DA I N D Ú S T R I A G R Á F I C A
ÓRGÃO OFICIAL DO SINDICATO
DAS IN D U STR IA S GRÁFICAS
NO ESTADO DE SÃO PAULO
N Ú M E R O 15____________________S Ã O P A U L O . 15 D E J U N H O D E 1 9 5 0 ________________
ANO I
O L U G A R DAS ARTES G R Á F I C A S
que as artes
núcleo artístico colocar em evidência a proje­
gráficas têm influência, direta ou indiretamen­
Muito embora
se reconheça
ção de sua arte. Dentre êsses fatores, há que
te, em todos os setores da atividade humana,
colocar-se, ao lado de sua fôrça de expressão,
não gozam elas, principalmente em nosso país,
o congraçamento da classe, a união dos es­
do luqar de destaque a que. por fôrça de sua
forços no intuito a ser colimodo. A s iniciati­
expressão e de sua própria natureza de exis­
vas isoladas
tência, têm direitos adquiridos, mas não confe­
fraqueza, e a falta de espírito associativo de­
ridos.
A velha arte de imprimir, na realidade, tornouse indústria, ramificou-se, desdobrou-se em seto­
res vários, a isso obrigada pela necessidade de,
como dissemos acima, interferir nas mais diver­
sas e variadas atividades do homem. Se analisar­
mos, no entanto, o conjunto de suas ramificações,
veremos que, mesmo industrializada, não per­
deu o sentido e o cunho da arte, não de que
se originou mas que implantou com a sua cria­
ção, e como tal deve ser encarado o invento do
venerando Gutenberg, mormente quando reivin­
dica para êle um mínimo de atenção de que
necessita para se colocar em seu devido lugar
no concêrto das realizações de um povo.
Fatores os mais diversos influenciam naqui­
lo que se pode chamar de oportunidade para um
geralmente se perdem pela sua
termina o fracasso de tôda a iniciativa, por re­
conhecidamente útil que seja.
Com a nossa arte gráfica, forçoso é reconhe­
cer, vem acontecendo justamente isso —
vive
ela de frustação em frustação das iniciativas
particulares que têm visado o seu aprimora­
mento e consequente projeção no cenário das
coisas nacionais. Só mesmo conseguiram vin­
gar as poucas iniciativas que contaram com o
apôio de algum
grupo forte
ou o beneplá­
cito dos poderes públicos, sem que se conseguis­
se, no entanto, atingir ao verdadeiro congra­
çamento da classe, à conta de cuja negativa
se deve lançar, a nosso ver, o propalado atraso
em que vivemos com relação a outros países
menores, que não dispõem dos recursos huma­
nos e materiais de que dispomos.
( Contínua na página 6)
Boletim da Indústria Gráfica
S. FERRAZ
-
D IR E T O R
R e d a ç ã o e A d m in is t r a ç ã o : P r a ç a d a Sé, 3 9 9 - 5.° Andar, S a la 5 0 8
______________________________________
P UB LIC A-S E
—
Fone 2 -4 6 9 4
—
S ã o P a u lo
Q U I N Z E N A L M E N T E ____________________________________
____________________ C O M P O S T O E I M P R E S S O NA E S C O L A DE A R T E S G R Á F I C A S D O S E N Al_____________________
COLABORAM N E S TA EDIÇÃO :
A N T Ô N I O S O D R É C. C A R D O S O
PUBLICAÇÕES RECEBIDAS
Registramos e agradecemos o rece­
bimento regular de mais as seguintes
publicações: “ Boletin Siga” , da Asso­
ciação de Industriais Gráficos da A r ­
gentina; “ Gaceta Grafica” , da Câmara
da Indústria Gráfica de Buenos Aires;
“ Boletim Linotípico” , publicado pela
Mergenthaler Linotype Co.; “ Notícias
da O. I. T.” , mensário da Organização
Internacional do Trabalho, Suiça;
“Taquigrafia” , órgão da Associação
Taquigráfica Paulista; “ Sési Jornal” ,
publicado pela Divisão de Educação
Social do Serviço Social da Indústria;
“Boletim do SA PS” , que ültimamente
está sendo impresso em oficinas pró­
prias; e “Piratininga” , mensário da
Cia. Nacional de Seguros Gerais e
Acidentes do Trabalho.
