Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana – volume 2 A regeneração urbana foi uma das prioridades assumidas pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal. É minha convicção profunda de que uma estratégia de regeneração urbana bem conduzida tem um impacto direto significativo sobre a atividade económica, contribuindo decisivamente para combater a crise e ajudar a promover um modelo de desenvolvimento sustentado para o futuro do país. Os impactos são consideráveis: no investimento que induz; na atividade geograficamente disseminada que promove no tecido empresarial, sobretudo na fileira da construção; no recurso que faz a know-how, materiais e tecnologia nacionais; e na dinamização económica das cidades e das regiões que provoca, com criação imediata de empregos, atração e fidelização de populações, revitalização do comércio urbano, turismo e das atividades ligadas a cultura e ao lazer. Foi com esta visão que promovemos o projeto “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana”, apoiado pelo Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), no âmbito do programa Compete, e que nos mantemos fortemente empenhados na divulgação de todas as atividades envolvidas. Neste contexto, divulgamos agora o trabalho desenvolvido no âmbito dos diagnósticos relacionados com o mercado de arrendamento, a legislação fiscal e licenciamento, as políticas de solos, os planos diretores e limitações de intervenção nas zonas históricas, os mecanismos de financiamento e de incentivos e o comércio de proximidade como elemento dinamizador das cidades, com os quais pretendemos colaborar com as entidades públicas na identificação dos constrangimentos que impedem uma maior dinâmica destas políticas, tão importantes para o futuro do país. Desejo sinceramente que as propostas que aqui são formuladas ajudem quem decide a apresentar as políticas corretas e as medidas adequadas, para que se ultrapassem os constrangimentos identificados, de modo a tornar a regeneração urbana em Portugal uma verdadeira estratégia de combate à crise e de apoio ao desenvolvimento das cidades, das populações e do país como um todo. António Saraiva, Presidente da CIP Ficha Técnica Título Benchmarking Internacional, case studies de Regeneração Urbana EQUIPA DO ESTUDO Exertus – Consultores Fazer Acontecer a Regeneração Urbana A CIP – Confederação Empresarial de Portugal tem vindo a promover a Regeneração Urbana como uma estratégia de viabilização da recuperação dos centros urbanos, zonas históricas e grandes equipamentos abandonados ou degradados das cidades portuguesas, de criação de oportunidades de revitalização da atividade da fileira da construção e de dinamização da economia das cidades e das regiões. Samuel Silva A Regeneração Urbana constitui uma oportunidade estratégica para Portugal porque: Sara Ataíde • Viabiliza a realização de investimento; • Consome materiais e produtos em grande parte produzidos em Portugal; Ana Lúcia Teixeira • Rentabiliza estruturas existentes que se encontram desaproveitadas ou subaproveitadas; Design Gráfico • Cria emprego qualificado, atraindo engenheiros e arquitetos, desenhadores e projetistas, operários, artistas e artesãos; Olga Ribeiro • Reanima a vida das cidades, atrai turistas e fixa novos habitantes; Entidade Promotora • Melhora a qualidade de vida das populações; CIP – Confederação Empresarial de Portugal • Permite rentabilizar poupanças privadas. Projeto Só com a criação de condições objetivas favoráveis se incentivarão as autarquias, os proprietários dos imóveis, os investidores, os agentes económicos da fileira da construção e os empresários relacionados com o comércio de proximidade, a empenharem-se nesta importante tarefa da regeneração das cidades, promovendo o empreendedorismo, criando emprego qualificado com aparecimento de novas profissões com um carácter mais integrado, melhorar a qualidade de vida das populações, a reanimação e revitalização económica das cidades, das regiões e, em última análise, do país. Fazer acontecer a regeneração urbana IV Benchmarking Internacional JT Associados, Planeamento e Engenharia, Lda. V Fazer Acontecer a Regeneração Urbana Depósito Legal ISBN 978-989-98323-6-7 Tiragem 100 exemplares Data Março 2013 Projeto Cofinanciado pelo Estado Português e pela União Europeia A importância do tema e a preocupação em definir uma estratégia orientadora para o desenvolvimento das políticas de regeneração urbana para o país conduziu a CIP a apresentar uma candidatura ao Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), sob o lema “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana – uma saída para a crise”. Para que esta estratégia possa vir a ser definida importava começar por diagnosticar os constrangimentos e os principais estrangulamentos que têm impedido a implementação de projetos com ambição, vocacionados para regenerar de uma forma integrada o património edificado das cidades e, dentro destas, os seus centros históricos enquanto polos de desenvolvimento da economia. Só um rigoroso diagnóstico de posicionamento das políticas, regimes e sistemas que condicionam e envolvem as questões relacionadas com a regeneração urbana, nas diversas vertentes que podem potenciar a sua adoção, rentabilidade e sustentabilidade nas regiões de convergência, permitirá garantir uma estratégia de sucesso neste domínio. Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Envolve o comércio, a indústria e o turismo; É neste sentido que o projeto “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana – uma saída para a crise” previu a realização de um conjunto de Estudos de Diagnóstico relacionados com: Benchmarking Internacional Fazer acontecer a regeneração urbana 1. Porto, Portugal.............................................................................................15 2. Guimarães, Portugal....................................................................................55 3. Bilbau, Espanha...........................................................................................91 • Estudo sobre as políticas de solos nas principais cidades das regiões de convergência, planos diretores e limitações de intervenção no edificado nas zonas históricas; 4. Saragoça, Espanha....................................................................................121 • Estudo sobre as políticas e veículos de incentivos e de financiamento à regeneração urbana, suas implicações sociais e análise sobre a organização da oferta e a rentabilização dos investimentos neste domínio; 6. Génova, Itália..............................................................................................191 • Estudo sobre as dinâmicas e importância do comércio de proximidade, enquanto elemento agregador das dinâmicas dos centros das urbes. VI volume 1 Introdução......................................................................................................9 O estudo que a seguir se apresenta enquadra-se nesta orientação. As conclusões e as propostas resultantes da sua realização já contribuíram de uma forma significativa para iniciativas legislativas relevantes e serão uma base sólida para a estratégia global que constitui o principal objetivo perseguido no âmbito deste projeto. 5. Barcelona, Espanha..................................................................................153 7. Milão, Itália................................................................................................205 8. Berlim, Alemanha ....................................................................................235 Benchmarking Internacional 9. Hamburgo, Alemanha...............................................................................279 volume 2 10. Panoven, Holanda....................................................................................289 11. Amesterdão, Holanda.............................................................................295 12. Roterdão, Holanda...................................................................................311 13. Copenhaga, Dinamarca...........................................................................333 14. Oslo, Noruega..........................................................................................353 15. Estocolmo, Suécia...................................................................................379 16. Malmo, Suécia.........................................................................................391 17. Dublin, Irlanda.........................................................................................405 18. Edimburgo, Reino Unido..........................................................................427 19. Glasgow, Reino Unido.............................................................................439 20. Beirute, Líbano........................................................................................473 21. Síntese dos Bechmarks Relevantes.........................................................495 Benchmarking Internacional • Estudo sobre a legislação fiscal, processos de licenciamento, procedimentos administrativos e normativas, associados aos processos de regeneração; Benchmarking Internacional VII Fazer acontecer a regeneração urbana • Estudo sobre o mercado de arrendamento e de toda a legislação envolvida; ÍNDICE INTRODUÇÃO enquadramento Uma vez que existe uma oportunidade clara para a concretização de um projeto nacional de regeneração urbana, tendo em conta o contexto económico, financeiro e social que estamos a viver, que pode funcionar como facilitador da sua implementação, o problema passa fundamentalmente pela definição de uma estratégia integradora clara que congregue todas as variáveis envolvidas neste processo, e que conduza à recuperação dos centros das nossas cidades, à criação de oportunidades de trabalho para as empresas da fileira da construção e criação de emprego mais qualificado, à melhoria da habitabilidade e funcionalidade dos edifícios, à revitalização dos espaços, para se tornarem centros nucleares de desenvolvimento económico sustentável e de bem-estar das populações, à recuperação de espaços públicos e monumentos e à revitalização do comércio urbano de proximidade e atividades ligadas ao turismo, para ajudar a combater o desemprego e contribuir para a recuperação da economia regional e nacional. Este processo, tendo em conta a situação difícil em que vivemos, tem de ser desencadeado com rapidez e eficácia. Não nos podemos permitir continuar a cometer mais erros que atrasem a sua implementação, pelos efeitos económicos, sociais e políticos que implica. Para isso, é preciso aprender com outros que já realizaram este tipo de projetos, para verificarmos o que pode ser replicado, o que tem de ser adaptado e o que não deve ser copiado, pela experiência e conselho a recolher junto dos que promoveram essas iniciativas. Durante décadas, os países da Europa Ocidental têm praticado programas de regeneração urbana que tratam da integração espacial, económica e social, num esforço de impedir a segregação, a criação de bairros de lata, a promoção da animação económica, para evitar a degradação sobretudo dos centros urbanos. Com a emergência da União Europeia também se sentiu a necessidade de definir politicas e diretivas comunitárias, orientadas para o planeamento urbano e regional, como um meio de impedir a atividade descoordenada, com visão de desenvolvimento de curto prazo, que pode resultar em disparidades de estruturas de planeamento em que os diferentes países operam, para a defesa de princípios de sustentabilidade, conforme a Carta de Leipzig (2007) sobre cidades europeias sustentáveis, que assume um modelo de políticas urbanas para a Europa do século XXI, cujas propostas assentam no pressuposto de que o futuro da integração europeia passa pelas cidades, ou a Declaração de Toledo (2010) que aborda a “Regeneração Urbana Integrada”, como forma de se atingir maior competitividade económica, atratividade, ecoeficiência, coesão social e progresso nas cidades da Europa(smarter, sustainable and inclusive urban development), criar emprego qualificado e melhorar a qualidade de vida para o presente e para o futuro dos cidadãos e por fim com a Estratégia “UE 2020” com a qual se visa transformar a UE num mercado social mais inteligente e mais verde, com uma economia baseada no conhecimento e na inovação, mais eficiente na utilização dos recursos, mais ecológica e mais competitiva no fomento de níveis elevados de emprego que assegure a coesão social e territorial. O contacto com as experiências mais enriquecedoras e inovadoras nesta matéria, levadas a cabo com bastante êxito devem ser casos de estudo inspiradores, cujos ensinamentos devem ser considerados na definição de políticas, estratégias e boas práticas neste domínio. Investigar como as questões relacionadas com as preocupações de performance económica e financeira, sustentabilidade física e ambiental, e coesão social e cultural, foram integradas em projetos de regeneração Benchmarking Internacional 1.1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS XI Fazer acontecer a regeneração urbana 1 urbana, realizados em várias cidades de diferentes países e daí retirar as lições que possam ser aprendidas para a definição de uma estratégia de sucesso para Portugal, é uma missão essencial, como suporte para uma reflexão profunda sobre este tema. OBJETIVO DO ESTUDO DE BENCHMARKING 1.2 b. Frequência de Reuniões 2. Seleção final das cidades alvo e das zonas de intervenção a pesquisar 3. Definição, para além do contexto e dos problemas que estiveram na origem das ações, dos fatores para os quais se pretendem obter benchmarks para pesquisa e identificação das melhores práticas 4. Definição das entidades a contactar e dos métodos de contacto a seguir, procurando adotar o princípio da economia de meios, que passou pela redução drástica de viagens ao estrangeiro, sempre que as informações foram suscetíveis de obtenção por vídeo conferencia ou por outras vias indiretas 5. Definição dos métodos de recolha e registo sistematizado de dados MODELO DE ABORDAGEM 1.3 6. Planeamento da ação 7. Recolha de informação e redação dos resumos de diagnóstico de benchmarking para cada país, cidade ou local pesquisado. 8. Redação do relatório 9. Síntese dos benchmarks de boas práticas passíveis de serem replicadas 10. Comunicação pública dos resultados • Pesquisas via web • Recolha de documentos e vídeos sobre os casos de estudo A seleção das zonas piloto obedeceu aos seguintes princípios • Definição de um focus claro para evitar a dispersão 2- Abordagem através do contacto direto • Contactos com autarquias, embaixadas e postos de turismo • Contactos com sociedades constituídas para reabilitação urbana • Contactos via skype com atores responsáveis pelo desenvolvimento dos processos Foram identificados três focos, com potencial extensão a cinco, para estudo e procura de projetos capazes de servirem de benchmark para a realidade nacional - Centros históricos - Quarteirões urbanos • Contactos pessoais com elementos das equipas de projeto - Revitalização de zonas intervencionadas ou com investimentos limitados • Contactos com urbanistas, engenheiros e arquitetos e residentes nas zonas em estudo - Bairros sociais (com reservas) - Áreas portuárias (com reservas) • Visitas locais Todo este trabalho passou pela recolha de informações detalhadas sobre projetos, nomeadamente; o contexto e os problemas que estiveram na sua origem, as estratégias seguidas, planos de ação executados, orçamentos e calendários envolvidos, fatores críticos de sucesso, facilitadores do processo e dificuldades encontradas e resultados económicos, financeiros e sociais obtidos. Todo o material recolhido foi objeto de uma estruturação específica com produção de resumos, para uma abordagem facilitada aos casos tratados e para a sua utilização posterior na preparação do manual de boas práticas a produzir. • Procurar “case studies” à escala de Portugal, ou seja replicáveis, tendo em conta a realidade nacional • Suportados sobretudo em investimentos privados ou por parecerias público privado • Ter em linha de conta uma potencial internacionalização associada a uma especialização na regeneração urbana de empresas da fileira da construção. Benchmarking Internacional Benchmarking Internacional Fazer acontecer a regeneração urbana XII • Recolha de opiniões e informações junto de associações internacionais como foi o caso do Conselho Europeu de Urbanistas e de associações nacionais relacionadas com a construção e o imobiliário. 1. Organização do Grupo de Missão e definição de métodos de trabalho c. Distribuição de missões • Ponderar e analisar nas escolhas a sua adaptabilidade aos casos colocados pela realidade nacional nas zonas de convergência. 1 - Abordagem à distância O modelo adotado foi organizado em 10 fases a. Composição • Investigar como as questões relacionadas com os modelos de organização, financiamento, envolvimento das populações, performance económica e financeira, sustentabilidade física e ambiental, e coesão social e cultural, foram integradas em projetos de regeneração urbana, realizados em vários contextos sociais e culturais e daí retirar as lições, que possam ser aprendidas para a definição de uma estratégia de sucesso para Portugal. Esta atividade envolveu dois tipos de abordagem METODOLOGIA DE TRABALHO UTILIZADA XIII Fazer acontecer a regeneração urbana • Estudar as boas práticas e modelos de intervenção geradores de sucesso em cidades com experiencia comprovada no domínio da regeneração urbana. 1.4 Foram definitivamente escolhidas pela sua notoriedade, potencial replicação, facilidade de contacto conseguida e informação disponível as seguintes vinte cidades alvo; 1. Porto, Portugal 2. Guimarães, Portugal 3. Bilbau, Espanha 4. Saragoça, Espanha 5. Barcelona, Espanha 6. Génova, Itália 7. Milão, Itália 8. Berlim, Alemanha 9 9. Hamburgo, Alemanha Benchmarking Internacional 10. Panoven, Holanda 11. Amesterdão, Holanda 12. Roterdão, Holanda HAMBURGO 1 2 13. Copenhaga, Dinamarca 3 14. Oslo, Noruega 4 15. Estocolmo, Suécia Fazer acontecer a regeneração urbana XIV 16. Malmo, Suécia 5 17. Dublin, Irlanda 18. Edimburgo, Reino Unido 19. Glasgow, Reino Unido 20. Beirute, Líbano Volume 1 Volume 2 Introdução 9. Hamburgo, Alemanha 1. Porto, Portugal 10. Panoven, Holanda 2. Guimarães, Portugal 11. Amesterdão, Holanda 3. Bilbau, Espanha 12. Roterdão, Holanda 4. Saragoça, Espanha 13. Copenhaga, Dinamarca 5. Barcelona, Espanha 14. Oslo, Noruega 6. Génova, Itália 15. Estocolmo, Suécia 7. Milão, Itália 16. Malmo, Suécia 8. Berlim, Alemanha 17. Dublin, Irlanda 18. Edimburgo, Reino Unido 19. Glasgow, Reino Unido 20. Beirute, Líbano 21 Síntese dos Bechmarks Relevantes Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Hamburgo Diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DA CIDADE DE HAMBURGO HAFENCITY HafenCity é a regeneração urbana do porto de Hamburgo. Apresenta as seguintes características: • Área total: 157ha; • Área de solo: 126ha; • Área de construção: 2.32 milhões de m2, ILUSTRAÇÃO 316. MAQUETE DE HAFENCITY, IMAGEM VIRTUAL 1.1.1. OBJETIVOS • Diversidade de usos na área de intervenção de modo a dinamizar a área e criar uma dinâmica económica. Criação de uma cidade de usos mistos, com diversidade e uma maior resiliência evitando a associação apenas a uso portuário e industrial. • Fazer com que HafenCity funcione como a porta de entrada na cidade e faça a ligação entre o passado, o centro histórico e os novos edifícios • Desenvolver e potenciar a relação com o rio • Tomar medidas e construir de forma a evitar inundações • Fazer um melhor aproveitamento e uso dos solos • Aposta em espaços de qualidade assentes em princípios sustentáveis • Controlo da expansão urbana da periferia de Hamburgo • Estabelecer uma política de desenvolvimento e expansão urbana ordenada a pensar no futuro 1.1.2. ESTRATÉGIA • A aplicação de rendas de baixo valor para estimular a diversidade social; • Investimento em transportes públicos • Sustentabilidade como forma de marketing • Na maioria dos concursos para lotes residenciais, existe um preço fixo pela entidade gestora antes do concurso (evitando-se especulação), sendo que o fator crucial para a seleção das propostas consiste na qualidade do conceito proposta e na medida em que consegue atingir o objetivo declarado de criação de uma cidade de usos mistos, de diversidade, e de maior resiliência. Para além disso, o processo de venda é faseado: o promotor selecionado tem um período de exclusividade durante o qual deverá realizar o concurso de arquitetura, determinar custos adicionais e preparar o licenciamento de construção. Durante este processo, a entidade gestora continua com capacidade de intervenção no processo de desenvolvimento, assegurando que os princípios e conceitos de usos inicialmente propostos são cumpridos, bem como os respetivos timings; caso ocorra alguma falha por parte do promotor, o lote pode ser reapropriado e revendido; • O modelo de gestão do plano inclui a participação incentivada pela própria HafenCity Hamburgh GmbH, a empresa responsável pelo empreendimento, que colocou à discussão dos residentes a revisão do plano relativo ao desenvolvimento da zona Este de HafenCity; Benchmarking Internacional 1.1 281 Fazer acontecer a regeneração urbana 1 • Superfície do solo:126 hectares; • População: 12000 habitantes; • Alojamentos: 5800; DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTES 2 2.1 • Postos de trabalho: 45000; • Distância ao centro de Hamburgo: 800m. • Projeto baseado em preocupações económicas e sociais, isto é tornar os novos edifícios com preços acessíveis criando um ambiente social diversificado MEDIDAS DE REGENERAÇÃO 2.2 Benchmarking Internacional • Manutenção das características do edificado existente mantendo a identidade e o valor histórico e simbólico do local Fazer acontecer a regeneração urbana Este sistema premeia não só as características construtivas, mas também os materiais utilizados, mecanismos de redução de consumos, acessibilidade a áreas públicas, gestão da água, uso eficiente do solo, promoção e facilitação do uso de bicicleta, etc. De futuro, apenas serão aceites edifícios para zonas residenciais que atinjam o nível Gold de certificação. Adicionalmente, pretende-se atribuir ainda um prémio de dois em dois anos (HafenCity Eco Award) a edifícios certificados com a ecolabel, que apresentem características de desempenho superiores; • Edificado e Espaço Público - foram adotadas ainda medidas adicionais como a adoção de critérios de saúde e conforto na construção dos edifícios (isolamento térmico e acústico, materiais não alérgicos, etc.), a Importância dada à ligação com a água (passeios ribeirinhos), bem como à gestão de cheias, através da elevação das cotas dos pavimentos, e encontram-se previstas diversas áreas para espaços e corredores verdes; • Aplicação de tecnologias de desenvolvimento sustentáveis no processo de regeneração urbana para uma redução da emissão de dióxido de carbono • Controlo de custos e cumprimento de objetivos em todas as fases do processo de regeneração urbana • Criar um plano flexível e que respeite as necessidades e onde a auscultação da comunidade é um ponto importante • Evitar a circulação automóvel contribuindo para uma mobilidade sustentável e fazendo do peão um ponto importante • Aproveitar a boa acessibilidade, criar uma linha de metro, uma rede de autocarros e um trajeto fluvial; • Tornar a base dos quarteirões permeável á passagem do público aumentando assim a mobilidade e acessibilidade de HafenCity • Foram criados equipamentos “âncora” que trarão movimento e negócio a HafenCity, tais como o Internacional Maritime Museum, o “Science Center with Science Theater”, o “Elbphilharmonie Concert Hall”, a Kühne Logistics University e a HCU HafenCity University e o Hamburg cruise center / hotel; A componente ambiental foi tida em consideração em diversas áreas, das quais se destacam: • Solo - a instalação de HafenCity num antigo local portuário e industrial, permitiu o reaproveitamento de um brownfield, promovendo-se a descontaminação e reabilitação de solos quando necessário. A elevada densidade urbana (a nível residencial) e a ausência de espaços de estacionamento à superfície (através da construção de parques subterrâneos protegidos contra inundações) permite também alcançar um eficiente uso do solo; • Mobilidade - promoveu-se um modelo de mobilidade que privilegia o uso do transporte público (quer o autocarro existente, quer o metro que se encontra atualmente em ampliação), da bicicleta e a pé, através da criação de redes pedonais e clicáveis densas, de vias largas e afastadas das estradas. A promoção de um esquema de aluguer de bicicletas, já disponíveis, e um esquema de car-sharing (ainda em fase de planeamento) contribuem para uma mobilidade mais sustentável não só em Hafen City, mas na sua ligação com o centro da cidade. Como os quarteirões não têm blocos de edifícios largos, e têm passagens entre edifícios, os ciclistas e pedestres raramente têm de tomar um caminho mais longo. Os promotores foram obrigados a permitir a passagem de peões entre edifícios do mesmo quarteirão; Encontram-se ainda estudos em progresso sobre a aplicação de energia geotérmica em sistemas de arrefecimento, e sobre a utilização de hidrogénio como combustível para a frota de autocarros existente; • Sistema de certificação ecológica (HafenCity ecolabel) - foi criado um sistema de certificação ecológica, que pode ser atribuída ainda em fase de projeto, de modo a permitir um uso eficiente dos recursos desde a fase de construção, bem como potenciar os promotores que utilizem a sustentabilidade enquanto ferramenta de marketing (sensibilização do público-alvo). • Criação de edifícios “âncora” de forma a captar e aumentar o valor atraindo pessoas para a área em questão 282 • Produção e abastecimento de energia - foram estabelecidos tetos de emissão de dióxido de carbono (175 g/kWh na parte Oeste de HafenCity e 89 g/kWh previstos para a parte Este) no abastecimento energético à HafenCity (permitindo obter uma redução significativa em relação aos sistemas de aquecimento doméstico individuais a gás). Esta redução é alcançada a Oeste através da ligação de todos os edifícios a uma rede de abastecimento energético, que para além de permitir uma gestão mais eficiente do uso desta energia, é constituída por um sistema descentralizado de células de combustível e de energia solar térmica. A Este encontra-se prevista a utilização de diversas fontes de energia renovável como bombas de calor, células de combustível de bio metano e uma central de combustão de biomassa. OBRA FEITA 3 • Usos mistos - as curtas distâncias entre habitação, trabalho, serviços e lazer são fatores que levam à desnecessidade de transporte motorizado, contribuindo para uma melhoria ambiental; • Arruamentos mistos - Nas ruas reservadas a residentes, foram previstos arruamentos mistos, nos quais os automobilistas, os ciclistas e os peões têm que partilhar o arruamento, não havendo reserva de espaço para cada um. Fazem-no de acordo com pesquisas de tráfego, em arruamentos de menor movimento, o automobilista tem mais cuidados e o risco de acidentes diminui; • Desde o início do plano, foi dada especial atenção ao peão. Setenta por cento dos caminhos para pedestres e ciclistas, estão separados das faixas de rodagem, enquanto trinta por cento destes caminhos encontram-se ao longo de planos de água. Os peões têm duas vezes e meia mais largura de passeio que os condutores. Por exemplo, a densidade dos passeios é o dobro da aplicada, no século XIX, ao distrito de Eimsbuttel. Em alguns lugares, existem dois caminhos, executados em paralelo, a dois níveis diferentes. A maioria das estradas e passeios são estabelecidas entre 7,5 e 8 metros acima do nível do mar. Só alguns passeios e praças é que estão entre 4 a 5.5 metros acima do nível do mar (nível historicamente baixo). Estas zonas dão uma atrativa perspetiva para a água e estão interligadas através de escadas e rampas. Este desnível entre vias tem outra vantagem. Os seus porões fornecem 26.000 lugares de estacionamento no subsolo. No geral não existe estacionamento acima do solo, exceto junto ao Elbphilharmonie Concert Hall. Isto faz com que todo o tráfego parado desapareça da paisagem urbana. Apesar de todas estas medidas, HafenCity é, no entanto, uma área não sujeita a qualquer restrição à oferta de lugares de estacionamento. Benchmarking Internacional • Superfície total: 157 hectares; DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTES 283 Fazer acontecer a regeneração urbana HafenCity é um bairro de Hamburgo resultante da regeneração urbana das docas antigas. Apresenta as seguintes características gerais: 4 4.1 RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS RESULTADOS GERAIS • O planeamento urbano preservou as características do edificado já existente, integrando-o na HafenCity, A título de exemplo o edificado reservado aos armazéns na zona de Speicherstad que, sendo considerado monumento histórico, irá manter esteticamente inalterado. Esta zona comporta-se já como um elemento de ligação entre o passado e com o centro da cidade, constituindo o portal de entrada em HafenCity. Este cuidado de conservação manifesta-se, por exemplo, na escolha dos materiais dos edifícios circundantes, que, segundo o plano de urbanização, devem manter as cores quentes dos tijolos dos armazéns, sendo esta restrição progressivamente eliminada à medida que nos afastamos de Speicherstadt; Destacam-se as seguintes componentes inovadoras da intervenção: Fazer acontecer a regeneração urbana 284 O transporte público desempenha um papel importante na infraestrutura de HafenCity: • Está a ser construída uma nova linha de metro U4, que fará a ligação à Estação Central e à Estação de Berliner Tor. No extremo norte de HafenCity existem duas estações de duas linhas diferentes, U1 e U3; • Em relação à rede de autocarros, existem três linhas que estão a prestar serviços regulares dentro e fora de HafenCity. Os autocarros da linha 6 têm um desempenho ambiental superior, sendo alimentados por células de combustão; • A relação com o rio foi resolvida de forma inovadora: os diques foram substituídos por uma elevação dos edifícios, pontes e das vias rodoviárias, permitindo salvaguardar estas zonas de potenciais inundações, e disponibilizando simultaneamente espaço para garagens que permitem absorver grande parte do estacionamento de HafenCity; • Quanto às zonas pedonais, opta-se por não serem elevadas, favorecendose a proximidade ao rio e assumindo-se que são zonas que podem ser inundadas em caso de elevação do caudal, existindo, por isso, vários mecanismos de aviso da comunidade. Estas opções criam uma topografia muito característica numa zona anteriormente dominada pelo porto e por um uso industrial; • Em relação ao transporte fluvial, a rota Hadag 62 está a servir Dalnmannkai e servirá ainda mais locais, assim que a sua construção esteja finalizada. Uma das paragens será a Universidade de HafenCity; • O plano de urbanização de HafenCity constitui também uma característica inovadora deste projeto: ao estabelecer apenas algumas linhas orientadoras para o desenvolvimento urbano, permite um desenvolvimento e ajustamento posterior de alguns aspetos de acordo com a oferta do mercado, bem como com o feedback da comunidade. • Como os bairros de Oberhafenquartier e Am Lohsepark estão separados pela linha férrea, será criado um túnel, que irá embocar na estação da Universidade de Hamburgo. Relativamente a este último ponto, importa referir que o plano de urbanização para a zona Este de HafenCity tem vindo a ser discutido publicamente com os residentes atuais de HafenCity. A flexibilidade do plano permite assim uma melhor adaptação urbana a alterações conjunturais, e dá espaço à iniciativa privada de propor ideias e conceitos inovadores; • O processo de atribuição dos lotes descrito anteriormente também é um fator de inovação; • A atribuição da Ecolabel de ouro e prata desde 2007 (relativa à sustentabilidade dos edifícios em projeto e construídos) deve ser vista como fator inovador, tendo em conta que esta certificação só foi introduzida na Alemanha mais tarde, em Janeiro de 2009. A título de exemplo, o “Quarteirão do Conhecimento”, no qual ficará alojada a Universidade de HafenCity, possui standards ecológicos tão elevados ao nível dos edifícios, que se está a tornar no primeiro modelo de bairro sustentável de Hamburgo; • O planeamento urbano em HafenCity procurou integrar a nova construção nas características do edificado já existente. Assim, HafenCity é um projeto que procura perpetuar a identidade de Hamburgo enquanto cidade marítima, ao mesmo tempo que, através de todos os princípios e práticas descritos anteriormente, se torna num símbolo do desenvolvimento de cidades europeias do séc. XXI, sendo por isso um projeto único e inovador. ILUSTRAÇÃO 318. EDIFÍCIOS QUE LADEIAM O CANAL Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 317. EDIFÍCIOS HABITACIONAIS JUNTO AO CANAL 285 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Permitiu o abrandamento do crescimento da cidade de Hamburgo na sua periferia, substituindo-o por um conceito de crescimento inovador: a expansão de Hamburgo neste momento é feita no próprio centro da cidade, sendo que o projeto HafenCity permitirá expandir a cidade em 40%, graças à construção compacta e densificada (índice de ocupação que varia entre 3.4 e 5.2); • O método de atribuição dos lotes para construção • Trata-se de uma zona resiliente, flexível, adaptável, eficiente, diversificada, interdependente e, acima de tudo, que se sabe vender para o exterior através de uma estratégia de marketing consistente e eficaz. 4.3 PRINCIPAIS DESAFIOS • Elevada densidade populacional • Ausência de estacionamentos • Expansão da periferia de Hamburgo • Proteção contra as inundações • Uso portuário e industrial intenso e já enraizado 5 ANÁLISE CRÍTICA E BECHMARKS PARA REPLICAR • Aplicação de sistemas de certificação energética desde o início de forma a permitir o uso eficiente de recursos desde o começo do processo. • Controle e condicionamento de forma a promover e implementar políticas que progressivamente levem a que os edifícios sejam todos ecologicamente sustentáveis. A capacidade de projeção para o exterior deste projeto impressiona não só os académicos, mas também, e sobretudo, os potenciais residentes que são aliciados por rótulos fortes como “sustentabilidade”, “espaços de quali- • Adoção de medidas que primam pelo conforto e qualidade, que respeitam critérios de saúde e a construção de corredores verdes em espaços públicos. dade”, entre outros. • Projetar edifícios de usos mistos encurtando as distancias e consequentemente diminuindo a necessidade do uso do automóvel tornando assim a cidade mais prática, acessível, confortável e saudável. 286 Fazer acontecer a regeneração urbana • Atenção dada ao peão em detrimento do carro. • Respeito e “inclusão” do edificado existente no plano de regeneração urbana mantendo assim a identidade e o valor do lugar. • Potenciação dos recursos naturais e da localização central da área de intervenção. • Preocupação com o crescimento urbana. Através da adoção de políticas de expansão e desenvolvimento urbano da periferia de Hamburgo baseadas na flexibilidade para uma melhor adequação às necessidades futuras. ILUSTRAÇÃO 320. EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO • Escolha das propostas mediante critérios de qualidade, capacidade de cumprir objetivos, conceito e sustentabilidade. ILUSTRAÇÃO 321. PRAÇA PÚBLICA CONSTITUÍDA POR OBRAS DE DIFERENTES ÉPOCAS • Aproveitamento dos espaços vazios, descontaminando-os e reabilitando-os se necessário. FATORES POTENCIADORES Os principais fatores de sucesso deste projeto estão relacionados com: • A sua localização a curta distância do centro de Hamburgo, permitindo que os utilizadores e residentes daquele espaço se mantenham no centro da cidade e, mais ainda, com uma ligação privilegiada com o rio; • Área com uma boa acessibilidade; • A diversidade de usos e a utilização de usos mistos tem como consequência distâncias curtas e facilidade em andar a pé ou de bicicleta, reduzindo o trânsito automóvel na zona. A multiplicidade de zonas de comércio, indústria, escritórios e habitação causa uma boa dinâmica económica. O alojamento do comércio e serviços no piso térreo dará à zona uma componente comercial que trará uma atmosfera vivida, segura e animada, não sendo apenas uma zona de habitação ou de escritórios; • Aplicação de rendas com baixo valor; • As tecnologias de desenvolvimento urbano sustentável aplicadas; 4.2 • Investimento, estudo e adoção de princípios de sustentabilidade. • Premiação de quem cumpre objetivos e critérios de sustentabilidade. Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 319. EDIFÍCIO PORTUÁRIO ANTIGO PARA REGENERAÇÃO 287 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Usar a sustentabilidade como princípio orientador e como forma de marketing do projeto de regeneração urbana. 10 PANOVEN 1 2 3 4 5 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Panoven Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores Analise crítica e Benchmarks para replicar 1 CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO EVOLUÇÃO DE PANOVEN AO LONGO DOS TEMPOS Zevenaar é conhecida pelos tijolos, já em 1487, quando a cidade recebeu o seu título, já existia uma fábrica de tijolos. A partir desse momento os tijolos tornaram-se uma marca registada da área. Desde 1583 que a maior parte dos telhados das casas da cidade vizinha, Nijmegen, tinham as coberturas feitas com as telhas de Zevenaar. Esta procura fez com que este comércio dispersasse para fora da cidade. No seculo XIX, a produção começou a crescer e a tornar-se cada vez mais industrializada. A fábrica de Panoven foi criada em 1860 e faz parte desta tradição, continuando a tradição até à atualidade. Começou com um forno vertical, tal como era costume na época. Depois seguiram-se outros fornos e o local foi modernizado. Em 1901, Panoven começou a fornecer os primeiros ladrilhos e tijolos feitos por máquinas. Passados 20 anos, os primeiros armazéns secos foram construídos e o último grande investimento foi o forno em ziguezague, erguido em 1926. Benchmarking Internacional 1.1 ILUSTRAÇÃO 322. FORNO EM ZIGUEZAGUE Este forno é operado de acordo com o princípio de um forno de anel, cuja invenção, tornou possível a produção continua, que levou a uma poupança do combustível. Trata-se do único modelo intacto remanescente na Europa Ocidental. Isto deve-se, principalmente, ao facto de Panoven estar nas mãos da mesma família desde 1930. Desde o fecho da fábrica começou a crescer uma flora, fauna e vida animal única nos armazéns de cerâmica. Por isso, esta fabrica está inserida na reserva natural conhecida por De Gelderse Poort. 2 2.1 PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS DE REGENERAÇÃO ASSOCIADOS A PANOVEN ROTA EUROPEIA DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL - REPI O Brick Works de Panoven faz parte de uma Rota Europeia do Património Industrial, REPI (“European Route of Industrial Heritage”), isto é, de uma rede de informação turística do património Industrial na Europa. Atualmente, esta Rota, apresenta mais de 850 locais em 32 países europeus. Entre estes locais, existem 77 pontos de ancoragem que constroem a rota virtual principal da REPI. Em treze das rotas regionais, podem-se descobrir os detalhes das paisagens industriais. Todos estes locais relacionam-se com dez rotas europeias temáticas, que mostram a diversidade da história da indústria europeia e as suas raízes. A REPI é uma rede com os mais importantes locais do património industrial da Europa. Desde plantações em desuso até paisagens de parques industriais e museus interativos de tecnologia. A espinha dorsal desta rota consiste nos chamados ponto âncora, que são monumentos industriais nas regiões centrais da Antiga Revolução Industrial na Grã-Bretanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Alemanha. Fazer acontecer a regeneração urbana 291 ILUSTRAÇÃO 326. LOCOMOTIVA ANTIGA ILUSTRAÇÃO 327. ANTIGA MÁQUINA DE TIJOLOS, QUE TEM MAIS DE 100 ANOS E QUE CONTINUA EM FUNCIONAMENTO PARA AS ATIVIDADES EDUCACIONAIS (AQUI OS VISITANTES PODEM FAZER O SEU TIJOLO, PODENDO LEVÁ-LO PARA CASA COMO LEMBRANÇA). Fazer acontecer a regeneração urbana 292 Atualmente, Panoven, tem instalações para alojamento (parque de campismo permanente, hospedagem para grupos com pequeno almoço), atividades educacionais e eventos, como reuniões, conferencias e casamentos. As rotas de paisagens e locais regionais baseiam-se em locais que deixaram a sua marca na história da indústria europeia. As olarias de Panoven, no extremo leste da Holanda, foram fechadas em 1983. Nos seguintes anos, o antigo negócio de família foi transformado num maravilhoso museu industrial. As máquinas ainda se encontram em funcionamento e ainda existem os armazéns onde os tijolos eram secos. Também se podem ver as ferramentas e, claro, o forno de ziguezague, que remonta a 1924, tendo sido o último do seu tipo na Europa Ocidental. No museu poder-se-á descobrir como eram feitos os tijolos localmente e aprender sobre a longa histórica do ofício, desde os romanos até aos dias atuais. OBRA FEITA Panoven investe na qualidade espacial da envolvente e os proprietários da fábrica, oferecem a paisagem atraente como parte essencial da oferta turística bem como da imagem. 3 4 4.1 RESULTADOS OBTIDOS E FATORES POTENCIADORES RESULTADOS GERAIS Benchmarking Internacional Nesta localidade, prospera um biótopo único, de onde a argila para os tijolos era extraída. A visita pode ser feita a cavalo, de carro, a pé, ou mesmo na companhia de um guarda experiente. Cada região tem a sua especialidade, que reside no facto que diferentes tradições unem-se numa única ideia. 293 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 323. ZONAS DA REPI ILUSTRAÇÃO 328. INTERIOR DA FÁBRICA ATUALMENTE ILUSTRAÇÃO 324. ANTIGA FÁBRICA DE TIJOLOS ILUSTRAÇÃO 325. ANTIGA FÁBRICA DE TIJOLOS ILUSTRAÇÃO 329. EXTERIOR DA FÁBRICA, ATUALMENTE ILUSTRAÇÃO 330. UTENSÍLIOS ANTIGOS ILUSTRAÇÃO 331. FÁBRICA DE TIJOLOS ATUALMENTE ILUSTRAÇÃO 332. ENVOLVENTE DA FÁBRICA Benchmarking Internacional 11 1 2 3 4 5 294 Fazer acontecer a regeneração urbana AMESTERDÃO ILUSTRAÇÃO 333. EXTERIOR DA FÁBRICA 6 • História e paisagem do local FATORES POTENCIADORES 4.2 • Inserção na reserva natural de De Gelderse Poort • Manutenção sempre na mesma família. • Inserir a cidade numa rota europeia de forma a publicitar e promover a cultura e património da cidade em questão. • Aproveitamento de elementos históricos e terrenos em desuso para outros fins tais como enaltecer e reforçar a história, cultura e identidade do local. • Manter sempre os mesmos proprietários facilita a intervenção e um melhor uso do local ANÁLISE CRÍTICA E BECHMARKS PARA REPLICAR 5 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Amesterdão Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar 1 1.1 CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO Amsterdão é a capital e a maior cidade da Holanda e a quinta cidade europeia em importância no mundo financeiro, atrás de Londres, Frankfurt, Paris e Bruxelas. Muitas empresas e bancos holandeses têm a sua sede e origem em Amsterdão, como por exemplo a ABN Amro, Heineken, ING Group, Ahold, Delta Lloyd, Royal Dutch Shell e Philips. EVOLUÇÃO DE AMESTERDÃO AO LONGO DOS TEMPOS É conhecida pelo porto histórico, os museus de fama internacional, a Red Light District, os coffeeshops e os inúmeros canais. Amsterdão tem cerca de 760 mil residentes enquanto a área metropolitana tem cerca de 2 milhões de habitantes. A maior parte da cidade é constituída por pólderes. A área urbana inclui os municípios de Aalsmeer, Amsterdão, Amstelveen, Diemen, Haarlemmermeer, Ouder-Amstel, Uithoorn, e Waterland. A dimensão da área urbana atinge 896,96 km², mas apenas 718,03 km² correspondem a superfície térrea não tudo o resto é água. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CATALISADORES DOS PROCESSOS DE REGENERAÇÃO URBANA DE AMESTERDÃO Em Amesterdão existem muitos espaços industriais e espaços portuários que estão muitas vezes associados a áreas e bairros, que necessitam de processos de regeneração urbana, como é o caso da situação escolhida como case study, a fábrica de gás Westergasfabriek. Um lugar que tendo em conta a sua localização, na convergência de linhas de circulação importantes, o fato de não estar a ser utilizada e se encontrar em processo de degradação e as manifestações da população reforçando a necessidade de renovação do espaço, foram aspetos que pressionaram o Município a criar um projeto de regeneração urbana para a Westergasfabriek e área envolvente. O local da Westergasfabriek tem 14,5 hectares e é delimitado por duas ligações nos pólderes a oeste do centro de Amesterdão. A sul o limite é o canal fluvial para Haarlem construído em 1632 e a norte, o caminho-de-ferro datado de 1839. 2 2.1 PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DA CIDADE DE AMESTERDÃO WESTERGASFABRIEK ILUSTRAÇÃO 334. FOTO AÉREA DE AMESTERDÃO Em 1883 o monopólio da produção de gás, foi concessionado pelo Município de Amsterdão à empresa britânica Imperial Continental Gas Association Association (ICGA). Em 1885, foram construídos dois complexos fabris, localizados a este de Amesterdão, em Linnaeusstraat o Ooster Gasfabriek, e na zona oeste, em Haarlemmertrekvaart, o Westergasfabriek, esta última situada estrategicamente entre canais fluviais, caminho-de-ferro e vias de acesso. O plano foi dirigido por Julius Pazzani e os edifícios foram projetados pelo arquiteto Issac Gosschalk, sob os princípios da arquitetura neo-renascentista, combinando funcionalidade, simetria e ornamentos. 297 Fazer acontecer a regeneração urbana 1.2 Benchmarking Internacional A cidade destaca-se pelo seu sector financeiro, o quinto centro financeiro europeu, mão-de-obra qualificada no sector logístico, e as suas infraestruturas, que englobam um aeroporto internacional e um porto marítimo Muitos edifícios foram demolidos, mas trinta dos restantes, foram, classificados como edifícios protegidos /monumentos industriais em 1989. ILUSTRAÇÃO 335. RESPONSÁVEIS PELA CONSTRUÇÃO DA OOSTER E WESTERGASFABRIEK. Fazer acontecer a regeneração urbana 299 Fazer acontecer a regeneração urbana 298 Benchmarking Internacional Em 1981 fruto do processo de decadência e abandono surge a necessidade de um plano para Westergasfabriek. Foi aqui que se começaram a dar os primeiros passos para a regeneração urbana de Westergasfabriek. Este processo dividiu-se em várias fases até chegar à atualidade tendo-se adequado os objetivos e as estratégias às necessidades e oportunidades que foram aparecendo. Em seguida passamos a descrever as várias fases deste processo: Benchmarking Internacional Em 1898 a concessão do gás passou para o Município. Entre 1901 e 1905 a produção de gás e o complexo de Westergasfabriek foram objeto de uma forte expansão. Mais tarde com a construção de fábricas mais eficientes, a descoberta do gás natural e alterações no consumo, fizeram com que a produção de gás em Westergasfabriek cessa-se definitivamente em 1967. Esta situação fez com que a fábrica caísse no abandono, servindo até 1992 de armazém, garagem e local de experimentação da empresa de gás e eletricidade municipal, a GEB. ILUSTRAÇÃO 336. WESTERGGASFABRIEK EM PLENO FUNCIONAMENTO. ILUSTRAÇÃO 338. WESTERGASFABRIEK A FUNCIONAR COMO ARMAZÉM. ILUSTRAÇÃO 339. WESTERGASFABRIEK EM PROCESSO DE DECADÊNCIA. 