O PROGRAMA RIO LIMPO NUMA PRÁTICA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
BUENO, Roberto Eduardo – PUCPR
[email protected]
BUENO, Paula Alexandra Reis – UFPR
[email protected]
Eixo Temático: Didática: Teorias, Metodologias e Práticas
Agência Financiadora: Não contou com financiamento
Resumo
O crescimento populacional e as atividades humanas contemporâneas intensificaram a
degradação das nossas bacias hidrográficas, justificando a relevância da Educação Ambiental
na preservação dos recursos naturais, num processo ativo de resolução de problemas que
afetam as comunidades. O objetivo desta pesquisa foi analisar o desenvolvimento de uma
prática de Educação Ambiental embasada no Programa Rio Limpo: A Intervenção da Escola
no Curso do Rio, no Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais-PR. O Programa
fundamenta-se na Pedagogia da Pesquisa, com a realização por parte dos estudantes de
pesquisas-intervenção por meio de temas pertinentes às problemáticas ambientais. Um dos
grandes desafios desta metodologia foi promover nos estudantes um sujeito fazedor da
História. E, diante de um novo pensar e agir, mudar a realidade local para o benefício dos
nossos rios e de nós mesmos. A comunidade pertencente ao Colégio Estadual Anita Canet
demonstrou estar ciente que ela é fator importante para minimizar os danos ao seu ambiente e
que estes podem acarretar a destruição dos ecossistemas aquáticos, a perda de diversidade
biológica, a escassez dos recursos hídricos e o comprometimento do abastecimento de água.
Daí a importância relatada no trabalho de Educação Ambiental com esta comunidade como
forma de reverter o processo de degradação dos rios pertencentes à bacia hidrográfica do Alto
Iguaçu. Nos debates entre os estudantes, alguns se colocaram impotentes e pessimistas frente
à complexidade da questão ambiental. Porém, também puderam perceber que ações simples
em nosso cotidiano, quando somadas coletivamente podem ser potencializadas para a
preservação do nosso patrimônio hídrico. Diante disto, surge a necessidade da Educação
Ambiental como condição se não suficiente, contudo imprescindível para a preservação dos
rios e consequentemente da vida na Terra.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Rio. Pedagogia da Pesquisa.
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Introdução
O crescimento populacional e as atividades humanas contemporâneas intensificaram a
degradação das nossas bacias hidrográficas, justificando a relevância da Educação Ambiental
na preservação dos recursos naturais, num processo ativo de resolução de problemas que
afetam as comunidades. Se imaginarmos um dia sem água, perceberemos o quanto ela é
importante e preciosa. Por isso, precisamos ter cuidado para não desperdiçá-la, pois tudo o
que fazemos em nosso cotidiano afeta nossos córregos, lagos, rios e oceanos. “De toda a água
existente no nosso planeta 97,24% é salgada e dos 2,76% de água doce apenas 0,0001% é
proveniente dos rios” (USGS, 1997). A ameaça da poluição e da escassez dos recursos
hídricos traz previsões catastróficas, segundo a Organização das Nações Unidas, que em 2025
dois terços da humanidade enfrentarão falta de água crônica, e países vão guerrear pelo
recurso que será mais valioso do que o petróleo. É um cenário terrível, mas que pode virar
realidade se não cuidarmos de nossos rios.
A Educação Ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões socioeconômica,
política, cultural e histórica, não podendo basear-se em pautas rígidas e de aplicação
universal, devendo considerar as condições e estágio de cada país, região e comunidade sob
uma perspectiva histórica. Ela preocupa-se com questões socioambientais relevantes e
urgentes como a degradação da água dos rios. Ainda, “A Educação Ambiental como tema
transversal pretende a ruptura com as propostas pedagógicas tradicionais que fragmentam o
processo educacional, trazendo em si embutida a perspectiva da interdisciplinaridade.”
