AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO A PROBLEMÁTICA DE SER DOCENTE NAS ESCOLAS DE COLNIZA-MT. VAGDA DA SILVA MORAES ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO COLNIZA/2013 AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO A PROBLEMÁTICA DE SER DOCENTE NAS ESCOLAS DE COLNIZA-MT. VAGDA DA SILVA MORAES ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO "Trabalho apresentado como requisito para aprovação de conclusão do Curso de Pósgraduação em Educação Interdisciplinar com Ênfase em Educação Infantil e Alfabetização." COLNIZA/2013 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, a Deus por nos permitir a graça divina em alcançar nossos objetivos, e por nos fazer fortes, enquanto achávamos enfraquecidos. Aos nossos professores, amigos e familiares que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização deste trabalho. DEDICATÓRIA Esse trabalho é dedicado à família, pela compreensão de minha ausência em vários momentos importantes de suas vidas, pela perseverança, amor e dedicação em qual se empenharam para nos motivar em continuar nesta aventura acadêmica. RESUMO Apresentamos um breve histórico sobre os processos educacionais, leis e normativas que norteiam a educação, e uma ressalva sobre a perplexa realidade vivenciada pelos profissionais da educação, que atuam nas escolas da rede pública de Colniza-Mt. Os grandes desafios enfrentados pelo sistema de ensino público no Brasil nos últimos anos vêm causando um descontentamento muito grande nos profissionais que atuam nessa área. Além das inquietantes críticas a que são alvos, os professores também se deparam com situações no mínimo desfavoráveis ao ensino-aprendizagem. A pesquisa aponta para fatores substanciais, que somado ao desrespeito social e econômico em que vivem estes profissionais, acreditamos ser a base da desmotivação docente em nossas escolas. O estudo focalizou o período de 2008-2012 e se baseou em dados quantitativos, obtidos na Secretaria municipal de Educação e Cultura (Semec), ao qual ficou constatado que cerca de 30% dos professores que atendem na rede municipal de Colniza, encontram-se afastados, por motivos de saúde, quase sempre motivados pelo stress causado pela profissão, para melhor fundamentar nosso trabalho buscamos subsídios em fontes bibliográficas. Em dados qualitativos, direcionamos a nossa pesquisa a 03 professores que atuam na rede pública de ensino, na Escola Municipal Bom Jesus, com um questionário exploratório, foi possível obter informações que nos ajudaram a compreender como se dá este processo de desestrutura educacional. Infelizmente os resultados apontam para soluções ainda longínquas em que os obstáculos superam as expectativas. Diante as reais circunstâncias, percebe-se que a educação caminha para um desfiladeiro, arrastando consigo a dignidade daqueles que a defendem, vitimando alunos e professores, nos tornando reféns da intolerância dos humana. Palavras- chave: Desmotivação docente; desvalorização do professor; declínio da educação; SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................06 1. CAPÍTULOI: PROCESSOS EDUCACIONAIS E O TRABALHO DOCENTE..............09 2. CAPITULO II: DESVALORIZAÇÃO DO PROFESSOR...............................................12 2.1 Remuneração condigna............................................................................................14 2.2 DESMOTIVAÇÃO DOCENTE: ação-consequência..................................................17 3. CAPITULO III: A PROBLEMÁTICA DE COLNIZA: condições de trabalho.................20 CONCLUSÃO..................................................................................................................24 REFERÊNCIAS...............................................................................................................26 INTRODUÇÃO As circunstâncias atuais que se encontra a rede pública de ensino é o que nos impulsiona a refletir sobre como o profissional docente é visto na instituição a qual faz parte, o quanto se investe no potencial desse profissional e a tamanha responsabilidade que lhe é atribuída, preparar o educando para os desafios de uma sociedade promíscua e cheia de preconceitos. Diante deste dilema, nos sentimos encorajados a nos aprofundarmos neste contexto, retomar como ponto de partida a função social e educacional do professor, a importância do mesmo na construção sociocultural de uma nação. Tendo em vista, que estamos em busca de uma educação libertadora, que almeja e aspira ao desejo de superação para que não mais possa existir a contradição entre educador e educando, visando o bem estar social e de transformação da sociedade. Partindo desse pressuposto é possível perceber o quanto é difícil o trabalho do professor, não sejamos hipócritas, pois já é sabido que o professor já não tem mais o mesmo prestígio que o referenciava em tempos passados, a realidade é que são ridicularizados e desprovidos de direito algum, além de serem vítimas da violência sofrida pelos alunos e alvo de críticas pelo fracasso da educação. Em Colniza esta realidade não é diferente, porém, as dificuldades são mais intensificadas, por motivos