Agenda Economica Dezembro:layout 1 1/12/2011 21:44 Page 1 ANO IX – Nº 126 – dezembrO de 2011 CORECON-MG e PUC Minas promovem Ciclo de Debates Evento realizado em duas etapas reuniu economistas, estudantes e professores e contou com a participação de importantes nomes da área econômica E m parceira com a PUC Minas, o Conselho Regional de Economia de Minas Gerais – CORECON-MG realizou o Ciclo de Debates abordando temas relevantes para a economia regional e nacional. A primeira etapa, uma homenagem ao economista Antonio Barros de Castro, realizada no dia 27 de outubro, contou com palestras do economista, escritor e professor Ricardo Bielschowsky, do economista Cézar Manoel de Medeiros e da economista Ana 2 3 Célia Castro. Na segunda etapa, que aconteceu no dia 9 de novembro, o economista Carlos Lessa apresentou a palestra “China x Brasil: uma reflexão”. O evento foi realizado no Campus Coração Eucarístico da PUC Minas e reuniu um grande número de estudantes de Ciências Econômicas, professores e economistas, contando ainda com a presença de representantes das instituições organizadoras e do Sindicato dos Economistas de Minas Gerais – SINDECON. LEIA MAIS NAS PÁGINAS 4 E 5 eleições corecon-MG 2011 Confira quais foram os candidatos eleitos e os que tiveram seus nomes aprovados no processo eleitoral. HoMenaGeM Economistas mineiros são homenageados pelos 60 anos de regulamentação da profissão no Brasil Gincana 8 3ªMineira de econoMia Alunos da UFU são os primeiros colocados em evento que reuniu diversas instituições de ensino de Minas Gerais. Agenda Economica Dezembro:layout 1 1/12/2011 21:44 Page 2 REGIONAL Fórum econômico em Itajubá-MG O VI Fórum Econômico da FACESM – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas foi realizado no dia 19 de outubro, no Parque de Exposições Agropecuárias da cidade de Itajubá – MG e contou com o apoio do CORECON-MG. O evento, que teve como tema principal “Desenvolvimento Econômico Regional”, abordou o assunto “Políticas Públicas e Desenvolvimento Econômico Regional”. O objetivo principal foi o de debater questões políticas e econômicas O conselheiro federal do CORECON-MG, atuais e de grande relevância para a comuniWilson Benício Siqueira, com os organizadores dade acadêmica, contextualizadas aos cenádo VI Fórum Econômico da FACESM rios regional e nacional, contribuindo para a difusão do pensamento econômico. CESM, professor Hector Gustavo Arango; o coorMarcaram presença no evento alunos dos Curdenador do Curso de Administração de Empresas sos de Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e da FACESM, professor Ronaldo Sales Abranches; o Administração da FACESM e representantes da insdiretor de ensino da FACESM, professor José Cartituição organizadora: o presidente do Centro Relos Rodrigues; e o vice-presidente do CEREC, progional de Cultura (CEREC) e coordenador do Curso fessor Maurílio G. Magalhães. de Ciências Econômicas da FACESM, professor CiOs palestrantes convidados, o economista e rineu Ferreira dos Santos; o diretor geral da FAconselheiro federal do CORECON-MG Wilson Be- Apoiado pelo CORECON-MG, evento tradicional da FACESM reúne estudantes e economistas em noite de palestras e debates econômicos nício Siqueira e o professor Hector Gustavo Arango, falaram sobre políticas públicas brasileiras, desafios do cenário macroeconômico, reflexos da crise econômica mundial no Brasil, fatores de influência no desenvolvimento econômico regional e nacional (PIB, empregabilidade, investimentos, taxas de juros) e perspectivas para a economia brasileira e regional, dentre outros assuntos. Os palestrantes também fizeram perguntas entre si e responderam outras formuladas pelos participantes. Ao final do evento, os alunos do Curso de Ciências Econômicas da FACESM Marcos Giovani Luiz Ribeiro e Nayla Daniella Costa receberam uma homenagem da instituição por terem obtido o terceiro lugar na 3ª Gincana Mineira de Economia, realizada pelo CORECON-MG nos dias 29 e 30 de