(BOCHNIAK, IHLENFELD e TORRES, 2002 p.7). Na Conferência de Tbilisi a Educação
Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação,
orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente através de enfoques
interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da
coletividade. Hoje, no Brasil, a Educação Ambiental é tida como tema transversal, e, portanto
deve ser abordada por todas as disciplinas. Considerando a minha realidade educacional e
conhecendo a proposta do Programa Rio Limpo, surge a hipótese de que a utilização deste
Programa pode apresentar possíveis soluções para os problemas ambientais observados na
comunidade e desta forma contribuir para um ativo processo de Educação.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p. 169) a
problematização e o entendimento das consequências de alterações no ambiente permitem
compreendê-las como algo produzido pela mão humana, em determinados contextos
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históricos, e comportam diferentes caminhos de superação. Desta forma, o debate na escola
pode incluir a dimensão política e a perspectiva da busca de soluções para situações
vivenciadas na nossa região, como a falta de saneamento básico, por exemplo.
A educação é reconhecida, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, no Rio de Janeiro em 1992, como papel central para a construção de um
mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado, o que requer responsabilidade
individual e coletiva em níveis locais, nacionais e planetário. Esta educação deve acontecer de
forma que se relacione com a vida do estudante, com sua realidade e necessidades; e não deve
se restringir à preservação dos ambientes naturais intocados, mas também ao combate da
poluição e demais questões que envolvem saneamento, saúde, cultura e decisões políticas de
energia, transporte, educação e desenvolvimento.
Portanto, optou-se pela aplicação do Programa Rio Limpo, pois consiste em um
material elaborado para as escolas do Estado do Paraná, com o propósito de contribuir para a
tomada de posição do papel individual e coletivo de zelarmos pelo planeta em que vivemos.
Objetiva orientar a coerência da ação pedagógica considerando o tema (água) como
“transversal” e, portanto traz embutida a perspectiva da interdisciplinaridade. “A concepção
de ‘transdisciplinaridade e interdisciplinaridade’, aqui contemplada, é a de considerá-las como
atitude de superação de toda e qualquer visão fragmentada e/ou dicotômica que ainda
mantemos quer de nós mesmos, quer do mundo, quer da realidade.” (BOCHNIAK,
IHLENFELD e TORRES, 2002 p. 2)
O objetivo da presente pesquisa foi analisar os processos/resultados, relacionados à
Educação Ambiental, da aplicação do Programa Rio Limpo numa realidade educacional
específica.
Metodologia
No presente trabalho foi aplicado o Programa Rio Limpo: A Intervenção da Escola no
Curso do Rio, com os alunos do Colégio Estadual Anita Canet. O trabalho com os estudantes
teve início no dia 31 de março e término no dia 05 de setembro de 2003. A meta foi realizar
pesquisas-intervenções que fossem assumidas pelos estudantes e que o resultado destas
pesquisas fosse o desenvolvimento da prática de educação ambiental e a produção de material
sobre o tema pesquisado. Para a realização do trabalho foi utilizado material oferecido pelo
Programa Rio Limpo.
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A metodologia escolhida pelo Programa é a da “Pedagogia da Pesquisa”, com a
proposta de pesquisas-intervenção que venham a ser assumidas pela escola e desenvolvida
pelo professor junto a seus alunos. Contendo seis fichas-temas, o Programa sugere que estes
temas sejam trabalhados em cinco Momentos, conforme descritos sequencialmente. As 6
fichas-temas de Pesquisa que contemplam itens, todos eles relacionados à temática do rio, são
as seguintes:
I.
Ambiente Global;
II.
A Água nos Ecossistemas;
III.
A Água e a Agricultura;
IV.
A Água e as Cidades;
V.
Energia;
VI.
Biodiversidade.
Os cinco momentos de cada ficha-tema são assim denominados:
I.
Momento – Pretextando relações;
II.
Momento - Contextualizando problemáticas
III.
Momento – Reciclando ideias;
IV.
Momento – Intervindo para soluções;
V.
Momento - Sistematizando novas produções de conhecimento.
No I Momento, Pretextando relações, os estudantes tomarão conhecimento do
conteúdo dos textos de apoio, contidos no material, sobre cada uma das 6 fichas-temas de
pesquisa. Foi assim denominado, tanto porque diz respeito ao conhecimento prévio de textos
existentes sobre o assunto, quanto porque se constituirá em fundamento teórico para inspirar
os estudantes ao estabelecimento de relações entre os conteúdos dos mesmos e a realidade da
comunidade em que estão inseridos, bem como para o desencadeamento da eventual pesquisa
que se faça necessária e, consequentemente, produção de um novo conhecimento sobre a
temática.