múltiplos que vão desde a descompensação financeira a desestrutura familiar, fato é que compartilhamos das mesmas dificuldades e da indiferença daqueles que detêm o poder público. Diante desse cenário, fez-se necessário a elaboração e execução desta pesquisa com a finalidade de compreender os processos educacionais, voltado para a valorização do professor, uma vez que se encontram em estado de proletarização, enquanto a sociedade se mantém obtusa a tal situação. Afim de melhor compreendermos a este dilema social, realizamos a pesquisa na Escola Municipal Bom Jesus, e norteamos nossa entrevista a três docentes que atuam nesta instituição de ensino há mais de quinze anos, atendendo a alunos das séries iniciais ao fundamental, e também Educação continuada para jovens e adultos 07 através da modalidade - EJA. Com base nas informações obtidas, elencamos os seguintes questionamentos: Quais as maiores dificuldades enfrentadas na escola em que trabalha? Como educador, já se sentiu desencorajado a continuar nesta profissão? Já se sentiu lesado em seus direitos constitucionais? Na relação aluno/professor, já sofreu algum tipo de violência? Além das questões propostas temos como objetivos analisar as políticas educacionais que só aumentam as exigências, sem garantir-lhes os direitos adquiridos como: plano de carreira, piso salarial e melhores condições de trabalho. Primeiro realizamos um levantamento bibliográfico e em sites específicos, logo após fizemos um questionário aberto e qualitativo, ao qual foi entregue aos educadores, com 04 questões em pauta, e respondido individualmente de acordo com opinião de cada um. As análises evidenciaram que, além dos baixos salários, as precárias situações de trabalho e o desprestígio profissional, ainda estão entre os fatores que contribuem para o descontentamento docente a ausência da família na vida escolar de seus alunos, pais que ignoram as necessidades básicas de seus filhos, e delegam à escola a difícil tarefa de suprir a carência familiar, contribuindo para um quadro de indisciplina e rebeldia, dificuldade na aprendizagem e evasão escolar. Tudo isso se reflete no trabalho do professor, que de uma maneira ou de outra sempre acabam sendo responsabilizados pelo empobrecimento intelectual que assola o país. Sem perder de vista tais preocupações, a importância do tema, remete a convicção de que já é chegada a hora de oportunizar uma reflexão sobre essa questão, uma vez que tem como objetivo a valorização desses profissionais, além de apontar quais consequências essa desmotivação poderá trazer para o processo de ensino e aprendizagem, a partir da ampliação desse tema pode-se sugerir o que poderia ser feito para evitar a desmotivação docente. O presente trabalho aborda no primeiro capítulo, um breve histórico sobre as principais normativas que regem a educação, ressaltando sobre os processos educacionais e a importância do trabalho docente. O segundo capítulo traz em sua temática a desmotivação docente ao passo em que evidencia as consequências dessa problemática para a sociedade. 08 No terceiro capítulo aborda a questão da desvalorização do professor nos tempos atuais, enfatizando sobre as condições de trabalho e a insatisfação com a situação financeira dos profissionais docente da região de Colniza-MT. No encerramento, pertencente ainda a este mesmo capítulo, teremos uma breve ressalva sobre esta complexidade nas escolas da nossa região. CAPÍTULO I PROCESSOS EDUCACIONAIS E O TRABALHO DOCENTE Os anos de 1990 foram decisivos para definição dos rumos da educação brasileira. Decorridos trinta e cinco anos de promulgação da LDB 4.024, de 20/12/1961, foi aprovada no Congresso Nacional a Nova Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – Lei nº 9.394 de 20/12/1996. Esta Lei é fruto de discussões, análises, lutas de interesses e de engajamento de setores da sociedade que, num anseio de participação, após décadas de impossibilidade de exercer esta prática, por cerceamento da liberdade de manifestação decorrente dos mecanismos ditatoriais instaurados no Brasil nos anos 1960 - 1980 experimentam uma prática democrática. No âmbito federal, quando se trata de educação, a União está representada pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura), um órgão representativo que tem como objetivo formular e avaliar a política nacional de educação, além de zelar pela qualidade da educação; e do Conselho Nacional de Educação (CNE), seu órgão normatizador. Segundo BOPP (2004), o CNE é um órgão normativo, deliberativo e de assessoramento ao ministro da Educação, criado para assegurar a participação da sociedade no aperfeiçoamento da Educação Nacional. O aprofundamento sobre o sistema Federal de Ensino é encontrado nos documentos elaborados pelo CNE denominados Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), apresentadas através de pareceres. O primeiro dispositivo legal da LDBEN trata de conceituar a educação quando estabelece: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. De acordo com a Constituição Federal( 1988) , em seu art. 205: A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 10 Para BOPP (2004), a reforma curricular pauta-se por desafios que estão colocados para a sociedade brasileira e, como não poderia deixar de ser, também para a educação escolar. A educação é vista como um dos elementos essenciais para favorecer as transformações sociais, fazendo recuar a pobreza, a exclusão e a submissão, democratizando o conhecimento. De acordo com o Novo Dicionário Aurélio; (FERREIRA, 1999, p. 719): “Educação é o ato ou efeito de educar (se). Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. Para que a escola como uma instituição social, possa participar desse processo de desenvolvimento e transformação, necessita revisar e redefinir papéis até agora existentes, a fim de adaptar-se ás novas exigências sociais, transformando a educação escolar em um dos instrumentos de desenvolvimento individual, social e econômico. A escola é um lugar de estímulos e motivação, em que um determinado indivíduo possa trilhar o seu próprio caminho e redescobrir suas metas, o professor já não é mais o único detentor de todo um saber e sim um facilitador ao qual dispõe aos seus discípulos a oportunidade de aprender, de poder fazer suas escolhas, de sonhar. Não mais poderá existir supremacia, apenas uma troca de valores e de conhecimento. Segundo SCHNEIDER (2009), os rumos da educação devem ser reformulados de acordo com a postura ética e prática, visando ao futuro. Educa-se pensando na preservação da memória da comunidade, mas também no sentido de perpetuação do ambiente e do porvir social. Não podemos idealizar uma educação, sem levar em consideração a sociedade da qual ela faz parte, pois ambas estão vinculadas a uma necessidade sociocultural. De acordo com o autor a educação deve ser a formação integral de seus estudantes, formar seres humanos que buscam e aspiram entender o mundo, para isso, é preciso rever as metas a que a educação deve chegar, os objetivos devem ser claros e funcionais, focar-se na formação humana do indivíduo, e não simplesmente ter como fim a preparação profissional. O educador deve refletir sobre a formação que deseja construir. 11 11 De acordo com LUCKESI (1994, p. 88), a escola que idealizamos é aquela onde os educadores estão profundamente interessados na educação de seus alunos. Para tanto, trabalham efetivamente para que seus educandos adquiram os legados culturais elaborados pela humanidade, que formem um espírito de solidariedade, de um modo efetivamente positivo. A escola, direcionada nessa perspectiva, será o local onde educadores e educandos em uma relação democrática [sic], porque interessados em um objetivo único, formação dos educandos dedicando-se conjuntamente em atividades que elevam o seu modo de ser e de viver. Elevação esta que terá um papel significativo na democratização da sociedade como um todo. FREIRE (1993), tem uma visão bem otimista sobre as práticas educacionais, porém, não menos valorosa, pois para ele, educar é uma tarefa difícil mais não impossível. [...] Educar é sempre impregnar de sentido todos os atos da nossa vida cotidiana. É entender e transformar o mundo e a si mesmo. É compartilhar o mundo: compartilhar mais do que conhecimentos e ideias, compartilhar o coração. (p. 38). Para FREIRE (1993), educação e qualidade é sempre uma questão política, fora de cuja reflexão e a compreensão não nos é possível entender nem uma e nem outra. O professor tem em suas mãos a difícil tarefa de moldar o sujeito para conviver em sociedade, e se depara com a necessidade de desempenhar vários papéis: amigo, companheiro e muitas vezes cabem-lhe a missão de suprir a carência familiar, dilemas que tornam-se cada dia mais frequente na vida de um ser docente. De acordo com as informações elencadas ao longo do capítulo foi possível constatar que após anos de políticas democráticas, a legislação brasileira vem sofrendo modificações, e que a maioria dessas adequações, favorecerem apenas o aluno, pouquíssimas vezes falou-se sobre a valorização do professor. Porém, não faz muita diferença, pois grande parte dessas mudanças ficou apenas no papel, leis e normativas funcionam muito bem na teoria, difícil e colocá-las em prática. É o que veremos no próximo capítulo, em que iremos abordar sobre como a profissão docente vem sendo desvalorizada ao longo dos tempos, as condições de trabalho, carga horária excessiva e os inúmeros desafios vinculados a esta profissão. CAPÍTULO ll A DESVALORIZAÇÃO DO PROFESSOR Hoje em dia, muito se discute a necessidade da valorização do professor, a complexidade existente na motivação educacional é verídica e preocupante, mas infelizmente muito pouco se faz. É fato inquestionável de que todo o encargo negativo que se respinga em nossa digníssima sociedade, é de contrapartida logo atribuído ao fracasso escolar, aumentando as exigências quanto às tendências educacionais. Por outro lado, as autoridades governamentais não demonstram qualquer interesse em cumprir com as normativas institucionais que garantem os direitos desses profissionais. A Constituição Federal de 1988 já havia evidenciado a questão da valorização dos profissionais da educação no seu Artigo 206 no qual propõe o seguinte: V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; Vlll - Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006). Com base na legislação brasileira que tece os fios da educação, a lei ampara e defende a valorização do profissional docente, porém, o que se evidencia é uma cruel e injusta realidade que mantém os profissionais da educação reféns de políticas públicas inescrupulosas e ineficientes. Tais políticas, condecoradas e propagandeadas pelos ilícitos senhores governamentais como medidas de valorização, acabam formando na opinião pública, uma concepção equivocada de que o governo estaria oferecendo aos professores todas as condições necessárias para a plena docência, por meio de pisos salariais, planos de carreira, afastamentos para pós-graduação, inserção do segundo professor na sala de aula para auxiliá-lo nas tarefas cotidianas e outras, de modo que isso deveria impactar, necessariamente, numa atuação mais produtiva do professor. Os caminhos denotados para a valorização do trabalho docente seguem vinculados a muitas dificuldades intensificadas por inúmeras cobranças, retratando cada vez mais o papel do professor como um ser proletariado, vítima de uma sociedade 13 capitalista e sanguinária, que explora os seus trabalhadores visando ao lucro dos detentores do capital. BARROS (2012), em parceria com o seu grupo de estudos, afirma que no decorrer deste percurso teórico-metodológico verificou-se que durante os anos 2000, as políticas educacionais, com destaque para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), tem provocado a responsabilização dos professores pelos resultados educacionais, as políticas de valorização profissional, tais como o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) e Piso Salarial Profissional Nacional (Lei nº 11.738/2008) não tem se efetivado, o que tem provocado entraves por parte dos profissionais da educação tornando o trabalho docente precarizado e intensificado. Irandé Antunes (2006, p. 178), afirma que as dificuldades do ensino no Brasil se devem ao fato de a educação não ser prioridade nacional e que não se deve jogar a responsabilidade nos ombros dos professores. Segundo a autora, é imprescindível ter condições de trabalho, o que inclui o número adequado de alunos por sala, muitas vezes ultrapassado como estratégia de diminuir gastos e recursos. Conforme FERREIRA (2004, p.23), a desvalorização do professor está visível, no desenvolvimento do trabalho docente, por meio dos baixos salários, do desrespeito a direitos trabalhistas; do aumento de horas de trabalho; do descumprimento do que reza a legislação sobre a valorização da carreira; da política de aumento salarial via gratificação de desempenho; e das múltiplas funções [...]; Segundo FRIGOTTO (2010, p.25), em observação ao desenvolvimento da educação e sua continuidade ao seu papel como temática no discurso político, assim como a valorização do professor, afirma que: A retórica do seu valor desmente de forma inequívoca pelas píficas dotações orçamentárias e pela vergonhosa remuneração dos profissionais da educação, suas condições de trabalho e seu desprestígio social e cultural. A forma caricatural que a mídia traduz os profissionais da educação expressa, ao contrário do valor da educação, a sua não necessidade de efetiva universalização como direito social e subjetivo. Conforme OLIVEIRA (2005, p. 369), as múltiplas exigências que tange a educação resultam, muitas vezes, em “sentimento de desprofissionalização, de perda de identidade profissional, de constatação de que ensinar às vezes não é o mais importante”, visto que as reformas educacionais implantadas na última década e as recentemente instituídas tendenciosamente retiram do trabalho do professor o caráter de 14 autonomia, devido à gradativa redução na participação coletiva desta classe nas decisões quanto à concepção e à organização de seu trabalho e, contraditória e antagonicamente, uma chamada à gestão participativa. BERLATTO (2012), em sua pesquisa investigativa sobre a valorização do trabalho docente explicita que não se deve negar a necessidade concreta de melhoria da remuneração dos professores, mas é necessário melhorias também nas condições de trabalho, redução de carga horária e quantidade de alunos em sala de aula, entre outras questões que são fundamentais e que estão além de sua condição remunerável, é o valor do trabalho do professor que está em evidência, retratando seu processo de proletarização que vivencia dentro da realidade em escolas públicas. Professores melhor remunerados é com certeza um grande passo de incentivo e melhorias rumo às vertentes da educação. Para PILETTI (1990,p.160). Com isto não se quer dizer - ao menos, não é isto o mais importante- que o educador deve voltar a ter o status que tinha o velho professor. Mais do que isto, valorizar o professor significa criar condições para que ele exerça plenamente sua função de educador. Isto é, Seja aquela pessoa que auxilia cada educando a descobrir a si mesmo e seu próprio caminho. Neste contexto, torna-se indispensável a luta do educador pela valorização do seu trabalho, por uma remuneração mais justa, o que não deixa de ser, até certo ponto, a expressão dessa valorização. Não adianta estabelecer metas visando à melhoria do ensino, se não forem modificadas as condições do trabalho docente, a atuação do professor e as formulações governamentais de valorização de sua profissão. Considerando a atual política docente, torna-se imprescindível que exista uma política educacional que garanta tais condições de trabalho aos professores, para que esses profissionais possam adquirir subsídios para manter sua prática docente. 