1981-1993 Análise e limpeza: Ainda em 1981 para analisar e abordar um processo de regeneração urbana na área de Westergasfabriek, foi criada uma equipa responsável para o efeito e realizado um estudo de solos. Nesse estudo, feito pelo Município, chegou-se à conclusão que a área estava bastante poluída com diversas substâncias tóxicas (alcatrão, óleos minerais e cianeto libertados durante a produção de gás). Apesar do elevado grau de poluição foram precisos vários anos para o Município de Amesterdão e do Ministério do Meio Ambiente Central, chegarem a um acordo sobre um plano de limpeza. Depois de dez anos do plano de limpeza ter começado o grau de poluição continuou a ser elevado, o que fez com que o processo de limpeza fosse mais longo e mais caro do que o previsto. ILUSTRAÇÃO 337.VISTA AÉREA DE WESTERGASFABRIEK EM 1927. Foi necessário criar uma estratégia de ocupação do espaço e delinear objetivos para se conseguir alcançar a regeneração urbana do Westergasfabriek. A estratégia foi um sucesso. Os projetos temporários e de menor dimensão resultaram tão bem, que não foi necessário um utilizador permanente para suportar a manutenção de Westergasfabriek. Em 1990 foi nomeado Evert Verhagen, chefe do sector de obras do conselho. Entre 1993 a 2001, centenas de eventos tiveram lugar em Westergasfabriek e havia mais de cem inquilinos temporários. A energia criativa teve tal poder de atração, tanto de artistas como de investidores, que Westergasfabriek em 2001 passou de uso temporário para uso permanente. Nesta altura surge a ideia de converter Westergasfabriek num local de escritórios ou num centro de venda a retalho, o que não foi bem aceite, porque os planeadores e políticos pensaram na “cultura” como a principal estratégia de desenvolvimento. A concentração do processo de regeneração de Westergasfabriek na cultura, baseou-se nos seguintes pontos: • Localização ser pouco afastada do centro, acessível e com espaço dilatado, constituíam características ideais para a realização de eventos. Ficou claro que este seria o local ideal para a feira artística De Kunstvlaai, The Holland Festival e Awakenings Club Events. Fazer acontecer a regeneração urbana 300 ILUSTRAÇÃO 342. UTILIZAÇÃO TEMPORÁRIA DO ESPAÇO EM 1993. 1996 – 2003 Energia Criativa: • Pressão de grupo partidário com princípios ecologistas, GroenLinks, para a extensão do parque sob princípios ecológicos e para a proibição da circulação de carros nesta nova área.1 Entretanto em 1996, Evert Verhagen apresenta um projeto de desenvolvimento para Westergasfabriek, cujo plano diretor foi feito por Kathryn Gustafson dos Mecanoo Architecten, (um gabinete de arquitetura reconhecido mundialmente). Foi em 1992 que a GEB deixa de usar a Westergasfabriek e que Evert Verhagen, ficou responsável pela conceção de um projeto para Westerfgasfabriek. Foi criada uma equipa responsável pelo projeto que atuou de forma independente, apesar do responsável fazer parte do Município. O plano proposto pretendia: • Fazer da antiga zona industrial uma zona verde e de lazer; Em 1993, como estratégia de ocupação e dinamização do espaço, o Conselho Distrital pediu a Liesbeth Jansen, “uma especialista em consultoria e programação de festivais culturais”, para fazer de Westergasfabriek um lugar dinâmico, animado, com uso diversos e um marco na vida cultural de Amsterdão. A estratégia definida foi a de explorar por um ano o espaço com actividades culturais, eventos, espaços para ensaios artísticos, óperas, festas, dança, circo, congressos, etc. • Reconstruir edifícios; 301 • Melhorar as acessibilidades com a criação de uma ponte e uma ciclovia; • Possibilidade de uso multifuncional do novo parque. • E essencialmente converter Westergasfabriek e a zona envolvente, num parque ecológico que conjugasse cultura, arte, sentido de comunidade e verde. O projeto para Westergasfabriek foi feito para trazer à cidade de Amesterdão criatividade e negócios culturais. Os edifícios industriais e o parque envolvente tinham como objetivo criar uma área multifuncional num parque urbano. O projeto visava a substituição de uma fábrica de gás por um parque constituído por espaços verdes, cursos de água, escritórios, espaços para eventos, restaurantes, teatros, etc., ou seja todas as infraestruturas necessárias para ser um ponto de encontro, uma intervenção “verde” e um ponto significativo na cidade. 2.1.1. OBJETIVOS O objetivo central foi a regeneração urbana da fábrica de gás e área envolvente, procedendo à sua transformação num parque cultural público com um caracter vibrante e dinâmico, capaz de atrair investidores e novos residentes e ser um local de destaque na cultura de Amesterdão. ILUSTRAÇÃO 340. EVERT VERHAGEN, CHEFE DO SECTOR DE OBRAS DO CONSELHO E DESDE 1992 RESPONSÁVEL PELA CONCEÇÃO DE UM PROJECTO PARA WESTERFGASFABRIEK. Os objetivos gerais para o projeto Westergasfabriek foram os seguintes: 2 • Transformar uma área poluída com edifícios históricos num espaço urbano com vários usos; ILUSTRAÇÃO 341. LIESBETH JANSEN, UMA ESPECIALISTA EM CONSULTORIA E PROGRAMAÇÃO DE FESTIVAIS CULTURAIS CHAMADA PELO MUNICÍPIO PARA CRIAR UMA ESTRATÉGIA PARA WESTERGASTERFABRIEK EM 1993. • Criar um espaço criativo cultural aberto ao público; • Integrar uma nova ponte para melhorar a acessibilidade do local; Disponível em http://web.inter.nl.net/users/ Paul.Treanor/gentrification.html 1 2 Disponível em http://pt.scribd.com/ doc/79399391/Urban-Regeneration-Oana-BaloiMerel-Enserink-Karel-Matar Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 343. PERFORMANCES E EVENTOS TEMPORÁRIOS. • As manifestações culturais feitas pela comunidade, chamaram à atenção para a necessidade de um programa de regeneração da área de Westergasfabriek. Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • O fato das pessoas terem começado a usar local e a formar um lobby das artes. • Uso multifuncional do espaço (para desporto, relaxamento, local de encontro, ciclovias, local para todo tipo de idades); • Desenvolver um plano que contextualizasse os edifícios existentes no novo parque; • Revitalizar uma área e torna-la num espaço público e desenvolver espaços para estúdios de artistas, teatros, performances e eventos culturais; uma ponte e edifícios menores. • Conseguir satisfazer as necessidades sociais e culturais dos habitantes das áreas envolventes do parque, potenciando-as e tornando-as mais atraentes • Projetar o espaço segundo princípios ecológicos de forma a melhorar a qualidade do ar e da vegetação • Criar atividades públicas e culturais. • Tornar o espaço esteticamente atrativo • Transformar um espaço sem utilidade num espaço de reunião social e artística • Criar um sistema ecológico através da conjugação entre vegetação e circulação de água nova não poluída • Aumentar a acessibilidade do local; • Tratamento do solo através do seu isolamento • Criar um espaço onde a natureza se insere na cidade • Reconversão de residências sociais e ilegais em residências com mais qualidade. OBRA FEITA Benchmarking Internacional Os objetivos estratégicos para o sucesso e implementação do projeto passavam por ter um impacto imediato na comunidade, com a conjugação da paisagem com atividades culturais, soluções de tratamento de água e princípios estéticos, ou seja fazer a ligação entre o homem e a natureza Fazer acontecer a regeneração urbana 302 Esta questão ficou resolvida em Janeiro de 2000, quando a MAB Development, uma empresa líder no mercado imobiliário, construção e projetos urbanos de usos múltiplos, comprou ao Município de Amesterdão 13 edifícios em Westergasfabriek (cerca de 16.500 m²) e procedeu à sua renovação dentro do plano estabelecido pelo Município. A empresa pagou menos de 5 milhões de euros pelo complexo, e em 2003, pediu ao município para garantir um empréstimo de 25 milhões de euros, apresentando os edifícios como a garantia. A MAB recebeu também um subsídio para a renovação e limpeza da área industrial. A renovação do espaço seguido da sua ocupação com novos usos, baseados na combinação de inquilinos permanentes com empresas culturais, alugueres temporários para festas e eventos, comerciais e culturais de forma a dar uma base sólida para um funcionamento saudável Em suma, uma estratégia de combinação entre uso temporário e planeamento a longo termo. MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS A fábrica de gás Westergasfabriek era, em meados do séc. XIX, o maior fornecedor de gás da cidade. No entanto depois do encerramento da fábrica de gás em 1967, toda a área entrou em processos de decadência para além dos solos e águas fluviais, estarem com um elevado nível de poluição. Depois do plano já estar estabelecido e apresentado, em 1996, faltava financiamento e conseguir atrair uma entidade promotora que desenvolve-se o plano de regeneração urbana e renovação do património industrial. 3 O plano foi intitulado “Changement” onde foi projetado um lugar dinâmico e com um design variado organizado numa estrutura forte e detalhada. Na área abrangida (com 14 hectares) foi possível definir espaços distintos: um parque romântico, um parque natural e um parque moderno. Foi essencialmente um plano que focou questões ambientas e foi feito em prole da comunidade. RECENTES Na década de noventa nada tinha sido feito e as características, tanto da área envolvente de Westergasfabriek como a fábrica, afastavam investidores e/ou novos residentes. O bairro de Westerpark, onde está localizado o Westergasfabriek, na altura tinha pouca densidade de populacional apesar da curta distância ao centro (3km), e de estar localizada num ponto de convergência de várias linhas de acesso às cidades vizinhas. A causa da existência de poucos residentes pode ter estado relacionado com a predominância de carris que cortavam o espaço, muito trânsito e a falta de interesse económico da área. A população existente caracterizava-se por imigrantes que habitavam casas ilegais e de renda baixa. ILUSTRAÇÃO 344. LOGOTIPO DA MAB DEVELOPMENT Foram planeadas medidas para a área residencial (demolição e construção de novos apartamentos de luxo, aumento do numero de habitações privadas para reduzir as habitações sociais e aumentar as rendas) cujo sucesso dependia da capacidade de atração de pessoas com mais poder económico e com um nível de escolaridade mais alto. A área foi pensada em quatro grupos principais, cada um com uma função distinta.3 • Cité des Arts - contem os edifícios novos, maioritariamente escritórios para apoio às atividades culturais que não sejam performances ou espaço de exibição. Foi então que surgiu a necessidade de um plano para Westergasfabriek cujo objetivo era dar um uso adequado a uma antiga área industrial poluída e com edifícios protegidos. O projeto para Westergasfabriek funcionou como fator impulsionador da vinda de novos residentes e da melhoria da imagem do bairro. Só assim a área possuiria características atrativas para investidores. • Village - um grupo de edifícios localizado entre o canal e o espaço para eventos, nomeadamente o Purifier Building (um grande salão para eventos, lojas, estúdios e cafés), os escritórios da Westergasfabriek BV e o Machine Building (edifícios de medição e funções públicas, como um quiosques). As medidas de regeneração delineadas para que o projeto de Westergasfabriek foram: • Kinderdorp (“Aldeia Infantil) - reservado para as atividades das crianças. • Restauração de solos e tratamento das águas. • Bombeamento de água para gerar movimento e melhorar a sua qualidade, desinfeção e filtragem. • Fazer um aterro, um sistema de irrigação, um lago e um riacho artificiais, 3 Disponível em http://courses.washington.edu/ gehlstud/WEBSITE_CONTENT/Winter2010/ Westergasfabriek.pdf • Spektakeldorp (“Village Spectacular”) - espaço para grandes eventos, composto pelos edifícios Gashouder (o maior espaço coberto da Westergasfarbiek destinado a receber operas, teatros e performances e assim funcionar como um grande atractivo) e Transformatorhuis. Benchmarking Internacional 4 2.1.2. ESTRATÉGIA 303 Fazer acontecer a regeneração urbana • Transformar um espaço não funcional num local de reunião social, entretenimento, atividades culturais e manifestações artísticas Em 2001 procedeu-se a obras de renovação dos edifícios para uma melhor adequação aos novos usos e foi implementado um plano de desenvolvimento elaborado em 1996. Apesar de já ter estado em funcionamento com o caracter de espaço cultural, o parque Westergasfabriek só abriu oficialmente em 2003 com espaço para jantares comunitários, festivais, performances, galerias, lojas, etc. Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 345. GASHOUDER 304 305 Fazer acontecer a regeneração urbana ILUSTRAÇÃO 347. EVENTOS CULTURAIS EM LIGAÇÃO COM A NATUREZA. ILUSTRAÇÃO 346. TRANSFORMATORHUIS ILUSTRAÇÃO 348. ÁREAS VERDES DE WESTERGASFABRIEK. Foram tomadas medidas baseadas na ecologia, sustentabilidade ambiental e potenciação dos elementos naturais, nomeadamente: • Sistema de águas – Sendo a água um ponto importante no projeto, a sua preservação foi essencial. Para além de várias lagoas foi criado um sistema de circulação de água independente do solo poluído, através do bloqueamento do chão com barro ou betão. No total, foram retirados 35.000 metros quadrados de terra e foram utilizados 65.000 metros quadrados de geotêxtil. Sob o campo Corfebol existe um reservatório e uma bomba para serem usados para rega. O canavial é usado como um purificador natural. • Sistemas de luzes – Ao longo dos caminhos foram colocados sensores fotoelétricos que acendem com a proximidade dos peões. • Circulação – Foi criado um eixo central que separa as áreas verdes das áreas edificada e foi assinalado com luzes e um pavimento distinto. ILUSTRAÇÃO 349. LOCAL DE REUNIÃO ENTRE PESSOAS. Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional No final de 2003 e em 2004 os edifícios renovados ficaram novamente disponíveis para serem arrendados a artistas e investidores. Aqui o caracter de uso do espaço passou a ser não só de uso temporário como para permanente. No entanto esta transição não foi fácil, visto que muitos dos inquilinos foram obrigados a deixar o local. Depois do espaço já estar completamente transformado para se adequar a estes novos usos, os objetivos do parque de Westergasfabriek foram alterados para passarem a desenvolver espaços para serem arrendados por investidores para ações e eventos criativos, culturais e inovadores, receber projetos culturais, colaborar com os inquilinos e divulgar as atividades de Westergasfabriek. Com base nesta alteração, conseguiu-se proporcionar um espaço sustentável, amigo do ambiente, para reunião de empreendedores locais, holandeses e estrangeiros, um espaço de lazer e entretenimento e desenvolvimento de oportunidades criativas. Liesbeth Jansen, o impulsionador da ocupação temporária do espaço em 1993, é director da Westergasfabriek e responsável pela gestão e operações. Westergasfabriek é um dos espaços culturais mais importantes de Amesterdão e continua a dinamizar a área através da cultura. ILUSTRAÇÃO 350. ESPAÇO PARA FEIRAS. • Apesar da intenção primordial do projeto de regeneração urbana de Westergasterfabriek ter sido criar um parque cultural e natural, foi o impacto a nível cultural e social que fez com que a intervenção tivesse sucesso. • Através do uso inteligente do solo, água e vegetação o parque conseguiu uma rápida regeneração das suas qualidades ecológicas. • Atualmente o parque é um exemplo importante de projeto paisagístico. • O problema da poluição foi resolvido passando a existir uma nova fauna e flora em Westergasfabriek. 306 Fazer acontecer a regeneração urbana RESULTADOS • O parque foi capaz de unir aspetos ecológicos, culturais e oferecer um uso sustentável do espaço. Deu ainda uma nova identidade a uma antiga fábrica de gás, convertendo-a num parque natural e cultural. • Uma área que antigamente servia apenas para os trabalhadores industriais, depois do desenvolvimento do processo de regeneração urbana, passou a atrair mais pessoas e todo tipo de residentes, sendo maioritariamente da sua envolvente. • A densidade populacional aumentou assim como a qualidade de vida. • Fortaleceu a economia e a cultura local. • Constituiu uma nova abordagem ao espaço urbano onde os cidadãos tiveram e têm uma participação e uma vivência do espaço mais intensa. ILUSTRAÇÃO 351. ESPAÇO PARA EVENTOS. A intervenção foi concluída em 2007 e o projeto Westergasfabriek ainda permanece em ativo, contribuindo através da cultura para a dinamização deste antigo espaço industrial. São realizados festivais em Westergasfabriek, tais como: • Affordable Art Fair • Awakenings, festival de dança • Amsterdam International Fashion Week • Cinekid, festival de cinema • Holland Festival • Hollandse Nieuwe, festival de teatro • Kunstvlaai, exposição de arte • Latin Village, festival de música e dança • Manuscript, feira do livro • Mojo Concerts • Picnic Cross Media Week • Sieraad, feira de arte e joalharia • Winterparade, festival de teatro • Atualmente o parque é muito usado devido à boa acessibilidade, conectividade com o centro de Amesterdão, boa conjugação entre homem e natureza, diversidade cultural e a existência de atividades para vários grupos etários. • Gera riqueza na medida em atrai pessoas à cidade, não só para realizar eventos culturais mas também para usufruírem deste espaço único. Os eventos realizados em Westergasfabriek promovem a cultura e economia de Amesterdão. • Westergasfabriek tornou-se num local de encontro entre criativos e residentes inovadores, de realização de eventos e festivais de qualidade. O sucesso foi tal que atualmente é designada de zona cultural. • Os responsáveis pelo processo de regeneração de Westergasfabriek foram contactados para partilhar a sua experiência com outras cidades mundiais. • Desde 2003 que Westergasfabriek é um dos principais espaços culturais e dos parques mais conhecidos e com maior importância em Amesterdão. • Em 2007 o parque cultural de Westergasfabriek foi nomeado para o International Urban Landscape Award e ganhou o Landscape Institute Awards • Em 2009 o parque cultural de Westergasfabriek foi nomeado para o Golden Pyramid Award • Em 2010 o parque cultural de Westergasfabriek ganhou o Europa Nostra Award. • Em 2011 o parque cultural de Westergasfabriek ganhou o EU Prize for Cultural Heritage na categoria de conservação. Benchmarking Internacional Benchmarking Internacional 5.1 RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS 307 Fazer acontecer a regeneração urbana 5 FATORES POTENCIADORES 5.2 • Proporcionar e promover a participação da população de modo a que esta tenha um papel importante no processo e o sucesso da regeneração urbana do espaço e ao mesmo tempo fazer aumentar o sentido de pertença e responsabilidade para com o espaço. • Classificação dos antigos edifícios em monumentos industriais ajudou na sua preservação. • O Plano para Westergasfabriek ao ser implementado mais tarde, depois da iniciativa de ocupação temporária do espaço durante 1993, beneficiou da combinação da utilização a curto prazo com o planeamento a longo prazo, o que fez com que esta área já tivesse importância em Amesterdão, mesmo antes do projeto de regeneração ter terminado o que permitiu uma maior participação da comunidade e a incorporação de uma maior variedade de interesses. • Projetar, incluindo a envolvente, preservando o significado cultural e a funcionalidade pública do local. • Dividir o espaço em áreas com funções e usos distintos de forma a abranger o maior número de usos e agradar a um maior número de utilizadores. • Combinar o uso temporário da área e o desenvolvimento de planos para longo prazo. • Reutilizar materiais e estrutura existentes por motivos económicos, ecológicos e de poupança de recursos. • Equipa de projeto ter funcionado de forma clara, objetiva, disponível, criativa e flexível, supervisionando e alterando de forma expedita a estratégia do plano quando foi preciso. • Combinar os vários campos: cultural, ecologia, economia, sustentabilidade, lazer e comunidades, numa estrutura coesa e dinâmica. • Plano incluiu o tratamento da envolvente, preservando o significado cultural e a funcionalidade pública do local. • Potenciar ao máximo o sector da cultura aliando à natureza de forma a ter impacto na sociedade e a criar investimento e riqueza. Fazer acontecer a regeneração urbana • Proporcionar condições para que o espaço seja sustentável, amigo do ambiente, de reunião entre empreendedores locais, holandeses e estrangeiros, funcione como local de lazer, entretenimento e de oportunidades criativas. • Localização estratégica próxima do centro que atraiu pessoas e aumentou mais rápido a importância do local. • Evitar dar prioridade a arquitetos famosos. • Os investidores foram tolerantes com os contratempos que apareceram. • Banca disposta a investir. • Saber quais os usos que melhor se adequavam à antiga área industrial cujos solos estavam contaminados. PRINCIPAIS DESAFIOS 5.3 • Ao incluir a comunidade no processo, tornou-se difícil conjugar a diversidade de interesses existentes (população, governo local, construtores, investidores e criativos). • Arranjar investidores que aceitassem um retorno do investimento baixo. • A poluição foi o maior problema na intervenção, quer pela demora no entendimento entre os responsáveis pela limpeza da área, quer pelo elevado índice de contaminação. • Westergasterfabriek ao concentrar-se em aspetos ecológicos, torna a sua manutenção difícil o que limita o total aproveitamento do espaço verde. • Na fase de elaboração do projeto de regeneração utilizar o espaço com atividades temporárias de forma a captar a atenção dos habitantes, residentes, governos regionais e nacionais e investidores públicos ou privados. • Criar uma equipa responsável pelo projeto em que estejam incluídos tanto profissionais do sector público como do privado. Fazer com que esta equipa funcione de forma clara, objetiva, comunicativa, criativa e flexível, supervisionando e alterando de forma expedita a estratégia do plano quando preciso. • Elaborar um projecto flexível capaz de se adequar às oportunidades e necessidades que foram aparecendo. • Atrair investidores através de boas condições de financiamento ou preços acessíveis na aquisição de edifícios e espaços a recuperar. • O Município acompanhar e funcionar como um dos impulsionadores e executores do projeto. • Fazer da acessibilidade do local um ponto fulcral porque atrai pessoas e aumenta a importância do local. • Incluir a população, executores, município, investidores e beneficiários em • Redefinir os objetivos para o espaço depois do processo de regeneração urbana que no caso de Westergasfabriek passaram a ser o arrendamento a investidores para ações e eventos criativos, culturais e inovadores, participação em projetos culturais, colaboração com os inquilinos e divulgação das atividades aí desenvolvidas. 309 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Reutilização intensiva de materiais e estruturas existentes. 308 todo o processo e conjugar os interesses de cada grupo envolvido de forma a melhor adequar o projeto às necessidades pretendidas. Benchmarking Internacional • O facto de a população ter sido um dos pontos impulsionadores do projeto fez com que esta tivesse um papel participativo e ativo no processo de regeneração de Westergasfabrik, contribuindo para a aceleração e sucesso do processo de regeneração da área. ANÁLISE CRÍTICA E BECHMARKS A REPLICAR 6 12 ROTERDÃO 1 2 3 4 5 6 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Roterdão Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar 1 CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO A Holanda é uma monarquia constitucional, democrática e parlamentar, banhada pelo Mar do Norte, a norte e a oeste, faz fronteira com a Bélgica ao sul e com a Alemanha a leste, dois países com economias fortes. Apesar da capital holandesa ser Amsterdão e a sede do governo estar situada em Haia, Roterdão é a segunda cidade da Holanda e um ponto importante ao nível dos transportes devido ao seu porto de mar, um dos maiores da Europa que gera 10% do PIB holandês. Roterdão está localizada perto do Mar do Norte na foz dos rios Reno, Maas e Rotte. No séc. XX tornou-se o porto mais importante da Europa e um dos maiores do mundo. A ligação com o mar e aos rios e a capacidade de controlar as vias navegáveis e assim tirar proveito de sua localização estratégica dentro da Europa, fez com que Roterdão crescesse e se tornasse uma cidade importante na Holanda e no contexto europeu. ILUSTRAÇÃO 353. ROTERDÃO E AS SUAS VIAS FLUVIAIS 1.1 EVOLUÇÃO DE ROTERDÃO AO LONGO DOS TEMPOS O porto de Roterdão está em atividade desde 1300. Situado junto ao Rio Maas, funciona como a maior porta de entrada para o Mar do Norte, da Europa. Em 1800, a abertura de canais e novas e crescentes necessidades de transporte de mercadorias, fez de Roterdão um porto marítimo importante. A maior parte desta atividade focou-se na margem norte do rio Maas, até a década de 1870, altura em que o porto foi transferido para a margem sul, criando Kop van Zuid. 313 Fazer acontecer a regeneração urbana A Holanda é conhecida pelo sucesso no desenvolvimento sustentável das suas cidades bem como na promoção da igualdade. A política nacional tem como objetivo melhorar os centros da cidade, alavancar a importância das cidades no seu processo de desenvolvimento económico e criar novos serviços e centros culturais. Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 352. LOCALIZAÇÃO DA HOLANDA E RESPETIVA BANDEIRA Kop van Zuid pertence ao 13º município de Roterdão e tem o nome de Feijenoord. A indústria marítima proeminente e em funcionamento até á Segunda Guerra Mundial, criou um distrito de armazéns, estaleiros e portos cercados por habitações de renda baixa. A Segunda Guerra Mundial afetou bastante a Holanda, nomeadamente Roterdão, que foi bombardeado pelos alemães no dia 14 de Maio de 1940. O centro da cidade ficou completamente destruído e o porto muito afetado. O desenvolvimento do porto em direção ao mar, associado ao crescimento dos subúrbios da cidade, fizeram com que uma serie de atividades fossem para fora das fronteiras de Roterdão. Consequentemente a cidade de Roterdão passou a ter de gerir o desenvolvimento em cooperação com os municípios vizinhos e autoridades regionais, aumentando a proximidade e a capacidade do governo a nível local, especialmente em bairros pequenos. Enquanto o porto se desenvolvia para fora da cidade como principal hospedeiro do processo logístico, Roterdão assumiu como estratégia investir e tentar desenvolver ao máximo a sua indústria, porto, sector logístico, indústria do conhecimentos, serviços (necessários para gerir este conjunto de atividades) e funcionar como um lugar de encontro para os trabalhadores do conhecimento e de empresas que prestassem serviços para o porto. Fazer acontecer a regeneração urbana 314 ILUSTRAÇÃO 354. KOP VAN ZUID DESTRUÍDO DEPOIS DO BOMBARDEAMENTO DE 1940. Nos anos cinquenta quando o país estava em estado de emergência, o governo central assumiu poderes executivos para destinar recursos financeiros e implementar projetos de reconstrução e reabilitação em grande escala. Foi nesta altura que se reconstruiu o porto e o centro. Muitos edifícios foram construídos nos espaços vazios entre os edifícios antigos, dando origem a uma mistura de estilos e épocas arquitetónicas, espaços feios e desconectados. Com o crescimento económico, foi necessária a expansão do porto. Em 1957 começou a ser criado o Europoort, um grande complexo portuário com áreas indústrias adjacentes, entre Roterdão e o Mar do Norte. Nos anos sessenta a área de Kop van Zuid, a área do antigo porto, entrava em processo de decadência e cada vez mais desligado do centro da cidade. Esta política teve bastante sucesso, em 1965. Cinquenta por cento da área residencial já tinha sido modernizada e no final da década de oitenta mais de 25,000 casas foram renovadas. A habitação de baixo custo e de qualidade, ajudou a neutralizar os efeitos da transição para uma cidade pós-industrial no final dos anos oitenta, no entanto, esta orientação política foi criticada, porque continuavam a existir níveis de pobreza significativos. Quem tinha poder económico saia destes bairros . Desta forma, Roterdão teve como desafios a integração de pessoas de diferentes origens culturais, e combater o problema do desemprego estrutural Por essa razão e depois de ter sido alcançado um equilíbrio no campo da habitação, o governo local na década de noventa (já com poderes executivos) deu especial atenção às políticas sociais através da Política das Grandes Cidades. O governo de Roterdão concluiu que para diminuir as desigualdades sociais, educacionais e económicas, se devia promover o emprego e investir na educação. Como tal, desde 1996 que em Roterdão (no âmbito da Política das Grandes Cidades) foram criadas cinco iniciativas de incentivo ao emprego de entre as quais destacamos; : 1. Criar pelo menos 10 mil novos empregos para os desempregados de longa duração, em áreas como saúde, segurança, creche, etc. 2. Fortalecer a economia local, incluindo o suporte para novos negócios e grupos-chave 3. Melhorar as ligações entre o porto de Roterdão e o interior 4. Formar e educar como um segmento relevante para o trabalho de maior valor acrescentado 5. Usar as autoridades locais para criar mais postos de trabalho, incluindo vários esquemas de trabalho voluntário, e integração de imigrantes através de medidas como por exemplo instalações para jovens. Com um sistema descentralizado resultante da comunicação e colaboração entre o governo central, local e outras organizações, nomeadamente associações de moradores, os municípios conseguiram a necessária flexibilidade para executar as políticas nacionais e adequa-las às circunstâncias locais. Esta situação permitiu uma abordagem mais empresarial e o uso da criatividade e recursos locais. ILUSTRAÇÃO 355. EUROPOORT Foi com auxílio de processos de regeneração urbana que Roterdão conseguiu criar uma imagem positiva como um lugar fantástico para se viver e trabalhar, e sua população tem crescido gradualmente, inclusive atraindo pessoas criativas para a cidade. Roterdão depois de ter passado por um Benchmarking Internacional Durante a década de setenta, em Roterdão, um grupo de políticos, face ao estado de decadência de antigos distritos, criou, em conjunto com os residentes locais, organizações de renovação urbana priorizando as áreas de financiamento governamental. O aumento dos subsídios governamentais para a habitação, fez com que antigas propriedades fossem transformadas em habitações sociais, realojando os antigos proprietários. 315 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Roterdão tornou-se uma cidade pós-industrial em transição e pretendeu ser uma cidade com oportunidades para o desenvolvimento de novos conhecimentos e inovação. Para tal, investiu em diversos sectores para diversificar a economia (medicina, cultura, turismo e industrias criativas). processo de renascimento atingiu uma posição de destaque em vários campos, culminando com o reconhecimento como Capital Europeia da Cultura em 2001, como Capital Europeia do Desporto em 2006 e Capital Europeia de Juventude em 2009 (a primeira cidade condecorada). ILUSTRAÇÃO 358. VISTA AÉREA DE KOP VAN ZUID Fazer acontecer a regeneração urbana 316 A mudança do porto levantou alguns desafios que levaram à necessidade de processos de regeneração urbana em Kop van Zuid, foram eles: • Existência de espaços vazios; SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CATALISADORES DOS PROCESSOS DE REGENERAÇÃO URBANA DE ROTERDÃO 1.2 2.1 PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DE ROTERDÃO A área de Kop van Zuid (KvZ) localiza-se no lado sul do rio Maas, faz parte do município Sib-Feyenorrd e está na direcção oposta ao centro de Roterdão. Um ponto estratégico no que diz respeito à conectividade regional. KOP VAN ZUID • Problemas de gentrificação; 317 • Conseguir criar oportunidades de emprego e educacionais para os residentes; • Unir a cidade e promover a igualdade social e de oportunidades; • Decisão de fazer do espaço de intervenção, um espaço de valor acrescentado; • Divisão acentuada entre o norte e o sul de Roterdão. Os principais organismos envolvidos neste processo, foram; o governo local, chefiado por Riek Bakker, o governo nacional, o Porto de Roterdão, construtores (OVG, Synchroon, Dura Vermeer) e as associações do setor da habitação (Vestia, Vesteda; Stadaswonen). Para apoiar todo o processo de regeneração de Kop van Zuid esteve o Rotterdam Development Corporation (RDC), um importante órgão, não só responsável pelo ordenamento do território, mas também pela organização e execução de infraestruturas, venda de terrenos aos possíveis investidores, e principal responsável pelo desenvolvimento do processo de regeneração de Kop van Zuid. Para ajudar o RDC a implementar o novo Plano Diretor de 1989, esteve o departamento de urbanismo, tendo sido eleito um representante público para cada município, para promover e informar acerca do processo regeneração. Benchmarking Internacional 2 ILUSTRAÇÃO 357. LOGO DE ROTERDÃO CAPITAL EUROPEIA DA JUVENTUDE 2009 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 356. LOGO DE ROTERDÃO CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA 2001 ILUSTRAÇÃO 359. LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA DE KOP VAN ZUID NO CONTEXTO NACIONAL. A área de Kop van Zuid é constituída por seis áreas de usos mistos: Entrepot, Landtong , Wilhelmina Pier, Zuidkade , Stadstuinen , e Parkstad e ocupa um total de 125 hectares. Quando o porto se afastou do centro de Roterdão, ficou claro que Kop van Zuid precisava de um processo de regeneração urbana. A nomeação de uma nova diretora de Urbanismo, Riek Bakker, em 1986, levou a uma nova visão para a cidade como um todo. O plano municipal de 1978 foi substituído em 1986 por um plano do alemão Teun Koolhass que visava desviar o foco para a base económica da cidade. Os principais temas foram a qualidade, a acessibilidade e a integração. A regeneração de Kop van Zuid fazia parte do Plano Diretor definido em 1989, assim como uma série de grandes projetos, a serem executados quando houvesse condições de mercado propícias para tal. O plano Diretor para Kop van Zuid adotado em 1994, quis transformar a área de KvZ para atingir os seguintes objetivos principais : • Transformar a área KvZ num distrito multifuncional conectado e integrado com a estrutura do resto da cidade, através de ligações físicas e infraestruturas procurando simultaneamente integrar social e economicamente a população desta área de Roterdão; • Criar edifícios e quarteirões distintos, para atrair população e criar novos postos de trabalho na região; Benchmarking Internacional • Mudar positivamente a imagem da cidade, promovendo ao mesmo tempo a arquitetura moderna; • Reforçar a ligação entre a cidade e o rio; • Unificar a zona sul e norte de Roterdão, física, económica e psicologicamente; • Criar residências para a classe média ”uma cidade rica com pessoas pobres” resolvendo problemas de gentrificaçao existentes; • Criar um novo centro de negócio; • Melhorar a posição internacional da cidade Fazer acontecer a regeneração urbana 318 Kop van Zuid como uma excepção em Roterdão para uma área central e de fortalecimento e integração dos espaços, benéfica para a envolvente. ILUSTRAÇÃO 360. ANTES E O QUE SE PRETENDIA PARA KOP VAN ZUID 2.1.2. ESTRATÉGIA A estratégia seguida para o desenvolvimento do projeto, passou pelo Município de Roterdão se tornar proprietário do porto e da maioria das áreas de desenvolvimento, de forma a mais facilmente chegar a acordo acerca dos planos de desenvolvimento e propostas para estimular as parcerias público-privadas. Houve também algumas áreas que foram adquiridas por empresas portuárias. Para garantir a qualidade do Kop van Zuid, foi estabelecida uma equipa de especialistas em arquitetura e urbanismo, um Comité Gestor, composto por Para se iniciar e apoiar o processo foi necessário procurar parcerias. O suporte de organismos públicos foi crucial para assegurar o investimento inicial e atrair investidores. A ideia inicial para a implementação, passou pela criação de uma parceria público-privada, em que o governo seria responsável pelo espaço público e infraestruturas, e o setor privado pela construção dos edifícios. No entanto os primeiros passos foram dados pela parceira entre os diferentes órgãos públicos tanto nacionais, governamentais, municipais como do próprio bairro. O Rotterdam Development Corporation promoveu um plano diretor para Kop van Zuid, mas também foi responsável pela preparação do local e obras de infraestrutura. O projeto teve que ser aprovado pelo Município de Roterdão e o espaço destinado a escritórios teve quer ser mudado para habitação social. O RDC usou o seu capital (na altura valia cerca de 100 milhões de euros), para mobilizar fundos provenientes de outros investidores, nomeadamente o governo. A cooperação e o entusiasmo local criaram o ambiente necessário para a evolução e desenvolvimento do processo de regeneração urbana e atraíram investidores. Com o compromisso do sector público e a confiança crescente no projeto, fez com que o interesse dos investidores privados crescesse. A partir deste ponto a cooperação entre o setor público e sector privado foi baseada na confiança mútua e em objetivos comuns. Como forma de dinamizar, atrair pessoas, atividades e serviços contribuindo para a regeneração de Kop van Zuid, a autoridade municipal de costumes e o departamento legal e de impostos, decidiram mudar-se para a nova área e a companhia de transportes (RET) concordou em criar uma nova estação de metro. Mais tarde ficou decidido que estabelecimentos de ensino e o Teatro Luxor iriam também ser realocados neste espaço. O governo holandês acreditando na mais-valia do projeto Kop van Juik para a economia nacional concordou em financiar algumas infraestruturas (Ponte Erasmus e a construção da estação de metro) e transferiu o Museu Nacional de Fotografia e o Film Institute de Amesterdão para Roterdão. Foi levado em linha de conta os efeitos sobre os municípios envolventes, para não haver motivos de contestação e todos estarem conscientes do benefício que o projeto traria a toda a região. ILUSTRAÇÃO 361. MUSEU NACIONAL DE FOTOGRAFIA EM ROTERDÃO ILUSTRAÇÃO 362. FILM INSTITUTE EM ROTERDÃO Em 1991 o Rotterdam Development Corpotation lançou o projeto Mutual Benefit, Wederzijds Profit, equipa de benefício social, aprovado nesse ano pelo Município. O objetivo deste projeto foi usar o desenvolvimento de Kop van Zuid para melhorar as condições socioeconómicas dos residentes, ou seja empregar pessoas dos bairros vizinhos de Kop van Zuid nos desenvolvimentos feitos na área e revitalizar e promover a criação de pequenas e médias empresas nesses bairros. Para tal KvZ teve que estabelecer relações socioeconómicas com as áreas adjacentes, reforçar a estrutura económica, canalizar o emprego, encorajando os investidores e os responsáveis pelo Benchmarking Internacional 2.1.1. OBJETIVOS quadros superiores e diretores de diferentes secretarias municipais para supervisionar o projecto. Foi ainda criada uma equipa de comunicação, para fazer o suporte e divulgação do projeto. Foi dada muita importância à organização, coordenação e comunicação nos diversos níveis e sectores. 319 Fazer acontecer a regeneração urbana O novo Plano Director para Kop van Zuid foi adoptado em 1994 e o desenvolvimento do projecto foi dividido em duas partes. O primeiro projeto é o Kop van Zuid e a área portuária atrás apresentada é o nosso caso de estudo pela sua singularidade. O segundo projecto é Parkstad, também chamado de Kop van Zuid II, começou em 2007 e corresponde a uma área suburbana, que está um pouco fora do enquadramento deste estudo de benchmarking. desenvolvimento do projeto, a criar postos de trabalho e habitação destinada à população residente e desenvolver projetos e serviços inovadores. A conjuntura deste bairro desencorajava o investimento privado. Muitos edifícios estavam abandonados, muitos deles com um valor arquitetónico e histórico para a cidade, como por exemplo a antiga linha de comboio. Em suma, toda a área encontrava-se em processo de decadência social, física e urbana. O RDC financiou o projeto com 2,562 milhões de euros por cinco anos. Em 1996, foram acordados mais cinco anos de financiamento e ainda recebeu financiamento dos fundos da Comissão Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Como medidas de regeneração foram planeadas respetivamente: Foram estabelecidas diretrizes na política urbana nacional urbana conjuntamente com incentivos financeiros para a colaboração entre os diferentes sectores, de forma a garantir as políticas para coesão social. Foram ainda desenvolvidos pela Mutual Benefit, programas especiais para dar incentivos a empresas privadas para a contratação de pessoas de bairros vizinhos e desenvolver e manter do projeto Kop van Zuid. Outros projetos foram complementarmente implementados, como a reestruturação e modernização das ruas comerciais, para tornar o desenvolvimento mais equilibrado, modernização da infraestrutura, e instalações de ensino, com capacidade para integração dos bairros circundantes. • Melhorar as condições habitacionais; • Criar espaços públicos seguros, funcionais e atraentes como resposta às várias necessidades, adicionando várias funções às existentes; • Fortalecer a economia local através do apoio a empreendedores e startups; • Eliminar barreiras espaciais e conectar espaços potenciando a conexão local e em grande escala; • Estabelecer uma hierarquia de ruas enfatizando as principais; • Tirar partidos dos edifícios renovados; Fazer acontecer a regeneração urbana 320 MAIS RECENTES • Privilegiar a reutilização de materiais; • Optar pela transformação e renovação dos edifícios em vez da sua demolição • Manter os residentes envolvidos no processo e a viver na área; Afrikaanderwijk e Hillesluis apresentavam elevadas taxas de desemprego, comunidades de imigrantes e um campus residencial pouco atraente. O que desencadeou este processo de decadência foi essencialmente a mudança do porto de Roterdão para outra área. • Potenciar o uso do espaço público como um espaço ativo e com várias funções nas várias tipologias de rua; Kop van Zuid caracterizava-se como uma zona composta por bairros residenciais pobres onde viviam os trabalhadores do porto e das indústrias portuárias, existia um alto nível de desemprego e baixa escolaridade. A mudança do porto teve consequências nefastas para KvZ, existiam docas e estaleiros abandonados, era uma área que pelas antigas funções portuárias e de seguranças costumava estar vedada e estava ainda separada do resto de Roterdão pelo rio, armazéns e linhas férreas. • Criar um sistema de planeamento urbano integrado que desse resposta aos vários tipos de necessidades. Pontos que conduziram à necessidade de um processo de regeneração urbana: • Desenvolver uma infraestrutura social em locais chave, para uma maior conexão com a rua e os residentes; Boulevard City road Neighbourrhood road Local road • Fragmentação física devido á falta de conectividade e ligações funcionais; • Poucos transportes e falta de funções atrativas; • Fragmentação social devido à divisão de grupos sociais; • Espaços públicos não utilizados; • Questões de segurança e salubridade; • Falta de espaços públicos que cubram as necessidades dos vários grupos; ILUSTRAÇÃO 365. HIERARQUIA DE RUAS - emphasize the main corridors - active them Opportunity for increasing the density in the existing built enviroment ILUSTRAÇÃO 363. ESTÁDIO DE FUTEBOL DO FEYENOORD E ÁREA ENVOLVENTE ILUSTRAÇÃO 364. ESPAÇO DE REUNIÃO EM AFRIKAANDERWIJK Opportunity for building on the vacant land ILUSTRAÇÃO 366. PRINCIPAIS RUAS E ESPAÇOS LIVRES Connectivity principles Benchmarking Internacional Quando foi iniciado o projeto Kop van Zuid a envolvente a área de intervenção - Feyenoord, Afrikaanderwijk, Katendrecht e Hillesluis – eram marcadas por padrões de baixa qualidade de vida e ambiental e uma estrutura socioeconómica fraca, especialmente Feyenoord, • Construir várias tipologias de residências; 321 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional MEDIDAS DE REGENERAÇÃO 3 O projeto Kop van Zuid foi uma importante peça na estratégia de Roterdão para a criação de uma cidade atraente e unificada. Foi iniciado em 1994 e tem ainda com edifícios em construção. 4 OBRA FEITA O que contribuiu para que se atingisse esse resultado resultou sobretudo de algumas orientações fundamentais assumidas de entre as quais destacamos duas: • A construção de edifícios de escritórios, casas com padrões de qualidade e custo mais elevado para cativar cidadãos mais influentes e abastados, Fazer acontecer a regeneração urbana 322 ILUSTRAÇÃO 367. VARIAS TIPOLOGIAS DE EDIFÍCIOS E ESPAÇOS VERDES ILUSTRAÇÃO 370. CUBE HOUSES CONCEBIDAS PELO ARQUITETO PIET BLOM EM 1984. Benchmarking Internacional buildingns mix functione soft transformation building convertion proposed for reconstruction new building height accent city public space neighbourthood public space local public space semi-public space private open space semi-private open space (accessible to the block’s residents) permeable point boulevards city streets neighbourhood street local street 323 Os passos iniciais na regeneração das antigas docas envolveu a renovação de alguns edifícios emblemáticos e a recuperação de muitos edifícios de valor histórico e arquitetónico assumidos como heranças culturais, nomeadamente: • A mais antiga doca foi transformada num museu industrial; • Antigas fábricas foram transformadas em edifícios residenciais; • Uma nova biblioteca e uma nova estação de metro foram construídas nas proximidades e ainda foi construído um bloco de apartamentos de “Cube house”, com uma imagem bastante diferente do usual, que deu uma nova imagem numa época em que havia pouca coisa que atraísse pessoas para esta zona; • O antigo terminal Holland America foi transformado no Hotel New York. • O edifício Entrepot tornou-se um supermercado e num espaço de restaurantes com comida de todo o mundo, de forma a manter a sua antiga atmosfera. Apesar do sistema de restaurante ter falhado devido à fraca procura a imagem da área foi mudada e conseguiu atrair investimento privado para habitação de alta qualidade. ILUSTRAÇÃO 371. ENTREPORT Relativamente à abordagem ao espaço público e aos princípios de sustentabilidade e desenho urbano, a reabilitação de Kop van Zuid pode ser considerada como um bom exemplo. • Foram reutilizados o maior número possível de materiais e estruturas; • Foram instaladas tecnologias modernas para reduzir o lixo (um dos componentes com mais destaque em KvZ) e em muitos casos foram instalados painéis solares; • Foram construídos amplos parques de estacionamento em articulação com pavimentos arborizados e ciclovias na maioria das áreas residenciais. • O estacionamento no centro é controlado por meio de pagamento. • As superfícies foram coloridas e as pedras usadas cuidadosamente, • Os recetáculos do lixo são subterrâneos o que faz com que as bermas das ruas sejam sempre reservadas a peões. • Foi feito um uso imaginativo da arte pública, • Foi adotada uma boa iluminação, • Uso mínimo de postes e sinais, • Superfície de cruzamento está ao nível da rua e corredores reservados para elétricos. ILUSTRAÇÃO 368. ANTIGA FÁBRICA TRANSFORMADA EM EDIFÍCIO RESIDENCIAL. ILUSTRAÇÃO 369. ANTIGO TERMINAL HOLLAND AMERICA TRANSFORMADO NO HOTEL NEW YORK. • Apesar de Roterdão não ter um sistema extenso de parques naturais, os miradouros com vista para o rio e as antigas docas em conjunto com uma linha extensa de árvores e alguns jardins, ajudam a que as pessoas a mantenham sempre contacto com a natureza. Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • A promoção do orgulho na cidade através do estímulo da arte, cultura, qualidade espacial, melhoria de acessos e mobilidade. Public space network Fazer acontecer a regeneração urbana 324 ILUSTRAÇÃO 372. IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS Roterdão conseguiu ser uma cidade unida com a construção da nova ponte Erasmus e a nova estação de metro, um percurso de elétrico e ligações de vias. O transporte de qualidade foi o que mais contribuiu para o renascimento da cidade. 