PPGICS Turma 2009 Doutorado Aluna: Maria Angélica Costa Linha de Pesquisa: Informação, Comunicação e Mediações em Saúde. Disciplina: Portfólio I Coordenadora: Profª Drª Inesita Soares de Araújo Data: 18/09/2009 O lugar de onde falo: Primeiramente, falarei de mim; da minha trajetória pessoal, profissional e acadêmica. Sou Maria Angélica Costa, bailistoca (dna baiano, nascida em São Paulo/Capital no Bairro da Lapa, atualmente vivendo, trabalhando e estudando no Rio de Janeiro. Minha aproximação com a FIOCRUZ aconteceu no início de 2003, quando então, trabalhava na Divisão de Doenças Ocasionadas pelo Meio Ambiente – DOMA que pertence ao Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Na época fui convidada a atuar na área de Avaliação de Riscos à Saúde Humana, mais especificamente com Percepção e Comunicação de Riscos. Foi um desafio colocado pelos colegas de equipe porque não havia ninguém da equipe que trabalhasse com comunidades. A equipe era composta por 10 médicos e 01 enfermeira. Arregacei as mangas e fiz uma procura detalhada sobre as instituições que tratavam deste assunto. Na área de comunicação existiam as faculdades de comunicação das grandes Universidades. Na área de Avaliação em saúde, a coisa ficou mais difícil porque além do IESC/UFRJ e da ENSP/FIOCRUZ, não havia nenhum outro lugar, que tratasse dos temas de Percepção e Comunicação de Riscos. Além deste tema, havia meu interesse pessoal em trabalhar também com pesquisas qualitativas que permitissem o uso de técnicas voltadas para o trabalho com pessoas em seus locais de moradia, em sua realidade. Para isso precisava me especializar nesta área tão nova para mim e tão próxima – já que em minha experiência de trabalho na saúde pública sempre tive contato e realizei trabalhos com pessoas que moravam próximas ao posto de saúde, hospital e ambulatório onde trabalhei. Além destes locais existiam também os trabalhos de grupos nos próprios locais de trabalho, como por exemplo: grupos de gestantes, de aleitamento, etc... Em julho de 2003 vim pela primeira ao Rio de Janeiro fazer o curso de atualização em Avaliação de Riscos e fiquei maravilhada com a FIOCRUZ. Quando subi as escadas do Castelo fiquei emocionada com tanta beleza e gostei tanto do lugar que em outubro do mesmo voltei para fazer outro curso na área de Psicodinâmica do trabalho. Por ocasião destes cursos conheci vários pesquisadores da área de saúde e ambiente e pude me aprofundar mais no tema. Logo após os dois cursos em que aqui participei, realizei em São Paulo um seminário sobre Percepção e Comunicação de Riscos e convidei dois pesquisadores da Fiocruz para ministrarem palestras no seminário. Realizei o Seminário em Novembro de 2003 e naqueles dias soube que haveria o processo seletivo para o Mestrado do IOC. Fiquei muito entusiasmada e me inscrevi para o processo seletivo. Quando soube que fui aprovada para o mestrado, iniciei minha maratona de mudança para o Rio de Janeiro e dois meses já estava instalada em meu apartamento em Jacarepaguá. Isso tudo aconteceu no início de 2004. Passados dois anos depois defendi minha dissertação de mestrado em maio de 2006. O meu trabalho era sobre percepção sócioambiental e qualidade de vida dos moradores de Pirapora do Bom Jesus – SP. Nesse período estava também concorrendo a uma vaga no concurso público da FIOCRUZ. Eram duas vagas e eu fiquei em terceiro lugar. Foram dois anos batalhando por esta vaga tão arduamente conquistada. Em junho de 2008 quando o prazo prorrogado do concurso já expirava fui nomeada. Fiquei extasiada em conseguir a minha vaga tão sonhada. Mas qual não foi a minha surpresa em saber que trabalharia com educação a distância. Fiz o concurso para a área de educação, saúde e ambiente e acabei caindo de pára-quedas na EAD. Quando lá cheguei, conversei com a Professora Lúcia Dupret e ela disse que um dos desafios da EAD no momento era o trabalho com a avaliação de impacto. Sua pergunta era: Qual o impacto dos cursos EAD para os profissionais de saúde em sua prática cotidiana de trabalho no SUS? Esta pergunta teve grande IMPACTO sobre mim porque isso se apresenta como outro desafio profissional para mim. Quando pensei na palavra IMPACTO depois de nossa conversa, percebi que era algo imenso, algo talvez inatingível para mim do ponto de vista de uma avaliação/análise do ponto de vista quantitativo. Não sabia se era um tipo de avaliação ou de análise de um curso EAD que teria de realizar. Sabia apenas que queria realizar um trabalho de pesquisa qualitativa, no qual pudesse tratar da mediação/negociação entre alunos de um curso em saúde e a distância e as ferramentas de TICs. Esta mediação/mediação se dará em forma de discursos/textos elaborados pelos alunos durante sua participação nos cursos. Quando soube pela própria Lúcia do processo seletivo do ICICT percebi que poderia realizar algo que envolvesse as minhas aspirações acadêmicas e as aspirações no processo de trabalho da EAD/ENSP/FIOCRUZ. Na etapa de apresentação do projeto e de entrevista fiquei pensando no que uma das avaliadoras disse sobre meu pré-projeto. Ela disse que meu trabalho era essencialmente na área de mediação e não tinha a ver com TICs. Outra observação interessante de uma das avaliadoras é que as negociações/mediações podem ser pesquisadas através do pólo produtor do conhecimento e do pólo que se apropria do conhecimento. Acredito que este trabalho de pesquisa possa contribuir para reflexões da prática social na saúde, através de novos conhecimentos sobre os processos de produção e circulação de sentidos na saúde e das formas de apropriação da população em relação às políticas públicas. (ARAÚJO E CARDOSO, 2007).