No II Momento, Contextualizando problemáticas, os estudantes entrarão em contato
direto com a realidade local da sua comunidade, com a intenção de identificar problemas
existentes com relação aos assuntos temas, vão colher dados relativos à situação como um
todo, preparando-se para o debate e tomada de posições previstas para o próximo Momento.
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O III Momento, Reciclando Ideias, destina-se a discussão de tudo o que se tenha visto
nos textos e na observação do contexto em que se situa a temática em questão: definições de
problemas a serem resolvidos com a pesquisa-intervenção; sugestão de soluções para as
questões contempladas; levantamento das facilidades, dificuldades, possibilidades e
limitações para o desenvolvimento das soluções apontadas; alternativas de responsabilização
de pessoas e instituições locais, internas ou externas para adoção de medidas que se façam
necessárias; eventuais consultas a esses responsáveis e aprofundamento teórico sobre o
assunto.
No IV Momento, Intervindo para soluções, os estudantes elegerão o problema a ser
solucionado (com a intervenção pretendida) por meio da elaboração de um projeto e então se
desencadeará todas as ações previstas. O roteiro da elaboração deste projeto será realizado
pelo professor junto com os estudantes e deve conter todos os detalhes que se fizerem
necessários, como: o que será feito, quando, onde, por quem, com que recursos, etc.
O V Momento, Sistematizando novas produções de conhecimento, é reservado à
elaboração de um relatório de pesquisa ou uma avaliação do projeto desenvolvido,
apresentando os diversos aspectos do mesmo e os dados comprobatórios, tais como: fotos,
filmagens, trabalho dos estudantes, redações, poesias, desenhos, gravações em fitas cassete e
outros. A sugestão é que a redação seja feita com fundamentação teórica retirada dos textos
de apoio do material ou de outros textos que se possa consultar, e que contemplem análise
consistente, crítica, própria de quem se assume sujeito da História. As experiências mal
sucedidas, quando devidamente analisadas, também se constituam em nova produção de
conhecimento e podem trazer subsídios para a solução de problemas.
Finalmente, a sugestão é que para a tomada de posição com relação a qual intervenção
desenvolver, os professores, primeiramente, realizem todos os exercícios e atividades
previstos nos I, II e III momentos das 6 fichas-temas. Desta forma, as seis fichas temas serão
trabalhadas nos três primeiros momentos e então será eleito um tema para se trabalhar o
quarto e quinto momento.
Desenvolvimento
Sequencialmente, relata-se a descrição e interpretação das experiências vivenciadas
com o desenvolvimento do Programa Rio Limpo pelos estudantes do Colégio Estadual Anita
Canet, realizadas em concordância com o material didático de apoio deste Programa.
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No I Momento, Pretextando relações, os estudantes tomaram conhecimento do
conteúdo dos textos de apoio, contidos no material, sobre cada uma das 6 fichas-temas de
pesquisa, e também realizaram algumas leituras complementares.
Objetivou-se, tanto o
conhecimento prévio de textos existentes sobre o assunto, quanto de se constituir em
fundamento teórico para inspirar os estudantes ao estabelecimento de relações entre os
conteúdos dos mesmos e a realidade da comunidade em que estão inseridos, bem como para
desencadear a eventual pesquisa que se faça necessária e, consequentemente, produção de um
novo conhecimento sobre a temática.
Para a primeira ficha-tema, Ambiente Global, o material de apoio ofereceu os textos
indicados (Programa Rio Limpo, 2002, p. 9-27), que foram lidos e depois discutidos pelos
estudantes. Também foi lido e debatido o livro: “O Meio Ambiente em Debate” de Samuel
Murgel Branco. Cada dupla de alunos leram e apresentaram em forma de seminários um dos
capítulos do livro. No primeiro encontro, no dia 31 de março de 2003, foi feita uma
explanação do projeto e como seriam os encontros seguintes. Na seqüência, realizou-se em
conjunto a leitura do artigo: “A Terra Pede Socorro” da Revista Veja, edição 1765, ano 35, nº
33 de 21 de agosto de 2002, p. 80-87. Pediu-se que os estudantes refletissem sobre o que foi
lido. Depois foi dividida a classe em duplas, os textos do material de apoio foram entregues e
foi pedido que as duplas se preparassem para o seminário que se iniciaria no próximo
encontro. Durante três encontros, ou seja, nos dias 1,7 e 8 de abril, foram apresentados os
seminários sobre os textos do material de apoio. Procedendo da mesma forma, foram
realizados os seminários sobre o livro “O Meio Ambiente em Debate”, o qual foi realizado em
dois encontros, nos dias 14 e 15 de abril.