CURIOSO ÊRRO TIPOGRÁFICO
Na primeira página da edição do
“ New York Times” de 21 de abril pas­
sado saiu publicado um curioso êrro
tipográfico, destinado a ficar famoso.
O correspondente daquele jornal em
Berlim referiu-se ao hino alemão
“Deutschland uber Alies” , título que,
no entanto, saiu assim: “ Deutschland
uber A lliee” — Alemanha sôbre os
Aliados.
ESCRITÓRIO DA 0. I. T. EM SÃO
PAULO
Segundo o mensário “Notícias da
O. I. T.” , fo i decidido estabelecer, nes­
E
RAM ILFO LUÍS PEREIRA
ta Capital, o Escritório da Mão de
Obra para a América Latina da Orga­
nização Internacional do Trabalho.
Acrescenta aquêle órgão que “a inau­
guração desta importante repartição
se realizará em breve na metrópole
paulista, centro vital do parque indus­
trial brasileiro, e o mais importante
da América Latina. A O. I. T. demons­
tra assim, mais uma vez, sua preocu­
pação constante pelos problemas do
novo mundo.”
PAPEL PARA IMPRENSA COM
RESÍDUOS DE ÁLAMO
Notícia de Estocolmo nos dá a co­
nhecer que durante os últimos anos a
fábrica de Ostrand, pertencente à Cia.
Sueca de Celulose, vem empregando
resíduos de álamo, que anteriormente
eram apenas considerados bons como
combustível, para a produção de uma
polpa de sulfato semialvejada, ade­
quada para a fabricação de papel para
imprensa. A produção dessa polpa no
corrente ano é calculada em 21.000
toneladas, ou seja, uma quinta parte
da produção total da fábrica. É desti­
nada à fabricação de papel que
será exportado para a Inglaterra e
outros países europeus. Acredita-se
que só resíduos de madeira de álamo,
consistentes de ramos delgados e re­
torcidos que abundam na Suécia, po­
derão substituir em alguma extensão
a madeira de coníferas da qual há es­
cassez.
B O L E T IM D A IN D Ü S T R IA G R A F IC A
P A G IN A 3
A INDÚSTRIA GRÁFICA DO INTERIOR EM REVISTA
No intuito de dar a conhecer aos
nossos leitores informes sôbre as artes
gráficas do Interior de São Paulo, êste quinzenário se dirigiu a todos os
jornais e tipografias interioranos so­
licitando a remessa de fotografias fi­
xando aspectos que consigam expres­
sar o que possuímos em nosso “hinter-
land” com relação à arte dos tipos
móveis.
Tendo em vista a nossa finalidade,
esperamos ser atendidos em nossa so­
licitação, para que o nosso propósito
não sofra solução de continuidade.
Já recebemos algumas poucas foto­
grafias, que não vieram acompanha-
Os três flagrantes que estampamos hoje nos
foram enviados pela T IP O G R A F IA E L IV R A ­
RIA M A C H A D O , de Tatuí, estabelecimento
que existe na terra natal de Paulo Setúbal
há mais de vinte anos, e que vem emprestan­
do eficientemente a sua colaboração na difu­
são da cultura, do comércio e da indústria
daquela próspera cidade paulista, que conta
ainda com outras casas gráficas
das, no entanto, dos dados que ne­
cessitamos para as legendas. A fim
de evitar que não as possamos uti­
lizar — o que para nós será por de­
mais lamentável — , as fotos devem
vir acompanhadas de informes es­
clarecedores.
