APURAÇÃO DAS
INFORMAÇÕES
Laboratório de Iniciação ao Jornalismo
Prof. Dr. Dennis de Oliveira
RUMORES, VERSÕES E DADOS
O jornalismo trabalha com a articulação de outros
discursos. O jornalista reconstrói o acontecimento a
partir de relatos de testemunhas que participaram
direta ou indiretamente do fato.
Por isto, o trabalho de apuração e captação tem o
objetivo de construir dados a partir de rumores e
versões.
A captação não se esgota apenas na obtenção de
duas versões – os chamados “dois lados” – mas
em contribuir para a construir no leitor indicadores
de certeza.
PROPOSTA DE CAPTAÇÃO
JORNALÍSTICA
Proposição de Luiz Costa Pereira Júnior:
Compreender a limitação genérica de toda a apuração
jornalística (a realidade jamais caberá no “apurado”,
será sempre o “disponível”)
Checagem das informações (afastar os rumores e
caminhar para os dados)
Rigor nos dados (buscar sempre a exatidão)
VISÃO PLURAL DOS ACONTECIMENTOS
Nível de incerteza (consciência da fragilidade dos resultados,
de como é relativa a validade do que se apurou).
Necessidade de solidez (sensibilidade de saber o quanto o
destinatário da informação deseja um chão sólido para
posicionar-se)
A conduta do jornalista é de buscar uma e única verdade mas
com espírito “aberto” para não cegar diante da evidência
contrária ou ignorar a pluralidade de versões possíveis.
PASSO A PASSO PARA A APURAÇÃO
JORNALÍSTICA
FASE I – ELABORAÇÃO DA PAUTA
FASE II – PRÉ-PRODUÇÃO
Análise das fontes + Seqüência da abordagem
FASE III – PRODUÇÃO
Pista Inicial + Sondagem inicial + Preparação da pauta
Confrontação da informação + Checagem
FASE IV – PÓS-PRODUÇÃO
Redação + Produção visual da reportagem + Reserva
de documentação
PAUTA, SEGUNDO CHAPARRO
http://youtu.be/Yi8JWYN9uCQ
FASE I – ELABORAÇÃO DA PAUTA
Plano de ação:
Relação de informações que já obtivemos
Relação de informações que nos faltam
Lista de fontes: onde localizar a informação que nos falta,
quais as fontes mais importantes e consistentes.
Check-list da qualidade da pauta
Repórter mostra desconhecimento?
Apresenta contraponto ás informações dadas pelas fontes?
Personagens escolhidos são pouco relevantes?
Dados apurados atualizam questão abordada na pauta?
Premissa está forçada, equivocada ou fundada em preconceito ou
senso comum?
Há problema de enfoque que determina abordagem equivocada?
Levantamento prévio de informações está desatualizado?
Na apuração, o repórter percebeu que a informação não se
encaixava o que pensara ao propor a pauta?
A matéria exige tanta explicação prévia para convencer da sua
importância que não se justifica?
FASE II – PRÉ-PRODUÇÃO
Análise estratégica das fontes
Hierarquia da autoridade
Produtividade (quantidade e qualidade da informação
que uma fonte pode dar)
Credibilidade (confiabilidade e regularidade – RISCO:
virar refém de determinadas fontes)
Check-list de análise das fontes:
Relações, valor, situação, riscos e credibilidade das fontes
Conceitos complementares, informações que supomos que
sabem e a relação que supomos que as fontes têm com o fato
Até que ponto não estamos sendo usados por fontes
legitimadas por sua autoridade, produtividade e credibilidade
anterior e não fazemos uma avaliação isenta sobre o real
valor que as informações têm para o público.
FASE II – PRÉ-PRODUÇÃO
Por ordem de importância:
Documentar-se ao máximo sobre cada fonte, começando
pelas fontes secundárias, documentais e técnicas e
confrontar com a fonte principal.
Ordenar a abordagem partindo da fonte de menor para a de
maior importância apenas para fins de se preparar para as
entrevistas seguintes
Sempre deixar cada fonte preparada para nova consulta
Por ordem de crítica
Começar pelas desfavoráveis, passando pelas técnicas e
neutras e terminando com as favoráveis.
Este procedimento permite ter um marco crítico inicial para
medir o interesse\impacto da notícia para depois ir para os
argumentos que irão mediar o confronto com as fontes
favoráveis.
FASE III - PRODUÇÃO
Contato com a fonte (oportunidade de defesa de quem
foi implicado na notícia)
Cada apuração abrem novos vazios de informação a
serem preenchidos com mais investigação.
Checar se o repórter ficou refém da fonte
Pende para o peixe que uma delas lhe vendeu
Engole as versões sem questionamentos
Não esgota o que o entrevistado tem a informar
Engole opinião de apelo fácil
Atribui atitudes de uma fonte baseado no depoimento de
outra
Aceita informação de crédito duvidoso
Checagem da informação (verificação)
Revisão do material apurado
TÉCNICAS PARA ENTREVISTA
Construção ativa da entrevista:
Por que estou escrevendo isto?
Sobre o que julgo importante escrever?
O que me incomoda na realidade que vejo?
O que me desassossega?
O jornalista deve distinguir entre “olhar a realidade”
(apenas recebê-la) e “vê-la ativamente” (buscá-la).
15 COISAS QUE NÃO PODEMOS
ESQUECER QUANDO ENTREVISTAMOS
1.
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14.
15.
Pergunte primeiro se pode gravar, fotografar ou filmar.
Esteja informado sobre o entrevistado.
Faça um roteiro
Testar os equipamentos
Na dúvida, senhor ou senhora
Ouça de verdade
Não dispute com o entrevistado
Não roube a idéia de ninguém
Reconheça o limite
Desconfie da memória
Não invente nada e nem ninguém
Tenha paixão de conversar com o outro
Pergunte por último
Solte o fio...
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