RELATO DE CASO E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM À
GESTANTE COM DIAGNÓSTICO DE POLIDRAMNIA ASSOCIADA À
GESTAÇÃO GEMELAR
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ALMEIDA , Thaynara Carla Pontes de;
SILVA2, Dannyelly Dayane Alves da;
ARAÚJO2, Bárbara Régia Oliveira de;
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DANTAS , Natália Palmoni Medeiro;
SILVA2, Dayana Tenório;
ARAÚJO3, Sandra Taveiros de.
INTRODUÇÃO: A polidramnia é uma patologia da gestação que consiste em um
desequilíbrio nos mecanismos de produção do líquido amniótico provocando um
aumento excessivo de seu volume, podendo acarretar transtornos para mãe e para
o feto (MONTENEGRO e REZENDE FILHO, 2008). O líquido amniótico permite a
proteção da mulher grávida dos movimentos fetais e ao mesmo tempo protege o feto
dos traumatismos que afetam a mãe; favorece o equilíbrio térmico, permite o
desenvolvimento adequado do pulmão fetal, age como barreira contra infecção, e no
momento do parto, ao formar a bolsa das águas, distribui uniformemente a pressão
resultante das metrossístoles, auxiliando pela sua viscosidade a expulsão fetal
(COSTA, COSTA FILHO e FREITAS, 2001; MONTENEGRO e REZENDE FILHO,
2008).A produção do líquido amniótico no início da gestação dar-se através do
transudato do trofoblasto ou do feto, sendo isotônico ao sangue da mãe e do feto.
Por volta da 23 à 25 semana de gestação, quando ocorre a queratinizarão da pele
fetal, o movimento de água através da sua pele fica extremamente reduzido,
enquanto os rins fetais excretam urina hipotônica, fazendo com que o líquido
amniótico torne-se também hipotônico em relação ao sangue fetal. A partir do
segundo 2º e 3º semestres de gravidez é a urina fetal a principal responsável pela
formação de líquido amniótico.A reabsorção deste líquido pode ser feita através da
deglutição fetal, que consitui a principal via de reabsorção fetal na segunda metade
da gestação. Normalmente o volume de líquido amniótico deglutido é menor que o
produzido
através
de
maneira
equilibrada
não
causando
o
polidrâminio(MONTENEGRO e REZENDE FILHO, 2008).A polidraminia está
constantemente relacionada às malformações fetais (cerca de 60% dos casos),
especialmente as de especificidade do sistema nervoso central (anencefalia,
defeitos do tubo neural) e as do tubo digestivo (esôfago e duodeno). O excesso de
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Enfermeira Residente em Saúde da Mulher, pela Universidade de Ciências da Saúde – UNCISAL.
Contato: [email protected].
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Enfermeira Residente em Saúde da Mulher, pela Universidade de Ciências da Saúde – UNCISAL.
Enfermeira especialista em obstetrícia pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando
Figueira – IMIP.
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fluido ocorre em sua maioria, devido o desequilíbrio resultante da falta de deglutição
fetal, em detrimento da excreção normal de urina fetal. A polidramnia mostra-se nas
formas aguda e crônica. A forma aguda é rara e própria do segundo trimestre,
aumentando em até 5L em pouquíssimas semanas provocando sintomas graves,
sendo urgente a interrupção artificial, quando essa já não ocorre espontaneamente
pela expulsão após a aminiorrexe (MONTENEGRO e REZENDE FILHO, 2008). A
forma crônica possui sintomas semelhantes a forma aguda, no entanto, em menores
proporções, melhorando os prognósticos para a mãe e o feto. Tem início nos últimos
meses e a expansão do útero dar-se gradativamente , alcançando volume
considerável. O sofrimento materno é intenso devido à compressão do diafragma,
apresentando a gestante dispnéia acentuada, diminuindo a circulação venosa de
retorno dos membros inferiores, ocasionando edema, varizes e hemorróidas,
comprimindo o sistema gastrintestinal havendo dores difusas, abdominais e
lombares. Quanto aos achados clínicos observáveis, tem-se:Aumento da altura
uterina em relação à idade gestacional; aumento do ganho ponderal materno;
sobredistensão uterina e dificuldade de palpação das partes fetais e de ausculta dos
BCF. Sistematicamente, devem ser pesquisados o diabete melito e a presença de