2.1 REMUNERAÇÃO CONDIGNA A luta por uma remuneração condigna deve inserir-se na luta mais ampla de toda a sociedade, por condições menos desigual e mais justa para todos. Quanto ao trabalho docente, esta é uma condição necessária para o eficiente exercício profissional, tendo em vista, que seu próprio aprimoramento e atualização dependem 15 inteiramente de suas próprias condições, enquanto o governo mantém-se neutro diante desta situação. Poderíamos até pensar na hipótese em que tal remuneração não seria tão necessária, se todas as necessidades do educador e todas as condições de que precisa para educar fossem providenciadas pela escola, sua remuneração não seria tão importante em termos de educação. Segundo DIAS (1998), apud PILLETI (2002), não dispomos de recursos financeiros suficientes, os recursos existentes são mal empregados, legiões de crianças continuam sem possibilidade de frequentar a escola, os currículos e programas não se renovam com a velocidade necessária, o pessoal docente em grande parte não tem a qualificação exigida, há excesso de evasões e reprovações, não formamos os técnicos de que precisamos, mas formamos pessoal em excesso para determinadas ocupações cujo mercado de trabalho está saturado. Segundo PILETTI (1990, p.160), a LDB 9394 trouxe mudanças significativas se comparada às legislações anteriores, como: exigência de formação mínima em curso superior de licenciatura para exercício da atividade docente em qualquer nível de ensino da Educação Básica, necessidade da formação continuada ocorrer no próprio ambiente de trabalho, com as escolas promovendo as atividades que contribuem para a permanente atualização dos docentes. Contudo, a nova LDB ainda não foi capaz de mudar o cenário da educação brasileira, Conforme o que afirma o próprio governo federal, em pesquisas mais recentes, apontando para um enorme número de professores revoltados com sua situação profissional e o total descaso da sociedade. Para DUARTE (2006, p.07), a política econômica é privilegiada no sistema capitalista em detrimento das políticas sociais (nas quais se localizam as políticas educacionais). Desta forma, a política educacional atende as estratégias governamentais que buscam a adequação ao capital e assim expressam os interesses que defendem, valorizam e consolidam. Várias iniciativas governamentais começaram a ser adotadas, porém, ao que tudo indica não obtiveram muito sucesso, grande parte dessas metas não estão sendo cumpridas pelos entes federativos, além de iniciativas isoladas de sistemas estaduais e municipais. 16 Para SILVA (1998), a falta de continuidade das ações governamentais no campo da educação são entraves negativos, que dificultam a realização de políticas públicas para a educação. Desta forma, os direitos educacionais ficaram presos ao saber das circunstâncias, ou seja, de acordo com os interesses políticos localizados. Em 2001 é aprovado o Plano Nacional de Educação (Lei nº 10.172/2001), em seus objetivos define que a qualidade do ensino só poderá acontecer se houver a valorização do magistério, sendo que isto só ocorrerá se houver uma política global que considere a formação inicial, as condições de trabalho, salário, carreira e a formação continuada. Para FERREIRA (2004), as mudanças ocorridas no mundo do trabalho e as reformas educacionais, das últimas décadas, estabeleceram limites para tal valorização. Diante desse contexto, entidades representativas dos docentes em todo o país têm se organizado, reivindicando valorização profissional e melhores condições de trabalho, o que tem provocado embates negativos na ária da educação tornando o trabalho docente precarizado e intensificado. na ária da educação tornando o trabalho docente precarizado e intensificado. Segundo a LDB Emenda Constitucional Art. 67, afirma que os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; III - piso salarial profissional; IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; VI - condições adequadas de trabalho; (Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006). FREITAS (2007, p. 43), defende a ideia da constituição de uma política global de valorização e profissionalização dos educadores, o que repercute como condição para uma educação emancipatória, além da prioridade que lhe deve ser atribuída, neste 17 conceito de gestão é o da construção da cidadania que inclui: autonomia, participação, construção compartilhada dos níveis de decisão e garantia do padrão de qualidade. O empenho da sociedade é fundamental e necessário para que ocorram significativas mudanças no âmbito educacional. Cabe à sociedade colaborar e exigir dos Poderes Públicos, prioridade absoluta para educação, com a criação das condições de trabalho e a destinação dos recursos materiais, financeiros e humanos, necessários à universalização da educação, por meio de uma política educacional séria e duradoura. Abordaremos, a seguir, as questões motivacionais, e os problemas que tende a aumentar a quantidade de professores desmotivados na profissão que exerce, além de apontar quais consequências essa desmotivação pode trazer ao ensinoaprendizagem. 