economia e estatística Análise Pesquisa revela resultados positivos de crescimento Aumentaram as vendas do setor, segundo estudo realizado pelo Departamento de Economia e Estatística da Abrava para medir desempenho do HVAC-R no primeiro trimestre de 2012 C hamado de “Resultado HVAC-R 1º Trimestre de 2012”, o levantamento realizado Vendas no primeiro trimestre 2012 comparado a 2011 sas ouvidas para a pesquisa disseram que – independente das forças econômicas internacionais, puxadas pela crise europeia, redução de crescimento no PIB norte-americano e asiático – 46% dos entrevistados acreditam que houve uma melhora de investimentos no primeiro quarter do ano comparado a 2011. (veja quadro sobre os principais investimentos). Os entrevistados também não observaram mudanças no nível de emprego, sendo que 46% avaliaram o mesmo desempenho comparado a 2011, enquanto que 38% afirmam ter melhorado e apenas 16% disseram que piorou. Estimativa de investimento em 2012 comparado com 2011 pelo Departamento no período en- tre 18 a 30 de maio deste ano demons- .48. trou otimismo no mercado HVAC-R. De um total de 318 companhias, 84 responderam ao questionário. Dos participantes: fabricante e instalador tiveram o maior índice de respostas, 29% cada um, enquanto que os outros segmentos ficaram entre comércio (19%), projetista (13%) e importador (10%). Tipo de empresa Nível de emprego no primeiro trimestre 2012 sobre 2011 % de investimento no primeiro trimestre sobre o mesmo período em 2011 Segundo o estudo, 43% acreditam que as vendas melhoraram no primeiro trimestre de 2012 comparado ao mesmo período de 2011. Entretanto, 30% dos entrevistados acreditam que piorou e 27% do universo avaliado disse que os primeiros três meses não sofreram alteração ao ano passado. Revista Abrava . Edição 305 . Julho 2012 Embora os dois indicadores acima mencionados (nível de emprego e vendas no primeiro trimestre) apresentarem um comportamento de melhora ou igualdade em relação a 2011, as empre- economia e estatística Análise No mercado interno, as medidas do governo anunciadas no primeiro trimestre não afetaram os negócios, segundo 70% das respostas. Entretanto, 19% disseram que as ações governamentais foram ruins, afetando as negociações de suas empresas. maior impacto negativo, a desacele- tores. Frente a igual período de 2011, ração da economia brasileira é outro os níveis de produção recuaram for- fator que está inibindo uma possível temente nos setores de bens de con- retomada das atividades produtivas da sumo duráveis (–11,6%), de bens de indústria. A recuperação tão esperada capital (–11,4%) denotando que há do setor provavelmente ficará para o uma desaceleração intensa (senão já segundo semestre, o que compromete uma queda livre) dos ciclos de inves- As medidas governamentais em 2012 refletiram no setor HVAC-R e nos seus negócios? o crescimento da produção industrial timento e de bens duráveis, os quais neste ano, cuja taxa é, considerando os em grande medida modulavam o cres- indicadores disponíveis, estimada em cimento industrial do País. Já em bens torno de 1,7%. intermediários a retração foi de 1,3%. De acordo com o IBGE, a produção O único setor em que ocorreu aumen- industrial caiu 0,5% em março com re- to da produção no primeiro trimestre lação a fevereiro, na série com ajuste foi o de bens de consumo semi e não sazonal. Esse resultado confirma um duráveis, cujo crescimento, modesto, início de ano bastante fraco da indústria chegou a 0,9%. brasileira: no primeiro trimestre frente Em bens duráveis, o recuo de 11,6% a igual período de 2011, a produção in- no primeiro trimestre deveu-se, sobre- dustrial recuou 3,0%. Com exceção de tudo, ao desempenho negativo de auto- 2009 – ano mais grave da crise interna- móveis (–18,6%) e celulares (–19,8%), cional – essa é a maior queda para um enquanto a queda de 11,4% de bens primeiro trimestre desde 1999. Vale di- de capital refletiu a retração da produ- zer também que tal comportamento é o ção de bens de capital para transporte oposto do observado em 2010 e 2011, (–16,3%), para energia (–22,4%), para quando a produção iniciou o ano com construção (–12,6%), e para uso mis- mais vigor (e depois, com se sabe, foi to (–8,6%). Notar que a produção de desacelerando). bens de capital para a indústria e para Na comparação trimestre