EMT 053 – Processos Metalúrgicos Assunto: Aciaria Elétrica Prof. Renato Minelli Figueira Produção mundial de aço: Fundentes Forno Panela Sinterização Minério LD Carvão Alto-Forno Forno Elétrico a Arco Coqueria Sucata Reciclada Forno Elétrico a Arco (EAF) • Objetivo: fundir sucata metálica, convertendo-a em aço líquido, utilizando energia elétrica, convertida em calor através pela radiação de arcos elétricos criados entre o(s) eletrodo(s) e peças de sucata sólida (Metalurgia Primária). • Após a fusão, a composição do aço é ajustada no processo subseqüente de “Metalurgia Secundária” ou “Metalurgia de Panela” . Desenvolvimento do Processo • Século 19: primeiros desenvolvimentos do uso de arcos voltáicos – 1810: Sir Humphry Davy demonstrou uso do arco elétrico para fundir ferro – 1815: Pepys usa o arco elétrico para solda – 1853: primeira tentativa de desenvolvimento de um forno de fusão elétrico – 1978/9: patente para um forno elétrico a arco por Sir William Siemens • 1907: é instalado nos EUA o primeiro forno elétrico a arco comercial por Paul Héroult • Após II Guerra: – Investimento em uma usina integrada: 1.000 US$/t capacidade – Investimento em uma mini-steel (EAF): 140 – 200 US$/t cap. – Alta demanda de aço e grande disponibilidade de sucata no após guerra – Surgem empresas siderúrgicas na Europa a base de EAF para concorrer com as grandes usinas integradas americanas(Bethlehem Steel, US Steel) para produção de produtos longos a menor custo Forno Elétrico Médio Porte Capacidade 80 toneladas/corrida Potência 60 MVA Voltagem 400 - 900 volts Tap-to-tap 50 - 60 minutos Classificação dos FEA quanto à potencia: Potencia Específica (KVA/t) Classificação <200 Baixa Potencia 200 - 400 Média Potencia 400 - 700 Alta Potencia >700 Ultra Alta Potencia (UHP) Circuito elétrico Linha de alta tensão Transformador Disjuntor Sub Estação Primário Secundário bica/canal de vazamento vazamento EBT Carregamento Fusão Refino Vazamento Aço Vazamento Escória Grupo Comportamento Termodinâmico Elemento I Elementos que são incorporados à escória Ca, Mg, Si, Al, Zr, Ti, B II Elementos que se dividem entre aço e escória Mn, P, S, Cr, Nb, V III Elementos que são incorporados ao aço Cu, Ni, Sn, Sb, Mo, Co, As, W IV Elementos que são vaporizados Zn, Cd, Pb • Fator custo: • nível de limpeza • presença de contaminantes Densidade da Sucata • Fator custo: impacto no desempenho do forno 350 300 número de carregamentos R2 = 0,7515 Preço (US$/t) 250 200 150 100 Pesada Média 50 Leve 0 0,00 Série4 0,50 1,00 1,50 2,00 Densidade (t/m3) 2,50 3,00 Linear (Série4) 3,50 Efeito da densidade da sucata: • Carregamento com 2 cestões: • custo mais elevado (sucata de maior densidade) • menor tap-to-tap (~ 5 minutos) • menor perda térmica (~ 10 kWh/t) • menor oxidação (maior rendimento metálico) • Carregamento com 2 cestões ou 3 cestões: • Mercado com alta demanda: produtividade é mais importante • Mercado sem demanda: custo é mais importante Preparação dos cestões de sucata Adição de carburante (coque ou restos de eletrodos) Sucata de chapa leve para amortecer o impacto da sucata pesada e facilitar a rápida formação do banho Preparação dos cestões de sucata Sucata pesada colocada abaixo do nível dos eletrodos Preparação dos cestões de sucata Sucata média/pesada com tamanho limitado para evitar a quebra dos eletrodos Preparação dos cestões de sucata Sucata leve/média que permita a penetração da chama dos maçaricos + cal Preparação dos cestões de sucata Sucata leve para permitir uma rápida penetração dos eletrodos Restrições no carregamento: Sucata leve no topo da carga: • evitar radiação sobre a abóbada • operação com baixa potência (aumenta tap-to-tap) • rápida penetração dos eletrodos de modo que a sucata sirva de barreira à radiação Restrições no carregamento Sucata em frente dos queimadores: • evitar rebote da chama sobre os painéis • permitir uso de chamas longas Peças de grande peso(lingotes, restos de distribuidor): • baixa relação área para transferência de calor/massa • baixa velocidade de fusão • conseqüências • aumentam o tempo de fusão • aumentam o consumo de energia e eletrodos • obstrução do vazamento • limite: 2 a 3% do peso da carga Restrições no carregamento Sucata contendo materiais isolantes: • pneus, borracha • propiciam a quebra de eletrodos Sucata contendo elementos não-oxidáveis: • Cu, Ni, Sn, Sb, Mo, Co, As, W Pré-reduzido Característica DRI HDRI HBI Fe Total (%) 90-94 90-94 90-94 Fe Metálico 83-89 83-89 83-89 Metalização (%) 92-95 92-95 92-95 1,0-3,5 1,0-3,5 0,5-2,5 0,005-0,09 0,005-0,09 0,005-0,09 0,001-0,003 0,001-0,003 0,001-0,003 2,8 - 6,0 2,8 - 6,0 2,8 - 6,0 1600 -1900 1600 -1900 2400 - 2800 3,4 - 3,6 3,4 - 3,6 5,0 - 5,5 40 700 min. 80 Carbono (%) P (%) * S (%)* Ganga (%) Densidade (Kg/m3) Densidade Aparente (g/cm3) Temperatura de Descarga (ºC) * Dependendo do minério DRI - Direct Reducted Iron - DRI frio é geralmente estocado na usina para posterior uso no FEA. HDRI - Hot Direct Reducted Iron - é descarregado a quente do processo de redução e carregado no FEA a 650 C. HBI - Hot Briquetted Iron - é briquetado a quente para transporte a longa distancia. Gusa 4,2 %C 0,2 -0,6 %Si 0,3 – 0,6% Mn 1280 – 1400 ºC Economia de Energia sólido: 1,0 kWh/t gusa carregado líquido: 3,5 a 4,5 kWh/t gusa carregado antecipa a oxidação do carbono maior consumo de oxigênio e cal maior volume de escória (perda metálica) O Arco Elétrico Arco elétrico como condutor flexível movimenta-se de acordo com as forças eletromagnéticas a posição do eixo do arco e seu comprimento determinam a direção do fluxo de calor volume do arco depende: tensão (comprimento) corrente (diâmetro) condições de transferência de calor dependem da tensão e corrente O Arco Elétrico Tensão constante corrente O Arco Elétrico baixa corrente: fluxo horizontal Tensão constante direção do fluxo de calor corrente alta corrente: fluxo vertical ignição do arco penetração eletrodos formação do banho líquido arco curto arco longo arco longo baixa tensão alta tensão alta tensão alta corrente baixa corrente baixa corrente Queimadores Zonas Zonas Quentes Quentes Eletrodo Queimador 3 Eletrodo Queimador 1 Queimador 2 Radiação nas paredes fusão arco longo alta tensão alta corrente sem formação de escória espumante formação escória espumante arco longo arco longo alta tensão alta tensão alta corrente alta corrente Injetores de carbono/oxigênio Injetor supersônico de oxigênio Sistema de refrigeração Injetor de carbono Linha de escória Linha de metal • Refino e Vazamento. • Objetivo do refino (ou oxidação) 1. Atingir o nível de carbono especificado para o aço a ser produzido 2. Reduzir o teor de fósforo no aço líquido abaixo da especificação (usualmente abaixo de 0,015%) 3. Homogeneizar a composição e temperatura do aço 4. Aquecer o aço líquido até a temperatura necessária para o vazamento. Injeção de oxigênio: jatos supersônicos & jatos coerentes Vazamento Vazamento com EBT (Eccentric Bottom Taping) Vazamento com Bica Restrições no Vazamento 1. Reduzir a passagem de escória para a panela escória com altos teores de FeO e P2O5 eleva consumo de desoxidantes provoca o retorno do fósforo camada mínima de escória para evitar absorção de gases reduzir a queda de temperatura excesso escória perda de tempo para remoção antes do forno panela perda metálica durante a remoção 2. Reduzir a absorção de gases forma do jato durante vazamento: aberto/fechado absorção de nitrogênio durante vazamento é menor quando o teor de oxigênio alto aços com alto teor de enxofre Absorção de hidrogênio é função da pressão parcial do vapor d’água no ar: depende umidade do ar (dias úmidos, maior absorção) depende temperatura ambiente (dias quentes, maior absorção) varia ao longo do dia 3. Reduzir a temperatura do aço queda de temperatura durante vazamento depende das condições prévias da panela jato aberto e jato fechado (condições do furo) Esquema de potencia no FEA Injeção de C Injeção de O2 Queimadores 25% Fusão Cesta 1 Vazamento 50% Carregamento Cesta 2 75% Carregamento Cesta 1 Potencia do transformador !00% Fusão Cesta 2 Refino 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Tempo (min) 50 55 60 65 70 75 80 Cestas para carregamento Aquecedores de panela Sistema de limpeza de gases Sistema de limpeza de gases Pré-aquecimento de sucata Cesta de carga de sucata Eletrodos Préaquecedor de sucata Lanças de carvão e oxigênio Sistema de injeção de ar de combustão Queimadores EBT Forno de carcaça dupla Injeção de gases pelo fundo Forno elétrico de corrente contínua Eletrodo (catodo) Eletrodo (anodo) Sistema de basculamento Energia Química Energia 35 – 40% Elétrica 60 – 65% 17% Resfriamento Aço 53% 20% Gases 10% Escória