2.2 A DESMOTIVAÇÃO DOCENTE: AÇÃO-CONSEQUÊNCIA Os problemas brasileiros no que tange à educação são muitos, mas o que se apresenta de forma mais aguda é sem sombra de dúvidas o fracasso escolar, resultado de uma educação patética e de uma sociedade hipócrita que se mantêm obtusa a eminente crise cultural que ameaça o país. A ineficiência de políticas públicas e o desconhecimento da escola pelos gestores públicos, são as evidências do descaso para com a educação, sendo esses alguns dos determinantes do descumprimento do papel das instituições escolares. O professor tem se sentido cada vez mais impotente, desvalorizado e desinteressado. Os alunos acabam não encontrando motivos para continuar frequentando a escola, pois já não encontram em seus mestres, a coragem e a determinação necessária, o professor desmotivado não consegue motivar os seus alunos a aprender, pois como pode um pássaro abatido ensinar aos outros como voar. De acordo com FREITAS (1993), para suprir suas necessidades básicas, os professores precisam submeter-se a jornadas duplas de trabalho, o que resultam em professores estressados com a carga horária extensa, revoltados com suas condições 18 de trabalho, sem esquecer-se da indisciplina dos alunos que é demasiadamente abusiva em virtude da desestrutura emocional do professor. O autor ainda ressalta, que contribuindo com esta problemática, está o descredenciamento do professor, que muitas vezes para não correr o risco de ficar desempregado, é obrigado a atuar fora da área de sua formação, com múltiplas e diversificadas disciplinas, o profissional sobrecarregado muitas vezes não consegue administrar a todos os conteúdos de maneira satisfatória, deixando a desejar em seus objetivos pedagógicos. Quem perde com tudo isso, somos todos nós: perde o aluno por não ter uma educação digna e qualitativa, perde a sociedade fadada ao empobrecimento intelectual e perde o professor por ter seu nome cada vez mais desprestigiado e desvalorizado perante a sociedade. Segundo NORONHA (2005), sob essas condições, o único elemento de ajuste é o trabalhador, que, com seus investimentos pessoais, procura auxiliar o aluno carente comprando material escolar e restringindo o seu tempo supostamente livre para criar estratégias pedagógicas que compensem a ausência de laboratórios, de salas de informática e de bibliotecas minimamente estruturadas. Para OLIVEIRA (2005), a Política Educacional é definida como medida de caráter político que é imposta no campo da educação e que inclui a ampliação do número de escolas, salas de aula e a manutenção de condições para que significativo contingente populacional a ela tenha acesso, cabendo a administração local, fazer valer os direitos constitucionais de seus educandos e também de seus profissionais de ensino. Apesar de a Constituição ser nitidamente clara em suas normativas, encontrase instalado um verdadeiro caos na educação, que apenas reflete o descaso por parte do poder público para com a educação, obviamente caracterizado pelo nível do ensino escolar, pela má remuneração dos professores, pelas péssimas condições de trabalho e pelo estado deplorável em que se encontram as escolas públicas. NAGEL (1989, p.10), afirma que 19 a escola não pode esperar por Reformas Legais para enfrentar a realidade que lhe afoga. Além do mais, a atitude de esperar “por decretos” reflete o descompromisso de muitos e a responsabilização de poucos com aquilo que deveria ser transformado. A escola tem uma vida interior que, sem ser alterada por códigos legislativos, pode trabalhar com o homem em nova dimensão, bastando para isso que seus membros se disponham a estabelecer um novo projeto de reflexão e ação. Decretos só desenvolvem políticas corriqueiras e mínimas para justificar que de algum modo algo está sendo feito, quando na verdade é só o mínimo. É preciso políticas de valorização da formação dos professores, salários dignos para que os professores possam sobreviver dando aulas para turmas reduzidas e com qualidade, para que assim, o trabalho do professor represente vida e progresso individual e coletiva. De acordo com os últimos dados do IBGE, cerca de 38% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos funcionais, ou seja, não conseguem utilizar a leitura e a escrita na vida cotidiana. Pior ainda: 8% dos brasileiros são absolutamente analfabetos, toda essa problemática é apenas o reflexo da real complexidade existente na educação. Enquanto o governo insiste em divulgar na mídia falsos números estatísticos afirmando a erradicação do analfabetismo, pura hipocrisia, a constatação de que algo está errado, são os mais recentes resultados do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), fatores que vem apenas a comprovar a baixa qualidade do estudo brasileiro