contra trimes- a agricultura tiveram índices positivos tre imediatamente anterior com ajuste no primeiro trimestre, com aumentos sazonal, o que dá uma ideia da evolução de 1,2% e 10,8%, nessa ordem. No se- A indústria: recuperação lenta na margem da produção industrial, os tor de bens intermediários, sobressaiu resultados gerais também não são ani- a queda de 10,4% de têxteis utilizados madores. A atividade produtiva da in- como insumos. Por fim, quem segu- dústria vem recuando desde o segundo rou o setor de bens de consumo semi trimestre do ano passado e manteve-se O desempenho desfavorável da indús- e não duráveis neste primeiro trimes- negativa nos três primeiros meses des- tre (0,9%, como dito acima) foi, em te ano: –0,4%, –0,8%, –1,6% e –0,5%, grande medida, o segmento de álcool respectivamente, do segundo trimestre e gasolina (carburantes), cuja produção de 2011 até o presente. cresceu 11,1% com relação ao primei- O desempenho da indústria no pri- ro trimestre de 2011. “Concluímos que, apesar de todas as forças contrárias da economia internacional, o setor HVAC-R brasileiro apresenta uma estabilidade, prometendo um crescimento sustentável para 2012”, comenta Denilson Forato, coordenador do Departamento de Economia e Estatística da Abrava. tria neste início de ano não é somente dado pela sua falta de competitividade. As debilidades e as incertezas que rondam as principais economias do mundo também contam. Além disso, e neste momento talvez exercendo o meiro trimestre de 2012 reflete o que vem ocorrendo nos seus grandes se- * Fontes: IBGE/IEDI Elaborado DEE-Abrava / www.ied.org.br / www.ibge.gov.br Revista Abrava . Edição 305 . Julho 2012 .49. economia e estatística Análise Índices Econômicos – DEE Abrava Informativo de Interesse do setor HVAC-R * Referência = Atualizado até o mês de Maio de 2012 / ** projeções 2012 / *** Projeções 2013 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Junho 2012* Até dez 2012** Ano 2013*** INPC - IBGE (%) 5,10 6,40 4,10 6,40 6,00 0,26 5,16 5,25 IPCA - IBGE (%) 4,50 5,90 4,30 5,90 6,50 0,08 5,01 5,60 IPC - FIPE (%) 4,40 6,20 3,70 6,40 5,80 0,23 4,54 4,98 IGP-M - FGV (%) 7,80 9,80 -1,70 11,30 5,10 0,66 5,71 5,14 IGP-DI - FGV (%) 7,90 9,10 -1,40 11,30 5,00 0,69 5,02 4,87 INCC - FGV (%) (acumulado) 6,10 11,80 3,30 7,80 7,50 1,31 7,60 7,81 PIB (R$) – Trilhões/ (Valores Correntes) 2.60 3.00 3.10 3.70 4.10 4,10 4,50 4,60 PIB (US$) - bilhões 1.40 1.60 1.60 2.10 2.40 2,40 2,30 2,40 PIB taxa de crescimento real (%) 6,10 5,10 -0,20 7,50 2,70 2,50 2,38 4,28 PIB per capita – Em Mil/ US$ 7.30 8.80 8.50 11.10 12.60 11,60 11.40 12.40 Taxa de câmbio (final de período) R$ / US$ 1,770 2,34 1,740 1,670 1,88 2,10 1,94 2,10 Taxa de câmbio (média anual) 1R$ - US$ 1,950 1,83 2,00 1,760 1,67 2,10 2,01 2,10 Taxa de câmbio (média anual) 1R$ - €$ euro 2,810 2,60 2,57 2,22 2,43 2,53 2,40 2,49 6,00 3,10 -7,40 10,50 0,30 1,30 0,80 4,00 187,60 189,6 191,50 193,30 194,90 195,00 196,5 197,40 0,56 0,71 0,55 0,64 0,59 0,50 0,50 0,60 Taxa Selic (final de período) % 11,25 13,75 8,75 10,75 11,00 10,80 7,61 8,78 Risco País - final de período 221 428 189 190 213 ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS PIB (Produto Interno Bruto) .50. Câmbio (moedas mais importantes) Produção e Poupança Produção Industrial - IBGE (%) População - milhões Caderneta de Poupança Taxa de Desemprego Aberto - IBGE 197 140 135 9,30 7,90 8,10 6,70 6,00 5,80 5,00 4,90 Salário Mínimo Nacional em R$ 380,00 415,00 465,00 510,00 545,00 622,00 622,00 640,00 Salário Mínimo Reg. SP em R$ 410,00 450,00 505,00 560,00 600,00 690,00 690,00 720,00 Salário Mínimo Reg. RJ em R$ 404,00 447,50 587,50 553,31 607,88 693,77 693,77 710,00 Salário Mínimo Reg. PR em R$ 462,00 527,00 605,00 663,00 708,11 811,80 808,11 812,00 Salário Mínimo Reg. SC em R$ 380,00 415,00 465,00 587,00 630,00 700,00 700,00 705,00 Salário Mínimo Reg. RS em R$ 430,00 447,40 511,29 546,57 610,00 716,12 716,12 806,00 654,52 712,80 767,80 829,40 910,80 979,00 979,00 987,00 627,00 687,00 697,40 760,00 870,00 930,90 930,90 1005,00 Salários (categorias) Salário Mínimo da Categoria (Construção Civil – SP – Sintracon) Maio/2012 Salário Mínimo da Categoria (Metalúrgicos – SP) Novembro/2012 Fonte: Boletim Focus do BCB, FGV, IBGE, Internet - Elaborado DEE-Abrava Revista Abrava . Edição 305 . Julho 2012