setembro de 2011. O Fórum Econômico da FACESM tem edição anual e é realizado desde 2006, sempre abordando temas da economia regional. ELEIÇÕES CORECON-MG 2011 Economistas elegem novos conselheiros e aprovam nomes para os cargos de presidente e vice-presidente No dia 28 de outubro de 2011, o Conselho Regional de Economia de Minas Gerais – CORECON-MG realizou suas eleições para renovação do primeiro terço de conselheiros regionais (efetivos e suplentes) e delegado eleitor junto ao colégio eleitoral do Conselho Federal de Economia – COFECON, para os exercícios de 2012, 2013 e 2014. Na mesma ocasião, houve consulta para os cargos de presidente e vice-presidente, para o exercício de 2012. Tiveram direito a votar todos os economistas registrados no CORECON-MG, inclusive os remidos, e em dia com o pagamento de suas anuidades. A Chapa “Conhecimento, Responsabilidade e Confiança” elegeu, para o cargo de conselheiro efetivo, os candidatos: José Roberto de Lacerda Santos, Antônio de Pádua Galvão e Marcelo Pereira de Mendonça. Como conselheiros suplentes foram eleitos: Silvânia Maria Carvalho de Araújo, Antônio de Pádua Ubirajara e Silva, e Leonardo Pontes Guerra. Para os cargos de delegado eleitor efetivo e suplente foram eleitos, respectivamente, Wilson Benício Siqueira e Marcelo Pereira de Mendonça. Na consulta para presidente e vice-presidente do CORECON-MG Marcelo Pereira de Mendonça e Cláudio Gontijo tiveram seus nomes aprovados. A ata com todas as informações referentes às eleições 2011 encontra-se disponível na sede do CORECON-MG: Rua Paraíba, 777 – Funcionários – Belo Horizonte – MG. EXPEDIENTE Presidente: Cândido Luiz de Lima Fernandes I Vice-presidente: Cláudio Gontijo I Conselheiros Efetivos: Alice Maria Souza Toscano, Antônio de Pádua Galvão, Cândido Luiz de Lima Fernandes, Cláudio Gontijo, Daniela Almeida Raposo Torres, Fabrício Augusto de Oliveira, José Roberto de Lacerda Santos, Lourival Batista de Oliveira Júnior, Pedro Paulo Moreira Pettersen I Conselheiros Suplentes: Aloysio Afonso Rocha Vieira, Carlos Maurício de Carvalho Ferreira, Cézar Manoel de Medeiros, Ronaldo Lamounier Locatelli, Róridan Penido Duarte I Conselheiros Federais: José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, Marcelo Pereira Mendonça, Wilson Benício Siqueira I Delegados Regionais: Governador Valadares – Douglas dos Santos Barduzzi; Itajubá – Maurílio Gomes de Magalhães; Itaúna – Ruperto Benjamin Cabanellas Vega; Juiz de Fora – Maria Isabel da Silva Alvim; Montes Claros – Aloysio Afonso Rocha Vieira; Poços de Caldas – David Rebelo Fiorito; São João Del Rei – Luiz Eduardo de Vasconcelos Rocha; Sete Lagoas – Jason de Oliveira Duarte; Uberaba – Cássio Silveira da Silva; Uberlândia – Leonardo Baldez Augusto; Viçosa – Evonir Pontes de Oliveira. AGENDA ECONÔMICA: Comissão Editorial: Cláudio Gontijo, Daniela Almeida Raposo Torres e Fabrício Augusto de Oliveira Jornalista Responsável: Emilson Corrêa – MTB-MG 13.240 JP — [email protected] Diagramação: Roger Simões — [email protected] I Impressão: Work Print — [email protected] Tiragem: 5.000 exemplares I Endereço para correspondência: Rua Paraíba, 777, Funcionários — CEP 30130-140 — Belo Horizonte — MG I Tel.: (31) 3261-5806 — Fax: (31) 3261-8127 — [email protected] — www.portaldoeconomista.org.br ÓRGÃO INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA DE MINAS GERAIS 2 AGENDA ECONÔMICA | DEzEMbRO 2011 Agenda Economica Dezembro:layout 1 1/12/2011 21:44 Page 3 hOMENAGEM COFECON e CORECON-MG homenageiam economistas mineiros Dois economistas mineiros têm seu trabalho reconhecido no ano de comemoração dos 60 anos de regulamentação da profissão no Brasil O Conselho Federal de Economia – COFECON prestou homenagem a dois economistas mineiros, reconhecendo os serviços prestados por eles em diversas áreas da economia mineira e brasileira, reforçando a importância dos 60 anos de regulamentação da profissão de economista no país, comemorada em agosto deste ano. O Conselho