325 • Roterdão investiu num sistema elétrico de alta qualidade e um metro com mais de 80 km.. A nova linha do metro foi construído a partir da estação ferroviária central, por baixo do rio em 1968 e uma nova linha este-oeste foi adicionado em 1980. A nova linha de eléctrico foi construído para auxiliar a regeneração da área e promover a utilização de transportes públicos. • A ponte Erasmus liga o centro da cidade por meio da Kop van Zuid para o Anel Rodoviário para o Sul, e também abre as ligações com as áreas residenciais adjacentes. ILUSTRAÇÃO 375. PONTE ERASMUS E A ENVOLVENTE Foram construídas duas universidades, 5.300 casas, 400,000m2 de escritórios e ainda espaços educacionais de negócio e de lazer. Foram usadas novas instalações de lazer para criar uma série de espaços ligados por uma esfera pública de qualidade que se destaca quando comparada com qualquer cidade. Foram construídos no centro Blocos altos de escritórios e novos blocos de apartamentos que deram a Roterdão o nome de “Manhattan no Maas”. Muitos destes edifícios foram projetados por arquitetos de renome como Norman Foster e Renzo Piano: novos edifícios de escritórios que incluem o edifício KNP, o World Port Center, o terminal de cruzeiros e o Teatro Luxor. ILUSTRAÇÃO 373. NOVA LINHA DE METRO Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 374. NOVAS LINHAS DE ELÉTRICO E AS NOVAS PONTES Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional public space (parks and squares) buildings private open space semi-private open space (accessible to the block’s residents) semi-public space ILUSTRAÇÃO 376. TEATRO LUXOR DOS ARQUITETOS BOLLES+WILSON CONSTRUÍDO EM 2001. Ilustração 377. Edifício Las Palmas destinado a escritórios, comercio e Museu nacional de fotografia, dos arquitetos Benthem Crouwel e Architectenbureau Van den Broek en Bakema, construído em 2007 Benchmarking Internacional 327 Fazer acontecer a regeneração urbana 326 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 382. EDIFÍCIO COMERCIAL E DE ESCRITÓRIOS WILHELMINAHOF DOS ARQUITETOS DAM & PARTNERS ARCHITECTEN E KRAAIJVANGER URBIS, CONSTRUÍDO EM 1997. ILUSTRAÇÃO 378. EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS DE COMPAGNIE, CONSTRUIDOS EM 2005. ILUSTRAÇÃO 379. EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS MONTEVIDEO DOS ARQUITETOS MECANOO CONSTRUÍDOS EM 2005. ILUSTRAÇÃO 383. EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS, WORLD PORT CENTER DO ARQUITETO NORMAN FOSTER, CONSTRUÍDO EM 2000. ILUSTRAÇÃO 384. EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS KNP DE RENZO PIANO CONSTRUÍDO EM 2000. Kop van Zuid forma um conjunto de projetos bandeira que transformaram Roterdão, já condecorado com a nomeação para a Capital Europeia de Cultura em 2001 e Cidade da Arquitetura em 2007. ILUSTRAÇÃO 380. EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS MAASTOREN DOS ARQUITETOS DAM & PARTNERS ARCHITECTEN, CONSTRUÍDO EM 2010. Muitos projetos estão atualmente a ser desenvolvidos e muitos já estão planeados para serem executados. ILUSTRAÇÃO 381. EDIFÍCIO COMERCIAL E DE ESCRITÓRIOS WILHEMINATOREN DOS ARQUITETOS DAM & PARTNERS ARCHITECTEN, CONSTRUÍDO EM 1997. 5 5.1 RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS RESULTADOS O projeto Kop van Zuid conseguiu transformar um espaço que antes estava desligado tanto com a cidade como do rio e criou uma área atraente. A melhoria de transportes e a cooperação e comunicação entre os municípios, organizações, associações e moradores, foram os pontos apontados com maior impacto no desenvolvimento do projeto e uma das causas principais de sucesso foi ter dado mais oportunidades ao nível laboral criando postos de trabalho e ter conectado e integrado com o lado norte da cidade os residentes de Kop van Zuid. • Melhorar a qualidade de vida dos moradores; • Atrair um maior leque de pessoas para viver, dando origem a uma população mais equilibrada; com um movimento em direção a um reequilíbrio; • Aumento da procura de lojas e serviços; • Melhoria da integração das pessoas sobretudo começando pelas crianças ao nível da escola primária e creche; • Contribuir para que Roterdão seja vista como uma cidade cosmopolita, onde pessoas de diferentes origens coexistem harmoniosamente; • Incentivar o enriquecimento cultural, ajudado pela diversidade de culturas existentes; • Níveis mais elevados de empreendedorismo; • Melhorar a atratividade de Roterdão; • Destruição da barreira entre a parte norte e sul de Roterdão; Benchmarking Internacional • Unicidade da cidade, física, economia e psicológica; Fazer acontecer a regeneração urbana 328 • Os residentes estão mais positivos e pensam em ficar em Kop van Zuid quando antes pensavam em sair; • Melhoria das acessibilidades e mobilidade na área; • Melhoria nos estabelecimentos de ensino; • Aumento do sentimento de pertença e identidade cultural; • Melhora nas condições de segurança, espaço público e criação de oportunidades sociais e económicas; No meio dos anos noventa o tecido económico e fabril começou a melhorar, criando novos postos de trabalho, especialmente na parte norte da cidade mas também em Kop van Zuid. Os espaços de escritórios aumentaram de 2,5 milhões de m2 em 1986 para 3,6 milhões de m2 em 1999, o desemprego passou de 17% em 1991 para 7% em 2000. Até 2008, a composição demográfica do bairro de Feyenoord mudou consideravelmente graças ao projeto de regeneração Kop van Zuid. A área do projeto atraiu moradores com rendimentos superiores e investidores devido à evolução favorável do mercado imobiliário na década de 1990 (beneficiando ainda de taxas de juro baixas e uma economia próspera) e à qualidade do urbanismo. Inicialmente os investimentos foram para residência uma vez que graças à flexibilidade do Plano Diretor, as seções que foram inicialmente destinadas a escritórios, acabaram por ser desenvolvidas como alojamento. Não há dúvida que a regeneração de Kop van Zuid transformou uma área portuária em decadência, numa zona atrativa de usos mistos onde coabitam pessoas de diferentes culturas e estratos sociais. A estrutura social bairro Feyenoord melhorou ao ponto dos subsídios da União Europeia serem reduzidos, devido à subida dos indicadores socioeconómicos, embora ainda são inferiores aos do resto da cidade de Roterdão. Outro fator importante, que afeta não só a área de intervenção do projeto mas também a coesão de toda a cidade foi a conexão entre o centro e o sul de Roterdão, atraindo mais pessoas, negócios e oportunidades a Kop van Zuid. Apesar de muitos problemas sociais não terem sido resolvidos este projeto trouxe imensas vantagens para as áreas envolventes. A cidade elevou sua acessibilidade interna com a nova ponte Erasmus e sistema de elétrico e metro, aumentou a sua capacidade em atrair novos habitantes e investidores e consequentemente o número de postos de trabalho. Atualmente ao passear por Kop van Zuid encontra-se uma mistura de edifícios futuristas com um caracter único em conjunto com edifícios históricos, uma mistura de texturas e desenhos arquitetónicos distintos mas harmoniosos. Quinze anos após a aprovação do plano diretor do desenvolvimento da primeira fase está quase completo, financiado em grande parte pelo investimento público e pela capacidade atrair residentes com maior poder económico. O Rotterdam Development Corporation é agora responsável pela gestão global do projeto, apoiado pelo Departamento de Planeamento Urbano e Habitação, o Departamento de Transporte Público (RET) e do Porto de Roterdão. A abordagem holandesa para a regeneração tem sido bem-sucedida, devido sobretudo ao papel de liderança desempenhado pelas Câmaras, tanto na elaboração de estratégias espaciais como na sua implementação. Posteriormente ao projeto Kop van Zuid as ligações entre Roterdão e a cidade de Randstad foram melhoradas, foi ligado ao sistema de alta velocidade Eurorail de Bruxelas conseguindo reduzir o tempo de viagem até Amesterdão e o aeroporto de Schiphol. ILUSTRAÇÃO 385. ESTILOS ARQUITETÓNICOS RECONHECÍVEIS E IDENTIFICATIVOS DE KOP VAN ZUID ILUSTRAÇÃO 386. ESTILOS ARQUITETÓNICOS RECONHECÍVEIS E IDENTIFICATIVOS DE KOP VAN ZUID Em 2007, cerca de metade do Plano Diretor tinha sido implementado. A maioria do espaço de escritórios foi adquirida por organizações públicas, como o Departamento Tributário Municipal e o Tribunal de Justiça. Kop van Zuid parece ter alcançado uma massa crítica em Roterdão que lhe deu um novo sentido de identidade e de direção, um passo essencial para atrair o investimento privado, criação de novos empregos necessários para diversificar o seu papel principal como porto. Os programas estabelecidos pela Mutual Benefit foram reconhecidos para terem fornecido alguns benefícios para o povo das áreas adjacentes e foram um bom exemplo de colaboração entre os diferentes departamentos dentro do município. Oito organizações diferentes trabalharam para recrutar pessoas e encontrar-lhes empregos, incluindo os gabinetes de trabalho, a administração da Feyenoord (Deelgemeente Feyenoord) e organizações de bairro, embora tivesse ficado aquém do projetado, cerca de metade do que era inicialmente esperado. Um novo plano diretor para Parkstad ou Kop van Zuid II (já fora da área do case study abordado) está a ser desenvolvido em resposta à pressão de associações habitacionais e investidores privados, que precisam saber como esta área se vai desenvolver no futuro. O desafio atual consiste em assegurar o investimento privado em habitação e escritórios. Há um compromisso contínuo para a construção de 3.000 casas por ano na cidade, não apenas para ampliar o parque habitacional mas também para substituir os impopulares blocos de apartamentos e as habitações municipais. O programa Mutual Benefit para Kop van Zuid foi concluído em 2002 e foi importante para o sucesso do projeto, apesar dos benefícios em termos de Benchmarking Internacional • Elevar o status da área (aumento do valor como um lugar para investir); criação de emprego terem sido relativamente curtos, todavia deu alento e esperança aos residentes e os esforços para melhorar o espaço público nas áreas circundantes, foram apreciados. 329 Fazer acontecer a regeneração urbana O impacto da regeneração de Kop van Zuid tem sido geralmente benéfico para: tivo foi estipulado um bónus de 4.500 euros para ajudar a construir orgulho cívico e segurança. 5.2 FATORES POTENCIADORES 5.3 PRINCIPAIS DESAFIOS Cada uma das áreas de intervenção em Roterdão teve a sua equipa de projeto envolvendo funcionários públicos, proprietários, residentes, empresas, organizações sociais e administrações políticas de trabalho em conjunto. • Conseguir convencer investidores públicos e privados a acreditarem e financiarem o projeto. Roterdão foi a primeira cidade a combinar políticas sociais e habitação com a Política das grandes cidades. As políticas seguidas basearam-se nos seguintes pontos: • Deslocação de alguns residentes; • Possíveis sentimentos de revolta ao incluir edifícios de alta qualidade numa envolvente caracterizada pelo desemprego, imigração e falta de formação, o que poderia acentuar as diferenças sociais e diminuir a taxa de sucesso dos residentes. 1. Criação de oportunidades para fortalecer economia local Fazer acontecer a regeneração urbana • Os residentes desempregados e com menos condições económicas não viam benefícios com a evolução do mercado de trabalho porque muitos não têm qualificações para corresponderem às exigências dos empregadores. O problema social em Kop van Zuid demora a resolver e supõe um contínuo investimento na educação. 3. Envolver o grupo alvo no projeto, dando uma imagem de confiança e transparência do processo. A formação de parcerias público privadas também foi visto como muito importante bem como o fato dos residentes e das empresas estarem envolvidas na fase de elaboração de políticas e nas fases posteriores. • Apesar da melhoria, o projeto Kop van Zuid ainda não conseguiu induzir os efeitos positivos suficientes para tornar a envolvente atrativa. • Ainda há algumas tensões entre os diferentes grupos étnicos e persiste uma grande economia informal, composta por pessoas que recebem benefícios públicos, mas tem um negócio rentável. 4. A constante informação e comunicação entre os serviços municipais e os intervenientes. Quando o projeto de remodelação, Kop van Zuid foi tornado público, a Federação das Associações de Moradores advertiu para o possível problema resultante do contraste excessivo entre o novo e o luxuoso com as áreas em situações de desvantagem nos distritos circundantes urbanas e aconselhou o uso do projeto para alavancar melhores condições de vida e postos de trabalho para os residentes. A partir desse momento as associações de bairros foram incluídos no projeto de Kop van Zuid e tiveram um papel ativo e formal das decisões sobre o novo desenvolvimento de que resultaram vários programas e intervenções, tais como : • Os novos habitantes resultantes do projeto de Kop van Zuid e os habitantes originais do distrito de Feyernoord nunca poderão ser vistos como uma comunidade, no entanto desde que a os residentes mais antigos não se sintam negligenciados ou menosprezados em prole dos residentes mais recentes, a convivência é pacífica. • O sucesso do projeto Kop van Zuid depende muito do uso público. • Muitos problemas continuam por resolver: - As áreas adjacentes continuam por regenerar • Mutual benefit - Desemprego • Eat and Meet program - Cultura social • Opzzoomeren • Habitações social com qualidade • hhhMelhores infraestruturas Roterdão introduziu no ano 2000 um programa inovador denominado Opzoomeren, que usa a melhoria das ruas para garantir o desenvolvimento da comunidade. A ideia é desafiar os residentes a assumirem a responsabilidade pelo meioambiente do seu próprio bairro e apelar ao convívio entre vizinhos e ao talento social e cultural local. A implementação deste programa é apoiada pela polícia e assistentes sociais e foca-se essencialmente em bairros inseguros. O programa começou com uma fase de diagnóstico onde se procurou compreender a realidades dos residentes e definir um programa de ação com o apoio de pelo menos um terço dos jovens ou idosos. O primeiro passo do Opzoomeren levou cerca de três a quatro meses e envolveu atividades que passaram por procurar que as pessoas se conhecem melhor e uma agenda para a rua, por exemplo através de festas de rua e festas para crianças. O segundo passo foi chamado de “etiqueta urbana”, que consistiu em conduzir os residentes a aceitarem as regras e normas de cidadania e convivência e finalmente, um “contracto social” para assegurar a cooperação de longa duração. Isto é famílias difíceis ou agressivas são visitadas e informadas das possíveis sanções a que os seus comportamentos podem conduzir. A fase final de execução, em teoria, pode durar para sempre e como incen- 6 ANÁLISE CRÍTICA E BECHMARKS A REPLICAR • Reconhecer a necessidade de uma transformação na imagem da cidade para a tornar competitiva economicamente. • Tentar encontrar novos tipos de economias para substituir os empregos anteriores • Reunir uma equipa independente para aplicar princípios de desenho urbano, desenvolvimento sustentável e coesão social • Criar organismos municipais como o Rotterdam Development Corporation para coordenar o desenvolvimento o campo residencial e o investimento nos transportes, e a alavancar o investimento público com a posse de bens imóveis municipais para apoiar projetos de investimento. • Contratos municipais através das Politicas das Grandes Cidades em que o governo nacional ajuda os municípios a coordenar investimentos na cidade e a nível do bairro, e encoraja as autoridades vizinhas a colaborarem em programas integrados para a resolução de problemas urbanos, sociais e económicos. • Criar locais onde as pessoas se possam informar acerca do projeto e onde estão a ser desenvolvidas ações sociais, na tentativa de aumentar o sentimento de responsabilidade e pertença com o bairro e ao mesmo tempo criar uma comunidade equilibrada, com sentido cívico e respeitadora dos espaços públicos Benchmarking Internacional Benchmarking Internacional 2. Planeamento, integração e implementação: políticas pró-emprego combinadas com medidas para melhorar as condições de vida das populações, cuja implementação depende de uma serie de colaboradores coordenados entre si que acompanham todos os passos do processo. 330 • Ceticismo inicial relativamente ao projeto, especialmente para os residentes que viam melhorias com a execução do projeto Kop van Zuid mas não para eles. 331 Fazer acontecer a regeneração urbana O Plano diretor foi bastante flexível, os intervenientes e interessados foram ouvidos e foi possível introduzir alterações, função das condições que o desenvolvimento do projeto foi aconselhando. O plano foi-se modificando de forma a melhor se adaptar às capacidades do Rotterdam Development Corporation, às necessidades e oportunidades que foram aparecendo e procurando beneficiar tanto o sector público como o privado. • Desenvolver programas que visem envolver as comunidades no processo de regeneração. • Manter a ordem social e a atratividade numa área com elevada densidade populacional através da gestão de boa vizinhança e de uma esfera pública de alta qualidade, limpa, organizada e segura. • Fazer habitação acessível e flexível através de um setor de arrendamento social sem fins lucrativos (agora em grande parte privatizada) Benchmarking Internacional 13 Fazer acontecer a regeneração urbana 332 COPENHAGA 1 2 3 4 5 6 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Copenhaga Diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar 1 1.1 CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CATALISADORES DOS PROCESSOS DE REGENERAÇÃO URBANA DE COPENHAGA Após o fim da Primeira Guerra Mundial no ano de 1917, o deficit habitacional no município de Copenhaga foi enorme. Após o fim da Primeira Guerra Mundial, houve um grande aumento da população que se deslocou para a cidade embora houvesse pouca construção, devido ao declínio económico da década anterior. Esta situação criou alguns problemas urbanos e sociais em alguns bairros de Copenhaga O município de Copenhaga apresenta 5 projetos de regeneração urbana, designada por Kvartløft (regeneração urbana de um bairro), e dois projetos de parcerias locais. Para além destes, há um número de projetos socialmente orientados, principalmente centrados em torno de habitações sociais. Estes projetos nasceram de políticas nacionais para assuntos urbanos criados pelo Governo Social-Democrata na década de 90. Estes projetos surgiram da necessidade de: • Adequar as habitações à realidade atual; • Promover postos de trabalho para resolver problemas sociais e económicos existentes decorrentes do aumento populacional; • Criar condições para o desenvolvimento económico; • Aumentar o parque empresarial de Copenhaga. 2 2.1 PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DA CIDADE DE COPENHAGA PROJETOS KVARTLØFT Os projetos Kvartløft estão sob a orientação do departamento financeiro do município. Politicamente, os projetos são entregues à Comissão de Finanças, que toma a decisão final sobre os projectos e o seu financiamento. Como foi mencionado anteriormente, existem 5 projetos Kvartløft diferentes. Cada um destes cinco projectos tem a sua identidade, que é formada pelos seguintes fatores: O bairro e a sua estrutura física e social; • A história do bairro; • As pessoas que vivem na vizinhança; • As pessoas que trabalham nos projetos de Kvartløft. Um objetivo importante com esses projetos é de ganhar experiência em processos de aprendizagem, nomeadamente em matéria de envolvimento com os moradores, e, assim, desenvolver novas formas não tradicionais de organização e novas formas de cooperação entre as atividades públicas e privadas. Cada projeto é desenvolvido por linhas diferentes. No entanto, existem similaridades. Seguidamente apresentam-se os cinco projetos Kvartløft: 1. Holmbladgade 2. Kogens Enghave 3. Femkantem 4. Nørrebro Park 5. Nordvest 2.1.1. OBJETIVOS 1. Holmbladgade Os objetivos da proposta para esta zona são: • Melhorar o ambiente físico por meio de atividades físicas visíveis; • Garantir que os moradores participem ativamente e assumam a respon- 335 Fazer acontecer a regeneração urbana • Contribuir para a integração social dos imigrantes e classes sociais mais desfavorecidas; Benchmarking Internacional • Diminuir o isolamento de alguns bairros; sabilidade para o desenvolvimento da área; • Melhorar o ambiente físico – incluindo as ruas e praças; • Garantir que as relações de trabalho são construídas com a vida económica local e aumento da empregabilidade através de novas oportunidades de trabalho; • Garantir um desenvolvimento contínuo; • Estabelecer fundamentos para apoiar e promover redes sociais a residentes para atividades de lazer. • Desenvolver uma política local empresarial para promover o crescimento e a empregabilidade; • Requalificação dos edifícios decadentes e melhoria dos espaços circundantes através de uma renovação urbana democrática. 2. Kogens Enghave • Proteção do tráfego e das condições de estacionamento para benefício dos residentes e dos negócios; • Desenvolver uma política de emprego local e mercado de trabalho no âmbito de um mercado de trabalho socialmente equilibrado; • Organizar atividades comuns para os membros da organização e ajudálos na promoção de atividades comerciais e empresariais do bairro. Os objetivos da proposta para esta zona são: • Continuação da alta participação dos residentes e desenvolvimento de modelos de cooperação entre a administração e a população; • Combate ao isolamento das áreas; Fazer acontecer a regeneração urbana 336 • Obtenção de um parque habitacional variado e up to date, a um grau elevado, com a participação dos residentes; 3. Femkantem ILUSTRAÇÃO 387. ZONAS VERDES INTERIORES DE UM QUARTEIRÃO EM ÖRESTAD ILUSTRAÇÃO 388. ZONAS VERDES INTERIORES DE UM QUARTEIRÃO EM ÖRESTAD O principal objetivo do projeto nesta área é, em cooperação com os moradores da zona, elevar a área física, funcional, cultural e social. Isto será alcançado através de um esforço global com os desejos e necessidades dos moradores como ponto de partida. 337 Num esforço conjunto, os seguintes temas são uma prioridade: • Praças, espaços abertos e sem tráfego; • Cultura e atletismo; • Indústria e ocupação; • Melhoria da situação habitacional; • Projetos de habitação com uma dimensão social; ILUSTRAÇÃO 389. ARRUAMENTOS EM ÖRESTAD • Ambiente e ecologia na área urbana; ILUSTRAÇÃO 390. ARRUAMENTOS EM ÖRESTAD • Saúde preventiva e promoção da saúde. 4. Nørrebro Park Os objetivos da proposta para esta zona são: • Resolver problemas urbanísticos relacionados com o aumento populacional decorrente da Primeira Guerra Mundial • Prover o bairro de espaços públicos e de reunião • Conseguir forma de financiamento com a participação de moradores • Prover o bairro de pequenos espaços comerciais que dinamizem o espaço • Modernização de habitações antigas • Pacificar conflitos sociais • Gerar condições para a criação de novos posto de trabalho • Melhorar acessibilidades 5. Nordvest O objetivo foi desenvolver um cluster de empresas que desenvolvessem negócios e criassem empregos. Depois de consultadas as empresas, foi feita uma proposta que foi aceite por todas elas, que consistia em: Benchmarking Internacional • Aumento do emprego na área e aumento das qualificações dos desempregados; ILUSTRAÇÃO 391. RECUPERAÇÃO DE ANTIGOS DEPÓSITOS PARA HABITAÇÃO EM BRYGGE BROEN, ÖRESTAD Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Melhoria da área e manutenção da população residente, incluindo famílias com crianças; Os projetos Kvartløft têm três etapas diferentes: 1. Fase de planeamento – reuniões públicas e criação de grupos de trabalho; 2. Fase de implementação – desenvolvimento dos projetos; 3. Fase de ancoragem – continuação da análise dos projetos físicos. Kvartløft é uma parceria em que os atores locais de um bairro cooperam para estabelecer um quadro para o desenvolvimento desse mesmo bairro. ILUSTRAÇÃO 393. RECUPERAÇÃO DE ARMAZÉNS ANTIGOS EM ÖRESTAD A característica central da frente do programa de revitalização dos bairros é que os moradores locais e “partes interessadas” (organizações, empresas locais, instituições, etc.) executem os projetos de melhoria em conjunto. Isto é quando um projeto de revitalização de um bairro começa, os moradores e os outros interessados são convidados a participar em grupos de projetos. Depois de quase um ano de trabalho os resultados são analisados em conjunto e elabora-se um plano coerente para o bairro feito pelos moradores locais. O plano descreve como os moradores sugerem gastar o dinheiro previsto para o projeto. ILUSTRAÇÃO 394. NOVOS EDIFÍCIOS EM SYDHAVN O entendimento é que os moradores locais, por causa da sua vida quotidiana na área, são os mais qualificados para identificar os principais problemas locais e definir quais as melhores formas de resolvê-los. Além disso, envolvendo os residentes nos resultados do planeamento reforça o sentimento de comunidade e de responsabilidade para a área. Nos projetos aqui descritos, os residentes participam em grupos divididos por temas, por exemplo, tráfego, ambiente de vida, cultural e emprego. É feito um esforço para garantir a influência dos residentes ao longo do processo. A participação dos moradores é estimulada através da informação pública, de boletins, de reuniões e do reforço do diálogo entre os moradores e as autoridades locais, de forma organizada. O controlo do governo sobre o processo de regeneração urbana foi estabelecido através de acordos de cooperação que são regularmente revistos. Os acordos de cooperação são baseados em planos de reabilitação urbana que têm objetivos claros e critérios de sucesso quantitativos. As negociações sobre acordos de cooperação são tomadas, por parte do governo, pela Secretaria Nacional para a Regeneração Urbana no âmbito do Ministério da Integração, que também ajuda a obtenção de financiamento e auxilia com informações e com a comunicação de experiências. ILUSTRAÇÃO 395. ASPETOS DO PALÁCIO REAL, FRONTEIRO Á NOVA OPERA Benchmarking Internacional 2.1.2. ESTRATÉGIA 338 Fazer acontecer a regeneração urbana ILUSTRAÇÃO 396. PASSEIO RIBEIRINHO E HOTEL EM ANTIGO ARMAZÉM DO PORTO 339 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 392. ÖRESTAD • A área de regeneração é de aproximadamente 2 km por 800 m. O terreno é plano, como o resto de Amager. • Existe uma grande diferença de carácter entre os edifícios da área residencial no sudoeste e as áreas industriais no norte e leste. O edificado é constituído por blocos de quarto ou cinco andares. À volta da área de Hessensgade e Bøhmensgade, o edificado é mais baixo e de uma natureza mais complexa. Os novos edifícios têm alturas variadas, entre cinco e oito andares (øresundskollegiets). Benchmarking Internacional Devido ao encerramento de várias fábricas e à demolição de alguns blocos de apartamentos, na zona antiga existem zonas de construções variadas, Fazer acontecer a regeneração urbana 340 • A forma mais comum de habitação é o regime de multipropriedade. Além disso, há um grande número de proprietários a morar nas suas casas. A proporção de habitação não-lucrativa é de aproximadamente 13% da habitação total, que é inferior à média de Copenhaga (1997). 80% Da habitação na área de regeneração urbana é de 2-3 quartos (1997). Aproximadamente, 28% das habitações na zona não têm chuveiro. Globalmente existem 3 000 habitações que não têm casa de banho ou duche (1997). Cerca de 15% dos 16 000 habitantes são estrangeiros, estando acima da média para Copenhaga. • O parque habitacional na área é geralmente degradado e há, portanto, uma grande necessidade para a renovação e a melhoria das habitações. O parque habitacional é constituído por muitas casas pequenas, muitas das quais estão ocupadas por estudantes e pessoas individuais. Como consequência, a área é marcada por frequentes mudanças de residentes, uma vez que muitos optam por sair da área depois de terem completado os estudos ou quando formam família. Ao nível do arruamento e espaços verdes • Não existem muitos espaços verdes. A maior zona verde é o “Vor Frelser Jirkegård” (Cemitério do Nosso Salvador). A área de regeneração urbana tem falta de boas opções ao ar livre, como espaços abertos, praças e parques públicos. • Um grande número de carros particulares e camiões dominam as estradas em Amager. Isto também se aplica à área de regeneração urbana, onde o tráfego pesado é um fardo. • Os arruamentos são retilíneos e foram baseados na construção dos blocos de apartamento do final do seculo XIX. O trafego de passagem é um transtorno para a área. Em Amagerbrogade, em média, 22 500 carros, por dia, utilizam o troço entre Amager Boulevard e Holmbladsgade, tornando-o um dos troços mais movimentos de Copenhaga. Além disso, existe um número considerável de camiões devido às empresas industriais na área. Ao nível da educação • Nesta área existem duas escolas primárias e de ensino secundário, várias creches, uma biblioteca, uma piscina e um centro de desporto. Caracterização da população • A maior percentagem de residentes na área são jovens e crianças, estando os idosos acima dos 65 em grande minoria. Os residentes na área de reabilitação urbana têm um nível de educação que está abaixo da média para o município. Cerca de 41% da população tem o ensino secundário, enquanto a média para Copenhaga é de 36% (1996). O número de pessoas que recebem benefícios, juntamente com aqueles que estão desempregados, é maior na área de regeneração urbana do que no município de Copenhaga como um todo. • Kvaterhus é o ponto principal para muitas atividades na área. Trata-se de a zona social da comunidade, onde os centros de acolhimento são essenciais para o fortalecimento das redes sociais na área local. • Devido à existência de refugiados, imigrantes e desempregados na área de DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTES DIAGNÓSTICO 3 Holmbladsgade, é necessário a sua integração na comunidade local. • Existem poucas instalações para práticas atléticas. 3.1 2. Kogens Enghave Ao nível do edificado • A área de Kongens Enghave é um distrito único em Copenhaga. Está situado entre os subúrbios e o centro de Copenhaga e foi construído como um distrito muito bem organizados e bem planeado. • Este distrito está claramente definido, o que pode ter um lado negativo pois tornou-se numa zona isolada. Dentro dos limites do distrito, esta área está claramente delimitada e é separada por estradas muito movimentadas, a área de Bavnehoej para o norte, é delimitada pelo sistema ferroviário para o norte, leste e sul e pelo Cemitério Ocidental, Kirkegård Vestre a oeste. Ao nível da habitação • O distrito tem uma estrutura habitacional, que é muito característico dos distritos de Copenhaga. Metade das habitações são habitações sem fins lucrativos - a grande maioria dominada pela sociedade cooperativa de habitação, AKB. As moradias na área são geralmente de alto padrão, mas são marcadas pela decadência e acima de tudo, dominadas por muitas habitações pequenas. • Há muitas pequenas habitações (70% são apartamentos de dois quartos), que são predominantemente residências sem fins lucrativos. Devido a isto, a área é marcada por muitas pessoas solteiras, muitos idosos e pessoas que pediram a reforma antecipada. • Foram atribuídos apartamentos a muitas pessoas com doenças mentais e toxicodependentes. Através dos últimos 20 a 25 anos, Kongens Enghave tem sido marcada por crescentes problemas sociais e uma desintegração das redes tradicionais das famílias e da comunidade local. Ao nível doa arruamentos • Um dos principais problemas da região é o tráfego. Várias estradas movimentadas cortam o distrito e separaram as áreas. A rede rodoviária é desarmónica e dá a impressão de um bairro que não está integrado. A demarcação geográfica do distrito intensifica uma tendência de isolamento e define um distrito que não se tornou uma parte da vida cultural e social da cidade. Caracterização da população • Os moradores refletem muito a estrutura da habitação na área. Há muitas pessoas solteiras, com rendimentos de transferência e um número muito grande de pessoas idosos. O número de imigrantes também é um pouco mais elevado do que no resto da Copenhaga. • A taxa de desemprego na região é alta, aproximadamente 30% (1997) de residentes do distrito, o que é uma percentagem superior à média para Copenhaga - que já é acima da média do país. • O número de pessoas a trabalhar é muito menor do que a média do município de Copenhaga. • Existe também um grande número de pessoas que não têm mais do que uma instrução básica. Já que o nível dos moradores, em geral, de ensino, não corresponde ao exigido pelas novas indústrias da região, raramente os moradores beneficiam do progresso comercial que Kongens Enghave goza no presente. 3. Femkantem Ao nível da habitação • Dois terços de todas as habitações na área consistem em habitação alugada, seja sem fins lucrativos de propriedade de habitações “Foreningen Benchmarking Internacional Ao nível do edificado 341 Fazer acontecer a regeneração urbana 1. Holmbladgade uma parte importante da identidade de Nørrebro. Ao mesmo tempo, Nørrebrogade é uma estrada radial de e para a cidade e é uma das principais ruas comerciais do distrito e da cidade. A área contém também uma menor área de usos mistos de habitação e industria. Juntamente com uma área puramente residencial constituída por casas pequenas e unifamiliares. A maioria das habitações na área foram construídas durante um breve período nos anos vinte e trinta. Os edifícios são geralmente de alto padrão técnico e arquitetónico, mas muitas das habitações são pequenas e desatualizadas, e no que diz respeito a equipamento e instalação, 45% das habitações não têm um chuveiro (1994). • A área é composta por 9 800 apartamentos e algumas moradias. Cerca de 55% dos apartamentos são da propriedade de pequenas cooperativas de habitação. 20% dos apartamentos são alugados. 56% dos apartamentos são apartamentos pequenos de um ou dois quartos. 14% dos apartamentos têm quatro ou mais quartos, que é 40% abaixo da média da cidade. • Fisicamente, a área é cuidadosamente planejada e contém consideráveis jóias arquitetónicas, como Grundvigskirken (A Igreja de Grundvig) e o Hospital Bispebjerg. Desde o início, os pátios internos e os grandes espaços abertos foram planejados em conexão com a maioria dos blocos de apartamentos. Os principais problemas são o grande número de pequenas e ultrapassadas habitações, um geral declínio social e, em menor medida, um run-down de edifícios, por falta de manutenção ou por outras falhas arquitetónicas. Ao nível da educação • A idade média na área é elevada e não há uma quantidade relativamente grande de reformados. Das pessoas em idade de trabalhar, mais de metade estão desempregados e aproximadamente metade dos moradores são refugiados ou imigrantes. Constituído por pessoas de baixos rendimentos porque a área do Noroeste tem a menor renda média por domicílio do país. • Em média, o tamanho dos agregados na área consiste de 1 pessoas ½ (1997). Hoje o nível etário dos moradores é bastante heterogéneo, com uma predominância de pessoas de idade, residentes com problemas sociais e económicos e uma concentração de doentes mentais e toxicodependentes. Ao nível dos arruamentos • Quanto ao tráfego, Tomsgårdsvej e Frederikssundsvej são estradas movimentadas, com 35 000 carros a usar Tomsgårdsvej diariamente. Nalgumas partes da área, o grande volume de tráfego é um problema considerável. • A área também é marcada pela falta de manutenção de estradas e praças, que parecem não ter função. O principal problema na área de regeneração urbana são as habitações pequenas e ultrapassadas, acrescentando ao facto de que a faixa etária de residentes na área é desigual. Ao nível da educação • Na zona existem instituições para todas as faixas etárias, no entanto, não há uma escola de ensino primário e de ensino secundário, embora esteja planeado abrir uma. 4. Nørrebro Park Ao nível da habitação • O município era proprietário de alguns dos edifícios, mas outros foram construídos por sociedades cooperativas de habitação social. Com poucas exceções, toda a construção foi feita antes da Segunda Guerra Mundial. Uma das exceções foi um grande edifício de 12 andares com 760 apartamentos que foi construído por uma sociedade cooperativa de habitação social. • A quantidade de pessoas com o ensino básico / formação profissional é de 57,2%, o que é mais ou menos a média na cidade. 31,4% Têm nível secundário de educação, que é superior à média. Devido à quantidade de apartamentos relativamente baratos e pequenos, existe um grande número de estudantes a viverem na área. • O número de pessoas que concluíram o ensino superior está menos representado do que a média da cidade. Parece que as pessoas se deslocam para fora da área, quando finalizam a faculdade. • Existem duas escolas públicas na área, cada uma com cerca de 330 alunos. Uma das escolas tem, predominantemente, alunos de outras origens étnicas do que o dinamarquês (95%). As outras escolas têm um recrutamento mais equilibrado de alunos. Não há instituições de ensino superior na área. • A percentagem de trabalhadores é de 72,9%, o que significa que 27,1% da população está fora da força de trabalho, sendo o desemprego de 5,3%. A maioria dos desempregados são trabalhadores não qualificados, imigrantes e pessoas que de alguma forma são marginalizadas em relação ao mercado de trabalho. Caracterização da população • O distrito de Nørrebro Park tem uma população de 16 000 habitantes. É a área mais densa em Copenhaga, com 197 pessoas por hectare, em comparação com 56 pessoas por hectare, em média, na cidade. O Nørrebro Park District tem uma elevada percentagem de jovens em comparação com todo o município. (33% maior do que o município), e uma percentagem ligeiramente maior de adultos. Por outro lado, as crianças e idosos constituem uma parte menor de Nørrebro Parque do que em todo o município. • O tamanho das famílias dentro da área é de 1,65 habitantes, enquanto todo o município tem um tamanho de 1,74 habitantes. Mais da metade das casas só tem um habitante, correspondendo a 54,6% para o Nørrebro Parque e 51,4% para todo o município. • Os imigrantes e seus descendentes compõem 18,3% da população total na área (1999). Este é o valor mais elevado na cidade e na Dinamarca. Todo o município tem 16,5% de imigrantes e seus descendentes. • Os imigrantes muitas vezes vivem concentrados em determinados complexos habitacionais. Numa cooperativa chamada Mjølner Parken quase 95% dos residentes não são dinamarqueses, são principalmente famílias de origem árabe ou da Somália. • É uma área urbana densa, onde os edifícios representam diferentes períodos históricos. A maioria da área foi construída por volta do ano de 1950. A indústria e o comércio de pequena escala estão concentrados nas ruas comerciais, bem como em pequenos segmentos dentro da área. Além disso, os serviços públicos, como escolas e instituições de cuidados infantis estão espalhados pela área. 5. Nordvest • A área é delimitada por grandes ruas que transportam uma grande quantidade de tráfego. A principal rua comercial é Nørrebrogade e que constitui • Os moradores de North West são mais pobres, há mais desemprego e Ao nível populacional • Nordevest é o bairro culturalmente mais diversificado em Copenhaga, com quase o dobro da quantidade de imigrantes não-ocidentais do que no resto da cidade. Como resultado, o bairro teve alguns problemas sociais e económicos: Benchmarking Internacional • A área é habitada por aproximadamente 6 000 pessoas espalhadas por 4 000 habitações. • 42% dos apartamentos não têm banheira, sendo o dobro da média da cidade e 3% não têm casa de banho. 90% Têm aquecimento central. 343 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Fazer acontecer a regeneração urbana 342 af Socialt Boligbyggeri” (A Associação dos bairros sociais) ou particulares. O restante ou são apartamentos sob um regime de multi-propriedade ou habitações ocupadas pelos proprietários. vivem em apartamento mais pequenos e de habitação social, do que o resto de Copenhaga. são especializadas em produção, comércio, indústria hoteleira e serviços. • Em Dezembro de 1998 foi inaugurado o centro comunitário, “Kvarterhuset” cujo objetivo é promover atividades de lazer e de convívio. • North West, em si, é uma área cinzenta com pouca vida pública e é conhecido pelos altos índices de criminalidade e poluição. Não é uma coincidência que esta zona é popularmente conhecida, para o resto de Copenhaga como “Pior do Norte”. 2. Kogens Enghave MEDIDAS DE REGENERAÇÃO 3.2 1. Holmbladgade • Em 1997, Kongens Enghave teve o seu Conselho Distrital próprio local e a regeneração urbana é parte integrante das Experiências Locais Distritais do Conselho. A combinação de experiências locais do Conselho Distrital e da regeneração urbana servem para ajudar a dar ao distrito um lift e para trabalhar no desenvolvimento de novos modelos para a democracia no âmbito do desenvolvimento do distrito. • Procurar melhorar as condições de habitabilidade renovando e melhorando as habitações • Arranjar forma de fixar os habitantes no bairro que dão movimento unicamente durante o ano letivo • Aumentar os espaços verdes, uma vez que, a área tem acesso fácil a áreas recreativas, tais como Klovermarken (“O Campo Clover”) e Strand Amager (“Amager Beach”), onde decorrem muitas das actividades de lazer. • Assistiu-se a um progresso comercial 3. Femkantem Fazer acontecer a regeneração urbana • Quando a regeneração urbana começou, não havia pontos de encontro comuns dentro da área, mas com a abertura do Kvartercentret Northwest em Setembro de 1997, a área ganhou um ponto fundamental e central para atividades. O Kvartercentret Northwest serve como um centro comunitário e para a realização de muitas atividades. Além disso, o centro alberga reuniões com atividades relacionadas com a regeneração urbana, que juntamente com um gabinete de arquitetura é responsável por tarefas relacionadas com projetos de renovação urbana. 2. Kogens Enghave • Participação dos residentes em todos os processos de regeneração urbana • Melhoria das condições de habitabilidade • Criação de postos de trabalho • Aproveitar os fatores potenciadores existentes no bairro para tentar fazer frente ao seu isolamento • Na área do Noroeste, não se consegue uma identidade e tradições compartilhadas, sem a existência das associações. Devido à sua importância para a população existem associações de habitantes, cooperativas e proprietários que estão em processo de construção de redes internas. • Resolução de problemas sociais e integração dos diferentes sectores da população • Com a criação do “ Kvartercentret Northwest “ a área começou a possuir um ambiente essencial para implementar processos para desenvolver toda a área física, funcional, cultural e social. 3. Femkantem • Resolução de problemas sociais e integração dos diferentes setores da população • Manutenção de estradas 4. Nørrebro Park • Dinamização de praças e espaços vazios • O município possuía a maioria da área entre o rio e o caminho-de-ferro do Norte, e, portanto, foi possível fazer um plano geral de toda a área. As ideias com mais progressos no planeamento urbano e as condições de vida naquele momento foram incorporadas no plano. 4. Nørrebro Park • Planear um projeto urbano que integre as necessidades do bairro e que incluía espaços verdes e de convívio, ruas largas e arborizadas Ao contrário dos densos blocos encontrados no interior da cidade, os edifícios aqui foram formados como grandes blocos abertos, chamados de storkarerer com o pátio como um espaço comum. O plano foi traçado com espaços verdes e ruas largas, com linhas de árvores. • Criação de postos de trabalho 5. Nordvest • Criação de postos de trabalho através do desenvolvimento de uma estrutura de rede de negócios • O parque Nørrebro Kvarter é uma área totalmente urbana constituída com aproximadamente.16 000 moradores. Hoje, a maior parte dos prédios estão a ser usados como moradias. A estrutura física predominante é a de blocos. • Resolver problemas decorrentes das misturas de diferentes usos nos edifícios • Em Janeiro de 1999, o Parque Nørrebro Kvarter tinha quase 2 700 postos de trabalho, o que é bastante baixo. Isto deveu-se, à falta de áreas de indústria e instituições. • Promover uma boa convivência entre os diferentes tipos de residentes • Melhorar espaços públicos e vazios do bairro • Realizar um programa de regeneração urbana com a colaboração e participação financeira de empresas • Envolver a comunidade em todo o processo 1. Holmbladgade • No início do ano de 1996,foram criados, na área de regeneração urbana, 6 000 postos de trabalho em cerca de 800 microempresas. Estas empresas OBRA FEITA 4 • O esforço público social no distrito é feito pelo Centro Local, que é um departamento do município de Copenhaga. O centro é responsável pelo pagamento da prestação pecuniária, auxílio à doença, pensão de reforma antecipada, bem como cuidados de saúde, ações preventivas em relação às crianças e jovens e programas especiais de emprego. O centro tem como função ajudar os trabalhadores, apoiar e ajudar os cidadãos com doenças mentais e problemas sociais. O centro cuida também de questões como organizar e distribuir as crianças em instituições (creches, escolas). Benchmarking Internacional • Está planeada a abertura de uma escola • Integração dos imigrantes, refugiados e desempregados na comunidade local 345 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Diminuição e controle do tráfego. 344 • As grandes áreas industriais estão situadas mais a leste e que após um período de paralisação e de edifícios vazios estão, neste momento, a ser transformados num espaço atraente para as empresas de alta tecnologia. 