Na segunda Ficha Tema: A água nos Ecossistemas, foram lidos os textos indicados do
material de apoio do Programa Rio Limpo (programa Rio Limpo, 2002, p. 31-53). Esses
seminários foram realizados em três encontros, nos dias 6, 7 e 13 de maio; e houve
participação intensa de todos os estudantes. Para encerrar o I Momento da segunda fichatema, A água nos ecossistemas, foi lido em conjunto e discutido o texto: Como se pode
auxiliar o rio a recuperar-se; do livro: Poluição: a morte de nossos rios, de Samuel M. Branco,
p. 124 e 125. Esse trabalho foi realizado em um encontro, no dia 14 de maio.
Na terceira ficha-tema, A água e a agricultura, foram lidos os textos indicados do
material de apoio do Programa Rio Limpo (Programa Rio Limpo, 2002, p. 59-79). A classe se
dividiu em sete equipes de dois ou três integrantes e cada equipe escolheu dois textos para
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lerem e apresentarem para a turma. Esses seminários foram apresentados em dois encontros
os quais ocorreram nos dias 27 de maio e 02 de junho.
Na quarta ficha-tema, A água e as cidades, foram lidos os textos indicados do material
de apoio do Programa Rio Limpo (Programa Rio Limpo, 2002, p. 85-112). A classe se dividiu
em sete equipes de dois ou três integrantes e cada equipe escolheu dois textos para lerem e
apresentarem para a turma. Esses seminários foram apresentados em dois encontros os quais
ocorreram nos dias 09 e 10 de junho. No dia 16 de Junho foi realizado uma dinâmica com
base na leitura do “Suplemento Especial” do Jornal Gazeta do Povo, Cidade: o impacto das
áreas urbanas na natureza, Curitiba, 5 de junho de 2003. A turma se dividiu em quatro equipes
de 5 alunos cada. As equipes escolheram um dos temas abordados no jornal para fazer uma
pequena representação teatral do comportamento humano.
Na quinta ficha-tema, Energia, foram lidos os textos indicados do material de apoio do
Programa Rio Limpo (Programa Rio Limpo, 2002, p. 117-131). Os textos foram apresentados
como os anteriores, em forma de seminários. A turma foi dividida em sete equipes e cada
equipe apresentou 1 texto previamente escolhido. Esta atividade foi realizada em um
encontro, no dia 30 de junho.
Na sexta ficha-tema, Biodiversidade, foram lidos os textos indicados do material de
apoio do Programa Rio Limpo (Programa Rio Limpo, 2002, p. 135-152). A classe se dividiu
em sete equipes de dois ou três integrantes e cada equipe escolheu dois textos para lerem e
apresentarem para a turma. Esses seminários, com breves debates sobre os textos, foram
apresentados em três encontros os quais ocorreram nos dias 8, 14 e 15 de julho. Na sequência
foi assistido o vídeo, lido os artigos e debatido a Coleção Biomas da Fundação Boticário de
Proteção à Natureza. Os estudantes gostaram muito do material e ficaram motivados com esta
atividade, a qual se deu em dois encontros que aconteceram nos dias 21 e 22 de julho.
Segue o relato das experiências vivenciadas no II Momento, Contextualizando
Problemáticas, com as seis fichas-temas sendo abordadas sequencialmente.
No II Momento, Contextualizando problemáticas, os estudantes entraram em contato
direto com a realidade local da sua comunidade, com a intenção de identificar problemas
existentes com relação aos assuntos temas, colhendo dados relativos à situação como um
todo, preparando-se para o debate e tomada de posições previstas para o III Momento.
No III Momento, Reciclando Ideias, foi realizada a discussão de tudo o que foi visto
nos textos e na observação do contexto em que se situa a temática em questão. Foram
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definido os problemas a serem resolvidos com a pesquisa-intervenção e dado sugestão de
soluções para as questões contempladas. Foi realizado um levantamento das facilidades,
dificuldades, possibilidades e limitações para o desenvolvimento das soluções apontadas.