Regional de Economia de Minas Gerais – CORECON-MG foi incumbido de realizar a entrega do troféu concedido pelo COFECON. No dia 7 de novembro, o economista Paulo Roberto Haddad foi recebido na sede do CORECON-MG, quando o presidente da instituição, Cândido Luiz de Lima Fernandes, e os conselheiros Fabrício Augusto de Oliveira, José Roberto de Lacerda Santos, Alice Maria Souza Toscano, Carlos Maurício de Carvalho Ferreira, Marcelo Pereira de Mendonça e Wilson Benício Siqueira realizaram a homenagem e fizeram a entrega do troféu. Paulo Roberto Haddad possui especialização em Planejamento Econômico pelo Instituto de Estudos Sociais de Haia (Holanda); é professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, presidente da Phorum Consultoria e Pesquisas em Economia Ltda. e diretor da AERI – Análise Econômica Regional e Internacional Ltda. Na área pública exerceu os cargos de Ministro da Fazenda e do Planejamento da República Federativa do Brasil (1992-1993) e de Secretário da Fazenda e do Planejamento do Estado de Minas Gerais. Ao ser homenageado, Haddad disse que se sentia honrado e muito feliz e ter sido escolhido entre tantos profissionais capacitados que atuam em Minas Gerais. “Fico sensibilizado com a homenagem do COFECON e do CORECON-MG, ao me distinguir na solenidade comemorativa dos 60 anos de realizações de nossa profissão”, declarou. Paulo Haddad recebendo homenagem do presidente do CORECON-MG. Carlos Alberto Teixeira de Oliveira No dia 12 de dezembro, o economista Carlos Alberto Teixeira de Oliveira também receberá a homenagem prestada pelo COFECON, por intermédio do CORECON-MG. A entrega do troféu será realizada durante evento no Espaço Amadeus, em Belo Horizonte, no qual o homenageado vai apresentar a palestra “Economia Brasileira 2011/2012: Retrospectiva, Vicissitudes e Perspectivas diante dos Cenários de Crise Internacional, de Desindustrialização e de Reprimarização”. Na ocasião haverá a posse da nova diretoria da Associação dos Economistas de Minas Gerais – ASSEMG e lançamento do livro “Securitização: novos rumos do mercado financeiro”, de autoria dos economistas Cláudio Gonçalves dos Santos e Luiz Roberto Calado. Carlos Alberto Teixeira de Oliveira é doutor em Ciências Econômicas, presidente da Associação dos Economistas de Minas Gerais – ASSEMG, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de Minas Gerais – IBEFMG e editor-geral da Revista MercadoComum, já tendo sido presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG. AGENDA ECONÔMICA | DEzEMbRO 2011 3 Agenda Economica Dezembro:layout 1 1/12/2011 21:44 Page 4 CICLO DE DEBATES Evento debate o pensamento econômico contemporâneo O Conselho Regional de Economia de Minas Gerais – CORECON-MG, em parceria com o Sindicato dos Economistas de Minas Gerais – SINDECON-MG, Associação dos Economistas de Minas Gerais – ASSEMG e Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas, realizou ciclo de debates, voltado para estudantes de Ciências Econômicas, para valorizar e difundir o pensamento econômico contemporâneo. A primeira palestra, realizada no dia 27 de outubro, no Campus Coração Eucarístico da PUC Minas, foi uma homenagem ao economista Antonio Barros de Castro, falecido em agosto deste ano, e teve como palestrantes convidados o economista e escritor Ricardo Bielschowsky, a economista Ana Célia Castro e o economista e escritor Cézar Manoel de Medeiros. Além de mais de 100 convidados, estiveram presentes o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Clélio Campolina, o economista e vice-presidente do CORECON-MG Cláudio Gontijo, o economista, conselheiro do CORECON-MG e professor da PUC-MG Pedro Paulo Moreira Pettersen, o professor do IPEAD Wanderley Ramalho, e a professora e coordenadora do Curso de Ciências Econômicas da PUC Minas Ana Maria Botelho. O palestrante convidado, Calos Lessa, ao lado do presidente do CORECON-MG, Cândido Luiz de Lima Fernandes 4 AGENDA ECONÔMICA | DEzEMbRO 2011 Os palestrantes