e a real carência cultural que estamos vivendo, chamando a atenção para a necessidade de radicais mudanças, se quisermos avançar na busca de possibilidades de superação, é preciso que aja menos burocracia e a educação deverá ser focada no aluno. De acordo com estes princípios, observa-se que muitos são os fatores negativos que se atribui ao entorno da educação brasileira, polêmica e nitidamente em decadência, se apoia em alicerces de vidro, prestes a se quebrar. De nada adianta estabelecer os princípios em lei, defendê-los e justificá-los, se na prática eles são esquecidos. Isto diz respeito, principalmente, às autoridades, desde o mais alto escalão até o nível inferior, pois a elas cabe coordenar, e delegar competências, com base no qual deverá ser ministrado o ensino. CAPÍTULO III COLNIZA E A PLOBLEMÁTICA DE SER DOCENTE Muitos são os problemas relacionados às condições do trabalho docente, a sobrecarga de trabalho, a precariedade dos recursos pedagógicos, espaço escolar inadequado, e as inúmeras cobranças que não param de crescer, tudo isso acabam comprometendo a saúde física e mental desses profissionais, a realidade é a mesma em todas as escolas, pois é mais que notório a crise eminente a qual se encontra a educação, e isso se reflete no lar, na família e também na sociedade, talvez pela falta de estrutura física, por carência ou privação de conhecimento. É imprescindível que consideremos a questão educacional no seu contexto moral, mas também como um enriquecimento coletivo capaz de ampliar-se construtivamente sempre que alimentado e estimulado adequadamente. Ao delimitar a pesquisa e focar na realidade dessa região, descobrimos que esta situação é mais comum do que se imaginava, pois vivenciamos a mesma problemática, e estamos longe de um modelo ideal de educação, o que se ilustra em nossas escolas ainda nos remete a uma perplexa e desgastante rotina, professores desolados e aparentemente abatidos, ainda é preciso ressaltar que é a falta de oportunidades e de formação do educador uma das maiores dificuldades que se estabelece na região de Colniza, talvez se o egocentrismo de alguns pudesse seder espaço para o que é ético e politicamente correto, esta realidade poderia ser diferente. Com o intuito de compreender melhor a esta problemática nas escolas de nosso município, buscamos subsídios através da secretaria de educação e uma entrevista com os diretores de uma das maiores escolas de Colniza. Com base nas informações adquiridas, foi possível levantar dados sobre como procede os processos educativos, e o relacionamento entre os profissionais docentes que atuam nesta instituição de ensino. Com a análise de dados fornecidos pela direção da escola, ficou constatado que boa parte dos recursos direcionados à educação não estão sendo devidamente 21 repassados as escolas. Constantemente nos foram relatados a ausência de recursos financeiros para assistência técnica ou pedagógica. Quanto ao relacionamento interpessoal com os profissionais de ensino, foram categóricos em afirmar que apesar da evidente problemática pela qual se encontra a educação, ainda permanece um trabalho de equipe e respeito mútuo entre estes profissionais. De acordo com a pesquisa, foi possível constatar que a baixa remuneração é apenas mais um dos problemas relacionados à prática docente, o que fica bastante evidente é que a questão salarial, embora tenha aparecido como o motivo mais referido, veio, na maioria dos casos, acompanhada de outros motivos, sobretudo à falta de perspectivas de crescimento profissional e as péssimas condições de trabalho, aspectos claramente decorrentes do modo como as leis governamentais regem a educação. Quando foi perguntado aos entrevistados sobre quais seriam suas maiores dificuldades em termos pedagógicos, todos elencaram a mesma problemática: Recursos pedagógicos inexistente, política educacional ineficiente, ausência da família na vida escolar de seus filhos e foram unânemes em afirmar que todos já haviam sofrido algum tipo de violência em sala de aula. [...] A maior dificuldade que eu tenho hoje, é a falta de recursos para realizar um bom trabalho, a falta de participação dos pais na vida escolar de seus filhos, sem esquecer-me da indisciplina e a desmotivação de alguns alunos. Por mais nobre que seja a profissão docente, a desvalorização é tanta, que você começa a se sentir impotente diante de tantos desafios [...] (PROFESSORA A). Embora o sucesso da educação dependa do perfil do professor, a administração escolar não fornece os meios pedagógicos necessários à realização das tarefas, cada vez mais complexas. Os professores são compelidos a buscar, então, por seus próprios meios, formas de requalificação que se traduzem em aumento não reconhecido e não remunerado da jornada de trabalho. Essa é a realidade nas escolas de Colniza, quando perguntamos aos entrevistados se já haviam se sentido desencorajado a continuar na profissão docente, as respostas foram quase todas as mesmas, disseram que sim, obviamente, mas um 22 fato chamou-me a atenção: Nenhum deles demonstrou apatia pela profissão docente, indignação sim, frustração talvez, mas indiferença jamais. [...] com certeza sim, muitas vezes não temos o nosso trabalho valorizado, por mais que se faça nunca está bom, nunca é suficiente. Quando digo valorizado, não me refiro a salário, mas a respeito humano, como pessoa e profissional que somos [...]