da empresa Recrusul, Sr. José Armindo Reichert pela gentileza e imensa colaboração. Agradeço também aos professores Ronaldo Darwich Camilo e Eduardo Schirm (CEFET) e Ramon Molina (UFMG), pelo apoio e pelas contribuições. Agradeço aos colegas e professores do programa de pós-graduação, que partilharam juntamente a oportunidade de desenvolvimento que o convívio e o trabalho proporcionaram, e também aos coordenadores Perrin Smith Neto e José Ricardo Sodré; e ainda á FAPEMIG, pela bolsa de estudo. Por fim, agradeço a todos os meus amigos e familiares, pela cooperação, pelo incentivo e pelo carinho. ii RESUMO Este trabalho buscou avaliar a viabilidade de aproveitamento da energia contida nos gases de exaustão, produzidos em um motor diesel, para obtenção de efeito de refrigeração dentro de um baú frigorífico. Essa energia pode ser utilizada como aporte energético em ciclos de refrigeração por absorção, gerando o efeito de refrigeração para cargas em transporte rodoviário. Desta forma, a potência consumida no funcionamento do equipamento de refrigeração convencional pode ser economizada, gerando uma diminuição da quantidade de rejeitos tóxicos lançados na atmosfera e redução dos custos operacionais durante seu transporte. Um modelo matemático foi desenvolvido para determinação do efeito de refrigeração requerido em função do tipo de carga, temperatura de armazenamento, parâmetros construtivos das carrocerias e condições climáticas típicas. O programa computacional foi implementado, utilizando-se a plataforma MATLAB. Foram realizados ensaios experimentais em laboratório e em campo para comparação e validação do modelo proposto. Os resultados mostraram-se bastante satisfatórios, com desvios absolutos máximos entre os valores das temperaturas medidas e simuladas da ordem de 2,5 ºC. Palavras-chave: refrigeração - absorção; modelagem matemática; climatização; uso eficiente de energia . iii ABSTRACT This study aims to evaluate the viability of exhaust gases heat recovery, generated by the combustion in a Diesel motor, in order to produce a cooling effect inside a refrigeration truck. The heat can be used as energetic input for an absorption refrigeration cycle to produce the required cooling effect. Thus, the power consumed during the operation of the conventional refrigeration equipment can be saved, reducing toxic waste disposal in the atmosphere and the operational costs during the transportation. A mathematic model has been developed to define the cooling effect required, related to the load, storage temperature, constructive parameters of the back of the truck and typical climatic conditions. The software was implemented using MATLAB framework. Experimental tests were realized at the laboratory and in the field for comparison and to validate the proposed model. The results were considered satisfactory, with maximum absolute error between experimental and simulated temperatures of no more than 2,5ºC. Key-words: refrigeration - absorption; mathematic modeling; climatization; energy efficient use iv SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 1.1 – Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 – Objetivos gerais e específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.3 – Estado da Arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.4 – Escopo da dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO SOBRE REFRIGERAÇÃO 2.1 – O ciclo de refrigeração por compressão de vapor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2.2 – O ciclo de refrigeração por absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2.3 – O ciclo de absorção contínuo com simples estágio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2.3.1 - O ciclo água-brometo de lítio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2.3.2 – O ciclo amônia-água ..................................... 16 2.4 – Ciclos de absorção a vapor multiestágio e complexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 2.4.1 – O ciclo com geração por duplo efeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 2.4.2 – O ciclo de refrigeração com duplo efeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 2.4.3 – O ciclo com geração em cascata 25 ............................ CAPÍTULO 3 – MODELAGEM MATEMÁTICA 3.1 – Recuperação de energia dos gases de exaustão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 3.1.1 – Caracterização do motor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 v 3.1.2 – Energia nos gases de exaustão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.1.3 – Energia disponível ao gerador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 3.2 – Caracterização do equipamento de absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 3.3 – Carga térmica 35 .................................................. 3.3.1 – Considerações gerais ..................................... 35 3.3.2 – Desenvolvimento do modelo matemático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 3.3.3 – Método Numérico ....................................... 49 .................................................. 67 3.4 – Decisão final CAPÍTULO 4 – VALIDAÇÃO DO MODELO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS 4.1 – Materiais e métodos ............................................. 68 4.2 – Convecção natural – ensaio 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 4.3 – Convecção natural – ensaio 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 4.4 – Convecção natural + radiação– ensaio 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 CAPÍTULO 5 - SIMULAÇÃO MATEMÁTICA - ANÁLISE DE RESULTADOS 5.1 – Estudo de caso – Resfriamento de Carne . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 98 Referências Bibliográficas ........................................... 100 Anexos Anexo A.1 – Listagem do programa .................................... vi 108 Nomenclatura Variáveis a, b, c coeficientes de correlação de Bennett Aen área da superfície externa da parede n, m² Asup área da superfície, m² ai ,n coeficientes para cada componente i dos gases de exaustão an coeficientes do polinômio Bi número de Biot cn concentração do produto na solução no ponto n cp calor específico a pressão constante para cada componente, J / kg ⋅ K c 0p ,i calor específico em base molar à pressão constante para o estado padrão de cada componente i , J / kgmol ⋅ K COP coeficiente de performance C pv capacidade calorífica, kJ / kg ⋅ K d dia do ano d mes número de dias do mês E força eletromotriz, V E& ent energia afluente ao volume de controle vii En espessura da parede n, m ∆X espessura da parede, m E pp espaçamento entre a superfícies da carga e as superfícies internas das paredes, m E& ac variação da energia acumulada no volume de controle g aceleração da gravidade, m/s² G SC constante solar, 1.367 W/m² h entalpia específica, kJ / kg ⋅ K h coeficiente de transferência de calor por convecção médio, W / m 2 ⋅ K H altitude, km H radiação global diária em média mensal para superfície horizontal, MJ/m² H0 radiação extraterrestre incidente sobre uma superfície horizontal, MJ/m² hr coeficiente de transferência de calor por radiação, W / m 2 ⋅ K hs hora, h i número de passos I radiação solar em média horária, MJ/m² k condutividade térmica, W / m ⋅ K L comprimento característico da superfície, m m& vazão mássica do fluido, kg/s n número de mols, kgmol n número de horas de insolação diária em média diária viii nmes número de horas de insolação diária em média mensal N número teórico de horas de insolação diária em média mensal ni número de moles do componente i , kgmol Nu número de Nusselt médio P pressão, kPa p perímetro da superfície, m Pr número de Prandtl q fluxo de transferência de calor, W/m² q& taxa de transferência de calor específico, kJ/kg qS energia proveniente da radiação solar, W Q& taxa de transferência de calor, W R constante universal dos gases, J / kgmol ⋅ K Ra número de Rayleigh Re número de Reynolds r número de Fourier rT distribuição temporal da radiação global em superfícies horizontais ∆t intervalo de tempo, s T temperatura, K Tc temperatura da carga, K Tm−1 temperatura do ar interno, K ix Tm ,n temperatura superficial interna da parede n, K Tm+1,n temperatura superficial externa da parede n, K T∞ temperatura ambiente, °C Tamb temperatura ambiente em média horária, K Tceu temperatura do céu, K Tdp temperatura do ponto de orvalho, °C; Tf temperatura média da película do fluído, K Tgas temperatura da mistura dos gases de exaustão, K Ti temperatura inicial do corpo de prova, K Tmax . temperatura máxima diária em média mensal, K Tmín. temperatura mínima diária em média mensal, K Ts temperatura mínima de saída da mistura dos gases de exaustão, K Tsup temperatura da superfície, K UR umidade relativa do fluído, decimal V velocidade, m/s v volume específico, m³/kg xi fração molar de cada componente i W& potência, W Z cota, m x Subscritos: c carga ceu céu CO2 dióxido de carbono dp ponto de orvalho f fluído gas gases de exaustão H 2O água O2 oxigênio D desabsorvedor e entrada e, n externo, parede n E evaporador EX exaustão g saturação G gerador G1 gerador 1 G2 gerador 2 i, n interno, parede n j posição do nodo I isolamento térmico xi m + 1, n superfície externa da parede n m −1 ar interno m, n superfície interna da parede n P bomba RA refrigeração por absorção RC refrigeração por compressão s saída SC constante solar sup, e superfície externa sup, i superfície interna sup superfície Sobrescritos i instante anterior i +1 instante atual Letras Gregas α difusidade térmica, m²/s αT absortividade da superfície do teto xii β coeficiente de expansão térmica do fluído, K −1 δ declinação solar, graus ε emissividade da superfície ∈ efetividade do trocador de calor φ razão de equivalência combustível/ar ρ densidade do fluído, kg/m³ σ constante de Stefan-Boltzmann, 5.6697 ⋅ 10 −8 W / m 2 ⋅ K 4 µ viscosidade dinâmica, Ns/m² µ∞ velocidade do fluído escoando paralelamente à superfície, m/s ν viscosidade cinemática, m²/s ω valor da hora angular, graus ωs hora angular correspondente ao pôr-do-sol, graus γ diferença relativa aceitável para temperatura, decimal ξ latitude, graus xiii CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1- Motivação Os aspectos tecnológicos relacionados à conservação das cargas, visando melhorar o projeto de equipamentos, reduzir as perdas do produto por deterioração, diminuir custos, mantendo a qualidade dos produtos congelados ou resfriados são conhecidos há muito tempo ( Reinick, 1994). Os primeiros caminhões e vagões ferroviários com sistema de refrigeração surgiram na década de 50. Anteriormente, as mercadorias eram transportadas em recipientes com gelo e protegidas por carrocerias isolantes, que no início eram fabricadas com cortiça, palha de arroz ou milho, madeira e isopor. Ao final da década de 60, surgiram as primeiras carrocerias fabricadas em fibra de vidro e poliuretano injetado. Reinick (1994) avalia que 40% da produção mundial de alimentos, cerca de 1,7 bilhões de toneladas, necessitam de refrigeração durante o transporte. No Brasil, a norma "Transporte de Produtos Alimentícios Refrigerados - Procedimentos e Critérios de Temperatura", está em vigor desde 29 de junho de 2001, tendo como principal requisito a uniformidade da temperatura requerida. Esta norma promove a melhoria da qualidade na cadeia do frio (processadores, estocadores, fabricantes de equipamentos, além de atacadistas e distribuidores), regulamentando as condições de transporte dos produtos refrigerados e congelados até o ponto de venda. O atendimento a tais condições é rigorosamente exigido na exportação de alimentos, representando um aspecto positivo da carteira de exportações brasileira. 1 Cap. 1 – INTRODUÇÃO 2 Diretamente ligados à qualidade do produto, devem ser agregados os custos operacionais durante seu transporte, incluindo-se a energia gasta para manter a carga sob as condições especificadas. Nos equipamentos de refrigeração em uso atualmente pelos meios de transporte, o ciclo de compressão mecânica de vapor é amplamente utilizado. Neste sistema, a energia necessária, na forma de trabalho, para acionamento do compressor é retirada do próprio motor do veículo, reduzindo sua potência útil, ou de um motor adicional acoplado ao sistema de refrigeração. Desta forma, verifica-se um acréscimo dos custos operacionais, decorrente do consumo extra de combustível. Li (1996) apresenta valores típicos do balanço de energia para motores Diesel, abaixo discriminados: Trabalho de eixo: 39,20% Perda térmica pelos gases de exaustão: 33,20% Calor na água de resfriamento: 13,84% Calor para lubrificação de óleo: 4,61% Perdas por radiação : 9,15% Assim, constata-se que, uma parcela considerável da energia do combustível, cerca de 1/3, é simplesmente rejeitada na forma de calor nos gases de exaustão, inclusive com impactos indesejáveis ao meio ambiente. Deve-se ressaltar, entretanto, que nem toda energia perdida pode ser recuperada. Atualmente, a recuperação de apenas 20% da energia contida nos gases de exaustão tem se mostrado economicamente viável. Diante do atual e crescente interesse mundial pelas questões ambientais e pela maior competitividade industrial e mercadológica, faz-se cada vez mais necessário a busca por novos equacionamentos e soluções que venham a atender a contínua demanda de energia imposta pela evolução humana. Dentro desse cenário, o presente trabalho se propõe a desenvolver uma metodologia de avaliação do aproveitamento do calor contido nos gases de exaustão, produzidos durante a combustão em um motor Diesel. Esse calor é utilizado como aporte energético em ciclos de refrigeração por absorção, gerando o efeito de refrigeração para cargas em transporte rodoviário. Cap. 1 – INTRODUÇÃO 3 1.2- Objetivos Gerais e Específicos Este trabalho propõe a formalização de uma metodologia para avaliação da viabilidade de recuperação do calor contido nos gases de exaustão de motores Diesel, que operam sob diferentes regimes de carga e velocidade, em ciclos de refrigeração por absorção. Objetivos específicos : - Desenvolver o modelo matemático para determinação do efeito de refrigeração requerido em transporte rodoviário em função do tipo de carga, temperatura de armazenamento, parâmetros construtivos das carrocerias e condições climáticas típicas. - Desenvolver um programa computacional para implementação do modelo e automatização dos cálculos; - Validar o modelo desenvolvido para condições controladas em laboratório e medidas experimentais em campo. - Desenvolver uma metodologia de avaliação da viabilidade da recuperação dos gases de exaustão do motor Diesel em função da carga de refrigeração requerida no transporte rodoviário de perecíveis. 1.3- Estado da Arte Horuz (1999) apresenta um trabalho experimental, onde avalia a aplicabilidade dos sistemas de refrigeração por absorção de vapor nos veículos de transporte rodoviários, a partir do aproveitamento da energia disponível nos gases de exaustão do motor, como fonte de energia. Essa alternativa ao uso dos sistemas convencionais de refrigeração por compressão de vapor praticamente não compromete o desempenho do motor. Diehl et al (2001) discute as possibilidades e limitações do aproveitamento do calor remanescente nos gases de exaustão do motor, após sua passagem pelo sistema catalisador. Gordon e Mcbride (1994) apresentam um programa computacional para cálculo das composições de equilíbrio químico, análise matemática e técnicas para obtenção desse equilíbrio, além do equacionamento para obtenção das propriedades termodinâmicas e Cap. 1 – INTRODUÇÃO 4 de transporte para a mistura. A partir de tais composições, promove-se o cálculo teórico das propriedades do sistema e, portanto, a análise termodinâmica dos equipamentos utilizados. Radermacher (2001) apresenta uma fundamentação teórica dos sistemas de absorção em termos dos ciclos ideais de conversão de energia, com descrição das propriedades dos fluidos de trabalho e uma análise termodinâmica dos principais sistemas de refrigeração por absorção. Chinnappa (1992) apresenta uma descrição geral do funcionamento dos sistemas de refrigeração por absorção de vapor, revisando as inúmeras pesquisas e trabalhos desenvolvidos sobre o tema. Srikhirin et al (2001) apresenta uma revisão da literatura sobre a tecnologia de refrigeração por absorção, com discussão sobre os vários tipos de sistemas existentes, pesquisas sobre fluidos de trabalho e dos processos de absorção. 1.4- Escopo da dissertação No Capítulo 2 é apresentada uma revisão dos fundamentos teóricos sobre ciclos de refrigeração por compressão e por absorção. O Capítulo 3 trata da modelagem matemática proposta no desenvolvimento do programa computacional, juntamente com as considerações para sua implementação. No Capítulo 4 apresenta-se a validação do modelo matemático, com descrição dos ensaios experimentais, discussão dos resultados e estudos comparativos dos resultados experimentais com aqueles obtidos nas simulações. O Capítulo 5 refere-se à aplicação da metodologia de avaliação da recuperação da energia para um estudo de caso realizado em um frigorífico localizado na cidade de Campo Belo, Minas Gerais. As conclusões finais e recomendações para trabalhos futuros são apresentadas no Capítulo 6. As referências bibliográficas citadas neste texto e consultadas em sua preparação constam no final deste manuscrito. CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO SOBRE REFRIGERAÇÃO Neste capítulo apresentam-se os conceitos básicos de processos e equipamentos térmicos de refrigeração por compressão e absorção. Estes conceitos estão disponíveis na literatura clássica e foram incluídos neste texto para introdução da nomenclatura e das definições utilizadas em seu desenvolvimento. 2.1- O ciclo de refrigeração por compressão de vapor O ciclo de refrigeração por compressão de vapor é o sistema mais utilizado para a geração do efeito de refrigeração em diversas aplicações práticas. A Figura 2.1 mostra um esquema com seus equipamentos básicos e o diagrama Temperatura – Entropia Específica para o ciclo teórico correspondente. Neste caso, não são consideradas perdas de carga em tubulações e equipamentos pertinentes, assim como irreversibilidades internas, a exceção feita para a válvula de expansão. O fluido de trabalho é comprimido a partir do consumo de energia elétrica (w34), sendo o processo 3-4 considerado isoentrópico no ciclo ideal. O vapor superaquecido gerado (4) dirige-se ao condensador. A transferência de calor (q41) para a vizinhança ocorre a pressão constante, incluindo uma região de calor sensível, com temperatura decrescente (4-4´ ), e uma região em que é rejeitado pelo fluido o calor latente de condensação (4´-1). O estado à saída do condensador é considerado líquido saturado (1), sendo expandido isoentalpicamente (1-2) até à pressão do evaporador. Neste equipamento, ocorre uma absorção de calor também à pressão constante (23) pelo fluido de trabalho, produzindo o efeito de refrigeração no espaço a ser refrigerado. 5 6 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração (a) Componentes do Ciclo (b) Diagrama T-s Figura 2.1 - Ciclo de refrigeração por compressão de vapor A equação geral da Primeira Lei da Termodinâmica para volumes de controle em regime permanente é: . . . Q − W = ∑ ms (hs + s onde . Vs2 V2 + g ⋅ Z s ) − ∑ me (he + e + g ⋅ Z e ) 2 2 e . . (2.1) . Q : a taxa de transferência de calor, W : potência de eixo, m : vazão mássica do fluido, h: entalpia específica, V: velocidade média, g: aceleração da gravidade, Z: cota. Os subscritos (s) e (e) referem-se às superfícies de controle de entrada e saída dos fluxos mássicos, respectivamente. Para tal situação, a equação da continuidade se reduz a: . . ∑ me = ∑ ms e (2.2) s Desprezando-se as variações das energias cinética e potencial e como cada componente do ciclo possui uma única entrada e saída, a equação 2.1 pode ser rescrita por unidade de massa na forma: q& − ω& = hs − he (2.3) 7 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração onde q& e ω& representam a transferência de calor e trabalho mecânico específicos, respectivamente. Assim, as trocas energéticas específicas para os componentes apresentados na Figura 2.1 são calculadas como: Evaporador: q 23 = (h 3 - h 2 ) (2.4a) Condensador: q 41 = (h1 - h 4 ) (2.4b) Compressor: ω 43 = (h 4 - h 3 ) (2.4c) Válvula de expansão: h 1 = h 2 (2.4d) Coeficiente de desempenho para ciclos de refrigeração por compressão de vapor O coeficiente de desempenho (COPRC) é definido pela razão entre o efeito de refrigeração obtido durante o processo de evaporação do fluido refrigerante e trabalho fornecido para sua compressão, considerado em módulo. Assim, tem-se: COPRC = q 23 ω 34 = h3 − h2 h4 − h3 (2.5) Os valores típicos do coeficiente de desempenho de refrigeradores que operam em ciclos de compressão de vapor são superiores à unidade, com limites comerciais da ordem de 4,5, segundo Burghardt (1988). 2.2- Ciclo de refrigeração por absorção O ciclo de refrigeração por absorção é recomendado para aplicações em que há disponibilidade de energia proveniente de uma fonte térmica, a qual será entregue ao fluido de trabalho no gerador. A Figura 2.2 mostra um ciclo típico de operação contínua, cujo fluido refrigerante é uma mistura amônia – água. A área tracejada inclui os equipamentos que o diferenciam do ciclo de refrigeração por compressão discutido na seção anterior. 8 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Figura 2.2 – Princípio do ciclo de absorção de vapor, operação contínua Fonte: Adaptado de Sonntag (2003) A mistura amônia–água, denominada solução forte, recebe calor no gerador, produzindo vapor de amônia a alta pressão. A seguir, dirige-se ao condensador, válvula de expansão e evaporador, onde gera o efeito de refrigeração desejado. O fluxo remanescente no gerador, intitulado solução fraca de amônia, flui para o absorvedor para reabsorção do refrigerante, retornando a mistura, assim, à sua concentração original. Como a solução fraca de amônia encontra-se a temperatura mais elevada, promove-se uma transferência de calor para pré-aquecimento da solução forte à entrada do gerador. Para determinadas aplicações, como é o caso do refrigerador solar, outro modelo básico de operação pode ser empregado, o ciclo intermitente. Neste caso, as etapas de geração e absorção ocorrem com defasagem de tempo. Coeficiente de desempenho para ciclos de refrigeração por absorção O coeficiente de desempenho (COPRA) é definido pela razão entre o efeito de refrigeração obtido durante o processo de evaporação do fluido refrigerante ( q E ) e a energia térmica consumida no gerador ( qG ). Assim, tem-se: COPRA = qE qG (2.6) Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração 9 Propriedades do refrigerante-absorvente Dentre as propriedades desejáveis para os refrigerantes, destaca-se o alto calor de vaporização, baixo calor especifico, além de boa estabilidade térmica. Para o absorvente, destaca-se a estabilidade química, alto ponto de ebulição e baixa capacidade calorífica, conforme Chinnappa (1992). Para o uso em ciclos contínuos, uma baixa viscosidade do absorvente garantirá um menor consumo de energia na bomba, sendo que os pares água-brometo de lítio ( H 2 O − LiBr ) e amônia-água ( NH 3 − H 2 O ) são os mais comumente utilizados. Na Tabela. 