e organizadores do evento em homenagem a Antonio Barros de Castro O economista e escritor Ricardo Bielschowsky fez um relato da trajetória profissional e acadêmica de Barros de Castro, destacando suas contribuições como economista, professor e pesquisador. “Antônio Barros de Castro era um economista essencialmente não teórico, e aplicado. Era extremamente engajado na vida do brasileiro; tinha um otimismo histórico, uma visão social e política voltada para a transformação econômica e valorizava o nacionalismo. Era nacionalista no melhor sentido da expressão”, disse Bielschowsky. Ele também apontou que Barros de Castro “era um polemizador, um debatedor por natureza, um refutador de dogmas”. Cézar Manoel de Medeiros falou a respeito de seu relacionamento pessoal e profissional com Barros de Castro, tendo sido este seu professor e orientador no Curso de Doutorado em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), no início da década de 1970. Ele destacou a contribuição de Barros de Castro na projeção de cenários visando à implementação do programa estratégico de investimentos da década de 1990 para a Acesita e como Agenda Economica Dezembro:layout 1 1/12/2011 21:44 Page 5 LIvRO As muitas Minas: ensaios sobre a economia mineira No dia 19 de novembro, em parceria com a Livraria Leitura, o CORECON-MG lançou o livro “As muitas Minas: ensaios sobre a economia mineira”, publicado pela instituição. O evento de lançamento aconteceu na Leitura Megastore BH Shopping, em Belo Horizonte, e foi prestigiado por economistas, professores, estudantes de Ciências Econômicas e profissionais de diversas áreas. O livro, organizado pelos economistas Fabrício Augusto de Oliveira e Wilson Benício Siqueira, é uma coletânea de artigos que versam sobre temas como economia, tecnologia, indústria, demografia e urbanismo, e traça o perfil do estado de Minas Gerais nas últimas décadas, apresentando seus principais desafios, oportunidades e potencialidades. “O livro se encontra disponível na Livraria Leitura Megastore do BH Shopping, ao preço de R$ 24,90”. líder de criação das proposições para discutir as diretrizes estratégicas de um Novo Plano Nacional de Desenvolvimento, como instrumento para elaboração de novas estratégias para o Banco do Brasil na década de 1990. A economista e viúva do homenageado, Ana Célia Castro, falou de seu convívio por cerca de 42 anos com aquele que foi, além de companheiro de todos os momentos, um grande mentor intelectual e exemplo como chefe de família, marido, pai, professor, pesquisador e referência do pensamento econômico contemporâneo. Ana Célia falou sobre as obras inéditas de Barros de Castro (artigos e textos) que deverão ser publicadas futuramente e sobre a criação do web site Centro Antônio Barros de Castro (CABC) para discussão do pensamento econômico estruturalista e outras temáticas ligadas às obras e à linha de trabalho do economista homenageado. No dia 9 de novembro, também no Campus Coração Eucarístico da PUC Minas, o economista, escritor e professor Carlos Lessa apresentou a palestra “China x Brasil: uma reflexão”. Na ocasião, além de mais de 120 estudantes de Ciências Econômicas, o CORECON-MG esteve re- presentado pelo seu presidente, Cândido Luiz de Lima Fernandes, pelo vice-presidente, Cláudio Gontijo, e pelos conselheiros Pedro Paulo Moreira Pettersen, Marcelo Pereira de Mendonça e Wilson Benício Siqueira; o SINDECON-MG foi representado por seu presidente, Antônio de Pádua Ubirajara e Silva. Carlos Lessa traçou o perfil econômico e tecnológico da China nos dias atuais, destacando o poder que o país vem conquistando por meio de sua atuação comercial e financeira no mundo globalizado dos negócios. “A China, hoje, não quer dominar o comércio mundial por meio de suas finanças e investimentos externos, ela quer ser a primeira do mundo em tecnologia. A meta dos chineses é a de serem detentores da maior e melhor tecnologia mundial, inclusive na área militar”, declarou o palestrante. A