5. Nordvest O primeiro ano foi financiado pelo projeto de Regeneração Urbana. Mas desde 2002 que o projeto está a ser pago pelos membros. Os membros pagam uma taxa de 190 euros por ano. • O bairro de Nordvest tem uma vida profissional variada e rica, existindo cerca de 17 000 postos de trabalho. As empresas situam-se sobretudo em três zonas de negócios, sendo os seus edifícios os mais antigos do bairro. O resultado mais importante desta rede é que as empresas do bairro tornaram-se mais visíveis e participam mais ativamente no processo democrático de regeneração. Estas áreas foram construídas a partir de 1900. Nestas zonas estão inseridos vários tipos de negócios e existe um uso misto (comercial e residencial). Em suma, as empresas aprenderam a entender os desejos dos moradores e, os residentes passaram a compreender a necessidade das empresas e as suas demandas. • Com o projeto de SLA para o novo parque público (The West North Park), foi entregue à população de Nordvest uma oportunidade única de se reinventar. O objetivo era transformar um vasto espaço, cercado de vazios que anteriormente acolhia o terminal rodoviário da cidade, e criar um espaço onde as pessoas de todas as raças, nacionalidades e idades se pudessem encontrar. Fazer acontecer a regeneração urbana 346 Benchmarking Internacional Sob o título “1001” o parque das árvores consiste em elementos simples, mas eficazes: árvores, caminhos de luz, e montanhas em forma de cone. Esses elementos criam ordem e coerência entre o parque e as restantes partes. Todos os elementos têm características distintas. A sua compilação simples, mas variada, cria uma sequela que muda os espaços e recantos conforme os ambientes diferenciando assim o parque da área cinzenta e do ambiente fragmentado. Este novo parque dá ao visitante a sensação de estar noutro universo. O caminho largo não é apenas a espinha dorsal do parque, mas também é o ponto focal para o fluxo da atividade humana. E enquanto a relva convida as pessoas a sentar, deitar, fazer um piquenique, jogar, fazer desporto, o caminho é também o lugar onde se podem conhecer novas pessoas, jogar xadrez, etc. Nordvest é uma área que está a passar por mudanças. Com o design de SLA o parque é um símbolo e líder de uma mudança positiva. A North West Park está a oferecer a um bairro degradado um parque aberto, que protege e espelha a diversidade e mutabilidade da área. Um parque que engloba a necessidade de que todos se sintam bem-vindos, enquanto compete na qualidade com os melhores espaços urbanos da Europa. • O projeto de regeneração foi criado em 1997. Em 1998 decidiu-se concentrá-lo no desenvolvimento dos negócios e na criação de emprego. Para tal, era importante saber que tipos de empresas se localizavam no bairro e como viam o processo de regeneração. Foram escolhidas 31 empresas. O critério de escolha foi a sua dimensão, tinham que ser grandes o suficiente para terem recursos para cooperarem, e também tinham que representar várias linhas de negócios. Nesse processo, verificou-se que a maioria das empresas trabalhava na área das IT, indústria gráfica, publicidade e filmes, e não na indústria tradicional. Já se podia ver que havia um desequilíbrio entre a oferta e a procura de trabalho. Este grupo de empresas foi formado em 2001 e tinha 15 membros. Em Fevereiro de 2003, já tinha 41 membros, sendo, provavelmente, a maior rede local de negócios. Os membros não são apenas empresas privadas, mas também existem empresas públicas e escolas. A primeira tarefa foi criar uma página Web com toda a informação relevante e com as atividades ( www.bispeertherv.dk). Em 2003 a rede já estava totalmente envolvida com a comunidade. Este projeto diz respeito à requalificação de uma rua, que tem um misto de usos. A fim de obter financiamento público é necessário haver uma participação ativa. Se este projeto for bem-sucedido, será uma das primeiras vezes que uma parceria é estabelecida entre empresas privadas que irão pagar mais do que 50% dos custos. 347 ILUSTRAÇÃO 397. REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS NO NORDHAVN 5 5.1 RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS RESULTADOS GERAIS Até recentemente, a regeneração urbana na Dinamarca foi focada na modernização das habitações antigas e nas áreas densas. Foi um planeamento do tipo top-down, o que tem gerado muitos conflitos entre as autoridades e os moradores. E ao mesmo tempo, foram incapazes de resolver os problemas sociais que caracterizam muitas das áreas urbanas. Estas experiências foram utilizadas para implementar uma nova política. Em 1997 foi tomada uma estratégia de ação para a revitalização do bairro, cujas características foram focadas no limitade da área geográfica, na melhoria física, e também nos aspetos sociais e culturais. Estes aspetos são bastante significativos na revitalização de um bairro, pois a sua revitalização não envolve apenas as habitações, mas envolve uma diferente serie de políticas e de áreas. É necessário: • Uma ação social integrada, por exemplo, uma ação para ajudar os viciados em drogas, os alcoólatras e doentes mentais, juntamente com atividades de prevenção contra a criminalidade; • Uma ação no domínio da empregabilidade e a cooperação com empresas locais; • Uma ação no domínio da arquitetura e da habitação – melhoria do padrão habitacional, espaços urbanos e áreas de lazer; • Melhoria do tráfego automóvel – por exemplo, tráfego de amortecimento, medidas de segurança para ciclistas e pedestres; • Ações ecológicas – por exemplo, incorporação de aspetos ecológicos nas construções, habitações e restaurações, e; • No aspeto cultural, por exemplo, mais lazer e atividades culturais, novas instituições culturais, centros comunitários, etc. Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Com uma mistura mágica de luzes, cores, árvores, poesia e até mesmo pequenas montanhas, novas aventuras e histórias foram introduzidas em Nordvest, um lugar onde os moradores do bairro - com todas as suas diferenças e cores - irão encontrar um espaço para florescerem durante todo o ano. Este tipo de reabilitação urbana é um processo integrado e coordenado. Isto significa, em primeiro lugar, que os problemas da região devem ser abordados, independentemente do setor em que ocorrem, e que, em segundo lugar, o recurso deve ser integrado, ou seja, os diferentes meios utilizados devem-se apoiar mutuamente, bem como ao objetivo geral do projeto. limitadas a uma habitação cooperativa ou, mais tipicamente, a uma sociedade de habitação cooperativa. Desta forma, os moradores são facilmente envolvidos no tecido da vida social do bairro em que vivem, e as pequenas redes, que são fortes, são criadas. • Devido ao isolamento do distrito do resto de Copenhaga, foi criada uma forte identidade comum e orgulhosa para o distrito. Por exemplo, um projeto pode ter o objectivo combinado de viver de acordo com as exigências ambientais, gerando empregos e fortalecendo a vida cultural da área. 2. Kogens Enghave • Distrito planeado e organizado urbanisticamente Uma das ideias por detrás dos projetos de regeneração urbana é que os efeitos de sinergia podem ser alcançados através de uma acção sobre uma única área urbana. • Habitações construídas segundo um padrão alto • Há, no entanto, também muitos recursos dentro do distrito. As tradições mais antigas foram mantidas, tornando-se um bairro muito bem organizado, com muitas associações e clubes, que têm atividades e bases nas associações locais de habitação. Isto, cria pequenas e fortes redes de comunicação. • O ambiente social do distrito é em geral marcado por um sentido de solidariedade e de vontade para melhorar as condições. Nos recentes anos tem existido um desenvolvimento económico positivo na cidade de Copenhaga. O centro da cidade e os bairros mais próximos ficaram mais atractivos para a classe média e as pessoas da periferia têm começado a ir para o centro da cidade. Alguns dos bairros, que hoje são definidos como atractivos, anteriormente eram bairros onde habitava a classe operária. • Habitações de alto padrão técnico e arquitetónico • Área cuidadosamente planeada • Faixa etária dos residentes é desigual A maioria destas zonas passou por uma transformação, no entanto, alguns dos bairros ainda estão atrás dos padrões e dos indicadores sociais. • Existência de instituições de ensino para todas as idades • Área noroeste do bairro oferece recursos consideráveis, sendo um deles uma vida económica diversificada, e com ela a possibilidade de integrar a renovação urbana com a indústria. De seguida apresentam-se as áreas de intervenção identificadas em 2012. 348 Fazer acontecer a regeneração urbana 4. Nørrebro Park • População jovem • Município é proprietário de alguns edifícios que permite uma ação mais célere • Existência de sociedades cooperativas e de habitação social que permitem um maior acompanhamento da população 5. Nordvest • Diversidade cultural • Vida profissional diversificada • Projeto de regeneração urbana é pago pelos utilizadores e beneficiários do projeto • A população desta zona não é qualificada para o tipo de trabalhos das empresas aí instaladas mas no entanto estas empresas escolheram este bairro deliberadamente, devido ao ambiente. As rendas eram justas, têm boas infraestruturas e não eram lojas. ILUSTRAÇÃO 398. LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO PARA 2012 1. Holmbladgade FATORES POTENCIADORES 5.2 • Existem muitos tipos de negócios nesta zona. Antes, era a produção e a indústria que geravam trabalho em Nordvest, mas hoje são principalmente os serviços. Existem muitas sinergias entre as empresas aí em funcionamento. • Existência de serviços para uma boa qualidade de vida, educação e cultura (duas escolas primárias e de ensino secundário, várias creches, uma biblioteca, uma piscina e um centro de desporto). • Antigamente, a utilização do mesmo edifício para diferentes usos, costumava ser um problema, devido ao ruído e à poluição, mas neste momento, já não é. • População jovem • Existência de estruturas de apoio social Esta mistura de usos dá ao bairro um carácter mais dinâmico dando a possibilidade de se transformar um bairro atraente. • A área de Holmbladsgade oferece outros recursos, entre os quais uma vida económica diversificada, aproveitamento dos espaços abertos/verdes para uma vida ativa. • Para além das muitas empresas existentes, há um certo número de instituições públicas no bairro. A maior instituição é o Hospital Bispebjerg, que conta com uma equipa de mais de 3500 pessoas • As várias organizações sem fins lucrativos e as sociedades cooperativas de habitação mantiveram a tradição de muitas associações e clubes. Por conseguinte, a zona é muito organizada. As atividades são muitas vezes Benchmarking Internacional 3. Femkantem 349 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Uma abordagem integrada exige coordenação entre as autoridades locais e métodos de panejamento - muitas vezes não tradicionais e flexíveis. A abordagem integrada só pode ter sucesso se o caminho estiver aberto para o trabalho das administrações e para a cooperação entre o sector público, privado e para a sociedade civil. • Poucas condições de habitabilidade e de higiene e por vezes em estado de degradação. • Movimento da população estudantil não se fixa no bairro • Circulação de camiões das empresas e indústrias da área dificultam o trânsito • Taxa de desemprego elevado que origina problemas sociais e económicos • Existência de muitas habitações sem fins lucrativos 2. Kogens Enghave • Zona isolada. Existência de barreiras que provocam o isolamento, estradas movimentadas, sistema ferroviário e o cemitério. • A impressionante divisão física deixou a sua marca na vida social do distrito, que tornou-se muito dividido nos diferentes domínios. • Problemas de trânsito Benchmarking Internacional • Existência de muitas habitações sem fins lucrativos Fazer acontecer a regeneração urbana 350 • Problemas sociais derivado à coabitação de idosos, pessoas que vivem de subsídios, imigrantes, doentes com problemas mentais e toxicodependentes • Taxa de desemprego alta 3. Femkantem • Habitações sem fins lucrativos • Habitações desatualizadas, pequenas e em decadência por falta de manutenção Algumas habitações com fracas condições de habitabilidade sendo que em 1994 45% não possuía sequer chuveiro • Declínio social, problemas sociais e económicos. Problemas sociais derivados à coabitação de idosos, residentes, imigrantes, doentes com problemas mentais e toxicodependentes 4. Nørrebro Park • Densidade populacional • Muitas habitações sem condições sanitárias e aquecimento • Dimensões reduzidas das habitações • População com pouca escolaridade • Devido às rendas baixas que vigoram no bairro existe um grande número de estudantes que terminados os estudos não se fixam no bairro o que torna a população desta área flutuante. • Pessoas com habilitações não se fixam no bairro. Devido à escolaridade baixa dos residentes apenas 18% dos postos de trabalho existentes na área são ocupados por residentes. • O Nørrebro Parque não tem a possibilidade de atrair ou criar um número suficiente de empregos para as pessoas com pouca educação, trabalho não qualificado, imigrantes ou jovens e, assim, alcançar o objetivo de aumentar a taxa de emprego dentro da área. 5. Nordvest • Diversidade cultural • Problemas sociais e económicos • Pobreza e desemprego • Habitações pequenas e de habitação social PRINCIPAIS DESAFIOS 5.3 6 • Políticas centradas na criação de postos de trabalho ANÁLISE CRÍTICA E BECHMARKS PARA REPLICAR • Participação, inclusão e auscultação da população nos processos de regeneração urbana • Estrutura dos processos de regeneração urbana baseada na sustentabilidade, na participação e colaboração entre o sector privado a administração e os residentes • Aposta na educação, formação e qualificação dos residentes • Integração espacial e social de todos os bairros promovendo a relação pacífica entre todos os habitantes, originando um ambiente culturalmente rico e diversificado • Melhoria e modernização das habitações de acordo com as necessidades atuais • Potenciação, restauro e aproveitamento dos espaços públicos e vazios urbanos para fins que possam gerar riqueza e postos de trabalho • Estabelecimento de parcerias entre agentes públicos e locais • As partes interessadas nos processos de regeneração urbana ficam responsáveis pela execução do projeto uma vez que são os principais beneficiadores. Desta forma o orgulho e respeito pelas intervenções aumentam o sentido cívico dos residentes. • Auscultação do público como fator central • Controlo por parte do poder público nas ações de regeneração urbana • Promover a fixação de pessoas qualificadas nos bairros intervencionadas • Acompanhamento social e financeiro através de instituições que estão relacionadas com projetos de regeneração urbana promovendo assim a participação de todos. Benchmarking Internacional • Edificado com formas e tipologias variadas 351 Fazer acontecer a regeneração urbana 1. Holmbladgade 14 OSLO 1 2 3 4 5 6 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Marginal de Oslo Diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar 1 1.1 CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO EVOLUÇÃO DE OSLO AO LONGO DOS TEMPOS A Noruega é um dos maiores países da Europa abrangendo uma área de 324219 km2. A sua linha costeira vai desde o Skagerrrak, passando pelo mar do norte e mar da Noruega, até ao oceano Ártico e tem uma extensão de 20000 km. Grande parte do território é habitável graças à influência da corrente do Golfo. É um país com uma boa localização geográfica com mar e montanha. Poucos países podem explorar vastas áreas exteriores, com uma tão grande variedade de paisagens que vai deste fiordes, glaciares, estepes e bonitas cidades portuárias espalhadas pela costa. ILUSTRAÇÃO 400. BANDEIRA DA NORUEGA Oslo é uma cidade animada cuja vida se centra no porto, protegido por um antigo castelo do séc. XIV. Tendo a Noruega 4500000 habitantes 500000 vivem em Oslo, com estimativa de crescimento de 100.000 novos habitantes nos próximos 20 anos e com forte tendência para o aumento da diversidade étnica e cultural. Identificámos como pontos favoráveis de Oslo: • Maior cidade norueguesa • Capital da Noruega desde 1814 • Carácter individualista do país leva à independência económica relativamente à Europa • Reservas de petróleo • Pais com fortes preocupações sociais • Paisagem natural • Preservação da natureza • Atrações culturais, naturais e históricas • Edifícios de grande valor arquitetónico • Forte ligação com o mar 1.2 SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CATALISADORES DOS PROCESSOS DE REGENERAÇÃO URBANA DE OSLO Os primeiros passos em direção à regeneração urbana de Oslo foram dados muito antes da intervenção atual. A discussão acerca da revitalização das áreas industriais de Oslo começou no final dos anos setenta com a perda de importância dos estaleiros de Aker Bryyge quando a produção de plataformas de perfuração se moveu para a costa oeste da Noruega. Aker Bryyge é uma região da cidade de Oslo, fica a oeste de Pipervika, um braço do fiorde de Oslo. Aker Bryyge juntamente com Tjuvholmen formam uma península. A região foi comprada pelo estaleiro Akers Mekaniske Veksted em meados do século 19, onde planejava construir uma doca seca lá. 355 Fazer acontecer a regeneração urbana ILUSTRAÇÃO 399. LOCALIZAÇÃO DA NORUEGA Benchmarking Internacional A ligação com o mar é bastante forte e Oslo, a capital norueguesa, não é exceção. Com o encerramento do estaleiro em 1982, foram identificados novos usos para esta região. Desde essa altura a área tem sido utilizada para escritórios, terminais e armazéns. Em 1984 deu-se início às obras de construção de um dos projetos mais importantes para o futuro desta cidade portuária. O Fjord City foi um projeto feito como um todo e aberto aos novos estilos de vida, onde as acessibilidades e a concentração das atividades portuárias numa única área para libertação da costa de Oslo, foram pontos essenciais no seu planeamento. Iniciou-se pela regeneração urbana da frente marginal de Oslo que teve lugar nos anos oitenta e serviu de pontapé de saída para o resto do projeto. Para a execução do projeto foi necessário a aquisição de terreno na área de intervenção por parte do estado o que fez com que muitas propriedades no centro/ marginal da cidade fossem vendidas e reorganizadas. A venda das primeiras propriedades à beira-mar começou em 2003 e previu-se a execução do projeto nessas áreas até o final de 2010. O terreno da área de intervenção de Fjord City passou a ser propriedade da cidade de Oslo, através da Autoridade do Porto de Oslo, Statsbygg (uma agência governamental para obras públicas), da Administração Ferroviária Nacional Norueguesa e da Administração de vias públicas da Noruega. ILUSTRAÇÃO 402. LOGOTIPO DA STATSBYGG A organização a nível institucional passou-se da seguinte forma: ILUSTRAÇÃO 401. VISTA AÉREA DE AKER BRYYGE DESDE OS ANOS OITENTA • Durante o processo a Statsbygg assessorou o ministério norueguês. • A Agência de Planeamento e Construção ficou responsável pelo planeamento do processo Oslo, por um longo período de tempo, foi das três capitais escandinavas a menos conhecida. Numa tentativa de mudar o seu low profile, a cidade assumiu um projeto de renovação maciça. A Capital da Noruega quis elevar o seu perfil cultural com uma série de novos projetos arquitetónicos impressionantes. Os planos visaram transformar antigas áreas portuárias industriais em imóveis de grande qualidade, para fins comerciais, residenciais e culturais. • As atividades diárias decorrentes do projeto eram atendidas pelo Oslo Waterfront Planning Office. Este escritório colaborou com os atores municipais e governamentais, proprietários, companhias e arquitetos de modo a executar com êxito as visões, ideias e projetos de Fjord City. A cidade estava condensada no centro e não tirava partido do mar ao não se relacionar com este elemento potenciador. Então surge a necessidade de uma expansão em direção ao mar e daí a necessidade de um plano que reorganizasse toda a frente marginal e alavancasse o desenvolvimento urbano e económico sustentável de Oslo. A Oslo Waterfront Planning Office foi criada dia 7 de Novembro de 2002 e funciona como uma parte da Agência de Planeamento e Construção (Agency for Planning and Building Services) que faz parte da Câmara de Oslo e tem como funções planear o desenho urbano e o desenvolvimento do uso do território. Projeta planos globais de desenvolvimento e faz licenciamentos. É ainda responsável pelo planeamento de transportes e análises de impacto ambiental. PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DA MARGINAL DE OSLO FJORD CITY 2 O ponto central deste projeto está localizado em Pipervika e Bjørvika com uma expansão urbana da área central de Oslo conjuntamente com o serviços culturais, residenciais e atrações planeadas destinadas a me-lhorar as condições de vida e aumentar a ligação com o mar. Baseado em zonas da cidade que se destacavam ao nível do lazer, cultura e ligação com o mar, Fjord City identificou as secções de Filipstad, Vippetangen, Rio Alna e Ormsund como as áreas de intervenção. 2.1 A Oslo Waterfront Planning Office tem como função contribuir para a realização do projeto Fjord City projecto de regeneração urbana da frente marginal do centro de Oslo, seguindo uma estratégia de desenvolvimento e estruturação de melhores ligações entre a cidade e o mar. O projeto Fjord City foi uma oportunidade única para intervir na marginal de Oslo e foi alvo de um amplo consenso político. Foi aprovado em Conselho pela Câmara Municipal a 19 de Janeiro de 2000. O projeto preliminar foi feito em 2003, apresentado a público em 2005 e submetido a revisão politica em Novembro de 2006. O plano de intervenção foi totalmente aprovado dia 27 de Fevereiro de 2008. O projeto idealizou a marginal de Oslo como um grande espaço público atraente, uma grande e contínua promenade à beira mar, que liga vários es- ILUSTRAÇÃO 403. 4 DIVISÕES (FILIPSTAD, VIPPETANGEN, RIO ALNA E ORMSUND) E AS DUAS ZONAS CENTRAIS DE FJORD CITY (PIPERVIKA E BJØRVIKA). Benchmarking Internacional paços públicos e potencia o enquadramento paisagístico tendo o elemento água como ponto de ligação. Foi projetada a criação de mais habitações, espaços para negócios, lazer e cultura. 357 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Fazer acontecer a regeneração urbana 356 Em vez disso, foi comprado pelo município em 1914, e transferido para a autoridade portuária em 1919. Construíram docas e com terra artificial aumentaram a área de 5 para 33 hectares. A zona de intervenção do Fjord City estende-se deste Frognerstranda a Sydhavna e tem cerca de 225 hectares divididos em 4 secções (Filipstad, Vippetangen, Rio Alna e Ormsund) que agrupam as 11 subsecções que dividem a marginal. • Frognerstranda O objetivo principal de Fjord City foi a recuperação de áreas industriais e portuárias para a implantação de bairros urbanos, modernos capazes de gerar mais investimento, crescimento económico, cultural e social e promover a sua dinamização chamando pessoas para visitar, morar e trabalhar na área marginal e em geral da cidade de Oslo. Mas ao mesmo tempo manter e preservar a história da capital norueguesa. • Filipstad Forjd City pretende ser um plano de regeneração urbana que: • Tjuvholmen • Favoreça e conduza a um desenvolvimento sustentável que aumente a qualidade de vida e providencie um transporte público ecológico e amigo do ambiente. Filipstad – a capital do ócio do centro de Oslo • Aker Bryyge • Vestbanen • Coloque Oslo no ranking das cidades sustentáveis • Radhusplassen Vippentangen – Destino cultural e histórico • Akershusstranda • Vippetangen • Faça a ligação entre a cidade e o mar através de parques, promenades e praças promovendo um contacto mais direto entre os habitantes e turistas com o mar. • Loenga • Tire proveito do enquadramento paisagístico de Oslo montanha, cidade e mar Rio Alna – Parque para actividades ligadas ao mar • Melhore as acessibilidades Ormsund – Industria portuária e porto • Sydhavna Lifestyle HOUSING: housing supply, house size, social infrastructure, outdoor area... LEISURE: meaningful content, bringing the generations together... MOBILITY: free choices, rapid change... SOCIAL NETWORK: attraction, meeting places, diversity... THE MULTIETHNIC: extension of culture... Health Fazer acontecer a regeneração urbana 358 QUALITY OF LIFE 359 ACTIVITIES: physical, social, cultural... ACCESSIBILITY OF NATURE: biological diversity... EXPERIENCE MILIEU: water, air, earth EXPERIENCE MILIEU: aesthetics, variation... SELF-REALISATION: freedom of own choice... ? the unexpected Foundations of life INCOME: job opportunities... EXPERTISE: education opportunities, knowledge development... SAFETY NET: economic basis for the welfare state... OLSLO ILUSTRAÇÃO 405. ESQUEMA DOS FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DE VIDA TOMADAS COMO REFERÊNCIA PARA A FORMULAÇÃO E OBJECTIVOS DE FJORD CITY. A visão do projeto Fjord City para a marginal de Oslo centrou-se nos seguintes pontos: ILUSTRAÇÃO 404. 4 DIVISÕES E 11 SUBDIVISÕES DA ÁREA DE INTERVENÇÃO DA FJORD CITY Antes da adoção deste plano várias medidas já tinham sido tomadas alguns anos antes no que respeita a regeneração urbana da marginal de Oslo, como é o caso das áreas de Bjørvika, Rădhusplassen, Vestbanen e Aker Bryyge Como prossecutor das medidas de regeneração urbana tomadas anteriormente em algumas áreas o projeto Fjord City constituiu uma grande oportunidade de moldar a marginal e restitui-la á vida urbana. • Desenvolvimento sustentável numa perspetiva regional implica soluções que proporcionam um equilíbrio entre o aumento da densidade e a abertura das áreas de lazer. • Promenade do porto que revitalizará a marginal, proporcionando um sistema de transporte público local expandido de forma a aumentar a capacidade regional. • Os parques que funcionarão como atrações centralizadas e programas de lazer regionais • Os canais recriarão um cais contínuo e darão uma nova vitalidade às áreas mais afastadas da beira-mar • Os terminais de ferry devem ser integrados no desenvolvimento urbano. Fazer acontecer a regeneração urbana • Sydhavna Benchmarking Internacional • Potencie o uso da marginal • Bjørvika Benchmarking Internacional 2.1.1. OBJETIVOS E ESTRATÉGIA • Altura dos edifícios são mantidos num nível moderado e adaptado à escala das áreas vizinhas. 1. Frognerstranda: Tem 117,9 hectares, é a secção mais ocidental da Fjord City, adjacente às áreas estabelecidas para uso residencial de Skarpsno. Uma secção dividida por uma das estradas mais movimentadas de Oslo a E-18 que funcionava como uma barreira entre duas áreas. Oslo Waterfront Planning Office sintetizou o objetivo de Fjord City da seguinte forma: O objetivo nesta área foi reordenar o trânsito e fazer a ligação entre as áreas separadas pela estrada. • Diversidade de usos no território assegurada através de áreas atractivas para o comércio e indústria, cultura, lazer e habitações. Fazer acontecer a regeneração urbana 360 ILUSTRAÇÃO 406. FROGNERSTRANDA, ANTES DA INTERVENÇÃO. Cumprido o objectivo de Fjord City a marginal de Oslo deixará de ser uma barreira entre cidade e mar e melhorará a qualidade de vida assim como aumentará o orgulho dos habitantes na sua cidade. 2. Filipstad: Tem 320 hectares e era um local portuário dominado por um terminal de barcos, operações de contentores, funções administrativas e de logística portuária. Como estratégia foram definidas as seguintes medidas: O objetivo foi retirar as atividades portuárias e converter este espaço numa área residencial, espaços verdes e comerciais. Converter Filipstad numa área atraente e capaz de captar pessoas para viver, trabalhar e para relaxar e passear. • Mistura de usos • Potenciação da localização geográfica • Arquitetura como aliado e forma de atrair e marcar o território • Uso de materiais, design e mão-de-obra de alta qualidade • Variedade de edifícios • Investimento na qualidade e acessibilidade do espaço público • Formar parcerias entre os poderes municipais e empresas privadas (principalmente do sector imobiliário) e empresas públicas. • Como estratégia de marketing fazer exposições como forma de publicitar e promover o processo de regeneração urbana em desenvolvimento em Oslo e também para atrair possíveis investidores. O exemplo de um caso concreto foi a Fjord City Expo que promovida pela agência regional para o desenvolvimento, Oslo Teknopol já foi apresentada em Beijing, Shanghai, Hamburgo, Kiel, Cannes, São Petersburgo, Génova e Oslo na esperança de atrair investidores e interesses comerciais. ILUSTRAÇÃO 407. FILIPSTAD, ANTES DA INTERVENÇÃO. ILUSTRAÇÃO 408. FILIPSTAD, ANTES DA INTERVENÇÃO. “Esta exposição dá ao visitante, investidores e publico em geral uma oportunidade única de aprender acerca de muitos projetos que estão a transformar Oslo, tanto agora como no futuro.”2 Diz o diretor gerente da Oslo Teknoipol, Knut Halvorsen 3. Tjuvholmen: Tem 33,3 hectares e uma localização privilegiada porque está perto do centro e em frente ao mar. Espaço dedicado a actividades portuárias. O objetivo foi o mesmo que para Filipstad mas aqui planearam-se edifícios de escritórios, hotéis e restaurantes, é portanto um espaço mais vocacionado para o turismo que o anterior e onde a arquitetura servirá de reconhecimento a nível internacional. • Outra componente estratégica que tem como objetivo facilitar a organização e execução do plano de Fjod City foi a divisão da zona de intervenção em 11 secções. O diagnóstico para todas as partes da área de intervenção foi semelhante visto serem quase todos terrenos marginais com utilização não potenciada usados geralmente para fins portuários, áreas que funcionavam como barreiras físicas e visuais onde a ligação cidade mar não existia. A maioria das áreas alvo do processo de transformação eram ou tinham sido portos, estradas e/ou zonas industriais. Apesar disso segue-se a discrição de cada secção antes da intervenção e o objectivo para cada uma delas: DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTES DIAGNÓSTICO 3 3.1 gência de Planeamento e Construção “The City of Oslo: Urban Development”, Agosto de 2004 disponível em http://www.mcrit.com/plalitoral/SIGlitoral/altresplans/oslowaterfront.pdf 1A 2 Disponível em http://www.oslo.teknopol. no/MainMenu/news2/News/Fjord-City-Expocomes-home-to-Oslo/ Benchmarking Internacional A marginal ao ser usada unicamente para atividades portuárias a sua potencialidade não estava a ser aproveitada uma vez que a marginal não podia ser vivida pelos habitantes e visitantes de Oslo. Ao libertar esta área das atividades portuárias e ao concentrá-las numa zona restrita ficará livre para outros usos que consigam gerar desenvolvimento, postos de trabalho e riqueza. A marginal será assim orientada para o futuro desenvolvimento urbano com áreas de lazer, residências e espaços culturais e comerciais e ainda um porto que ficará situado na área de Sydhavna. 361 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional “ Nós estamos a pensar numa visão global. Queremos abrir as áreas da beira-mar para usos culturais, de lazer, residenciais e comerciais, com enfase na acessibilidade pública, transporte público e privado e desenvolvimento sustentável. Em tamanho, estas áreas são comparáveis com projetos realizados em Hamburgo, Gotemburgo, Estocolmo e Copenhaga. Algumas destas áreas marginais são únicas na sua relação de proximidade entre o centro da cidade e as principais infraestruturas.” 1 6. Radhusplassen: Tem 66,6 hectares, é um dos melhores espaços ao ar livre, com um grande significado histórico. É uma pedonal desde 1994, por onde passa o metro desde 1995 e onde se localiza a praça da Camara Municipal. O objetivo foi melhorar e potenciar a área envolvente da Câmara Municipal de Oslo. 7. Akershusstranda: Tem 41,5 hectares, é uma área com vários monumentos históricos e onde atracam muitos cruzeiros. É onde se localiza a fortaleza de Akershus, um edifício militar com grande importância histórica. Atualmente a área envolvente abriga o Museu das Forças Armadas Norueguesas e o Museu da Residência Norueguesa. O objetivo foi potenciar a área e dota-la de mais usos e ganhar mais mobilidade com a passagem do metro de superfície. Aqui, a arquitetura industrial deu lugar a um distrito emocionante, com imóveis residenciais e comerciais, que foi desenvolvido desde 1985 a 1998. O distrito está intimamente integrado com o resto do centro da cidade e pode acomodar uma variedade de restaurantes, compras e entretenimento. ILUSTRAÇÃO 413. AKERSHUSSTRANDA, ANTES DA INTERVENÇÃO. O objetivo mais recente foram melhoramentos e construção de um cais. ILUSTRAÇÃO 414. AKERSHUSSTRANDA, ANTES DA INTERVENÇÃO. Fazer acontecer a regeneração urbana 362 8. Vippetangen: Tem 120,9 hectares e tem um dos maiores terminais de ferry e o cais de Revierkaia utilizado como porto de cruzeiros nos meses de verão. A área tem um grande potencial de desenvolvimento urbano e o objetivo foi a sua revitalização com novas atrações públicas e um pólo cultural e artístico. ILUSTRAÇÃO 410. AKER BRYYGE, ANTES DA INTERVENÇÃO DO PROJETO FJIRD CITY, NO ENTANTO JÁ REVITALIZADO PELA INTERVENÇÃO ANTERIOR. ILUSTRAÇÃO 411. AKER BRYYGE, ANTES DA INTERVENÇÃO DO PROJETO FJIRD CITY, NO ENTANTO JÁ REVITALIZADO PELA INTERVENÇÃO ANTERIOR. 5. Vestbanen: Tem 20,6 hectares e é onde se localiza a antiga estação de comboios de Oslo fechada em 1990 e protegida pelo Arquivo Nacional. O objetivo foi dar a esta área um ambiente cultural e histórico significativo e ainda onde os poderes administrativos do governo se sediassem. ILUSTRAÇÃO 415. VIPPETANGEN, ANTES DA INTERVENÇÃO. ILUSTRAÇÃO 416. VIPPETANGEN, ANTES DA INTERVENÇÃO. 9. Bjørvika: É a maior das zonas da Fjord City com cerca de 697 hectares. Marcada por barreiras físicas que separavam esta zona das restantes. Tem uma localização única visto estar próximo do mar e bem servida de transportes públicos (estação de comboio, ligação ao aeroporto, metros de superfície, autocarros e metro) constituindo assim um excelente ponto de conexão. Devido à sua extensão a zona foi subdividida em 4 partes Bjørvika, Bispevika, Middelalderparken e Lohavn. ILUSTRAÇÃO 412. VESTBANEN, ANTES DA INTERVENÇÃO. 9.1. Bjørvika: Previu-se desenvolver e estender o centro de negócios ai estabelecido, completar com atividades culturais e enfatizar as qualidades históricas do local. O edifício com mais destaque será a Opera House e a nova Biblioteca Pública de Oslo. Benchmarking Internacional 4. Aker Bryyge: Tem 58 hectares e foi o primeiro projecto a ser desenvolvido na Fjord City. 363 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 409. T JUVHOLMEN, ANTES DA INTERVENÇÃO. 10. Loenga: É um dos locais históricos mais antigos de Oslo, tem uma grande relação com o Parque Medieval e corresponde a 75,1 hectares de superfície. Não contacta diretamente com o mar e caracteriza-se por ter muito trafego. 9.2. Bispevika: é a parte mais central e urbana das subdivisões e um porto de ligação entre as restantes áreas (liga a rua este-oeste e norte-sul e espaços urbanos em conjunto). Para esta área previu-se uma construção densa e de edifícios altos, para uso residencial, comercial, lazer, cultural e/ou laboral. O edifício com mais destaque será possivelmente o Museu Munch dedicado ao artista no cais leste do rio Aker. O objetivo foi a construção de edifícios residenciais, uma linha ferroviária de alta velocidade e reordenação do trafego. 9.3. Middelalderparken: É um parque medieval com grande importância histórica. Aí estão a descoberto os restos medievais de Oslo. Aí previu-se o seu desenvolvimento direcionado para a cultura e lazer e desta forma fazer a conexão entre Oslo Velho e Oslo Novo (baia e partes mais centrais da cidade). E ainda a possível instalação do novo Museu de Historia Cultural no edifício principal desta subdivisão. 9.4. Lohavn: Formada pelo Caís de Søreng e Grønlia, bairros residenciais com edifícios de uso misto, tanto residencial como para serviços públicos e privados. Tem ainda uma localização privilegiada, por ser uma zona solarenga e com boa relação com o mar. Fazer acontecer a regeneração urbana 364 11. Sydhavna: Uma área portuária por excelência de 787 hectares. Onde se localiza um terminal petrolífero importante. O desenvolvimento de Bjørvika foi um dos mais extensos projetos de desenvolvimento urbano de Oslo, foi adoptado pela Câmara Municipal em 1988 antes da assunção do Plano Fjord City em 2008. O objetivo para esta área foi torna-a no porto principal de Oslo com funções unicamente portuárias. Ficou decidido que Bjørvika seria um distrito com várias e distintas funções. O Plano Urbanístico aprovado em 2004 previa que a região de Bjørvika seria desenvolvida a partir da reformulação e desenvolvimento dos espaços públicos, com prioridade para os pedestres e enfoque em atividades culturais. 365 Apesar das subdivisões desta área a intervenção foi vista como um todo de forma a garantir a utilização eficiente dos terrenos, a construção de bons espaços urbanos e o estabelecimento de normas claras para a qualidade na execução dos edifícios. ILUSTRAÇÃO 419. SYDHAVNA, ANTES DA INTERVENÇÃO. 3.2 ILUSTRAÇÃO 417. BJØRVIKA, ANTES DA INTERVENÇÃO. Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 418. LOENGA, ANTES DA INTERVENÇÃO. Em Grønlia o seu desenvolvimento relacionou-se com o desenvolvimento do porto de Oslo na medida em que servirá para actividades portuárias. Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Previu-se a construção de um parque marítimo no caís de Søreng. MEDIDAS DE REGENERAÇÃO Princípios da Fjiord City que contribuem para a regeneração urbana da marginal de Oslo: • Totalidade da Fjord City: foi decidido que a totalidade da Fjord City devia ser preservada através de um plano detalhado de cada área no sentido de conseguir um desenvolvimento urbano sustentável caracterizado pela consistência, distribuição de usos ao longo da marginal e boas ligações funcionais e visuais com o resto da cidade • Papel das secções. Cada secção tem o seu papel que se interliga e contribui para um objetivo comum. O rio Alna com atividades e áreas de lazer considerou-se que poderia vir a compensar os bairros pobres mais isolados até hoje. Vippetangen como um destino histórico-cultural recreativo. Filipstad, com um contacto forte com a área central da cidade, contém novo • Rio Alna: A foz do rio Alna, a parte da cidade mais oriental é uma área urbana de grande desenvolvimento, que se vai tornar uma área de lazer projetado atividades aquáticas. Passará a ser a porta de entrada da cidade na área do leste e sul e funcionará como um amortecedor entre o desenvolvimento urbano em Grønlia e operações portuárias em Sydhavna (sul do porto). As boas ligações entre a foz de Alna e Karlsborgveien são uma necessidade para garantir as ligações entre Ekeberg e suas áreas de lazer, a Naval Academy, e o restaurante Ekeberg, bem como o futuro parque de esculturas que terá uma ligação com Bjørvika. centro e áreas de lazer, com potencial para acividades incluindo programas de desenvolvimento em larga escala e habitações. Ormsund reúne as acividades portuárias libertando as restantes áreas. • Inovação e indústria consideradas essenciais para o crescimento e desenvolvimento de uma cidade • Economia para a implementação do Fjord City, estrategicamente foi definido que tendo cada subsecção um potencial económico diferente, as com maior potencial deverão auxiliar as com menor. • Lazer e actividade física • Habitações em Fjord City: A distribuição de casas nas subáreas devem complementar-se umas às outras. 10% Das casas de cada subárea devem ser para arrendamento Benchmarking Internacional • Ativação/ ligação com a água: Promover actividades que conectem e liguem as pessoas ao mar, aproveitando a localização geográfica privilegiada de Oslo. Fazer acontecer a regeneração urbana 366 • Promenade da marginal: O passeio marítimo vai ser uma das peça-chave da Fjord City, uma das maiores atrações e dará acesso público à beira-mar ao longo de toda a Fjord Cuity, juntamente com espaços comuns para outras atividades, de forma a garantir que as diferentes áreas da cidade estão ligadas entre si. Com a variedade de atividades recreativas e culturais, assim como pelo seu design a marginal irá atrair pessoas e vida nesta área antes reservada unicamente a atividades portuárias de recreio. • Artefactos culturais devem ser preservados • Desenvolvimento urbano sustentável - Fjord City deverá ter uma visão de consumo zero de energia - Uso equilibrado entre áreas construídas e não construídas • Ambiente e Metro de Superficie: O plano prevê Fjord City com um consumo liquido de energia igual a zero, ou seja, um equilíbrio entre o consumo de energia no local e o fornecimento de energia local. Será dado ênfase sobre meio ambiente, um consumo baixo de energia tornando o projeto amigo do ambiente, orientado para os edifícios do futuro, o clima de zero emissões de gases e o uso das oportunidades de troca de calor fornecido por água do mar. Tanto quanto possível do Fjord City será livre de carros. - Bons acessos tanto para ciclistas e pedestres conduzindo a uma redução do uso do carro - Instalação de elementos naturais para reforçar o conteúdo biológico terrestre e aquático - Redução ao mínimo dos níveis de poluição • Transporte público O metro de superfície garantirá o acesso de todos à Fjord City e vai ajudar a tornar a beira-mar com os parques, ruas, praças, espaços comuns e outros que vão abrir áreas mais acessíveis ao público. A linha de metro de superfície é um pré-requisito para a realização do Fjord City e tem como meta oferecer ao público um sistema de transporte completo e amigo do ambiente. - Sistema de metro de superfície elétrico desenvolvido proporcionando um programa de transporte público abrangente em que o objetivo foi reduzir o trânsito na hora de ponta cerca de 60 a 70% - Construção de carris, combi-rail, que permitam no futuro combinar dois sistemas de transporte • Acessibilidades: Tornar Fjord City acessível a todo tipo de pessoas, tendo em conta as pessoas com mobilidade condicionada promovendo assim a inclusão social 4 OBRA FEITA As diferentes secções de intervenção têm objetivos destintos e contribuem para a regeneração de Oslo de formas diferentes e ao mesmo tempo complementares. No entanto todas partilham do enquadramento da promenade da marginal, questões ambientais e inserção do Metro de superfície Fjord. O projeto está ainda em execução, por isso vamos enumerar o que se pretende fazer e o que já foi feito em cada uma das secções da área de intervenção do projecto Fjord City para uma mais fácil apreensão. • Filipstad: Sendo uma das maiores áreas de intervenção foi planeado ser o local onde se vão localizar o maior número de usos (comercial, residencial e lazer) de forma a atrair pessoas e dar melhores condições de vida. Muitas instituições se localizarão nesta área que terá um edifício terminal que será o ponto de chegada de barcos com visitantes fazendo dela a zona mais movimentada com mais atrações. Por outro lado devido à sua localização e nova rede de transportes estará ligada e relacionada com os restantes bairros da cidade. • Vippetangen: Vippetangen é promontório mais importante de Oslo devido à sua posição central, identidade cultural e importância histórica. O desenvolvimento de Vippetangen preservará Posição Akershus Fortress na paisagem urbana, facilitará o cruzeiro e trafego de ferry e oferecerá novas atrações públicas, parques, da linha do metro de superfície Fjord e o passeio marítimo. O desenvolvimento urbano em Vippetangen fornecerá boas ligações entre Pipervika e Bjørvika. o que é muito importante porque o plano da Cidade Fjord City é uma estratégia geral de desenvolvimento urbano e vão reforçar esse carácter e valorizar a experiência da Fjord City. Com as intervenções nas subsecções de Filipstad o plano Fjord City pretende: Filipstad – a capital do ócio do centro de Oslo • Extensão do centro: Filipstad é uma área de edifícios de uso misto e cujo desenvolvimento contribuirá para a expensão do centro o desenvolvimento do eixo central da rua Karl Johan. • Novo Fjord Park: O parque deverá se desenvolver ao longo de todo cais de Filipstad até ao centro da cidade e será combinado com os espaços de reunião, áreas verdes e passeios pedonais. • Um canal que ligue Forgnerkilen com Aker Bryyge: Liberta os espaços verdes e reforça o planeamento urbano de Aker Bryyge. • Promenade continua em toda a marginal • Espaços urbanos e de reunião que conectem Filipstad com o resto da cidade • Criação de uma ciclovia • Mistura de usos: Os edifícios terão até 10 andares, terão usos mistos e 367 Fazer acontecer a regeneração urbana • Promenade do porto e parques: Os espaços de reunião deverão contribuir para conectar lugares e pessoas de diferentes grupos e condições. Benchmarking Internacional • Sydhavna: Sydhavna, o seu desenvolvimento foi planeado para se tornar um dos maiores e mais eficientes terminais de movimentação de todos os tipos de bens da Noruega. Também se tornará a única área de Oslo para operações portuárias pesadas. As operações portuárias existentes noutras partes da cidade Fjord serão transferidas para área do porto Sydhavna. Estas áreas serão liberadas para o desenvolvimento urbano. A exceção são os ferries e o tráfego de cruzeiros, que serão integrados no desenvolvimento urbano da estratégia da Fjord City. • Espaço para atividades temporárias deverão ter uma composição arquitetónica semelhante • Tjuvholmen • Integração do ferry com o desenvolvimento urbano: O terminal do ferry deve ser desenvolvido com espaços paralelos de cais para balsas e cruzeiros de forma a integrá-lo com sistema de transportes marítimo. Em fase de execução, tendo sido iniciada em 2005 e prevista a conclusão de toda a intervenção nesta área em 2014. • Construção da estrada E18 num túnel: A estrada E18 sobre Filipstad será total ou parcialmente submerso e coberto. A rua principal de Frognerstranda para Munkedamskrysset deve ser construída como uma ampla avenida ladeada de árvores em ambos os lados. - Aker Odden - uma pequena península que será desenvolvida como uma extensão do cais Aker, com escritórios, residências, hotéis, lojas e restaurantes. • Prioridade dos transportes públicos Tjuvholmen será composto por três partes - Tjuvholmen - com estruturas residenciais ao longo do cais e uma ponte que liga a zona Filipstad. Onde serão construídos espaços para atividades típicas de beira-mar e um centro de lazer. Fazer acontecer a regeneração urbana 368 Benchmarking Internacional Filistad ILUSTRAÇÃO 420. MAPA DE FILIPSTAD – A CAPITAL DO ÓCIO DO CENTRO DE OSLO • Frognerstranda Em fase de planeamento e desenvolvimento das várias secções 369 Pretende-se a criação de um túnel de Fornebu para Frognerstranda e a estrada E-18 entre Oslo e Asker mas no entanto ainda não se chegou a um entendimento relativamente ao financiamento mas sugere-se que o projecto possa vir a ser financiado pelos usuários. • Filipstad O período de auscultação pública foi realizado durante o período de 13/02/2012 até 26/03/2012. Ainda em fase de regulamentação e controle da área. No futuro o objetivo é libertar Filipstad para desenvolver urbanisticamente numa área comercial, de lazer e residencial. Pretende-se criar: - Entre 2 250-3 000 casas - Cerca de 9 000 postos de trabalho - Total de 100 hectares de espaço aberto, incluindo um grande parque até 50 hectares e um passeio marítimo ao longo da orla - Aumento do cais de ferries para ferries maiores, parte da intervenção feita em 2004 - Colocação de um túnel onde passará a estrada E-18. ILUSTRAÇÃO 422. MUSEU ASTRUP FEARNLEY, IMAGEM VIRTUAL Em 2002 Tjuvholmen foi alvo de um concurso em que principais investidores e construtores foram convidados a fazer uma proposta de uma península com um cais (com uma estimativa de orçamento e os custos de construção e a execução de toda a obra). A proposta vencedora foi a da firma de arquitetos noruegueses Niels Torp As intitulada de “Spectacular” e o orçamento previsto foi cerca de 165 milhões de dólares. Nesta proposta foram projetados; um parque público a cerca de 2000 metros de caís, 1200 apartamentos, um hotel, um museu de arte, um centro de multimédia, lojas, restaurantes, edifícios de escritórios e uma torre miradouro. Um exemplo de arquitectura contemporânea com coberturas curvilíneas que “abraçam” edifícios, espaços verdes, espelhos de água e edifícios inspirados em temas náuticos. A concretização deste projeto foi iniciada em 2007 e está atualmente em construção. ILUSTRAÇÃO 421. FILIPSTAD, NO FINAL DA INTERVENÇÃO, IMAGENS VIRTUAIS Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional - Skjæret - uma pequena ilha artificial, que oferece um parque com esculturas e onde o novo museu de arte funciona como uma escultura. O novo museu Astrup Fearnley foi projetado pelo arquiteto italiano Renzo Piano, e é atualmente seu único projeto na Escandinávia. Prevê-se que o museu seja inaugurado ainda em 2012 e está localizado perto da Câmara Municipal de uma zona residencial nova. • Aker Bryyge Projeto já concluído apesar de atualmente estarem a ser feitas algumas mudanças e melhoramentos. Aker Bryyge esta obra foi executada entre 1982 e 1992 em 5,8 hectares de terreno. O projecto de organização territorial foi aprovado em 1986 e retificado em 1987. Foram construídas 382 habitações e foram criados 7000 postos de trabalho “Aker Bryyge não é um centro comercial mainstream mas sim uma cidade pequena e única com um conteúdo animado.”3 ILUSTRAÇÃO 423. MASTERPLAN DO ARQUITETO NIELS TORP PARA TJUVHOLMEN, IMAGENS VIRTUAIS Aker Brygge é considerada uma área bastante desenvolvida, mas com as obras de melhoria o cais Tingvalla será o maior cais para atracação e lazer. Fazer acontecer a regeneração urbana 370 • Vestbanen No dia 11 de Junho de 2005 foi inaugurado o Nobel Peace Center na antiga estação de comboio de 1872, perto da Câmara Municipal de Oslo e funciona como um miradouro para o porto. Pode-se ver a história dos prémios nobel através de exposições, discussões, filmes e debates onde a combinação entre o design e a tecnologia são uma constante. É atualmente um ponto turístico de Oslo que chama inúmeros visitantes à cidade. ILUSTRAÇÃO 425. MASTERPLAN DO ARQUITETO NIELS TORP PARA TJUVHOLMEN, IMAGENS VIRTUAIS ILUSTRAÇÃO 426. MASTERPLAN DO ARQUITETO NIELS TORP PARA TJUVHOLMEN, IMAGENS VIRTUAIS Benchmarking Internacional Algumas intervenções já foram realizadas como é o caso do Nobel Peace Center. As restantes estão em fase de planeamento e regulamentação no que respeita o comércio e impacto ambiental mas preveem que a data de conclusão seja posterior a 2016. 