1 MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ABORDAGEM SOBRE ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM DE ADIÇÕES ALGÉBRICAS DE NÚMEROS RACIONAIS Marcelo Santos Chaves Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) [email protected] Resumen Este artículo tiene como objetivo discutir, criticar y proponer alternativas pedagógicas reevaluar relativa a la educación matemática para la educación básica brasileña, capaz de tomar un objetivo de enseñanza práctica, clara y coherente con los conocimientos y habilidades ya adquiridas por El estudiante con respecto a anteriores la solución de adiciones algebraicas de números racionales. Al principio evaluar praxeología chancelados libros de texto adoptados por el sistema educativo oficial, a fin de identificar SUS limitaciones pedagógicas relativas a la resolución de problemas que involucran suma algebraica de los números racionales. En segundo lugar, se presenta una alternativa pedagógica para la resolución de estos problemas con números racionales, que nos permiten facilitar La construcción del conocimiento matemático en la escuela. En un tercer paso, desde un ámbito teórico, vamos a hacer un paralelo en el modelo convencional adoptada por los libros de texto de Brasil para resolver problemas matemáticos mencionados en este documento, la cara praxeología Alternativa Modelo aprobado por el presente artículo se propone presentar. Por último vamos a constituir un tutorial (manual) con El propósito de instruir didácticamente en la solución de adiciones algebraicas de números racionales. Palabras clave: Educación Matemática - Modelamiento Matemático - Adición algebraica. 2 Resumo O presente artigo se propõe a debater, criticar, reavaliar e propor alternativas pedagógicas atinentes a Educação Matemática para o ensino básico brasileiro, capazes de levar a uma pratica de ensino objetiva, clara e coerente com os conhecimentos prévios e habilidades já adquiridos pelo educando no tocante a resolução de adições algébricas de números racionais. Em um primeiro momento avaliaremos a praxeologia adotada pelos livros didáticos chancelados pelo sistema oficial de ensino, objetivando identificar suas limitações pedagógicas no tocante a resolução de problemas envolvendo adição algébrica de números racionais. No segundo momento, apresentaremos uma alternativa pedagógica para resolução desses problemas envolvendo números racionais, que nos permita facilitar a construção do conhecimento matemático no âmbito escolar. Em um terceiro momento, a partir de um escopo teórico, traçaremos um paralelo sobre o Modelo Convencional adotado pelos livros didáticos brasileiros para resolução dos problemas matemáticos ora mencionados, face a praxeologia adotada pelo Modelo Alternativo que este artigo se propõe a apresentar. Por fim, constituiremos um tutorial (manual) com a finalidade de instruir didaticamente na resolução de adições algébricas de números racionais. Palavras-chave: Educação Matemática - Modelagem Matemática – Adição Algébrica. 3 Abstract This article aims to discuss, criticize, and propose alternative pedagogical reevaluate pertaining to mathematics education for the Brazilian basic education, able to take a practical teaching objective, clear and consistent with the prior knowledge and skills already acquired by the student regarding solving algebraic additions of rational numbers. At first evaluate praxeology okay textbooks adopted by the official educational system in order to identify their pedagogical limitations regarding the resolution of problems involving algebraic sum of rational numbers. Secondly, we present a pedagogical alternative for solving these problems involving rational numbers, which allow us to facilitate the construction of mathematical knowledge in the school. In a third step, from a theoretical scope, we will draw a parallel on the Conventional Model adopted by Brazilian textbooks for solving mathematical problems mentioned herein, face praxeology Alternative Model adopted by this article proposes to present. Finally we shall constitute a tutorial (manual) with the purpose of instructing didactically in solving algebraic additions of rational numbers. Key Words: Mathematics Education - Mathematical Modeling - Adding Algebraic. 