seguir, o Lessa fez considerações econômicas, sociais e comerciais a respeito do Brasil, detalhando diversos pontos da economia e das políticas públicas brasileiras, sempre os contrapondo à realidade a China. Ao final, o professor agradeceu ao convite feito pelo CORECON-MG e afirmou ter tido grande prazer em participar do Ciclo de Debates. FICHA TÉCNICA Título: As muitas Minas: ensaios sobre a economia mineira. Área: economia. Organizadores: Fabrício Augusto de Oliveira e Wilson Benício Siqueira. Publicação: CORECON-MG. Ano: 2010. Páginas: 284. Preço: R$ 24,90. AGENDA ECONÔMICA | DEzEMbRO 2011 5 Agenda Economica Dezembro:layout 1 1/12/2011 21:44 Page 6 ARTIGO CARLOS MAuRíCIO DE CARVALHO FERREIRA 1 CâNDIDO LuIz DE LIMA FERNANDES 2 1 6 2 No Brasil existe uma preocupação por um provável processo de desindustrialização da economia causado principalmente pela apreciação do real, além de outros fatores como o elevado custo das empresas nacionais e da inadequação da infraestrutura do País AGENDA ECONÔMICA | DEzEMbRO 2011 Mudança de rumo da economia brasileira As análises e avaliações recentes dos rumos da economia brasileira têm sugerido como tema central a necessidade de controle das despesas do setor público, do aumento da poupança interna e da redução do financiamento do investimento com a poupança externa (saldos negativos da conta corrente do balanço de pagamentos). No meio acadêmico e empresarial há preocupação com a tendência de perda da importância da indústria brasileira, ou seja, de desindustrialização. Dadas as circunstâncias atuais da economia mundial, se faz mister considerar que o ambiente econômico internacional tende a se deteriorar com uma concorrência predatória no mercado internacional que pode resultar em deflação e queda dos preços das exportações. Essas circunstâncias podem implicar na mudança de rumo da macroeconomia brasileira, hoje fortemente orientada para o crescimento econômico baseado nas exportações. Do final da década de 40, e décadas de 60 e 70 do século passado, com forte apelo da Comissão Econômica para a América Latina - CEPAL, o Brasil concentrou a sua a estratégia na Industrialização por Substituição de Importações (ISI). Esse modelo consistia, como o próprio nome indica, em incentivos para substituir produtos importados por produção interna. Na década de 90 o País passou a adotar, gradativamente, a Industrialização Orientada às Exportações (IOE), com o intuito de induzir fortemente a competitividade internacional da economia brasileira. Com a crise financeira e econômica mundial, que continua tendo desdobramentos nos Estados Unidos, nos países integrantes da União Européia (EU), e paises asiáticos, surge uma nova realidade. Nessas circunstâncias, a estratégia de indução do desenvolvimento econômico do País, baseado no forte incentivo às exportações terá um enorme desafio nos próximos anos: todos esses países querem aumentar significativamente suas exportações. Nesse cenário, surgem as disputas ferrenhas pela conquista dos mercados mundiais e defesa dos mercados nacionais. O crescimento econômico induzido pelos Estados Nacionais, ao invés da desaceleração provocada pelos cortes de gastos e “empoçamento” de créditos resultantes das expectativas negativas dessa desaceleração, sugere ser a melhor alternativa de combate à crise. A política macroeconômica de expressiva contenção de gastos e dívida governamentais, levou o economista Paul Krugman a condená-la como um sacrifício bárbaro e inútil de empregos, que aumentará os riscos de maior retração econômica. Contudo, a dotação de recursos naturais e capacitação tecnológica estão longe de serem fatores ubíquos, ou seja, de oferta ilimitada entre regiões e nações; muito provável que em lugar de crescimento econômico a resposta a fortes aumentos de gastos públicos e da impossibilidade de políticas cambiais internas nos 17 paises na zona do euro, nos paises de desenvolvimento assimétrico da União Européia, como a