2.1 apresenta-se uma comparação entre os vários sistemas de refrigeração por absorção disponíveis, incluindo-se as características operacionais mais relevantes, de acordo com Srikhirin et al (2001). As células sombreadas correspondem aos ciclos que permitem atingir temperaturas inferiores a 0 °C dentro das câmaras de refrigeração, objeto de estudo desse trabalho. 2.3- O ciclo de absorção contínuo com simples estágio 2.3.1- O ciclo água-brometo de lítio Este equipamento utiliza uma solução de brometo de lítio como absorvente e água como refrigerante, sendo que seus componentes principais são mostrados na Fig. 2.3. Fig. 2.3 - Fluxograma para o ciclo água-brometo de lítio simples estágio. Fonte: Adaptado de Chinnappa(1992) No trocador de calor, a solução fraca proveniente do gerador (3) transfere calor para a solução forte proveniente do absorvedor (1). Sistema Ciclo com simples efeito Ciclo com duplo efeito (fluxo em série) Ciclo com duplo efeito (fluxo em paralelo) Ciclo com triplo efeito Nível de Temperatura operacional pressão (°C) Fonte Refrigeração de calor 2 80-110 5-10 Fluído de trabalho LiBr/água Capacidade COP de refrigeração (kW) 2,8 - 28 0,5-0,7 Estágio atual Observação Resfriador com água abundante 1.O mais simples e o mais largamente utilizado 2.Utiliza água como refrigerante, com temperatura de refrigeração ficando acima de 0 °C 3.Pressão do sistema é negativa 4.É necessário utilizar um absorvedor resfriado a água para evitar a cristalização em altas concentrações 1.É necessária a retificação do refrigerante 2.A solução usada no equipamento é ambientalmente neutra 3.A pressão de operação é tão alta quanto aquela para NH3 4.Não há problemas com cristalização 5.É apropriado para o uso como bomba de calor devido a grande faixa de atuação 1.É o ciclo de maior performance disponível comercialmente 2.O calor de condensação do primeiro estágio é usado como calor de entrada para o segundo estágio 2 120-150 <0 Água/NH3 0,85 - 7,0 0,5 Comercial 3 120-150 5-10 LiBr/água > 280 0,8-1,2 Resfriador com água abundante <0 Água/NH3 5-10 LiBr/água 2 4 200-230 Unidade 1.O calor liberado no absorvedor do primeiro estágio é usado experimental como calor de entrada para o gerador do segundo estágio N/A 1,4-1,5 Modelo 1.Sistema de controle de alta complexidade computacional 2.Deverá utilizar fogo direto, pois a temperatura de entrada e unidade requerida é bastante alta experimental 3.Requer maior manutenção, como resultado da elevada corrosividade causada pela alta temperatura de operação 10 Fonte: Adaptado de Srikhirin et al (2001) Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Tabela 2.1 – Estudo comparativo entre ciclos de refrigeração por absorção Sistema Nível de Temperatura operacional pressão (°C) Fonte Refrigeração de calor 3 Baixa <0 Ciclo com efeito parcial Sistema 2 Com calor recuperado Absorção 3 combinada com ejetor (Kuhlenschmid t’s) Chung's and Chang's 3 Aphornratana's 3 90-180 <0 Fluído de trabalho Água/NH3 Água/NH3 Capacidade COP de refrigeração (kW) N/A 0,2-0,3 N/A LiBr/água 5-10 2,0 1.Elimina a cristalização no absorvedor pelo aumento da pressão, através da operação de um ejetor 2.O efeito refrigerante gerado pelo segundo estágio do gerador é melhor utilizado para funcionar o ejetor que para produzir efeito de refrigeração 3.O COP esperado é similar ao sistema convencional Modelo 1.Uma válvula de solução líquida é substituída por um computacional ejetor acionado pelo líquido e unidade 2.A taxa de circulação do líquido é reduzida por causa experimental do aumento de refrigerante contido na solução, devido a maior pressão no absorvedor conseguida pelo ejetor 3.Este sistema é apropriado para o uso com refrigerante com alta densidade devido as características do ejetor 0,9-1,1 Unidade 1.O ejetor localiza-se entre o gerador e o condensador. experimental Isto leva o gerador a operar com alta pressão e temperatura, fazendo com que a temperatura de entrada seja significantemente aumentada 2.O COP é elevado tão alto quanto ao duplo efeito, com o aumento do efeito de refrigeração devido ao uso ejetor 3.A taxa de corrosão pode aumentar devido a alta temperatura de operação 11 Fonte: Adaptado de Srikhirin et al (2001) LiBr/água Observação Modelo 1.Eficiência pobre e complicada computacional 2.É apropriado em situações onde o calor fornecido provem de uma fonte de baixa qualidade 0,5-0,7 Modelo 1.O COP deverá ser melhor que o simples efeito em computacional 10% Patente DMETEG/R2 1 DMETEG/R2 2 180-200 Estágio atual Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Tabela 2.1 – Estudo comparativo entre ciclos de refrigeração por absorção (cont.) Sistema Eames and Wu's Nível de Temperatura operacional pressão (°C) Fonte Refrigeração de calor 3 200 5 Sistema com autocirculação Yazaki 2 80-110 5 Ciclo de absorção por difusão 1 140-200 <0 Ciclo com membrana osmótica Ciclo absorçãocompressão 2 2 LiBr/água Capacidade COP de refrigeração (kW) 5,0 1,03 Estágio atual Observação Unidade 1.O jato de vapor atua como uma bomba de calor para experimental recuperar calor do condensado e prover o retorno ao gerador 2.O ejetor auxilia na redução da pressão no gerador, portanto a exaustão do ejetor pode ser usada como calor de entrada 3.O COP é aumentado devido a redução de calor rejeitado pelo absorvedor 4.Baixa corrosão devido a baixa temperatura de operação, < 100 °C LiBr/água 10,0 - 20,0 0,6 Resfriador à 1.Absorvedor resfriado à água é requerido quando o água LiBr é utilizado 2.Não é necessário nenhuma bomba mecânica operando exceto para a água resfriada e para a água refrigerada Água, NH3/H2 0,050 - 0,3 0,05-0,2 Refrigerador 1.Ciclo de refrigeração operado com calor direto ou He doméstico 2.Pode ser operado onde a energia elétrica é escassa 3.Menor manutenção devido a falta de partes móveis 4.A solução de trabalho é ambientalmente utilizável Patente 1.O sistema é limitado pela tecnologia da membrana 2.Ciclo operado com calor puro, porem o sistema utiliza bomba, condensador e trocador de calor para a solução Vários > 4,5 Modelo 1.A operação do sistema requer um equipamento computacional mecânico para acionar o compressor e unidade 2.O circuito de absorção é utilizado na substituição do experimental condensador e evaporador do tradicional ciclo de compressão para redução da taxa de compressão, o que ajuda na redução da potência de entrada na compressão 12 Fonte: Adaptado de Srikhirin et al (2001) Fluído de trabalho Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Tabela 2.1 – Estudo comparativo entre ciclos de refrigeração por absorção (cont.) 13 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Os balanços de massa no gerador para o fluxo total e para o brometo de lítio são expressos como: m& 2 = m& 5 + m& 3 & 2 = c5 m & 5 + c3m &3 c2m (2.7) (2.8) onde m& n - vazão mássica no ponto n ; cn - concentração do LiBr na solução no ponto n ; Considerando-se c 5 = 0 e m& 1 = m& 2 = 1 kg/s , tem-se que : &3= m &5 = m c2 &2 ⋅m c3 c3 − c 2 &7 =m &8 =m c3 (2.9) (2.10) A Primeira Lei da Termodinâmica, equações 2.1 e 2.3, aplicada para os diferentes equipamentos em regime permanente, quando se desprezam as variações de energia cinética e potencial, conduz a: Para o trocador de calor: m& 3 (h3 − h4 ) = m& 2 (h2 − h1 ) h2 = m& 3 (h3 − h4 ) + h1 m& 2 (2.11) Para o gerador: Q& G = m& 3 h3 + m& 5 h5 − m& 2 h2 (2.12) Q& E = m& 7 ( h8 − h7 ) = m& 5 ( h8 − h6 ) (2.13) Para o evaporador: 14 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração onde a numeração em subscrito corresponde aos estados apresentados na Figura 2.3 e os subscritos G e E designam o gerador e evaporador, respectivamente. As temperaturas máximas nos processos de fornecimento e rejeição de calor são escolhidas para que não ocorra cristalização quando a solução fraca é resfriada no trocador de calor. Para este ciclo básico, Chinnappa (1992) cita como valores de referência para a solução de H 2 O − LiBr , os valores típicos de pressão, temperatura e concentração apresentados na tabela 2.2. Tabela 2.2 - Características operacionais do ciclo H2O-LiBr Ponto 1 2 3 4 5 Estado Pressão Temperatura Concentração do líquido (kPa) ( °C ) (kg LiBr / kg solução) 0,9 30 0,54 0,54 5,6 77 0,60 37 0,60 solução solução solução solução H2O vapor superaquecido H2O líquido 6 5,6 35 saturado H2O vapor 0,9 5 8 saturado Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992) Entalpia (kJ/kg) -177,0 -102,3 -82,0 -165,0 2633,6 146,5 2510,8 Os valores da entalpia para os pontos 6 e 8 são obtidos em tabelas termodinâmicas. Para o cálculo da entalpia no ponto 5, Equação 2.12, considera-se que a temperatura de início de ebulição no gerador é ( t 2' ), onde t 2' ≠ t 2 , e que a temperatura máxima da solução é t 3 . Para a entalpia da água( h f ) e do vapor saturado( hg ) à temperatura de condensação( t 6 ), tem-se: t '2 + t 3 h 5 = h g + c pv − t6 2 onde: c pv = 1,894 kJ / kg ⋅ °C (2.14) Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração 15 Aplicando então, as equações 2.6 e 2.9 a 2.13, obtém-se: m& 3 = 0,54 = 0,9 kg/s 0,60 m& 5 = 0,6 − 0,54 = 0,1 kg/s 0,6 h2 = 0,9(−82 + 165) − 177 = -102,3 kJ/kg h 5 = 2565,4 + 1,894(0,5(65 + 77) − 35) = 2633,6 kJ/kg Q& G = 0,9( −82) + 0,1( 2633,6) − ( −102,3) = 291,9 kW Q& E = 0,1(2510,8 − 146,5) = 236,4 kW Assim, obtém-se: COP = 236,4 = 0,81 291,9 Uma importante observação quanto à operação de resfriadores com bomba é assegurar que aqueles não operem com taxas de transferência de calor abaixo do mínimo necessário, garantindo que a temperatura permaneça suficientemente alta para manter em ebulição a solução fraca dentro do gerador. Neste ciclo básico, esta temperatura é da ordem de 65 °C. Nos grandes sistemas, uma bomba mecânica mantém o movimento da solução entre o gerador e o absorvedor, além de garantir a recirculação dentro dos componentes individuais. A Figura 2.4 mostra a variação do coeficiente de performance em função das temperaturas de fornecimento(gerador) e rejeição(condensador) de calor para os ciclos água-brometo de lítio e amônia-água, com estágio simples e trocadores de calor com solução ideal. A temperatura do evaporador é de 4,4 °C. 16 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Figura 2.4 – Variação do coeficiente de performance com a temperatura Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992) 2.3.2- O ciclo amônia-água Neste sistema, mostrado na Figura 2.5, a água é o solvente. Como o vapor que entra em ebulição no gerador não é composto por NH 3 pura, pois contém água, a porcentagem desta dependerá da respectiva temperatura de geração. Nas plantas que utilizam este sistema, um condensador de refluxo(retificador) é conectado ao gerador, para reduzir o vapor de água que entra no condensador a níveis aceitáveis. Este procedimento é necessário quando a temperatura do gerador excede a 120 °C (Chinnappa, 1992). O calor é fornecido no gerador e rejeitado para o ar ambiente no absorvedor e no condensador. O efeito de refrigeração ocorre no evaporador. Para este sistema e em condições de equilíbrio, podem ser escritas as equações para massa e energia do vapor que deixam o gerador, o absorvedor e o condensador de refluxo. O balanço de massa para gerador-condensador de refluxo pode ser escrito: Fluxo total: m& 2 = m& 7 + m& 3 Amônia: & 2 = c7m & 7 + c3m &3 c2m 17 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Figura 2.5 – Fluxograma para o ciclo amônia-água com estágio simples. Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992) Considerando que m& 2 = 1 kg/s, e c 7 = 1.0 , Obtém-se que: &3= m (1 − c 2 ) (1 − c 3 ) (2.15) &7 = m c2 − c3 1 − c3 (2.16) O balanço de massa aplicado ao condensador de refluxo, indica que: m& 5 = m& 6 + m& 7 e para a amônia: & 5 = c6m & 6 + c7m &7 c5m A solução do sistema de equações mostra que: &5 = m (c 2 − c 3 )(1 − c 6 ) (c 5 − c 6 )(1 − c 3 ) (2.17) &6= m (c 2 − c 3 )(1 − c 5 ) (c 5 − c 6 )(1 − c 3 ) (2.18) 18 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Aplicando a Primeira Lei, tem-se: Trocador de calor: h2 = m& 3 (h3 − h4 ) + h1 m& 2 (2.19) Gerador: Q& G = m& 3 h3 + m& 5 h5 − m& 6 h6 − m& 2 h2 (2.20) Q& E = m& 7 (h10 − h9 ) = m& 7 (h10 − h8 ) (2.21) Evaporador: Para o trabalho na bomba isoentrópica, tem-se que: (2.22) & 2 v1 (P2 − P1 ) WP = m onde: v = volume específico da solução A Tabela 2.3 apresenta alguns valores para o volume específico da mistura águaamônia para diferentes concentrações. Tabela 2.3. - Dados sobre o volume específico da mistura água-amônia Temperatura (°C) 15 30 45 60 75 90 105 120 135 0,3 1116 1127 1141 1157 1174 1193 1213 1236 1262 Concentração ( x 10-6 m3/kg) 0,4 0,5 0,6 1159 1207 1261 1174 1225 1285 1191 1248 1311 1209 1269 1340 1230 1295 1373 1253 1325 1415 1279 1358 1463 1308 1397 1516 1342 1444 - Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992) 0,7 1325 1355 1390 1431 1479 1530 1591 1662 - Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração 19 Semelhante ao ciclo H 2 O − LiBr , o comportamento deste ciclo é determinado pela temperatura de evaporação do evaporador ( t10 ), pelas temperaturas nos processos de rejeição de calor no absorvedor e no condensador e pela temperatura máxima do ciclo. Aplicando as Equações. 2.15 a 2.23, e considerando como valores típicos de: t1 = 30 °C, t 3 = t 5 = 94 °C, t 6 = t 7 = 50 °C, t 8 = 35 °C, t10 = -10 °C (Chinnappa, 1992), obtém-se: m& 3 = 1 − 0,45 = 0,9 kg/s 1 − 0,39 m& 7 = 0,45 − 0,39 = 0,1 kg/s 1 − 0,39 m& 5 = 0,1( 1 − 0,71 ) = 0,12 kg/s 0,954 − 0,71 m& 6 = m& 5 − m& 7 = 0,02 kg/s h2 = 0,9(192 + 64) + (−117) = 113,4 kJ / kg Q& G = 0,9(192) + 0,12(1496) − 1(113,4) − 0,02(45) = 238 kW Q& E = 0,1(1433 − 347,5) = 108,6 kW WP = 0,001197(1350 − 292) = 1,27 kW COP = 108,6 = 0,45 238 + 1,27 Alguns valores típicos operacionais para este ciclo são mostrados na Tabela 2.4 e foram obtidos a partir das equações e dados apresentados acima. Constata-se que o coeficiente de performance para o ciclo amônia-água é menor, comparado ao ciclo água-brometo de lítio, conforme Chinnappa (1992). Tal fato é atribuído à menor temperatura do evaporador no ciclo NH 3 - H 2 O , da ordem de -10 °C, quando comparada ao valor utilizado no ciclo H 2 O - LiBr (5 °C). Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração 20 Deve-se considerar ainda a necessidade de uso de um condensador de refluxo, o que acarreta redução do volume de refrigerante NH 3 que entra no condensador e consequentemente, no evaporador Tabela 2.4 - Características operacionais do ciclo NH 3 - H 2 O Ponto Estado Pressao Temperatura Concentração líquido/vapor x/xv Entalpia (kg NH3 / kg solução) (kPa) ( °C ) (kJ/kg) 1 líquido 292 30 0,45 -117,0 2 líquido 1350 0,45 3 líquido 1350 94 0,39 192,0 4 líquido 1350 40 0,39 -64,0 5 vapor 1350 94 0,95 1496,0 6 líquido 1350 50 0,71 45,0 NH3 vapor 1350 7 50 1,00 1346,0 8 NH3 líquido 1350 35 347,5 NH 3 vapor 292 -10 1433,0 10 Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992) 2.4- Ciclos de absorção a vapor multiestágio e complexo Os ciclos de absorção onde dois ou mais circuitos estão presentes são chamados ciclos multiestágios e podem ser classificados como: Geração por duplo efeito. Refrigeração com duplo efeito. Geração em cascata. Ciclos regenerativos. Ciclos mistos. Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração 21 2.4.1- O ciclo com geração por duplo efeito O ciclo com geração por duplo efeito é mostrado na Figura 2.6. Figura 2.6 - Fluxograma para um ciclo água-brometo de lítio com geração por duplo efeito. Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992). A solução é aquecida a alta temperatura no gerador( G1 ) por uma fonte externa, sendo este o aporte energético para o ciclo. O vapor produzido em G1 condensa no gerador G 2 , devido à sua menor temperatura, sendo que a troca de calor faz efervescer mais refrigerante. O COP teórico pode ser calculado pelas equações clássicas, assumindo-se que o vapor deixa o trocador de calor (um gerador, por exemplo) em condições de equilíbrio. Para estas condições, Whitlow (1966) obteve o COP igual a 1,43. Para o ciclo com simples estágio, o COP era da ordem de 0,79. Temperaturas mais elevadas, em torno de 163 °C, são requeridas para operar este ciclo, comparada aos níveis entre 80 e 85 °C necessários para operar o ciclo simples, conforme Chinnappa (1992). Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração 22 2.4.2- O ciclo de refrigeração com duplo efeito A operação deste ciclo é descrita a seguir, para o par NH 3 - H 2 O como refrigeranteabsorvente. A Figura 2.7 mostra o circuito básico, sendo que a concentração da solução no trecho primário (1-2-3-4) é menor que no trecho secundário (11-12-13-14). Figura 2.7 - Fluxograma para o ciclo amônia-água com duplo efeito de refrigeração. Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992). O refrigerante é gerado no circuito primário e entra no evaporador passando pelo condensador de refluxo, condensador e válvula de expansão, sendo que o primeiro efeito de refrigeração ocorrerá no evaporador. Quando deixa o evaporador, a NH 3 entra no circuito secundário para ser absorvida pela solução dentro do reabsorvedor. Esta solução evapora no desabsorvedor, produzindo o segundo efeito de refrigeração. Em seguida a solução forte retorna ao circuito primário. Chinnappa (1992) sugere alguns valores para os limites de temperatura de operação, a saber: Evaporador: t 9 = 11 °C Reabsorvedor: t11 e t14 = (30 – 36) °C 23 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Desabsorvedor: t12 , t13 = (7 – 13) °C Absorvedor: t 4 , t1 = (40 – 30) °C Temperatura máxima no gerador: t 3 = 94 °C Temperatura do vapor à saída do condensador de refluxo: t 6 , t 7 = 50 °C Temperatura no condensador: t 8 = 35 °C A tabela 2.5 fornece os valores típicos para propriedades da NH 3 - H 2 O para o ciclo com duplo efeito de refrigeração. Aplicando a Eq. 2.11 e considerando-se as faixas de temperatura apresentadas acima, temos então os seguintes balanços de energia descritos: Para os trocadores de calor, h2 = m& 3 (h3 − h4 ) + h1 m& 2 (2.23) =113,4 kJ / kg h12 = m& 14 ( h13 − h14 ) + h11 m& 11 (2.24) = -117 kJ / kg De acordo com a Eq. 2.20, para o gerador tem-se: Q& G = 238 kW Reescrevendo a Eq. 2.21, para o evaporador: Q& E = m& 8 (h10 − h8 ) = 110,75 kW (2.25) 24 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Para o desabsorvedor, Q& D = m& 15 h15 + m& 13 h13 − m& 12 h12 (2.26) = 141,2 kW Temos então: COP = QE + QD QG = (2.27) 110,75 + 141,2 236 =1,06 Tabela 2.5 - Propriedades da NH 3 - H 2 O no ciclo com duplo efeito de refrigeração Ponto Estado Pressao Temperatura Concentração x/xv Entalpia Vazão (kg NH3 / kg solução) t mássica ou (kg NH3 / kg vapor) (kJ / kg) (kg / s) (kPa) ( °C ) 1 líquido 292 30 0,450 -117,0 1 2 líquido 1350 1 3 líquido 1350 94 0,390 192,0 0,90 4 líquido 40 0,390 -64,0 5 vapor 1350 0,954 1496,0 12 6 líquido 1350 50 0,710 45,0 0,02 7 vapor 1350 50 0,998=1 1346,0 0,10 8 líquido 1350 35 1 347,5 0,10 10 vapor 627 11 1 1455,0 0,10 11 líquido 627 30 0,625 -89,0 12 líquido 292 7 0,625 0,78 13 líquido 292 13 0,570 -188,0 0,68 14 líquido 627 36 0,570 -81,0 15 vapor 292 13 1 1310,0 0,10 17 vapor 292 -10 1 1433,0 Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992) O valor do COP encontrado representa uma substancial evolução frente ao COP encontrado para o ciclo NH 3 - H 2 O simples estágio, enquanto operados dentro das mesmas condições. Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração 25 O circuito (1-2-3-4-5-6-7-8-16-17) é para um ciclo NH 3 - H 2 O simples estágio com os mesmos limites de temperatura que o ciclo descrito na sessão 2.3.2, sendo seu coeficiente de performance teórico igual a 0,45. A efetividade destes ciclos é dependente do par refrigerante-absorvente, sendo que o água-amônia é adaptável as mais diversas combinações, segundo Chinnappa (1992). 2.4.3- O ciclo com geração em cascata. Neste ciclo mostrado na Figura 2.8 existem dois circuitos de solução, onde no circuito de baixa pressão ( G1 - A1 ) a solução está mais concentrada que no circuito de alta pressão ( G 2 - A2 ). O calor é fornecido em ambos os geradores ( G1 e G 2 ), ocorrendo um simples efeito de refrigeração no evaporador. Figura 2.8 – Fluxograma para o ciclo amônia-água com geração em cascata. Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992) O refrigerante produzido no estágio de baixa pressão ( G1 ) é absorvido no absorvedor do estágio de alta pressão ( A2 ). 26 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração O COP deste ciclo tem sido calculado utilizando o par NH 3 - H 2 O , para as duas temperaturas do evaporador, ou seja: -10 °C (para um ciclo de refrigeração) e 5 °C ( para um ciclo de condicionamento de ar). Na Tabela 2.6 são sugeridos os limites das temperaturas de operação para o par NH 3 H 2O . Tabela 2.6 – Condições operacionais típicas para o ciclo com geração em cascata Temperatura do evaporador(°C) Faixas de temperaturas do absorvedor (°C) Temperatura do condensador (°C) Temperatura máxima do gerador (°C) QG1 (kW) QG2 (kW) QE (kW) COP Ciclo para Ciclo para refrigeração condicionamento de ar t 15 -10 5 (t 1 - t 4 ) 30 - 40 30 - 40 (t 8 - t 11 ) 30 - 37 30 - 37 t 13 35 35 t 3,t 9 65 57 212,6 245,9 157 219,2 108,6 164,3 0,29 0,35 Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992) Reescrevendo as Eqs. 2.19 a 2.21, para os balanços de energia nos trocadores de calor, geradores e evaporadores, tem-se: Q& G1 = m& 3 h3 + m& 5 h5 − m& 2 h2 − m& 6 h6 Q& G 2 = m& 10 h10 + m& 12 h12 − m& 9 h9 Q& E = m& 13 ( h15 − h13 ) (2.28) (2.29) (2.30) onde os índices utilizados referem-se aos estados mencionados na Figura 2.8. G1 e G2 são os geradores 1 e 2, respectivamente. Para o coeficiente de performance, tem-se: COP = QE (QG1 + QG 2 ) (2.31) Valores típicos para este ciclo, são mostrados na Tabela 2.7, para temperatura de –10°C. 27 Cap. 2 – Fundamentação sobre refrigeração Tabela 2.7 - Ciclo de refrigeração com geração em cascata (para temperatura de evaporação igual a -10 °C) Ponto Estado Pressão Temperatura Concentração x/xv (kg NH3 / kg solução) (kPa) (°C) 1 líquido 292 30 0,450 2 0,450 3 627 65 0,390 4 líquido 40 0,390 5 vapor 627 65 0,979 6 líquido 627 30 0,625 7 vapor 627 30 1,000 8 líquido 627 30 0,625 9 54 0,625 10 1350 65 0,565 11 líquido 37 0,565 12 vapor 1350 65 1,000 13 líquido 1350 35 14 292 15 vapor 292 -10 Fonte: Adaptado de Chinnappa (1992) Entalpia Vazão mássica (kJ / kg) (kg / s) -117,0 1,000 -10,0 1,000 55,0 0,900 -64,0 1438,0 0,106 -89,0 0,006 0,100 -89,0 0,725 22,0 0,725 56,0 0,625 -74,0 0,625 1387,0 0,100 347,5 0,100 347,5 0,100 1433,0 0,100 CAPÍTULO 3 MODELAGEM MATEMÁTICA Neste capítulo é apresentada a modelagem matemática e o programa computacional referentes à avaliação proposta. O programa utiliza a plataforma Matlab como ambiente de trabalho. A modelagem segue três linhas principais e paralelas (A,B,C) de análise do problema físico, ilustradas no fluxograma da Figura 3.1, a saber: A - quantifica a energia a ser recuperada dos gases de exaustão, visando sua utilização no gerador do ciclo de refrigeração por absorção. B - caracteriza os requisitos que devem ser atendidos para a manutenção das condições apropriadas no interior do espaço refrigerado, que determinarão a capacidade mínima necessária ao equipamento de refrigeração. C - quantifica os fluxos de energia para o interior da carroceria, tomando como base a temperatura necessária à conservação dos produtos. No desenvolvimento do modelo matemático, considera-se que a carga e o baú foram termicamente pré-condicionados. 3.1- Recuperação de energia dos gases de exaustão Em um motor de combustão interna, o processo de queima da mistura ar/combustível produz uma expressiva quantidade de energia, sendo que apenas uma parcela é convertida em potência, enquanto o restante é descartado para a atmosfera nos gases de exaustão. 