P A G IN A 6
B O L E T IM D A IN D Ú S T R IA G R Á F IC A
O LU G A R D AS A RTES G R Á F IC A S
Movimento da
Janta Comercial
( C o n tin u a çã o
da
p á g in a
1)
Encarada como arte ou simplesmente como
indústria —
a que se destinou o papel relevan­
te de levar o nosso pensamento, as nossas rea­
lizações, as nossa conquistas, enfim tôdas as
Extraímos do Diário Oficial do Estado o
seguinte movimento da Junta Comercial com
relação a firmas gráficas e correlatas, nas
sessões de 21-4-50, 25*4-50, 28-4-50, 2-5-50
e 5-5-50, ratificadas respectivamente pelas
de 25-4-50, 28-4-50, 2-5-50, 5-5-50 e 9-5-50:
N. 121.187 — Irmãos Contesini — Atibaia
— Rua Tomé Franco, 237 — ramo de ti­
pografia e papelaria no estabelecimento de­
nominado Tipografia e Papelaria Santa Teresinha — Cr$ 20.000,00 em partes iguais en­
tre Miguel P ilegi Contesini e Octávio Pilegi
Contesini — brasileiros — solidários — in­
determinado — ass. em 9-2-50.
N. 121.242 — Artefatos de Papel Cury
Ltda. — Capital — Rua Muniz de Souza,
442 — confecção de impressos, artigos de
papelaria em geral — Cr? 300.000,00 em
partes iguais entre Irmgard Emíla Lichtenberger Paes, que se assina Irmgard
Paes e Walter Rhormens, brasileiros — 10
anos — ass. em 18-4-50.
N. 121.248 — Epag — Editora Paulista de
A rte G ráfica Ltda. — Capital — Páteo do
Colégio, 3 — edição, fabricação, comércio
de produtos de papel e papelão com e sem
impresso e importação e exportação —
CrS 500.000,00 sendo Cr$ 350.000,00 de Carl
Israel Stern; CrS 100.000,00 de Heinz Norbert Israel Stern e Cr$ 50.000,00 de Sara
Rosy Stern, alemães — indeterminado a
contar de 1-1-49 — ass. em 18-1-50.
N. 121.307 — Gráfica R elêvo Universal
Ltda. — Capital — cont. 72.288 — alts. até
100.860 — Benedito Barbosa Junior, tendo
ajustado a cessão das suas 5 cotas de ca­
pital no total de Cr$ 25.000,00 ao sócio Abel
Marques Nogueira, de quem recebeu dita
importância, retira-se da sociedade — O
capital continua o mesmo de CrS 250.000,00
sendo CrS 140.000,00 cessionário — CrS .. .
25.000,00 de cada um dos srs. Manoel Henri­
que Nogueira de Assunção, Domingos José
Sapienza, Amadeu Nogueira de Assunção e
Maria Rosalina Nogueira de Assunção e
Cr$ 10.000,00 de Eros Bedei — ass. em
25-3-50.
N. 121.342 — Grafiartes Ltda. — Capi­
tal — R. José Bento, 36 — comércio de ti-
nossas ações ao conhecimento dos
que aqui
vivemos e dos que lá fora têm interesse pelo
que fazemos — , por que não colocarmos a ar­
te gráfica nacional no lugar de projeção que
lhe compete, propugnando para
que lhe se­
jam dadas as escolas de que necessita, a com­
preensão que lhe é negada nas suas justas rei­
vindicações, a elevação de seu conceito no concenso popular e, acima de tudo, o congraçamento de todos aquêles que nela militam?
Agora mesmo cogita-se na criação de uma
Escola de Artes Gráficas anexa à Universidade
de São Paulo. Seria, assim, o ensino gráfico tor­
nado universitário, a exemplo do que acontece
em todos os países da Europa e das Américas
que não se descuidam do veículo de transmis­
são de seu pensamento e feitos. E seria isso,
com a união de todos em tôrno da concreti­
zação dessa idéia, o verdadeiro marco para o
início de um movimento visando o aprimora­
mento de nossas artes gráficas e sua conse­
quente projeção. — S. F.
pografia e artes gráficas — CrS 20.000,00
em partes iguais entre Luiza Vieira, Joanna
Caparroz Bonel, Maria Taboada de Souza
e Josepha Coucurdi Morenilea, a prim eira
iugoslávia e os demais brasileiros — in­
determinado — ass. em 17-4-1950.