371 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 424. MASTERPLAN DO ARQUITETO NIELS TORP PARA TJUVHOLMEN, IMAGENS VIRTUAIS ILUSTRAÇÃO 427. TJUVHOLMEN, NO FINAL DA INTERVENÇÃO, IMAGEM VIRTUAL ILUSTRAÇÃO 428. TJUVHOLMEN, NO FINAL DA INTERVENÇÃO, IMAGEM VIRTUAL ILUSTRAÇÃO 431. NOBEL PEACE CENTER Em 2009 foi lançado um concurso para o Museu Nacional em Vestbanen na área poente da antiga estação de comboios e cujos vencedores foram Kleihues + Schuwerk Gesellschaft von Architekten mbH com a proposta com o nome Forum Artis. Depois de terem sido declarados vencedores em 2010 existem ainda algumas fases: - De 2010 a 2012 foi desenvolvido um projeto preliminar ILUSTRAÇÃO 429. TJUVHOLMEN, NO FINAL DA INTERVENÇÃO, IMAGEM VIRTUAL - Em 2012 será submetido a um controlo de qualidade, ILUSTRAÇÃO 430. TJUVHOLMEN, NO FINAL DA INTERVENÇÃO, IMAGEM VIRTUAL - Em 2012/2013 o governo irá refletir e determinar quadro de despesas e - Em 2014 começará a sua construção que se prevê terminar em 2017 Disponível em http://www.akerbrygge.no/ Engelsk.aspx 3 • Herança Cultura: O ambiente cultural deve ser preservado para que possa ser transmitido e sentido pelas gerações futuras. Este objetivo foi conseguido através da reutilização, preservação e modernização de elementos construtivos e edifícios históricos. • Promenade do porto continua pelo canal • Metro de superfície de Fjord City e o ferry local foram concluidos: De Bjørvika o Fjord City metro de superfície seguirá ao longo do passeio marítimo do porto e continuará até Akershusstranda. As paragens devem prestar serviços ao terminal de ferry como também de porto de escala para os ferries locais. • Caís para cruzeiros já está em funcionamento Akershusstranda encontra-se em fase de planeamento e investigação para o projecto do metro de superfície em que uma das opções é que faça a ligação Bjørvika à Prefeitura via Vippetangen e praia Akershus. ILUSTRAÇÃO 432. ÁREA DE INTERVENÇÃO DO FORUM ARTIS PARA O MUSEU NACIONAL DE VESTBANEN, IMAGEM VIRTUAL Fazer acontecer a regeneração urbana 372 Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 434. FORUM ARTIS - MUSEU NACIONAL DE VESTBANEN, IMAGEM VIRTUAL. • Radhusplassen Já concluído mas com projetos de menor dimensão a serem planeados. Foi construído um cais de menor dimensão para barcos de turismo e cruzeiros de verão. Atualmente à frente da Câmara Municipal são realizados festivais, concertos e eventos ao ar livre durante o verão. Sendo o edifício da Câmara um edifício histórico ao ser dinamizada aumenta a ligação e o orgulho dos habitantes de Oslo na sua cidade e na sua história. 373 ILUSTRAÇÃO 436. AKERSHUSSTRANDA, NO FINAL DA INTERVENÇÃO, IMAGEM VIRTUAL. Vippetangen encontra-se em processo de regulamentação relativamente ao metro de superfície visto ser um ponto importante de ligação entre Bjørvika e Pipervika e uma peça fundamental no aumento da mobilidade dos habitantes de Oslo. ILUSTRAÇÃO 435. CÂMARA MUNICIPAL DE OSLO Vippentangen – Destino cultural e histórico Com as intervenções nas subsecções de Vippentangen o plano Fjord City pretende: • Promontório mais importante de Oslo: O túnel submerso foi concluído em 2010 e deu lugar a cerca de 1 milhão m2 de chão adicional em Bjørvika, aproveitado para cerca de 4-5,000 novas habitações, escritórios, comércio, espaços culturais e serviços. Esta área extra introduz uma nova área também para Vippetangen, localizando-se entre Bjørvika e Pipervika, entre o fiorde e a fortaleza. Vippetangen e o ambiente cultural ligado ao porto combinado com a fortaleza de Akershus estabeleceu aqui um ponto de partida para o desenvolvimento da área. ILUSTRAÇÃO 437. VIPPENTANGEN, NO FINAL DA INTERVENÇÃO, IMAGEM VIRTUAL Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 433. FORUM ARTIS - MUSEU NACIONAL DE VESTBANEN, IMAGEM VIRTUAL. • Bjørvika Ainda em fase de execução. Mas apesar de ainda não terem terminado as intervenções Bjørvika constitui uma das áreas da cidade que tem refletido bem o processo de mudança porque desde a década de oitenta que tem atraído grandes investimentos. O plano de desenvolvimento para Bjørvika foi aprovado pela Câmara Municipal em agosto de 2003. Estimou-se cerca de 69,6 hectares de terra para espaço comercial e residencial (prevê-se a construção de 4000 a 5000 habitações). Bjørvika pretende ser um ponto de conexão entre os transportes para Oslo e para isso a construção de um túnel subterrâneo por onde passará a autoestrada foi iniciada em 2004. - A Biblioteca Pública de Oslo também intitulada de Diagonale foi projetada pelos arquitetos noruegueses Lund Hage. O edifício privilegia o espaço público, a integração com a envolvente (a Opera House e edifícios residenciais), a acessibilidade do público, a luz no interior do edifício, um conceito novo de sustentabilidade energética. Ainda não estão previstas datas para início de construção. - O Museu Munch também chamada por Lambda foi projetada pelo arquiteto espanhol Juan Herreros e com abertura prevista para 2013. Funcionará como um espaço público transparente e vertical integrado e contrabalançando com o edifício da Opera. ILUSTRAÇÃO 441. MUSEU MUNCH, IMAGENS VIRTUAIS. O desenvolvimento de toda a área de Bjørvika estimou-se um investimento total cerca de 8 biliões (50 biliões de NOK) de dólares num período de 15 a 20 anos. Fazer acontecer a regeneração urbana 374 ILUSTRAÇÃO 438. BJØRVIKA, NO FINAL DA INTERVENÇÃO, IMAGEM VIRTUAL. Os projetos urbanos e de arquitetura foram regra geral escolhidos por meio de concursos públicos de projeto. Um dos motivos pelos quais Bjørvika se vai destacar serão obras arquitetónicas, como é o caso: - Da Opera House , projeto de grande valor arquitetónico e cultural situada em Bjørvika. É a casa da Opera e Ballet Nacional Norueguês e o teatroopera da Noruega. O edifício tem capacidade para 1364 lugares no auditório principal e mais 200 e 400 lugares em outros dois espaços para performances. A construção da Opera House começou em 2005 terminou em 2007 e custou 52 milhões de dólares. Foi inaugurada a 12 de Abril de 2008 e é hoje um dos ex-libris de Oslo. Ganhou em Outubro de 2008 o prémio da cultura no World Architecture Festival em Barcelona e o premio de arquitetura Mies Van der Rohe em 2009. Caracterizada por uma construção em mármore que simula um iceberg a flutuar. Para além de ser uma sala de espetáculos impressionante é ainda uma praça pública e um miradouro. • Loenga: Sem informação Rio Alna – Parque para atividades ligadas ao mar Com as intervenções nas subsecções de Rio Alna o plano Fjord City pretende: • Encontro entre o Fjord e Ekeberg: uma área com grande valor paisagistico • Parque: O parque aquático será um ponto de partida para uma variedade de atividades aquáticas que será capaz de explorar o “corredor de água” entre as ilhas como uma zona de recreio-livre. A área deve ser adaptada para acomodar desporto informal e atividades de lazer (natação, piqueniques, remo, etc.) Espaço deve também ser construídos um porto para embarcações de pequeno porte. • Conexão do parque do Rio Alna com programas comerciais como hotéis, cafés, restaurantes, etc. • Linhas de conexão: O parque deve reforçar a ligação entre o fiorde, Kongshavn e Ekeberg. Karlsborgveien como uma artéria de tráfego historicamente significativo deve ser reforçada e revitalizado como uma linha de comunicação entre o fiorde e Ekeberg. • Transporte: dotar esta área de transportes públicos • Sydhavna Em fase de construção. Em 2009 ficou decidido que esta área seria o porto permanente de Oslo e por essa mesma razão não estão planeadas a construção de habitações em Sydhavna. Ao ser porto permanente permite a libertação dos usos portuários das outras secções. ILUSTRAÇÃO 439. OPERA HOUSE A área do porto em Sydhavna tem o nome de Sjursøya e é onde se faz a distribuição de petróleo e mercadorias secas a granel e armazenamento. O armazenamento de petróleo e de grandes quantidades foi feito na colina Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 440. BIBLIOTECA PÚBLICA DE OSLO, IMAGEM VIRTUAL. 375 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Prevê-se a realização em colaboração com artistas, arquitetos e paisagistas do Projeto Barcode, uma série de espaços abertos nomeados e espaços de reunião. perto de Ekebergåsen. 5.2 Em 2008 foram concluídas novas instalações que permitem a movimentação de cargas secas e molhadas e um terminal para contentores temporários altamente eficiente. O manuseamento de contentores será transferido de Filipstad e Ormsund para o novo terminal. • Localização, potencialidades económicas e físicas de Oslo FATORES POTENCIADORES • Beleza dos Recursos naturais • Áreas de intervenção livres, visto terem sido retirados os antigos usos portuários o que deu a possibilidade de fazer projetos quase de raiz e determinar novos usos Ormsund – Indústria portuária e porto Com as intervenções em Ormsund que estão ainda em curso o plano Fjord City pretende: • Perspetivas de crescimento económico • A intervenção feita em Aker Bryyge anterior ao projeto Fjord City, que veio dar os primeiros passos na regeneração urbana e ao mesmo tempo chamar a atenção para a ligação com o mar e a necessidade da revitalização da frente marginal o que por sua vez veio desencadear e impulsionar os projetos que se seguiram. • Desenvolvimento urbano robusto: Ruído e questões de segurança juntamente com o terminal de contentores e terminal de petróleo impõe limitações relativamente ao uso da área. Fazer acontecer a regeneração urbana 376 • Parceiras privadas sólidas e estáveis economicamente • Caracter ambicioso do projeto • Zona de transição porto – industria relacionada: Devido a exigências rigorosas da segurança, Sydhavna será uma área fechada com cercas e controle de entrada. Na zona tampão entre Pløens Bay e área fechada Sydhavna, a indústria portuárias e de logística que não envolvam os mesmos requisitos de segurança pode ser aí localizadas. • Divulgação constante do Projeto Fjord City através de conferências anuais iniciadas em 2004, estratégias de marketing e exposições promovendo assim a integração, conhecimento e integração do público no projeto. 5 RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS RESULTADOS • O plano em vigor foi alvo de reflexão e feito respeitando a opinião e necessidades dos intervenientes assim como dos habitantes de Oslo. • Rigor e estrutura funcional e intercomunicantes do projeto Fjord City. • Reservas de petróleo 5.1 • Independência económica 5.3 377 PRINCIPAIS DESAFIOS Ao ter em atenção a preservação do meio ambiente a adoção de políticas sustentáveis Oslo recebeu em 2003 o prémio de European Sustainable City por ser uma cidade “amiga do ambiente” caracterizada por “azul e verde e a cidade no meio.”4 • Alguns problemas de entendimento ao nível do financiamento Estando muitas áreas ainda em fase de desenvolvimento os resultados são apenas expectáveis podemos apenas cingirmos pelos resultados das intervenções já realizadas como é o caso de Aker Bryyge. • Impacto ambiental que as intervenções possam vir a ter • Conflitos de usos diferentes • Libertação das áreas de intervenção de usos portuários • Atualmente Aker Bryyge é um local de encontro e confraternização entre as pessoas, onde habitantes, turistas e artistas se misturam. Um espaço com uma localização privilegiada em frente ao mar onde há comércio, bares, restaurantes, festivais e atividades culturais, dedicado essencialmente ao lazer. • No caso de Aker Bryyge: - Crise económica que se sente - Convivência entre habitantes e estabelecimentos de lazer 6 • “Até 1982 Aker Bryyge consistia num estaleiro naval e da indústria mecânica, mas a partir de 1985 tornou-se num dos maiores projetos de Oslo e tornou-se um ímã turístico com áreas de estacionamento gratuito, lojas, ofertas culturais e de restaurantes, bares e cafés.”5 • “Em 2015, Aker Bryyge estará totalmente renovado com um interior completamente moderno ao longo da promenade da marginal e um cais que será todo remodelado”6 • Recebeu em 2006 o prémio DIFA para o melhor quarteirão europeu, como o que oferece melhor qualidade de vida, tendo conseguido criar um ambiente estimulante para viver e trabalhar. Segundo Frank Billand, membro diretivo e júri internacional da DIFA “Projetos de grande qualidade, como Aker Brygge - que promovam uma identidade forte e combinem a arquitetura antiga com a nova de uma forma criativa - dão às nossas cidades a vantagem que precisa para atrair mais trabalhadores, turistas e capital de investimento. (…) Aker Bryyge, um projeto clássico de conversão, é exemplar na medida em que criou uma aliança forte para o estímulo do crescimento de Oslo.” Não se pode determinar em concreto porque as intervenções ainda estão a ser feitas e só num balanço final se podem identificar os desafios que surgiram ao longo do processo. Atualmente o que detetámos foram: • Atraso na concretização de algumas intervenções • Aproximadamente 6000 pessoas trabalham e 900 vivem em Aker Bryyge. Disponível em http://www.norway.cn/ARKIV/ News-and-events/Culture1/Exhibitions/oslo_ fjord_city/ 4 5 Disponível em http://www.visitoslo.com Disponível em http://www.akerbrygge.no/ Engelsk.aspx 6 7 Disponível em http://www.europe-re.com/ system/main.php?pageid=2616&articleid=7835 Benchmarking Internacional O projeto Fjord City tem sido crucial no planeamento urbano e na transmissão de uma visão clara de desenvolvimento e de toda a marginal de Oslo. Atualmente pode-se já ver uma grande variedade arquitetónica, a marginal mais humanizada e varias empresas e instituições aí sediadas. Não foi perdida a ligação com o resto da cidade e o mar é um elemento que faz parte da vida dos habitantes da capital. • Debate e concertação politica ANÁLISE CRìTICA E BECHMARKS A REPLICAR • Propiciar a cooperação entre governo, o município e os proprietários tanto os privados como os públicos para a criação de uma corporação para o desenvolvimento urbano da marginal e execução do projeto. Isto diminui constrangimentos e possibilita o contributo de vários setores e poderes económicos e políticos. • Escolher parceiros privados com uma estrutura solida e estável economicamente, assim como arquitetos, técnicos, mão-de-obra e materiais de alta qualidade. • Organizar e enquadrar os diferentes intervenientes no projeto de uma forma pragmática, comunicativa e funcional, definindo desde início o objetivo e as funções de cada um. • Dividir do território em sectores, fasear o plano e definir as funções e vocações de cada um (ócio, cultura, residencial, comercial, administrativo, serviços, portuário, misto, etc.) mas ao mesmo tempo mantendo uma visão global de todo o território. • Alicerçar o projeto em princípios de sustentabilidade Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Baía de Pløens: Em torno desta baía estão a ser construídos espaços para comércio, industria e serviços locais de forma a “aligeirar” o ambiente pesado da envolvente. • Nova conexão com as estradas principais • Boa localização geográfica com mar e montanha que dão origem a paisagens únicas • Promover atividades e usos que consigam gerar riqueza, desenvolvimento e postos de trabalho. • Potenciar através do projeto de regeneração urbana os recursos naturais e existentes • Atender às condições de acessibilidade e inserir elementos naturais • Ter a qualidade de vida das pessoas como principal objetivo • Pensar num sistema de transportes públicos capaz de interligar as várias áreas e que reduza o uso do automóvel • Usar a arquitetura como aliado para atrair turistas, alavancar o orgulho dos residentes na sua cidade e dar uma imagem atual e de modernidade. • Realizar concursos internacionais para os projetos de intervenção nas diferentes áreas Benchmarking Internacional 15 Fazer acontecer a regeneração urbana 378 ESTOCOLMO 1 2 3 4 5 6 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Cidade de Estocolmo Diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar 1 1.1 CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO EVOLUÇÃO DE ESTOCOLMO AO LONGO DOS TEMPOS Estocolmo é muitas vezes referida como uma cidade verde e azul. A cidade tem uma superfície de 216 km2, dos quais 188 km2 são terra e 28 km2 são água. Estocolmo tem mais de 160 km de litoral. Os vários parques e áreas verdes aumentam a beleza de Estocolmo. Destes parques, oito são reservas naturais. Cerca de 90 % da população vive a menos de 300 metros de espaços abertos, tais como parques verdes e água. Os lagos e cursos de água proporcionam grandes oportunidades para a pesca, natação e passeios de barco. As reservas naturais e culturais, dentro e nas imediações da cidade, oferecem maravilhosas atividades recreativas. Por exemplo, o Royal National Park City é uma grande área, protegida por uma lei especial, que preserva a sua natureza e cultura para as gerações futuras. PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DA CIDADE DE ESTOCOLMO A cidade de Estocolmo está a crescer muito rapidamente e, prevê-se que em 2025 tenha 1 milhão de habitantes. Um dos grandes desafios é preservar as áreas verdes e azuis à medida que se expande e foi por essa razão que surgiram planos e medidas de forma a superar essa preocupação. A cidade de Estocolmo está a investir 10 milhões de coroas suecas ao longo de cinco anos num novo projeto de reconstrução das suas áreas suburbanas, com o objetivo de as desenvolver e torná-las mais eficientes em termos energéticos. Estas áreas, juntamente com Hammarby Sjöstad e Stockolm Royal Seaport, estão na vanguarda dos investimentos ambientais de Estocolmo. Estes projetos contaram com a ajuda e financiamento da Svenska Bostäder, a maior empresa de habitação pública de Estocolmo que possui e administra mais de 32 000 unidades residenciais e 5 000 unidades comerciais. Nos próximos 5 a 10 anos, Svenska Bostäder irá lançar o seu maior empreendimento, investindo na recuperação ambiental e na construção sustentável de novas moradias. A remodelação dos edifícios foi iniciada em 2009 e conduziu a uma maior eficiência energética e sustentável. Usando uma tecnologia ambiental moderna e métodos de construção amigos do ambiente, a empresa visou poupar 15 a 35% dos gastos energéticos em cada projeto de renovação. Na área de Järva, a economia total esperada é de 40%. Este projeto deu muita importância à divulgação e tentou envolver ao máximo os moradores nos processos de planeamento. 2.1 STOCKOLM ROYAL SEAPORT O Stockolm Royal Seaport é um dos maiores projectos de desenvolvimento urbano e tem como finalidade conseguir combinar uma cidade em crescimento com os valores naturais e ambientais que fazem de Estocolmo única (a proximidade com a água e a natureza). Desta forma os projectos combinam o pensamento ambiental com uma arquitectura de excelência. 2.1.1. OBJETIVOS Stockolm Royal Seaport está rodeado pelo Royal National Urban Park, onde foi criado um modelo de desenvolvimento urbano sustentável. O principal objetivo é tornar Stockolm Royal Seaport numa vitrina mundial para a construção e design urbano sustentável, onde se irão desenvolver, testar e apresentar tecnologias ambientais inovadoras bem como soluções criativas. Benchmarking Internacional 2 SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CATALISADORES DOS PROCESSOS DE REGENERAÇÃO URBANA DE ESTOCOLMO 381 Fazer acontecer a regeneração urbana 1.2 Stockolm Royal Seaport é um dos 18 projetos de clima positivo no mundo que se tornarão exemplos de sucesso financeiro e ambiental do desenvolvimento urbano. Irão demonstrar que as cidades podem reduzir emissões de carbono e crescer de maneira e em clima sustentável. cidade Sjöstaden estrategicamente oferece alternativas economicamente atraentes em vez do uso do automóvel privado. A estratégia para conseguir uma redução no consumo da água é o uso de instalações eco-friendly (Classe energética A: máquinas de lavar e lavalouças, sanitas com descargas eficientes e torneiras com misturadoras de ar). Este programa foi lançado em Maio de 2009 e é uma iniciativa conjunta entre a Clinton Climat Initiative e o USA Green Building Council. Este projeto vai criar um novo marco global para o desenvolvimento urbano sustentável. 3 Benchmarking Internacional Esta expansão envolveu uma extensa reconstrução das infraestruturas e consequente remoção de barreiras de trafego e novas propostas para as indústrias existentes e áreas de terminal. A expansão de Hammarby Stöstad coincidiu com o desenvolvimento de serviços comerciais e municipais e com o aumento de investimento nos transportes públicos. Fazer acontecer a regeneração urbana 382 3.1 DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTES DIAGNÓSTICO A ideia por de trás Hammarby Sjöstad era a de mostrar uma oportunidade única para expandir o centro da cidade com foco na água, tendo em conta a transformação de uma área industrial e a área de um porto num bairro moderno. A favela foi demolida em 1998, para construção da estrada que faria a ligação a Hammarby Sjöstad. • Sjöstaden tem algumas instalações para práticas desportivas e de exercício físico, tais como Hammarbybacken, uma pista de esqui, com vistas deslumbrantes. O projeto foi iniciado em 1990 e prevê-se a sua conclusão em 2017. 2.2.1. OBJETIVOS O complexo desportivo em Hammarbyhöjden, perto do lado sul de Hammarbybacken é um ponto importante, tanto para a escola como para atividades desportivas. O objetivo deste programa é reduzir em metade o total dos impactos, em comparação com uma área construída no início de 1990. Ou seja, tornar os edifícios de Hammarby Sjöstad duas vezes mais eco-friendly que um edifício normal. Para tal baseiam-se na arquitetura moderna e promovem o uso de materiais sustentáveis, tais como madeira, vidro, aço e pedra. A casa da reserva natural de Nacka é um ginásio com muitas facilidades, que foi construído em Sjöstaden, e onde são realizados os jogos anuais de Sjöstad realizados na Suécia. Outro objetivo importante é a redução da poluição e do uso do automóvel pessoal. Mais especificamente o objetivo é que 80% dos residentes e dos trabalhadores viagem por meio de transportes públicos, a pé ou de bicicleta que 15% das famílias e pelo menos 5% das empresas de Hammarby Sjöstad inscrevam-se no sistema de carpool.1 • Sjöstaden tem ainda vários caminhos e ciclovias ao longo dos canais e na estrada principal, bem como muitos caminhos atraentes que dão para passear por uma variedade de espaços verdes. • Existe uma grande diversidade cultural. Os estabelecimentos culturais em Hammarby Sjöstad incluem não só o centro social e cultural de Fryshuset, mas também o Kulturama, que oferece aulas de arte a alunos de todas as idades, não esquecendo a biblioteca e o centro cultural. Outro objetivo do Hammarby Sjöstad é reduzir o consumo de água em 50%. Normalmente, em Estocolmo, são utilizados 200 litros/pessoa/dia e quer-se reduzir esse valor para 100 litros/pessoa/dia. • A área de Stockolm Royal Seaport tem um passado industrial. Neste local já existiu um porto de petróleo, um terminal de carga e algumas fábricas de gás. É ainda importante reduzir a quantidade de metais pesados e não biodegradáveis dos produtos químicos presentes nas águas residuais, pois reduzir-se-á a contaminação do produto residual e obter-se-ão lamas, que poderão ser reutilizadas em terrenos agrícolas. Este sistema é designado por Upstream e a sua abordagem é endossada por muitas empresas de águas residuais de toda a Europa como parte do seu core business. 2.2.2. ESTRATÉGIA Desde o início, a cidade impôs requisitos ambientais restritos nos edifícios, nas instalações técnicas e nos arruamentos. Sendo o campo dos transportes um ponto sensível e difícil de resolver aquando de um aumento da densidade de construção de um bairro numa A área foi parcialmente destruída quando a estrada de Hammarbyleden foi construída, e quando o fundo da baia de Lugnet foi aterrado, de acordo com um projeto de planeamento da área do porto, com as terras escavadas, rochas e lixo da área. Este projeto não foi concluído e o terreno foi disponibilizado para uma área de armazenagem e uso industrial. Nenhuma empresa ou indústria conseguiu estabelecer-se na zona, o que fez com que se começasse a desenvolver uma favela, reduzindo a indústria a uma pequena escala. Hammarby Sjöstad tem o seu próprio eco-ciclo, o Modelo de Hammarby, que apresenta soluções ambientais para os resíduos, energia, água e esgotos. O Modelo Hammarby oferece oportunidades únicas para que os seus cidadãos possam ser amigos do ambiente. Em suma os objetivos do Hammarby Sjöstad são tornar o distrito um lugar saudável para as pessoas viverem, um lugar que estimule o corpo e a alma, e, portanto, um lugar que oferece oportunidades para o exercício, desporto e cultura. • Em 1800, Sickla era um destino popular para excursões pelos habitantes da Södermalm, distrito do sul de Estocolmo, e foi popularmente conhecido como a “Pérola do Oriente de Söder”. 3.2 1 Carpool significa partilhar viagens, dando ou aceitando boleia de alguém que vive ou trabalha próximo de si. Alguns utilizadores optam por um sistema rotativo partilhando custos, outros utilizam sempre o mesmo condutor, que pode inclusive levar várias pessoas, as quais contribuem para todos os custos relacionados com a viatura. MEDIDAS DE REGENERAÇÃO Stockolm Royal Seaport será implementado em terrenos industriais abandonados, incluindo a área do porto velho, que é um dos principais locais de Estocolmo. A zona das fábricas de gás será transformada num ambiente vibrante, onde existirão galerias de arte, palcos abertos e várias atrações culturais. Os transportes públicos (elétrico, metro e autocarro) terão uma forma ambientalmente mais agradável. Stockolm Royal Seaport ainda irá albergar 12 000 novas habitações e 35 000 espaços de trabalho, tornando-se num porto moderno com ferries e transporte de passageiros. Depois de construído, Hammarby Stöstad tem como objetivo ter 11 000 Benchmarking Internacional 2.2 383 Fazer acontecer a regeneração urbana A ideia deste projeto foi expandir a cidade sobre a água através da reconversão de uma zona industrial e portuária num bairro moderno. Esta área é uma continuação natural do centro da cidade de Estocolmo. HAMMARBY SJÖSTAD Outa estratégia foi a aplicação do Modelo de Hammarby que consiste num ciclo ecológico centrado no aproveitamento dos recursos naturais, resíduos e àgua para gerar energia, aquecimento e arrefecimento. residências com uma população de 25 000 pessoas e cerca de 35 000 pessoas a viver e a trabalhar neste bairro. • Ao nível dos transportes foram feitas as seguintes intervenções: Será criada uma avenida que irá ligar o distrito verde à nova cidade, criando corredores verdes e criando um caminho através da parte sul de Hammarby Sjöstad. - Foram feitos vários e substanciais investimentos nos transportes públicos da área, tanto sob a forma de ligações ferroviárias “Tvärbanan” e de autocarros. Foi lançado um sistema de carpool para os moradores e trabalhadores da área. Para tornar uma cidade ecologicamente sustentáveis foram estipuladas as seguintes normas: Os transportes públicos têm uma rota central através de Sjöstaden, com quatro paragens ao longo da avenida que liga os dois distritos da cidade. • Todos os materiais têm uma placa com a informação ambiental, tanto os materiais visíveis nas fachadas e sobre o solo, bem como todos os materiais utilizados nas partes internas dos edifícios – instalações e equipamentos. Os transportes públicos, tais como o metro ligeiro, foram planeados para atrair os moradores, isto é o acesso ao carpool foi promovido assim como a utilização de barcos, para as deslocações. • Estes materiais são sustentáveis e certificados ecologicamente, evitando, assim, a utilização de produtos químicos ou materiais de construção que contêm substâncias perigosas. Fazer acontecer a regeneração urbana 384 • Regularmente, são realizadas eco-inspeções em todo o processo de construção. ILUSTRAÇÃO 442. ZONA VERDE DE RECREIO ENTRE QUARTEIRÕES EM HAMMARBY SJÖSTAD. Desta forma os terrenos abandonados e mal aproveitados de Estocolmo serão um exemplo de boas práticas ambientas, dinamismo e boa qualidade de vida. • Para atingir uma maior poupança energética estão em construção várias casas de baixo consumo energético. Estas casas são definidas como “casas passivas”, que consomem muito menos energia do que uma habitação convencional. São mais eficientes em termos energéticos, estão bem isoladas e não necessitam de aquecimento, tendo uma necessidade mínima de entrada de energia elétrica. As casas são aquecidas pelas pessoas que as habitam e os aparelhos elétricos são utilizados com recurso à luz solar • Ao nível da descontaminação dos solos foram feitas as seguintes intervenções: Devido ao estado do solo, foi necessário a sua descontaminação, antes da iniciação de qualquer outro trabalho, tais como reparação das tubagens ou plantação de árvores. ILUSTRAÇÃO 443. FACHADA DE EDIFÍCIO COM PAINÉIS FOTOVOLTAICOS EM HAMMARBY SJÖSTAD. OBRA FEITA 4 385 ILUSTRAÇÃO 444. ZONA URBANA DE HAMMARBY SJÖSTAD. ILUSTRAÇÃO 445. DETALHE DE PASSEIO REBAIXADO JUNTO AO ESTACIONAMENTO PARA ACESSO DE CADEIRAS DE RODAS A Administração de Saúde e o Departamento do Meio Ambiente de Estocolmo estão a monitorizar o trabalho de descontaminação do solo ao longo de Hammarby Sjöstad, assegurando que as normas sejam cumpridas, evitando danos ambientais ou de saúde às pessoas. Só em Sickla Udde, das terras escavadas, cerca de 130 toneladas continham óleos e graxas e 180 toneladas continham metais pesados. • Ao nível da cidade eco-friendly a área de Hammarby Sjöstad foi adaptada para ser um ambiente amigo, o que implicou um grande investimento em espaços públicos verdes, em planos de manutenção das florestas de carvalhos, à criação de um parque com pavimento em madeira, bem como de uma avenida larga e vários parques de grandes dimensões. • Ao nível da conservação da natureza e criação de novos espaços públicos verdes a vegetação existente foi salva e o ambiente natural ao longo das margens de Sickla Udde foi recriado usando árvores novas e canaviais. A floresta de carvalhos em Sickla Udde foi diluída e os carvalhos vivos e árvores mortas foram deixadas no local, formando um conjunto que transmite um ambiente atraente e uma variedade de espécies de insetos e aves. Estes parques têm a intenção de serem ambientes atraentes, caminhos pedonais e ao mesmo tempo servirem como corredores dispersos para animais e plantas. Benchmarking Internacional • Todos os construtores devem verificar e declarar quais os produtos químicos e quais os materiais de construção que irão utilizar na obra, antes mesmo de o projeto começar. ILUSTRAÇÃO 446. ASPETO DO INTERIOR DE UM QUARTEIRÃO Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • A água da chuva não deve ser contaminada com metais e óleos aquando da sua rota para SJO Hammarby, por isso foram utilizados materiais ecofriendly para o seu trajeto ao longo do canal Sickla. Energia sustentável e renovável Em Hammarby Sjöstad, o fornecimento deste aquecimento foi feito através de novas tecnologias, tais como células de combustível, células solares e painéis solares. Esta utilização consistiu no teste destas novas tecnologias, bem como na demonstração dos métodos de construção de uma cidade sustentável. Quando o trabalho de construção de Hammarby Sjöstad for concluído, os moradores da zona irão produzir metade de toda a energia de que necessitam. Benchmarking Internacional Os resíduos são utilizados como combustível para produzir eletricidade e aquecimento urbano. As fontes renováveis de energia são usadas sempre que possível, a fim de poupar o meio ambiente. Fazer acontecer a regeneração urbana 386 Outro exemplo de sustentabilidade, em termos de fornecimento de calor, é a Planta de calor de Hammarby que extrai o calor residual dos efluentes das águas residuais tratadas na estação de tratamento Henriksdal. A partir do arrefecimento e do tratamento dos efluentes que saem das bombas, a água quente é transformada em água fria que circula na rede de Hammarby Sjöstad. Por outras palavras, o arrefecimento é pura e simplesmente um produto de resíduos a partir da produção de aquecimento. Em Sjöstaden está a ser utilizada uma variedade de diferentes tipos de fornecimento de energia. Hammarby Sjöstad tem várias instalações de células solares que captam a energia solar e convertem-na em energia elétrica. As células solares foram instaladas em várias fachadas e telhados em Sjöstaden. As células são mais eficazes quanto mais áreas cobrirem. Estes projetos de células celulares ainda são um teste em termos de energia em ambientes urbanos. MODELO HAMMARBY 4.1 alto teor de fósforo adequado para a utilização como fertilizante. Este material pode ser utilizado nas terras agrícolas. A água de Estocolmo envia biossólidos para o norte da Suécia, para serem utilizados como material de enchimento de minas que já foram fechadas. Soluções arquitetónicas de água da tempestade Toda a água proveniente das águas da chuva e da neve é tratada localmente de variadas formas. Este sistema é denominado de LOD (sigla sueca para “local de tratamento das águas da chuva). Esta água infiltra-se no solo ou então é drenada para os canais Sickla, Hammarby e Danvik. Para tal foi executado um canal que escoa as águas pluviais ao longo do parque Sjöstadsparterren, o que faz com que a água escorra para vários canaletes, sendo, seguidamente transportada para Hammarby Sjo através de uma escada de água. A água drenada é transportada para bacias especiais. Sjöstaden tem dois tanques de sedimentação fechados que permitem que a água fique fechada durante várias horas, possibilitando que os contaminantes estabilizem na parte inferior do tanque (decantação). Depois deste processo, a água é drenada para os canais. Mårtensdal tem uma bacia aberta de águas pluviais onde se pode visualizar a superfície da água. Os telhados verdes vistos em alguns dos edifícios de Sjöstaden são outro elo entre as tempestades locais e o tratamento das águas correntes (LOD). A tarefa destes telhados é retardar a coleta das águas pluviais e evaporá-la, criando, ao mesmo tempo uma paisagem urbana verde. Resíduos Os resíduos devem ser reduzidos e reciclados e para isso estão a ser criados novos produtos a partir de materiais reciclados, o que permite a economia dos recursos naturais Quando existe separação de resíduos fica garantido que substâncias perigosas não sejam incineradas com o resto do lixo. Assim são utilizados materiais reciclados em vez de matérias-primas virgens. Dois dos edifícios Sickla Kanalgata, por exemplo, foram equipados com um sistema de energia solar, que fornece a energia necessária para as áreas públicas dos respetivos edifícios. Foram montados painéis solares no telhado de um dos maiores blocos de apartamentos de Sjöstaden. Os resíduos são separados na fonte e são reciclados ou utilizados para produzir eletricidade e/ou aquecimento. As células solares captam a energia do sol, convertendo a energia solar em energia elétrica. A energia a partir de um módulo de 1 m² de células solares fornece aproximadamente 100 kWh / ano, que correspondem à eletricidade necessária para 3m2 de área residencial. Os resíduos mais pesados são separados em frações e depois são depositados em diferentes lixos, colocados em calhas ou adjacentes aos edifícios. Os 390 m2 de painéis solares, instalados virados para sul foram instalados na cobertura do bloco de apartamentos Viken. Estes painéis captam os raios quentes do sol e utilizam-nos para o fornecimento de água quente. Estes painéis produzem metade da energia necessária para cumprir as exigências anuais, em termos de água quente, do edifício. Biogás e biossólido extraído O biogás é extraído a partir da digestão de lamas de depuração. Ou seja, na estação de tratamento de águas residuais, o material orgânico é separado das águas residuais sob a forma de lamas. Esta lama é depois transportada para grandes tanques de digestão, onde são digeridas. O biogás, o combustível ambientalmente mais saudável, é produzido durante este processo de digestão. Este biogás é utilizado como combustível para veículos, por exemplo, para os autocarros, carros do lixo e táxis e ainda em cerca de 1 000 fogões em Hammarby Sjöstad. Os biossólidos podem ser usados como fertilizantes eficientes. Depois do processo de digestão estar completo, as lamas – biossólido – podem ser utilizadas como fertilizante. O biossólido é nutricionalmente rico e tem um Existem três níveis de gestão de resíduos em Hammarby Sjöstad: construção, de blocos e de áreas. • Resíduos combustíveis: embalagens de plásticos, papel ou outras formas de não-embalagens são colocados em sacos de plásticos comuns; • Resíduos alimentares: os resíduos alimentares são colocados em sacos feitos de amido de milho, que ao contrário dos sacos de plástico, são biodegradáveis; • Jornais, catálogos, papel, etc.: não são embalados e não entram no sistema automático de eliminação de resíduos. Os resíduos que não pertencem a resíduos de construção podem ser deixados em compartimentos, junto aos blocos, tais como: • Vidro, papel, plástico e embalagens de metal; • Resíduos volumosos, ou seja, mobília velha; • Resíduos elétricos e lixo eletrónico. Os objetos que exigem uma tomada elétrica ou baterias para funcionarem, bem como lâmpadas, tubos fluorescentes e lâmpadas de baixo consumo energético; • Alguns compartimentos têm zonas para têxteis. Os resíduos que constituem um perigo para as pessoas e para o meio ambiente, tais como as tintas, vernizes e resíduos de colas, esmaltes, solventes ou produtos de limpezas, baterias e produtos químicos nunca devem ser Benchmarking Internacional O ciclo ecológico trata de energia, água, resíduos de habitação, de escritórios e de atividades comerciais em Hammarby Sjöstad. O ciclo ecológico também é projetado para atuar como um modelo para o desenvolvimento de tecnologias equivalentes nas grandes cidades. CICLO ECOLÓGICO - 387 Fazer acontecer a regeneração urbana As soluções ambientais integradas podem ser seguidas através de um ciclo ecológico que tem-se tornado conhecido como o modelo Hammarby. colocados no lixo doméstico ou derramados pelo ralo. Existe um sistema de controlo avançado que ajusta a iluminação e a ventilação consoante a quantidade de luz do dia, etc. Estes resíduos devem ser separados e entregues no ponto de recolha de resíduos perigosos em GlashusEtt. O design excitante e interessante de GlashusEtt torna-o o ponto focal para obter informações sobre as questões ambientais em Hammarby Sjöstad. Este centro de conhecimento também oferece um hub natural para demonstrar as relações entre a tecnologia moderna e um melhor ambiente numa atmosfera harmoniosa com a nova e excitante arquitetura. Sistema de eliminação automática de resíduos O lixo arrecadado pelo sistema automático de eliminação de resíduos fica em tanques no subsolo, que são esvaziados para veículos do lixo, através de um sistema de sucção a vácuo. As salas de conferências de GlashusEtt são utilizadas, em parte, para receber os visitantes, mas também funcionam como um lugar de encontro para discussões e conversas sobre a cidade sustentável. Cada tipo de resíduo tem um tanque diferente: resíduos combustíveis domésticos e desperdícios de alimentos. Todas as condutas estão ligadas a uma estação de recolha central, para onde os resíduos são transportados através de sucção a vácuo. GlashusEtt também é usado como um centro de ensino para uma variedade de cursos sobre ambiente e planeamento urbano, reuniões públicas, reuniões dos políticos e reuniões com clientes. 5 5.1 RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS RESULTADOS GERAIS Fazer acontecer a regeneração urbana 388 ILUSTRAÇÃO 447. ANTIGA FÁBRICA RECUPERADA PARA ESCRITÓRIOS ILUSTRAÇÃO 448. DRENAGEM DE EFLUENTES PLUVIAIS COM OXIGENAÇÃO NATURAL • Esta expansão decorrente do projeto Hammarby Sjöstad tem envolvido a reconstrução de infraestruturas, eliminando as barreiras arquitetónicas existentes. Algumas das antigas áreas industriais e alguns terminais foram reabilitados para outros usos, tendo alguns deles sido demolidos. • Os parques a sul de Sjo Hammarby estão todos ligados aos grandes espaços públicos verdes da reserva natural de Nacka e da floresta de Årsta, e formam fatias verdes no coração do Hammarby Sjöstad. A reserva natural de Nacka está ligada a esta área da cidade por meio de ecodutos ao longo da rodovia Lanken Södra. Os novos parques no norte de Hammarby Sjöstad serão ligados aos parques de Vitaberg e Stora. • Cerca de 75% dos carros existentes são abastecidos a biocombustível. • Cerca de 10% das famílias juntaram-se ao carpool e existem cerca de 2535 carros de carpool estacionados na área. • Hammarby Sjöstad foi durante muitos anos o maior projeto de desenvolvimento urbano de Estocolmo estando na vanguarda da transformação de áreas industriais degradadas. Desde o início de 1990, que a área de Hammarby Sjöstad tem-se expandindo e em 2017 prevê-se a sua conclusão. • A cidade de Estocolmo tem estado à frente do seu tempo quando se trata de encontrar novas fontes de energia renováveis para fazer da cidade um lugar para se viver melhor. Por várias décadas, Estocolmo foi mudando e foi usando aquecimento para aquecer os edifícios, ILUSTRAÇÃO 449. DRENAGEM SUPERFICIAL DE EFLUENTES PLUVIAIS • Com o foco sobre a produção centralizada de aquecimento e arrefecimento do modelo Hammarby, Estocolmo é a cidade líder no mundo neste campo. Ao longo de uma década, Estocolmo tem desenvolvido o maior sistema do mundo deste género. ILUSTRAÇÃO 450. RECETÁCULOS PARA DEPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Casa de vidro • Num curto período de tempo, Hammarby Sjöstad tem-se tornado um dos maiores exemplos de desenvolvimento urbano sustentável e é mencionado em monografias especializadas em todo o mundo. Sjöstaden é visitado por mais de10.000 representantes da indústria e da decisão em cada ano. Existem vários projetos urbanos em Toronto, Londres, Paris e em várias cidades da China que foram influenciados pela perícia e pela tecnologia que forma a base e o sucesso deste projeto. O projeto de um edifício com baixo consumo de energia, tendo três fachadas de vidro e uma de betão armado, necessitou de muito planeamento e de uma grande coordenação da equipa responsável pelo projeto. A utilização de materiais cuidadosamente selecionados, contribuíram para o sucesso do projeto. O objetivo a longo prazo era conseguir um bom ambiente interior com baixo consumo de energia. A utilização de vidros duplos nas fachadas fez com que houvesse uma redução de 50 % do consumo de energia, em relação a um edifício com fachadas em vidro. Estes vidros duplos fizeram com que se reduzisse a necessidade de luz artificial, bem como energia para o aquecimento, refrigeração e ventilação. 5.2 FATORES POTENCIADORES • Hammarby Sjöstad é o maior projeto de desenvolvimento urbano de Estocolmo. A sua localização permite moldar as infraestruturas, o planeamento e os projetos do edificado. Benchmarking Internacional GlashusEtt também desempenha um papel muito importante na exportação de tecnologia ambiental. Está a ocorrer uma cooperação muito estreita com uma gama de autoridades incumbidas de promover a exportação ambiental, como a Região de Negócios de Estocolmo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e dos Assuntos Internos Sueco e do Conselho de Comércio Sueco. 389 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Este sistema reduz o transporte na área, o que significa que o ar é mais limpo do que quando empregue técnicas de coleta tradicionais. Alem disso, o ambiente de trabalho para os trabalhadores de recolha do lixo é melhorado pois o trabalho pesado é evitado. •Sjöstaden tem ligações de ferry. Este transporte, que transita por Hammarby Sjo entre o sul e os lados do norte de Sjöstaden, é executado pela Câmara de Estocolmo. A balsa funciona 365 dias do ano a partir no início da manhã até ao final da noite. • Recursos naturais e espaços públicos existentes • Modelo de Hammarby PRINCIPAIS DESAFIOS 5.3 • Problemas de trânsito associados à expansão da cidade Benchmarking Internacional • Ausência de investimento em Hammarby Fazer acontecer a regeneração urbana 390 A chave para o sucesso deste projeto é a integração do planeamento dos trabalhos antes do desenvolvimento da área. Todas as autoridades e administrações, que normalmente, envolvem-se nas várias fases do projeto, sentaram-se e elaboraram um plano com uma nova abordagem conceitual que resultou na Hammarby Sjöstad. O planeamento integrado realizado desde o início era, e continua a ser, único. E os resultados continuam a ser visíveis. O objetivo era criar um ambiente residencial com base no uso sustentável dos recursos, onde o consumo de energia e a produção de resíduos são minimizados, e a economia dos recursos e a reciclagem são simultaneamente maximizadas. Sjöstaden é um lar excitante com novas soluções técnicas para o fornecimento e uso de energia, para a instalação de um novo projeto piloto de tratamento de esgotos, bem como um sistema prático e automatizado de eliminação e gestão de resíduos. Foi experimentada e testada uma solução para a criação de calor a partir do efluente tratado, que é utilizado para produzir sistemas de aquecimento. ANÁLISE CRÍTICA E BECHMARKS PARA REPLICAR 6 16 MALMO 1 2 3 4 5 6 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Cidade de Malmo Diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise critica e Benchmarks para replicar Está estrategicamente situada no centro da Região de Öresund e tem uma ótima comunicação com todas as direções. EVOLUÇÃO DE MALMO AO LONGO DOS TEMPOS ILUSTRAÇÃO 451. PLANTA DE MALMO A cidade é um centro de cultura, comércio e educação. Malmo é habitada por pessoas de todo o mundo. Vivem pessoas de 160 nacionalidades diferentes, que falam mais de 100 línguas diferentes. As mudanças estruturais na economia de Malmo distanciam a cidade do seu fundo tradicional, que é o industrial. Neste momento persiste pouca indústria, havendo mais serviços de comércios e empresas comerciais e assiste-se ao aumento de empresas de IT. 1.2 SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CATALISADORES DOS PROCESSOS DE REGENERAÇÃO URBANA DE MALMO Por mais de 20 anos seguidos, a população de Malmo tem crescido. Atualmente, cerca de 288 000 pessoas residem em Malmö, com um aumento de 50 000 habitantes em 20 anos. Juntamente com Copenhaga e os arredores das áreas urbanas, a região de Öresund, representa um dos bairros com mais rápido crescimento urbano na Europa. Para acomodar o crescimento rápido da população em Malmo, são planeadas expansões alvo em vizinhanças específicas, nomeadamente, em Harbour ocidental e Sorgenfri Norte (ambas antigas áreas industriais), bem como em Hyllie (onde o novo túnel da cidade irá incluir uma estação) a fim de densificar bairros específicos da cidade. Como princípios orientadores nos esforços atuais, bem como no planeamento a longo prazo, existe uma ambição subjacente ao plano de Malmo que é criar uma cidade sustentável e atraente, baseando-se nos três pilares da sustentabilidade: sustentabilidade social, económica e ecológica. 