28 29 Cap. 3 – Modelagem matemática Início Caracterização do motor Temperatura dos produtos Cálculos termodinâmicos Seleção dos ciclos de absorção úteis Energia disponível ao gerador 1 COP Efeito de refrigeração Carga de refrigeração 1 N Efeito de refrigeração do equipamento >= carga térmica de refrigeração? S Definição final Fim Figura 3.1 – Fluxograma geral do programa 30 Cap. 3 – Modelagem matemática Esta seção apresenta um roteiro de avaliação do potencial energético disponível nos gases de exaustão de um motor diesel utilizado em veículos de transporte rodoviário. O fluxograma da Figura 3.2 exemplifica as etapas seguidas nessa avaliação. Início Definir dados característicos do motor, como valores para temperatura e vazão dos gases de exaustão, e também razão de equivalência combustível/ar Calcular o valor da fração molar de cada componente dos gases de exaustão do motor Calcular o valor do calor específico de cada componente da mistura dos gases de exaustão do motor Calcular o valor do calor específico para a mistura dos gases de exaustão do motor Calcular a quantidade de energia disponível nos gases de exaustão do motor Energia disponível nos gases de exaustão Fim Figura 3.2 – Cálculo do calor disponível nos gases de exaustão. 31 Cap. 3 – Modelagem matemática 3.1.1- Caracterização do motor Para caracterização do motor, é necessário quantificar-se as grandezas que permitirão uma avaliação do potencial energético proporcionado pelos gases de exaustão de um dado motor. Tais informações são obtidas acoplando-se este motor a um dinamômetro e em um analisador de emissões, que permitam o controle e coleta dos dados operacionais como vazão, consumo e torque, etc., a serem utilizados na análise termodinâmica. Análise Termodinâmica O diesel é um derivado do petróleo e constituí-se basicamente por hidrocarbonetos parafínicos, olefínicos e aromáticos que apresentam cadeia carbônica contendo de 6 a 30 átomos. Neste estudo, o óleo diesel utilizado é equivalente ao hidrocarboneto duodecano, conforme Van Wylen et al. (1998), sendo designado pela fórmula C12 H 26 . Em seguida, é definido o número de mols para cada um dos componentes da mistura constituinte dos gases de exaustão, cujos principais produtos da combustão são CO2 , H 2 O , O2 e N 2 (Heywood, 1988). O número de mols de cada um dos componentes dos gases de exaustão, é obtido previamente através de um balanço atômico, que inclui a razão de equivalência combustível/ar do motor. Para os componentes dióxido de carbono e água, os valores obtidos são respectivamente: nCO2 = 12 n H 2O = 13 Para o oxigênio, o número de mols é definido pela Equação 3.1. nO2 = [18,5 ⋅ (1 − φ )] φ onde: φ - razão de equivalência combustível/ar; Para o nitrogênio, o número de mols é definido pela Equação 3.2. (3.1) 32 Cap. 3 – Modelagem matemática nO2 = 69,8 (3.2) φ O número de mols total da mistura é obtido pelo somatório dos valores ni correspondente a cada componente i , ou seja: n = ∑ ni (3.3) onde: n - número de mols total da mistura, kgmol ; ni - número de mols de cada componente i da mistura, expresso em kgmol ; Portanto, os valores para a fração molar de cada componente são definidos como: xi = ni n (3.4) Cálculo do calor específico Para as faixas de temperatura e pressão consideradas, a mistura dos gases de exaustão é modelada como gás ideal. Para a faixa de temperaturas situadas no intervalo entre 200 K e 1000 K, o calor específico de cada componente dos gases de exaustão é encontrado pela aplicação da função polinomial definida na Equação 3.5, proposta por Gordon e McBride (1994). Para cada componente i no estado padrão à temperatura T(K), o calor específico em base molar c 0p ,i é definido por: ( c 0p ,i = R ⋅ ai1 ⋅ T −2 + ai 2 ⋅ T −1 + ai 3 + ai 4 ⋅ T + ai 5 ⋅ T 2 + ai 6 ⋅ T 3 + ai 7 ⋅ T 4 onde: R - constante universal dos gases, J / kgmol ⋅ K ; T - temperatura dos gases de combustão, K; ai ,n - coeficientes para cada componente i dos gases de exaustão; ) (3.5) 33 Cap. 3 – Modelagem matemática Obtido o valor do calor específico para cada componente, calcula-se o valor dessa propriedade para a mistura, aqui definida pela Equação 3.6. ( c p = ∑ xi ⋅ c 0p ,i ) (3.6) onde: c 0p ,i - calor específico em base molar à pressão constante para o estado padrão de cada componente i , J / kgmol ⋅ K ; A Tabela 3.1 mostra os valores dos coeficientes ai ,n referentes a cada um dos componentes i , aplicáveis à faixa de temperatura compreendida entre 200 K e 1000 K. Tabela 3.1 – Coeficientes para cada componente i dos gases de exaustão. Produto CO2 H2 O N2 O2 ai1 4,943651E+04 -3,947961E+04 2,210371E+04 -3,425563E+04 ai2 -6,264116E+02 5,755731E+02 -3,818462E+02 4,847001E+02 ai3 5,301725E+00 9,317827E-01 6,082738E+00 1,119011E+00 ai4 2,503814E-03 7,222713E-03 -8,530914E-03 4,293889E-03 ai5 -2,127309E-07 -7,342557E-06 1,384646E-05 -6,836301E-07 ai6 ai7 -7,689989E-10 4,955043E-09 -9,625794E-09 -2,023373E-09 2,849678E-13 -1,336933E-12 2,519706E-12 1,039040E-12 Fonte: Adaptado de Gordon e McBride (2002) 3.1.2- Energia nos gases de exaustão A temperatura destes gases após deixarem o cilindro está situada na faixa entre 200°C até 500 °C, conforme Heywood (1988). Entretanto, para o aproveitamento da energia remanescente da queima do combustível, deve-se considerar a temperatura mínima na qual estes gases circulam dentro do sistema de exaustão. Desse modo, minimiza-se a formação de componentes corrosivos que possam ocorrer antes que os gases sejam expelidos com segurança para a atmosfera. Pela Primeira Lei da Termodinâmica, tem-se: Q& EX = m& ⋅ c p ⋅ (Tgas − Ts ) (3.7) 34 Cap. 3 – Modelagem matemática onde: Q& EX - taxa do fluxo de calor contido nos gases de exaustão, W; m& - vazão mássica da mistura dos gases de exaustão, kg/s; cp - calor específico à pressão constante para a mistura, J/kg ⋅ K ; Tgas - temperatura da mistura dos gases de exaustão, K; Ts - temperatura mínima de saída da mistura dos gases de exaustão, K; 3.1.3- Energia disponível ao gerador A transferência da energia contida nos gases de exaustão é feita através de um trocador de calor, normalmente construído pela inclusão de um conjunto de aletas posicionadas paralelamente entre si e fixadas transversalmente ao longo da superfície externa do gerador do equipamento de refrigeração por absorção. O conjunto formado pelas aletas unidas ao gerador deve estar inserido na região onde o fluxo dos gases de exaustão é forçado passar. A taxa efetiva do fluxo de calor entregue ao gerador é dada por: Q& G = Q& EX ⋅ ∈ (3.8) onde: ∈ - efetividade do trocador de calor; 3.2- Caracterização do equipamento de absorção Para caracterizar o equipamento de absorção adequado à manutenção das condições climáticas no interior da carroceria é necessário definir algumas variáveis, como a temperatura na qual os produtos devem ser mantidos sob refrigeração, pois ela implica na definição da capacidade do equipamento de refrigeração e na quantificação da energia líquida que penetra na carroceria. Essa variável determina a configuração mínima necessária ao equipamento de refrigeração que atenda a demanda de refrigeração dentro da carroceria e pode ser conferida na Tabela 2.1. 35 Cap. 3 – Modelagem matemática & ), aplica-se a definição do coeficiente de Para obtenção do efeito de refrigeração ( Q E performance e obtém-se: Q& E = COP ⋅ Q& G (3.9) 3.3- Carga térmica Na primeira etapa do programa são efetuados os cálculos para obtenção dos valores das temperaturas do ar ambiente externo e do céu nas condições locais. Para tal, utiliza-se como dados de entrada, as médias mensais de temperaturas máxima e mínima e umidade relativa, disponíveis nas Normais Climatológicas, (DNMET, 1992). O cálculo das propriedades físicas dos fluidos e materiais envolvidos, bem como dos coeficientes de transferência de calor, constituem a segunda etapa do programa. A terceira etapa consiste na resolução do sistema de equações algébricas geradas na modelagem matemática, utilizando o método das diferenças finitas. Os resultados finais obtidos são as temperaturas do ar interno, da superfície da carga e das superfícies interna e externa das paredes da carroceria. A partir dessas temperaturas, efetua-se o cálculo da energia líquida que penetra no espaço refrigerado, que corresponde à carga de refrigeração a ser promovida. 3.3.1- Considerações Gerais Geometria A carroceria para transporte da carga é modelada como um paralelepípedo, cujas dimensões internas e externas são dados de entrada do programa. Como referência de orientação à numeração das paredes, considera-se que o observador está posicionado frontalmente à face externa da parede traseira. A numeração, mostrada na Figura 3.3, será utilizada posteriormente. A carroceria é constituída por três pares de paredes paralelas, onde o teto e o piso são designados pelos índices 1 e 2, respectivamente. Situadas verticalmente, a parede traseira e a parede frontal, são designadas pelos índices 3 e 4, nesta ordem. As paredes laterais esquerda e direita são respectivamente designadas pelos índices 5 e 6. Cap. 3 – Modelagem matemática 36 Figura 3.3 – Esquema da geometria da carroceria Ambiente Externo O ambiente no qual a carroceria está inserida é a atmosfera terrestre. Portanto, as condições de contorno das faces externas das paredes são influenciadas pela própria atmosfera e pelas trocas radiativas com o céu e a radiação solar incidente. Sua contribuição pode ser bastante significativa, mas por simplicidade sua influência estará restringida ao teto da carroceria. Não foram avaliados a ocorrência de dias chuvosos. Paredes Construtivamente, as paredes são formadas por três lâminas justapostas. A lâmina externa é metálica, enquanto a lâmina interna é confeccionada em PRFV(plástico reforçado com fibra de vidro), possuindo ambas função estrutural. Estas são separadas por uma terceira lâmina que possui função de isolante e é constituída por espuma rígida de poliuretano com espessura variável. A parede traseira é composta por duas portas, que permitem o carregamento e o acesso ao interior da carroceria. Não foram considerados efeitos das possíveis infiltrações de ar como decorrência de falhas no sistema de vedação das portas. 37 Cap. 3 – Modelagem matemática Ambiente interno O ambiente interno da carroceria contém inicialmente apenas ar atmosférico, que é resfriado até a temperatura de operação estabelecida, conforme citado anteriormente. O produto a ser refrigerado, quando for inserido no espaço, deve ser disposto preferencialmente no centro do mesmo, respeitando um espaçamento mínimo entre a superfície das paredes internas e a superfície da carga, com o objetivo de favorecer a circulação do ar internamente. 3.3.2- Desenvolvimento do modelo matemático O modelo matemático determinará a evolução temporal das temperaturas de cada nodo avaliado na região de interesse. Este comportamento é fortemente influenciado pelas condições climáticas externas. Os valores das temperaturas no primeiro instante de tempo são inicializados como dados de entrada. Os valores obtidos ao final da primeira simulação, correspondem aos dados iniciais da simulação seguinte e, assim, sucessivamente. Os valores atualizados são utilizados também para determinação das propriedades e coeficientes referentes à simulação seguinte. Caracterização climática Inicialmente, é necessário a obtenção dos dados relativos às condições climáticas do ambiente externo à carroceria. Para tanto, é necessário o cálculo das temperaturas do ar ambiente externo e do céu, correspondentes ao horário, época do ano e localidade na qual transcorre a simulação. Na Figura 3.4 é mostrado o fluxograma para o cálculo da temperatura ambiente. Para o cálculo da temperatura ambiente em média horária ( T∞ ) foi utilizada a equação proposta em ASHRAE (1994) e citada por Pereira (2002). T − Tmin Tmax − Tmin 15 ⋅ [(hs ) − 14] ⋅ π T∞ = Tmax − max + ⋅ cos 2 2 180 (3.10) 38 Cap. 3 – Modelagem matemática onde: Tmáx. - temperatura máxima diária em média mensal, K; Tmín. - temperatura mínima diária em média mensal, K; hs - hora do dia; Início Definir a localidade, mês do ano e o horário inicial Fornecer valores tabelados para temperaturas máxima, mínima e hora Calcular a variação da temperatura ambiente para cada intervalo de tempo Temperatura ambiente Figura 3.4 – Fluxograma para o cálculo da temperatura ambiente Temperatura do céu O roteiro para o cálculo da temperatura do céu é mostrado no fluxograma da Figura 3.5. A pressão de saturação é calculada através da Equação 3.11, obtida a partir do software Catt2 (1996), para a faixa de temperatura compreendida entre 5°C e 40°C. Pg = 7 ⋅10 −8 ⋅ T∞3 + 7 ⋅10 −8 ⋅ T∞2 + 6 ⋅10 −5 ⋅ T∞ + 5 ⋅10 −4 (3.11) 39 Cap. 3 – Modelagem matemática Calcular a pressão de saturação para o vapor d’água Definir o valor para umidade relativa Calcular a pressão de vapor para a pressão de saturação Calcular a temperatura do ponto de orvalho para a pressão de vapor Calcular a temperatura do céu Temperatura do céu Figura 3.5 – Fluxograma para o cálculo da temperatura do céu A pressão de saturação ( Pg ) é, então, utilizada para o cálculo da pressão de vapor ( Pv ), definida como: Pv = Pg ⋅UR (3.12) onde: UR - umidade relativa do fluído, decimal; A temperatura do ponto de orvalho ( Tdp ), definida pela Equação 3.13, foi obtida a partir do software Catt2 para a faixa de temperatura compreendida entre 5°C e 40°C. 40 Cap. 3 – Modelagem matemática Tdp = 0,0065 ⋅ Pv5 − 0,1595 ⋅ Pv4 + 1,5601 ⋅ Pv3 − 7,9701 ⋅ Pv2 + 25,739 ⋅ Pv − 12,192 (3.13) A temperatura do céu proposta por Bliss (1961) e citada por Smith et al. (1994) é: Tceu Tdp = T∞ ⋅ 0.8 + 250 1 4 (3.14) Coeficientes de transferência de calor A disposição da superfície de cada parede da carroceria dentro do ambiente e o comportamento do fluido deslocando em relação às mesmas, proporciona a obtenção de uma ampla gama de valores quando a análise envolve os coeficientes de transferência de calor por convecção. Para a determinação dos coeficientes de transferência de calor por radiação, é importante conhecer a diferença entre as temperaturas das superfícies que trocam calor e também a composição do material que as compõe. Coeficientes de transferência de calor por convecção Preliminarmente, devem ser efetuados os cálculos das propriedades gerais do fluido, no caso o ar, tanto externas quanto internas. Estas propriedades são a densidade, o calor específico à pressão constante, a condutividade térmica, a difusidade térmica, a viscosidade dinâmica e a viscosidade cinemática. A seqüência de cálculo destas propriedades é apresentada no fluxograma da Figura 3.6. Para o cálculo das propriedades do fluido, define-se a temperatura média da película do fluído ( T f ) sobre a superfície como: Tf = onde: Tsup - temperatura da superfície, K; Tsup + T∞ 2 (3.15) 41 Cap. 3 – Modelagem matemática Fornecer o valor para temperatura da superfície Calcular a temperatura da película de fluido Calcular a densidade do fluido para temperatura de película Calcular o calor específico do fluido para temperatura de película Calcular a condutividade térmica do fluido para temperatura de película . Calcular a difusidade térmica do fluido para temperatura de película Calcular o valor da viscosidade dinâmica do fluido para temperatura de película Calcular o valor da viscosidade cinemática do fluido para temperatura de película Figura 3.6 – Fluxograma para o cálculo das propriedades gerais Para a temperatura da película, calcula-se a massa específica do fluído ( ρ ) à partir da correlação obtida através do software Catt2, na forma: 42 Cap. 3 – Modelagem matemática ρ = 351,92 ⋅ (T f )−1, 0017 (3.16) O cálculo do calor específico (cp) é obtido a partir da correlação empírica apresentada por Rohsenow e Hartnett (1998), como: ) ] [( [( ) c p = 1,03409 + − 0,28488708 ∗ 10 −3 ⋅ T f + 0,7816818 ∗ 10 −6 ⋅ T f 2 ]+ (3.17) [( ) 3 ] [( ) + − 0,4970786 ∗ 10 −9 ⋅ T f + 0,1077024 ∗ 10 −12 ⋅ T f 4 ] Rohsenow e Hartnett (1998) correlacionam o valor da condutividade térmica ( k ) para película de fluído na faixa temperatura entre 250 K e 1050 K na forma: [( ) ] k = −2,276501 ∗ 10 −3 + 1,2598485 ∗10 −4 ⋅ T f + [( ) ]+ [(1,73550646 ∗10 )⋅ T ]+ + [(− 1,066657 ∗10 )⋅ T ]+ [(2,47663035 ∗10 )⋅ T ] + − 1,4815235 ∗ 10 −7 ⋅ T f 2 (3.18) f 4 −13 3 −10 5 −17 f f Para a difusidade térmica ( α ), tem-se: α= k (ρ ⋅ c p ) (3.19) Rohsenow e Hartnett (1998) recomendam para cálculo da viscosidade dinâmica ( µ ) na faixa de temperatura da película de fluido entre 250°C e 600°C: [ ] µ = −0,98601 + [(9,080125 ∗ 10 −2 )⋅ T f ] + (− 1,17635575 ∗ 10 −4 )⋅ T f 2 + (3.20) [( + 1,2349703 ∗ 10 −7 )⋅ T ]+ [(− 5,7971299 ∗10 )⋅ T ] 3 4 −11 f f Na seqüência é calculado o valor da viscosidade cinemática (ν), definida pela Equação 3.21. ν= µ ρ (3.21) Para definir o comportamento do escoamento, calcula-se o número de Reynolds ( Re ), parâmetro adimensional que representa a razão entre a força de inércia e a força viscosa na camada limite fluidodinâmica e está definido como: 43 Cap. 3 – Modelagem matemática Re = µ ∞ .L ν (3.22) onde: L - comprimento característico da superfície, m; Definido o regime de deslocamento do fluido ao longo de uma superfície plana, duas condições distintas passam a orientar a seqüência de cálculo, uma aplicada ao escoamento com velocidade forçada e outra com ventilação natural. A modelagem desses campos de velocidade utiliza o conceito de camada limite, que envolve a distribuição de temperaturas ao longo da superfície. Ele delimita uma região compreendida por uma determinada espessura de fluido por sobre e ao longo de uma superfície plana, onde os gradientes de temperatura e tensão de cisalhamento são elevados. O fluxograma com a seqüência dos cálculos dos parâmetros adimensionais da Figura 3.7 é utilizado para regime com escoamento forçado. O número de Prandtl (Pr) é definido como a razão entre a difusidade de momento e a difusidade térmica, na forma: Pr = ν α (3.23) O parâmetro que fornece o gradiente de temperatura adimensional na superfície e determina a intensidade da transferência de calor por convecção é obtido empiricamente. Para superfícies planas em presença de escoamento forçado e regime turbulento, conforme Incropera e Dewitt (1998), recomenda-se: Nu = 0,037 ⋅ Re 4 / 5 ⋅ Pr 1 / 3 onde: Nu : número de Nusselt médio; (3.24) 44 Cap. 3 – Modelagem matemática Fornecer o valor de velocidade e viscosidade cinemática do fluido para superfície Definir o valor do comprimento característico para a superfície Calcular o valor do número de Reynolds para a superfície Calcular o valor do número de Prandtl para a superfície Calcular o valor do número de Nusselt para a superfície Figura 3.7 – Fluxograma para o cálculo dos parâmetros adimensionais Para convecção livre, o cálculo do número de Nusselt utiliza equações distintas quando a superfície está posicionada no plano horizontal ou no plano vertical. Para sua obtenção, calcula-se o parâmetro adimensional que representa a razão entre o empuxo e a força viscosa que atua no fluído, conhecido como número de Rayleigh (Ra): Ra = g ⋅ β ⋅ (Tsup − T∞ )⋅ L.3 ν ⋅α (3.25) onde: g - aceleração da gravidade, m/s²; β - coeficiente de expansão térmica do fluido, K −1 ; O fluxograma da Figura 3.8 mostra a seqüência do cálculo dos parâmetros adimensionais para convecção livre. 45 Cap. 3 – Modelagem matemática Para superfície vertical com temperatura uniforme, ausência de escoamento forçado e ao longo de todo o intervalo de Ra , o número de Nusselt está definido pela Equação 3.26, na correlação apresentada por Churchill e Chu (1975), e citada por Incropera e Dewitt (1998). 0,387 ⋅ Ra 1 / 6 Nu = 0,825 + 9 / 16 1 + (0,492 Pr ) [ 8 / 27 2 ] (3.26) O número de Nusselt para superfícies horizontais está definido nas correlações propostas por McAdams (1954) e apresentadas por Incropera e Dewitt (1998). Fornecer o diferencial entre temperatura da superfície e temperatura ambiente. Definir o valor do comprimento característico para a superfície. Fornecer o valor de viscosidade cinemática, difusidade térmica e coeficiente de expansão para a temperatura da superfície. Calcular o valor do número de Rayleigh para a superfície. Calcular o valor do número de Nusselt para a superfície. Figura 3.8 – Fluxograma para o cálculo dos parâmetros adimensionais Para superfície voltada para cima com temperatura superior à do fluido ou superfície voltada para baixo com temperatura inferior à do fluido, a correlação é aplicada para número de Rayleigh compreendido na faixa de 10 4 ≤ Ra ≤ 10 7 , na forma: 46 Cap. 3 – Modelagem matemática Nu = 0,54 ⋅ Ra 1 / 4 (3.27) e para Rayleigh na faixa de 10 7 ≤ Ra ≤ 1011 , como: Nu = 0,15 ⋅ Ra 1 / 3 (3.28) Para situações onde 10 5 ≤ Ra ≤ 1010 , superfície voltada para cima com temperatura superior à do fluido ou superfície voltada para baixo com temperatura inferior à do fluido, o número de Nusselt está definido por: Nu = 0,27 ⋅ Ra 1 / 4 (3.29) O comprimento característico (L), conforme Goldstein et al. (1973), Lloyd e Moran (1974) e citado em Incropera e Dewitt (1998) é definido como: L≡ Asup (3.30) p onde: Asup - área da superfície, m²; p - perímetro da superfície, m; O valor médio do coeficiente de transferência de calor por convecção para a superfície ( h ) e condição em estudo é: h = Nu ⋅ k L (3.31) Coeficientes de transferência de calor por radiação O cálculo dos coeficientes de transferência de calor por radiação para a superfície de cada parede permite quantificar a intensidade com que a energia normalmente é perdida para o céu. O coeficiente de transferência de calor por radiação está representado pelo símbolo hr , conforme Incropera e Dewitt (1998) e é definido como: [ ] hr = ε ⋅ σ ⋅ (Tceu ) + (Tsup ) ⋅ (Tceu + Tsup ) 2 2 (3.32) 47 Cap. 3 – Modelagem matemática onde: ε - emissividade da superfície; σ - constante de Stefan-Boltzmann, 5.6697 ⋅10 −8 W / m 2 ⋅ K 4 ; Radiação Solar Incidente Conforme citado anteriormente, uma parcela da energia proveniente da radiação solar incidente sobre a superfície da carroceria é contabilizada pelo modelo. Inicialmente, calcula-se o valor da declinação solar ( δ ) aplicando a correlação proposta por Cooper (1969) e citada por Duffie e Beckman (1991), conforme mostra a Equação 3.33. 