Grécia, seja a aceleração inflacionária. É bom também lembrar que a economia chinesa tornou-se estruturalmente dependente de um modelo de desenvolvimento orientado pelas exportações. Em 2008-2009, quando a crise econômica mundial atingiu a China, o país desencadeou uma decidida política de estímulo interno, estimada em 4 trilhões de yuans (US$ 580 bilhões). Porém, posteriormente, a economia chinesa retomou o seu notável crescimento ancorado nas exportações massivas. No Brasil existe uma preocupação por um provável processo de desindustrialização da economia causado principalmente pela apreciação do real, além de outros fatores como o elevado custo das empresas nacionais e da inadequação da infraestrutura do País. Por outro lado, o cenário atual de moeda valorizada combinada com taxas de juros elevadas faz avançar também a reprimarização da pauta exportadora e a geração interna de manufaturas com alto conteúdo importado. Para inverter esse cenário, a melhor estratégia que se vislumbra para o Brasil, além da expressiva melhoria da produtividade industrial no âmbito microeconômico, e a inovação tecnológica efetiva que resulte em preços competitivos com os produtos importados, é a continuidade do apoio à expansão do mercado interno, considerando que a Industrialização Orientada pelas Exportações encontra seus limites atuais nas imposições estabelecidas na ordem econômica mundial. Impõe-se uma mudança de rumo na economia brasileira, com uma estratégia de maior equilíbrio entre os mercados externo e interno como promotores do desenvolvimento nacional. Para isso, no entanto, torna-se necessário ajustar tanto a política monetária como a fiscal para estimular os investimentos na expansão da capacidade produtiva e impedir que a o maior avanço do consumo interno não desencadeie pressões inflacionárias. 1 Economista e professor titular da UFMG. 2 Economista, professor associado da UFMG e presidente do CORECON-MG. Agenda Economica Dezembro:layout 1 1/12/2011 21:44 Page 7 ARTIGO CLáuDIO GONTIJO Origens da Crise Européia Desde fins de 2009 que o receio de uma crise da dívida soberana desenvolveu-se entre os investidores, preocupados com a capacidade de alguns estados europeus – agrupados sob a denominação pejorativa de PIGS (“porcos”), por incluir Portugal, Itália, Grécia e Espanha (Spain, em inglês) – de honrar as suas dívidas soberanas. Centrada inicialmente nos títulos gregos, a crise logo se espalhou, atingindo os outros membros do “clube”, para não falar na Irlanda – cujo “ingresso” no “clube” fez sua denominação mudar para PIIGS – e nos demais países da União Européia e do mundo. Tendo se aprofundado em 2010, desembocou, a partir de setembro deste ano, em novo pânico generalizado, afetando a economia global, que se recuperava da Grande Recessão, desencadeada pela quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008. Como no caso da Grande Recessão, a crise atual ainda pode atingir dimensões impensáveis. Isto se deve, em primeiro lugar, ao montante da dívida pública dos países da União Européia, que superou € 10 trilhões em outubro, sendo que as necessidades de refinanciamento da zona do euro totalizarão € 1,7 bilhão em 2012 (17,5% do PIB). Em segundo lugar, às expressivas perdas do sistema financeiro, que, segundo sustentam determinados analistas, chegariam a € 400 bilhões (US$ 528 bilhões) somente para os bancos da Eurozona, caso haja efetivamente uma redução de 50% na dívida dos PIIGS. Em terceiro lugar, não somente às dificuldades naturais das lideranças européias em chegar a um acordo para enfrentar o problema, em razão da Zona do euro ser uma comunidade de 17 países so- Enfim, a crise da dívida soberana da Europa é uma conseqüência da Grande Recessão, sendo absurda querer combatê-la com políticas de ajuste recessivo, até porque as mesmas complicam o problema, em lugar de resolvê-lo beranos, mas à predominância da visão ortodoxa, que crê possível o restabelecimento da capacidade dos países endividados