4 1. INTRODUÇÃO A Educação Matemática ora definida como Didática Matemática é o estudo das relações de ensino e aprendizagem no ramo da Matemática. Corresponde a uma correia de transmissão entre Matemática, Pedagogia e Psicologia. Desde os primórdios do século XX professores de matemática congregam-se objetivando pensar, discutir e rediscutir o ensino matemático nos sistemas de ensino. É nesta toada que a Didática da Matemática surge na França na década de 70, na condição de área para fins de sistematização dos estudos e pesquisas a cerca do ensino da matemática. Daí por diante, a matemática encontrou novas formas de se resignificar enquanto ciência e pratica de ensino. Estratégias de transposições do saber cientifico para o saber escolar passaram a ser amplamente discutidos e reavaliados, com vistas a apropriação de técnicas e conteúdos capazes de facilitar a construção do conhecimento matemático. É sob estes pressupostos que o presente artigo se propõe a debater, criticar, reavaliar e propor alternativas pedagógicas atinentes a Educação Matemática, capazes de levar a uma pratica de ensino objetiva, clara e coerente com os conhecimentos prévios e habilidades já adquiridos pelo educando. Em um primeiro momento avaliaremos a praxeologia adotada pelos livros didáticos chancelados pelo sistema oficial de ensino, objetivando identificar suas limitações pedagógicas sobre a resolução de problemas envolvendo adição algébrica de números racionais. No segundo momento, apresentaremos uma alternativa pedagógica para resolução de problemas envolvendo adição algébrica de números racionais, que nos permita facilitar a construção do conhecimento matemático no âmbito escolar. Em um terceiro momento, a partir de um escopo teórico, traçaremos um paralelo sobre o Modelo Convencional adotado pelos livros didáticos para resolução dos problemas matemáticos ora mencionados, face a praxeologia adotada pelo Modelo Alternativo que este artigo se propõe a apresentar. Por fim, constituiremos um tutorial (manual) com a finalidade de instruir didaticamente na resolução de adições algébricas de números racionais. 5 2. A PRAXEOLOGIA CONVENCIONAL DOS LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA. É bastante comum notarmos, nos mais variados livros didáticos de ensino fundamental da rede publica de ensino, transposições didáticas eivadas de rigores metodológicos que, ao nosso ver, pouco contribuem para uma saudável construção do saber matemático, face a desnecessária exigência de excessivas divisões. A titulo de ilustração apresentaremos a seguir três bibliografias, chanceladas pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), publicadas em períodos distintos da década passada, e que estiveram incumbidas de levar a cabo a construção do conhecimento matemático para alunos do 7º ano (antiga 6º série) do ensino fundamental da rede publica de ensino, da forma mais pratica, didática e objetiva possível. Na bibliografia A Conquista da Matemática: a + nova – 6ª série/ Giovanni, J. R.; Castrucci, B.; Giovanni Jr, J. R. – São Paulo: FDT, 2002. pág. 83, temos o seguinte tratamento dado à resolução de expressões envolvendo a adição algébrica de números racionais, a saber: − 7 1 +2− 9 6 Cálculo do Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C) de 6 e 9: 6 9 2 3 9 3 1 3 3 ⇒ 2 × 3 × 3 = 18 1 1 Agora proceda: − 7 1 − [7 × (18 ÷ 9 )] + [2 × (18 ÷ 1)] − [1 × (18 ÷ 6 )] +2 − = 9 6 18 − [7 × 2 ] + [2 × 18 ] − [1 × 3 ] − 14 + 36 − 3 19 = =+ 18 18 18 6 Como observa-se na expressão epigrafe, não é possível proceder a soma das frações que a compõe, uma vez que