284 + d 365 δ = 23,45° ⋅ sen 2 ⋅ π ⋅ (3.33) onde: d - dia do ano; O valor da hora angular correspondente ao pôr-do-sol ( ω S ) é calculado por Duffie e Beckman (1991) como: ω s = ar cos(− tan ξ ⋅ tan δ ) (3.34) onde: ξ- latitude, graus; O número de horas de insolação diária em média diária ( n ) é calculado por: n= n mes d mes (3.35) onde: nmes - número de horas de insolação diária em média mensal, fornecido pelo INMET(1992) d mes - número de dias do mês; 48 Cap. 3 – Modelagem matemática O número teórico de horas de insolação diária em média mensal ( N ) é definido como: N= 2 ⋅ω s 15 (3.36) Para determinar a distribuição temporal da radiação global em superfícies horizontais, rt , é preciso encontrar o valor da hora angular, apresentada em Pereira (2002). ω = 15° ⋅ [(h + 0,5) − 12] (3.37) Na seqüência, o valor de rT , proposto por Collares-Pereira e Rabl (1979) e citada em Duffie e Beckman (1991), é: (cos ω − cos ω s ) π rT = ⋅ (a + b ⋅ cos ω ) ⋅ 24 sen ω − π ⋅ ω s ⋅ cos ω s s 180 (3.38) Os coeficientes a e b são definidos por: a = 0,409 − 0,5016 ⋅ sen (ω s − 60 ) (3.39a) b = 0,6609 − 0,4767 ⋅ sen(ω s − 60 ) (3.39b) O valor da radiação extraterrestre incidente sobre uma superfície horizontal ( H 0 ) , proposto por Duffie e Beckman (1991), é: H0 = 86400 ⋅ G SC 2 ⋅ π ⋅ d ⋅ 1 + 0,033 ⋅ cos ⋅ [(cos ξ ⋅ cos δ ⋅ sen ω s ) + (ω s ⋅ sen ξ ⋅ sen δ )] π 365 (3.40) onde: G SC - constante solar, 1.367 W/m²; Baseado no modelo proposto por Bennett (1965) e citado em Pereira (2002), o cálculo do valor da radiação global diária em média mensal para superfície horizontal ( H ), aplicável ao Hemisfério Norte, é: 49 Cap. 3 – Modelagem matemática n H = H0 ⋅ a + b ⋅ + c ⋅ H N (3.41) onde: H - altitude, km; O modelo foi adaptado por Nunes et al. (1976), e validado por Nunes et al. (1976) e Pereira (1991) para utilização no Hemisfério Sul. Os coeficientes a , b e c , utilizados na Equação 3.41, são chamados coeficientes empíricos de correlação de Bennett. Estes coeficientes são tabelados e adaptados para uso no Hemisfério Sul. Para obter-se a radiação solar em média horária ( I ), utiliza-se: I = H ⋅ rT (3.42) A energia proveniente da radiação solar incidente e absorvida pela superfície externa da parede número 1 por unidade de tempo (qs) é definida como: q S = I ⋅ Ae1 ⋅ α abs (3.43) onde: Ae1 - área da superfície externa da parede 1, m²; α abs - absortividade da superfície externa do teto 3.3.3- Método Numérico A modelagem está formatada para trabalhar com condições unidimensionais e em regime transiente. Portanto, supõe–se que gradientes de temperatura ocorram somente ao longo de uma única direção coordenada e a transferência de calor ocorra exclusivamente nesta direção. Para encontrar a carga térmica determina-se a distribuição de temperaturas para as superfícies das paredes, piso e teto da carroceria e, ainda, das temperaturas do ar interno e superfície da carga. Cap. 3 – Modelagem matemática 50 Método das diferenças finitas Neste método, a equação diferencial parcial da condução do calor é aproximada por um conjunto de equações algébricas na temperatura em um certo número de pontos nodais distribuídos numa região. O primeiro passo é representar a equação diferencial da condução de calor e suas condições de contorno em um conjunto de equações algébricas. Obtém-se a forma em diferenças finitas da equação da condução do calor substituindo as derivadas parciais da temperatura na equação da condução de calor, pelas formas equivalentes em diferenças finitas, ou escrevendo-se um balanço de energia num elemento diferencial de volume. No programa desenvolvido, utilizou-se do método do balanço de energia aplicado à conservação de energia no volume de controle em torno da região nodal. Na análise numérica, fez-se a escolha dos pontos discretos posicionando um nodo para cada uma das superfícies interna e externa das paredes, um para a superfície da carga e outro para o ar interno. Considera-se que a parede é isotérmica e, portanto, que o nodo representa a medida da temperatura média da região. O posicionamento destes pontos é mostrado no circuito térmico equivalente da Figura 3.9, onde a posição dos nodos ao longo do circuito é a superfície interna, designada pelo índice subscrito m acompanhado do número relativo à parede. Figura 3.9 – Circuito térmico equivalente 51 Cap. 3 – Modelagem matemática À direita, estão os nodos superficiais externos indicados pelo índice subscrito m + 1 seguido pelo número da parede. À esquerda, está situado o nodo ar interno, representado pelo índice m − 1 e, também, o nodo referente à superfície da carga, com o índice c . São indicados, também ,os espaçamentos longitudinais entre os nodos, onde E n é a espessura da parede correspondente e E pp corresponde à metade do valor da distância existente entre as paredes internas e a superfície da carga. Além da discretização espacial através da escolha dos pontos nodais, o problema é dividido discretamente no tempo ( t ). Essa condição é atendida pela adoção do inteiro i , sendo: t = i ⋅ ∆t (3.44) onde: i - número de passos para resolução do sistema; ∆t - intervalo de tempo; O índice i indica a dependência temporal da temperatura, onde a derivada no tempo é expressa em termos da diferença entre as temperaturas associadas a um instante novo ( i + 1 ) e ao instante anterior ( i ). Assim, os cálculos são realizados em instantes sucessivos separados pelo intervalo de tempo ∆t . A temperatura é encontrada para pontos discretos tanto no espaço quanto para o tempo. A Figura 3.10 mostra essa discretização para os domínios de x e t . Figura 3.10 – Domínios de x e t em diferenças finitas 52 Cap. 3 – Modelagem matemática A solução em diferenças finitas é dependente do instante particular em que as temperaturas são estimadas pelas aproximações em diferenças finitas das derivadas temporais. Neste programa, é adotado o método explícito de resolução, onde as temperaturas são estimadas no instante de tempo anterior ( i ). Critério de estabilidade Quando aplicado a condições de regime transiente, o método explícito não apresenta comportamento incondicionalmente estável. Para atender a exigência de estabilidade, adotou-se o uso do parâmetro que estabelece os valores máximos permitidos para o valor do intervalo de tempo ( ∆t ). O valor adequado deste parâmetro é definido por uma relação limite que envolve o número de Fourier em diferenças finitas e a reunião de todos os termos relacionados ao nodo em estudo para obtenção de um coeficiente. Neste programa definiu-se que o critério é atendido quando o coeficiente associado ao mesmo nodo é maior ou igual a zero para o instante de tempo anterior. A forma do número de Fourier em diferenças finitas é definida pela Equação 3.45. r= α ⋅ ∆t (∆X )2 (3.45) Equações algébricas A determinação numérica da distribuição de temperatura impõe uma equação de conservação apropriada para cada um dos pontos nodais de temperatura desconhecida. O conjunto de equações resultantes é então resolvido sucessivamente na temperatura de cada nodo. Os balanços de energia foram formulados supondo-se que todos os fluxos de calor estão direcionados para dentro do nodo. Fisicamente, esta concepção não ocorre. Entretanto, se as equações das taxas são expressas coerentemente com esta hipótese, são obtidas as formas corretas da equação em diferenças finitas. 53 Cap. 3 – Modelagem matemática O método do balanço de energia expresso na forma geral, quando aplicado a um volume de controle em torno de um nodo e considerando-se a variação da energia térmica acumulada, é: E& ent = E& ac (3.46) onde: E& ent - energia efluente ao volume de controle; E& ac - variação da energia acumulada no volume de controle; Um corte da seção transversal de uma das paredes da carroceria é mostrado na Figura 3.11, onde as superfícies interna e externa desta parede estão indicadas respectivamente como A e e A i . Sobre estas superfícies estão situados dois nodos, representados respectivamente pelos pontos Te e Ti . A espessura da parede está indicada por ∆X . No desenvolvimento das equações algébricas para os nodos situados em fronteiras sujeitas a transferência de calor por convecção ou com fluxos de calor determinados, o balanço de energia é aplicado ao elemento de volume relativo à metade do valor de espessura da parede. Figura 3.11 – Esquema mostrando um corte transversal da parede Cap. 3 – Modelagem matemática 54 Nodos superficiais externos Os vários planos representados pelas superfícies externas das paredes da carroceria são mostrados na Figura 3.12. Situados sobre cada um dos planos estão localizados os nodos correspondentes a cada uma das seis superfícies. Figura 3.12 – Planos representativos das superfícies externas das paredes Para exemplificar, a energia que aflui ao nodo superficial externo da parede 1 provém do interior da parede por transferência de calor por condução, do ar ambiente externo através da transferência de calor por convecção e através de transferência de calor por radiação que ocorre com o céu. O balanço de energia para este nodo considera também o calor absorvido durante o período de incidência da radiação solar sobre a superfície. Aplica-se o balanço de energia ao nodo da superfície externa da parede número 1 para obter-se a forma explícita da equação em diferenças finitas (Özişik, 1990), definida por: E1 ⋅ hre,1 E1 ⋅ he ,1 i Tmi ++11,1 = (2 ⋅ r1 ) ⋅ Tmi ,1 + 1 − 2 ⋅ r1 ⋅ + + 1 ⋅ Tm+1,1 + kI kI 2⋅r ⋅ E 2 ⋅ r1 ⋅ E1 ⋅ hre,1 2⋅r ⋅ E ⋅h ⋅ TCÉU + 1 1 e,1 ⋅ T∞ + 1 1 ⋅ α e ⋅ q + k ⋅A kI kI I e,1 (3.47) Cap. 3 – Modelagem matemática 55 onde: r1 - critério de estabilidade para o nodo no instante i ; E1 - espessura da camada de isolamento térmico, m; hre,1 - coeficiente de transferência de calor por radiação, W / m 2 ⋅ K ; kI - condutividade térmica do isolamento térmico, W / m ⋅ K ; Ae ,1 - área superficial externa, m²; he,1 - coeficiente de transferência de calor por convecção, W / m 2 ⋅ K ; Tmi ,1 - temperatura superficial interna, parede 1, K ; Tmi +1,1 - temperatura superficial externa, parede 1, K; α e - absortividade superficial externa, parede 1; qS - fluxo de calor gerado pela radiação solar incidente, W/m²; obs.: para índice subscrito, e indica superfície externa e 1 indica parede; para índice sobrescrito, i indica o instante. Para o nodo situado na superfície externa da parede número 2, a aplicação do balanço de energia permite a obtenção da equação em diferenças finitas em sua forma explícita, conforme mostra a Equação 3.48. Neste nodo a energia contabilizada aflui do interior da parede por transferência de calor por condução e do ar ambiente externo através da transferência de calor por convecção. E ⋅h Tmi ++11, 2 = (2 ⋅ r2 ) ⋅ Tmi , 2 + 1 − 2 ⋅ r2 ⋅ 2 e, 2 + 1 ⋅ Tmi +1, 2 + kI 2 ⋅ r2 ⋅ E 2 ⋅ he, 2 ⋅ T∞ + kI (3.48) 56 Cap. 3 – Modelagem matemática onde: r2 - critério de estabilidade para o nodo no instante i ; E2 - espessura da camada de isolamento térmico, m; he, 2 - coeficiente de transferência de calor por convecção, W / m 2 ⋅ K ; Tmi , 2 - temperatura superficial interna, parede 2, K ; Tmi +1, 2 - temperatura superficial externa, parede 2, K; Para os nodos localizados sobre as superfícies externas das paredes de número 3, 4, 5 e 6, a forma explícita da equação em diferenças finitas é similar, respeitados os índices apropriados. O balanço de energia considera a transferência de calor por convecção com o ar ambiente externo e a transferência de calor por condução, que ocorre com o interior da parede. Além destes, contabiliza também a transferência de calor por radiação que ocorre com o céu. Para o nodo localizado sobre a superfície da parede 3, tem-se: E ⋅h E ⋅ hr Tmi ++11,3 = (2 ⋅ r3 ) ⋅ Tmi ,3 + 1 − 2 ⋅ r3 ⋅ 3 e,3 + 3 e,3 + 1 ⋅ Tmi +1,3 + kI kI 2 ⋅ r3 ⋅ E3 ⋅ hre,3 2 ⋅ r3 ⋅ E3 ⋅ he,3 ⋅ TCÉU + ⋅ T∞ + kI kI (3.49) Para o nodo da superfície externa da parede 4, tem-se: E ⋅h E ⋅ hr Tmi ++11, 4 = (2 ⋅ r4 ) ⋅ Tmi , 4 + 1 − 2 ⋅ r4 ⋅ 4 e, 4 + 4 e, 4 + 1 ⋅ Tmi +1, 4 + kI kI 2 ⋅ r4 ⋅ E 4 ⋅ hre, 4 2 ⋅ r4 ⋅ E 4 ⋅ he, 4 ⋅ TCÉU + + kI kI ⋅ T∞ (3.50) Cap. 3 – Modelagem matemática 57 O nodo da superfície externa da parede 5 está definido como: E ⋅h E ⋅ hr Tmi ++11,5 = (2 ⋅ r5 ) ⋅ Tmi ,5 + 1 − 2 ⋅ r5 ⋅ 5 e,5 + 5 e,5 + 1 ⋅ Tmi +1,5 + kI kI 2 ⋅ r5 ⋅ E5 ⋅ hre,5 2 ⋅ r5 ⋅ E5 ⋅ he,5 ⋅ TCÉU + ⋅ T∞ + kI kI (3.51) O nodo da superfície externa da parede 6 é: E6 ⋅ hre,6 E6 ⋅ he ,6 Tmi ++11, 6 = (2 ⋅ r6 ) ⋅ Tmi , 6 + 1 − 2 ⋅ r6 ⋅ + + 1 ⋅ Tmi +1,6 + kI kI 2 ⋅ r6 ⋅ E6 ⋅ hre, 6 2 ⋅ r6 ⋅ E6 ⋅ he ,6 ⋅ TCÉU + ⋅ T∞ + kI kI (3.52) Nodos superficiais internos Nesta seção são apresentadas as equações algébricas que caracterizam os nodos superficiais internos de cada parede da carroceria. As linhas tracejadas da Figura 3.13 representam os contornos dos seis planos que constituem as superfícies internas de cada parede. Figura 3.13 – Planos representativos das superfícies internas das paredes Cap. 3 – Modelagem matemática 58 Para o nodo superficial interno da parede número 1, a energia que aflui ao mesmo provém do interior da parede por transferência de calor por condução, e do ar ambiente interno por transferência de calor por convecção. O balanço de energia no nodo superficial interno da parede número 1 conduz à forma explícita da equação em diferenças finitas, definida por: h ⋅E h ⋅E Tmi +,11 = 2 ⋅ r1 ⋅ i ,1 1 ⋅ Tmi −1 + 1 − 2 ⋅ r1 ⋅ i ,1 1 + 1 ⋅ Tmi ,1 + kI kI + (2 ⋅ r1 ) ⋅ T i +1 m +1,1 (3.53) onde: r1 - critério de estabilidade para o nodo no instante i ; hi ,1 - coeficiente de transferência de calor por convecção, W / m 2 ⋅ K ; Tmi −1 - temperatura do ar interno, K ; Tmi ,1 - temperatura superficial interna, parede 1, K ; Tmi ++11,1 - temperatura superficial externa, parede 1, K; obs.: para índice subscrito, i indica superfície interna e 1 indica parede; para índice sobrescrito, i e i + 1 indicam o instante. Para os nodos superficiais internos das paredes 2 a 6, a aplicação do balanço de energia é semelhante àquele para superfície interna da parede número 1. A energia aflui ao nodo interno provinda do interior da parede por transferência de calor por condução, e do ar ambiente interno por transferência de calor por convecção. Respeitados os índices pertinentes a cada parede, o balanço para o nodo superficial interno da parede 2 é definido como: h ⋅E h ⋅E Tmi +, 21 = 2 ⋅ r2 ⋅ i , 2 2 ⋅ Tmi −1 + 1 − 2 ⋅ r2 ⋅ i , 2 2 + 1 ⋅ Tmi , 2 + kI kI + (2 ⋅ r2 ) ⋅ T i +1 m +1, 2 Para o nodo superficial interno da parede 3, tem-se: (3.54) Cap. 3 – Modelagem matemática h ⋅E h ⋅E Tmi +,31 = 2 ⋅ r3 ⋅ i ,3 3 ⋅ Tmi −1 + 1 − 2 ⋅ r3 ⋅ i ,3 3 + 1 ⋅ Tmi ,3 + kI kI + (2 ⋅ r3 ) ⋅ T i +1 m +1, 3 59 (3.55) Para o nodo superficial interno da parede 4, tem-se: h ⋅E E ⋅h Tmi +, 41 = 2 ⋅ r4 ⋅ i , 4 4 ⋅ Tmi −1 + 1 − 2 ⋅ r4 ⋅ 4 i , 4 + 1 ⋅ Tmi , 4 + kI kI + (2 ⋅ r4 ) ⋅ Tmi ++11, 4 (3.56) O nodo superficial interno da parede 5 apresenta: h ⋅E h ⋅E Tmi +,51 = 2 ⋅ r5 ⋅ i ,5 5 ⋅ Tmi −1 + 1 − 2 ⋅ r5 ⋅ i ,5 5 + 1 ⋅ Tmi ,5 + kI kI + (2 ⋅ r5 ) ⋅ Tmi ++11,5 (3.57) O nodo da superficial interno da parede 6 está definido pela Equação 3.58. h ⋅E h ⋅E Tmi +,61 = 2 ⋅ r6 ⋅ i , 6 6 ⋅ Tmi −1 + 1 − 2 ⋅ r6 ⋅ i ,6 6 + 1 ⋅ Tmi , 6 + kI kI + (2 ⋅ r6 ) ⋅ Tmi ++11, 6 (3.58) Ar ambiente interno Para o balanço de energia são contabilizados os fluxos de energia provenientes das superfícies internas das paredes da carroceria e da superfície da carga. A transferência de calor por convecção ocorre através da superfície interna das paredes com o ar ambiente interno, e deste, com a superfície da carga. Na Figura 3.14, a linha contínua representa a carga inserida dentro da carroceria e a linha tracejada representa a superfície interna das paredes da carroceria. Cap. 3 – Modelagem matemática 60 Figura 3.14 – Disposição da carga no interior da carroceria Fica estabelecido neste modelo que a transferência de calor por radiação entre as superfícies internas das paredes não é contabilizada, devido aos reduzidos níveis de temperatura envolvidos. No modelo, a superfície inferior da carga fica apoiada sobre cavaletes dispostos sobre o piso da carroceria. As demais superfícies da carga também ficam afastadas das superfícies internas da carroceria. Com essa disposição, cria-se um espaço preenchido com ar, o que contribui para uma melhora do isolamento da carga e favorece a circulação do ar frio proveniente do sistema de refrigeração. Aplicado o balanço de energia, a forma explícita da equação em diferenças finitas para o ar ambiente interno é definida por: i +1 m −1 T Ai ,1 ⋅ hi ,1 + Ai , 2 ⋅ hi , 2 + Ai ,3 ⋅ hi ,3 + Ai , 4 ⋅ hi , 4 ⋅ T i = 1 − ri ⋅ Ci ⋅ + A ⋅h + A ⋅h + h ⋅ A m−1 i , 5 i , 5 i , 6 i , 6 c c + (ri ⋅ Ci ⋅ hi ,1 ⋅ Ai ,1 )⋅ Tmi +,11 + (ri ⋅ Ci ⋅ hi , 2 ⋅ Ai , 2 )⋅ Tmi +, 21 + (ri ⋅ Ci ⋅ hi ,3 ⋅ Ai ,3 )⋅ Tmi +,31 + (ri ⋅ Ci ⋅ hi , 4 ⋅ Ai , 4 ) ⋅ Tmi +, 41 + (ri ⋅ Ci ⋅ hi ,5 ⋅ Ai ,5 )⋅ Tmi +,51 + (ri ⋅ Ci ⋅ hi , 6 ⋅ Ai , 6 )⋅ Tmi +, 61 + (ri ⋅ Ci ⋅ hc ⋅ Ac ) ⋅ Tci − (ri ⋅ Ci ⋅ qe ) (3.59) 61 Cap. 3 – Modelagem matemática onde: ri - critério de estabilidade para o nodo no instante i ; Ai ,n - área superficial interna correspondente à parede n , m²; Ac - área superficial da carga, m²; hc - coeficiente de transferência de calor por convecção, W / m 2 ⋅ K ; Tci - temperatura superficial da carga, K; qe - fluxo de calor trocado com o evaporador, W/m²; obs.: para índice subscrito, c indica superfície da carga; para índice sobrescrito, i e i + 1 indicam o instante, n indica o número da parede. O coeficiente Ci é definido como: Ci = E pp k i ⋅ Ai (3.60) onde: E pp - espessura média da camada de ar ambiente interno, m; Ai - área superficial interna total das paredes, m²; Superfície da carga O material que deve ser conservado sob refrigeração no interior da carroceria está envolvido e troca calor com o ar ambiente interno. Ambos estão contidos pela superfície interna das paredes e podem ser visualizados na Figura 3.14. Para a determinação da temperatura da superfície da carga, deve-se avaliar o modelo de transferência de calor em sólidos que melhor se aplica às condições existentes. Bejan (1996) apresenta um estudo detalhado, evidenciando as faixas de aplicação do Método da Capacitância Global e Método do Sólido Semi-infinito, para as condições de 62 Cap. 3 – Modelagem matemática temperatura de superfície constante (caso 1), fluxo de calor constante na superfície (caso 2) e superfície em contato com um fluido (caso 3). O Método da Capacitância Global é utilizado quando o número de Biot (Bi) for inferior a 0,1, conforme estudo apresentado por Incropera e Dewitt (1996). Este adimensional é definido como o produto do coeficiente convectivo carga-ar e o comprimento característico dividido pela condutividade térmica da carga, ou seja: Bi = hc ⋅ L kc (3.61) onde: hc - coeficiente de transferência de calor por convecção, W / m 2 ⋅ K ; Neste caso, a equação para a discretização da temperatura da superfície da carga é expressa na forma: 2 ⋅ rc ⋅ hc ⋅ Ec Tci +1 = 1 − kc i 2 ⋅ rc ⋅ hc ⋅ Ec ⋅ Tc + kc i +1 ⋅ Tm −1 (3.62) onde: rc - critério de estabilidade para o nodo no instante i ; Ec - profundidade da carga, m; k c - condutividade térmica da carga, W / m ⋅ K ; obs.: para índice sobrescrito, i + 1 indica o instante. Para índice subscrito, c indica superfície da carga, m − 1 indica ar interno; Neste trabalho, foram implementadas apenas as equações referentes aos casos 2 e 3 do Modelo para Sólido Semi-Infinito. Para o caso 2, adotou-se a equação geral proposta por Bejan (1996) na forma: Tc ( X , t ) − Ti = 2 ⋅ q´´ α ⋅ t ⋅ k π 1/ 2 X 2 q´´ X − ⋅ exp − ⋅ X ⋅ erfc 1/ 2 4 ⋅α ⋅ t k 2 ⋅ (α ⋅ t ) (3.63) 63 Cap. 3 – Modelagem matemática que simplificada para a condição X = 0 se reduz a: 12 T0 (t ) = 2 ⋅ q" α ⋅ t ⋅ k π (3.64) + Ti onde: q" - fluxo de calor, W/m²; k - condutividade térmica do material, W / m ⋅ K ; α - difusividade térmica do material, m²/s; t - instante, s; Ti - temperatura do inicial do corpo de prova, °C; A forma discretizada é expressa como: i +1 c T 1 q" α c ⋅ t 2 i = 2⋅ ⋅ + Tc kc π (3.65) Para o caso 3, adotou-se a equação apresentada por Incropera e Dewitt (1996) na forma: Tc ( X , t ) − Ti X = erfc ⋅ (T∞ − Ti ) 2⋅ α ⋅t h ⋅ α ⋅t hc ⋅ X hc2 ⋅ α ⋅ t X ⋅ erfc − exp + + c k k kc c c 2⋅ α ⋅t (3.66) Aplicando-se X = 0 na Equação 3.66, para obter a temperatura superficial da carga em qualquer instante t , tem-se: h 2 ⋅ α ⋅ t h ⋅ α ⋅t ⋅ erfc c Tc (t ) = 3,9223 *10 −5 − exp c kc k c ( ) ⋅ (T∞ − Ti ) + Ti (3.67) 64 Cap. 3 – Modelagem matemática A forma discretizada da Equação 3.67 é: Tc i +1 h ⋅ αc ⋅ t h 2 ⋅ α ⋅ t = 3,9223 *10 −5 − exp c c ⋅ erfc c kc k c ( ) i +1 ⋅ Tm −1 − Tci ( ) + Tci (3.68) Resolução do sistema de equações Para resolução do sistema de equações algébricas correspondentes à distribuição de temperaturas nos nodos adotou-se o método de Gauss-Seidel. Este método iterativo tem-se mostrado bastante eficiente para sistemas com grande número de equações Maliska (1995). No primeiro passo, são recalculadas as temperaturas em cada nodo a partir dos valores previamente inicializados a partir das equações discretizadas. Este processo é repetido até que o critério de convergência seja satisfeito para as temperaturas de todos os nodos a cada novo instante i , ou de acordo com: T j(i +1) − T j(i ) T j(i +1) ≤γ (3.69) onde: T j(i +1) - temperatura no ponto j , no instante i + 1 ; T j(i ) - temperatura no ponto j , no instante i ; γ - diferença relativa aceitável para temperatura, decimal; Inicia-se, então, o cálculo das temperaturas para o instante seguinte, obedecendo os mesmos procedimentos estabelecidos acima. O procedimento é mantido até que o tempo total de simulação, definido como dado de entrada, seja atingido. Os fluxogramas das Figuras 3.15 e 3.16 apresentam, respectivamente, o desenvolvimento destes dois passos. 65 Cap. 3 – Modelagem matemática Início Fornecer valores iniciais estimados para as temperaturas Entrar com valores para os diversos coeficientes e propriedades dos materiais e fluidos 1 Calcular o temperaturas novo valor Critério de convergência é atendido para todas as temperaturas encontradas? S das N Atualizar os valores das temperaturas desconhecidas com os novos valores encontrados Temperatura encontrada 1 2 Figura 3.15 – Fluxograma para o cálculo das temperaturas desconhecidas, passo 1 66 Cap. 3 – Modelagem matemática 2 Entrar com valores das temperaturas para cada ponto, encontradas no cálculo para o instante atual Entrar com valores atualizados para os diversos coeficientes e propriedades dos materiais e fluídos, para temperaturas de cada ponto, no instante atual 3 Calcular o valor de cada uma das temperaturas desconhecidas, para o instante atual Critério de convergência é atendido para todas as temperaturas no instante atual? N S Passar ao próximo instante 2 N Tempo total decorrido ≥ instante final? Atualizar os valores das temperaturas desconhecidas com os novos valores encontrados S 3 S Temperatura final para cada ponto Fim Figura 3.16 – Fluxograma para o cálculo das temperaturas desconhecidas, passo 2 Cap. 3 – Modelagem matemática 67 3.4- Decisão final O procedimento final consiste em confrontar a capacidade que o conjunto motorequipamento de refrigeração selecionado possui, com a demanda de refrigeração existente no interior da carroceria. Para tal, ao final da simulação, o programa retorna um gráfico com duas curvas, onde uma corresponde à capacidade de refrigeração oferecida pelo conjunto motorequipamento de refrigeração avaliados, e outra mostra o comportamento da carga térmica instantânea que penetra no interior da carroceria, ao longo de um intervalo de tempo predeterminado. Portanto, o efeito de refrigeração oferecido pelo equipamento de refrigeração deve ser necessariamente superior à carga de refrigeração obtida nos cálculos efetuados. Caso tal premissa não seja atendida, os dados característicos de um novo modelo de equipamento de refrigeração devem ser fornecidos ao programa para uma nova avaliação, até que a premissa seja validada. CAPÍTULO 4 VALIDAÇÃO DO MODELO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS Neste capítulo são apresentados os procedimentos experimentais bem como os resultados obtidos nos ensaios realizados, visando a validação do modelo matemático. Foram realizados três ensaios experimentais distintos, onde dois cilindros, sendo um de alumínio e outro de cobre e, também, uma peça de músculo bovino, foram inseridos em uma estufa e ficaram expostos às condições ambientais internas controladas, durante o intervalo de tempo determinado para cada ensaio. Os ensaios foram realizados no laboratório de Transferência de Calor, nas dependências da PUC Minas. 