N. 121.480 — Indústrias Gráficas “ A Co­
marca” Ltda. — Capital — Rua 25 de Março,
1 061 — indústrias gráficas, bem como edi­
ções de jornais — Cr$ 500.000,00 — sendo
Cr$ 350.000,00 do Dr. João Abdalla e C r$ . . .
50.000,00 de cada um dos sócios Manoel
João
Abdalla,
Nicolau
João
Abdalla
e Dr. Antônio João Abdalla — brasileiros
—
As
atividades
sociais
serão
ini­
ciadas com uma oficina em Araçatuba e a
edição do Jornal " A Comarca” na mesma
cidade — 5 anos.
Sácaícc
L e m b ra n d o m ovim entos
A rt e s G rá fic a s
deAtóeá. úfaáfecaà. anexa à
p ró -
de S. (Paula
A entrevista que hoje transcrevemos, resumidamente, foi concedido ao "Jornal de São Paulo"
pelo sr. Antônio Sodré C. Cardoso, diretor do Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas de
nosso Sindicato, a propósito da criação, nesta Capital, de uma Escola de Artes Gráficas anexa à
F a to r do d esen vo lvim en to da
In d ú s tria G rá fic a
nossa Universidade.
“ Uma escola de artes gráficas é uma medi­
da realmente necessária. Disso sabemos nós, no
Departamento de Pesquisas em Artes Gráficas,
pois que sintetizamos a opinião de inúmeros
interessados pelos assuntos de que tratam as
artes gráficas, com os quais mantemos perma­
nente contato. São bibliotecários, jornalistas,
publicitários, professores, particulares e mesmo
gráficos, que querem aperfeiçoar a sua cultura
e conhecer as técnicas modernas de impressão,
os processos das diversas atividades da indús­
tria gráfica, a execução artística e estética de
uma obra, a admihistração de oficinas, e outros
tantos conhecimentos que lhes faltam e que em
muito contribuiríam para melhor desempenho
de suas funções.
EXISTE UM A ESCOLA
“ Já existe uma escola de artes gráficas em
São Paulo. A do SENAI, que se ocupa, porém,
da formação de operários aprendizes durante o
dia e que, à noite, se dedica ao aperfeiçoamen­
to rápido de operários, preferencialmente. Nesse
curso noturno podem ingressar também inte­
ressados que não sejam operários, mas para êsses a percentagem de admissão às vagas exis­
tentes é relativamente pequena. Ademais, a
instrução é tôda ministrada por processos prá­
ticos de produção, limitando-se à formação rá­
pida de tipógrafos, linotipistas, impressores e
encadernadores, não se preocupando com a for­
mação de artistas e a especialização aprofunda­
da. E\ portanto, uma escola de artes gráficas
para operários da indústria. As artes gráficas
necessitam de alguma coisa mais, pois a sua
infiltração se faz em quase tôdas as atividades
humanas.
Tal Escola, mais uma vez frisamos, é uma necessidade para as nossas artes gráficas, e também
um valioso subsídio à difusão de nossa cultura — uma vez que virá a ser o fator preponderante co
aprimoramento da arte de imprimir em nossa terra.
que trabalham
diversas.