seus denominadores são diferentes. Logo, á a necessidade de se igualar os denominadores das mesmas. O procedimento então adotado pela referência didática em questão fora o calculo do M.M.C dos denominadores. Em seguida esculpiu-se uma estrutura numérica poluída de somas, subtrações, multiplicações divisões, que tornam mais complexo à resolução do problema proposto, aumentando dessa forma ainda mais a probabilidade de ocorrência de erros entre jogos de sinais e erros nas operações propriamente ditas. Nesta mesma esteira praxeológica de resolução, apresentamos outra referência ora denominada Matemática: Fazendo a Diferença – 6ª série/Bonjorno& Ayrton – 1º edição – São Paulo: FDT, 2006. pág. 88, ratificando o mesmo modelo de transposição didática para fins de adição algébrica de números racionais. Após efetuar sucessivas multiplicações de números racionais em uma dada expressão, Bonjorno& Ayrton chegaram a seguinte expressão: − 3 1 14 − + 8 2 6 Para resolvê-la os autores procedem da seguinte maneira: Cálculo do Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C) de 2, 6 e 8: 2 6 8 2 1 3 4 2 1 3 2 2 ⇒ 2 × 2 × 2 × 3 = 24 1 3 1 3 1 1 1 Agora faça: − 3 1 14 − [3 × (24 ÷ 8 )] − [1 × (24 ÷ 2 )] + [14 × (24 ÷ 6 )] − + = 8 2 6 24 − [3 × 3 ] − [1 × 12 ] + [14 × 4 ] − 9 − 12 + 56 35 = = 24 24 24 7 E para finalizar expomos o arcabouço didático denominado A Conquista da Matemática – 7º ano/ Giovanni Jr, J. R.; Castrucci, B. – Ed. Renovada - São Paulo: FDT, 2009. pág. 93, que vem a ratificar este procedimento praxeológico envolvendo a adição algébrica de números racionais, a saber: 1 1 3 5 + − −1 + 3 2 4 6 Cálculo do Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C) de 2, 3, 4 e 6: 2 3 4 6 2 1 3 2 3 2 1 3 1 3 3 ⇒ 2 × 2 × 3 = 12 1 1 1 1 Assim: 1 1 3 5 + − −1 + 3 2 4 6 = [1 × (12 ÷ 3 )] + [1 × (12 ÷ 2 )] − [3 × (12 ÷ 4 )] − [1 × (12 ÷ 1)] + [5 × (12 ÷ 6 )] 12 = [1 × 4 ] + [1 × 6 ] − [3 × 3 ] − [1 ×12 ] + [5 × 2 ] 12 = 4 + 6 − 9 − 12 + 10 1 =− 12 12 Os três livros didáticos epigrafados em tela, como se nota, traduziram, sem qualquer tipo de conflitos ou divergências, o mesmo modelo praxeológico adotado para rede publica de ensino. E como se infere, este fora o modelo padrão, adotado na década passada, para resolução de adição algébrica de números racionais. Logo, podemos concluir que, nos últimos dez anos a construção do conhecimento matemático, em termos de adição algébrica de números racionais, possuiu um Modelo Convencional de calculo. Ante a tamanhos rigores aritméticos adotados ao se proceder diversas divisões neste Modelo Convencional (seja no calculo do M.M.C ou na expressão propriamente dita), o questionamento que se faz é: haveria outro Modelo Alternativo, diríamos, mais prático e didaticamente aceitável para se 8 alcançar os mesmos resultados, valendo dos conhecimentos já adquiridos no 6º ano do ensino fundamental, que não demandasse o uso da divisão? 3. UM MODELO ALTERNATIVO PARA ADIÇÃO ALGÉBRICA DE NÚMEROS RACIONAIS. Vejamos. A partir do estudo de multiplicação entre números inteiros e fracionários, podemos inferir algumas conclusões. Tomemos a expressão proposta por Giovanni et al.(2002, p.83), e vejamos como os conhecimentos prévios adquiridos no 6º ano do ensino fundamental podem nos auxiliar: 7 1 +2− 9 6 7 ⋅1 2 ⋅ 9 1 − + − 9 ⋅1 1 ⋅ 9 6 − 7 18 1 + − 9 9 6 11 1 − 9 6 11 ⋅ 6 1 ⋅ 9 − 9 ⋅6 6 ⋅9 − 66 9 57 − = 54 54 54 Como 57 19 é equivalente a , podemos concluir que, apenas com o 54 18 uso de multiplicações, e sem precisar de nenhuma divisão, conseguimos satisfazer a questão dada, obtendo o valor numérico da expressão proposta. Nesta mesma linha de experimentações, tomemos a expressão proposta por Bonjorno e Ayrton (2006, p.88), e vejamos como proceder: 9 3 1 14 − + 8 2 6 3 ⋅ 2 1 8 14 − − ⋅ + 8 ⋅2 2 8 6 − 6 8 14 − + 16 16 6 14 14 − + 16 6 14 ⋅ 6 14 ⋅16 − + 16 ⋅ 6 6 ⋅16 − − Como 84 224 140 + = 96 96 96 140 35 é equivalente a , podemos concluir que, fazendo uso 96 