para honrar seus compromissos financeiros através de um ajuste recessivo. Caso essa visão – que reflete a concepção do capital financeiro, tornada dominante desde a Era Thatcher-Reagan – continue prevalecendo, impedindo que o Banco Central Europeu (BCE) lidere o processo de reciclagem da dívida soberana dos PIIGS, dificilmente a economia globalizada deixará de vivenciar uma ampliação desmedida da crise atual, de conseqüências imprevisíveis. É claro que a grande mídia divulga a idéia de que essa crise tem origem na irresponsabilidade fiscal dos “porcos”. Todavia, em grande medida, a turbulência européia atual foi gerada a partir da crise de 2008-2009, em razão da expressiva deterioração do balanço financeiro desses países, como conseqüência da queda de 4,4% do PIB do “clube” em 2009. De fato, exceto pela Grécia, que efetivamente apresentou déficits significativos durante o período 2003-2007 (média de 6,2% do PIB), os déficits dos PIGS não foram expressivos, mesmo quando consideradas a Itália (média de 3,3% do PIB) e Portugal (3,9%), se comparados com o déficit do setor público norte-americano (3,5%) (veja Tabela). E quando se exclui a inflação, de modo a se obter o denominado déficit operacional, somente a Grécia terá apresentado, no período, um déficit público acima de 3% do PIB. Em outras palavras, grande parte do desempenho ruim dos PIGS em termos fiscais se deve à inflação mais elevada. balanço Financeiro do Setor Público e dívida Pública Países Selecionados, zona do euro e PIGS, 2002-2010 balanço Financeiro do Setor Público (% PIb) País/região 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Estados Unidos Japão Reino Unido Eurozona* Alemanha França PIGS Itália Espanha Irlanda Grécia Portugal Islândia dívida Pública (% PIb) Estados Unidos Japão Reino Unido Eurozona* Alemanha França PIGS Itália Espanha Irlanda Grécia Portugal Islândia FontE: oCDE Quanto à dívida pública, registre-se, de saída, que, entre os onze países que, por satisfazerem os critérios de convergência do Tratado de Maastricht, foram selecionados para dar início ao euro em janeiro de 1999, apenas Luxemburgo apresentou uma relação dívida/PIB abaixo do teto de 60%, sendo que a dívida belga correspondia a 123,2% do PIB e a italiana de 132,6%. Também quando a Grécia foi autorizada a ingressar, em 2000, a sua relação dívida/PIB era de 101,5%, de forma que se alguém há de ser culpado por dívidas tão elevadas é o Conselho Europeu. De mais a mais, também se pode constatar que, exceto por Portugal, cuja virtual estagnação impediu que ela caísse, para todos os outros PIGS a relação dívida/PIB vinha caindo quando ocorreu a crise, e voltou a cair em 2010. Enfim, a crise da dívida soberana da Europa é uma conseqüência da Grande Recessão, sendo absurda querer combatê-la com políticas de ajuste recessivo, até porque as mesmas complicam o problema, em lugar de resolvê-lo. (*) PhD em Economia, professor da UFMG e vice-presidente do CORECON-MG. AGENDA ECONÔMICA | DEzEMbRO 2011 7 Agenda Economica Dezembro:layout 1 1/12/2011 21:44 Page 8 EvENTO ACADÊMICO 3ª Gincana Mineira de Economia é sucesso no meio acadêmico Com a participação de 14 instituições de ensino de Minas Gerais, a competição teve os alunos representantes da UFU como vencedores A FECHAMENTO AUTORIZADO. PODE SER ABERTO PELA ECT terceira edição da Gincana Mineira de Economia, organizada e promovida pelo CORECON-MG, obteve grande êxito entre os estudantes e as faculdades de Ciências Econômicas de Minas Gerais. Patrocinado pelo Conselho Federal de Economia – COFECON e pela Qualicorp Soluções em Saúde e apoiado pelo Centro Universitário UNA, o evento aconteceu nos dias 29 e 30 de setembro no laboratório de informática do Campus Aimorés do Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte. A 3ª Gincana Mineira de Economia contou com a participação de 28 estudantes de Ciências Econômicas representando 14 universidades e faculdades de Minas Gerais. As instituições que marcaram