malformações fetais. De certeza, o diagnóstico é ultra-sonográfico, dado pelo
achado do ILA maior que o percentil 95 para a idade gestacional considerada
(BRASIL, 2000, p.55).OBJETIVO:Descrever a experiência prática vivida por
residentes de enfermagem em saúde da mulher diante da assistência à gestante de
gemelar com polidramnia e reunir na literatura subsídios para estabelecer
comparações com os demais casos a fim de otimizar o atenção de enfermagem à
mulher. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de caso descritivo, que toma como
cenário os setores de pré-parto e internamento patológico da Maternidade Escola
Santa Mônica, serviço público de referência para alto risco na capital do estado de
Alagoas.RESULTADOS:A gestante C.G.M., parda, proveniente de Piranhas, interior
de Alagoas, foi admitida no dia 07/04/12 na instituição de alto risco com diagnóstico
de Gemelaridade + Polidrâmnio severo (ILA = 51,2) às 25s3d de gestação e colo
pérvio para 5cm, bolsa íntegra e dinâmica uterina de 2/10’ com BCF + em QID e QIE
de 161bpm e 140bpm, respectivamente, e queixas de perda líquida. Quando
indagada afirma ter casos de gemelaridade na família, mas nenhum associado à
polidramnia, além de história de ITU e pneumonia, tratadas. A paciente queixava-se
de vários desconfortos como dores lombares, cãibras leves, dificuldade de
movimentar-se e respirar e leve azia, isto ocorre principalmente devido à
compressão do diafragma, apresentando a gestante dispnéia acentuada, diminuindo
a circulação venosa de retorno dos membros inferiores, ocasionando edema, varizes
e hemorróidas, comprimindo o sistema gastrintestinal havendo dores difusas,
abdominais e lombares(BRASIL, 2000, p.55). Para minimizar-lhe os efeitos da
polidramnia, foi adotado o decúbito lateral esquerdo para seu posicionamento e
sempre que possível a inclinação do leito em semi-Fowler para que a paciente
pudesse obter a sua máxima expansão torácica. Além do monitoramento constante
das perdas líquidas e BCF, foi indicada a administração de Betametasona tendo em
vista a idade gestacional, pois segundo Rezende (2008), entre 24-34 semanas, em
face da possibilidade do parto pretermo, está indicado o uso de corticóide.Além
disso, não notou-se perda franca de líquidos, levando-nos a interrogação de rotura
alta das membranas. Em 10/04, às 7h da manhã a paciente evoluiu para parto
normal, recepcionado 2 fetos gemelares, cefálicos, sendo o G1 em más condições
de vitalidade, pesando 903g e G2 em regular condições de vitalidade, pesando
1002g, ambos com necessidade de intubação endotraqueal e respiração mecânica
até a transferência para a UTI Neonatal deste serviço. A mãe recebeu alta 3 dias
após o parto, os neonatos seguiram aos cuidados da UTI, recebendo alta para UCI
após 15 dias. CONCLUSÃO: A equipe de enfermagem teve um papel determinante
como um todo na estadia, parto e pós-parto da pessoa em questão, em virtude de
sua influência educativa e a promoção eficiente de cuidados que minimizaram
desconfortos e estiveram atentas à evolução dos períodos clínicos do parto.
Garantindo assim, segurança, confiabilidade e uma assistência integral e
individualizada à mulher nesta fase de sua vida.
DESCRITORES: Cuidados de Enfermagem; Gravidez de Alto Risco; Gestação
Gemelar.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de políticas. Área Técnica da Saúde da
Mulher. Gestação de Alto Risco.Brasília : Ministério da Saúde, 2000.
COSTA, M. G. F.; COSTA FILHO, M. C.; FREITAS, A. C. S. Ferramenta de auxílio
ao diagnóstico médico durante a gravidez. 950-7132-57-5 (c) 2001, Sociedad
Cubana de Bioingenriería, artículo, 00204.
MONTENEGRO, C. A. B.; REZENDE FILHO, J. Polidramnia. Oligodramnia. In:
MONTENEGRO, C. A. B.; REZENDE FILHO, J. Obstetrícia Fundamental. -11 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
RICCI, S. S. Capítulo 18: Conduta de enfermagem na gravidez de risco:
complicações relacionadas com a gravidez. In: RICCI, S. S. Enfermagem materno
neonatal e saúde da mulher. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
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