24 apenas de multiplicações, e sem precisar de nenhuma divisão, conseguimos satisfazer a questão dada, obtendo o valor numérico da expressão proposta. Agora finalmente, tomemos a expressão proposta por Giovanni Jr. e Castrucci (2009, p.93), e vejamos como proceder: 5 1 1 3 + − −1 + 6 3 2 4 1 ⋅ 2 1 ⋅ 3 3 ⋅1 1 ⋅ 4 5 + − − + ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 1 4 ⋅ 3 2 4 1 6 2 3 3 4 5 + − − + 6 6 4 4 6 5 7 5 − + 6 4 6 5 ⋅ 4 7 ⋅6 5 + − 6 ⋅ 4 4 ⋅6 6 20 42 5 − + 24 24 6 22 5 − + 24 6 22 ⋅ 6 5 ⋅ 24 + − ⋅ 6 ⋅ 24 24 6 − 132 120 12 + =− 144 144 144 10 Como − 12 1 é equivalente a − , podemos concluir que, fazendo uso 144 12 apenas de multiplicações, e sem precisar de nenhuma divisão, conseguimos satisfazer a questão dada, obtendo o valor numérico da expressão proposta. Portanto, note que em todas as experimentações (modelagens) efetuadas através do Modelo Alternativo, apenas com o auxilio de multiplicações, alcançamos o resultado pretendido. 4. CONSIDERAÇÕES DIDÁTICAS SOBRE O MODELO ALTERNATIVO Como bem se pode inferir, o Modelo Alternativo, enquanto instrumento didático, fora capaz de dar conta da resolução das expressões envolvendo adição algébrica de números racionais. Um questionamento que poderia então ser desferido contra este método é: “Por que o mesmo apresentou um resultado menos simplificado do que o Modelo Convencional?” Por que, por exemplo, na derradeira demonstração obtivemos − 12 1 é não − ? 144 12 Bom, a resposta a estas indagações reside na praticidade do modelo proposto. Veja, quantas divisões deveríamos efetuar, através do Modelo Convencional, para se alcançar o valor de − 1 , na forma como ilustram os 12 livros didáticos aqui citados? Uma breve contagem do numero de divisões efetuadas na demonstração proposta por Giovanni Jr. e Castrucci (2009, p.93) mostra que precisaríamos efetuar nada menos que 10 (dez) divisões (incluindo neste, o calculo do M.M.C), para chegar a tal resultado. Através do Método Alternativo, este excesso seria categoricamente desprezado. Outro comentário pertinente a ser superado é: “Tudo bem, o Método Alternativo despreza o uso de divisões em sua modelagem, porém o mesmo amplia o numero de multiplicações e adições a serem efetuadas”. Bom, não é duvida para ninguém que o maior percentual de erros dos estudantes do sistema publico de ensino é verificado na prática da divisão. Para corroborar com tal premissa, evocamos as conclusões de Zattiet al. onde em uma pesquisa qualitativa, que pretendeu investigar aspectos da 11 aprendizagem do cálculo matemático das quatro operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão) em 34 alunos da 6º ano do Ensino Fundamental de 17 escolas públicas da cidade de Erechim-RS, chegou aos seguintes números sobre erros verificados nas quatro operações, in verbs: A maior parte dos erros ocorreu nas operações de divisão (59,4%) e subtração (37,5%), seguidas pela multiplicação (27,9%) e pela adição (15,7%).(ZATTI et al, 2010. p. 118). Como se nota, no experimento efetuado fora constatado que aproximadamente 60% do grupo amostral das 17 escolas publicas apresentaram erros na operação divisão. Algo bastante contrastante em relação aos 28% aproximados da multiplicação, e dos aproximados 16% da adição obtidos. Ainda no campo das observações empíricas, vejamos quais foram os resultados obtidos por Batista (1995), em seu estudo com 185 alunos da 2ª a 4ª série do ensino fundamental em uma escola publica de Campinas-SP, sobre os erros e acertos na manipulação das quatro operações básica. Tabela 1 – Porcentagem de acertos e erros dos alunos de 2º, 3º e 4º séries em operações de aritméticas. 