2 PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DA CIDADE DE MALMO Baseados nos pilares da sustentabilidade social, económica e ecológica de Malmo e Lund foi criado um programa ambiental de edifícios. As cidades de Malmo e Lund, em cooperação com a Universidade de Lund, criaram conjuntamente um programa para apoiar e facilitar a construção sustentável. Este programa MiljöByggprogramSYD (Programa de Fortalecimento Ambiental a Sul da Suécia) utiliza um sistema de classificação padronizado para comparar os critérios de construção, semelhante a alguns programas de rotulagem ecológica para produtos de linha branca. Benchmarking Internacional 1.1 Malmo é a terceira maior cidade da Suécia, com 265 000 habitantes. CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO 393 Fazer acontecer a regeneração urbana 1 2.1.2. ESTRATÉGIA O programa tem três níveis de critérios (A,B e C) e são todas mais rigorosas que os regulamentos nacionais. A cidade de Malmo recebeu o apoio do governo para as medidas ambientais tomadas na área do BO01. Este dinheiro tem sido usado, principalmente, em investimentos físicos, cobrindo partes dos custos adicionais que têm vindo a aparecer, a fim de alcançar metas mais elevadas. A primeira etapa do BO01 foi construída e concluída para a Exposição Europeia de Habitação em 2001, que teve como tema “ City of Tomorrow”. Esta exposição consistiu na primeira fase do maior desenvolvimento de Västra Hamnen (porto ocidental). Benchmarking Internacional Para tal, foram criados planos que contemplam a criação de habitação para 10 000 pessoas e emprego para 20 000 funcionários e estudantes universitários da área. Fazer acontecer a regeneração urbana 394 O local mostrou uma infinidade de soluções arquitetónicas, formando um ambiente emocionalmente sustentável. Como medidas urbanas enumeradas e abordadas na exposição podemos salientar a utilização de fontes de energia renováveis e um aumento de biodiversidade como forma de criar um forte conceito de sustentabilidade no projeto BO 01. Parte do investimento foi ainda para as técnicas e sistemas de descontaminação do solo e das infraestruturas. O Governo afetou cerca de 250 milhões de coroas dinamarquesas para diversos projetos ambientais no distrito e a União Europeia também deu algum apoio às energias. A Agência de Energia Sueca financiou o projeto BO01, enquanto a maior empresa sueca de energia, Sydkraft, foi responsável pela energia elétrica, pelo aquecimento e produção de biogás e a sua distribuição no BO01. Sendo atualmente a empresa responsável a E-on. Baseado numa estratégia de pesquisa e evolução o dinheiro do programa local de investimento foi reservado para o projeto do BO01, com a obrigação explícita que tinha que ser feita uma avaliação científica especifica. O objetivo era capitalizar a experiencia adquirida no desenvolvimento urbano sustentável, e ser capaz de usá-la em projecos futuros, tanto a nível local como em qualquer outra parte do mundo. O BO01 abrange cerca de 9 hectares e fornece 600 moradias para cerca de 1 000 habitantes. O Porto Ocidental ocupa uma área de 140 hectares e irá abrigar cerca de 30 000 habitantes em 20 anos. Principais atores e intervenientes do projeto: • A BO01 AB foi o organizador do evento e criou o Programa de Qualidade do Distrito, promovendo os benefícios de uma sociedade ecologicamente sustentável. 395 • A Universidade de Lund esteve ativamente associada ao projeto e desenvolveu o conceito das casas eficientes. • As empresas de construção estiveram diretamente envolvidas nas negociações do programa de qualidade e nas suas metas de exigências ambientais. ILUSTRAÇÃO 452. VISTA DA MARINA DO BO01 ILUSTRAÇÃO 453. TURNING TORSO, BO01 2.1.1. OBJETIVOS A exposição BO 01 City of Tomorrow teve como objetivo inicial criar um debate em torno da forma como vivemos hoje em dia e como vamos viver no futuro. O BO01 mostrou visões imaginativas da vida futura, das elevadas exigências estéticas, ecológicas e de alta tecnologia. E como dois objetivos principais: • Desenvolver unidades autossuficientes em habitação, em termos de energia: • Diminuir significativamente as emissões de gás. Desta forma o objetivo final a BO 01 destina-se a ser um projeto-piloto que testará tecnologias e soluções que podem e devem ser aplicados em maior escala. Västra Hamnen a área envolvida no projeto BO 01 é uma área de desenvolvimento de alta prioridade da cidade, onde residem uma parte importante dos planos para melhorar a cidade de Malmo, tornando-a numa cidade atrativa para viver e trabalhar. Desta forma BO 01 teve como objetivo regenerar Västra Hamnen, torná-la num exemplo líder internacional de um bairro densamente povoado e ambientalmente saudável, criando um bairro que inspira a criatividade, desenvolve o conhecimento e estimula o crescimento económico. Benchmarking Internacional BO 01 O projeto BO 01 City of Tomorrow consiste na mudança de uma área de porto e de estaleiro para um novo bairro urbanizado. 2.1 ILUSTRAÇÃO 454. EDIFÍCIOS MULTIFAMILIARES NO BO01 Fazer acontecer a regeneração urbana Apoiados nesses pilares e noutros aspetos que tiveram como finalidade a regeneração urbana de Estocolmo foi criado um outro programa que complementava o anterior. DIAGNÓSTICO • O BO01 demonstra como se pode utilizar a tecnologia da informação inteligentemente bem como soluções de bem-estar de forma digna e agradável que torna a cidade sustentável atraente. 3 • O programa de qualidade exige que as empresas de construção utilizem diferentes arquitetos para diferentes tipos de parcelas de terreno. Assim, ter-se-á um resultado interessante, estimulante bem como um distrito diverso, que convida para a caminhada e para passar algum tempo na área. 3.1 O aterro sanitário é composto por areia, argila, calcário, resíduos de escavações e de demolições e de pequenas quantidades de resíduos de produção. • Forma urbana • Apos medidas de descontaminação e análise do solo, constatou-se que o solo no BO01 é igual, ou de qualidade superior, ao dos parques de Malmo. O plano foi desenhado tendo em conta a grandeza do local (a ligação com o mar, o céu, o horizonte e o pôr do sol), a sua exposição a ventos fortes vindos do oeste e pela rede viária existentes no distrito. Estes pontos garantem a ordem e dão a conhecer um mundo fervilhante e pouco tangível em grandes praças. • A localização da cidade é única – Västa Hamnen, é uma antiga propriedade industrial junto ao oceano, a curta distância do centro da cidade e da praia. A forma urbana foi moldada tendo ainda em conta o futuro (fronteiras claras entre os espaços públicos e privados) e fornecendo condições para a diversidade cultural e étnica (diferentes ambientes residenciais). Benchmarking Internacional O distrito era composto por um aterro, plano e deserto, embora existisse um parque estreito ao longo da orla marítima. Existiam algumas empresas industriais, escritórios e edifícios universitários. Esta zona está inserida numa área urbana industrial e a sua contaminação afeta o ambiente. Fazer acontecer a regeneração urbana 396 Deu-se prioridade ao peão ao mesmo tempo que se garantiu a fluidez do trafego. Ao mesmo tempo, a área tem muitos aspetos positivos em relação à sua localização. Está muito perto do mar, próximo da praia e do centro da cidade. Criou-se uma estrutura ecológica que liga as vias públicas arborizadas com os jardins públicos e privados. A área residencial está inserida num bairro recém-construído com edifícios mistos, abrangendo tanto serviços comerciais e sociais, bem como cerca de 500 unidades habitacionais. • No que respeita aos solos à medida que Malmo se expande, tenta-se equilibrar o crescimento com a preservação de áreas abertas para a apreciação da natureza e do cultivo de alimentos. MEDIDAS DE REGENERAÇÃO A área de habitação do BO01 foi planeada e discutida para a tornar uma cidade sustentável e atraente comparativamente com outras áreas menos sustentáveis. As pessoas devem querer viver nesta parte da cidade pelas suas qualidades inerentes e a sua sustentabilidade ecológica seria um bónus. 3.2 A investigação demonstrou que existe um estreito contacto entre áreas verdes, sol e água e pessoas saudáveis, tanto física como mentalmente. Estes resultados da pesquisa foram levados em conta pelos projetistas. • A cidade pretende densificar áreas já existentes, com a construção de novos edifícios na zona central e em antigos terrenos industriais a fim de evitar a exploração excessiva das terras aráveis circundantes. As casas altas nos arredores formam um abrigo de vento em torno de casas mais baixas e interiores verdes. Existem muitos quarteirões pequenos e todos eles são bastante diferentes. A cidade especificou um esquema de cores básicas definidas de acordo com a sua orientação, ou seja, as fachadas voltadas para o mar com cores pálidas e cores mais fortes nas áreas interiores. Västra Hamen • Construção ecológica O pensamento ambiental está presente em todas as construções do distrito. Não se podem utilizar substâncias perigosas enumeradas na lista de inspetores químicos da Suécia. Uma das ideias principais, desta zona, era criar uma emocionante estrutura de ruas, individualmente desenhadas, com passeios, vielas e praças abertas. A utilização destes espaços abertos é de grande importância na criação de um caracter para a zona, conseguindo-se uma interação social com o edificado. Os edifícios são construídos de modo a que seja possível a sua utilização de forma ambientalmente amigável e com eficiência de recursos. O material consequente das demolições deverá ser reutilizado. • Distrito da cidade verde Quando existe um desenvolvimento das cidades, as áreas verdes começam a ser reduzidas, o que implica a difícil infiltração das águas pluviais no solo. Uma das características mais importantes da BO01 é a existência de sistemas run-off nas coberturas. Isto é, a drenagem das águas pluviais é atrasada à custa de telhados verdes, de lagoas nos pátios, sendo, posteriormente, transportada em canal aberto para o mar. Estes cursos de água combinam com as árvores e a vegetação rasteira fornecendo boa qualidade do espaço urbano. • Património Histórico O património histórico de Västra Hamnen será preservado, mantendo alguns dos grandes e antigos edifícios industriais. Estes edifícios contribuem para o caracter específico da área, criando uma sensação única de identidade. 4 OBRA FEITA • Antes de se iniciar qualquer trabalho, foi necessário proceder a um trabalho longo e complicado de descontaminação dos solos. Devido à transformação de um Brownfiekd numa zona de revitalização urbana, foi necessário descontaminar o solo. Tal como foi dito anteriormente, nesta zona existiam fábricas que contaminaram os solos. Devido às atividades industriais anteriores e às fontes variáveis do aterro, tornou-se necessário investigar a qualidade do solo, antes de se iniciar as construções, tendo sido feitas escavações para amostragens e testes. Esta investigação concentrou-se em componentes como o óleo, hidrocarbonetos policíclicos, que são suspeitos de causar carcinomas. Foi planeada uma habitação com diferentes tipos, proporcionando às pessoas com diferentes requisitos a oportunidade de se estabelecerem aqui. Depois da investigação, verificou-se que seria necessário remover cerca de 6 000m3 de solo para descontaminação e tratamento. Este solo foi substituído por solo de classe A até uma profundidade de 2m e a camada superior do solo foi aumentada cerca de 1,20m, em toda a área. O ambiente urbano deve oferecer uma mistura bem equilibrada de habitação, atividades, serviços, educação e zonas verdes. • Em 2000 foi concluída uma ponte que liga Copenhaga a Malmo em 45 minutos. Benchmarking Internacional • A área do porto tem sido aterrada, desde o século XVIII, a fim de criar um espaço para o porto e para atividades industriais. O último aterro ocorreu em 1987. DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTES 397 Fazer acontecer a regeneração urbana • Ao nível dos solos, o sul da suécia contém terra bastante fértil, uma das melhores da Europa. Trata-se de uma importante região agrícola, com uma característica muito marcantes em termos de herança cultural. Os habitats são também uma forma de exposição, isto é “usar” os espaços verdes como educação ambiental. Uma zona importante do parque é o canal de água salgada, proveniente de Öresund, criando uma vista agradável devido à sua costa curva contra o parque. • O sistema de gestão de resíduos na área de intervenção do projeto BO 01 foi desenvolvido com o objetivo de criar um sistema que minimiza a quantidade de resíduos, tornando-se possível a reutilização e reciclagem e permitindo a utilização de resíduos sólidos e líquidos, como fonte de energia. Benchmarking Internacional Uma parte importante do planeamento da área foi a criação de unidades de separação de resíduos perto das habitações. Geralmente, os habitantes têm uma sala de separação de lixos no bloco de apartamentos ou por perto, tornando-se mais fácil a triagem de papel e de embalagens. Fazer acontecer a regeneração urbana 398 Existem dois sistemas paralelos para separação de resíduos que estão a ser testados. Um deles é o triturador de resíduos alimentares e o outro é um sistema centralizado de vácuo. Västra Hamnen (o porto ocidental) é uma área de desenvolvimento urbano. Trata-se de um bairro novo e moderno, com habitação, escritórios, lojas e serviços. Esta área está em desenvolvimento contínuo e está focada numa sociedade sustentável, com base no aprendido com o desenvolvimento da primeira fase do BO01. • Todas as casas em Västra Hamnen são construídas de acordo com as normas estabelecidas no Programa de Qualidade, criado em conjunto na Expo BO01. O programa estabelece as diretrizes de qualidade arquitetónica na escolha de materiais, os consumos de energia, questões ambientais e técnicas a utilizar nas infraestruturas. Os edifícios foram projetados por 22 empresas de arquitetura, às quais foi dada muita liberdade de expressão. Uma vez que a diversidade deveria ser uma das principais características da área. Ao mesmo tempo não é possível dizer, olhando de fora, que as soluções escolhidas foram tomadas para tornar o edifício ecologicamente sustentável. Cerca de dezoito promotores imobiliários têm trabalhado com vários tipos de casas, tamanhos de apartamentos e tipo de propriedades. Muitas das habitações do BO01 são equipadas com tecnologia avançada para reduzir as necessidades de energia. Outras habitações usam tecnologias mais simples para alcançar os mesmos objetivos. Alguns dos edifícios desportivos são grandes coletores solares, demonstrando claramente o uso da energia solar. • 100% De Energias Renováveis O novo bairro é exclusivamente alimentado por energias renováveis. A energia utilizada no porto Ocidental será gerada dentro ou perto da área. Uma grande percentagem das necessidades relacionadas com o aquecimento, serão extraídas da água do mar e das águas subterrâneas. A energia será recolhida através de painéis solares, energia eólica e células fotovoltaicas. O biogás será produzido a partir de resíduos da área e será utilizado para aquecimento das habitações e para alimentação dos veículos automóveis. Um uso eficiente de energia é essencial para conseguir atingir o objetivo de só utilizar energia renovável, produzida localmente. Foi instalado um dispositivo nos edifícios para minimizar os gastos de energia em aquecimentos e eletricidade. Foi incentivada a utilização de energias renováveis. Uma grande parte do Também é utilizada a água do mar, para o arrefecimento das condutas, bem como coletores solares. A eletricidade é gerada por uma instalação de energia eólica e, em percentagens menores, são geradas por células fotovoltaicas. A produção de biogás é feita a partir dos resíduos domésticos. Sydkraft desenvolveu um conceito único com base em 100% de energia renovável a nível local para o novo bairro. O conceito é baseado nas condições locais de produção de energia. Em Västra Hamnen cerca de 1 000 casas obtêm o seu fornecimento de energia a partir de fontes renováveis, energia solar, energia eólica e através de uma bomba de calor que extrai calor da água do mar e de um aquífero. Existe uma área de 1 400m2 de coletores solares, que foram colocados no topo de 10 edifícios, complementando o calor fornecido pelo bombeamento da água do mar. Existe uma estação de energia eólica (2mW), colocada em Norra Hamnen e cerca de 120 m2 de células solares produzem eletricidade para os apartamentos. A definição de 100% de energia renovável é baseada num ciclo anual, o que significa que em certos períodos do ano, os sistemas urbanos da cidade emprestam energia ao BO01 e outras vezes o BO01 fornece a sua energia excedente. Uma parte importante do conceito é o baixo uso de energia nos edifícios. Só é permitido, a cada unidade, 105 kWh/m2/ano, incluindo energia elétrica residencial. O conceito de energia está em consonância com os objetivos da Comissão Europeia para aumentar substancialmente a quota das energias renováveis na Europa. • Ciclo ecológico Västra Hamnen está ligada à rede de esgotos existente em Malmo, que será melhorada, pois ir-se-á extrair nutrientes e metais pesados do iodo, estes nutrientes serão reutilizados na agricultura e os metais serão utilizados no processo de tratamento. Os resíduos orgânicos, que têm uma conduta própria, serão transformados em biogás. As embalagens para reciclar serão recolhidas em pontos de recolha. • Tráfego O bairro foi planeado para minimizar as necessidades futuras de utilização e dependência do automóvel. Para tal, foi criada uma ciclovia, um sistema de transportes públicos atraente e bem desenvolvido, executado com combustíveis ecofriendly. O pedestre e o ciclista têm prioridade em relação ao automobilista. As paragens de autocarro estão num raio de 300 m dos apartamentos, sendo uma distância curta para se poder fazer a pé. Os autocarros passam de sete em sete minutos e fazem ligação com vários pontos principais da cidade. Em termos de estacionamento, o rácio é de 0.70 por cada apartamento. Existe um carpool elétrico para os moradores. Foi criado um programa de veículos alimentados por combustíveis eléctricos e veículos movidos a gás. • Biodiversidade O bairro foi construído tendo em conta a diversidade natural e por isso estão a ser criados habitats com várias espécies de animais e plantas. Criaram-se telhados e fachadas verdes, de modo a aumentar o espaço Benchmarking Internacional • No parque Anchor foram criados vários habitats. Existe um bosque de carvalhos e um bosque de faias que aparecem como ilhas envoltas por relva. aquecimento da cidade é coberto por um aquífero subterrâneo que serve para armazenar o calor para os meses de inverno. 399 Fazer acontecer a regeneração urbana • A primeira etapa do BO01 foi concluída em Maio de 2001 e foi incluída na exibição City of Tomorrow BO01 European City que apoia que a sustentabilidade. verde e dar continuidade à estrutura ecológica. Benchmarking Internacional 401 Fazer acontecer a regeneração urbana 400 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional A água da chuva é utilizada para a limpeza dos espaços públicos, enquanto a água do mar é utilizada para o arrefecimento de condutas e coletores solares. ILUSTRAÇÃO 459. PRAÇA PUBLICA NO BO01 ILUSTRAÇÃO 460. PRAÇA PUBLICA NO BO01 ILUSTRAÇÃO 455. EDIFÍCIOS MULTIFAMILIARES NO BO01 ILUSTRAÇÃO 456. EDIFÍCIOS MULTIFAMILIARES NO BO01 ILUSTRAÇÃO 461. DETALHE DO ESCOAMENTO DOS EFLUENTES PLUVIAIS NO BO01 ILUSTRAÇÃO 462. DETALHE DAS GRELHAS DE DRENAGEM DE EFLUENTES PLUVIAIS NO BO01 ILUSTRAÇÃO 457. MARINA E PONTE SOBRE O CANAL NO BO01 ILUSTRAÇÃO 458. ARRUAMENTO PARTILHADO NO BO01 • Situado num ponto magnífico, o centro urbano está a ser construído para a vida, educação e trabalho, mostrando que a classe nobre da arquitetura proporciona melhores condições a longo prazo de sustentabilidade dos edifícios e das cidades. RESULTADOS GERAIS - Embora, no início, houvesse alguns desafios, a maioria dos participantes concordou que era um processo que valia a pena. 5 5.3 5.1 PRINCIPAIS DESAFIOS Os requisitos para a sustentabilidade ecológica (por exemplo, economia da energia) são necessários, mas não suficientes. Só quando as exigências emocionais, intelectuais e sociais forem fornecidas é que é possível alcançar uma sociedade sustentável. Sustentabilidade pressupõe uma consideração genuína e um comprometimento intelectual. • O Porto ocidental de Malmo, Vastra Hamenn, tornou-se o bairro mais famoso da cidade em termos da integração entre ambiente e energia no planeamento urbano. • Flagghusen é o segundo maior desenvolvimento em grande escala no porto ocidental, que visa incorporar aspirações de energia, meio ambiente e qualidade, acessibilidade, incorporando/demonstrando que a construção sustentável não precisa ser cara A importância da sustentabilidade só será percebida quando as alternativas sustentáveis se tornarem mais atraentes. Ou seja quando o desenvolvimento sustentável da cidade e o modo de vida sustentável se revelar financeiramente mais conveniente, vantajoso, confortável, agradável e bonito. Benchmarking Internacional • O novo Parque de Dania tornou-se um dos lugares mais bonito de Malmo, onde as pessoas podem passear tranquilamente. Fazer acontecer a regeneração urbana 402 6 O parque oferece uma riqueza de oportunidades para descobrir as mudanças sazonais da natureza, bem como pode ser utilizado para acontecimentos musicais, jogos, banhos de sol e piqueniques. Este parque torna este local da cidade num ponto de encontro. • No extremo sul da área do BO01 localiza-se o porto que sendo um dos pontos de entrada é a mais recente marina de Malmo, que traz a água para o ambiente urbano e adiciona a azáfama de um porto convidativo. • Financiamento de vários intervenientes fazendo com que o projeto não fique dependente apenas de um instituto / empresa ou governo • Acreditar nas potencialidades das políticas sustentáveis como forma de dar maior qualidade de vida, crescimento económico e urbano conduzindo à regeneração urbana da cidade. Uma parte importante que suscita interesse são as infra-estruturas e os seus sistemas técnicos, como por exemplo, o sistema de eliminação de resíduos e o fornecimento de energia. • Aproveitamento das condições naturais • Potenciar e reutilizar áreas desvalorizadas, contaminadas e com antigas ocupações industriais. Estão a ser efetuadas pesquisas em todas as áreas de prioridade: descontaminação do solo, tráfego, energia, estrutura verde e águas pluviais, construção, reciclagem, meio ambiente, educação e desenvolvimento sustentável. • As soluções utilizadas ao nível da energia no BO01 têm atraído muito interesse internacional e em Outubro de 2000, o projeto recebeu um prémio da Comissão de Energia. • Malmo é uma cidade compacta, que facilita os serviços coletivos, incluindo o transporte e as ciclovias. Simultaneamente incorpora usos mistos e espaços verdes, criando condições favoráveis para um desenvolvimento urbano sustentável. • Os fatores potenciadores do sucesso do Porto Ocidental de Malmö foram: - Os preços acessíveis, - O diálogo criativo (ByggaBoDialogen) estabelecido entre as partes interessadas envolvidas num novo processo de planeamento que facilitou a discussão entre representantes de Malmo, em conjunto com promotores imobiliários e arquitetos sobre temas de sustentabilidade e expectativas. - Diversas empresas, tradicionalmente concorrentes, aprenderam a cooperar a fim de construir um distrito mais atraente e sustentável. • A urbanização gera desenvolvimento económico e bem-estar, mas também leva a problemas de abastecimento de águas e esgotos, a problemas de trafego, energia e possibilita o consumo excessivo de recursos. Resolver os problemas ambientais das cidades é, portanto, a chave para o seu futuro. • Projeto alicerçado em pesquisas e estudos • O projeto gerou muita atenção e no momento cerca de 10 universidades e faculdades estão envolvidas no trabalho de avaliação. Esta zona recebe visitas de estudo de todas as partes do mundo. • Estudos ambientais como forma de suporte para o início do programa ANÁLISE CRÌTICA E BECHMARKS PARA REPLICAR • O BO01 é o distrito que quer ser um exemplo a nível nacional e que será a força motriz para o desenvolvimento de Malmo, em termos de sustentabilidade ambiental. • O BO01 converteu o distrito de Västa Hamen numa área de lazer, trabalho e estudo. Este projeto demonstra que os Brownfields podem ser transformados em zonas residenciais e de comércio com vida. • Diversidade de formas e origem do financiamento Os principais desafios encontrados prenderam-se com a aceitação e necessidade por parte do público relativamente às políticas de sustentabilidade. FATORES POTENCIADORES 5.2 Benchmarking Internacional Entre elas, está a ponte de Copenhaga, que foi concluída no ano de 2000, e a Universidade de Malmo, que tem mais de 20 000 alunos, e que traz para a cidade, novas ideias, pesquisas e conhecimentos. RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS 403 Fazer acontecer a regeneração urbana • Existiram várias decisões estratégicas que levaram a um resultado positivo do desenvolvimento de Malmo. 17 DUBLIN 1 2 3 4 5 Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Cidade de Dublin Diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar PLANO DIRETOR DAS DOCAS DE DUBLIN A regeneração das Docas de Dublin foi promovida pela autoridade portuária com base num plano diretor. O Plano Diretor das docas de Dublin estabelece um quadro global para um período de 10 anos, de 2003 até 2013, após o qual será novamente revisto em conformidade com as disposições da Lei de 1997. O Plano estabelece um quadro estratégico e a realização dos projetos e planos a desenvolver por parte da autoridade portuária, de acordo com o artigo 25º da Lei do Desenvolvimento das Docas de Dublin, de 1997 (este artigo orienta a implementação do desenvolvimento e da regeneração). Este Plano Diretor foi revisto em 2008. A sua elaboração incluiu a participação permanente dos atores locais. Benchmarking Internacional 1.1 PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DA CIDADE DE DUBLIN 407 Fazer acontecer a regeneração urbana 1 ILUSTRAÇÃO 463. ZONA DE REGENERAÇÃO URBANA A zona da regeneração das docas envolve quatro zonas: 1. North Lofts 2. Poolbeg 3. Grand Canal Dock 4. Costum House Docks North Lotts Planning Scheme Poolberg Planning Scheme Grand Canal Dock Custom House Docks Planning Scheme Planning Scheme ILUSTRAÇÃO 464. QUATRO ZONAS DE REGENERAÇÃO Benchmarking Internacional O esquema de planeamento tem como objetivo fornecer a Dublin uma estrutura social, económica e ambiental integrada. Irá incluir a melhoria da esfera pública, tornando-a acessível e com espaços públicos atraentes e abertos. Fazer acontecer a regeneração urbana 408 • A política de planeamento visa a revitalização do património histórico da península e a sua reincorporação no tecido da cidade, combatendo a imagem da península como uma zona marginal da cidade. • Os bens históricos serão restaurados, conservados e integrados no desenvolvimento, adicionando o caracter do desenvolvimento como um todo. O esquema de planeamento vai garantir a implementação destes princípios, incluindo novas utilizações para os edifícios históricos. • É necessário melhorar as ligações de transportes públicos para permitir um bom desenvolvimento. Tem ainda como objetivo uma melhoria da oferta de transporte público, irá melhorar a rede viária, bem como apoiar o desenvolvimento, juntamente com as infraestruturas e adequados serviços. • O esquema de planeamento incorpora um quadro de paisagens com base numa apreciação das características da península e da sua coexistência com o desenvolvimento industrial de grande escala e das infraestruturas. Um objetivo mais específico do Plano Diretor é a conexão da Mayor Street entre a Guilda Street e a Wapping Street. Esta conexão será realizada como parte do desenvolvimento da área. Quando concluída irá permitir maior acessibilidade para todos os modos de transporte e em particular para a rede de autocarros e pedestres. A construção do túnel Dublin Port já começou e irá proporcionar uma nova ligação estratégica para o norte do porto. O túnel deverá reduzir sensivelmente os movimentos dos veículos pesados na área, embora uma percentagem significativa procurará continuar a passar ao longo do cais através do centro da cidade. • O quadro de paisagens tem o objetivo de melhorar as áreas de espaço aberto atuais e criar novos espaços abertos, implementando uma continuidade de zonas verdes e boas acessibilidade da via pública. Seguidamente explicita-se os objetivos traçados para cada zona: 1. Plano de North Lofts • Prosseguir com uma política de desenvolvimento de usos mistos para a área, a fim de alcançar um meio ambiente sustentável integrando o trabalho e o lazer; • Alcançar a regeneração social, económica e física da área provendo o desenvolvimento residencial e comercial; • Procurar assegurar a integração na habitação entre pessoas de estratos sociais diferentes, garantindo que a mistura de tipos e tamanhos residenciais é desenvolvida de forma razoável correspondendo às diferentes exigências de cada família, incluindo os idosos e pessoas com deficiência; • Implementar rapidamente as iniciativas de transportes públicos na área de desenvolvimento de forma a garantir um regime ordenado e equitativo do desenvolvimento; • Garantir que o desenvolvimento residencial não ultrapasse uma densidade líquida de 247 unidades por hectare, a menos que possa ser claramente demonstrado que a boa orientação e padrões adequados de espaços abertos são alcançados; • Procurar tirar partido das massas de água para as amenidades, para o desenvolvimento social e económico; A visão global para a península de Poolbeg é: “Para criar um bairro urbano à beira do rio que facilita o crescimento consolidado sustentável da cidade de Dublin e articula uma nova relação entre a cidade e a baia. O bairro irá proporcionar o uso comercial, residencial e cultural, enquanto irá equilibrar os requisitos essenciais das infraestruturas industriais. O potencial de lazer e recreio será melhorado através de uma paisagem e quadro ambiental que otimiza os recursos naturais da península.” Esta visão global engloba um número de objetivos. Estes objetivos são agrupados em quatro temas: ambiente, sustentabilidade, local e infraestrutura. O sistema de planeamento tem como objetivo: • Desenvolver um novo bairro urbano importante para Dublin, com uma expansão comercial, residencial e cultural da cidade dentro dos próximos 20 anos; • Contribuir para o crescimento da cidade e desenvolvimento económico da Região; • Atender às necessidades residenciais futuras da cidade e da região para esta e para a próxima geração; • Suprir as necessidades holísticas existentes na comunidade; • Desenvolver o potencial da península como um local acessível e recreativo; • Fornecer um alto padrão do desenho urbano e fornecer uma esfera pública de alta qualidade em relação aos espaços públicos abertos; • Otimizar o potencial da cidade e da península, dada pela sua localização estratégica; • Complementar os corpos de água com os arranjos de espaços públicos. • Concretizar o atual potencial de um brownfield, fornecendo um local sustentável para a consolidação do crescimento urbano; 2. Plano de Poolberg • Reposicionar fisicamente a cidade envolvendo a Baia de Dublin e o porto da cidade, aproveitando os recursos naturais da península; • Proteção e valorização dos recursos naturais e de lazer existentes. • Melhoria da zona sul da península e do parque natural de Irishtown, fornecendo novos espaços que proporcionarão alguma utilidade à Baia de Dublin. • Criação de espaços que proporcionam um ambiente natural e uma conexão entre recursos naturais. • O desenvolvimento deve responder à paisagem e proporcionar uma vantagem natural nas zonas de recreio e lazer. A densidade e espaços abertos irão responder à paisagem natural e recursos biológicos da área, potenciando a vida familiar e a vigilância natural. • As políticas de planeamento vão garantir a implementação destes princípios de proteção da paisagem e dos recursos naturais, controlando a forma de desenvolvimento dos espaços públicos. • Melhorar significativamente o ambiente físico e a biodiversidade da península, mantendo e melhorando o ambiente protegido; • Melhorar a qualidade histórica e arquitetónica dos recursos existentes, garantindo a sobrevivência a longo prazo, através da conservação, restauro e novas acessibilidades; • Criar um quadro urbano sustentável, tornando mais eficientes os recursos, nomeadamente a água, energia, matérias-primas e bens, de forma inovadora e pratica. • Garantir que o ambiente físico (ruido, odor, incomodo e qualidade do ar) seja aceitável para futuros ocupantes. • Proporcionar um equilíbrio entre os usos, a densidade e o desenvolvimento, de modo que a longo prazo poderão proporcionar padrões sustentáveis Benchmarking Internacional O Plano Diretor das Docas de Dublin tem como objetivo orientar o desenvolvimento e a regeneração da zona portuária, e abrange ainda o desenvolvimento social e económico, o uso do solo, os transportes, o design urbano, as infraestruturas urbanas, a arte, o turismo e a cultura. 409 Fazer acontecer a regeneração urbana 1.1.1. OBJETIVOS • Estabelecer um nível elevado de integração entre o uso da terra e os transportes, maximizando a conectividade e a permeabilidade; • Permitir a operação de serviços públicos essenciais, associados com atividades que devem ser organizadas e consolidadas dentro de uma estratégia global de melhoria ambiental; • Fornecer os serviços necessários e infraestruturas, para facilitar a operação 3. Plano de Costum House Docks Benchmarking Internacional O Plano de Ação prevê: Fazer acontecer a regeneração urbana 410 • Usos mistos – o plano quer integrar uma área urbana e para tal, será necessário criar usos para um serviço central de finanças, restaurantes, lojas, serviços, etc., que colmatarão as necessidades dos novos trabalhadores e moradores da área. A Autoridade do Porto prevê a construção de um hotel, atraindo mais turistas. Prevê-se ainda conservação do Stack A para utilização cultural, realização de eventos e exposições. • Oportunidades para projetos nacionais – Como é o caso do National Sports Centre que oferece uma oportunidade de criar um projeto nacional tal como um centro de conferências, ou reabilitar o próprio centro de desporto. • Tornar a frente rio o mais atrativo possível para os visitantes através da criação de elementos. • Prevê-se a conservação de alguns edifícios, materiais e padrões de ruas, pois apresentam valor visual e histórico que deve ser conservado para as futuras gerações. • No campo da arquitetura e desenho urbano – procurar-se-ão os mais altos padrões incluindo paisagismo, mobiliário urbano e sinalização, acreditando-se que tais padrões são essenciais para a melhoria da cidade e sua atratividade. • Prevê-se o controlo do trafego automóvel para melhoria da qualidade ambiental e da mobilidade dos ciclistas e dos peões. Os parques de estacionamento foram dimensionados de acordo com o número de visitantes e de moradores. • Relativamente a transportes públicos, embora se trate de uma zona de grande acessibilidade, pois está próxima dos nós principais de transportes públicos, prevê-se a maximização da utilização dos transportes públicos. 4. Plano de Grand Canal Docks • Conservação e recuperação de edifícios • Dinamizar com a integração de diferentes usos • Melhoria nos transportes e acessibilidades • Criação de vias para peões e ciclistas • Aumentar a atratividade da zona 1.1.2. ESTRATÉGIA As Docas são uma área de uso misto onde a Autoridade do Porto está empenhada em incentivar as famílias a viver e também a uma mistura de diferentes tipos e tamanhos de habitações criando uma zona residencial sustentável com um uso misto. Neste sentido, o Plano Diretor afirma que irá executar mas ao mesmo tempo exigir que os projetistas implementem apartamentos sustentáveis e que promovam a ocupação por parte de famílias. Como estratégia o Plano Diretor adotou uma medida em que exige que 20% de todo o desenvolvimento residencial deve ser para habitação social. Este alojamento deve ser indistinguível em termos de design e aparência e deve ser integrada com as outras habitações. Todas as partes de desenvolvimento serão sujeitas a uma avaliação de sustentabilidade. O sistema de planeamento é apoiado por uma Avaliação de Impacto Ambiental. Seguidamente explicita-se a estratégia e as medidas estratégicas traçadas para cada zona: 1. Plano de North Folks A estratégia geral para o desenvolvimento da área baseia-se no seguinte conjunto de princípios: • Ligação da área para a cidade, em especial o IFSC e as comunidades circundantes; • Estratégia integrada para maximizar as acessibilidades dos transportes públicos, bem como a qualidade e capacidade, criando um ambiente de alta qualidade para os ciclistas e pedestres e minimizando o trafego automóvel, assim como o seu impacto sobre a área; • Conservação da estrutura essencial, bem como o contexto da área; • Fornecimento de uma vasta gama de utilizações e de densidade de desenvolvimento de forma a estabelecer um ambiente equilibrado entre trabalho e lazer e criar uma área animada e segura; • Fornecimento de uma nova estrutura urbana, que decorre de padrões de desenvolvimento definidos, com novos espaços e ruas; • Estabelecimento de um novo desenvolvimento e método de construção, de acordo com as diretrizes de design; • Desenvolvimento e melhoria de novas e significativas relações entre as comunidades existentes. • A estratégia de 2000 a 2016 apresenta assim como principais pontos as propostas de transportes públicos para a área. A estratégia inclui a construção de um corredor ferroviário, constituído por um túnel de interligação entre o centro de Dublin e a zona das docas. O Dublin City Council propõe a construção da ponte de Macken Street que ligará a Guild Street e a Cardiff Lane. Esta ponte tem a capacidade de fornecer ligações aos transportes públicos entre o norte e sul das docas. 2. Plano de Poolberg • O plano diretor estipulou uma divisão de usos comercial e residencial. E para tal define uma relação na ordem de 60-70 para 30-40 entre uso residencial e comercial. Esta mistura é necessária devida à limitada capacidade da rede rodoviária e dos transportes públicos. A maior percentagem do desenvolvimento comercial iria sobrecarregar os transportes. As zonas comerciais estão dirigidas para zonas com maior acessibilidade de transportes públicos porque geram um maior número de movimentos, e, portanto precisam de estar em locais mais acessíveis. • A zona 2 é específica para desenvolvimento comercial devido à sua proximidade com as atividades de Portrelated. • A categoria residencial inclui equipamentos comunitários, culturais, hotéis e lojas locais. • O uso misto é obrigatório em cada zona, sendo aplicadas politicas que mostram o uso apropriado para o desenvolvimento cultural e residencial. Benchmarking Internacional • Melhorar a acessibilidade à península através do desenvolvimento de um quadro de movimento com um forte enfase na rede de transportes públicos e na incorporação de transportes sustentáveis; 411 Fazer acontecer a regeneração urbana de vida, trabalho e viagem; mentos dos peões e dos ciclistas aumentão reduzindo ao máximo o uso automóvel; - As ruas são desenhadas para encorajar atividades a pé; - Eliminação do trafego de passagem, através da criação de novas estradas. Como existe uma grande zona de frente ribeirinha, prevê-se a sua utilização por peões e ciclistas, criando-se pontes exclusivas para os mesmos. • A primeira fase do Master Plan prevê a criação de um sistema de minibus que liga as docas com o centro da cidade (DABS). Primeiramente, as rotas existentes irão ser estendidas até a zona GCD e terão muita frequência. Futuramente, as rotas serão desenhadas para as pessoas andarem no máximo 5 minutos a pé e as rotas terão interligação com a rede DART. • A estratégia para acessibilidades é: Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 465. DISTRIBUIÇÃO DE USOS Fazer acontecer a regeneração urbana 412 • Em comum com o Plano Diretor, o esquema de planeamento incentivará as unidades1 residenciais a ser totalmente acessíveis e flexíveis, de modo a satisfazer as diferentes necessidades (incluindo crianças, idosos e pessoas com deficiência) e os requisitos domésticos ao longo do tempo. • Relativamente à circulação de ciclistas e peões a estratégia é: - De acordo com o Master Plan, existirão caminhos para ciclistas ao longo das ruas principais. - Estão previstos estacionamentos de bicicletas em locais chave • O esquema de planeamento vai procurar incentivar uma expansão de escritórios, situados em zonas próximas a linhas de transportes públicos. Incentivará a entrega de espaços a empresas, apoiando as empresas locais e as startups. - Existirão passeios ao longo da frente rio. • A estratégia para o edificado é: - As linhas dos edifícios existentes devem ser seguidas. Estas linhas permitem que o caracter da área seja protegido e integrado no novo desenvolvimento. A natureza contínua da estrutura dos blocos cria uma sensação de clausura dentro desta nova área urbana. • Todos os escritórios devem ser concebidos de forma flexível, para permitir uma futura subdivisão das unidades em resposta às mudanças do mercado. • A fim de aumentar a animação de rua e o uso misto, os edifícios devem acomodar lobbies de entrada ou átrios transparentes, bem como integrar lojas, cafés, atividades de lazer e outras ações microeconómicas com acesso do exterior. - Estes blocos garantem uma definição clara entre as áreas públicas e privadas. As fachadas dos blocos devem estar sempre a olhar para o espaço público, pois aumenta a vigilância e faz com que as ruas, parques e praças públicas fiquem mais seguras. • Para atender às necessidades diárias de compras e serviços adicionais, devem ser colocadas pequenas zonas comerciais em cada uma das quatro zonas. - Deve ser feito um realinhamento da Britain Quay, criando uma faixa de utilidade ao longo do cais com a rodovia. • A estratégia para os diferentes tipos de usos é: - O plano prevê um uso comercial de 40% e um uso residencial de 60%. A percentagem residencial inclui edifícios comunitários, culturais, hotéis. Estas percentagens poderão ser variáveis mas terão um mínimo de 40% para residencial e 30% para comercial. • Esta disposição vai variar desde um pequeno centro local na zona 3, para pequenos supermercados nas outras zonas. 3. Plano de Costum House Docks A administração do porto mandou realizar um grande número de estudos antes do início do plano, designadamente: - Algumas zonas estão identificadas como apropriadas para diferentes escalas de usos e de tipos de usos, devido às acessibilidades, estado de conservação e qualidade ambiental. • O uso dos solos e o levantamento da situação existente; • O levantamento dos serviços e infraestruturas existentes; • Uma análise cuidada de todas as zonas; • Um estudo sobre o uso do espaço do IFSC; • Uma previsão sobre a necessidade de espaços comerciais; • Transportes e mobilidade, com particular incidência no estacionamento; • Estudos de desenho urbano, com particular referencia na altura dos edifícios. A autoridade do porto procurou parcerias, com o sector privado, para conseguir atingir muitos dos objetivos de desenvolvimento. 4. Plano de Grand Canal Docks • Para incentivar a abertura de lojas em torno das docas foram oferecidos subsídios. • A estratégia de transportes é: - A acessibilidade e os transportes públicos são maximizados e os movi- 1 As unidades acessíveis são as unidades que apoiam as necessidades de pessoas que podem ter deficiência ou necessidade especial. As unidades adaptáveis são unidades onde o espaço interno pode ser reconfigurado para habilitar flexibilidade nas atividades que podem ter lugar dentro da unidade. As unidades flexíveis são unidades que podem ser combinadas com unidades vizinhas para fazer unidades maiores. COMMERCIAL ILUSTRAÇÃO 466. DISTRIBUIÇÃO DE USOS RESIDENTIAL Benchmarking Internacional - A primeira fase do Master Plan propõe a requalificação da Misery Hill, transformando-a num acesso restrito a transportes públicos. - Foi proposta uma nova ponte que atravessa o River Liffey e que liga Cardiff Lane/ Macken Street com a Guild Street. RESIDENTIAL uSE 413 Fazer acontecer a regeneração urbana RESIDENTIAL uSE - As grandes empresas estarão localizadas próximas dos transportes públicos, para melhor comodidade dos trabalhadores. distância da estação de Connolly. • A zona 2 é propriedade de um único proprietário. A zona é utilizada para manutenção dos vagões de mercadorias, possui pequenos escritórios, serviços, armazéns para usos industriais. Existem ainda quatro estruturas protegidas. - As pequenas empresas devem ser integradas em zonas de usos mistos. - As habitações residenciais deverão ser construídas tendo em conta as várias faixas etárias (jovens solteiros, famílias com crianças, idosos, etc.). É uma zona bem localizada no que diz respeito a transportes públicos. Esta zona inclui a maior parcela de desenvolvimento e será crucial para o desenvolvimento de toda a área. - Em todas as propostas de habitação deverá ser apresentada uma mistura de tipos e tamanhos diferentes. Em suma a revitalização desta zona inclui: • A zona 3 é propriedade de vários proprietários. Existem quatro pequenas parcelas para desenvolvimento residencial. Esta zona é utilizada para armazenamento e distribuição. Não existem estruturas protegidas na zona, mas existem alguns edifícios que acrescentam caracter à zona. • A natureza e a extensão do desenvolvimento proposto; • A distribuição proposta e a localização de usos; • Propostas, tendo em conta o plano global, incluindo alturas máximas e acabamentos externos do edificado; Fazer acontecer a regeneração urbana 414 2.1.1. PLANO DE NORTH LOFTS DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTES Plano de North Lofts Por volta de 1750, a área foi totalmente recuperada e foi colocado um layout distintivo nas ruas, mas não se conseguiu atrair um desenvolvimento significativo. Esta área foi dividida em 263 lotes que variam em área. O desenvolvimento da área foi lento até ao início do Royal Canal e da doca Spencer, em 1789. Estas obras foram concluídas em 1806. Em meados de 1800, esta área incluía usos como serralharias e depósitos de madeira. Em 1867, o sistema ferroviário Passager apareceu em North Wall Quay, transformando a área numa zona de armazenagem e de indústria leve. Nesta altura construíram-se alguns edifícios com importância histórica. Com a chegada da ferrovia, houve um declínio das atividades relacionadas com o canal e em 1990 a atividade de transporte marítimo desapareceu. DIAGNÓSTICO 2 2.1 • A zona 5 pertence a vários proprietários. Existem duas parcelas pequenas de desenvolvimento residencial e algumas parcelas médias. É uma zona com uso empresarial, de pequenas industrias, armazenamento e distribuição. Não existem estruturas protegidas, embora existam alguns edifícios que adicionam caracter à área. • A zona 6 pertence a vários proprietários, com a uma variedade de tamanhos de parcelas. O uso predominante é de armazéns e distribuição, com alguns serviços localizados em North Wall Quay. Não existem estruturas protegidas. • A zona 7 pertence a vários proprietários, sendo as parcelas de tamanho médio e grande e caracterizam-se por terem usos mistos. Existem duas estruturas protegidas e existem outros elementos com ligações às ferrovias. Está estrategicamente localizada em termos de acesso de carro, pois é adjacente a Ponte East Link. • A zona 8 é o Campshires. É propriedade da Autoridade do Porto. Tem maioritariamente armazéns para apoio ao porto, onde, neste momento, existem pequenas empresas. Trata-se de uma zona protegida. ILUSTRAÇÃO 467. ESTRUTURAS PROTEGIDAS E DE INTERESSE A zona da regeneração das docas envolve oito zonas: • A zona 1 inclui a doca de Spencer e as margens respetivas. A doca é propriedade pública e as margens são propriedade do CIE. A ponte Scherzer é uma estrutura protegida. Esta zona é caracterizada pela abertura aos corpos de água e às margens. A zona está bem localizada em termos de transportes públicos, com pouca ILUSTRAÇÃO 468. DIFERENTES ZONAS DE INTERVENÇÃO EM NORTH LOFTS Acessibilidades e transportes A rede viária da área é primariamente orientada de este para oeste, entre a Rua Sheriff e a Rua North Wall Quay, prolongando-se paralelamente com o rio Liffey e ligando o porto ao centro da cidade. 