Também alternativas de responsabilização de pessoas e instituições locais, internas ou
externas para adoção de medidas que se fizessem necessárias, assim como eventuais consultas
a esses responsáveis. Também foi realizado um aprofundamento teórico sobre o assunto a ser
pesquisado.
No IV Momento, Intervindo para soluções, os estudantes elegeram a segunda fichatema – A água nos ecossistemas - como o problema prioritário a ser solucionado (com a
intervenção pretendida) por meio da elaboração de um projeto e então se desencadeou todas
as ações previstas. O roteiro da elaboração deste projeto foi realizado pelo professor junto
com os estudantes e conteve todos os detalhes que se fizerem necessários, como: o que será
feito, quando, onde, por quem, com que recursos, etc. Para elaboração do projeto foi realizado
os seguintes exercícios: Foi descrito detalhadamente o problema a ser resolvido, o que se
sabia dele, quais os fatores que o determinavam, como ele se manifestava, onde ele existia,
quem é afetado pelo problema, quais as consequências do problema, e o que poderíamos fazer
para contribuir para a solução da problema, quais ações e meios ao nosso alcance, e quais as
fora do nosso alcance...
Na sequência foi redigido o projeto elaborado para a realização da pesquisaintervenção. Segue o projeto: “RIO VIVO”
Proposta: Realizar um encontro com a comunidade, nas dependências do Colégio, para
tratar de problemáticas ambientais relacionadas ao rio. Com palestras e conferências,
exposição das fotos e dos trabalhos dos alunos, caixa de sugestões com propostas de soluções
de problemas observados para serem enviadas aos órgãos competentes, e lanche de
confraternização. Para as conferências, será eleito um delegado e um facilitador. Depois será
escolhida com os estudantes uma proposta para ser enviada para a Conferência Municipal do
Meio Ambiente.
Diagnóstico: Os rios e córregos próximos ao Colégio Estadual Anita Canet recebem
esgoto não tratado, lixo oriundo das valas que neles desembocam, agrotóxicos carregados
pelas chuvas, e chorume infiltrado no solo gerado pelos dejetos de animais em criadouros.
Além do descuido com os rios há pouca preocupação com o desperdício na utilização da água.
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Prognóstico: Este encontro com a comunidade pode gerar mudanças no modo de
pensar e agir de cada cidadão participante.
Proposta Técnica:
As palestras e conferências no Colégio abordarão os seguintes temas:
1. Poluição das águas;
2. Como cuidar dos nossos rios;
3. Como evitar desperdício da água;
4. Coisas simples que podemos fazer para defender a natureza;
Os delegados e facilitadores auxiliarão nas conferências. Durante os intervalos ficarão
expostas as fotos e trabalhos dos alunos, e a caixa para sugestões com propostas de soluções
de problemas observados para serem enviadas aos órgãos competentes. No encerramento
haverá um lanche de confraternização.
O projeto foi executado conforme tinha sido previsto. Houve a participação de 126
pessoas, realizando perguntas e observações nas conferências. A exposição foi bastante
visitada e na caixa de sugestões haviam elogios ao trabalho realizado. Nesta caixa haviam as
seguintes sugestões:
1. Construção de uma mini-estação de tratamento de esgotos;
2. Instalação de rede coletora de esgotos;
3. Colocação de cestos de lixo reciclável e orgânico no Colégio;
4. Mediante a conferência das contas de água premiar as famílias que mais
economizaram com a isenção do pagamento da mesma, e
5. Realizar mais encontros como este.
Este IV Momento do programa Rio Limpo foi muito importante e significativo para os
alunos, que participaram com grande entusiasmo. Na avaliação do evento, os estudantes
estavam satisfeitos e realizados com o sucesso do mesmo. Na eleição do tema para
apresentação na Conferência Municipal do Meio Ambiente foi escolhido “Economia de água”
com a premiação das famílias que mais economizassem nas suas contas de água residenciais.
Os debates e elaboração do projeto foram realizados em três encontros nos dias 19, 20 e 21 de
agosto. No dia 22 foi aprovado o mesmo pela direção do Colégio e do dia 23 ao dia 29 foram
os preparativos para o evento “Rio Vivo”.