2º série Operações Aritméticas AC ER 86,40% 40,70% 3º série AC ER 4º série NF TOT NF TOT 9,1% 52,2% 4,5% 7,1% 22 113 64,10% 21,70% 28,1% 65,2% 7,8% 13,1% 53,60% * 36,4% * 10,0% * * * * 48% 42% 10% * * * - - - AC ER NF TOT * * 62,90% 29,50% * 7,60% 105 86,70% 13,30% 0% 90 64 46 * * 37,90% 57,90% * 2,20% 45 72,20% 25% 2,80% 36 110 70,80% 26,80% 2,40% 9,20% 55,30% 35,50% 41 76 68,40% 31,60% 44,90% 49,40% 0% 5,70% 19 87 SOMA s/"vai um" c/"vai um" SUBTRAÇÃO s/"emprestar" c/"empréstimo" MULTIPLICAÇÃO p/unidade p/dezena DIVISÃO p/unidade p/dezena Legendas: (*) Totais muito baixos para cálculo de porcentagem (-) Não foi aplicada nessa turma AC – Acertos; ER – Erros; NF – Não fez; TOT - Total 50 37,50% - - 50% 12,50% 16 12 Fonte: tabela extraída de BATISTA, Cecilia. G. “Fracasso Escolar: Análise de Erros em Operações Matemáticas”. Zetetiké, v. 3, n. 4, p. 63, nov. 1995. Note que os percentuais de dificuldade com a divisão voltam a se repetir nos dados acima apresentados. Na 3º série o percentual daqueles que erraram ou não fizeram as divisões propostas corresponde a 52%. Esse percentual se amplia mais ainda na 4º série passando para 62,50%. Ou seja, para este estudo de caso em Campinas-SP, não encontramos nenhuma situação em que a divisão, seja por unidade ou por dezena, tenha tido resultados favoráveis. Ante ao exposto, estamos convencidos de que os excessos de divisões verificados no Modelo Convencional tende a inclinar o aluno a não se interessar pela pratica de adição algébrica dos números racionais. E isso, sem sombra de duvidas corroborará para seu fracasso escolar. Neste particular, cabe demarcar os exatos dizeres de Zattiet al.face as suas observações empíricas, in verbs: Quando a operação é muito difícil, ou a possibilidade de fracasso é muito grande, ocorre a desistência, fato que é comumente observado nas escolas, reforçando a possibilidade de existência de um sentimento de incapacidade para a Matemática, nutrido por muitos alunos.”(ZATTI et al, 2010. p. 127). É exatamente este sentimento de incapacidade que nos impõe, enquanto educadores, a necessidade de buscar alternativas praxeológicas capazes de contribuir para construção do saber matemático, desprovido de rigores que só favoreçam o desinteresse pela aprendizagem da matemática. No entendimento de Parolin e Salvador (2002, apud ZATTI et al., 2010, p. 127), ao discutirem aspectos relacionados a dificuldades em Matemática discorrem que: (...) muitas pessoas nem chegam a tentar aprender ou resolver uma situação matemática, visto que se encontram em um estado emocional de negação. Dessa forma, percebe-se que é criada uma ideia de incapacidade para a aprendizagem, rotulando a Matemática 13 como algo muito difícil ou até mesmo impossível de ser aprendido.PAROLIN& SALVADOR (2002, apud ZATTI et al., 2010, p. 127). Não é duvida para ninguém que o aluno estudante de matemática do 7º ano do ensino fundamental apresenta atualmente uma grande dificuldade em proceder à divisão de valores, sejam eles inteiros ou decimais. Realidade bem diferente em se tratando de multiplicações. Ante ao exposto, notou-se, claramente, que o Modelo Alternativo de resolução de adições algébricas de números racionais dispensa o uso da operação divisão, uma vez que o referido Modelo dispensa também a necessidade de calculo do Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C), tornando desta forma a resolução do problema bem mais prática e elementar, e configurando-se um atalho para construção do conhecimento matemático. 5. MODELO ALTERNATIVO: O RECURSO DIDÁTICO Para fins tutoriais, vamos aqui elencar os seguintes passos a serem utilizados na resolução de adições algébricas de números racionais através do Método Alternativo, tomando, a titulo de exemplo, a seguinte expressão: 4 3 1 + + 7 5 3 Note que a mesma é constituída de três frações, todas com denominadores diferentes. 