DETERMINAÇÃO DE PRESSÕES E SUAS RESPECTIVAS VAZÕES EM TUBULAÇÃO DE PVC A. J. R. Souza1; L. S. Alves2; M. A. G. Barbosa3; K. A. Souza2 RESUMO: O objetivo deste trabalho foi a determinação de diferenciadas vazões a determinadas pressões, em uma tubulação de PVC com diâmetro interno de 1’’ ou 25 mm, em função das variações de pressões medidas através de um piezômetro de mercúrio. Para realização deste trabalho foram utilizados dados de diâmetro, comprimento da tubulação, vazão do sistema a qual variou quatro vezes com as respectivas variações de altura no piezômetro ocorridas em função das variações de vazão. A bancada de teste constou de uma tubulação DN 25. O controle de fluxo de água no sistema foi obtido mediante um registro instalado na entrada do tubo. Com base nas pressões e vazões obtidas conclui-se que o piezômetro é um instrumento preciso e fácil de ser utilizado para estimativa de pressões nas mais variadas vazões. PALAVRAS – CHAVE: vazão, pressão, piezômetro DETERMINATION OF PRESSURE AND THEIR FLOWS IN PVC PIPE SUMMARY: The goal of this work was the determination of certain pressures, flow rates differentiated in a PVC pipe with internal diameter of 1 '' or 25 mm, depending on the variations in pressures measured by a mercury piezômetro. For realization of this work were used data from pipe length, diameter, system flow which varied four times with their variations in height in the piezômetro function in the flow variations. The test bench consisted of a pipeline DN 25. The water flow control was achieved by a system installed at the entrance of the tube registry. Based on the pressures and flow rates obtained it is concluded that the piezômetro is an easy and precise instrument to be used for estimation of pressures in various flow rates. KEYWORDS: flow, pressure, piezômetro. 1 Estudante de Tecnologia em Irrigação e Drenagem, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia-CE. email: [email protected] 2 Mestranda em Ciências Agrárias. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. CEP 44380000. e-mail: [email protected] ; [email protected] 3 Doutorando em Ciências Agrárias. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. CEP 44380000. e-mail: [email protected]. A. J. R. Souza et al. INTRODUÇÃO A hidráulica é um ramo das ciências físicas que tem por objetivo o estudo dos líquidos em movimento se um líquido se escoa em contato com a atmosfera, diz-se que há um escoamento numa superfície livre: é o caso de um canal, por exemplo. Se o escoamento se processa num tubo fechado, ocupando toda seção do tubo, e em geral com pressões diferentes da pressão atmosférica, diz-se que há um escoamento em pressão: é o caso do escoamento em condutos. Se o líquido escoa através de um meio poroso, em rigor o escoamento não é em pressão nem com superfície livre, e chama-se, então, escoamento em meio poroso ou escoamento de filtração: é o que acontece nos aqüíferos. Como variante dos tipos de escoamento indicados existem os escoamentos por orifícios, em descarregadores, etc. Em relação a variável tempo, se as características do escoamento em cada ponto são independentes do tempo, tem-se um regime permanente; caso contrário, tem-se um regime variado (LENCASTRE, 1983). Denomina-se vazão ou descarga, numa determinada seção, o volume de líquido que atravessa essa seção na unidade de tempo (AZEVEDO NETTO, 1998). Na prática à vazão é expressa em metros cúbicos por segundo (m³/s) ou em outras unidades múltiplas ou submúltiplas. A pressão é uma variável independente, mas que está diretamente condicionada a vazão que por sua vez é dada em função da pressão, ou seja, a vazão é dada em função da pressão. O dispositivo mais simples para medir pressões é o tubo piezométrico ou simplesmente piezômetro, consiste na inserção de um tubo transparente na canalização ou recipiente onde se quer medir a pressão. O objetivo deste trabalho foi a determinação de diferenciadas vazões a determinadas pressões, em uma tubulação de PVC com diâmetro interno de 1’’ ou 25 mm, em função das variações de pressões medidas através de um piezômetro de mercúrio. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Hidráulica, Irrigação e Drenagem do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – CE - Campus Iguatu. Para realização deste trabalho foram utilizados dados de diâmetro, comprimento da tubulação, vazão do sistema a qual variou quatro vezes com as respectivas variações de altura no piezômetro ocorridas em função das variações de vazão. A bancada de teste, constou de uma tubulação DN 25. O controle de fluxo de água no sistema foi obtido mediante um registro instalado na entrada do tubo. Foram utilizadas duas tomadas de pressões distanciadas do início e do fim da tubulação, essas distâncias foram superiores a trinta vezes o diâmetro interno dos tubos, como sugerido por Miller, citado por Caixeta (1981). As tomadas de pressão foram constituídas de agulhas veterinárias, cortadas num comprimento equivalente à espessura da parede do tubo e colada a esse, de modo que não permitisse qualquer vazamento. As medições das vazões foram efetuadas através de um recipiente calibrado contendo mangueira de nível, o que facilitava as leituras dos volumes. A água utilizada durante o teste provinha de uma cisterna localizada nas adjacências do Laboratório. Para medição da pressão de um ponto a outro (tomada de pressão a outra), foi utilizado um piezômetro de mercúrio (Figura 1). A. J. R. Souza et al. Figura 1 – Piezômetro de mercúrio A tubulação de PVC era de 6 metros de comprimento, acoplada a uma mangueira de jardim. Para determinação da pressão utilizou-se a seguinte equação, baseando-se na Lei de Steven que afirma que “a diferença de pressões entre dois pontos da massa de um líquido em equilíbrio é igual à diferença de profundidade multiplicada pelo peso específico do líquido”: Onde: X: indica a distância entre a parte superior e o início da coluna de mercúrio que se elevou (m); Y: representava as diferenças nas alturas das colunas de mercúrio (m); Z: distância entre altura da coluna de mercúrio mais baixa e a parte superior do piezômetro (m). RESULTADOS E DISCUSSÃO Através dos resultados obtidos foi possível mostrar por meio de gráficos expostos abaixo, a vazão em função da pressão, utilizando a figura 1 que se apresenta de forma linear, a figura 2 é vista com uma equação potencial e a figura 3 de forma exponencial Figura 2 - Gráfico de vazão x pressão (linear) A. J. R. Souza et al. Figura 3 - Gráfico vazão X pressão (Potencial) Verifica-se nos gráficos acima que para cada vazão existe uma pressão diferente e na medida em que se aumenta a pressão há também um aumento na vazão. Nota-se ainda que as vazões podem ser calculadas quando aplicadas nas fórmulas encontradas nos gráficos e que os coeficientes (R²) estão muito próximos a um, isso demonstra que as variações nas vazões são muito bem explicadas com variações nas pressões. Sendo que a curva que apresenta maior correlação é a logarítmica. CONCLUSÃO Com base nas pressões e vazões obtidas conclui-se que o piezômetro é um instrumento preciso e fácil de ser utilizado para estimativa de pressões nas mais variadas vazões. REFERÊNCIAS AZEVEDO NETTO, J. M de. Manual de Hidráulica. Ed. 8. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. CAIXETA, A. V. Perda de carga em tubos e conexões de PVC utilizados em sistemas portáteis de irrigação por aspersão. Piracicaba: ESALQ, 1991. 115p. (Dissertação - Mestrado em Agronomia). LENCASTRE, A. Hidráulica Geral. Lisboa: Hidroprojecto, 1983. Tabela 1 – Valore de X,Y e Z para determinação das pressões, seguido das respectivas vazões. X (cm) Y (cm) Z (cm) V (m³) T (s) Q (m³/s) PA (Kgf/m²) 0,44 0,01 1,53 0,011 120 0,000092 1226 0,46 0,055 1,62 0,01 90 0,000111 1908 0,495 0,13 1,65 0,0075 60 0,000125 2923 0,515 0,18 1,615 0,008 0,000133 3548 60 Figura 4 - Gráfico de vazão X pressão (logarítmico)e de vazão x pressão (exponencial)