4.1- Materiais e métodos Os ensaios foram realizados em uma estufa com 600 mm de aresta, mantida afastada do piso e da parede, cujas superfícies interna e externa são construídas em chapa de aço. As superfícies externas são pintadas na cor verde, conforme mostra a Figura 4.1a. O aquecimento do ar interno é promovido por resistência elétrica, fixada sobre a face interior de cada superfície interna, que está isolada termicamente por uma manta de lã de rocha com espessura de 40 mm. A parede superior possui uma abertura com tampa, mostrado em detalhe na Figura 4.1b, para inserção dos corpos de prova. 68 69 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais Para controlar a potência elétrica fornecida à estufa foi utilizado um Varivolt, modelo VM 215, com potência máxima de 1,5 kVA. (a) (b) Figura 4.1 – Estufa – vista geral (a) e detalhe da abertura (b) Para aferição da potência elétrica fornecida à estufa, foram utilizados um voltímetro com capacidade máxima de 127 volts e resolução de 1Volt, além de um amperímetro com capacidade máxima de 20 ampéres e resolução de 0,1 A, mostrados na Figura 4.2. Figura 4.2 – Detalhe do conjunto Voltímetro-Amperímetro Para obtenção das medidas de temperatura foram utilizados dois multímetros da marca Polimed, modelo PM2700 e com resolução de 0,001 mV. O cronômetro da marca Technos, modelo S08039, é digital e possui resolução de 0,01 s. As dimensões geométricas foram determinadas com auxílio de uma trena da marca Starret, modelo Tru-Lock, com resolução de 1 mm. 70 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais A Fig. 4.3 mostra o aparato experimental instalado e ligado, pronto para realização dos ensaios. Figura 4.3 – Aparato experimental utilizado nos ensaios Corpos de prova Os corpos de prova dos ensaios 1 e 2 são dimensional e construtivamente idênticos, sendo maciços e diferindo somente em sua composição, conforme mostra a Fig. 4.4. Ambos possuem 160 mm de altura, 50 mm de diâmetro e superfícies levemente oxidadas. (a) (b) Figura 4.4 – Corpos de prova - detalhe Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais 71 Cada corpo de prova é posicionado verticalmente e montado a 200 mm da superfície interna da parede interior de uma tampa idêntica à da estufa. Através de um orifício feito longitudinalmente no corpo do cilindro, foi inserido um termopar tipo T, com saída para conexão com o multímetro, conforme mostra a Figura 4.5. Figura 4.5 – Detalhe construtivo do corpo de prova Para o ensaio 3, foi utilizado como corpo de prova uma peça de músculo bovino, com 160 mm de altura, 50 mm de largura e 60 mm de profundidade, mostrada na Figura 4.6. Figura 4.6 – Corpo de prova 3 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais 72 Com formato aproximado de um paralelepípedo, foi fixada verticalmente à uma altura aproximada de 200 mm da tampa. Buscou-se, dessa forma, reproduzir as condições usadas nos ensaios 1 e 2. Para efetuar a medida da temperatura na peça foram utilizados dois termopares tipo K. Foi feito um orifício longitudinal no corpo da peça, onde o primeiro sensor foi introduzido e posicionado à 80 mm da superfície. O segundo sensor foi fixado superficialmente à peça. A Fig. 4.7 mostra o corpo de prova preparado para o ensaio 3. Figura 4.7 – Corpo de prova posicionado para início do ensaio Procedimento experimental Com antecedência mínima de seis horas do início do ensaio, todo o aparato necessário à experimentação foi montado. O varivolt e o voltímetro-amperímetro foram ligados à rede elétrica e conectados aos cabos que fornecem eletricidade à estufa. Em seguida, selecionou-se no varivolt a potência a ser fornecida ao conjunto. Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais 73 Decorrido o intervalo de tempo necessário ao aquecimento e atingida a condição de estabilidade da temperatura do ar interno, os termopares eram conectados aos multímetros para leitura dos dados. Com o cronômetro zerado, a tampa da estufa foi retirada e o corpo de prova inserido rapidamente. O cronômetro era acionado no instante em que a tampa com o corpo de prova fechava a estufa. A seguir, eram realizadas as leituras experimentais. Tratamento dos dados A partir dos dados obtidos nos multímetros, realizou-se o tratamento dos dados experimentais a partir do polinômio recomendado em Controle e Instrumentação (1988, 1989), ou seja: T = a 0 + a1 ⋅ E + a 2 ⋅ E 2 + a3 ⋅ E 3 + a 4 ⋅ E 4 + a5 ⋅ E 5 + a6 ⋅ E 6 + a7 ⋅ E 7 + a8 ⋅ E 8 (4.1) onde: T - temperatura, °C; E - força eletromotriz, V; a n - coeficientes do polinômio, mostrados na Tabela 4.1. Tabela 4.1 – Coeficientes para termopar tipo T e tipo K Coeficiente a0 a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8 Valor Tipo T 0,100860910 25727,94369 -767345,8295 78025595,81 -9247486589 6,97688E+11 -2,66192E+13 3,94078E+14 - Tipo K 0,226584602 24152,10900 67233,42480 2210340,682 -860963914,9 4,83506E+10 -1,18452E+12 1,38690E+13 -6,33708E+13 4.2- Convecção Natural – Ensaio 1 Este ensaio consistiu basicamente em monitorar o aquecimento do cilindro de alumínio no interior da estufa por 20 minutos. A potência elétrica responsável pelo aquecimento do ar em seu interior foi fixada em 147 W. 74 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais As temperaturas iniciais do ar interno e do corpo de prova foram medidas instantes antes do início do ensaio e durante sua realização. Os resultados obtidos são mostrados nas Tabelas 4.2 e 4.3, respectivamente. Tabela 4.2 – Temperaturas ambiente interna, externa e do corpo de prova iniciais. Temperatura (°C) Ar ambiente interno 109,2 Local Ar ambiente externo 23,0 Corpo de prova 20,4 Tabela 4.3 – Evolução temporal das temperaturas experimentais para o Ensaio 1 Intervalo (minutos) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 14 16 18 20 C orpo de prova Ar ambiente Interno Valor leitura T em peratura Valor leitura T em peratura (m V) (°C ) (m V) (°C ) -0,03 22,4 3,79 109,2 0,04 24,2 3,72 107,7 0,11 25,9 3,70 107,3 0,17 27,3 3,70 107,3 0,23 28,8 3,71 107,5 0,29 30,2 3,71 107,5 0,35 31,7 3,72 107,7 0,41 33,1 3,72 107,7 0,46 34,3 3,72 107,7 0,52 35,8 3,73 107,9 0,57 36,9 3,73 107,9 0,68 39,6 3,73 107,9 0,78 41,9 3,73 107,9 0,88 44,3 3,73 107,9 0,97 46,4 3,73 107,9 1,02 47,6 3,73 107,9 Validação do modelo matemático Os cálculos experimentais indicaram que o número de Biot para o ensaio era da ordem de 0,0044. Portanto, para validação do modelo matemático foi selecionada a rotina correspondente ao Método da Capacitância Global. Sob estas condições, a distribuição de temperatura espacial para a carga é uniforme, conforme Özisik (1990). Como não foi possível medir as temperaturas internas e externas da estufa, foram arbitrados como dados de entrada os primeiros valores recalculados na simulação matemática e mostrados na Tabela 4.4. Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais 75 Tabela 4.4 – Temperaturas iniciais das superfícies externas e internas Temperatura °C °C Parede Superfície Externa Superfície Interna Superior 30,4 113,0 Inferior 51,0 117,5 Lateral esquerda 30,4 113,0 Lateral direita 30,4 113,0 Frontal 30,4 113,0 Traseira 30,4 113,0 O tempo total de simulação foi definido em 20 minutos. Considerações gerais Para a seqüência de simulações realizadas, alguns parâmetros de entrada do programa computacional foram ajustados de modo a reproduzir melhor as condições encontradas no ensaio experimental, a saber: - Radiação solar: o valor da radiação incidente sobre a superfície superior externa foi anulado. - Aquecimento da estufa: foi criado um termo adicional em que a potência elétrica fornecida era uniformemente distribuída entre as seis superfícies internas. - A temperatura ambiente externa e a temperatura do céu foram consideradas constantes e iguais a 23,5 °C e 21,9 °C, respectivamente. - Ajuste da geometria: para o programa computacional desenvolvido a forma geométrica adotada para a carga é a de um paralelepípedo, com a maior dimensão na direção-y. Entretanto, no ensaio realizado em laboratório o corpo de prova era cilíndrico, com a altura coincidente com a direção –y. Portanto, nesta direção havia similaridade entre os modelos. Considerou-se, então, o paralelepípedo de seção quadrada, cujo lado foi determinado para se garantir volumes iguais entre os corpos de prova. Os valores obtidos são mostrados na Tabela 4.5. A Tabela 4.6 mostra as propriedades térmicas adotadas na simulação matemática. 76 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais Tabela 4.5 – Dimensões geométricas e propriedades térmicas do alumínio adotadas na simulação matemática. Propriedade Dimensões Geométricas Localização Valor Altura 150mm Largura 40mm Comprimento 40mm Condutividade térmica Alumínio 204 W/m.K* Difusividade Térmica Alumínio 8,42 x10-5 m2/s* (*) Fonte: Özisik (1990) Tabela 4.6 – Propriedades térmicas dos materiais utilizados na simulação Propriedade Emissividade da superfície Localização Valor Externa – parede 1 0,95 Externa – paredes 2 a 6 0,95 Interna – paredes 1 a 6 0,88* Condutividade térmica Isolante 0,042 W/m.K Difusividade Térmica Isolante 3,50 x10-7 m2/s (*) Para as paredes internas, foi considerada a emissividade para chapas de aço altamente oxidadas, segundo Infrared –Thermography (2004). Resultados Obtidos Os resultados experimentais e simulados para a temperatura do corpo de prova são mostrados na Tabela 4.7 e no gráfico da Figura 4.8. 77 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais Tabela 4.7 – Estudo comparativo entre os resultados experimentais e simulados para o Ensaio 1 Temperatura (ºC) T em po (minutos) 0 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 14 16 18 20 T em peratura do corpo de prova Valor experimental Sim ulação (°C ) (°C ) 22,4 22,4 25,9 23,9 27,3 25,4 28,8 26,9 30,2 28,4 31,7 29,8 33,1 31,2 34,3 32,6 35,8 33,9 36,9 35,3 39,6 37,9 41,9 40,4 44,3 42,8 46,4 45,2 47,6 46,3 D esvio Absoluto (°C ) 0,0 2,0 1,9 1,9 1,8 1,9 1,9 1,7 1,9 1,6 1,7 1,5 1,5 1,2 1,3 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 0 5 10 15 20 25 Tempo (minutos) Experimental Simulado Figura 4.8 – Avaliação comparativa entre as temperaturas experimentais e simuladas do corpo de prova – Ensaio 1 Tais resultados evidenciam que os desvios absolutos médio e máximo são iguais a 1,7 e 2,0ºC, respectivamente. Estas diferenças foram consideradas aceitáveis para validação do modelo proposto, visto que os desvios esperados em medições com termopares tipo T, para temperaturas inferiores a 400ºC, é da ordem de 3ºC e de 1ºC para calibrações segundo a norma DIN 43710 e ANSI MC 96.1 – 1975, respectivamente, Controle e Instrumentação (1988, 1989). Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais 78 Deve-se destacar, ainda, que o modelo matemático desenvolvido não incluiu a troca radiante de calor entre o corpo de prova e as paredes internas, devido aos níveis reduzidos das temperaturas envolvidas. Entretanto, para as condições em que o Ensaio 1 foi realizado tal termo poderia ser incluído para melhorar os resultados obtidos na simulação matemática. 4.3- Convecção Natural - Ensaio 2 O segundo ensaio é similar ao anterior, tendo sido utilizado como corpo de prova um cilindro maciço de cobre. Para garantir o nível de aquecimento da estufa, a potência elétrica foi mantida igual a 147 W. O tempo total de ensaio foi fixado em 21 minutos. As temperaturas iniciais do ar interno e do corpo de prova foram medidas instantes antes do início do ensaio e durante sua realização. Os resultados obtidos são mostrados nas Tabelas 4.8 e 4.9, respectivamente. Validação do modelo matemático O número de Biot calculado para o ensaio 2 foi de 0,0023, justificando-se a utilização do Método da Capacitância Global. Da mesma forma, todas as considerações discutidas para o ensaio 1 foram aplicadas a este novo teste. As temperaturas adotadas para inicialização do método numérico são mostradas na Tabela 4.10. Os valores adotados para simulação matemática são os mesmos apresentados nas Tabelas 4.5 e 4.6, exceto as propriedades térmicas típicas para o cobre. A condutividade térmica do cobre puro é de 398 W/m.K e sua difusividade térmica igual a 1,16x10-4m2/s, Incropera e Dewitt (1998). Tabela 4.8 – Temperaturas iniciais do ar ambiente interno, externo e do corpo de prova Temperatura (°C) Ar ambiente interno 110,3 Local Ar ambiente externo 24,0 Corpo de prova 23,7 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais 79 Tabela 4.9 – Evolução temporal das temperaturas experimentais para o Ensaio 2 Intervalo (minutos) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 15 17 19 21 C orpo de prova Ar ambiente Interno Valor leitura T em peratura Valor leitura T em peratura (m V) (°C ) (m V) (°C ) -0,02 23,7 3,80 110,3 0,03 24,9 3,73 108,8 0,08 26,1 3,72 108,6 0,13 27,3 3,72 108,6 0,17 28,3 3,72 108,6 0,22 29,5 3,72 108,6 0,27 30,7 3,72 108,6 0,32 31,9 3,73 108,8 0,36 32,9 3,72 108,6 0,41 34,1 3,73 108,8 0,46 35,3 3,74 109,0 0,50 36,2 3,74 109,0 0,55 37,4 3,74 109,0 0,59 38,4 3,74 109,0 0,68 40,5 3,73 108,8 0,77 42,6 3,73 108,8 0,85 44,5 3,73 108,8 0,93 46,4 3,73 108,8 Tabela 4.10– Temperaturas iniciais das superfícies T em peratura °C °C Parede Superfície Externa Superfície Interna Superior 30,5 114,0 Inferior 51,0 118,5 Lateral esqu erda 30,5 114,0 Lateral direita 30,5 114,0 Frontal 30,5 114,0 T raseira 30,5 114,0 Resultados Experimentais Os resultados experimentais e simulados para a temperatura do corpo de prova no ensaio 2 são mostrados na Tabela 4.11 e no gráfico da Figura 4.9. Para esse ensaio, os desvios absoluto médio e máximo são iguais a 2,3 e 3,5ºC, respectivamente. Os maiores desvios observados podem ser explicados pelo desconhecimento do nível de pureza do cobre utilizado no corpo de prova, a ausência do termo radiante nos balanços de energia, termopares não calibrados, dentre outros fatores. 80 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais Tabela 4.11 – Resultados experimentais comparados aos resultados da simulação 2 T em peratura do corpo de prova Valor experimental Sim ulação (°C ) (°C ) 23,7 23,7 26,1 24,8 27,3 25,8 28,3 26,9 29,5 27,9 30,7 28,9 31,9 30,0 32,9 31,0 34,1 32,0 35,3 32,9 36,2 33,9 37,4 34,8 38,4 35,8 40,5 37,6 42,6 39,4 44,5 41,2 46,4 42,9 T em po (minutos) 0 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 15 17 19 21 D esvio Absoluto (°C ) 0,0 1,3 1,5 1,4 1,6 1,8 1,9 1,9 2,1 2,4 2,3 2,6 2,6 2,9 3,2 3,3 3,5 Temperatura (ºC) 5 0 ,0 4 5 ,0 4 0 ,0 3 5 ,0 3 0 ,0 2 5 ,0 2 0 ,0 0 5 10 15 20 25 T e m p o ( m in ) E x p e rim e n t a l S im u la d o Figura 4.9 – Avaliação comparativa entre as temperaturas experimentais e simuladas do corpo de prova – Ensaio 2 4.4- Convecção Natural + Radiação – Ensaio 3 Neste ensaio, uma peça composta por músculo bovino e com formato aproximado ao de um paralelepípedo, foi submetida a aquecimento monitorado dentro da estufa durante 72 minutos. O aquecimento do ar interno é proporcionado pelo fornecimento à estufa de 57W de potência elétrica. Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais 81 As temperaturas para o ar ambiente interno e externo e, também, as temperaturas superficial e interna do corpo de prova são mostradas nas Tabelas.4.12 e 4.13. Tabela 4.12 – Temperaturas iniciais para o ar ambiente e para o corpo de prova Tempo (minutos) 0 Temperatura do ar ambiente Interno Externo (°C) (°C) 52,1 23,5 Temperatura do corpo de prova Superfície Interna (°C) (°C) 20,1 19,8 Tabela 4.13 – Evolução temporal das temperaturas do corpo de prova experimentais – Ensaio 3 T em po (minutos) 0 2 4 6 9 12 15 19 23 27 32 37 42 47 52 57 62 67 72 Superfície externa T em peratura Valor leitura (mV) (°C ) -0,12 20,1 -0,09 20,8 -0,06 21,5 -0,04 22,0 0,00 23,0 0,04 24,0 0,07 24,7 0,12 25,9 0,16 26,9 0,20 27,8 0,24 28,8 0,29 30,0 0,33 31,0 0,37 32,0 0,41 33,0 0,45 33,9 0,48 34,7 0,52 35,6 0,58 36,4 Interior T em peratura Valor leitura (m V) (°C ) -0,13 19,8 -0,13 19,8 -0,13 19,8 -0,13 19,8 -0,12 20,1 -0,11 20,3 -0,08 21,0 -0,04 22,0 -0,02 22,5 0,01 23,2 0,05 24,2 0,12 25,9 0,17 27,1 0,20 27,8 0,26 29,3 0,30 30,3 0,35 31,5 0,39 32,5 0,42 33,3 Validação do modelo matemático Os cálculos experimentais indicaram que o número de Biot para o ensaio 3 era da ordem de 2. Assim, adotou-se o caso 2 do Método do Sólido Semi- infinito, com o objetivo de se incluir o termo de troca de calor radiante. O tempo total de simulação foi definido em 57 minutos. 82 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais Novamente, foram arbitrados como dados de entrada os primeiros valores recalculados na simulação matemática e mostrados na Tabela 4.14. Tabela 4.14 – Temperaturas iniciais das superfícies T em peratura °C °C Parede Superfície Externa Superfície Interna Superior 25,3 53,4 Inferior 34,5 55,7 Lateral esqu erda 25,3 53,4 Lateral direita 25,3 53,4 Frontal 25,3 53,4 T raseira 25,3 53,4 Considerações gerais Para a seqüência de simulações realizadas, as mesmas considerações discutidas para os ensaios 1 e 2 foram mantidas. Os valores obtidos para os ajustes das dimensões geométricas da carga são mostrados na Tabela 4.15. Tabela 4.15 – Dimensões geométricas e propriedades térmicas da carne adotadas na simulação matemática. Propriedade Localização Dimensões Geométricas Altura Valor 160mm Largura 50mm Comprimento 60mm Condutividade térmica Carne bovina 0,48 W/m.K* Difusividade Térmica Carne bovina 1,32x10-7 m2/s* (*)Fonte: Singh (1998) Para aplicação do caso 2 do Método do Sólido Semi-infinito, o fluxo de calor total na superfície, convectivo e radiante, deve ser constante durante todo o processo. Neste estudo, foram realizados cálculos preliminares em que foi verificada a variação do fluxo total de energia durante o período a ser avaliado. Assim, para emprego do método, o 83 Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais fluxo transiente foi decomposto como o somatório de fluxos constantes durante pequenos intervalos de tempo, com boa aproximação. Resultados Experimentais e Simulados Os resultados obtidos são mostrados na Tabela 4.16 e no gráfico da Figura 4.10 Tabela 4.16 - Resultados experimentais comparados aos resultados da simulação 3 T em po (minutos) 0 2 4 6 9 12 15 19 23 27 32 37 42 47 52 57 T em peratura do corpo de prova Valor experim ental Simulação (°C ) (°C ) 20,1 20,1 20,8 23,0 21,5 23,8 22,0 25,1 23,0 25,9 24,0 26,6 24,7 27,2 25,9 28,0 26,9 28,6 27,8 28,9 28,8 29,6 30,0 30,0 31,0 30,5 32,0 30,8 33,0 31,3 33,9 31,6 D esvios Absoluto (°C ) 0,0 2,2 2,3 3,1 2,9 2,6 2,5 2,1 1,7 1,1 0,8 0,0 -0,5 -1,2 -1,7 -2,3 O desvio absoluto médio encontrado foi de 1ºC. Entretanto, analisando-se os dados obtidos, verifica-se que o desvio absoluto sofre um rápido crescimento durante os 6 primeiros minutos. A partir desse instante, o desvio absoluto é reduzido, voltando a crescer após os 37 minutos. Nesta primeira fase, os valores simulados são sempre superiores ao medidos. Atribui-se essa resposta lenta da temperatura simulada na superfície da carne a fatores não previstos no modelo matemático, como alteração das propriedades físicas e térmicas da carne com o aumento de sua temperatura superficial e às perdas de calor por evaporação decorrentes de seu elevado teor de umidade inicial. 84 Temperatura (ºC) Cap. 4 – Validação do modelo e discussão dos resultados experimentais 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 0 20 40 60 Tempo (minutos) Tsup - exp Tsup - sim Figura 4.10 – Comparação dos resultados experimentais e simulados da Temperatura superficial da carne – Ensaio 3. CAPÍTULO 5 SIMULAÇÃO MATEMÁTICA - ANÁLISE DE RESULTADOS Neste capítulo é apresentado um estudo de caso sobre o transporte e armazenamento de carne bovina, que deve ser mantida resfriada no interior de um baú refrigerado, com objetivo de demonstrar a aplicação da metodologia a uma situação prática. Inicialmente, são definidas as condições iniciais, dimensões e parâmetros de projeto do baú frigorífico da referida simulação. Tais condições buscam refletir um ensaio em campo, realizado na cidade de Campo Belo/ MG. Infelizmente, condições restritivas impostas pelo próprio armazenamento comprometeram a fase de medições, principalmente devido à impossibilidade de efetuá-las em todos os pontos internos do baú. 5.1- Estudo de caso – Resfriamento de carne O baú frigorífico estava montado em um caminhão, devidamente carregado e estacionado ao ar livre. Materiais e métodos O ensaio de campo foi realizado em um pátio, onde estava estacionado o furgão frigorífico selecionado para o ensaio junto a dois outros caminhões, conforme mostrado na Figura 5.1. Nessa figura, também pode ser vista a porta traseira de acesso ao seu interior. O furgão foi previamente condicionado, sendo depois carregado com a carne préresfriada. As medições foram realizadas enquanto o mesmo aguardava a ordem de viagem. 85 Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados 86 Figura 5.1 – Vista dos caminhões estacionados O carregamento de carne é composto de peças traseiras, dianteiras e costelas bovinas, dependuradas no teto, conforme mostrado na Figura 5.2. Figura 5.2 – Disposição da carga Este furgão era equipado com um equipamento de refrigeração convencional, em que o compressor principal funciona ligado diretamente ao motor do veículo. Durante o período em que o motor do caminhão ficava desligado, a refrigeração era proporcionada por um compressor auxiliar, acoplado ao motor elétrico que permanecia conectado à rede de energia elétrica, conforme detalhe na Figura 5.3. Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados 87 Figura 5.3 – Caixa de tomadas para fornecimento de energia elétrica O acionamento desse motor é controlado por um termostato posicionado no interior da carroceria, que obedece aos limites máximo e mínimo definidos como aceitáveis para a temperatura do ar interno. As medições das temperaturas internas foram efetuadas após o desligamento automático do sistema auxiliar de refrigeração. Em seguida, foram realizadas as medições das condições externas (temperaturas das superfícies e ambiente e velocidade do vento). Todas as temperaturas das superfícies interna e externa e da própria carga resfriada foram medidas com o termômetro digital infra-vermelho da marca Omega, modelo OS 651, com resolução de 1°C. Para tal, eram ajustadas as emissividades relativas a cada superfície e material empregado. As medidas das temperaturas dos ambientes interno e externo e da velocidade do vento foram obtidas à partir de um termo-anemômetro digital da marca Omega, modelo HHF 710. Este instrumento opera com resoluções de 0,1°C e 0,01 m/s, respectivamente para medidas de temperatura e velocidade. As dimensões da carroceria foram obtidas antecipadamente, antes do carregamento ser efetuado. Foi utilizada para isso uma trena marca Starret, modelo Tru-Lock, com resolução de 1mm. Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados 88 Quantificação da energia a ser disponibilizada O primeiro passo é a caracterização do motor e respectivos dados operacionais. Neste estudo, foi utilizado um motor diesel 6L com ciclo de quatro tempos e turboalimentado. Os dados de desempenho desse motor foram obtidos através de um dinamômetro e são apresentados por Horuz (1999). Nas Figuras 5.4 e 5.5 apresenta-se o comportamento da vazão mássica para diversos regimes de carga e o perfil de temperaturas dos gases de exaustão, ambos em função da potência útil do motor. Figura 5.4 – Vazão dos gases de exaustão x potência útil do motor. Adaptado de Horuz (1999) Figura 5.5 – Temperatura dos gases de exaustão x potência útil do motor Adaptado de Horuz (1999) 89 Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados Para essa simulação, os valores típicos que foram adotados para estes parâmetros operacionais são mostrados na Tabela 5.1 e são válidos para um regime de carga equivalente a 200 Nm de torque e 30 kW de potência de saída, conforme Horuz (1999). Tabela 5.1 – Parâmetros operacionais do motor Parâmetro Vazão dos gases de exaustão (kg/s) Temperatura dos gases de exaustão (°C) Valor 0,1 300 Para o motor diesel, Heywood (1988) recomenda utilizar a razão de equivalência combustível/ar da ordem de 0,8, que caracteriza uma faixa estequiométrica pobre. Seleção do equipamento de refrigeração por absorção Adotou-se, nessa simulação, o ciclo por absorção por simples efeito, que utiliza água/amônia como fluido de trabalho. Conforme a Tabela 2.1, para o funcionamento deste ciclo, torna-se necessário a disponibilização de uma fonte térmica com temperatura entre 120-150 °C. O coeficiente de performance é considerado igual a 0,5. A efetividade do trocador de calor para recuperação da energia contida nos gases de exaustão foi arbitrada como 0,5. Quantificação dos fluxos de energia para o interior do baú Para o desenvolvimento do balanço de energia para o baú frigorífico devem ser definidas inicialmente a localização e condições ambientais externas. Foi adotado um dia de céu claro no mês de janeiro para a cidade de Campo Belo. O caminhão encontrava-se estacionado em local plano e aberto, com a ocorrência limitada de ventos. Para esta localidade, os parâmetros de simulação como localização geográfica e condições ambientais externas, são mostrados nas Tabela 5.2 e 5.3, respectivamente. Tabela 5.2 – Parâmetros geográficos da localidade Parâmetro Latitude Longitude Altitude (m) Valor 21° 14' S 45° 00' 920 90 Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados Tabela 5.3 – Dados de entrada adotados da simulação Parâmetro Total de dias do mês Dia do ano Horário de início da simulação Umidade relativa do ar* Temperatura máxima para o mês* Temperatura mínima para o mês* Velocidade do vento Velocidade do veículo Valor 31 dias 17 13:30h 81,3% 27,8 °C 17,7 °C 0,8 m/s 0 m/s Os dados assinalados com (*) foram extraídos das Normais Climatológicas, DNMET (1992). A velocidade local do vento média foi estimada em 0,8 m/s a partir de uma série de medidas experimentais realizadas no local. Caracterizações superficiais e do interior das paredes O baú frigorífico possui o formato de um paralelepípedo, posicionado horizontalmente sobre o chassi do caminhão, cujos parâmetros dimensionais e construtivos são apresentados na Tabela 5.4. Tabela 5.4 – Parâmetros dimensionais e construtivos do baú Parâmetro Dimensões externas Comprimento Largura Altura Espessura do isolamento Parede 1 Paredes de 2 a 6 Valor 7,50 m 2,60 m 2,40 m 0,10 m 0,05 m O isolamento térmico é de espuma rígida de poliuretano, com condutividade térmica da ordem de 0,023 W / m ⋅ K , conforme manual da empresa Kingspan Insulation. Sua difusividade térmica foi calculada, sendo o valor encontrado igual a 3,5 x 10-7 m2/s. Externamente, as paredes laterais, frontal e traseira do baú são revestidas por chapas frisadas de alumínio anodizado. O teto é revestido por chapas lisas de alumínio anodizado e o piso é constituído por um painel compensado de madeira. Os parâmetros relativos à transferência de calor por radiação para os materiais que compõem as superfícies externas das paredes do baú estão mostrados na Tabela 5.5. 91 Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados Tabela 5.5 – Propriedades óticas dos materiais e coberturas das superfícies externas Parâmetro Emissividade da superfície externa da parede 1 Absortividade da superfície externa da parede 1 Emissividade da superfície externa das paredes 3 a 6 Valor 0,44 0,44 0,44 As superfícies externas e internas das paredes, essas últimas revestidas com placas em P.R.F.V, foram consideradas isotérmicas. A Tabela 5.6 mostra as temperaturas superficiais das paredes medidas, utilizadas como valores iniciais na simulação. A temperatura da superfície interna da parede 3 foi estimada, devido à impossibilidade de alcançar o fundo da carroceria. Tabela 5.6 – Temperaturas iniciais das superfícies externas e internas Parede/ Nº Superior/1 Inferior/2 Traseira/6 Frontal/5 Lateral esquerda/3 Lateral direita/4 Temperatura °C °C Superfície Superfície 54,0 14,0 32,0 11,0 51,0 11,0 25,0 11,0 28,0 11,0 26,0 11,0 Condições ambientais internas O baú carrega uma carga de carne resfriada com formato de um paralelepípedo, que está posicionado horizontalmente em seu interior. As dimensões desta carga foram estimadas e correspondem a um bloco com as dimensões apresentadas na Tabela 5.7. Tabela 5.7 – Parâmetros dimensionais da carga Parâmetro Comprimento Largura Altura Valor 7,2 m 1,3 m 1,3 m O ventilador e o equipamento de refrigeração permaneceram desligados. Com isso a condição de movimentação do ar no interior do baú foi considerada estacionária, sendo a quantidade de energia trocada com o evaporador nula. A temperatura inicial do ar ambiente interno era igual a 10°C e a da carga era de 9 °C. 92 Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados As propriedades térmicas para a carga foram obtidas em Singh (1998), e são mostradas na Tabela 5.8. Tabela 5.8 – Parâmetros para a carga Carga Temperatura média da superfície da carga Condutividade térmica Difusidade térmica Valor 9° C 0,48 W/mK 1,32 x 10E-7 O programa computacional contabiliza apenas a radiação que incide sobre o teto do baú. Os parâmetros referentes ao calor gerado por essa radiação constam da Tabela 5.9. Os valores para os coeficientes de Bennett são referentes ao mês de janeiro, conforme Pereira (2002). O valor da insolação diária em média mensal é válido para a cidade de Lavras (MG) e foram obtidos a partir das Normais Climatológicas, DNMET (1992). Tabela 5.9 – Parâmetros relacionados a radiação solar absorvida Parâmetro Coeficientes empíricos da equação de Bennett a b c Insolação diária em média mensal (horas) Valor 0,225 0,4812 0,0007 187,9 Considerações Nesta simulação matemática, a temperatura da superfície da carga foi obtida adotandose o modelo do sólido semi-infinito com superfície em contato com um fluído (caso 3, conforme apresentado no Capítulo 4). Embora a carne estivesse acondicionada em peças individuais, no modelo matemático adotou-se a forma de um paralelepípedo. Para determinação de seu volume, tomou-se a massa total de carne embarcada (13.125 kg) que dividida por sua densidade (1.086 kg/m3) fornecia o volume equivalente, da ordem aproximada de 12 m3. Resultados Obtidos O tempo de simulação foi fixado em 25 minutos, cujos resultados para as temperaturas das superfícies externas das paredes são apresentados na Tabela 5.10 e no gráfico da Figura 5.6. 93 Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados Tabela 5.10 – Temperaturas superficiais externas das paredes Tempo (s) 0 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Text 1 (°C) 54,0 55,0 55,1 55,1 55,1 55,1 55,1 55,0 55,0 54,9 54,8 54,8 54,7 54,6 54,5 54,4 54,2 54,1 54,0 53,9 53,7 53,6 53,5 53,3 53,2 Text 2 (°C) 32,0 28,2 27,9 27,6 27,3 27,1 26,9 26,8 26,7 26,6 26,5 26,5 26,4 26,4 26,3 26,3 26,2 26,2 26,2 26,2 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 Text 3 (°C) 51,0 26,4 25,6 25,1 24,8 24,5 24,4 24,3 24,2 24,2 24,1 24,1 24,1 24,1 24,1 24,1 24,1 24,1 24,1 24,1 24,1 24,0 24,0 24,0 24,0 Text 4 (°C) 25,0 24,1 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 Text 5 (°C) 28,0 24,0 23,8 23,6 23,5 23,5 23,4 23,4 23,4 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 Text 6 (°C) 26,0 23,7 23,6 23,5 23,4 23,4 23,4 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 23,3 Figura 5.6 – Gráfico das temperaturas superficiais externas das paredes Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados 94 Analisando-se o comportamento das temperaturas das superfícies externas, verifica-se uma pequena diminuição ao longo do tempo da ordem de 2ºC para as superfícies do piso e da porta traseira. Para as outras superfícies, a redução do valor das temperaturas é ainda menor. No teto, o fator preponderante é a incidência da radiação solar, que justifica os elevados níveis de temperatura encontrados. Deve-se salientar, ainda, que o modelo não avaliou corretamente a temperatura da superfície traseira (Text3), conforme pode ser constatado nas duas primeiras linhas da Tabela 5.10, porque este prevê a incidência de radiação solar somente sobre o teto. Durante os ensaios, foi constatada a incidência de radiação solar nessa superfície de forma significativa. A evolução temporal das temperaturas da superfície da carga, do ar interno e das superfícies internas das paredes são apresentados na Tabela 5.11 e no gráfico da Figura 5.7. Tabela 5.11 – Temperaturas superficiais internas das paredes, do ar interno e da carga Tempo Tint 1 Tint 2 Tint 3 Tint 4 Tint 5 Tint 6 Tar int Tcarga (s) (°C) (°C) (°C) (°C) (°C) (°C) (°C) (°C) 0 14,0 11,0 11,0 11,0 11,0 11,0 10,0 9,0 2 14,7 12,5 13,7 12,1 12,2 12,1 11,4 9,0 3 14,8 12,7 13,7 12,3 12,4 12,3 11,3 9,0 4 14,9 12,9 13,8 12,5 12,5 12,4 11,4 9,1 5 15,0 13,0 13,8 12,6 12,6 12,6 11,5 9,1 6 15,1 13,2 13,8 12,8 12,8 12,7 11,6 9,1 7 15,3 13,3 13,8 12,9 12,9 12,8 11,7 9,1 8 15,4 13,4 13,9 13,0 13,0 13,0 11,7 9,1 9 15,5 13,5 13,9 13,1 13,1 13,1 11,8 9,1 10 15,6 13,6 13,9 13,2 13,2 13,2 11,9 9,1 11 15,7 13,7 14,0 13,3 13,3 13,3 11,9 9,1 12 15,7 13,7 14,0 13,3 13,3 13,3 11,9 9,1 13 15,8 13,7 14,0 13,4 13,4 13,4 12,0 9,1 14 15,9 13,8 14,0 13,5 13,5 13,4 12,0 9,1 15 16,0 13,9 14,1 13,6 13,6 13,5 12,1 9,2 16 16,1 13,9 14,1 13,7 13,6 13,6 12,1 9,2 17 16,2 14,0 14,1 13,8 13,7 13,7 12,2 9,2 18 16,2 14,1 14,2 13,8 13,8 13,7 12,2 9,2 19 16,3 14,1 14,2 13,9 13,8 13,8 12,3 9,2 20 16,4 14,2 14,2 14,0 13,9 13,9 12,3 9,2 21 16,5 14,2 14,3 14,0 14,0 13,9 12,3 9,2 22 16,6 14,3 14,3 14,1 14,0 14,0 12,4 9,2 23 16,6 14,3 14,3 14,2 14,1 14,0 12,4 9,2 24 16,7 14,3 14,4 14,2 14,1 14,1 12,4 9,2 25 16,8 14,4 14,4 14,3 14,2 14,2 12,5 9,2 Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados 95 Figura 5.7 - Temperaturas superficiais internas das paredes, do ar interno e da carga A análise das temperaturas das superfícies internas mostra um comportamento bastante similar. O aumento de suas temperaturas verificado durante o período de simulação, decorrente da transferência de calor por condução através das paredes, variou na faixa de 0,8 a 2,1 ºC. Conforme era esperado, a temperatura superficial interna do teto (Tint1) é superior à das outras superfícies a despeito da maior espessura do isolamento térmico adotado porque a temperatura externa era bastante elevada. Para a temperatura do ar interno, constata-se uma elevação de 2,0 °C acima de seus valores iniciais, evidenciando as trocas térmicas com as superfícies internas das paredes, enquanto que a temperatura da carga sofreu uma pequena variação durante os 25 minutos. É importante salientar que, na prática, o equipamento de refrigeração opera conforme a indicação dos sensores da temperatura do ar interno do baú. De acordo com a faixa de temperaturas pré-selecionada nos termostatos, o intervalo entre o desligamento e o religamento do equipamento de refrigeração pode ser menor que o intervalo de tempo definido nesta simulação. Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados 96 O comportamento das temperaturas do céu e do ar ambiente externo, assim como a energia absorvida pela superfície externa do teto decorrente da radiação solar incidente ( q s ) foram mostrados na Figura 5.8. Figura 5.8 – Temperaturas do céu e do ar ambiente externo e energia solar absorvida pela superfície do teto do baú frigorífico Análise Final Na simulação matemática desenvolvida, deve-se avaliar se a capacidade de refrigeração requerida para atender as condições iniciais pré-definidas pode ser suprida pelo sistema de refrigeração por absorção. Na Figura 5.9, a curva que representa o comportamento da carga térmica no interior da carroceria é representada pela linha contínua. A linha tracejada representa a capacidade de refrigeração do sistema selecionado. Observa-se que o efeito de refrigeração desejado atende durante todo o período de simulação à demanda requerida. Cap. 5 – Simulação matemática – Análise de resultados 97 Figura 5.9 – Capacidade de refrigeração disponibilizada x demanda por refrigeração CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho, foi desenvolvida uma metodologia para análise da viabilidade de aproveitamento da energia contida nos gases de exaustão de motores diesel, através de um equipamento de refrigeração por absorção, para condicionamento de produtos perecíveis em caminhões baú. A metodologia proposta se baseia na avaliação comparativa entre a carga térmica requerida, dependente do tipo de produto, temperatura de armazenamento e condições ambientais típicas encontradas durante o transporte, e a energia disponível nos gases de exaustão usada como aporte energético no ciclo de refrigeração por absorção. Essa metodologia, discutida no Capítulo 3, foi implementada em um programa computacional que permite simular cargas diversas sob diferentes condições de operação. Para tal, foram desenvolvidas rotinas para aplicação dos modelos matemáticos em sólidos semi-infinitos e método da capacitância global. Ensaios realizados em laboratório permitiram a validação das diferentes rotinas desenvolvidas. Os resultados foram considerados satisfatórios com desvios absolutos máximos entre os valores das temperaturas experimentais e simuladas inferior a 2,5ºC. Tais resultados conduzem às seguintes conclusões: • o aproveitamento dos gases de exaustão de um motor, para geração de efeito de refrigeração através de um sistema de absorção é viável, para o caso estudado; • o programa computacional, desenvolvido neste trabalho, calcula a parcela útil da energia térmica contida nos gases de exaustão de um motor diesel, que pode ser utilizada para gerar efeito de refrigeração em um equipamento de absorção; 98 Cap. 6 – Conclusões e considerações finais • 99 o programa computacional, com algumas restrições e ajustes prevê com razoável precisão a evolução temporal das temperaturas do ar interno e das superfícies internas e externas das paredes de uma câmara com superfícies internas isotérmicas; • o modelo matemático desenvolvido apresenta desvios mais significativos entre valores experimentais e simulados, quando estas envolvem aquecimento de material orgânico com alto teor de umidade; Feitas estas colocações, sugere-se para trabalhos futuros a inclusão na modelagem matemática do termo relativo à troca radiante entre as superfícies internas das paredes, alteração da rotina de caracterização da carga, dando maior flexibilidade à definição dos parâmetros geométricos e às especificidades de transporte, como o uso de embalagens individuais. Em termos práticos, sugere-se o desenvolvimento e montagem de uma bancada experimental de um sistema de refrigeração por absorção para trabalhar em conjunto com um motor Diesel em teste. Dessa forma, o efeito de refrigeração produzido no evaporador do ciclo pode ser avaliado em função dos diferentes regimes de operação do motor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bibliografia Consultada ASHRAE, 1993, Fundamentals. American Society of Heating, Refrigeration and Airconditioning Engineers, Inc., Atlanta. ASHRAE, 1995, Technical Data Bulletin. Desiccant and Absorption Cooling. v.11, n.2. American Society of Heating, Refrigeration and Air-conditioning Engineers, Inc., Atlanta. ASM INTERNATIONAL, 1997, Handbook Committee. Materials Handbook. USA, Metals Parks. Anônimo ,“Princípios e aplicações práticas de termopares”. Revista Controle & Instrumentação, nov., 1988, pág. 32-38, dez., 1988, pág. 17-21, jan 1989, pág. 20-25. 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((2.503813816*10^-3)*T)+((-2.127308728*10^-7)*(T^2))+((-7.689988780*10^-10)*(T^3))... +((2.849677801*10^-13)*(T^4))); cpH2O=(R/mH2O)*(((-3.947960830*10^4)*(T^-2))+((5.755731020*10^2)...*(T^ 1))+(9.317826530*10^-1)+((7.222712860*10^-3)*T)+((-7.342557370*10^6)*(T^2))+((4.955043490*10^-9)*(T^3))+((-1.336933246*10^-12)*(T^4))); cpO2=(R/mO2)*(((-3.425563420*10^4)*(T^-2))+((4.847000970*10^2)*(T^-1))+1.119010961... +((4.293889240*10^-3)*T)+((-6.836300520*10^-7)*(T^2))+((-2.023372700*10^-9)*(T^3))... +((1.039040018*10^-12)*(T^4))); cpN2=(R/mN2)*(((2.210371497*10^4)*(T^-2))+((-3.818461820*10^2)*(T^-1))+6.082738360... +((-8.530914410*10^-3)*T)+((1.384646189*10^-5)*(T^2))+((-9.625793620*10^-9)*(T^3))... +((2.519705809*10^-12)*(T^4))); cpTot=((xCO2*cpCO2)+(xH2O*cpH2O)+(xO2*cpO2)+(xN2*cpN2)) % (Joule/kg*Kelvin); Anexo A.1 – Listagem do programa qEX=massa*cpTot*(T-423.15); disp(' ') disp(' ') 109 % (Watts) disp([' Energia disponivel nos gases de exaustao: ', num2str(qEX), ' W' ]); disp(' ') disp(' ') efet=input(' Informe a efetividade do trocador de calor '); disp(' ') qG=qEX*efet; % (Watts) COP=input(' Informe o coeficiente de performance do equipamento de refrigeraçao '); disp(' ') qEV=qG*COP; disp(' % (Watts) ') disp([' Efeito de refrigeraçao no evaporador: ', num2str(qEV), ' W' ]); disp(' ') disp(' ') disp(' ') %================================= Latitude ================================== disp(' LATITUDE') graus=input(' Digite os graus: '); if (graus>90)|(graus<-90) while (graus>90)|(graus<-90) errordlg('Dado incorreto!','LATITUDE, Graus') disp(' Dado incorreto!') graus=input(' Digite os graus novamente: '); disp(' ') end end minutos=input(' Digite os minutos: '); if (minutos>60)|(minutos<-60) while (minutos>60)|(minutos<-60) errordlg('Dado incorreto!','LATITUDE, Minutos') disp(' Dado incorreto!') minutos=input(' Digite os minutos novamente: '); disp(' ') end end disp(' ') latitude=graus+minutos/60; %================================ Longitude ================================= disp(' LONGITUDE') graus=input(' Digite os graus: '); Anexo A.1 – Listagem do programa 110 if (graus>360)|(graus<0) while (graus>360)|(graus<0) errordlg('Dado incorreto!','LONGITUDE, Graus') disp(' Dado incorreto!') graus=input(' Digite os graus novamente: '); disp(' ') end end minutos=input(' Digite os minutos: '); if (minutos>60)|(minutos<0) while (minutos>60)|(minutos<0) errordlg('Dado incorreto!','LONGITUDE, Graus') disp(' Dado incorreto!') minutos=input(' Digite os minutos novamente: '); disp(' ') end end disp(' ') longitude=graus+minutos/60; %================================ Altitude ================================== disp(' ALTITUDE') altitude=input(' Informe a altitude em metros: '); altitude=altitude/1000; disp(' ') %============================= Umidade Relativa =============================== disp(' UMIDADE RELATIVA DO AR') umidader=input(' Digite o valor da umidade relativa do ar em(%): '); if (umidader>100)|(umidader<1) while (umidader>100)|(umidader<1) errordlg('Dado incorreto!','UMIDADE RELATIVA DO AR') disp(' Dado incorreto!'); umidader=input(' Digite o dado novamente: '); disp(' ') end end disp(' ') umidader=umidader/100; %==================================Mes e dia================================= disp(' TEMPORAIS') mes=input(' Informe a quantidade de dias no mes (28 - 29 - 30 - 31): '); if (mes~=28)|(mes~=29)|(mes~=30)|(mes~=31) while (mes~=28)|(mes~=29)|(mes~=30)|(mes~=31) disp(' Dado incorreto!') mes=input(' Digite novamente a quantidade de dias no mes (28 - 29 - 30 - 31): '); disp(' ') end end disp(' ') dia=input(' Informe o dia (0 ate 365): '); if (dia>366)|(dia<1) while (dia>366)|(dia<1) errordlg('Dado incorreto!','Dia do ano') disp(' Dado incorreto!') dia=input(' Digite novamente o dia (0 ate 365): '); disp(' ') end Anexo A.1 – Listagem do programa 111 end disp(' ') hora=input(' Informe a hora (HH): '); if (hora>24)|(hora<0) while (hora>24)|(hora<0) errordlg('Dado incorreto!','Hora') disp(' Dado incorreto!') hora=input(' Digite novamente a hora (0 ate 24): '); disp(' ') end end disp(' ') %================================== Temperaturas ============================= disp(' TEMPERATURAS') tmax=input(' Informe a temperatura maxima: '); tmin=input(' Informe a temperatura minima: '); if tmin>=tmax while tmin>=tmax errordlg('Temperatura minima deve ser menor que a maxima!','TEMPERATURAS') disp(' Temperatura minima deve ser menor que a maxima!') tmin=input(' Informe a temperatura minima: '); disp(' ') end end %================================= Hora Solar ================================ hs=hora; deltat=tmax-tmin; tambiente=tmax-(deltat/2)+(deltat/2)*cos((15*((hs)-14)*pi)/180) pressaosat=7*10^(-8)*tambiente^3+7*10^(-8)*tambiente^2+tambiente*6*10^(-5)+0.0005; pressaov=pressaosat*umidader; %================================ Calculo do TDP ============================= pressaovv=pressaov*1000; tdp=0.0065*pressaovv^5 - 0.1595*pressaovv^4 + 1.5601*pressaovv^3 - 7.9701*pressaovv^2+25.739... *pressaovv - 12.192; %========================== Calculo da Temperatura do Ceu ======================== tambiente=tambiente+273.15; tceu=tambiente*(0.8+(tdp/250))^0.25; tempceu=tceu-273.15; disp([' Temperatura do ceu : ', num2str(tempceu)]) %================================= Carroceria ================================ disp(' ') disp(' CALCULO DA CARGA TERMICA PARA A CARROCERIA') disp(' ') vvento=input(' Informe a velocidade do vento em m/s : '); vveiculo=input(' Informe a velocidade do veiculo em km/h: '); vveiculo=vveiculo/3.6; disp([' Velocidade do veiculo em m/s: ', num2str(vveiculo)]) %========================== Definindo a Velocidade Relativa ======================= if (vveiculo==0) vrelat=vvento; else if (vvento>vveiculo) Anexo A.1 – Listagem do programa 112 vrelat=vvento; else vrelat=vveiculo; end end %========================================================================= disp(' ') disp(' CALCULO DOS COEFICIENTES DE TRANSFERENCIA DE CALOR ') disp(' POR CONVECÇAO ATRAVES DAS PAREDES') disp(' ') %======================== Calculo das dimensoes e Area Total ======================= disp(' DIMENSOES DA CARROCERIA') Le=input(' Informe o comprimento externo da carroceria: '); We=input(' Informe a largura externa da carroceria: '); He=input(' Informe a altura externa da carroceria: '); disp(' ') Ae12=We*Le; disp(' Soma das Areas externas 1 e 2') disp([' ',num2str(Ae12)]) disp(' ') Ae34=We*He; disp(' Soma das Areas externas 3 e 4') disp([' ',num2str(Ae34)]) disp(' ') Ae56=Le*He; disp(' Soma das Areas externas 5 e 6') disp([' ',num2str(Ae56)]) disp(' ') Aetotal=(Ae12+Ae34+Ae56)*2; disp(' Area Total da Carroceria') disp([' ',num2str(Aetotal)]) disp(' ') %======================== Dimensoes Internas da Carroceria ======================== for i=1:6 EspI(i)=input([' Informe a espessura para a parede ', num2str(i),' (mm): ']); EspI(i)=EspI(i)./1000; disp([' ',num2str(EspI(i)),' metros']) end Wi=We-(EspI(5)+EspI(6)); Hi=He-(EspI(1)+EspI(2)); Li=Le-(EspI(3)+EspI(4)); fprintf('\n') %=========================== Calculo das Areas Internas ========================== Ai12=Wi*Li; disp(' Soma das Areas internas 1 e 2') disp([' ',num2str(Ai12)]) disp(' ') Ai34=Wi*Hi; disp(' Soma das Areas internas 3 e 4') disp([' ',num2str(Ai34)]) disp(' ') Ai56=Li*Hi; disp(' Soma das Areas internas 5 e 6') disp([' ',num2str(Ai56)]) disp(' ') Ai=(Ai12+Ai34+Ai56)*2; disp(' Area Interna') disp([' ',num2str(Ai)]) Anexo A.1 – Listagem do programa 113 disp(' ') %============= Calculo do coeficiente transferencia de calor por radiaçao externo ============= emissividadeext1=input(' Informe o valor da emissividade da superficie externa 1: '); emissividadeext=input(' Informe o valor da emissividade para demais superficies externas: '); absortext1=input(' Informe a absortividade da superficie externa 1: '); tal=5.6697*10^(-8); disp(' ') %=========================== PAREDES EXTERNAS ============================ for n=1:6 disp(' ') disp('Parede 1: teto ') disp('Parede 2: piso ') disp('Parede 3: lateral direita ') disp('Parede 4: lateral esquerda ') disp('Parede 5: traseira ') disp('Parede 6: frente ') fprintf('\n') Text(n)=input([' Informe a temperatura superficial externa da parede ',num2str(n),': ']); Text(n)=Text(n)+273.15; %========================================================================= disp(' '); if (vrelat==0) x3=0; y3=1; if (n==1)|(n==2) z3=1; s3=0; else z3=0; s3=1; end else x3=1; y3=0; if (n==1)|(n==2)|(n==5)|(n==6) z3=1; s3=0; else z3=0; s3=1; end end L(n)=Le*(x3)*(z3)+(We/2)*(x3)*(s3)+((Le*We)/((2*We)+(2*Le)))*(y3)*(z3)+He*(y3)*(s3); tfluext(n)=(Text(n)+tambiente)/2; betae(n)=1/tfluext(n); %=============================== Calculo do Ro =============================== ro(n)=351.92*tfluext(n)^(-1.0017); %========================= Calculo do Cp, K e Alfa Externo ======================== cpexterno(n)=(0.103409*10)+(-0.28488708*10^(-3)*tfluext(n))+(0.7816818*10^(-6)*tfluext(n)^2)... +(-0.4970786*10^(-9)*tfluext(n)^3)+(0.1077024*10^(-12)*tfluext(n)^4); kexterno(n)=(-2.276501*10^(-3))+(1.2598485*10^(-4)*tfluext(n))+(-1.4815235*10^(7)*tfluext(n)^2)... +(1.73550646*10^(-10)*tfluext(n)^3)+(-1.066657*10^(-13)*tfluext(n)^4)... Anexo A.1 – Listagem do programa 114 +(2.47663035*10^(-17)*tfluext(n)^5); alfaexterno(n)=(kexterno(n)/(ro(n)*cpexterno(n)))/1000; %==================== Calculo da Viscosidade Dinamica e Cinematica =================== viscosidadedin(n)=(-9.8601*10^(-1))+(9.080125*10^(-2)*tfluext(n))+(-1.17635575*10^(-4)... *tfluext(n)^2)+(1.2349703*10^(-7)*tfluext(n)^3)+(-5.7971299*10^(-11)*tfluext(n)^4); viscosidadecin(n)=viscosidadedin(n)/(ro(n)*1000000); %============================= Calculo de Prandtl ============================== prandtl(n)=viscosidadecin(n)/alfaexterno(n); %============================= Calculo de Reynolds ============================= reynext(n)=vrelat*L(n)/viscosidadecin(n); %========================================================================= if (Text(n)>tambiente) tx(n)=Text(n)-tambiente; else tx(n)=tambiente-Text(n); end %============================= Calculo de Rayleigh ============================= ra(n)=((9.8*betae(n)*tx(n)*(L(n)^3))/(viscosidadecin(n)*alfaexterno(n))); %=========================== Teste da velocidade relativa ========================== if (vrelat==0) x1=0; if (n==1) y1=0; z1=0; s1=1; else if (n==2) y1=0; z1=1; s1=0; end if (n==3)|(n==4)|(n==5)|(n==6) y1=1; z1=0; s1=0; end end disp(' ') %=============================== Calculo de Nusselt ============================ if (vrelat==0) & (Text(n)>tambiente) x1=0; y1=0; if (n==1) z1=1; s1=0; else z1=0; s1=1; end Anexo A.1 – Listagem do programa 115 if (n==2) z1=0; s1=1; else z1=1; s1=0; end if (n==3)|(n==4)|(n==5)|(n==6) y1=1; z1=0; s1=0; end end else x1=1;y1=0;z1=0;s1=0; end nuext(n)=((0.037*(reynext(n)^(4/5)))*(prandtl(n)^(1/3)))*x1... +(((0.825+((0.387*(ra(n)^(1/6)))/((1+((0.492/prandtl(n))^(9/16)))^(8/27))))^2))*y1... +(0.27*(ra(n)^(1/4)))*s1+(0.15*(ra(n)^(1/3)))*z1; %============================ Impressao de dados =============================== disp([' Superficie externa, face: ', num2str(n)]) disp(' ') disp(' RO Cp K Alfa V ') disp([ro(n);cpexterno(n);kexterno(n);alfaexterno(n);viscosidadecin(n)]') fprintf('\n') disp(' Prandtl Reynolds Rayleigh Nusselt ') disp([prandtl(n);reynext(n);ra(n);nuext(n)]') disp(' ') %=========== Coeficiente externo de transferencia de calor por convecçao e radiacao ========== he(n)=(nuext(n)*kexterno(n))/L(n); disp([' Coeficiente externo de convecçao vale ',num2str(he(n))]); end %========================================================================= hre1=(Ae12)*emissividadeext1*tal*(tceu^2+Text(1)^2)*(tceu+Text(1)); hre3=(Ae34)*emissividadeext*tal*(tceu^2+Text(3)^2)*(tceu+Text(3)); hre4=(Ae34)*emissividadeext*tal*(tceu^2+Text(4)^2)*(tceu+Text(4)); hre5=(Ae56)*emissividadeext*tal*(tceu^2+Text(5)^2)*(tceu+Text(5)); hre6=(Ae56)*emissividadeext*tal*(tceu^2+Text(6)^2)*(tceu+Text(6)); %========================================================================= fprintf('\n') disp(' Coeficiente externo de transferencia de calor por radiaçao para a face 1'); hrext1=hre1/Ae12; disp(hrext1) %================================FIM EXTERNO============================== %===============================INICIO INTERNO ============================ disp(' ') disp(' CALCULO DOS COEFICIENTES DE TRANSFERENCIA DE CALOR POR CONVECÇAO') disp(' PARA A SUPERFICIE INTERNA DA PAREDE E SUPERFICIE DA CARGA') disp(' ') %========================================================================= Anexo A.1 – Listagem do programa disp(' ') disp(' DIMENSOES DA CARGA') Lc=input(' Informe o comprimento da carga: '); if (Lc>Li)|(Lc<=0.005) while (Lc>=Li)|(Lc<=0.005) if (Lc<=0.005) errordlg('O valor deve ser maior do que o informado !','DIMENSOES DA CARGA') disp(' *** O valor deve ser maior do que o informado ! ***') Lc=input(' Digite novamente o comprimento da carga: '); else errordlg(['O comprimento da carga nao pode ser maior que ', num2str(Li),' metro(s) !']... ,'DIMENSOES DA CARGA') disp([' *** O comprimento da carga nao pode ser maior que ', num2str(Li),... ' metro(s) ! ***']) Lc=input(' Digite novamente o comprimento da carga: '); disp(' ') end end end disp(' ') Wc=input(' Informe a largura da carga: '); if (Wc>Wi)|(Wc<=0.005) while (Wc>=Wi)|(Wc<=0.005) if (Wc<=0.005) errordlg('O valor deve ser maior do que o informado !','DIMENSOES DA CARGA') disp(' *** O valor deve ser maior do que o informado ! ***') Wc=input(' Digite novamente a largura da carga: '); else errordlg(['A largura da carga nao pode ser maior que ', num2str(Wi),' metro(s) !']... ,'DIMENSOES DA CARGA') disp([' *** A largura da carga nao pode ser maior que ', num2str(Wi)... ,' metro(s) ! ***']) Wc=input(' Digite novamente a largura da carga: '); disp(' ') end end end disp(' ') Hc=input(' Informe a altura da carga: '); if (Hc>Hi)|(Hc<=0.005) while (Hc>=Hi)|(Hc<=0.005) if (Hc<=0.005) errordlg('O valor deve ser maior do que o informado !','DIMENSOES DA CARGA') disp([' *** O valor deve ser maior do que o informado ! ***']) Hc=input(' Digite novamente a altura da carga: '); else errordlg(['A altura da carga nao pode ser maior que ', num2str(Hi),' metro(s) !']... ,'DIMENSOES DA CARGA') disp([' *** A altura da carga nao pode ser maior que ', num2str(Hi),' metro(s) ! ***']) Hc=input(' Digite novamente a altura da carga: '); disp(' ') end end end Ac12=Wc*Lc; 116 Anexo A.1 – Listagem do programa 117 Ac34=Wc*Hc; Ac56=Lc*Hc; Ac=(Ac12+Ac34+Ac56)*2; disp(' ') disp([' Area total da carga e ',num2str(Ac)]) Vc=Wc*Hc*Lc; Ec=Vc/Ac; EW=Wi-Wc; EH=Hi-Hc; EL=Li-Lc; Epp=((EW+EH+EL)/6); Epp=Epp/2; disp(' ') disp([' O espaçamento medio entre a carga e a parede interna e ', num2str(Epp),' metros']) disp(' ') %============================= Condiçoes Internas ============================= qe=input(' Informe a quantidade de calor retirado no evaporador: '); vsaid=input(' Informe a velocidade do ar na saida do evaporador em m/s: '); disp(' ') tarinterno=input(' Informe a temperatura inicial do ar interno: '); ta=tarinterno; tarinterno=tarinterno+273.15; %=========================== CALCULOS DA CARGA =========================== alfacarga=input(' Informe o valor da difusidade termica da carga: '); disp(' ') tempcarga=input(' Informe a temperatura inicial da carga: '); TK=tempcarga; kcarga=input(' Informe o valor da condutividade termica da carga: '); disp(' ') tempcarga=tempcarga+273.15; disp(' ') disp(' ') if (vsaid==0) x2=0; y2=1; else x2=1; y2=0; end vinterna=vsaid/2; tfluc=(tempcarga+tarinterno)/2; betac=1/tfluc; %AR INTERNO Anexo A.1 – Listagem do programa 118 %=========================== Calculo do Ro ar interno =========================== roint=351.92*tarinterno^(-1.0017); %======================== Calculo do Cp, K e Alfa ar interno ======================= cpint=(0.103409*10)+(-0.28488708*10^(-3)*tarinterno)+(0.7816818*10^(-6)*tarinterno^2)... +(-0.4970786*10^(-9)*tarinterno^3)+(0.1077024*10^(-12)*tarinterno^4); kint=(-2.276501*10^(-3))+(1.2598485*10^(-4)*tarinterno)+(-1.4815235*10^(-7)*tarinterno^2)... +(1.73550646*10^(-10)*tarinterno^3)+(-1.066657*10^(-13)*tarinterno^4)+(2.47663035*10^(-17)... *tarinterno^5); alfaint=(kint/(roint*cpint))/1000; %CARGA %============================= Calculo do Ro carga ============================= roc=351.92*tfluc^(-1.0017); %========================== Calculo do Cp, K e Alfa carga ========================= cpc=(0.103409*10)+(-0.28488708*10^(-3)*tfluc)+(0.7816818*10^(-6)*tfluc^2)+(-0.4970786*10^(-9)... *tfluc^3)+(0.1077024*10^(-12)*tfluc^4); kc=(-2.276501*10^(-3))+(1.2598485*10^(-4)*tfluc)+(-1.4815235*10^(-7)*tfluc^2)+(1.73550646*10^(10)... *tfluc^3)+(-1.066657*10^(-13)*tfluc^4)+(2.47663035*10^(-17)*tfluc^5); alfac=(kc/(roc*cpc))/1000; %==================== Calculo da Viscosidade Dinamica e Cinematica ================== viscosidadedinc=(-9.8601*10^(-1))+(9.080125*10^(-2)*tfluc)+(-1.17635575*10^(-4)*tfluc^2)... +(1.2349703*10^(-7)*tfluc^3)+(-5.7971299*10^(-11)*tfluc^4); viscosidadecinc=viscosidadedinc/(roc*1000000); %============================ Calculo de Prandtl carga =========================== prandtlc=viscosidadecinc/alfac; %========================== Calculo de Reynolds carga =========================== reyc=vinterna*(Wc/2)/viscosidadecinc; %========================================================================= if (tempcarga>tarinterno) tzc=tempcarga-tarinterno; else tzc=tarinterno-tempcarga; end %=========================== Calculo de Rayleigh carga ========================== rac=(9.8*betac*tzc*(Hc^3))/(viscosidadecinc*alfac); %===================== Calculo de Nusselt para a superficie da carga =================== nuc=((0.037*(reyc^(4/5)))*(prandtlc^(1/3)))*x2... +(((0.825+((0.387*(rac^(1/6)))/((1+((0.492/prandtlc)^(9/16)))^(8/27))))^2))*y2; %========================================================================= disp(' '); 119 Anexo A.1 – Listagem do programa disp(' Superficie Carga') disp(' RO Cp K Alfa disp([roc;cpc;kc;alfac;viscosidadecinc]') fprintf('\n') disp(' Prandtl Reynolds Rayleigh 1 disp([prandtlc;reyc;rac;nuc;]') fprintf('\n') V ') Rayleigh 2 Nusselt ') %========================================================================= hc=(nuc*kc)/(y2*Hc+x2*(Wc/2)); disp(['Coeficiente de transferencia de calor por convecçao para superficie da carga :', num2str(hc)]); disp(' ') %========================================================================= %=========================== CALCULOS INTERNOS =========================== disp(' ') for c=1:6 disp(' ') disp('Parede 1: teto ') disp('Parede 2: piso ') disp('Parede 3: lateral direita ') disp('Parede 4: lateral esquerda ') disp('Parede 5: traseira ') disp('Parede 6: frente ') fprintf('\n') tparedein(c)=input([' Informe a temperatura da superficie interna da parede ', num2str(c)... ,': ']); tparedein(c)=tparedein(c)+273.15; %========================================================================= disp(' '); if (vinterna==0) x7=0; y7=1; if (c==1)|(c==2) z7=1; s7=0; else z7=0; s7=1; end else x7=1; y7=0; if (c==1)|(c==2)|(c==5)|(c==6) z7=1; s7=0; else z7=0; s7=1; end end Lint(c)=Li*(x7)*(z7)+(Hi)*(x7)*(s7)+((Li*Wi)/((2*Wi)+(2*Li)))*(y7)*(z7)+Hi*(y7)*(s7); tflui(c)=(tparedein(c)+tarinterno)/2; betai(c)=1/tflui(c); Anexo A.1 – Listagem do programa 120 %INTERNO %============================ Calculo do Ro interno ============================= roi(c)=351.92*tflui(c)^(-1.0017); %========================= Calculo do Cp, K e Alfa interno ========================= cpi(c)=(0.103409*10)+(-0.28488708*10^(-3)*tflui(c))+(0.7816818*10^(-6)*tflui(c)^2)+(0.4970786*10^(-9)*tflui(c)^3)+(0.1077024*10^(-12)*tflui(c)^4); ki(c)=(-2.276501*10^(-3))+(1.2598485*10^(-4)*tflui(c))+(-1.4815235*10^(7)*tflui(c)^2)+(1.73550646*10^(-10)*tflui(c)^3)+(-1.066657*10^(-13)*tflui(c)^4)+(2.47663035*10^(17)*tflui(c)^5); alfai(c)=(ki(c)/(roi(c)*cpi(c)))/1000; %=================== Calculo da Viscosidade Dinamica e Cinematica ==================== viscosidadedini(c)=(-9.8601*10^(-1))+(9.080125*10^(-2)*tflui(c))+(-1.17635575*10^(-4)*tflui(c)^2)... +(1.2349703*10^(-7)*tflui(c)^3)+(-5.7971299*10^(-11)*tflui(c)^4); viscosidadecini(c)=viscosidadedini(c)/(roi(c)*1000000); %========================== Calculo de Prandtl interno ============================ prandtli(c)=viscosidadecini(c)/alfai(c); %========================== Calculo de Reynolds interno ========================== reyi(c)=vinterna*Lint(c)/viscosidadecini(c); %========================================================================= if (tparedein(c)>tarinterno) tz(c)=tparedein(c)-tarinterno; else tz(c)=tarinterno-tparedein(c); end %============================= Calculo de Rayleigh interno======================== rai(c)=((9.8*betai(c)*tz(c)*(Lint(c)^3))/(viscosidadecini(c)*alfai(c))); %=========================== Teste da velocidade relativa ========================= if (vinterna==0) x8=0; if (c==1) y8=0; z8=0; s8=1; else if (c==2) y8=0; z8=1; s8=0; end if (c==3)|(c==4)|(c==5)|(c==6) y8=1; z8=0; s8=0; end end disp(' ') Anexo A.1 – Listagem do programa 121 else x8=1;y8=0;z8=0;s8=0; end %============================= Calculo de Nusselt ============================== nui(c)=((0.037*(reyi(c)^(4/5)))*(prandtli(c)^(1/3)))*x8... +(((0.825+((0.387*(rai(c)^(1/6)))/((1+((0.492/prandtli(c))^(9/16)))^(8/27))))^2))*y8... +(0.27*(rai(c)^(1/4)))*s8+(0.15*(rai(c)^(1/3)))*z8; %========================================================================= disp(' '); disp(' Superficie Interna') disp(' RO Cp K Alfa V ') disp([roi(c);cpi(c);ki(c);alfai(c);viscosidadecini(c)]') fprintf('\n') disp(' Prandtl Reynolds Rayleigh Nusselt ') disp([prandtli(c);reyi(c);rai(c);nui(c);]') fprintf('\n') %========================================================================= hi(c)=(nui(c)*ki(c))/(Lint(c)); disp([' Coeficiente interno de convecçao e ', num2str(hi(c))]); disp(' ') absortc= emissivc= qr(c)=(absortc*tal*(tparedein(c))^4)-(emissivc*tal*(tempcarga)^4); end qr= (qr(1)+qr(2)+qr(3)+qr(4)+qr(5)+qr(6))/6; %============================== EVAPORADOR ============================= if qe>0 kcarga=kint; alfacarga=alfaint; end %========================================================================= t1=tparedein(1); t2=tparedein(2); t3=tparedein(3); t4=tparedein(4); t5=tparedein(5); t6=tparedein(6); %============================= H da parede interna ============================== he1=he(1); he2=he(2); he3=he(3); he4=he(4); he5=he(5); he6=he(6); hi1=hi(1); hi2=hi(2); hi3=hi(3); Anexo A.1 – Listagem do programa 122 hi4=hi(4); hi5=hi(5); hi6=hi(6); %==========================Fluxo de calor sobre a carga =========================== qc=hc*(tarinterno-tempcarga); qrc=qc+qr; qri=-(qrc*Ac/6)/Ai12; %========================= Calculo do Calor Solar Absorvido ======================= sigma=(23.45*sin(2*pi*((284+dia)/365))); Ws=180*(acos(-tan(latitude*pi/180)*tan(sigma*pi/180)))/pi; bennetta=input(' Informe o coeficiente de Bennett (a): '); disp(' ') bennettb=input(' Informe o coeficiente de Bennett (b): '); disp(' ') bennettc=input(' Informe o coeficiente de Bennett (c): '); disp(' ') gsc=1367; insolacao=input(' Informe o numero de insolacao diaria em media mensal: '); disp(' ') medinsolac=insolacao/mes; Nthor=0.1333*(Ws); disp([' Nthor :', num2str(Nthor)]); hangular=(15*((hora+.5)-12)); % Hora angular a=0.409+(0.5016*sin((Ws-60)*pi/180)); % Ws em Graus disp([' a : ', num2str(a)]); b=0.6609-(0.4767*sin((Ws-60)*pi/180)); disp([' b : ', num2str(b)]); Rt=(pi/24)*(a+(b*cos(hangular*pi/180)))*((cos(hangular*pi/180)-cos(Ws*pi/180))/(sin(Ws*pi/180)... -((pi*Ws/180)*cos(Ws*pi/180)))); disp([' Rt : ', num2str(Rt)]); Hzero=((24*3600*gsc)/pi)*(1+(0.033*(cos((2*pi*dia)/365))))*(cos(latitude*pi/180)*cos(sigma*pi/180).. . *sin(Ws*pi/180)+(Ws*pi/180)*sin(latitude*pi/180)*sin(sigma*pi/180)); disp([' H zero : ', num2str(Hzero)]); H=Hzero*(bennetta+(bennettb*(medinsolac./Nthor))+(bennettc.*altitude)); disp([' H : ', num2str(H)]); I=H*Rt; Radsolmedhor=I; if (Radsolmedhor<0) Radsolmedhor=0; end disp([' Radiaçao Solar em media horaria ', num2str(I),' j/m^2']) fprintf('\n') qs=((Radsolmedhor*Ae12)*absortext1)/3600 %========================================================================= alfaI=input(' Informe a difusidade termica para o isolamento das paredes: '); fprintf('\n') kI=input(' Informe a condutividade termica para o isolamento das paredes: '); fprintf('\n') erro=input(' Informe a margem de erro(entre 0 e 1): '); Anexo A.1 – Listagem do programa 123 if (erro>1)|(erro<=0) while (erro>1)|(erro<=0) errordlg('Dado incorreto!','MARGEM DE ERRO') disp(' Dado incorreto!'); erro=input(' Digite o dado novamente: '); disp(' ') end end fprintf('\n') Tm11(1)=Text(1); Tm12(1)=Text(2); Tm13(1)=Text(3); %externo Tm14(1)=Text(4); Tm15(1)=Text(5); Tm16(1)=Text(6); Tm1(1)=tparedein(1); Tm2(1)=tparedein(2); Tm3(1)=tparedein(3); Tm4(1)=tparedein(4); %interno Tm5(1)=tparedein(5); Tm6(1)=tparedein(6); Tmm1(1)=tarinterno; Tc(1)=tempcarga; %=========================== Determinando o delta T ============================= c1=((EspI(1)*hi1)/kI); rI1=1/(2*(c1+1)); dt1=(rI1*EspI(1)^2)/alfaI; c2=((EspI(2)*hi2)/kI); rI2=1/(2*(c2+1)); dt2=(rI2*EspI(2)^2)/alfaI; c3=((EspI(3)*hi3)/kI); rI3=1/(2*(c3+1)); dt3=(rI3*EspI(3)^2)/alfaI; c4=((EspI(4)*hi4)/kI); rI4=1/(2*(c4+1)); dt4=(rI4*EspI(4)^2)/alfaI; c5=((EspI(5)*hi5)/kI); rI5=1/(2*(c5+1)); dt5=(rI5*EspI(5)^2)/alfaI; c6=((EspI(6)*hi6)/kI); rI6=1/(2*(c6+1)); dt6=(rI6*EspI(6)^2)/alfaI; rI7=1/(2*(((EspI(1)*hre1)/(kI*Ai12))+((EspI(1)*he1)/kI)+1)); dt7=(rI7*EspI(1)^2)/alfaI; rI8=1/(2*(((he2*EspI(2))/kI)+1)); dt8=(rI8*EspI(2)^2)/alfaI; rI9=1/(2*(((EspI(3)*hre3)/(kI*Ai34))+((EspI(3)*he3)/kI)+1)); dt9=(rI9*EspI(3)^2)/alfaI; rI10=1/(2*(((EspI(4)*hre4)/(kI*Ai34))+((EspI(4)*he4)/kI)+1)); Anexo A.1 – Listagem do programa 124 dt10=(rI10*EspI(4)^2)/alfaI; rI11=1/(2*(((EspI(5)*hre5)/(kI*Ai56))+((EspI(5)*he5)/kI)+1)); dt11=(rI11*EspI(5)^2)/alfaI; rI12=1/(2*(((EspI(6)*hre6)/(kI*Ai56))+((EspI(6)*he6)/kI)+1)); dt12=(rI12*EspI(6)^2)/alfaI; rc=1/((2*Ec*hc)/kcarga); dt13=(rc*Ec^2)/alfacarga; ci=Epp/(kint*Ai); ri=1/(ci*(Ai12*(hi1+hi2)+Ai34*(hi3+hi4)+Ai56*(hi5+hi6)+(hc*Ac))); dt0=(ri*Epp^2)/alfaint; disp(' Valor do Delta T:') v=[dt1 dt2 dt3 dt4 dt5 dt6 dt7 dt8 dt9 dt10 dt11 dt12 dt13 dt0]' deltaT=min(v)*.7; fprintf('\n') disp(deltaT) ttotal=input(' Informe o tempo total de realizaçao do teste (em minutos): '); ttotal=ttotal*60; tempo=deltaT; t=1; h=waitbar(0,'Calculando, por favor aguarde...','color',[0.92 0.91 0.82]); while (tempo<=ttotal) waitbar(tempo/ttotal,h) rI1=((alfaI*deltaT)/EspI(1)^2); rI2=((alfaI*deltaT)/EspI(2)^2); rI3=((alfaI*deltaT)/EspI(3)^2); rI4=((alfaI*deltaT)/EspI(4)^2); rI5=((alfaI*deltaT)/EspI(5)^2); rI6=((alfaI*deltaT)/EspI(6)^2); rc=((alfacarga*deltaT)/Ec^2); ri=((alfaint*deltaT)/Epp^2); ttt=tempo; prof=0; X=prof/(2*((alfacarga*ttt)^0.5)); erfcX=1.5577*(2.718281828^(-0.7182*((X+0.7856)^2))); %Incropera; %erfX=1-(1.5577*(2.718281828^(-0.7182*((X+0.7856)^2)))); %Bejan; Y=(prof/(2*((alfacarga*ttt)^0.5)))+((hc*((alfacarga*ttt)^0.5))/kcarga); erfcY=1.5577*(2.718281828^(-0.7182*((Y+0.7856)^2))); for i=1:500 %================= Temperatura superficie externa, parede (teto) ======================= Tm11(i+1)=(2*rI1)*Tm1(i)+(1(2*rI1*(((EspI(1)*hre1)/(kI*Ai12))+((EspI(1)*he1)/kI)+1)))*Tm11(i)... +((2*rI1*EspI(1)*hre1)/(kI*Ai12))*tceu+(2*rI1*(EspI(1)*he1)/kI)*tambiente... +((2*rI1*EspI(1))/(kI*Ai12))*qs; teste(7,i)=abs((Tm11(i+1)-Tm11(i))/Tm11(i+1)); if (teste(7,i)<=erro) inter8=Tm11(i); in8=i; valor7=Tm11(i+1); Anexo A.1 – Listagem do programa 125 va7(t)=Tm11(i+1); if (t==1) ext1=Tm11(i+1); end end %==================== Temperatura superficie externa, parede 2 (piso) ================== Tm12(i+1)=(2*rI2)*Tm2(i)+(1-(2*rI2*(((he2*EspI(2))/kI)+1)))*Tm12(i)+((2*rI2*EspI(2)*he2)/kI)... *tambiente; teste(8,i)=abs((Tm12(i+1)-Tm12(i))/Tm12(i+1)); if (teste(8,i)<=erro) inter9=Tm12(i); in9=i; valor8=Tm12(i+1); va8(t)=Tm12(i+1); if (t==1) ext2=Tm12(i+1); end end %=================== Temperatura superficie externa, parede 3(traseira) ================== Tm13(i+1)=(2*rI3)*Tm3(i)+(1-(2*rI3*(((EspI(3)*hre3)/(kI*Ai34))+((EspI(3)*he3)/kI)+1)))... *Tm13(i)+ ((2*rI3*EspI(3)*hre3)/(kI*Ai34))*tceu+(2*rI3*(EspI(3)*he3)/kI)*tambiente; teste(9,i)=abs((Tm13(i+1)-Tm13(i))/Tm13(i+1)); if (teste(9,i)<=erro) inter10=Tm13(i); in10=i; valor9=Tm13(i+1); va9(t)=Tm13(i+1); if(t==1) ext3=Tm13(i+1); end end %=================== Temperatura superficie externa, parede 4 (frontal) ================== Tm14(i+1)=(2*rI4)*Tm4(i)+(1-(2*rI4*(((EspI(4)*hre4)/(kI*Ai34))+((EspI(4)*he4)/kI)+1)))... *Tm14(i)+ ((2*rI4*EspI(4)*hre4)/(kI*Ai34))*tceu+((2*rI4*EspI(4)*he4)/kI)*tambiente; teste(10,i)=abs((Tm14(i+1)-Tm14(i))/Tm14(i+1)); if (teste(10,i)<=erro) inter11=Tm14(i); in11=i; valor10=Tm14(i+1); va10(t)=Tm14(i+1); if(t==1) ext4=Tm14(i+1); end end %================ Temperatura superficie externa, parede 5 (lateral esquerda) =============== Tm15(i+1)=(2*rI5)*Tm5(i)+(1-(2*rI5*(((EspI(5)*hre5)/(kI*Ai56))+((EspI(5)*he5)/kI)+1)))... *Tm15(i)+((2*rI5*EspI(5)*hre5)/(kI*Ai56))*tceu+((2*rI5*EspI(5)*he5)/kI)*tambiente; teste(11,i)=abs((Tm15(i+1)-Tm15(i))/Tm15(i+1)); if (teste(11,i)<=erro) inter12=Tm15(i); in12=i; valor11=Tm15(i+1); va11(t)=Tm15(i+1); if (t==1) Anexo A.1 – Listagem do programa 126 ext5=Tm15(i+1); end end %================ Temperatura superficie externa, parede 6 (lateral direita )=============== Tm16(i+1)=(2*rI6)*Tm6(i)+(1(2*rI6*(((EspI(6)*hre6)/(kI*Ai56))+((EspI(6)*he6)/kI)+1)))*Tm16(i)+((2*rI6*EspI(6)*hre6)/(kI... *Ai56))*tceu+((2*rI6*EspI(6)*he6)/kI)*tambiente; teste(12,i)=abs((Tm16(i+1)-Tm16(i))/Tm16(i+1)); if (teste(12,i)<=erro) inter13=Tm16(i); in13=i; valor12=Tm16(i+1); va12(t)=Tm16(i+1); if (t==1) ext6=Tm16(i+1); end end %==================== Temperatura superficie interna, parede 1 (teto) ================== Tm1(i+1)=(2*rI1*c1)*Tmm1(i)+(1-(2*rI1*(c1+1)))*Tm1(i)+(2*rI1)*Tm11(i+1); %+2*35*rI1+2*qri*rI1; teste(1,i)=abs((Tm1(i+1)-Tm1(i))/Tm1(i+1)); if (teste(1,i)<=erro) inter2=Tm1(i); in2=i; valor1=Tm1(i+1); va1(t)=Tm1(i+1); if (t==1) int1=Tm1(i+1); end end %=================== Temperatura superficie interna, parede 2 (piso) =================== Tm2(i+1)=(2*rI2*c2)*Tmm1(i)+(1-(2*rI2*(c2+1)))*Tm2(i)+(2*rI2)*Tm12(i+1); %+2*35*rI2+2*qri*rI2; teste(2,i)=abs((Tm2(i+1)-Tm2(i))/Tm2(i+1)); if (teste(2,i)<=erro) inter3=Tm2(i); in3=i; valor2=Tm2(i+1); va2(t)=Tm2(i+1); if (t==1) int2=Tm2(i+1); end end %================== Temperatura superficie interna, parede 3 (traseira) =================== Tm3(i+1)=(2*rI3*c3)*Tmm1(i)+(1(2*rI3*(c3+1)))*Tm3(i)+(2*rI3)*Tm13(i+1); %+2*35*rI3+2*qri*rI3; teste(3,i)=abs((Tm3(i+1)-Tm3(i))/Tm3(i+1)); if (teste(3,i)<=erro) inter4=Tm3(i); in4=i; valor3=Tm3(i+1); va3(t)=Tm3(i+1); if (t==1) int3=Tm3(i+1); Anexo A.1 – Listagem do programa 127 end end %================== Temperatura superficie interna, parede 4 (frontal) =================== Tm4(i+1)=(2*rI4*c4)*Tmm1(i)+(1(2*rI4*(c4+1)))*Tm4(i)+(2*rI4)*Tm14(i+1); %+2*35*rI4+2*qri*rI4; teste(4,i)=abs((Tm4(i+1)-Tm4(i))/Tm4(i+1)); if (teste(4,i)<=erro) inter5=Tm4(i); in5=i; valor4=Tm4(i+1); va4(t)=Tm4(i+1); if (t==1) int4=Tm4(i+1); end end %================ Temperatura superficie interna, parede 5 (lateral esquerda) =============== Tm5(i+1)=(2*rI5*c5)*Tmm1(i)+(1(2*rI5*(c5+1)))*Tm5(i)+(2*rI5)*Tm15(i+1); %+2*35*rI5+2*qri*rI5; teste(5,i)=abs((Tm5(i+1)-Tm5(i))/Tm5(i+1)); if (teste(5,i)<=erro) inter6=Tm5(i); in6=i; valor5=Tm5(i+1); va5(t)=Tm5(i+1); if (t==1) int5=Tm5(i+1); end end %================ Temperatura superficie