em
profissões
completamente
MOVIMENTOS PRÓ-ARTES G R ÁFIC AS
“ Dentre os inúmeros movimentos pró-artes
gráficas no terreno educativo e cultural, lembramo-nos de alguns. Na Escola Politécnica houve
um curso de fotografia. Na Faculdade de M e­
dicina, fo i organizado um curso sôbre documen­
tação científica, no qual se descreviam os pro­
cessos das artes gráficas. Na Faculdade “ Saedes
Sapientiae” existem cursos de jornalismo, bi­
blioteconomia e artes gráficas. A Associação
Paulista de Propaganda manteve, até há pou­
co, um curso de publicidade, e uma das cadei-
t
DE INTERÊSSE GERAL
“ O interêsse pelas artes gráficas é geral. ê s"
se assunto cativa qualquer pessoa. Não há
quem não deseje saber como se faz um livro,
um impresso ou qualquer outro trabalho grá­
fico. A história das artes gráficas é tema de
permanente curiosidade e desperta o interêsse
de um grande público. E* engano pensar que
artes gráficas interessam apenas aos que nela
trabalham. Temos encontrado um sem número
de pessoas interessadas pelas artes gráficas e
paganda. Durante a realização do Congresso de
Editores e Livreiros, a Câmara Brasileira do
L ivro propôs a criação de um curso para edi­
tores e livreiros, onde se obtivessem noções de
biblioteconomia e artes gráficas. P or outro
lado, no Museu de Arte de São Paulo, está
sendo criado um curso para gravadores em buril e xilogravura. Também o SÉSI promoveu
um curso de biblioteconomia há pouco tempo ♦
e agora está realizando um curso de jornal de
emprêsa. Nas Escolas Normais oficiais aprende-se a encadernação, como prática de traba­
lhos manuais. Não devem ainda ser esquecidos
os cursos de artes gráficas da Escola Técnica
Getúlio Vargas, o curso vocacional de artes
gráficas da Cia. Antartica Paulista, os cursos
de artes gráficas das Escolas Salesianas e aa
noções sôbre encadernação artística do Liceu
de Artes e Ofícios.
Isso tudo para demonstrar que em quase
tôdas as atividades, quer sejam universitárias,
artísticas ou profissionais, existem grupos in­
teressados pelas artes gráficas e que a escola
do cuja criação se está cogitando viria justa­
mente atender a grande número de interes­
sados. As matrículas seriam mais ràpidamente preenchidas do que se pode imaginar. Disto
já se poderia ter uma comprovação antecipada
pelo sucesso alcançado nas escolas de jornalis­
mo, nas escolas de biblioteconomia e mesmo
nesses cursos de artes gráficas que esporàdicamente são realizados.
Se não conseguirmos brevemente uma escola
de artes gráficas, de nível elevado e com os
cursos de especialização que se fazem necessá­
rios, haverá no futuro grande disparidade en­
tre a formação dos bons jornalistas e dos bi­
bliotecários eficientes, que hoje se faz com tanto
cuidado, e a formação insuficiente dos que tra­
balham em artes gráficas, que não poderão,
por sua vez, acompanhar e atender às exigên­
cias de um trabalho moderno, perfeito e à
altura do que lhes será pedido para a feitura
material de um jornal, livro ou simples impres­
so avulso.
FATOR
DE DESENVOLVIM ENTO
IN D Ú S TR IA G R Á F IC A
DA
“ O desenvolvimento de nossa indústria grá­
fica depende da quantidade de pessoas habili­
tadas que nela possam aplicar a contento as
práticas adquiridas pela instrução especiali­
zada. As nossas indústrias gráficas estão apa­
relhadas com a mesma maquinaria que existe
nos Estados Unidos. No entanto, os bons ser­
viços gráficos executados entre nós não somam
quantidade que se possa sequer comparar com
os bons trabalhos que nos chegam daquele
país, pois quase nada se conhece dos proces­
sos modernos e a maioria das tipografias ainda
se prende a processos tradicionais. Se existis­
se uma escola de artes gráficas de nível eleva­
do, os alunos não se limitariam a conhecer so­
mente o que existe entre nós. Familiárizar-seiam com os processos mais modernos, o manêjo de máquinas novas, a prática de técnicas
progressistas, o trabalho organizado, a adminis­
tração ideal e tantas coisas úteis e necessárias.
DE
CARÁTER UN IV E R SITÁR IO
“ Uma escola de artes gráficas de caráter
universitário abriria caminho para uma série
de realizações de inestimável valor. Para isso,
não faltam motivos e razões bem justificadas,
uma vez que nas artes gráficas se apoiam os
processos de disseminação de cultura, e, ainda,
constituem elas o melhor meio de projeção e
valorização, no Exterior, de tôdas as nossas
atividades, quer sejam artísticas, literárias, co­
merciais ou industriais.