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O V Momento, Sistematizando novas produções do conhecimento, foi reservado à
elaboração de uma avaliação do projeto desenvolvido, apresentando os diversos aspectos do
mesmo. Após discussões e análises foi redigido, em conjunto, o seguinte texto:
“ENTRE NA LUTA EM DEFESA AO MEIO AMBIENTE”
No decorrer dos anos o homem não tomou os devidos cuidados com os rios e hoje
temos que consertar o estrago que foi feito! Qualquer degradação no ambiente causará
desequilíbrios nos cursos d’água e na população circunvizinha. Esta é a preocupação que
justifica a sua preservação. Para o consumo humano, animal ou industrial, a água necessita
estar dentro de parâmetros de qualidade, compatível com seu uso. Para isso existem diferentes
tipos de tratamento da água. Quanto mais poluída for a água mais caro será seu tratamento e
este gasto possivelmente revertido no bolso do consumidor. No entanto o brasileiro é
acostumado a uma conta de água barata e não faz o menor esforço para evitar a poluição dos
rios e/ou o desperdício. O Colégio Estadual Anita Canet situa-se numa região próxima a
vários rios e observam-se tristes quadros de poluição. Felizmente todos nós podemos ajudar a
proteger e recuperar nossos rios. A proteção dos mananciais que ainda estão conservados e a
recuperação daqueles que já estão prejudicados, são modos de conservar a água ainda
existente... Atitudes simples podem ajudar a salvar nossos rios. Cada indivíduo pode tonar-se
um “detetive do vazamento de água”, por exemplo, é só ficar atento nas torneiras, nos
banheiros atrás da parede, na mangueira do jardim... Não cruzar os braços, detectando um
vazamento detê-lo imediatamente. Outras atitudes simples são não deixar torneiras abertas,
consertar chuveiros que vivem pingando, não lavar carro ou calçadas com mangueiras, evitar
banhos demorados, economizar energia, não jogar lixo em lugares inapropriados, separar o
lixo reciclável e transformar o lixo orgânico em adubo. Mas para cuidamos dos nossos rios
podemos fazer ainda mais se nos organizarmos em comunidade. Podemos ainda nos
organizarmos em mutirões para atitudes conjuntas de melhoria na nossa região, como por
exemplo, limpeza das margens dos rios e plantação de mudas nativas para recuperação da
mata ciliar. Lembre-se, a responsabilidade de cuidar dos nossos rios é de todos, ou seja, é a
soma da contribuição de cada um de nós.
O V Momento foi o mais difícil para os estudantes. No entanto, quando o texto foi
concluído, e lido para a apreciação de toda a classe, os estudantes sentiram-se orgulhosos pelo
trabalho realizado. Esta atividade foi feita em três encontros, os quais aconteceram nos dias
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08, 09 e 15 de setembro, encerrando-se então o V Momento e a execução do Programa Rio
Limpo.
Conclusão
O Programa Rio Limpo despertou nos estudantes um novo modo de pensar e agir em
relação às problemáticas ambientais. Em contato com textos diversos perceberam quantos e
quão sérios são os problemas que temos que enfrentar para salvarmos nosso planeta. Com a
observação da realidade local perceberam que estes problemas não estão distantes de nós, mas
sim fazem parte da nossa realidade, do nosso cotidiano, e que está em nossas mãos fazermos
algo para mudar este quadro. A experiência vivenciada com os estudantes demonstrou a
importância de se divulgar atitudes simples que contribuam para a preservação, conservação e
recuperação de nossos rios e da vida na Terra.
Elaborar e executar um projeto foi uma experiência nova e marcante para os
estudantes. Eles se sentiram capazes de trabalhar em grupo e de mobilizarem a comunidade
em prol de um objetivo comum. Analisaram o que fizeram num momento reflexivo e também
gratificante de auto-avaliação, pois escreveram sobre o que tinham apreendido e construído de
conhecimento relevante ao longo de todo o processo.
O Programa Rio Limpo mostrou-se muito eficiente quanto aos textos sugeridos para a
leitura, fazendo uma contextualização e operacionalização dos temas envolvidos. No entanto,
é um Programa muito extenso, demandando uma grande carga horária para ser realizado. Este
fato fez com que os professores não se interessassem pela sua execução, devido aos seus
comprometimentos com os conteúdos específicos de suas respectivas disciplinas.
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Vídeos:
Proteja os Rios da Bacia do Alto Iguaçu. Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
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Não Polua a Água. Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Programa de
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