ALUNOS AVALIAM CURSOS Questionário socioeconômico do Inep traça perfil dos universitários e revela o que os estudantes pensam das instituições, dos professores e do futuro. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os resultados do questionário socioeconômico aplicado aos estudantes que participaram do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), realizado no dia 12 de novembro. Os dados traçam um perfil dos 386.524 alunos, de 5.701 cursos de 1,6 mil instituições de ensino superior que realizaram a prova. Participaram do Enade 2006 alunos das áreas de Administração, Arquivologia, Biblioteconomia, Biomedicina, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicação Social, Design, Direito, Formação de Professores (Normal Superior), Música, Psicologia, Secretariado Executivo, Teatro e Turismo. A maioria dos alunos que respondeu ao questionário é do Estado de São Paulo (28%), seguidos de Minas Gerais (11,1%) e do Rio de Janeiro (10,1%). A renda mensal familiar se divide equilibradamente em três faixas: até três salários mínimos (26,1%), de três a cinco salários mínimos (22,4%) e de cinco a dez salários mínimos (24,6%). Do total de respondentes, 13,7% recebe crédito educativo da própria instituição para financiar os estudos, a segunda opção (4,9%) é o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Mas a maioria declarou que recebe algum outro tipo de financiamento (74,6%). Quando se trata de bolsas de estudos, a maioria dos estudantes, 72,6%, declara que não recebe ou nunca recebeu nenhuma bolsa para auxiliar na formação. A maioria dos que recebe declarou ser a própria instituição a fonte de bolsas integrais ou parciais (15,3%). O questionário do Enade também mostrou que 68,2% dos alunos freqüentam aulas no período noturno, contra 29,7% que estudam de dia - sendo 5% em período integral. A maioria dos estudantes, 50,5%, fez todo o ensino médio na escola pública, seguido por 34,2% que conclui toda a etapa em escola privada. A importância da internet como fonte de informação aparece no levantamento. A televisão continua a ser o principal meio para se manter atualizado acerca dos acontecimentos no mundo para 41,3% dos estudantes, mas a rede de computadores aparece muito próxima, com 39,2% das respostas. No quesito comportamento, 59,3% dos participantes apontam que o principal motivo para estarem matriculados em cursos de graduação é a aquisição de formação profissional. Obter mais cultura geral é a principal motivação de 16,9%, enquanto o grupo daqueles que pretendem adquirir um diploma superior é de 13,2% do total. Em relação a seguir a carreira docente, os estudantes estão divididos: 40,4% declararam que não querem ser professores, já 40,2% responderam que sim. Comparando as respostas de ingressantes e concluintes, o desejo de ser professor sobe cinco pontos percentuais para o grupo que se formou. Quanto ao futuro profissional, os estudantes se dividem entre os que já têm trabalho na área e pretende continuar nele (22,7%) e os que trabalhan em outra área mas pretendem buscar uma atividade no setor em que se graduou (22,2%). Apenas 18,4% declararam que vão se dedicar à área acadêmica e buscar um curso de graduação. Na avaliação de cursos e professores, a maioria, 49,4%, considera que seus cursos de graduação exigiram deles na medida certa. Por outro lado, 29,3% acreditam que o nível de exigência poderia ser um pouco maior e 17,1% considera que o curso deveria ter exigido muito mais. Com relação ao currículo, 52,7% dos participantes consideram bem integrado e com clara vinculação entre as disciplinas. Para 36,2%, o currículo é "relativamente integrado, já que as disciplinas se vinculam apenas por blocos ou áreas de conhecimentos afins" e 6,5% dos estudantes responderam que o currículo é pouco integrado. Para 1,3% o currículo não apresenta integração e 3,2% não soube responder. Para 55,7% dos estudantes os equipamentos de laboratório utilizados em seu curso estão atualizados e bem conservados. Já 9,4% responderam que os equipamentos estão atualizados, mas mal conservados e 10,2% disseram o contrário: os equipamentos estão conservados, mas desatualizados. As opções "Desatualizados e mal conservados" e "Não há laboratório no meu curso" tiveram, respectivamente, 5,0% e 19,7% dos votos. Na parte que avalia o desempenho dos professores, 54,4% afirma que os profissionais utilizam predominantemente aulas expositivas com a participação dos estudantes e 50,5% considera adequados os procedimentos de ensino adotados pela maioria dos professores quanto à adequação aos objetivos do curso. O uso de recursos audiovisuais é considerado amplo e adequado por 50,2% dos alunos e os meios de tecnologia educacional com base na informática é considerado amplo e adequado para 47,4%. Em resposta ao item "Seu curso oferece, além das atividades teóricas e práticas, iniciação científica?", 39,03% dos estudantes votaram na opção "Sim, com aproveitamento regulamentar de conhecimentos para a integralização curricular". Já 12,2% votaram na opção "Sim, com aproveitamento de conhecimentos para a integralização curricular, mas sem regulamentação" e 6,5% escolheram a opção "Sim, mas sem aproveitamento de conhecimentos para a integralização curricular". Com relação às outras opções, 10,9% disseram que "Não oferece" e 31,1% não souberam informar. O questionário revelou também que a maioria dos cursos superiores oferece atividades de extensão. Desses, 40,5% são com aproveitamento regular de conhecimentos para a integralização curricular, 12% com aproveitamento regular de conhecimentos para a integralização curricular, mas sem regulamentação, e 5,9% sem aproveitamento de conhecimentos para a integralização curricular. www.revistaensinosuperior.com.br Edição 107