MUSEU DE ARTES G R ÁFIC AS
“ Quanto ao museu de artes gráficas, a sua
criação também seria bastante interessante para
as artes gráficas e para todos os estudiosos em
geral, mas bem poderia êle existir em função
da escola de artes gráficas, isto é, anexado à
essa mesma escola. E também poderia compor­
tar o museu do livro, cuja realização já foi
idealizada por um grupo de bibliófilos. Tudo
isso, porém,
depende
de
uma
iniciativa
preliminar, depois da qual não tardarão
a se apresentar colaboradores, técnicos e
entusiastas
pelo
assunto,
que
oferecerão
todos os seus esforços para a realização dêsse
grande empreendimento em prol das artes
gráficas.
Urge, pois, que a escola de artes gráficas e
as realizações que se planejam em tôrno da
mesma sejam consubstanciadas o quanto antes,
pois êsse seria um passo dos mais acertados em
prol do desenvolvimento cultural do nosso
povo” .
B O L E T IM D A IN D Ü S T R IA G R A F IC A
P A G IN A
7
G-rniímícacLcu dxS- SindicatoRE LAÇÃO DE DOIS TERÇOS
A té 30 do corrente deverão ser
entregues ao Departamento Esta­
dual do Trabalho as relações de
2/3 (relações nominais dos em­
pregados). As firmas que não ti­
verem empregados deverão fazer
declaração negativa.
FERIADO O D IA 29
De acordo com a lei municipal
n.° 3 857, de 30 de março do cor­
rente ano, será feriado o próximo
dia 29 do mês em curso.
LEG ISLA Ç ÃO
T R A B A L H IS T A
Transcrevemos abaixo os artigos
482 e 483 da C. L. T., que norteam
a rescisão do contrato de trabalho
por justa causa, tanto pelo empre­
gador como pelo empregado:
“ Art. 482 — Constituem justa
causa para rescisão do contrato de
trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b ) incontinência de conduta ou
mau procedimento;
c) negociação habitual por con­
ta própria ou alheia sem permis­
são do empregador e quando cons­
tituir ato de concorrência à emprêsa para a qual trabalha o em­
pregado, ou for prejudicial ao ser­
viço;
d) condenação criminal do em­
pregado, passada em julgado, caso
não tenha havido suspensão da exe­
cução da pena;
e ) desídia no desempenho das
respectivas funções;
f ) embriaguez habitual ou em
serviço;
g ) violação de segrêdo da emprêsa;
h) ato de indisciplina ou de in­
subordinação;
i) abandono de emprêgo;
j ) ato lesivo da honra ou da boa
fama praticado no serviço contra
qualquer pessoa, ou ofensas físi­
cas, nas mesmas condições, salvo
em caso de legítima defesa, pró­
pria ou de outrem;
k ) ato lesivo da honra e boa fama
ou ofensas físicas praticadas contra
o empregador e superiores hierár­
quicos, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem;
l ) prática constante de jogos de
azar” .
“ Art. 483 — O empregado pode­
rá considerar rescindido o contra­
to e pleitear a devida indenização
quando:
a) forem exigidos serviços su­
periores às sus forças, defesos por
lei, contrários aos bons costumes,
ou alheios ao contrato;
b ) for tratado pelo empregador
ou por seus superiores hierárquicos
com rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de
mal considerável;
d) não cumprir o empregador as
obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus
prepostos, contra êle ou pessoas de
sua família, ato lesivo da honra e
boa fama;
f ) o empregador ou seus pre­
postos ofenderem-no fisicamente,
salvo em caso de legítima defesa,
própria ou de outrem;
g ) o empregador reduzir o seu
trabalho, sendo êste por peça ou
tarefa, de forma a afetar sensivel­
mente a importância dos salários.