. (PROFESSORA B). A opinião da professora vai de encontro a perspectiva de FREIRE (ANO), ao dizer que o professor deve lutar para que a prática educativa seja respeitada. O respeito que devemos como professores aos educandos dificilmente se cumpre se não somos tratados com dignidade e decência pela administração privada e pública. Não podemos ser professores sem nos pôr diante dos alunos, sem revelar com facilidade ou relutância nossa maneira de ser e de pensar politicamente. Em seguida perguntamos aos entrevistados se já haviam se sentido lesados em seus direitos constitucionais, uma das professoras entrevistadas revela a sua indignação, Um desabafo; [...] De que adianta estudar, fazer graduação, pós-graduação, buscar capacitações a torto e a direito. Nada disso é valorizado, todos os dias somos lembrados do quanto somos desnecessários, tributos nunca atrasam, mas nossos direitos são constantemente lesados[...] (Professora): As circunstâncias sobre as quais os docentes realizam suas funções pedagógicas é no mínimo deprimente, salas de aula lotadas, ventilação insuficiente ou quase nula que atrapalham o desenvolvimento das aulas, em dados específicos, podemos perceber que o Brasil ainda é um dos países que menos investe no setor educacional, no contexto atual, as escolas públicas não estão tendo os investimentos suficientes, e funcionam em condições precárias, tudo isso se reflete no trabalho do profissional de ensino, são fatores contribuintes para o declínio da educação, basicamente mensurado pelas razões mencionadas acima, mas também porque parece não haver vontade política de melhorar substancialmente o sistema educacional brasileiro. 23 Os docentes pesquisados citam como fatores de agravamento do problema a quase inexistência de projetos de educação continuada que os capacite para enfrentar a nova demanda educacional; o elevado número de alunos por turmas; a infraestrutura física inadequada; a falta de trabalhos pedagógicos em equipe; o desinteresse da família em acompanhar a trajetória escolar de seus filhos; a indisciplina cada vez maior; a desvalorização profissional e os baixos salários, situações que fogem de seu controle e preparo. Sentimentos de desilusão, de desencantamento com a profissão foram frequentemente relatados, evidenciando a vulnerabilidade dos profissionais estudados até ao estresse extremo ou depressão. Com base nos dados obtidos ao longo da pesquisa, foi possível observar que o professor já não contempla mais um lugar de destaque na atual sociedade, infelizmente as análises evidenciaram um quadro perplexo de uma educação decadente. Neste contexto, é quase que impossível atingir metas e atender anseios de que necessita o ensino-aprendizagem. CONCLUSÃO Analisando e vivenciando as experiências divulgadas ao longo desta pesquisa, podemos dizer que ainda há muito a se fazer em termos de educação, a demanda é eminente e a expectativa de uma possível mudança ainda se apoia nas mãos do professor. Porém, não devemos nos acovardar diante as dificuldades, devemos estar preparados para as eventuais mudanças, enfrentar os desafios de cabeça erguida, sabemos que as limitações são maiores do que as possibilidades, mas não podemos desistir. No decorrer dos estudos, também vimos a questão dos processos educacionais e buscamos subsídios em leis constitucionais para que pudéssemos esclarecer sobre as tendências da educação, observando esses princípios, até poderemos suscitar a ideia de que o profissional docente estará respaldado, porém, é preciso ressaltar que muitos são os problemas vinculados à educação. Ainda nos deparamos com uma enorme resistência política, que acaba por refletir na hostil realidade vivenciada pelos profissionais da educação. Nas análises que foram tecidas no percurso deste trabalho tiveram por principal objetivo evidenciar a complexidade existente na motivação educacional, que é verídica e preocupante. Percebe-se que muito se discute em termos desta temática, mas infelizmente muito pouco se faz. Enquanto nos preocupamos em encontrar um culpado para toda esta problemática, a sociedade se encarrega de punir inocentes, sentenciando-os ao desemprego e ao fracasso profissional por não ter uma qualificação específica ou um conhecimento sustentável. Com base na pesquisa também constatamos que a falta de estímulo dos docentes refletem no processo de ensinoaprendizagem. Concluímos que a ação pedagógica realizada em situações inadequadas, apenas contribui para um processo de degeneração da própria educação, diante desta perplexa realidade todos temos algo a perder, alunos, docentes e a própria sociedade. REFERÊNCIAS ANTUNES, Irandé. Avaliação da produção textual no ensino médio. In: BUNZEN, Clécio; MENDONÇA, Márcia [orgs. Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. BARROS, Antonilda Vasconcelos; LUZ, Iza Cristina Prado; SOUZA, Michele Borges. 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