presença na competição foram: Centro Universitário de Caratinga – UNEC; Centro Universitário de Sete Lagoas – UNIFEMM; Centro Universitário Newton Paiva; Centro Universitário Una; Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas – FACESM; Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-MG; Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES; Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL; Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF; Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG; Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP; Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ; Universidade Federal de Uberlândia – UFU; Universidade Federal de Viçosa – UFV. Os participantes foram recebidos pelos representantes do Centro Universitário UNA, Marco Túlio Carvalho de Souza Andrade – diretor do Núcleo de Carreira e Relações Corporativas, Edvander Luis de Moura – diretor do Instituto de Ciências Sociais e Humanas e Éderson Santos – Coordenador do Curso de Ciências Econômicas, e pelo gerente executivo do CORECON-MG, Flávio Vidigal de Carvalho Pereira. Em seu pronunciamento de abertura, Marco Túlio An- Os alunos vencedores da competição com o professor Paulo Sandroni e o conselheiro Wilson Benício Siqueira drade deu as boas-vindas aos estudantes e destacou a importância da realização de eventos como a Gincana Mineira de Economia no sentido de fortalecer as relações entre as instituições de ensino, seus alunos e as entidades representantes dos profissionais das diversas áreas. O diretor também agradeceu ao CORECON-MG pela parceria firmada com o Centro Universitário UNA, o que, segundo ele, “Vem somar esforços para o aumento da qualidade do ensino superior e fortalecer os laços entre as instituições, servindo de exemplo para outros tantos projetos que envolvem estudantes de diversos cursos e segmentos profissionais”. Os outros representantes presentes também se pronunciaram sobre o evento e saldaram os participantes da Gincana, desejando-lhes boa sorte. Durante os dois dias de duração, os participantes se enfrentaram em uma emocionante disputa proporcionada pelo Jogo da Economia Brasileira. Por meio da resolução de cenários econômicos e de respostas a diversas perguntas sobre teóricos da economia mundial, o Jogo contribuiu para a prática de conhecimentos adquiridos em sala de aula, consolidando o principal objetivo do evento. Os vencedores da Gincana Mineira de Economia de 2011 foram os alunos Bruno Nunes de Paula e Gustavo Chagas Goudard, representando a Universidade Federal de Uberlândia – UFU, que embolsaram o prêmio de R$ 2.000,00. Os estudantes do Centro Universitário UNA, Fernando de Oliveira Linhares e Josiane Rafaella Faleiro ficaram com o segundo lugar e com a premiação de R$ 1.200,00 para a dupla. O terceiro lugar foi conquistado pelos alunos Marcos Giovani Luiz Ribeiro e Nayla Daniella Costa, da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas – FACESM. A estudante da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Luiza Lima Eugênio, foi agraciada com o Dicionário de Economia, do professor Paulo Sandroni, criador do Jogo da Economia Brasileira. A 3ª Gincana Mineira de Economia, a propósito das edições dos anos anteriores, cumpriu seus propósitos, proporcionando aos alunos participantes a oportunidade de testar seus conhecimentos por meio de simulações atuais e contribuindo para a integração entre estudantes de Ciências Econômicas, instituições de ensino e entidade representante dos profissionais de economia em Minas Gerais. O CORECON-MG parabeniza os vencedores e todos os participantes da 3ª Gincana Mineira de Economia e registra agradecimentos especiais ao COFECON, à Qualicorp e ao Centro Universitário UNA. Impresso especial Rua Paraíba, 777 – Funcionários – CEP 30130-140 – Belo Horizonte - MG 9912208423/2008-DR/MG Conselho de economia de minas Gerais - 10ª região COrreIOS DEvolUção GARAntIDA COrreIOS 8 AGENDA ECONÔMICA | DEzEMbRO 2011