415 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Propostas relativas a transportes, incluindo o Layout de estradas, espaços para estacionamento e gestão de trafego. Benchmarking Internacional • A zona 4 pertence a vários proprietários. As parcelas a desenvolver têm áreas variáveis, isto é, existem parcelas pequenas e outras grandes. O uso predominante são o armazenamento e distribuição, havendo poucos serviços localizados ao longo da North Wall Quay. Existem duas estruturas protegidas. • Propostas relativas ao desenvolvimento de instalações e conservação de património arquitetónico, bem como de outras características; Atualmente existem poucos transportes públicos. Existem duas carreiras de autocarros (a 53 e a 53A) e têm uma frequência reduzida. As principais carreiras de autocarros distam de alguma distância de Amiens Street. As estações de comboio de Connolly e Tara são as principais pontes de acesso à rede DART e à rede ferroviária suburbana. Estas estações estão a cerca de 10 minutos a pé do extremo oeste da área e a cerca de 20 minutos a pé da extremidade leste da área. Benchmarking Internacional Serviços Fazer acontecer a regeneração urbana 416 As descargas das águas pluviais vão diretamente para o Rio Liffey. Não sendo aceitável para a Camara Municipal de Dublin é necessário projectar um sistema de descarga que irá assegurar que não existirá contaminação do rio Liffey. É necessário que haja um armazenamento de seis horas para uma tempestade com um período de retorno de 5 anos. Solos De acordo com estudos sobre os antigos usos da zona, conjuntamente com antigas propostas de desenvolvimento, verificou-se que algumas zonas podem estar contaminadas. 2.1.2. PLANO DE POOLBERG A península de Poolberg fica na Baia de Dublin, a sul da foz do Rio Liffey está a apenas 2 km, para leste, da Ponte de O’Connel, situada no centro da cidade de Dublin. O Ministro do Ambiente, Património e Governo Local pediu um esquema de planeamento que abrange 93.3 hectares e, em termos gerais, inclui as seguintes terras: • O antigo terreno da Fabrica de garrafas de vidro; • A zona de Fabrizia; • Parte do porto de contentores; • Uma faixa ao longo de Pigeon Road House; • A zona de Pigeon Road House e arredores, incluindo a histórica estação elétrica, o hotel e o forte; • O parque de Sean Moore; • A costa sul da península, com frente para a Baia de Dublin, incluindo o Parque Natural de Irishtown; • As extremidades leste da península. Existem quatro zonas de desenvolvimento, que foram definidas de acordo com a filosofia de design, onde a densidade será fixada com base numa serie de fatores específicos do local. ILUSTRAÇÃO 469. ZONAS DE DESENVOLVIMENTO As principais áreas são: • A zona original da Custom House Docks, em grande parte abrangida pelo planeamento, em 1987; • As áreas posteriores ao planeamento de 1987, onde se incluem: - O escritório de An Post – foi comprado pela autoridade postal nos anos 50. O departamento dos funcionários públicos desenhou a proposta de construção dos escritórios que foi inaugurado em 1964. Todas as atividades deste edifício foram transferidas de acordo com as necessidades da An Post (autoridade postal). A An Post quer vender o edifício, o que será apropriado para integrar esta zona de reabilitação. - A estação de comboio de Connolly; - A frente rio entre a ponte de Matt Talbot e a intersecção com o Cais North Wall e a Rua Guild; - A zona do antigo centro de desportos; - A zona de apartamentos da rua Sheriff. A zona original da Custom House Docks ocupa uma área de terra recuperada, entre a zona norte e este. As características dominantes da zona são as duas frentes de água. A George’s Docks para Sul, que está ligada à doca interior para o Norte, sendo a maior das duas bacias. A zona An Post Sorting Office ocupa cerca de 8.000 m2 e o edifício ocupa aproximadamente 87% da área. A Connolly Station é uma estação com características arquitetónicas únicas e prevê-se a preservação da fachada de acordo com o Plano de Desenvolvimento de Dublin. A área da frente rio inclui três zonas distintas: • A rua movimentada; • A frente rio; • A zona do Rio Liffey. A frente rio está em atividade desde o meio do seculo XVIII. No início não continha nenhuma estrutura mas no início do seculo XX foram construídos vários armazéns ao longo desta área. Estes armazéns foram destruídos ficando apenas o Custom House Quay, que foi convertido num centro temporário de Marketing e nos escritórios da Autoridade do Porto. A zona de frente rio na área de North Wall está parcialmente ocupada por armazéns antigos que ainda têm algum uso industrial. Os apartamentos da Sheriff Street eram originalmente uma zona residencial com alguma atividade de oficinas. A maior parte da área foi demolida para permitir a construção dos Sheriff Street Flats. Estes quarteirões de apartamentos são constituídos por edifícios de quatro andares com grande valor arquitetónico. Esta zona ocupa cerca de 14.5 hectares e a zona ribeirinha ocupa 10 hectares. O antigo terminal Jetfoil, que agora é utilizado como escritórios da Autoridade do Porto, é a única estrutura moderna e contem cerca de 966 m2. Este edifício tem uma boa vista sobre o rio. A principal característica visual e funcional do cais é a ponte elevada, de ferro fundido, que atravessa o canal desde as Custom House Docks até ao rio Liffey. Benchmarking Internacional O sistema viário existente não subsiste a um aumento significativo do trânsito. 2.1.3. PLANO DE COSTUM HOUSE DOCKS 417 Fazer acontecer a regeneração urbana A rede rodoviária existente tem níveis significativos de trafego, particularmente durante a hora de ponta. Este trafego é gerado pelos movimentos suburbanos e horas de ponta. Isto constitui um problema porque como se pode verificar nos estudos de trafego realizados em 1998, existem algumas intersecções cuja capacidade máxima é ultrapassada nos períodos de ponta. O terreno que compreende a área do GCD foi recuperado após a construção de um muro localizado a 1 km da cidade do Rio Dodder. O GCD foi aberto em 1796. Em 1918 a grande doca seca foi aterrada e arrendada para estaleiro de carvão e, posteriormente, as duas docas Gravin tornaram-se uteis na indústria da moagem da farinha de trigo e na produção de gás. Depois apareceram três novas indústrias (refinamento do açúcar, fabrico de fertilizantes químicos e embalamento). As únicas áreas a conservar, identificadas no Plano Director, estão relacionadas com as bacias de água interiores e exteriores das docas, o Liffey e o rio Dodder. Estas áreas incluem as áreas de frente rio e docas. Esta área contém um número significativo de edifícios com interesse estrutural e arquitetónico, que estão definidos como edifícios protegidos. Esta área é bastante diferente da zona envolvente. Os edifícios junto à doca são contrastantes em relação ao edificado linear da Pearse Street e da South Dock Street. Benchmarking Internacional 419 Fazer acontecer a regeneração urbana 418 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 470. COSTUM HOUSE DOCKS ILUSTRAÇÃO 473. ÁREAS DISTINTAS COM DIFERENTES CARACTERÍSTICAS ILUSTRAÇÃO 471. DISTRIBUIÇÃO DE USOS 2.1.4. PLANO DE GRAND CANAL DOCK Pearse Square é uma área de conservação, com muitas habitações. Além disso, existem armazéns que são estruturas protegidas junto ao cais que têm um caracter único. Também existe uma zona de armazéns, na Barrow Street e na zona da bacia de água interior que é única devido às suas fachadas e a sua ligação com a água. Existem fortes ligações entre o Este e o Oeste, mas acabam abruptamente na foz do rio Dodder e na zona da GCD. As ligações para o Norte terminam no rio Liffey, mas com a proposta da ponte Macken Street, esta ligação seria estendida. As ligações existentes para o Sul são restritas pelas pontes em arco da ferrovia. A área junto a foz do rio Dodder e a doca, oferece uma oportunidade para criar um escape da cidade. Existem algumas atividades junto a Pearse Street e Ringsend Street mas dentro da zona em estudo há poucas atividades ao longo da rua. Uma grande parte das áreas desta zona quer junto ao rio Liffey e quer junto ao rio Dock, têm vistas maravilhosas. O rio Liffey tem ligações físicas e visuais estratégicas para o centro da cidade. ILUSTRAÇÃO 472. ZONA DE REABILITAÇÃO DO PLANO DE GRAND CANAL DOCK A área foi dividida em zonas específicas de desenvolvimento com diferentes características e padrões de propriedades. sula, embora faça parte da porta para o GCD. A zona é de dois proprietários. Existe um centro comunitário de Ringsend na parte Sul. A zona norte necessita de ser reabilitada. Transportes Hoje em dia, a área é servida por duas rotas de autocarros (a rota 1 e 3), que percorrem Ringsend e o centro da cidade. Existem outras rotas que servem o sul da zona. Existe uma linha de comboio que vem do centro da cidade para a zona sul. Acessibilidades Esta área é atravessada pela Pearse Street e a Ringsend Road, que providenciam as maiores ligações com o este e o oeste. A Grand Canal Street também conecta com o este-oeste. Fazer acontecer a regeneração urbana 420 ILUSTRAÇÃO 474. DISTRIBUIÇÃO DE ZONAS • A zona 1 é de múltiplos proprietários e inclui quatro estruturas protegidas que devem ser mantidas. Esta zona é bastante atrativa pois fica em frente ao Rio Liffey, a Cardiff Lane e a Hanover Street East. Tem também a vantagem de ter boas acessibilidades e uma boa rede de transportes públicos. O uso do solo é maioritariamente industrial com um variado número de armazéns, silos e lojas localizadas no cais. As comunidades residenciais de Ringsend e Pearse Street são adjacentes à área, a leste e oeste, respetivamente. A imagem dominante da região é a abertura criada pelas duas bacias hidrográficas. 421 • A zona 2 é a antiga zona de produção de gás de Dublin. A restante zona é ocupada pela fábrica de betão Kilsaran. É a maior zona com mais intervenções ao nível da regeneração. Esta zona tem uma vista maravilhosa para o Rio Liffey e para o GCD. • A zona 3 compreende dois armazéns que estão em funcionamento. Nenhum edifício da zona merece preservação. • A zona 4 ocupa uma posição predominante da frente do rio e em termos de acessibilidades a ligação para Ringsend devia ser melhorada. • A zona 5 é de múltiplos proprietários e compreende armazéns e usos industriais. Esta zona inclui duas estruturas protegidas. Uma está em bom estado de conservação e a outra tem que ser reabilitada. O GCD e os armazéns são elementos históricos desta área embora restrinjam o seu desenvolvimento. ILUSTRAÇÃO 475. TEATRO BORD GÁIS NO GRAND CANAL SQUARE • A zona 6 fica em frente da bacia exterior do GCD e à Ringsend Road. Existe uma estrutura protegida dentro desta zona que terá que ser mantida. Esta zona é de dois proprietários e está em funcionamento. A área circundante é essencialmente residencial. • A zona 7 é de propriedade múltipla e faz frente com a bacia interior, que traz como vantagem a grande incidência do sol da tarde. É limitada a sul pela principal ferrovia e pela Grand Canal Dock Station. A área a leste de Barrow Street é predominantemente residencial. Esta zona é definida pela utilização predominantemente industrial e possui alguns dos moinhos de armazenagem e conservação. • A zona 8 é uma zona triangular que fica no extremo da bacia exterior. Situa-se na confluência do Rio Liffey e Dodder, e na boca do GCD. Devido à falta de pontes adequadas esta zona tem um baixo nível pedonal. Uma grande parte desta zona é composta por três docas. Esta parte da zona é propriedade da Autoridade do Porto e está atualmente desocupada. Esta zona tem a vantagem de, grande parte, ser de propriedade pública. • A zona 9 está localizada numa importante posição no lado leste da confluência do Rio Liffey e Dodder. Esta zona não é acessível a partir da penín- Benchmarking Internacional Usos Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Esta área está bem conectada com a cidade pelo Sul, junto ao Rio Liffey. A Sul da área, na Barrow Street existe a estação Grand Canal Dock Station. As Pearse Street e a Grand Canal Street fazem a conexão desta área com o este e oeste para dentro e fora da cidade. A proposta de uma nova ponte, Machen Street Bridge, que atravessa o Rio Liffey melhorará o acesso a esta área. ILUSTRAÇÃO 476. TEATRO BORD GÁIS NO GRAND CANAL SQUARE Em North Lofts o futuro consiste numa distribuição modal para transportes públicos, circuitos pedonais e de bicicleta. Além disso, são necessárias medidas provisórias para facilitar o movimento de trafego nas horas de ponta. É necessário uma melhoria das infraestruturas existentes e a construção de novas, tais como: • Uma nova estação de bombagem para elevar as águas residuais para a zona de tratamento em Ringsend; • Executar um projeto para o abastecimento de águas de acordo com os padrões da Camara Municipal de Dublin, assegurando o adequado nível de fornecimento de água; • A modernização da rede de distribuição elétrica com a execução de pelo menos uma nova subestação de 100kV; Fazer acontecer a regeneração urbana 422 • Ajudar e incentivar a criação de novas empresas levando a um maior dinamismo bem como ao crescimento económico; 2.2 • Preocupação com a segurança dos espaços públicos 3 OBRA FEITA • A rede de autocarros está a ser revista, mais especificamente as rotas e serviços. A empresa está em processo de revisão da oferta da rede em todo o ciclo do centro da cidade, e é provável que surgirão novas propostas para a rede dentro da zona das docas. • Foi iniciada a construção do túnel Dublin Port • Foram atribuídos subsídios para incentivas a abertura de espaços comerciais na Grand Canal Dock. • Com o início das Custom House Docks foi possível verificar o desenvolvimento de serviços e crê-se que com o final da reabilitação haja um aumento dos mesmos. Relativamente á contaminação de solos será necessário determinar os locais específicos, tendo em conta estudos hidrogeológicos e qualidade do terreno. Qualquer terra contaminada necessitará dum projeto de requalificação e será necessário uma licença de gestão de resíduos. • Com edifícios de classe mundial ao longo da Liffey, com a melhoria das escolas e equipamentos comunitários, as docas tornaram-se uma área atraente para trabalhar e viver. Plano de Poolberg Contudo muitas das metas e dos objetivos ainda não foram cumpridos e muitas intervenções ainda não foram terminadas daí ser difícil especificar a obra feita. As propostas para cada uma das zonas definidas são: • A zona 1 será um bairro com usos mistos, que inclui o uso residencial. Esta zona será um ponto focal para o resto da península e comunidades vizinhas. A influência da baia de Dublin será estendida para o bairro através de novos espaços públicos, que irão formar um lugar central; Com todas estas melhorias as docas continuam a ser consideradas um projeto ambicioso e visionário. 423 • A zona 2 será uma área de desenvolvimento comercial, localizada na interface existente entre o bairro residencial de Ringsend, da instalação portuária de Dublin e das infraestruturas de grande utilidade. Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Incorporar todas as instalações de serviços públicos de forma a evitar a esterilização da terra. MEDIDAS DE REGENERAÇÃO • A zona 3 irá maximizar o potencial oferecido pela sua posição com vista para a baia de Dublin e o seu caracter será influenciado pelas grandes distribuidoras. A parte norte da zona terá um desenvolvimento comercial que irá satisfazer as necessidades do porto de Dublin. A parte sul será principalmente residencial e orientada longe das grandes infra-estruturas. Será um bairro familiar, com uma ampla gama de habitações. • A zona 4 será dominada por uma serie de edifícios emblemáticos. Serão criados novos espaços públicos que criarão um novo coração para a área, proporcionando uma área flexível e multifuncional para uma variedade de usos culturais e recreativos. Não foram encontradas as medidas de regeneração especificas para o Plano de Costum House Docks e para Grand Canal Dock mas de seguida especificaremos as medidas de regeneração gerais: ILUSTRAÇÃO 477. SAMUEL BECHETT BRIDGE, PROJETO DE SANTIAGO CALATRAVA • Melhoria, controlo e investimento nos transportes para suportar e organizar o desenvolvimento urbano previsto; • Equilibrar o desenvolvimento urbano com o crescimento e densidade populacional; • Integração dos diferentes usos num espaço fornecendo aos residentes todo tipo de serviços bem como reduzir a necessidade da utilização do automóvel e aumentando assim a qualidade de vida e atratividade do local; • Melhoria e restauro de edifícios, • Aplicar políticas de sustentabilidade ambiental melhorando a salubridade dos espaços; • Criar elementos e potenciar os existentes de modo a atrair turistas e aumentar a qualidade de vida; • Preocupação com a habitação social; • Estabelecer ligações entre as várias áreas diminuindo o possível isolamento e segregação espacial; Benchmarking Internacional Plano de North Lofts ILUSTRAÇÃO 478. CONFERENCE CENTER RESULTADOS GERAIS • A zona de Poolberg oferece uma excelente oportunidade de desenvolver uma vivência mista entre comunidade e trabalho, o que contribuirá para atender às necessidades de crescimento da cidade. 4 • Na zona de Costum House Docks existe uma boa infraestrutura de serviços nas ruas envolventes, bem como na área em geral. 4.1 • Na zona de Grand Canal Dock a existência de muitas e diversos tipos de indústrias e edifícios de valor estrutural e arquitetónico. Tem ainda espaços com atividades, boas vistas e o rio Liffey tem ligações físicas e visuais estratégicas para o centro da cidade. Esta área tornou-se um centro de negócios, empregando mais de 40 000 pessoas e tendo uma população de 26 703 (23% desde 1997), um destino para turismo de negócios e cultura e um gerador de retorno financeiro para o Estado sob a forma de receitas fiscais. 4.3 PRINCIPAIS DESAFIOS Mais de 620 000 m2 de desenvolvimento comercial com algumas sedes dos maiores nomes da banca internacional, legal e digital. • Múltipla propriedade • Declínio das atividades portuárias e de transporte marítimo Podemos dizer que o objetivo de regenerar a área está próximo de ser cumprido. Benchmarking Internacional FATORES POTENCIADORES Fazer acontecer a regeneração urbana 424 • Pouca capacidade para atrair investidores • No caso de North Lofts a falta de serviços e pontos atrativos para viver na zona, muitos edifícios e zonas protegidas e o elevado tráfego verificado em horas de ponta atrasam e dificultam o processo de regeneração urbana 4.2 • No caso de Poolberg a limitada capacidade da rede rodoviária e dos transportes públicos condiciona o desenvolvimento e acessibilidade da área e sua regeneração. • Localização geográfica de Dublin • O sucesso do Plano Diretor das Docas de Dublin em North Lofts deve-se ao planeamento da Autoridade portuária que assegura um rápido acompanhamento do desenvolvimento das várias zonas. Ainda existem zonas com potencial de desenvolvimento e que podem ser inseridos na regeneração das docas e que poderão criar mais zonas de negócios. • No caso de Costum House Docks não se verificaram elementos dificultadores relevantes. • Para incentivar a abertura de lojas em torno das docas do Grand Canal Dock foram oferecidos subsídios que, infelizmente, não tiveram muita procura. Esta falta de sucesso deveu-se em parte ao pesado assoreamento que ocorreu na entrada do porto do Dodder, impedindo a utilização do seu exterior. Tem ainda uma boa localização geografia, próxima de cursos de água e com boas acessibilidades nalgumas zonas em termos de transportes públicos. • As zonas disponíveis na área de planeamento (North Lofts e Grand Canal Dock) perfazem cerca de 22.8 hectares beneficiando de uma extensa infraestrutura existente, que facilitará o seu desenvolvimento imediato. Os armazéns localizados nesta área apesar de serem um importante ponto histórico nesta área restringem e condicionam o seu desenvolvimento. Outros desafios são as ligações limitadas entre este e oeste e norte e sul 5 ANÁLISE CRÍTICA E BECHMARKS PARA REPLICAR • Divisão da área de intervenção por zonas proporcionando um maior controlo da área e análise e cumprimento das exigências e necessidades de cada local. • Desenvolver políticas de usos mistos promovendo e facilitando o dinamismo e consequente regeneração urbana das diferentes áreas • Medidas de regeneração assentes não só no desenvolvimento e reabilitação urbana mas também na revitalização económica e social de Dublin. • Proteção e potenciação dos recursos naturais, infraestruturas e elementos culturais já existentes. • Primar por padrões de alta qualidade. • Melhoria e restauro de edifícios com vista à sua sustentabilidade económica no futuro • Promover políticas sustentáveis logo desde a fase de projeto e ocupação rápida dos edifícios recuperados. • Ter como pontos centrais na regeneração urbana de Dublin: a qualidade ambiental, integração diferentes tipos de usos, estado de conservação e acessibilidade • Equacionar a localização das grandes empresas de acordo com o posicionamento dos transportes melhorando a acessibilidade aos trabalhadores aumentando assim a atratividade do local. DEVELOPED AREAS UNDEVELOPED AREAS ILUSTRAÇÃO 479. ÁREAS DESENVOLVIDAS E SUBDESENVOLVIDAS Benchmarking Internacional Em Junho de 1997, com a publicação da Lei do Desenvolvimento das Docas de Dublin, e com a apresentação pelo Ministério do Ambiente do plano de ordenamento da zona das docas, marcou-se um ponto de viragem na vida das docas. RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS 425 Fazer acontecer a regeneração urbana Desde a implementação do Plano Diretor das Docas de Dublin, em 2003, iniciou-se a transformação física, económica e social das docas. Esta transformação estendeu-se para a zona leste de Dublin, e começou a atrair negócios e milhares de novos residentes e visitantes à área. 18 EDIMBURGO 1 2 3 4 5 6 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Marginal de Edimburgo Diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar EVOLUÇÃO DE EDIMBURGO AO LONGO DOS TEMPOS A Escócia é uma das nações do Reino Unido. É limitada a Sul pela Inglaterra, é banhada pelo Mar do Norte a Leste, pelo Oceano Atlântico a Norte e a Oeste e pelo Canal do Norte e pelo Mar da Irlanda a Sudoeste. O território escocês inclui mais de 790 ilhas. O mar territorial adjacente, Atlântico Norte e o Mar do Norte, contêm as maiores reservas de petróleo da União Europeia. O Reino da Escócia foi um estado independente até 1 de Maio de 1707, quando os Atos de União formalizaram uma união politica com o Reino da Inglaterra, de modo a criar o Reino Unido da Grã-Bretanha. A Escócia não tem jurisdição separada para fins de direito internacional. O direito e o sistema de ensino escoceses, bem como a Igreja da Escócia, têm permitido a continuação da cultura e da identidade nacional escocesas desde então. • Área total: 478 782 km2; • População (em 2011): 5,2 milhões de habitantes. Edimburgo é uma cidade, capital da Escócia, com poderes próprios, situada na margem sul do estuário do rio Forth. É a capital escocesa desde 1492, sendo sede do parlamento escocês, restabelecido em 1999. Segundo os censos de 2011, a cidade conta com 495 360 habitantes, sendo a segunda cidade mais populosa da Escócia, depois de Glasgow, e a sétima mais populosa do Reino Unido. Edimburgo é também uma das 32 Áreas de Conselho da Escócia. A cidade é dominada pelo Castelo de Edimburgo construído sobre uma rocha vulcânica. Após a unificação do parlamento da Escócia com o da Inglaterra, Edimburgo perdeu a sua importância politica mas permaneceu um importante centro económico e cultural. A cidade é mundialmente conhecida pelo Festival de Edimburgo que acontece durante três semanas no mês de Agosto. A cidade ainda possui uma das mais prestigiadas universidade da Europa e do mundo, a Universidade de Edimburgo, pioneira na informática e gestão. Localizada na costa Oeste do país e às margens do estuário de Forth, Edimburgo divide-se em dois grandes distritos: Old Town e New Town. Ambos os distritos foram declarados Património da Humanidade pela UNESCO. A zona de New Town foi criada na segunda metade do séc. XVIII e transformou-se na área mais comercial da cidade. É uma cidade planeada tendo, nomeadamente, como inspiração o desenho urbano da Baixa de Lisboa, reconstruida após o terramoto de 1755. ILUSTRAÇÃO 480. LOCALIZAÇÃO DA ESCÓCIA ILUSTRAÇÃO 481. BANDEIRA DA ESCÓCIA Identificámos como pontos favoráveis de Edimburgo: • Capital da Escócia • Forte identidade cultural • Ponto de partida de cruzeiros que rumam ao Norte da Europa • Paisagem natural • Preservação da natureza • Atrações culturais, naturais e históricas Benchmarking Internacional 1.1 CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO 429 Fazer acontecer a regeneração urbana 1 • Edifícios de grande valor arquitetónico • Forte ligação com o mar 1.2 Até ao final do seculo XVI Leith era formada por duas aldeias separadas pelo rio. Benchmarking Internacional 430 Em 2004, o proprietário do porto, Forth Ports, anunciou planos para, eventualmente encerrar o porto e levar a cabo uma importante remodelação da área. O planeamento desenvolvido, que seguiu as orientações de planeamento para a cidade de Edimburgo de 2004, será do tamanho de uma pequena cidade com 17 mil novas casas. Este plano incluirá o desenvolvimento do porto Ocidental bem como de zonas residenciais, comercio e lazer ao longo do resto da antiga doca. O desenho urbano do projeto manter-se-á dentro do mesmo contexto que os projetos anteriores e irá fornecer uma riqueza de espaço publico e privado abertos, incluindo dois grandes parques e uma série de ligações pedonais em todo o cais. A sua conclusão está prevista para 2020. Fazer acontecer a regeneração urbana A doca de Leith sofreu um acentuado declínio no período pós-Segunda Guerra Mundial, ganhando uma reputação de zona de prostituição. Nos últimos anos Leith sofreu uma regeneração significativa sendo agora um porto de cruzeiros movimentado e sendo a casa do Royal Yatcht Britannia e escritório de vários departamentos administrativos do governo escocês. O proprietário do porto anunciou em 2002, planos para a realização de uma transformação de usos da área do porto ocidental, entre Granton e Leith. Este plano consiste num bairro residencial e de negócios. Segundo a proposta estão previstos 3 000 apartamentos, mais 500 000 m2 de escritórios, um grande edifício cultural e um parque. Estava também previsto um novo cais e comércio, mas devido às difíceis condições económicas, estes planos estão suspensos. O plano final “Waterfront and Leith Area Development Framework” foi aprovado pelo Comité de Planeamento no dia 6 de Outubro de 2011. A preparação do desenho urbano seguiu uma série de workshops de design que incluíram os stakeholders de toda a frente ribeirinha, bem como um período de consulta formal. Todos estes output’s complementaram a versão final do plano. O crescimento contínuo fez com que Leith e Edimburgo criassem uma área urbana contínua. Leith foi fundida com Edimburgo em 1920. Este plano consiste na regeneração de um terreno industrial abandonado (brownfield) que anteriormente fazia parte do Porto de Leith. Este plano pretende regenerar esta zona de Edimburgo, transformandoa num destino de férias internacionalmente reconhecido bem como uma comunidade sustentável, ligando esta zona à beira-mar com as atrações históricas do centro da cidade de Edimburgo. PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DA MARGINAL DE LEITH PLANO PARA O PORTO DE LEITH 2 2.1 Este plano consiste em criar nove vilas interconectadas numa área de 144 hectares de terrenos industriais abandonados. É possível criar mais de 15 200 novas habitações, sendo 3 800 de habitação social, 35 hectares para novos espaços abertos e para o centro cívico e cerca de 3 km de rede pedonal junto do rio. Também inclui uma rede pedonal e de ciclovia bem como a estação terminal do elétrico público de Edimburgo, que irá conectar esta zona com o centro da cidade e torna-la no novo intercâmbio de transportes públicos. Este plano quer criar um ambiente estimulante para a comunidade local, dando-lhes novos parques, espaços públicos e áreas para eventos e festivais. Esta proposta prevê a criação de novos postos de trabalho, aumento das receitas fiscais e expansão de oportunidades de turismo no interior adjacente à área em estudo. Este desenvolvimento de um brownfield dará aos habitantes de Edimburgo a possibilidade de viver numa comunidade à beira rio e irá assegurar que Leith manterá o seu património marítimo, operando como um porto de cidade capital. Para tal, prevê-se a utilização do porto para atracagem dos navios cruzeiro, navios de guerra e embarcações de lazer, que refletirá as necessidades de uma cidade moderna, à beira-rio. Cada uma destas zonas terá um planeamento individual ou em pares que demorará mais de 30 anos. ILUSTRAÇÃO 482. PLANO PARA O PORTO DE LEITH Benchmarking Internacional O Porto Ocidental tem potencial para fornecer um grande número de habitações, que são necessárias, em terrenos industriais abandonados, absorvendo um pouco da procura de habitação em Edimburgo e ajudando a proteger partes da cintura verde de Edimburgo de futuros desenvolvimentos. O Sul de Leith era o local onde os navios descarregavam a carga. O Norte de Leith era mais pequeno e era uma vila de pescadores composta por uma rua, agora designada por Sandport Street e Quayside Lane. Esta zona tem sido tradicionalmente o lado naval de Leith com várias docas, seca e húmida, construídas ao longo do tempo. A primeira ponte a ligar as duas margens do rio foi construída em 1496 pelo Abade Bellenden. Esta ponte foi demolida em 1780 para permitir a navegação a montante. 431 Fazer acontecer a regeneração urbana Leith é um distrito a norte da cidade de Edimburgo e que se situa na foz do rio Leith. Este distrito tem sido considerado a porta de Edimburgo. Encontra-se na margem sul do “Firth of Forth”. Leith tornou-se oficialmente o porto de Edimburgo em 1329, quando Robert I transferiu o controlo para os magistrados e os cidadãos de Edimburgo. Continua um porto movimentado e transaciona mais de 1.5 milhões de toneladas de carga por ano. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CATALISADORES DOS PROCESSOS DE REGENERAÇÃO URBANA DE LEITH Uma parte da área industrial deste terreno, a antiga escola de Windrush está a ser transformada num parque, numa tentativa para transformar um brownfield em espaços verdes. Este projeto terá um investimento de 40 000 libras. A implementação deste espaço verde é apenas a fase inicial de um projecto que potencia o porto ocidental de Edimburgo. A localização dos bancos, das hortas comunitárias, dos campos de futebol e da zona de vida selvagem são baseadas nas propostas apresentadas pelos residentes. A maior parte do projecto está a ser financiada por Concessão Central da Rede Verde da Escócia. Esta iniciativa só foi possível devido à concessão dada à Leith Port Housing Association por parte do Forth Port (proprietário do Porto de Leith). Esta associação assumirá os custos de manutenção. O objectivo da associação é que eleve a qualidade de vida nesta zona e incentive o futuro desenvolvimento noutros locais. ILUSTRAÇÃO 487. PLANO DE REABILITAÇÃO DO PORTO DE LEITH ILUSTRAÇÃO 488. PLANO DE REABILITAÇÃO DO PORTO DE LEITH Fazer acontecer a regeneração urbana 432 Este plano tem sido acompanhado de perto pelos residentes locais, pela comunidade, pelos empresários e pela Câmara Municipal de Edimburgo (Departamento de Planeamento) desde 2003. A Câmara Municipal exige: • 29 Milhões de libras de contribuição para a nova rede de elétricos; • No mínimo, 30 % das habitações têm que ter 3 ou mais quartos; • Uma nova escola secundaria para 1 000 alunos; • Três novas escolas primária para mais de 1 300 alunos e mais salas de aulas nas escolas católicas existentes; ILUSTRAÇÃO 484. PLANO DE REABILITAÇÃO DO PORTO DE LEITH • Uma piscina nova bem como um pavilhão desportivo, campos e um skatepark; • 34 Milhões de libras para a melhoria dos transportes públicos. Este plano faz parte de um processo contínuo que tenta moldar a forma futura do desenvolvimento, permitindo uma análise cuidadosa na construção | elaboração de arruamentos, espaços verdes e edificado. Assim poder-se-á garantir a criação de uma comunidade mista e equilibrada, em que a relação entre as formas são totalmente consideradas. Os corredores viários dividem a zona em nove aldeias à beira-rio e oferecem uma vista aos principais marcos do centro da cidade, incluindo o Castelo de Edimburgo, Calton Hill e Arthurs Seat. Este conceito reforça o planeamento do local, fornecendo uma estrutura para o seu desenvolvimento. Cada uma destas aldeias terá um plano de pormenor e criará uma evolução sustentável da área. De seguida apresenta-se a programação temporal deste projeto: • 2003 – Dialogo entre CEC e Forth Ports • 2004 – LDDF SPG (1º fase) consulta ILUSTRAÇÃO 485. PLANO DE REABILITAÇÃO DO PORTO DE LEITH LDDF SPG (2º fase) consulta LDDF SPG ( Draft) consulta Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 483. PLANO DE REABILITAÇÃO DO PORTO DE LEITH 433 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 486. PLANO DE REABILITAÇÃO DO PORTO DE LEITH • 2005 – LDDF SPG aprovação • Criação de espaços públicos para eventos e mercados. Inicio da preparação do estudo inicial O “Edimburgh & Lothians Greenspace Trust” (Fundo de espaços verde de Edimburgo e Lothia) recebeu um financiamento do CSGN Development Fund para 2011/12. Este fundo serve para a implementação de projetos de espaços verdes temporários em Edimburgo. • 2006 – Participação publica • 2007 – Apresentação do estudo inicial para o Porto de Leith • 2008 – Primeiro plano de urbanização A parceria entre a Associação da Habitação do Porto de Leith (Port of Leith Housing Association), o proprietário do porto, o ELGT e a Câmara Municipal de Edimburgo foi criada para explorar a melhor forma de facilitar mudanças positivas através do uso de espaços verdes temporários. • 2010 – Outros planos de pormenor Forth Ports tem como objetivos para a regeneração de Leith: • Criação de 15 900 novas habitações, incluindo 3 975 habitações sociais; O local proposto foi identificado pelo grupo, com base no seguinte: • Criação de 11 600 novos postos de trabalho; • Localização chave – próximo da comunidade existente e residentes; • Regeneração de 144 hectares de brownfield; • Visibilidade – visível na carreira de autocarro Western Harbour e pelos residentes em Windrush Drive; • Criação de 35 hectares de novos espaços abertos, rede pedonal e espaços cívicos; • Linhas desejadas – a rota entre as instalações locais e a habitação local, criando uma ligação dos residentes ao local, • Desenvolvimento de mais de 100 000 m2 de escritórios, para acomodar pequenas empresas ou sedes de grandes empresas; Fazer acontecer a regeneração urbana 434 • Até 280 000 000 libras de receitas fiscais adicionais e mais de 28 000 000 libras de receitas fiscais derivadas de negócios; • 2.7 Km de litoral aberto para o uso público. Em 2008, a JUMP (Joined Up Master Planning), entregou uma contra proposta ao plano em que consiste: • Promoção do caracter único do local; • Secagem de 70% da água da doca cheia para reutilização como floresta, parque educacional, cultural e de lazer; • Continuo verde – coberturas verdes, jardins e/ou ambientes naturais de proximidade; • Zonas sem circulação automóvel; • Veículos elétricos para idosos e deficientes; • Rotas de acesso local – percursos pedonais e clicáveis, calçadas móveis, pontes, elevadores, rampas, escadas, paredes de observação da doca moveis, elétrico, metro ligeiro, alto nível de transportes que atravessa o local e iluminação dos locais durante a noite; • Paisagem verde integrada com a habitação; • Carbono zero, na medida do possível; • Reutilização dos resíduos e fontes de energia; • Conectividade do local com a área local, ampliando até fora de Edimburgo; • 5 Km de arruamento e ponte ferroviária entre Edimburgo e Fife. • Porto ferroviário; • Criação de uma comunidade sustentável, a longo prazo, e não de uma cidade dormitório; • Ambiente saudável de vida – encorajamento de caminhadas, cicloturismo e atividade de lazer; • Integração da natureza com o local – o plano prevê infraestruturas para o incentivo de novos cultivos e criação de animais, desenvolvimento na costa criando praias e dunas; • Loteamentos; • Integração cultural; • Todo o local deverá ser concebido como um parque contemporâneo de esculturas; • Alta qualidade e de valor acrescentado da zona através do projeto; • Utilização de iluminação, marcação das ruas e mobiliário urbano não convencional; 3 DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTE Em 1 de Março de 2012 o Comité de Planeamento aprovou a ADF (Area Development Framework – Desenho urbano) para a área a sul do centro da cidade, conhecida como o arco centro sul da cidade. Foram realizados quatro workshops para informar o seu conteúdo. Estes workshops foram assistidos por funcionários do município que representam os serviços que operam na zona, bem como proprietários dos terrenos, grupos comunitários e associações de residentes. Estes workshops permitiram aos participantes a oportunidade de discutir as prioridades em toda a área e ajudar a moldar e desenvolver projetos dentro do contexto. Com base nestes workshops foi elaborado um documento com as ideias base dos três primeiros projetos. A associação de habitação do porto de Leith (POLHA) revelou planos para a construção de 333 habitações em 2012, incluindo habitação social e arrendamento. Este plano inclui 100 habitações na Fox Street (que estarão concluídas até ao verão), 111 habitações no porto ocidental. O investimento será de 42 milhões de libras. Estes projetos vão acrescentar um desenvolvimento fantástico às áreas em que estão localizados. O impacto da boa qualidade da habitação a preços acessíveis não pode ser subestimado e tem benefícios para a saúde, assistência social e da comunidade em geral. Criar-se-á um misto de arrendamento social tradicional e um arrendamento “mid-market” que oferece um arrendamento abaixo do valor do mercado para aqueles que não podem ser considerados para as listas de habitação social. Atualmente, a POLHA é o maior senhorio social de Leith, fornecendo mais de 2 300 habitações de alta qualidade a preços acessíveis em lugares onde as pessoas querem viver. A POLHA foi formada como instituição de caridade sem fins lucrativos em 1975 e tem vindo a investir todos os fundos nas comunidades locais. A empresa investiu mais de 150 milhões de libras nos últimos anos, oferecendo habitação a 3 300 pessoas anualmente. A POLHA tem como compromisso criar um sentimento de pertença através de comunidades sustentáveis vibrantes, indo mais além da provisão de habitação. Também ajudam muitos dos moradores, através de algumas iniciativas, a resolver problemas de desemprego, saúde, segurança e questões culturais. A empresa por detrás da regeneração da zona portuária de Edimburgo gas- 435 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • 248 000 000 libras por ano GVA para a economia escocesa; Benchmarking Internacional Com este projeto é possível criar uma comunidade em que é possível cultivar alimentos, melhorar o estilo de vida e revitalizar a economia local. • 194 000 000 libras por ano do GVA (Gross Value Aded) para a economia de Edimburgo; tou dezenas de milhares de libras do dinheiro dos contribuintes em viagens, luxos e bicicletas que ninguém usou. Perante esta situação, o conselho executivo foi substituído e o novo presidente do organismo comprometeu-se a acabar com a despesa inadequada e disse que todas as despesas têm que ser aprovadas pela direção. sedes. Não foi perdida a ligação com o resto da cidade e o mar é um elemento que faz parte da vida dos habitantes da capital. Em Agosto de 2011 foi rejeitado um plano de resgate para a execução de toda a linha do eléctrico de superfície. Foi definido que esta linha terá 6 quilómetros ligando o aeroporto de Edimburgo e Haymarket, a oeste do centro da cidade. Prevê-se que esta linha não será tão utilizada, criando um prejuízo operacional de 4 milhões de libras por ano. Em 2012 o chefe-executivo de Forth Ports admitiu que o plano da empresa para Leith mudou de forma significativa, tendo como prioridade atual, e nos próximos 30 anos, a atividade industrial e não a regeneração urbana da zona. Tal acontece devido à recessão económica. Também se verificou que a venda dos primeiros apartamentos construídos de acordo com o plano (60 apartamentos de luxo), foi feita por um valor muito abaixo do valor de mercado. Em Março de 2003 foi proposto um percurso circular que ligaria o centro da cidade ao Granton, seguindo pela frente ribeirinha, passando por Leith. Um segundo percurso iria conectar este percurso circular a Haymarket e a oeste do aeroporto de Edimburgo. Também foi proposto um terceiro percurso, para ser desenvolvido posteriormente, que ligará os novos percursos a Gilmerton, servindo a New Royal Infirmary. Com esta decisão, a melhoria das infraestruturas, em larga escala e em torno do porto de Leith e da área a oeste do porto foram arquivadas indefinidamente, apesar do Governo escocês concordar em fornecer financiamento para a ajudar na construção da marina, e dos empreendimentos iniciados. A rejeição, através de um referendo, do congestionamento de Edimburgo, em 2005, criou um problema com a captação de fundos, levando à queda do último percurso. Os líderes do conselho dizem que os esforços para atrair fabricantes de turbinas para a área provavelmente será focado na zona da doca, que está fechado para o público em geral, prevendo que a regeneração da restante zona possa ser implementada. O projeto, em Novembro de 2005 ultrapassou o orçamento em 179 milhões de libras. Apenas um arruamento de acesso está previsto ser construído nos próximos anos, para ligar a zona das docas existentes com Seafield. Fazer acontecer a regeneração urbana 436 O porto de Leith deverá manter-se um porto operacional, criando inúmeros postos de trabalho, enquanto se completa o desenvolvimento da região oeste do porto e de Granton. Posteriormente, equaciona-se a revisão do futuro do porto de Leith e decidir então se o plano de uso misto alternativo ainda é apropriado para o desenvolvimento da cidade. Este esquema de 84 milhões de libras para revitalizar um dos maiores projetos de regeneração da Escócia foi praticamente descartado após o proprietário da área decidir concentrar-se no setor das energias renováveis. O conselho terá que elaborar novas estratégias para gerar o interesse nos terrenos abandonados ao longo da orla. Só as empresas de habitação a preços acessíveis é que estão a construir em Leith, Granton e Newhaven. 5.2 FATORES POTENCIADORES • Localização, potencialidades económicas e físicas de Leith • Boa localização geográfica com o mar que dá origem a paisagens únicas • Beleza dos Recursos naturais • Perspetivas de crescimento económico, numa fase inicial • Debate e concertação politica ILUSTRAÇÕES 489. PLANO DE REABILITAÇÃO DO PORTO DE LEITH OBRA FEITA A regeneração do porto de Forth começou na década de 80 o que levou à abertura do Hotel Malmaison em 1990, bem como o desenvolvimento do edifício dos executivos escoceses e o centro comercial Ocean Terminal. Em 2001, as zonas Western Harbour e Granton Harbour surgiram como locais de desenvolvimento significativo e chegou-se a um consenso relativamente ao esboço do planeamento em 2002 e 2003, respetivamente, 5.3 Até 2007 foram investidos mais de 100 milhões de libras neste processo de regeneração, reforçando o compromisso de longo prazo do proprietário do porto para a frente mar da cidade. Este projeto tem sido crucial no planeamento urbano e na transmissão de uma visão clara de desenvolvimento de toda a marginal de Leith. Actualmente pode-se já ver uma grande variedade arquitetónica. A marginal está mais humanizada e varias empresas e instituições têm neste local as suas • O plano em vigor foi alvo de reflexão e foi realizado respeitando a opinião e necessidades dos intervenientes, assim como dos habitantes de Leith. 