interna, parede 6 (lateral direita) ================= Tm6(i+1)=(2*rI6*c6)*Tmm1(i)+(1-(2*rI6*(c6+1)))*Tm6(i)+(2*rI6)*Tm16(i+1); %+2*35*rI6+2*qri*rI1; teste(6,i)=abs((Tm6(i+1)-Tm6(i))/Tm6(i+1)); if (teste(6,i)<=erro) inter7=Tm6(i); in7=i; valor6=Tm6(i+1); va6(t)=Tm6(i+1); if (t==1) int6=Tm6(i+1); end end %=========================== Temperatura do ar interno =========================== Tmm1(i+1)=(1-(ri*ci*(Ai12*(hi1+hi2)+Ai34*(hi3+hi4)+Ai56*(hi5+hi6)+(hc*Ac))))*Tmm1(i)... +(ri*ci*hi1*Ai12)*Tm1(i+1)+(ri*ci*hi2*Ai12)*Tm2(i+1)+(ri*ci*hi3*Ai34)*Tm3(i+1)... +(ri*ci*hi4*Ai34)*Tm4(i+1)+(ri*ci*hi5*Ai56)*Tm5(i+1)+(ri*ci*hi6*Ai56)*Tm6(i+1)... +(ri*ci*hc*Ac)*Tc(i)-(ri*ci*qe); teste(13,i)=abs((Tmm1(i+1)-Tmm1(i))/Tmm1(i+1)); if (teste(13,i)<=erro) inter1=Tmm1(i); in1=i; valor13=Tmm1(i+1); va13(t)=Tmm1(i+1); if (t==1) ar1=Tmm1(i+1); Anexo A.1 – Listagem do programa 128 end end %======================= Temperatura da superficie da carga ========================= %Tc(i+1)=((erfX+((2.718281828^((hc*prof/kcarga)+((alfacarga*ttt*hc^2)/kcarga^2)))*erfcY))... *(tempcarga-Tmm1(i+1)))+Tmm1(i+1); % Bejan; Tc(i+1)=((erfcX-((2.718281828^((hc*prof/kcarga)+((alfacarga*ttt*hc^2)/kcarga^2)))*erfcY))... *(Tmm1(i+1)-tempcarga))+tempcarga; % Incropera; %Tc(i+1)=((erfcX-((2.718281828^((hc*prof/kcarga)+((alfacarga*ttt*hc^2)/kcarga^2)))*erfcY))... *(Tmm1(i+1)-tempcarga))+((2*qrc/kcarga)*((alfacarga*ttt/3.1415)^0.5))+tempcarga; %Tc(i+1)=((2*qrc/kcarga)*((alfacarga*ttt/3.1415)^0.5))+tempcarga; %Tc(i+1)=(1-((2*rc*Ec*hc)/kcarga))*Tc(i)+((2*rc*Ec*hc)/kcarga)*Tmm1(i+1); teste(14,i)=abs((Tc(i+1)-Tc(i))/Tc(i+1)); if (teste(14,i)<=erro) inter14=Tc(i); in14=i; valor14=Tc(i+1); va14(t)=Tc(i+1); if (t==1) carg1=Tc(i+1); end end %========================================================================= tes=[teste(1,i) teste(2,i) teste(3,i) teste(4,i) teste(5,i) teste(6,i) teste(7,i) teste(8,i)... teste(9,i) teste(10,i) teste(11,i) teste(12,i) teste(13,i) teste(14,i)]'; fprintf('\n') %disp(' Max teste') spi=max(tes); fprintf('\n') if (spi<=erro) z=i; break end i=i+1; end %================================TABELAS================================= %disp([' Numero maximo de iteracoes: ', num2str(z)]) %fprintf('\n') %i=1:z; %disp(' i Tm11 Tm12 Tm13 Tm14 Tm15 Tm16 Tc') %disp([i;teste(7,i);teste(8,i);teste(9,i);teste(10,i);teste(11,i);teste(12,i);teste(14,i)]') %fprintf('\n') %disp(' i Tm1 Tm2 Tm3 Tm4 Tm5 Tm6 Tmm1') %disp([i;teste(1,i);teste(2,i);teste(3,i);teste(4,i);teste(5,i);teste(6,i);teste(13,i)]') %================================GRAFICOS================================= %fprintf('\n') %disp([' Numero de iterações: ', num2str(in1)]) %fprintf('\n') %disp(' TEMPERATURA DA CARGA'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(tempcarga-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor14-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' TEMPERATURA DO AR INTERNO'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(tarinterno-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor13-273.15)]) Anexo A.1 – Listagem do programa 129 %fprintf('\n') %disp(' Temperatura externa da parede, face 1'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(Text(1)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor7-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura externa da parede, face 2'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(Text(2)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor8-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura externa da parede, face 3'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(Text(3)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor9-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura externa da parede, face 4'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(Text(4)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor10-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura externa da parede, face 5'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(Text(5)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor11-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura externa da parede, face 6'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(Text(6)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor12-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura do nodo interno, face 1'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(tparedein(1)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor1-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura do nodo interno, face 2'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(tparedein(2)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor2-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura do nodo interno, face 3'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(tparedein(3)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor3-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura do nodo interno, face 4'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(tparedein(4)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor4-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura do nodo interno, face 5'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(tparedein(5)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor5-273.15)]) %fprintf('\n') %disp(' Temperatura do nodo interno, face 6'); %disp([' Temperatura de entrada: ', num2str(tparedein(6)-273.15)]) %disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor6-273.15)]) %================================ Acrescimo ================================= Anexo A.1 – Listagem do programa 130 hora2=(tempo/3600)+hora; if (hora2>=24) hora2=hora2-24; end tambiente2=tmax-(deltat/2)+(deltat/2)*cos((15*((hora2)-14)*pi)/180); pressaosat2=7*10^(-8)*tambiente2^3+7*10^(-8)*tambiente2^2+tambiente2*6*10^(-5)+0.0005; pressaov2=pressaosat2*umidader; pressaovv2=pressaov2*1000; tdp2=0.0065*pressaovv2^5 - 0.1595*pressaovv2^4 + 1.5601*pressaovv2^3 7.9701*pressaovv2^2+25.739... *pressaovv2 - 12.192; tambiente2=tambiente2+273.15; tceu2=tambiente2*(0.8+(tdp2/250))^0.25; tempceu2(t)=tceu2-273.15; %=========================== CALCULOS EXTERNOS ========================== Text2(1)=valor7; Text2(2)=valor8; Text2(3)=valor9; Text2(4)=valor10; Text2(5)=valor11; Text2(6)=valor12; tfluext2(1)=(Text2(1)+tambiente2)/2; tfluext2(2)=(Text2(2)+tambiente2)/2; tfluext2(3)=(Text2(3)+tambiente2)/2; tfluext2(4)=(Text2(4)+tambiente2)/2; tfluext2(5)=(Text2(5)+tambiente2)/2; tfluext2(6)=(Text2(6)+tambiente2)/2; for e=1:6 betae2(e)=1/tfluext2(e); ro2(e)=351.92*tfluext2(e)^(-1.0017); cpexterno2(e)=(0.103409*10)+(-0.28488708*10^(-3)*tfluext2(e))+(0.7816818*10^(6)*tfluext2(e)^2)... +(-0.4970786*10^(-9)*tfluext2(e)^3)+(0.1077024*10^(-12)*tfluext2(e)^4); kexterno2(e)=(-2.276501*10^(-3))+(1.2598485*10^(-4)*tfluext2(e))+(-1.4815235*10^(-7)... *tfluext2(e)^2)+(1.73550646*10^(-10)*tfluext2(e)^3)+(-1.066657*10^(-13)*tfluext2(e)^4)... +(2.47663035*10^(-17)*tfluext2(e)^5); alfaexterno2(e)=(kexterno2(e)/(ro2(e)*cpexterno2(e)))/1000; viscosidadedin2(e)=(-9.8601*10^(-1))+(9.080125*10^(-2)*tfluext2(e))+(-1.17635575*10^(-4)... *tfluext2(e)^2)+(1.2349703*10^(-7)*tfluext2(e)^3)+(-5.7971299*10^(-11)*tfluext2(e)^4); viscosidadecin2(e)=viscosidadedin2(e)/(ro2(e)*1000000); prandtl2(e)=viscosidadecin2(e)/alfaexterno2(e); reynext2(e)=vrelat*L(e)/viscosidadecin2(e); if (Text2(e)>tambiente2) Anexo A.1 – Listagem do programa 131 tx2(e)=Text2(e)-tambiente2; else tx2(e)=tambiente2-Text2(e); end ra2(e)=((9.8*(betae2(e)*tx2(e))*(L(e)^3))/(viscosidadecin2(e)*alfaexterno2(e))); if (vrelat==0) x12=0; if (e==1) y12=0; z12=0; s12=1; else if (e==2) y12=0; z12=1; s12=0; end if (e==3)|(e==4)|(e==5)|(e==6) y12=1; z12=0; s12=0; end end %=========================== Nusselt Externo 2 ============================== if (vrelat==0) & (Text2(e)>tambiente2) x12=0; y12=0; if (e==1) z12=1; s12=0; else z12=0; s12=1; end if (e==2) z12=0; s12=1; else z12=1; s12=0; end if (e==3)|(e==4)|(e==5)|(e==6) y12=1; z12=0; s12=0; end end else x12=1;y12=0;z12=0;s12=0; end nuext2(e)=((0.037*(reynext2(e)^(4/5)))*(prandtl2(e)^(1/3)))*x12... +(((0.825+((0.387*(ra2(e)^(1/6)))/((1+((0.492/prandtl2(e))^(9/16)))^(8/27))))^2))*y12... +(0.27*(ra2(e)^(1/4)))*s12+(0.15*(ra2(e)^(1/3)))*z12; he7(e)=(nuext2(e)*kexterno2(e))/L(e); %fprintf('\n') Anexo A.1 – Listagem do programa 132 %disp([' Superficie externa 2, face : ', num2str(e)]) %disp(' ') %disp(' RO Cp K Alfa V ') %disp([ro2(e);cpexterno2(e);kexterno2(e);alfaexterno2(e);viscosidadecin2(e)]') %fprintf('\n') %disp(' Prandtl Reynolds Rayleigh Nusselt ') %disp([prandtl2(e);reynext2(e);ra2(e);nuext2(e)]') %fprintf('\n') %disp([' Coeficiente externo de convecçao: ',num2str(he2(e))]); end he21=he7(1); he22=he7(2); he23=he7(3); he24=he7(4); he25=he7(5); he26=he7(6); hre12=(Ae12)*emissividadeext1*tal*(tceu2^2+Text2(1)^2)*(tceu2+Text2(1)); hre32=(Ae34)*emissividadeext*tal*(tceu2^2+Text2(3)^2)*(tceu2+Text2(3)); hre42=(Ae34)*emissividadeext*tal*(tceu2^2+Text2(4)^2)*(tceu2+Text2(4)); hre52=(Ae56)*emissividadeext*tal*(tceu2^2+Text2(5)^2)*(tceu2+Text2(5)); hre62=(Ae56)*emissividadeext*tal*(tceu2^2+Text2(6)^2)*(tceu2+Text2(6)); %===================================AR INTERNO============================ tarinterno2=valor13; %========================== Calculo do Ro ar interno ============================= roint2=351.92*tarinterno2^(-1.0017); %======================= Calculo do Cp, K e Alfa ar interno ========================= cpint2=(0.103409*10)+(-0.2848870*10^(-3)*tarinterno2)+(0.7816818*10^(-6)*tarinterno2^2)... +(-0.4970786*10^(-9)*tarinterno2^3)+(0.1077024*10^(-12)*tarinterno2^4); kint2=(-2.276501*10^(-3))+(1.2598485*10^(-4)*tarinterno2)+(-1.4815235*10^(-7)*tarinterno2^2)... +(1.73550646*10^(-10)*tarinterno2^3)+(-1.066657*10^(-13)*tarinterno2^4)+(2.47663035*10^(-17)... *tarinterno2^5); alfaint2=(kint2/(roint2*cpint2))/1000; %================================== CARGA ================================ Tc2=valor14; tempcarga2=Tc2-273.15; kcarga2=kcarga; alfacarga2=alfacarga; tfluc2=(Tc2+tarinterno2)/2; betac2=1/tfluc2; roc2=351.92*tfluc2.^(-1.0017); cpc2=(0.103409*10)+(-0.2848870*10^(-3)*tfluc2)+(0.7816818*10^(-6)*tfluc2^2)+(-0.4970786*10^(9)... *tfluc2^3)+(0.1077024*10^(-12)*tfluc2^4); Anexo A.1 – Listagem do programa 133 kc2=(-2.276501*10^(-3))+(1.2598485*10^(-4)*tfluc2)+(-1.4815235*10^(-7)*tfluc2^2)... +(1.73550646*10^(-10)*tfluc2^3)+(-1.066657*10^(-13)*tfluc2^4)+(2.47663035*10^(-17)*tfluc2^5); alfac2=(kc2/(roc2*cpc2))/1000; viscosidadedinc2=(-9.8601*10^(-1))+(9.080125*10^(-2)*tfluc2)+(-1.17635575*10^(-4)*tfluc2^2)... +(1.2349703*10^(-7)*tfluc2^3)+(-5.7971299*10^(-11)*tfluc2^4); viscosidadecinc2=viscosidadedinc2/(roc2*1000000); prandtlc2=viscosidadecinc2/alfac2; reyc2=vinterna*(Wc/2)/viscosidadecinc2; if (Tc2>tarinterno2) tzc2=Tc2-tarinterno2; else tzc2=tarinterno2-Tc2; end rac2=(9.8*betac2*tzc2*(Hc^3))/(viscosidadecinc2*alfac2); nuc2=((0.037*(reyc2^(4/5)))*(prandtlc2^(1/3)))*x2... +(((0.825+((0.387*(rac2^(1/6)))/((1+((0.492/prandtlc2)^(9/16)))^(8/27))))^2))*y2; hc2=(nuc2*kc2)/(y2*Hc+x2*Wc/2); %============================== Calculos Internos ============================== tparedein2(1)=valor1; tparedein2(2)=valor2; tparedein2(3)=valor3; tparedein2(4)=valor4; tparedein2(5)=valor5; tparedein2(6)=valor6; tflui2(1)=(tparedein2(1)+tarinterno2)/2; tflui2(2)=(tparedein2(2)+tarinterno2)/2; tflui2(3)=(tparedein2(3)+tarinterno2)/2; tflui2(4)=(tparedein2(4)+tarinterno2)/2; tflui2(5)=(tparedein2(5)+tarinterno2)/2; tflui2(6)=(tparedein2(6)+tarinterno2)/2; for f=1:6 betai2(f)=1/tflui2(f); roi2(f)=351.92*tflui2(f)^(-1.0017); cpi2(f)=(0.103409*10)+(-0.28488708*10^(-3)*tflui2(f))+(0.7816818*10^(-6)*tflui2(f)^2)... +(-0.4970786*10^(-9)*tflui2(f)^3)+(0.1077024*10^(-12)*tflui2(f)^4); ki2(f)=(-2.276501*10^(-3))+(1.2598485*10^(-4)*tflui2(f))+(-1.4815235*10^(-7)*tflui2(f)^2)... +(1.73550646*10^(-10)*tflui2(f)^3)+(-1.066657*10^(-13)*tflui2(f)^4)+(2.47663035*10^(-17)... *tflui2(f)^5); alfai2(f)=(ki2(f)/(roi2(f)*cpi2(f)))/1000; viscosidadedini2(f)=(-9.8601*10^(-1))+(9.080125*10^(-2)*tflui2(f))+(-1.17635575*10^(-4)... *tflui2(f)^2)+(1.2349703*10^(-7)*tflui2(f)^3)+(-5.7971299*10^(-11)*tflui2(f)^4); viscosidadecini2(f)=viscosidadedini2(f)/(roi2(f)*1000000); Anexo A.1 – Listagem do programa prandtli2(f)=viscosidadecini2(f)/alfai2(f); reyi2(f)=vinterna*Lint(f)/viscosidadecini2(f); if (tparedein2(f)>tarinterno2) tz2(f)=tparedein2(f)-tarinterno2; else tz2(f)=tarinterno2-tparedein2(f); end rai2(f)=(9.8*(betai2(f)*tz2(f))*(Lint(f)^3))/(viscosidadecini2(f)*alfai2(f)); if (vinterna==0) x82=0; if (f==1) y82=0; z82=0; s82=1; else if (f==2) y82=0; z82=1; s82=0; end if (f==3)|(f==4)|(f==5)|(f==6) y82=1; z82=0; s82=0; end end disp(' ') else x82=1;y82=0;z82=0;s82=0; end nui2(f)=((0.037*(reyi2(f)^(4/5)))*(prandtli2(f)^(1/3)))*x82... +(((0.825+((0.387*(rai2(f)^(1/6)))/((1+((0.492/prandtli2(f))^(9/16)))^(8/27))))^2))*y82... +(0.27*(rai2(f)^(1/4)))*s82+(0.15*(rai2(f)^(1/3)))*z82; hi7(f)=(nui2(f)*ki2(f))/(Lint(f)); qr2(f)=(absortc*tal*(tparedein2(f))^4)-(emissivc*tal*(Tc2)^4); end qr7= (qr2(1)+qr2(2)+qr2(3)+qr2(4)+qr2(5)+qr2(6))/6; hi21=hi7(1); hi22=hi7(2); hi23=hi7(3); hi24=hi7(4); hi25=hi7(5); hi26=hi7(6); if qe>0 kcarga2=kint2; alfacarga2=alfaint2; end 134 Anexo A.1 – Listagem do programa 135 %==========================Fluxo de calor sobre a carga =========================== qc7=qc; qrc2=qc7+qr7; qri2=-(qrc2*Ac/6)/Ai12; %qrc=(absortc*tal*(tarinterno2)^4)-(emissivc*tal*(Tc2)^4); %========================= Calculo do Calor Solar Absorvido ======================= hangular=(15*((hora2+.5)-12)); % Hora angular Rt=(pi/24)*(a+(b*cos(hangular*pi/180)))*((cos(hangular*pi/180)-cos(Ws*pi/180))/(sin(Ws*pi/180)... -((pi*Ws/180)*cos(Ws*pi/180)))); I=H*Rt; Radsolmedhor2=I; if (Radsolmedhor2<0) Radsolmedhor2=0; end qs2=((Radsolmedhor2*Ae12)*absortext1)/3600; %============================= Fim do Acressimo ============================= c12=((EspI(1)*hi21)/kI); rrI12=1/(2*(c12+1)); dt122=(rrI12*EspI(1)^2)/alfaI; c22=((EspI(2)*hi22)/kI); rrI22=1/(2*(c22+1)); dt222=(rrI22*EspI(2)^2)/alfaI; c32=((EspI(3)*hi23)/kI); rrI32=1/(2*(c32+1)); dt322=(rrI32*EspI(3)^2)/alfaI; c42=((EspI(4)*hi24)/kI); rrI42=1/(2*(c42+1)); dt422=(rrI42*EspI(4)^2)/alfaI; c52=((EspI(5)*hi25)/kI); rrI52=1/(2*(c52+1)); dt522=(rrI52*EspI(5)^2)/alfaI; c62=((EspI(6)*hi26)/kI); rrI62=1/(2*(c62+1)); dt622=(rrI62*EspI(6)^2)/alfaI; rrI72=1/(2*(((EspI(1)*hre12)/(kI*Ai12))+((EspI(1)*he21)/kI)+1)); dt722=(rrI72*EspI(1)^2)/alfaI; rrI82=1/(2*(((he22*EspI(2))/kI)+1)); dt822=(rrI82*EspI(2)^2)/alfaI; rrI92=1/(2*(((EspI(3)*hre32)/(kI*Ai34))+((EspI(3)*he23)/kI)+1)); dt922=(rrI92*EspI(3)^2)/alfaI; rrI102=1/(2*(((EspI(4)*hre42)/(kI*Ai34))+((EspI(4)*he24)/kI)+1)); dt1022=(rrI102*EspI(4)^2)/alfaI; Anexo A.1 – Listagem do programa 136 rrI112=1/(2*(((EspI(5)*hre52)/(kI*Ai56))+((EspI(5)*he25)/kI)+1)); dt1122=(rrI112*EspI(5)^2)/alfaI; rrI122=1/(2*(((EspI(6)*hre62)/(kI*Ai56))+((EspI(6)*he26)/kI)+1)); dt1222=(rrI122*EspI(6)^2)/alfaI; rrc2=1/((2*Ec*hc2)/kcarga2); dt1322=(rrc2*Ec^2)/alfacarga2; ci2=Epp/(kint2*Ai); rri2=1/(ci2*(Ai12*(hi21+hi22)+Ai34*(hi23+hi24)+Ai56*(hi25+hi26)+(hc2*Ac))); dt022=(rri2*Epp^2)/alfaint2; v2=[dt122 dt222 dt322 dt422 dt522 dt622 dt722 dt822 dt922 dt1022 dt1122 dt1222 dt1322 dt022]'; deltaT2=min(v2)*.7; fprintf('\n') %============================ Fim do Acrescimo =============================== %======================== Retornando valores calculados ========================== tempo=tempo+deltaT2; deltaT=deltaT2; Tm11(1)=valor7; Tm12(1)=valor8; Tm13(1)=valor9; Tm14(1)=valor10; Tm15(1)=valor11; Tm16(1)=valor12; Tm1(1)=valor1; Tm2(1)=valor2; Tm3(1)=valor3; Tm4(1)=valor4; Tm5(1)=valor5; Tm6(1)=valor6; Tmm1(1)=valor13; Tc(1)=valor14; kcarga=kcarga2; alfacarga=alfacarga2; hc=hc2; kc=kc2; alfac=alfac2; qrc=qrc2; qri=qri2; ci=ci2; c1=c12; c2=c22; c3=c32; c4=c42; c5=c52; c6=c62; he1=he21; he2=he22; he3=he23; he4=he24; he5=he25; Anexo A.1 – Listagem do programa 137 he6=he26; hre1=hre12; hre3=hre32; hre4=hre42; hre5=hre52; hre6=hre62; qs=qs2; QS(t)=qs2; he12(t)=he7(1); he22(t)=he7(2); he32(t)=he7(3); he42(t)=he7(4); he52(t)=he7(5); he62(t)=he7(6); tambiente=tambiente2; tceu=tceu2; ambiente(t)=tambiente2; teceu(t)=tceu2; rI1e(t)=rI1; rI2e(t)=rI2; ra1(t)=ra2(1); ra2(t)=ra2(2); ra3(t)=ra2(3); ra4(t)=ra2(4); ra5(t)=ra2(5); ra6(t)=ra2(6); q1(t)=(kI*Ai12*(valor7-valor1))/EspI(1); q2(t)=(kI*Ai12*(valor8-valor2))/EspI(2); q3(t)=(kI*Ai34*(valor9-valor3))/EspI(3); q4(t)=(kI*Ai34*(valor10-valor4))/EspI(4); q5(t)=(kI*Ai56*(valor11-valor5))/EspI(5); q6(t)=(kI*Ai56*(valor12-valor6))/EspI(6); qtotal(t)=q1(t)+q2(t)+q3(t)+q4(t)+q5(t)+q6(t); hi1=hi21; hi2=hi22; hi3=hi23; hi4=hi24; hi5=hi25; hi6=hi26; alfaint=alfaint2; kint=kint2; qEvap(t)=qEV; t=t+1; end close(h) fprintf('\n') para=t-1; %========================== Fim da devoluçao de valores ========================== fprintf('\n') Anexo A.1 – Listagem do programa disp(' RESULTADOS FINAIS'); fprintf('\n') disp( 'Radiacao solar em media horaria') disp(Radsolmedhor2) fprintf('\n') disp(' TEMPERATURA DA CARGA'); disp([' Valor da temperatura de entrada: ', num2str(TK)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(carg1-273.15)]) disp([' Temperatura encontrada: ', num2str(valor14-273.15)]) fprintf('\n') disp(' TEMPERATURA DO AR INTERNO'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(ta)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(ar1-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor13-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie externa, parede 1'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(Text(1)-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(ext1-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor7-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie externa, parede 2'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(Text(2)-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(ext2-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor8-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie externa, parede 3'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(Text(3)-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(ext3-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor9-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie externa, parede 4'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(Text(4)-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(ext4-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor10-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie externa, parede 5'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(Text(5)-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(ext5-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor11-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie externa, parede 6'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(Text(6)-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(ext6-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor12-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie interna, parede 1'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(t1-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(int1-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor1-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie interna, parede 2'); 138 139 Anexo A.1 – Listagem do programa disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(t2-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(int2-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor2-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie interna, parede 3'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(t3-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(int3-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor3-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie interna, parede 4'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(t4-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(int4-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor4-273.15)]) fprintf('\n') disp(' Temperatura superficie interna, parede 5'); disp([' Valor inicial de temperatura: ', num2str(t5-273.15)]) disp([' Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(int5-273.15)]) disp([' Valor final encontrado: ', num2str(valor5-273.15)]) fprintf('\n') disp(' disp([' disp([' disp([' Temperatura superficie interna, parede 6'); Valor inicial de temperatura: ', num2str(t6-273.15)]) Valor da temperatura no segundo calculo: ', num2str(int6-273.15)]) Valor final encontrado: ', num2str(valor6-273.15)]) %============================ Impressao de Re-calculo ========================== %============================ Superficie Interna e Carga ========================= disp(' '); disp(' Superficie Carga 2') disp(' RO Cp K Alfa V disp([roc2;cpc2;kc2;alfac2;viscosidadecinc2]') fprintf('\n') disp(' Prandtl Reynolds disp([prandtlc2;reyc2;rac2;nuc2;]') fprintf('\n') Rayleigh 1 ') Rayleigh 2 Nusselt ') disp(['Coeficiente de transferencia de calor por convecçao para superficie da carga :',... num2str(hc2)]); fprintf('\n') disp([' Capacidade calorifica dos gases de exaustao: ', num2str(qEX),' W']); fprintf('\n') disp([' Efeito de refrigeraçao disponivel no evaporador: ', num2str(qEV),' W']); fprintf('\n') esc=(tempo/t)/60; t2=t; tempo=tempo/60; t=1:para; clf h=figure(1); subplot(2,3,6) plot(t*esc,va12(t)-273.15) title ('Tm16 (lat. direita) ') xlabel('Minutos') 140 Anexo A.1 – Listagem do programa grid on axis([0 tempo 20 25]) subplot(2,3,5) plot(t*esc,va11(t)-273.15) title ('Tm15 (lat. esquerda)') xlabel('Minutos') grid on axis([0 tempo 20 25]) subplot(2,3,4) plot(t*esc,va10(t)-273.15) title ('Tm14 (frontal)') xlabel('Minutos') grid on axis([0 tempo 20 25]) subplot(2,3,3) plot(t*esc,va9(t)-273.15) title ('Tm13 (traseira)') xlabel(' ') grid on axis([0 tempo 20 25]) subplot(2,3,2) plot(t*esc,va8(t)-273.15) title ('Tm12 (piso)') xlabel(' ') grid on axis([0 tempo 20 25]) subplot(2,3,1) plot(t*esc,va7(t)-273.15) title ('Tm11 (teto)') xlabel(' ') ylabel('Temperaturas Superficies Externas grid on axis([0 tempo 20 50]) h=figure(2); subplot(2,4,8) plot(t*esc,va13(t)-273.15) title ('Tmm1 (ar interno)') xlabel('Minutos') grid on axis([0 tempo 0 20]) subplot(2,4,7) plot(t*esc,va14(t)-273.15) title ('Tc (carga)') xlabel('Minutos') grid on axis([0 tempo 0 20]) subplot(2,4,6) plot(t*esc,va6(t)-273.15) title ('Tm6 (lat. direita)') xlabel('Minutos') grid on axis([0 tempo 0 20]) subplot(2,4,5) plot(t*esc,va5(t)-273.15) title ('Tm5 (lat. esquerda)') xlabel('Minutos') grid on axis([0 tempo 0 20]) ') 141 Anexo A.1 – Listagem do programa subplot(2,4,4) plot(t*esc,va4(t)-273.15) title ('Tm4 (frontal)') xlabel(' ') grid on axis([0 tempo 0 20]) subplot(2,4,3) plot(t*esc,va3(t)-273.15) title ('Tm3 (traseira)') xlabel(' ') grid on axis([0 tempo 0 20]) subplot(2,4,2) plot(t*esc,va2(t)-273.15) title ('Tm2 (piso)') xlabel(' ') axis([0 tempo 0 20]) grid on subplot(2,4,1) plot(t*esc,va1(t)-273.15) title ('Tm1 (teto)') xlabel(' ') ylabel('Temperaturas Superficies Internas grid on axis([0 tempo 0 20]) h=figure(3); subplot(1,2,1) plot(t*esc,ambiente(t)-273.15,'r-.',t*esc,teceu(t)-273.15,'b') legend('Ambiente','Ceu') title ('Temperatura do Ceu e Ambiente') xlabel('Minutos') ylabel('Temperatura') grid on axis([0 tempo 15 30]) subplot(1,2,2) plot(t*esc,QS(t)) axis([0 tempo 0 3500]) title ('Calor Solar') xlabel('Minutos') ylabel('W') grid on h=figure(4); plot(t*esc,qtotal(t),'b',t*esc,qEvap(t),'r-.') axis([0 tempo 0 7000]) legend('Carga Termica','Efeito de Refrigeraçao') title ('Balanço de Calor') xlabel('Minutos') ylabel('Watts') grid on ')