1º passo: proceder à equivalência de denominadores somente das duas primeiras frações com denominadores diferentes. Para se fazer isso, basta escolher a primeira fração e multiplicar tanto o seu numerador quanto seu denominador pelo denominador da segunda fração (veja a indicação das setas azuis na diagramação abaixo). Uma vez feito isso, basta repetir o mesmo procedimento na segunda fração, multiplicando-a pelo denominado da primeira fração. Veja como se faz: 14 4 3 + 7 5 4 ⋅ 5 7 ⋅ 3 + 7 ⋅ 5 7 ⋅ 5 20 21 41 + = 35 35 35 2º passo: proceder à equivalência de denominadores entre o resultado obtido no 1º passo e a terceira fração da expressão dada, valendo-se da mesma construção efetuada no passo anterior: 41 1 + 35 3 41 ⋅ 3 35 ⋅ 1 + 35 ⋅ 3 35 ⋅ 3 123 35 158 + = 105 105 105 Logo: 4 3 1 158 + + = 7 5 3 105 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho não tem por finalidade desprezar a pratica da divisão, para fins de banimento do ensino da Educação Matemática. Não. Apenas entendemos que certas estruturas operativas como ela, demandam maiores experimentações no ramo da matemática, e por isso se faz necessário dosar o grau de sua exigência em certas abordagens matemáticas (principalmente as das series iniciais). Neste particular cabe evocar a 15 meditação de Batista (1995, p. 63), onde compreende que “os acertos em cada tipo de operação aritmética tendem a aumentar à medida que o aluno avança na escolaridade”. É fato que, o que fora aqui apresentado, enquanto alternativa didática, não é nenhuma novidade para aqueles que possuem certa afinidade com operações algébricas. Porém não é o ineditismo o objeto da presente abordagem, e sim a critica em favor da adoção de uma praxeologia matemática capaz de tornar a construção do conhecimento matemático suficiente para materializar-se, enquanto aprendizagem, para um aluno estudante de matemática do 7º ano do ensino fundamental, que tem por desafio a resolução de problemas que envolvam a adição algébrica de números racionais. Diante disso, inferimos ter sido demais inadequado à abordagem feita pelas referencias didáticas retromencionadas neste artigo, no tocante a adição algébrica de números racionais, por não primar por uma pratica pedagógica objetiva, simples e capaz de inspirar um prazer em estudar matemática. Muito pelo contrário. Os livros didáticos aqui citados, ao longo da década passada, se propuseram a insistir em um modelo de resolução incapaz de levar o aluno a superar suas limitações no tocante à matemática. Ocasionando com isso um fracasso escolar produzido por um rigor metodológico excessivo naquilo que mais o alunado apresenta dificuldades, como bem ilustrou as pesquisas feitas nas 17 escolas de Erechim –RS e nos 185 alunos da rede publica de Campinas-SP. Por outro lado, a utilização do Modelo Alternativo aqui esculpido na forma de tutorial, ante a facilidade do alunado na pratica da multiplicação, favorecerá e muito para resolução de problemas matemáticos que envolvam adição algébrica de números racionais, de forma elementar, bem como permitirá uma reflexão sobre as estratégias de resolução, proporcionando uma nova forma de aprendizagem no ensino da matemática. 16 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATISTA, Cecilia. G. “Fracasso Escolar: Análise de Erros em Operações Matemáticas”. Zetetiké, v. 3, n. 4, p. 61-72, nov. 1995. BONJORNO, José R.; OLIVARES, Ayrton. “Matemática: Fazendo a Diferença” 6ª série – 1º edição – São Paulo: FDT, 2006. CURY, Helena N. “Análise de Erros em Educação Matemática”. Veriati,Salvador, v.3 n.4, p.95-107, jun. 2004. GIOVANNI JR, José R.; CASTRUCCI, Benedito.“A Conquista da Matemática” – 7º ano - Ed. Renovada - São Paulo: FDT, 2009. GIOVANNI, José. R.; CASTRUCCI, Benedito.; GIOVANNI JR, José. R. “A Conquista da Matemática: a + nova”– 6ª série - São Paulo: FDT, 2002. STRASSACAPPA, Adriana. “A Resolução de Problemas no Ensino de Frações”. Secretaria de Educação do Estado do Paraná.1998. TEIXEIRA, Leny. R. M. “Dificuldades e erros na Aprendizagem da Matemática”. In: VII EPEM - Encontro Paulista de Educação Matemática - São Paulo - 2004. ZATTI, Fernanda; AGRANIONIH, Nélia T.; ENRICONE, Jaqueline R. B. “Aprendizagem matemática: desvendando dificuldades de cálculo dos alunos”. Revista Perspectiva v. 34, nº 128, p. 115-112 – UNICER - 2010.