§ l.° — O empregado poderá
suspender a prestação dos serviços
ou rescindir o contrato, quando ti­
ver de desempenhar obrigações le­
gais, incompatíveis com a continua­
ção do serviço.
§ 2.° — No caso de morte do
empregador constituído em emprêsa individual, é facultado ao em­
pregado rescindir o contrato de
trabalho” .
E S C O L A DE A R T E S G R Á F I C A S DO SEIMAI
NOTICIÁRIO
FÉRIAS DE INVERNO
Encerraram-se, hoje, dia 15, as aulas
dos Cursos Diúrnos de Aprendizagem
da Escola de Artes Gráficas. Têm iní­
cio, assim, as esperadas “Férias de In­
verno” , almejadas pelos alunos e, que
se prolongarão até 15 de julho. A lm e­
jadas porque, conforme princípio es­
tabelecido entre o SEN A I e a Indús­
tria, as férias de trabalho dos menores
aprendizes que a elas têm direito, são
concedidas durante o mês de férias es­
colares.
Ao se encerrarem as aulas, o Bole­
tim de Matrículas referente a maio
p. p., registrou o seguinte movimento
de alunos:
M A T R ÍC U L A T O T A L DO
SEMESTRE
C. P. (Curso Prelim inar)
C. A.O. (Curso de Aprendizes
de O fício) . . . .
C. A. I. (Curso de Aspirantes à
Indústria . . . .
T o ta l:
20
182
38
................................ 240
C U R S O N O TU R N O DE ARTES G R Á F IC A S
INTERESSE E AFLUÊNCIA OE CANDIDATCS
Abertas, em 6 do corrente, às 7 ho­
ras da noite e encerradas às 9 horas
da mesma noite, as inscrições de can­
didatos para os Cursos Noturnos de
Artes Gráficas foram fechadas com
o seguinte movimento:
CANDIDATOS INSCRITOS
Tipógrafos
Linotipistas
Impressores
Encadernadores
T o ta l:
.
.
.
.
.
.
.
.
.'
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
111
187
81
43
422
Isto demonstra o grande interêsse
dos candidatos pelos Cursos de Artes
Gráficas, noturnos, do SENAI. Os nú­
meros falam por si: 422 candidatos
inscritos para 88 vagas.
PROVAS DE HABILITAÇÃO F A R A I I 8." OUTORGA
DE CARTA DE OFÍCIO
Submetem-se a exames, desde 12
do corrente, para direito ao desejado
diploma de “ Carta de O fício” , a turma
que concluiu o Curso de Aprendizes
de Ofício neste semestre.
Com a presença de representantes
fiscais das entidades de classe patro­
nais, de trabalhadores e banca exami­
nadora para êsse fim instituída, pas­
sam os alunos pela “ prova de fogo”
pois que os exames teóricos de Cál­
culo Técnico, Tecnologia e Desenho e
a Prova Prática de Ofício abrangem
tôda a matéria dada no decorrer do
currículo escolar do curso.
VISITA DE ESTUDOS ÀS INSTALA­
ÇÕES DA FÁBRICA DE PAPEL DA
CIA. MELHORAMENTOS DE S. PAULO,
EM CAYEIRAS
A convite do diretor do Departa­
mento de Pesquisas em Artes Gráfi­
cas do S. I. G. E. S. P., professores,
instrutores e alunos do 6.° têrmo da
Escola de Artes Gráficas visitaram,
em 30 de maio p. p., as instalações
da fábrica de papel da Cia. Melhora­
mentos de São Paulo, em Cayeiras.
A caravana se compunha de profes­
sores e alunos de várias escolas, grá­
ficos profissionais e estudiosos do as­
sunto.
Cicerones capacitados, gentilmente
postos à disposição da caravana pela
Cia., guiaram os professores e instru­
tores pelas diversas secções que, assim
orientados tiveram oportunidade de
“in loco” explicar aos alunos as fases
da fabricação do papel.
No próximo número pensamos co­
mentar os ensinamentos colhidos e o
resultado prático obtido.
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O LUGAR DAS ARTES GRÁFICAS