4 PRINCIPAIS DESAFIOS Não se pode determinar em concreto porque as intervenções ainda estão a ser feitas e só num balanço final se podem identificar os desafios que surgiram ao longo do processo. Atualmente o que detetámos foram: • Recessão económica • Atraso na concretização de algumas intervenções RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS RESULTADOS 5 • Alguns problemas de entendimento ao nível do financiamento • Derrapagens orçamentais e gastos excessivos • Impacto ambiental que as intervenções possam vir a ter 5.1 • Conflitos de usos diferentes • Libertação das áreas de intervenção de usos portuários • Mudança do conceito por parte do promotor 437 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional O projeto inicial foi originalmente planeado para ligar o aeroporto a Leith e à frente ribeirinha em Newhaven e deveria ser inaugurado em 2011 e o seu custo seria de 545 milhões de libras. Este projeto quer transformar o transporte publico em Edimburgo, permitindo aos residentes uma alternativa realista em vez da utilização do automóvel, minimizando o congestionamento e a poluição. Os atrasos e a derrapagem orçamental adiaram indefinidamente a execução da zona leste do percurso. Benchmarking Internacional Devido à crise económica que deu origem a uma recessão, o promotor do Porto de Leith decidiu adiar a construção de vários projetos. O Porto de Leith decidiu investir nas novas energias ao invés de regenerar a área. Outros aspetos responsáveis pela inibição de uma melhor performance foram: • Lentidão do processo, o que exige uma elevada dose de resiliência para a sua implementação. • Incerteza do processo, porque muitas vezes se fica na dependência de fatores externos, relacionados com as exigências dos proprietários e da rentabilidade exigida pelos investidores. • Exigência de capacidade financeira de fundos públicos capazes de aceitar que o retorno não se traduz em resultados financeiros diretos mas em efeitos indiretos relacionados com o incremento da atividade económica da cidade. • Má gestão da promotora do Porto de Leith. Benchmarking Internacional • Mudança de paradigma devido à recessão financeira tendo como consequência o adiamento de alguns projetos para a área. Fazer acontecer a regeneração urbana 438 • Cooperação entre o município e os proprietários privados criando uma corporação para o desenvolvimento urbano da marginal, diminuindo constrangimentos. • Projeto alicerçado em princípios de sustentabilidade • Promover atividades e usos que consigam gerar riqueza, desenvolvimento e postos de trabalho. • Projeto que potenciou os recursos naturais e existentes ANÁLISE CRÍTICA E BECHMARKS PARA REPLICAR 6 19 GLASGOW 1 2 3 • Atenção às condições de acessibilidade e inserção de elementos naturais 4 • Qualidade de vida das pessoas como principal objetivo 5 • Pensar num sistema de transportes públicos capaz de interligar as várias áreas e que reduza o uso do automóvel • Usar a arquitetura como aliado para atrair turistas, alavancar o orgulho dos residentes na sua cidade e dar uma imagem atual e de modernidade. • Reconhecimento da necessidade de uma transformação na imagem da cidade para a tornar competitiva economicamente. • Tentar encontrar novos tipos de economias para substituir os empregos anteriores • Fazer habitação acessível e flexível através de um sector de arrendamento social sem fins lucrativos (agora em grande parte privatizada) • Envolvimento do investimento público no processo e na resolução dos problemas sociais. Sem esta intervenção o programa não teria possibilidade de sucesso. • Marketing de proximidade e disponibilidade constante. O contacto direto com as populações e o modelo de comunicação seguido junto de associações profissionais e empresariais, criação de workshops, contribuiu para a ausência de contestação por parte da população 6 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração da Marginal de Glasgow Diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar 1 1.1 CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO EVOLUÇÃO DE GLASGOW AO LONGO DOS TEMPOS A Escócia é uma das nações do Reino Unido. É limitada a Sul pela Inglaterra, é banhada pelo Mar do Norte a Leste, pelo Oceano Atlântico a Norte e a Oeste e pelo Canal do Norte e pelo Mar da Irlanda a Sudoeste. O território escocês inclui mais de 790 ilhas. O mar territorial adjacente, Atlântico Norte e no Mar do Norte, contêm as maiores reservas de petróleo da União Europeia. O Reino da Escócia foi um estado independente até 1 de Maio de 1707, quando os Atos de União formalizaram uma união politica com o Reino da Inglaterra, de modo a criar o Reio Unido da Grã-Bretanha. A Escócia não tem Estado e jurisdição separados para fins de direito internacional. O direito e o sistema de ensino escoceses, bem como a Igreja da Escócia, têm permitido a continuação da cultura e da identidade nacional escocesas desde então. • Área total: 478 782 km2; • População (em 2011): 5,2 milhões de habitantes. Identificámos como pontos favoráveis de Glasgow: • Cidade comercial • Paisagem natural • Atrações culturais, naturais e históricas • Forte ligação com o mar Benchmarking Internacional • Preservação da natureza ILUSTRAÇÃO 490. LOCALIZAÇÃO DA ESCÓCIA ILUSTRAÇÃO 491. BANDEIRA DA ESCÓCIA 1.2 SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CATALISADORES DOS PROCESSOS DE REGENERAÇÃO URBANA DE GLASGOW Glasgow é a maior cidade da Escócia, e a terceira mais populosa do Reino Unido, depois da capital Londres e de Birmingham. A cidade situa-se nas margens do rio Clyde, nas Lowlands centro-ocidentais. Desde o século XVIII a cidade tornou-se um dos principais centros de comércio transatlântico com a América. Com a Revolução Industrial, a cidade e a região que a cerca cresceram acabando por torna-la um dos principais centros de engenharia e construção naval, onde foram construídas diversas embarcações famosas e revolucionárias. Glasgow foi conhecida como a “ Segunda cidade do Império Britânico”, na era vitoriana. Hoje em dia faz parte dos dezasseis principais centros financeiros da Europa, e nela localizam-se muitas das principais empresas escocesas. No final do século XIX e início do XX, a população de Glasgow ultrapassou a marca de um milhão, e passou a ser a quarta maior cidade da Europa, após Londres, Paris e Berlim. Na década de 1960 diversos projetos que reassentaram parte da população em cidades novas e subúrbios periféricos, juntamente com mudanças nas fronteiras locais, reduziram a população atual da Área de Autoridade Unitária da Cidade de Glasgow para 580 690 habitantes, 1 750 500 pessoas vivem na área urbana da Grande Glasgow. Glasgow foi um centro mercantil de grande importância a partir do século XVI. Depois do Tratado de União de 1707, mercadores escoceses organizaram expedições comerciais marítimas às zonas colonizadas pelos ingleses. Em breve Glasgow tornar-se-ia um centro da importação de tabaco das Fazer acontecer a regeneração urbana 441 colónias americanas, acostando em Chesapeake Bay. Em 1741 Glasgow tinha um volume de negócios de 7 milhões de libras por ano em tabaco. Em 1752 eram já 21 milhões. Em 1771 o comércio atingiu um extraordinário montante de 41 milhões de libras, perfazendo mais de um terço das importações escocesas e dois terços das exportações. Esta foi a “ cidade de ouro” de Glasgow. Quase metade do comércio americano de tabaco estava na mão de escoceses. Este projeto, alem de abrigar a Villa, irá acomodar os serviços auxiliares necessários para a produção de uma comunidade autosuficiente. Para tal, está previsto um hotel, salas de conferência, zonas de media, estabelecimentos comerciais e locais de entretenimento. A peça central dos jogos será um estádio novo com duas arenas sob o mesmo teto. Entre 1740 e 1770 foram fundados 6 novos bancos em Glasgow para financiar este comércio. Os empresários de Glasgow têm modestas exigências quanto à redistribuição dos lucros (5%), o restante era reinvestido no negócio. O resultado foi que o comércio do tabaco de Glasgow tornou-se uma das industrias mais fortemente capitalizadas do Reino Unido e do mundo no século XVII. Fazer acontecer a regeneração urbana 442 • Localização: Dalmarnock • Data de início: 2009 (Arena) • Data de conclusão: 2010 – 2014 COMMONWEALTH GAMES 2014 2 2.1 ILUSTRAÇÃO 494. PLANO PARA A VILA DOS GLASGOW COMMONWEALTH GAMES Este projeto contempla a implementação da Glasgow Commonwealth Games Altetics Village, que consiste no exemplar desenvolvimento ecológico de 1 000 habitações para 7 000 atletas em cerca de 40 hectares de paisagem verdejante. Este parque habitacional será composto por uma mistura de apartamentos, moradias e casas geminadas que serão comercializadas após a realização dos jogos. 443 ILUSTRAÇÃO 495. PLANO PARA A VILA DOS GLASGOW COMMONWEALTH GAMES ILUSTRAÇÃO 492. PLANO PARA A VILA DOS GLASGOW COMMONWEALTH GAMES ILUSTRAÇÃO 493. PLANO PARA A VILA DOS GLASGOW COMMONWEALTH GAMES Benchmarking Internacional • Custo: 250 milhões de libras (total), 70 milhões na Arena PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DA MARGINAL DE GLASGOW Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional As fortunas mercantis acumuladas pelo comércio de tabaco do século XVII foram investidas na indústria do século XIX. Mesmo quando o comércio de tabaco abrandou, a cidade de Glasgow manteve-se um importante centro económico. ILUSTRAÇÃO 496. PLANO PARA A VILA DOS GLASGOW COMMONWEALTH GAMES Este conceito prevê uma densidade baixa, em sintonia com a área existente, criando zonas de comodidade, zonas verdes. A aldeia estará dividida em 6-8 vales temáticos indicados por sinalização e cor para a ajudar a orientar os veículos que transportarão os atletas. Benchmarking Internacional Prevê-se que até 2029 sejam investidos cerca de 1.6 biliões de libras em 10 000 habitações e 400 000 m2 de espaços comerciais em Clyde Gateway. ILUSTRAÇÃO 499. PLANO PARA A VILA DOS GLASGOW COMMONWEALTH GAMES Fazer acontecer a regeneração urbana 445 Fazer acontecer a regeneração urbana 444 Benchmarking Internacional A demolição de quatro torres de 24 andares na Millerfield Place e na Allen Street dará uma nova identidade à área de Dalmarmock que atualmente se assemelha a uma cidade fantasma. ILUSTRAÇÃO 500. PLANO PARA A VILA DOS GLASGOW COMMONWEALTH GAMES ILUSTRAÇÃO 497. PROJETOS PARA OS ESPAÇOS COMERCIAIS EM CLYDE GATEWAY Para a criação de um ambiente urbano real é fundamental a reabilitação do edificado. É necessário que seja dada prioridade à reabilitação dos edifícios pré-guerra que constituem a essência de Glasgow. Estes edifícios foram reabilitados nos anos 80 e 90, embora tenham sido abandonados posteriormente. A realização destes jogos trará um futuro sustentável para a área. 2.2 COLLEGELANDS • Custo: 150 milhões de libras • Área: 13 hectares • Localização: Antiga College goods yards, cercada pela Rua High, Duke e Hunter • Data de início: 2007 • Data de conclusão: 2017 A primeira fase deste projeto vai incorporar a criação de um bloco de escritórios de 102 000 m2, um estacionamento com vários andares para 1 000 automóveis, um hotel com 190 camas e uma unidade de alojamento estudantil com 250 camas. ILUSTRAÇÃO 498. EDIFICADOS DA PRÉ-GUERRA As fases futuras irão adicionar 500 000 m2 de espaço de escritórios e 400 habitações. Está previsto a criação de um hotel na High Street. Para criar um ambiente urbano atrativo, prevê-se a criação de um corredor verde pedestre que incluirá fontes e zonas ajardinadas paralelas à linha ferroviária Drumgelloch. Um dos focos do plano é a extensão da ferrovia ligando New Street Station diretamente com High Street. Este plano pretende criar uma oportunidade, para os novos talentos de design, de requalificar um brownfield que antigamente era uma fábrica de processamento de carne. Quando considerada conjuntamente com a proposta de Collegelands, que é adjacente a esta zona, criar-se-á uma área urbana contínua de Dennistoun para Mechant City, que é um distrito de Glasgow, Bellgrove contará com uma mistura de apartamentos e moradias com coberturas com painéis solares. Todos os jardins interiores serão concebidos tendo em conta o elemento água. Benchmarking Internacional 447 ILUSTRAÇÃO 502. PLANO PARA BELLGROVE ILUSTRAÇÃO 501. EDIFICADOS DA PRÉ-GUERRA 2.4 PLANO DE GALLOWGATE • Total de habitações: 111 (1º fase) A filosofia de design segue três tipos arquitetonicos que vai do teatro clássico, ao cómico (jardins), ao trágico (New Station St) e ao rustico (configuração de Ladywell). Em termos práticos, isto resulta numa estação (New Street) com um caminho formal, sóbrio de cores e “arquitetura reservada”. O painel de cores encaixado com os jardins elevados e com os jatos de água proporciona uma alegria necessário a um jardim de bairro, enquanto a configuração de Ladywell serve como reflexão atemporal da natureza. • Localização: Gallowgate, Spoutmouth, Molendinar St ( 1º fase); Gallowgate, Moir St., London Rd ( 2º fase) 1º Fase: Criação de dois blocos separados mas ligados através de uma plataforma em torno de um pátio triangular central. O edifício mais alto terá 9 andares e estará junto à linha do comboio. O bloco que terá 7 andares envolverá a Rua Gallowgate. Cada bloco termina com formas curvas com direção SW e cujos pontos de entrada estarão virados a NE criando uma forte presença urbana, embora tenham uma fachada curta. O plano contempla o património local, trabalhando com arruamentos do seculo XVIII, mantendo a parede do antigo Good Yard, cujo significado histórico é reconhecido devido às suas obras de arte. A construção do alojamento estudantil de Blackfriars diminuiu a potencial expansão axial de Igram Street e não é contabilizada nos atuais planos, embora não seja de excluir a longo prazo. Os arcos ferroviários deverão ser remodelados com vidro e aço. 2º Fase: A segunda fase salienta a importância de criação de melhores ligações, devido ao atravessamento da linha de comboio existente na zona. O esforço consciente para dar continuidade à herança do local, criou uma sensação um pouco retro, enquanto o uso do tijolo que é incomum em Glasgow criou uma identidade distinta. • Custo: 200 milhões de libras • Total de habitações: 585 • Localização: Rua Bellgrove e Rua Duke • Data de início: 2009 • Data de conclusão: 2012 Prevê-se a criação de um novo centro cívico na Praça da estação que será o coração do empreendimento. PLANO DE BELLGROVE 2.3 2.5 GREATER GOVAN • Custo: 70 milhões de libras • Total de habitações: 110 ( Golspie St.), 24 ( Avoukir St.) • Localização: Govan Rd, Trafalgar e Golspie St. • Data de início: 2009 Fazer acontecer a regeneração urbana 446 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Uma grande praça pública irá integrar a estação de Bellgrove. • Data de conclusão: 2011 Govan está a começar a remodelar-se. Prevê-se a criação de uma grande avenida na Rua Govan. Está previsto a criação de um novo empreendimento na Rua Golspie para habitação, com 110 novos apartamentos para alugar e arrendar. Este empreendimento é dividido em blocos únicos formando uma escada de vidro com blocos adjacentes que ligarão visualmente a rua ao pátio. Fazer acontecer a regeneração urbana 448 Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 503. PLANO DE GREATER GOVAN A estrutura rodoviária apresenta uma malha bem estruturada. Devido à política de habitação não apresenta concentrações de pobreza e problemas sociais. Não obstante, a relação de Govan com Clyde, será restaurada, criando uma envolvência com o rio. Prevê-se a criação de edifícios de habitação junto a Water Row, que será acessível por redes pedonais e uma avenida que ligará a nova praça com Clyde. A renovação da Govan Interchange é uma tentativa ousada de capitalizar a localização estratégica, bem como de melhorar a conectividade e restabelecer uma paisagem urbana subjacente aos princípios urbanos. Devido à falta de polinização entre as margens opostas, bem como as diferenças de cotas altimétricas, torna-se difícil a criação de uma rede de transportes, induzindo à produção de soluções inovadoras. 449 ILUSTRAÇÃO 505. TORRES FARFIELD Este estudo cria um arco-íris dramático, através de vidros, que envolvem as casas de arrendamento misto e espaços comerciais. Os serviços são priorizados tendo em conta um estacionamento subterrâneo com uma plataforma elevatória e jardins panorâmicos que proporcionam uma vista plena do rio. A Câmara Municipal de Glasgow fez um pedido para demolir a Napier House, depois de uma decisão anterior para demolir a escola primária Elder Park, um edifício imponente projetado por Bruce e Hay, em 1899. Este edifício situa-se na zona nascente à zona de intervenção. Trata-se de um edifício que não é considerado património e prevê-se a sua demolição para criação do novo Centro Nacional de Epilepsia. ILUSTRAÇÃO 504. PLANO DE GREATER GOVAN ILUSTRAÇÃO 506. PLANO PARA COLLEGELANDS Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional O edifício de escritórios da época da pré-guerra, Fairfield, deverá ser restaurado criando 60 apartamentos. A sua implementação será feita tendo em conta as torres do edifício Farfield bem como os cantos tradicionais dos prédios circundantes. Será permitido o acesso ao público nas zonas com elemento patrimoniais, tais como os interiores ornamentados com painéis de madeira. Está prevista a construção de cinco unidades de negócio, bem como uma cafetaria, em torno de uma quinta restaurada dentro de Elder Park. Este empreendimento, sem fins lucrativos está garantido através do financiamento do Big Lottery Fund. Os moradores e a Escola Escocesa de Fitoterapia aprovaram o empreendimento. No entanto, apesar de reunir o apoio de 88% dos residentes, uma entrevista porta a porta demonstrou que o investimento de 4 milhões de libras deveria abranger o parque e não apenas a quinta e pensam que o desenvolvimento comercial do parque foi inadequado. Dois blocos de edifícios em Aboukir Rua apresentam 24 apartamentos, incluindo 12 apartamentos de habitação social. A Do Architects também produziu um conjunto de propostas para a antiga subestação, que originalmente servia de estaleiro de Govan. Estas propostas prevêm a transformação da subestação num centro comunitário. A LHA e o LUV estão a trabalhar em conjunto para criar estúdios para artistas, galerias, pequenos escritórios, um centro de reciclagem de alumínio e um centro social que criarão um número significativo de postos de trabalho. Fazer acontecer a regeneração urbana 450 2.6 ILUSTRAÇÃO 508. NAPIER HOUSE A Elderpark Housing Association apresentou propostas no valor de 11.5 milhões de libras para criação de habitação e escritórios na antiga escola St. Antony. O plano contempla a criação de vários blocos executados com os mesmos materiais, bem como fachadas, mantendo a identidade do local. FORTH & CLYDE CANAL • Custo: 100 milhões de libras (Speirs) e 100 milhões de libras (Maryhill) • Total de habitações: 250(Speirs.), 800 (Maryhill) • Área: 1 000 hectares • Data de início: 2009 • Data de conclusão: 2020 Speirs Locks é a peça central do Port Dundas Canal Link que ligará Forth & Clyde Canal a Bacia de Port Dundas através de uma cascata iluminada com uma altura superior a 30 metros e de granito que mostrará o desenvolvimento aos viajantes da M8. ILUSTRAÇÃO 509. PROJETO PARA A ANTIGA ESCOLA ST. ANTONY ILUSTRAÇÃO 511. FORTH & CLYDE CANAL Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 510. BLOCOS NA ABOUKIR STREET 451 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 507. PLANO PARA COLLEGELANDS Os modelos iniciais eram compostos por uma liga de cobre e latão, concebido para evitar a oxidação em contacto com a atmosfera. Esta proposta apresentava cores monótonas (terracota, zinco) e uma parede branca ao lado do canal, o que não satisfazia as aspirações da comunidade. Será criado um edifício periscópio, a partir da Opera Escocesa, que terá um café e um centro de visitantes que irá ligar a um palco flutuante para espetáculos e eventos. Os edifícios serão recuperados, criando uma nova área cultural, compreendendo a Opera Escocesa, o Teatro Nacional e a Academia de Musica, Teatro e Artes de Glasgow. ILUSTRAÇÃO 512. PROPOSTAS PARA FORTH & CLYDE CANAL O uso misto, que incluiu a criação de hotéis, apartamentos, estúdios, empresas e o novo parque Phoenix irá reconetar a estrada Great Western com a paisagem existente do Port Dundas e Sighthill. A rua de Garscube será transformada numa avenida. ILUSTRAÇÃO 515. PROPOSTAS PARA O CANAL ILUSTRAÇÃO 513. GARSCUBE STREET Benchmarking Internacional 452 No próprio canal, a ideia é a construção de um deck de madeira que o ligará aos pontões. 453 Fazer acontecer a regeneração urbana As rotas que fazem a ligação com o canal são baseadas em arruamentos existentes, arborizando-os a Norte de forma a maximizar o sol. Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 514. PROPOSTA PARA O PARQUE PHOENIX O Forth & Clyde Canal apresenta muitas oportunidades de reabilitação com muitos esquemas tais como Kelvin Quay de Park Circus Homes & Cooper Cromar, BELLWAY Homes com 176 habitações e Mondriaan com 142 apartamentos da Holmesand MCM. ILUSTRAÇÃO 516. PROPOSTAS PARA O CANAL O plano tem uma orientação Norte-sul e trabalha com a forte inclinação da topografia do local. Prevê-se a criação de uma cascata ao longo da encosta do local que deverá ser pontuada com elementos mais altos que ligará o canal à cidade. Os terraços deverão ser executados ao longo dos contornos e não contra, maximizando a luz solar a partir do sul, atenuando o seu efeito através de medidas ambientais passivas para minimizar a utilização do ar condicionado. 2.7 RECONSTRUÇÃO DO CLYDE BANK • Custo: 250 milhões de libras • Total de habitações: 1 200 • Localização: ClydeBank • Data de início: 2003 Prevê-se a implementação de terraços verdes e terraços para utilização dos moradores. • Data de conclusão: 2020 Uma das justificações para o estabelecimento de elementos e edifícios mais altos foi o Relatório Cullen, que apontava para bastiões em altura ao redor da Autoestrada M8. O Edifício Titan, do qual se prevê a sua reabilitação será o novo icon da cidade. A iluminação é uma das partes centrais da reabilitação. A cabine do motor e a cobertura serão banhadas com uma luz branca e com uma luz vermelha que emana do seu interior. ILUSTRAÇÃO 517. PLANO PARA FORTH & CLYDE CANAL A chave para a implementação da primeira fase é conseguir assegurar a conexão da passagem subterrânea da M8, criando um percurso pedonal confortável. Existem 16 atravessamentos em torno da M8 e nenhum deles é particularmente impressionante. Enquanto isso, está prevista uma mistura de apartamentos de ocupação social e privada, nos terrenos adjacentes ao Locks Maryhill, sendo a primeira fase financiada pela Maryhill Housing Association. ILUSTRAÇÃO 519. EDIFÍCIO TITAN O plano para as unidades industriais apresenta um financiamento elevado graças aos subsídios públicos do ClydeBank. As fachadas serão feitas de acordo com o estilo conhecido como Castel Stich que evoca as imagens da fábrica de máquinas de costura, que agora se encontra encerrada, que estarão cobertos por caixas de luz em policarbonato. Benchmarking Internacional 455 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Fazer acontecer a regeneração urbana 454 ILUSTRAÇÃO 518. PROPOSTA DE APARTAMENTO PARA LOCKS MARYHILL • Custo: 56 milhões de libras • Localização: Kirkintilloch Iniciativa de Kirkintilloch 2.8 • Data de início: 2007 • Data de conclusão: 2015 A iniciativa Kirkintilloch é uma organização que pretende implementar uma série de projetos em toda a cidade. Esta organização tem como objetivo a melhoria da amenidade. Para tal, pretende-se construir um Centro Cultural e de Artes, que será parcialmente financiado pelo Conselho de Artes da Escócia e que será definido como um ponto central. Este centro contemplará um teatro, um estúdio, um bar e um restaurante. Este projeto trará mais atratividade à Marina Southbank, que está a ser transformada num centro de negócios e lazer. Para facilitar o sucesso destes dois empreendimentos, será necessário dar mais conectividade ao local. Para tal, prevê-se a criação de um arruamento que ligará a cidade à Autoestrada. Também serão criados percursos pedonais e clicáveis. ILUSTRAÇÃO 521. PLANO PARA BARHEAD 457 ILUSTRAÇÃO 522. PORTO DE GLASGOW Este ambicioso projeto de renovação urbana, que começou em 2003, está agora bem encaminhado. A transformação está a ganhar força e há agora sinais claros de transformação física e económica que pode colocar o Rio Clyde de volta ao coração da Escócia. De Glasgow Green para Dumbarton, ao longo do rio, estão a ser planeados um grande número e variedade de excitantes desenvolvimentos. Alguns destes projetos estão concluídos. A renovação urbana está a ocorrer no coração de ambas as margens do rio. O desenvolvimento do porto de Glasgow envolve um investimento substancial em infraestruturas, criação de centenas de habitações à beira mar, oportunidades comerciais e de lazer, bem como uma zona comercial. ILUSTRAÇÃO 520. INICIATIVA KIRKINTILLOCH • Custo: 100 milhões de libras Plano de Barhead 2.9 • Localização: Rua Principal de Barhead • Data de conclusão: 2020 Este projeto prevê a criação de um novo centro de saúde, edifícios residenciais e escritórios, um supermercado, uma faculdade de educação, bem como uma nova praça cívica. ILUSTRAÇÃO 523. PLANO PARA O PORTO DE GLASGOW ILUSTRAÇÃO 524. PLANO PARA O PORTO DE GLASGOW Fazer acontecer a regeneração urbana 456 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional PORTO DE GLASGOW Benchmarking Internacional 2.10 Um dos projetos emblemáticos da frente rio é a regeneração de Clyde. Esta regeneração de um brownfield trouxe um crescente benefício económico, turístico e social tanto para Glasgow como para toda a Escócia. O desenvolvimento residencial está a ser criado em fases. A primeira fase do porto de Glasgow foi concluída em 2007. A segunda fase está atualmente em construção e estão contempladas mais fases. Também estão a ser desenvolvidas instalações comerciais e de lazer. Em Outubro de 2009 foi concedido pela Câmara Municipal de Glasgow o estudo preliminar para este distrito. Foram realizadas grandes obras de infraestruturas ao longo da autoestrada. Foram gastos 25 000 000 libras em melhorias dos arruamentos locais. Além de instalações residenciais e comerciais, o porto de Glasgow possui cerca de 50 hectares de espaço público aberto e cerca de três quilómetros de passadiços à beira-mar. Benchmarking Internacional A primeira fase residencial está completa. As duas primeiras etapas da segunda fase residencial foram concluídas em 2009 e a fase final está em espera. Este projeto tem um custo de 1 200 000 000 libras e está previsto terminar em 2015. 459 Fazer acontecer a regeneração urbana 458 ILUSTRAÇÃO 527. PRIMEIRA FASE DO PLANO DO PORTO DE GLASGOW ILUSTRAÇÃO 528. PRIMEIRA FASE DO PLANO DO PORTO DE GLASGOW ILUSTRAÇÃO 529. PRIMEIRA FASE DO PLANO DO PORTO DE GLASGOW Esta fase é localizada em Greater Govan e Glasgow Harbour. Este premiado bairro residencial tem casas construídas por Bryant Homes, CALA City e Park Lane. No total foram construídas 650 habitações. Todas têm uma vista de beira-rio ou vista para o parque. Para além desta localização junto ao rio e ao parque, estas propriedades apresentam especificações de alta qualidade, têm estacionamento enterrado, áreas ajardinadas para residentes e porteiros. ILUSTRAÇÃO 525. PRIMEIRA FASE DO PLANO DO PORTO DE GLASGOW ILUSTRAÇÃO 526. PRIMEIRA FASE DO PLANO DO PORTO DE GLASGOW ILUSTRAÇÃO 530. SEGUNDA FASE DO PLANO DO PORTO DE GLASGOW ILUSTRAÇÃO 531. SEGUNDA FASE DO PLANO DO PORTO DE GLASGOW Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional O novo museu da cidade, Riverside, que foi inaugurado em Junho de 2011, está localizado dentro do porto e está situado num terreno doado à cidade pelo investidor. de Regeneração de 2006) e do Plano de Crescimento Metropolitano e da Iniciativa Waterfront Clyde. O projeto concedeu a permissão de um planeamento com usos misto de lazer e de comércio. Glasgow é reconhecido como destino turístico de terceiro escalão do Reino Unido. As pesquisas indicam que a variedade de lojas no centro da cidade contribui significativamente para a atratividade da cidade aos visitantes de toda a Escócia, Reino Unido e do exterior. A atratividade do centro da cidade foi reforçada por um programa de melhoria do espaço público. A expansão dos usos de lazer, entretenimento e comida e bebida em toda a cidade aumentou a sua presença em áreas que são, em grande parte residenciais. É importante que seja encontrado um equilíbrio entre as necessidades comerciais para encerramento tardio, a proteção do meio ambiente, a amenidade das áreas adjacentes e qualidade de vida dos residentes, habitando em áreas de uso misto. Fazer acontecer a regeneração urbana 460 Prevê-se a construção de 819 apartamento, sendo que 95% destes terão vista para o rio Clyde. Está previsto estacionamento enterrado e uma zona comercial no piso térreo. a etapa 1 (282 unidades) e 2 (205 unidades) já estão concluídas e a etapa 3 ainda não iniciou a obra. O Centro da cidade, Mid Clyde Waterfront and Forth e Clyde Canal são identificados como Áreas de Desenvolvimento do Turismo. O comércio local continua a ser uma característica importante da vida de bairro, apoiando a renovação social e promoção da acessibilidade pedonal e cilável. As ligações de transporte também serão uma característica fundamental do Porto de Glasgow. Será criado um sistema de trem que irá ser chamado de Clyde Fastlink, que ligará a área ao centro da cidade, com possível conexão com o metropolitano. O layout aprovado do Plano Diretor Municipal tem como base as directrizes do desenho urbano do Guia de Ação do Plano | Projeto, mas reforça a relação entre a habitação e o Parque Richmond através da proposta de arruamentos radiais centrados no parque. As fachadas de construção do parque, o arruamento principal e a nova praça Oatlands terão quatro andares, com edifícios mais altos colocados em pontos focais com vista para o rio Clyde. As ruas laterais terão casas geminadas com dois ou três andares e terão jardins próprios. ILUSTRAÇÃO 533. PORTA DE ENTRADA DO PORTO DE GLASGOW Para desenvolver um impressionante portão de entrada para pedestres foi criada a ponte de Woodhouse, que consiste num sistema balaustrado fluido com o inovador sistema de iluminação embutida LED para criar um efeito de iluminação fantástico e com um custo de funcionamento bastante baixo. O porto de Glasgow é um dos maiores e mais prestigiados projetos de regeneração urbano, do Reino Unido. O projeto de 1.2 biliões de libras irá criar um novo bairro na cidade junto à beira-rio, proporcionando grandes benefícios para a economia local e para os habitantes de Glasgow. Espalhando o esquema de Docklands, em Londres, estas antigas docas, o cais e os estaleiros em Glasgow estão a ser reconvertidos em apartamentos residenciais, centros de negócios e zonas de lazer. O desenvolvimento do Porto de Glasgow constitui uma parte importante de uma das principais áreas prioritárias de regeneração nacional do governo escocês - o Clyde Waterfront (pessoas e local – Declaração das Politicas Estima-se que a regeneração urbana irá criar mais de 10 mil novos postos de trabalho, trazendo um enorme impulso para uma área com desemprego acima da média. A academia de treino estabelecerá parcerias com entidades comunitárias e instituições de ensino local, fornecendo formação profissional para ajudar na procura de emprego a tempo inteiro em empresas locais. A empresa promotora do Porto de Glasgow é a Glasgow Harbour Ltd, uma subsidiária integral da Clydeport Ltd, do transporte Peel e de um grupo de proprietários. Apesar de ser uma empresa privada trabalha em estreita parceria com a Câmara Municipal de Glasgow e com a Scottish Enterprise. O porto de Glasgow será um dos principais contribuintes para o crescimento da economia da Escócia. Foi concedido ao Porto de Glasgow, em 2001, a autorização de realizar um plano para a zona com um esquema de desenvolvimento de usos mistos. Peel Holdings reavaliou a extensão e a mistura de usos para a zona e propôs um esquema dinâmico que tornará Glasgow num destino turístico nacional junto ao mar. Benchmarking Internacional A segunda fase deste plano engloba um empreendimento residencial que está a ser construído em três etapas e que é composto por cinco torres que têm no mínimo 16 andares e no máximo 22 andares. Este empreendimento também terá um bloco linear de oito andares virado para Norte. A Camara Municipal procura, através de suas políticas de desenvolvimento, garantir que o centro da cidade continue atraente e vibrante, tanto para os moradores como para os visitantes. 461 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 532. SEGUNDA FASE DO PLANO DO PORTO DE GLASGOW Mais de 30 hectares dos originais 52 hectares do plano foram redesenhados de modo a proporcionar uma zona de férias, lazer, destino comercial e residencial. • Uma sensação de boas-vindas (pontos de entrada distintos); A confluência do rio Clyde e do rio Kelvin irá atuar como um ponto focal de todo o esquema e este cenário terá um projeto arquitetónico e obras de domínio público da mais alta qualidade. • Bom uso dos recursos (ênfase em materiais de construção tradicionais, incluindo portas de madeira, reutilização de materiais de demolição no local, etc.); • Adaptabilidade (o plano já foi adaptado para tirar proveito de oportunidades de desenvolvimento adicionais); A revisão do plano trará enormes benefícios para a cidade, atraindo mais de dois milhões de visitantes extras por ano para o novo distrito e áreas circunvizinhas. • Aparência atraente e caráter: A comunidade local está interessada em tornar Oatlands um exemplo nacional em termos de desenhos urbano. A alteração da lei do jogo criará a possibilidade de redefinir o papel do Porto de Glasgow e melhor o seu papel na economia escocesa, oferecendo mais benefícios de regeneração, quer fisicamente, socialmente e economicamente. 2.12 O desenvolvimento de mais de 79.500 m² incluem: • Um local central de entretenimento, um pub e um restaurante desportivo; As obras da primeira fase, que vai entregar mais de 200 habitações a preços acessíveis para aluguer, começou no final de Maio de 2012. • Um hotel de 5 estrelas com 200 camas com vista sobre o rio Clyde; • 27.400 m² de espaço de comércio; Os planos atuais foram objeto de uma ampla consulta pública, sem quaisquer objeções. • Uma torre residencial de 30 andares junto ao cais; • Uma nova avenida e novas ligações pedonais para Partick. A segunda fase inclui o fornecimento de mais 600 habitações e inclui potencial para comercio, alojamento em hotel e equipamentos comunitários, bem como espaços verdes em todas as áreas que ligam Laurieston ao centro da cidade. • Área de lazer para as famílias, incluindo o “mundo infantil”, um centro de educação e aprendizagem, um complexo com 10 salas de cinemas e um centro de entretenimento familiar; • Espaços abertos públicos, incluindo acesso sem precedentes à margem do rio pela primeira vez em mais de 100 anos. BAIRRO DE OATLAND 2.11 A iniciativa de regeneração de Laurieston iniciou-se nos anos 90, quando a primeira das três propostas de regeneração foi apresentada pela New Gorbals Housing Association. O consórcio que foi nomeado para o progresso do projeto, Urban Union tem trabalhado em estreita colaboração com a New Gorbals Housing Association (NGHA) Laurieston é uma das três áreas de regeneração que foram identificadas em Glasgow como prioridades para a regeneração completa. As outras duas são Maryhill e Gallowgate. O Urban Union tem um escritório no local para ajudar a fornecer conselhos e informações sobre o desenvolvimento, à população local, bem como oportunidades de emprego e de formação. ILUSTRAÇÃO 534. PLANO PARA OATLAND O objetivo geral do plano de regeneração para o bairro Oatlands irá refletir totalmente as qualidades de um bom desenho, tais como: • Uma identidade local distinta; • Espaços seguros e agradáveis (Oatlands Square, ruas arborizadas e a estreita relação com Richmond Park e o rio Clyde); • Facilidade de movimento (esquema convencional de ruas ligados, ciclovias, desvio do trafego pesado para fora do bairro); ILUSTRAÇÃO 535. PLANO PARA LAURIESTON 463 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional • Uma praça de alimentação e café; Benchmarking Internacional A proposta inclui um hotel, lojas, equipamentos comunitários e espaços verdes. • Três restaurantes de assinatura de qualidade internacional; Fazer acontecer a regeneração urbana A Câmara Municipal aprovou o plano para novas casas, comércio e equipamentos comunitários em Laurieston. A próxima etapa da regeneração, no valor de 90.000.000 de libras será realizada pela União Urbana, à qual foi concedida a autorização de planeamento para construir até 800 novas habitações. • Um casino de classe mundial que oferece uma combinação de atividades desportivas, jogos, entretenimento; 462 LAURIESTON A regeneração do corredor canal de Glasgow atingiu um marco importante com a publicação de um plano proposto para a área em volta de Maryhill. CANAL DE GLASGOW • Uma área de grande qualidade ambiental, com espaços abertos, lojas, cafés, e os usos da comunidade; 2.13 O esquema inclui planos para criação de 800 habitações novas, estabelecimentos comerciais, espaços de trabalho, equipamentos comunitários e, possivelmente, um novo centro de saúde. O plano de Spiers Locks pretende mudar gradualmente a área, passando de uma área predominantemente comercial e industrial num bairro boémio com cultura e arte no seu coração, num centro de indústrias criativos, num lugar com mistura de usos. O elemento residencial será uma mistura de moradias e apartamentos, principalmente geminadas em blocos, até cinco andares. Prevê-se a criação de: As propostas de Locks Maryhill são um elemento de um projeto de 20 anos para revitalizar cerca de 1.000 hectares da filial da Forth & Clyde Canal. • Um centro de desportos aquáticos que irá fornecer uma base durante todo o ano para o desenvolvimento da canoagem e caiaque. O local é visto como fundamental para a regeneração mais ampla dos Speirs Locks e à sua ligação ao canal Maryhill; • Um curso artificial de águas bravas junto ao canal Maryhill; 3 • Custo: 500 milhões de libras (70 milhões de libras no centro comunitário) • Total de habitações: 2 100 Renfrew Riverside: • Área: 185 hectares • Localização: Renfrew ILUSTRAÇÃO 536. PLANO PARA O CANAL DE GLASGOW • Data de conclusão: 2015 ILUSTRAÇÃO 537. PLANO PARA O CANAL DE GLASGOW 2.14 SHAWFIELD – NACIONAL BUSINESS DISTRICT A primeira fase da Vila Ferry já está concluída. Este projeto é composto por uma mistura de apartamentos, moradias e lojas de retalho. O desenho urbano da segunda e da terceira fase continua a ser desenvolvido. Refrew Riverside é agora dominado pelo centro comercial Braehead e pelo centro comunitário. 465 Fazer acontecer a regeneração urbana Fazer acontecer a regeneração urbana 464 Benchmarking Internacional Benchmarking Internacional 3.1 DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTE ILUSTRAÇÃO 538. PLANO PARA SAHWFIELD ILUSTRAÇÃO 539. PLANO PARA SAHWFIELD A primeira fase deste projeto prevê a criação de uma nova área empresarial. Esta área empresarial poderá criar 15 mil postos de trabalho. Este projeto pretende regenerar uma vasta área de terrenos baldios, junto a Shawfield e criará mais de 350 mil m2 de área de negócios, que será desenvolvida ao longo dos próximos 20/30 anos e terá um custo de 15 milhões de libras. ILUSTRAÇÃO 540. PRIMEIRA FASE DA VILA FERRY Entre os muitos planos ambiciosos para a área está uma nova ponte pedonal sobre o rio Clyde, com ligação a Dalmarnock, que é uma área que também tem numerosos projetos de regeneração, para os Jogos Commonweath de 2014. A área de lazer será criada em torno do estádio Shawfield, que incluirá um hotel com 160 camas, uma sala de conferências, um restaurante e um casino. A sustentabilidade, no seu sentido mais amplo, vai estar no centro desta iniciativa à escala europeia. MARYHILL LOCKS 2.15 O plano de Maryhill Locks pretende entregar: • Bairros na nova orla costeira oferecendo uma gama de habitação para arrendamento e para venda (700 habitações); • Um bairro que apele à sua utilização, sendo necessário criar políticas que permitam a segurança; ILUSTRAÇÃO 541. CENTRO COMERCIAL BRAEHEAD • Custo: 1.2 biliões de libras • Total de habitações: 3 50 Ravenscraig 3.2 • Área: 1 100 hectares • Localização: Wishaw | Motherwell • Data de início: 2006 • Data de conclusão: 2026 A primeira fase do projeto já começou em obra. Esta fase compreende a construção de um conjunto de habitações urbanas em Motherell College e um novo complexo desportivo regional. Este projeto tem como objetivo a sustentabilidade, proporcionando oportunidades de emprego, diversidade de usos, soluções carbono zero, a preservação de habitats e o incentivo do uso dos transportes públicos, bem como a utilização pedonal e cilável. Benchmarking Internacional 467 Fazer acontecer a regeneração urbana 466 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Serão criados regulamentos para os promotores implementarem. ILUSTRAÇÃO 542. PLANO PARA HABITAÇÕES URBANAS EM MOTHERELL COLLEGE ILUSTRAÇÃO 543. PLANO PARA HABITAÇÕES URBANAS EM MOTHERELL COLLEGE Este projeto prevê um alojamento universitário que será composto por um bloco de cinco andares de ensino junto de uma torre residencial cilíndrica. Este projeto tenta evocar as antigas siderurgias de Ravenscraig. O centro de desporto minimiza a dependência de iluminação artificial através de um telhado dentado proporcionando a penetração da luz do dia e bandas metálicas que se erguem para fora do chão quebrando a estrutura. Este projeto prevê o reaproveitamento das águas pluviais bem como a utilização de biomassa como combustível. ILUSTRAÇÃO 545. PLANO PARA A SIDERURGIA DE RAVENSCRAIG 3.3 Oatlands • Custo: 220 milhões de libras • Total de habitações: 1 290 das quais 144 são habitação social • Localização: Rua de Rutherglen • Data de início: 2005 • Data de conclusão: 2014 Além de habitações, estão previstas lojas localizadas no centro do bairro, onde também existiram equipamentos comunitários e uma nova avenida. O desenvolvimento irá empregar o uso consistente da cor (azul escuro) em esquadrias, portas, grades, postes de iluminação e mobiliário urbano complementando uma especificação atualizada para as ruas e calçadas. A primeira fase foi concluída em 2006. Esta fase contemplava a criação de 332 habitações (119 privadas e 213 de habitação social). A segunda fase está em construção. ILUSTRAÇÃO 544. PLANO PARA A SIDERURGIA DE RAVENSCRAIG foi substituída por uma malha de arruamentos formais e as áreas dos quarteirões teve que ser expandido para ser possível incluir grandes espaços verdes residenciais privadas. O quarteirão é constituído por um anel de edifícios que divide a rua pública das zonas privadas. No passado, estes espaços interiores foram utilizados para estacionamento, permitindo que todos pudessem entrar, criando falta de privacidade e segurança para os moradores. Pretende-se criar logradouros privados para utilização dos residentes. Os apartamentos dos pisos térreos terão jardins privados. Em relação à rede viária, prevê-se que seja revista, em termos hierárquicos. As ruas comerciais devem ser avenidas mais largas enquanto os arruamentos residenciais devem ser mais estreitos. O alinhamento existente de Crown Street foi mantido, criando o principal elemento de estruturação da nova forma de desenvolvimento. O principal objetivo do projeto é contribuir para a regeneração da área através do desenvolvimento de uma grande comunidade na Crown Street. A habitação vai ser, portanto, o uso predominante no local, mas, dado o desejo de criar uma comunidade (ao invés de simplesmente ‘esquema’ de novas habitações) foram previstos todos os equipamentos auxiliares associados ao conceito de ‘vila urbana’. Portanto, existe uma mistura de outros usos relacionados incluídas nas propostas para o local. Fazer acontecer a regeneração urbana 468 Quando concluído o empreendimento terá, cerca de 800 habitações novas (75% para venda e 25% para arrendamento), comércio local na forma de uma rua comercial tradicional, um novo centro de negócios, um hotel, um novo parque local, uma residência estudantil e uma nova estação ferroviária. O projeto está agora a meio caminho através do seu programa de desenvolvimento global e alcançou a conclusão de 350 habitações novas, um novo supermercado (1.200 m2), 11 lojas novas, um novo centro de negócios (6.100 m2) e um novo centro de emprego e formação (3500 m2). ILUSTRAÇÃO 546. PLANO PARA OATLANDS ILUSTRAÇÃO 547. PLANO PARA OATLANDS Em 1990, o Projeto Crown Street Regeneração foi criado para preencher um vazio no tecido urbano causado pela demolição de doze blocos localizados no coração da de Gorbals de Glasgow. O principal objetivo do projeto foi o de reconstruir neste local, mas também procurou trazer uma nova vida e confiança aos Gorbals criando um novo uso misto. A fim de estimular ideias para o novo desenvolvimento, foi realizado um importante Concurso de Design Urbano. A equipe vencedora foi contratada para elaborar o plano tendo em conta um excelente desenho urbano e qualidade arquitetonica, tendo sido necessário assegurar a viabilidade em termos de mercado e de financiamento do sector publico. Este plano procura integrar o desenvolvimento com as áreas adjacentes tais como Laurieston e Hutchesontown, ajudando, assim, numa regeneração mais ampla de toda a área de Gorbals. O plano para Crown Street segue a forma urbana de Glasgow, empregando ruas predominantemente retilineas, que incluem vistas para as fachadas das torres e para o parque oval. A principal diferença é que a malha imposta OBRA FEITA 4 Ao longo dos últimos sete anos, tem havido alguns progressos notáveis na Crown Street. Foram construídos alguns novos belos edifícios, a comunidade local acredita nos futuros investidores e existe mais confiança na Gorbals, como um lugar para viver e trabalhar. Muitos investidores privados foram convencidos dos benefícios da adoção de um processo de “renovação urbana cuidado ‘e de uma abordagem mais abrangente. No início do projeto, os investidores declararam que não tinham absolutamente nenhum interesse em construir na Gorbals. Hoje, existe uma competição para serem selecionados para a próxima fase. Isto deve-se à criação de um plano e da maneira como a equipa do projeto trabalhou. A principal tarefa remanescente para o projeto é garantir que haja unidade e empenho suficientes para ver o plano até à sua conclusão. A regeneração da área Rua da Coroa de Glasgow criou um bairro altamente habitável com equipamentos comunitários bem colocados e espaços públicos atraentes. A área foi redesenvolvida após a demolição das torres no final de 1980. O envolvimento dos moradores foi uma exigência em todo o processo de desenvolvimento, e foi particularmente importante na superação da imagem impopular da área e restaurar a confiança. The New Gorbals Housing Association localizou os seus escritórios em Crown Street para fornecer informações e apoio para os residentes. A confiança foi criada para gerir a manutenção dos blocos de habitação social. Cada bloco tem também uma associação de moradores. 469 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Houve a necessidade de realinhar e prolongar alguns dos antigos arruamento, a fim de voltar a integrar as comunidades na zona leste e oeste do local. Pretende-se assim, dar enfase ao papel da Crown Street, como eixo unificador entre Laurieston e Hutchesontown. Benchmarking Internacional Um novo e importante espaço urbano está a ser construído no extremo sul da Crown Street, dentro do qual estará localizado um novo Grobals Park. Este parque irá transformar-se numa forte componente da Crown Street. O bairro tem um forte foco na viabilidade, com uma variedade de lojas independentes, equipamentos comunitários e espaços verdes abertos que servem o bairro. Foi construída uma biblioteca em High Street, a antiga igreja foi transformada num centro comunitário e os jardins e pequenos parques oferecem muitos espaços para as crianças. Na área tem-se desenvolvido rapidamente um forte senso de comunidade, apesar da remodelação global que ocorreu. Cerca de 20% dos moradores atuais são antigos residentes graças a um programa projetado especificamente para dar prioridade a residentes. • Boa localização geográfica com rio que dá origem a paisagens únicas • Beleza dos Recursos naturais • Áreas de intervenção livres, visto terem sido retirados os antigos usos portuários o que deu a possibilidade de fazer projetos quase de raiz e determinar novos usos • Manutenção da ordem social e da atratividade numa área com elevada densidade populacional através da gestão de boa vizinhança e de uma esfera pública de alta qualidade, limpa, organizada e segura. • Fazer habitação acessível e flexível através de um sector de arrendamento social sem fins lucrativos RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS FATORES POTENCIADORES 5 5.1 • Debate e concertação politica • O plano em vigor foi alvo de reflexão e feito respeitando a opinião e necessidades dos intervenientes assim como dos habitantes de Glasgow. 5.2 Não se pode determinar em concreto porque as intervenções ainda estão a ser feitas e só num balanço final se podem identificar os desafios que surgiram ao longo do processo. Atualmente o que se deteta é: 471 • Atraso na concretização de algumas intervenções • Conflitos de usos diferentes • Libertação das áreas de intervenção de usos portuários Como referenciais inibidores de uma melhor performance aponta-se: • Dificuldade em atrair o investimento privado na fase inicial. • Incerteza do processo, porque muitas vezes se fica na dependência de fatores externos, relacionados com as exigências dos proprietários e da rentabilidade exigida pelos investidores. • Problemas sociais. • Flexibilidade para comportar as exigências em simultâneo de vários players envolvidos no processo muitas vezes com interesses contraditórios. • Cooperação entre o município e os proprietários privados criando uma corporação para o desenvolvimento urbano, diminuindo constrangimentos. • Organização e enquadramento dos diferentes intervenientes no projeto, feita de uma forma pragmática, comunicativa e funcional, definindo desde inicio o objetivo e as funções de cada um. • Projectos alicerçados em princípios de sustentabilidade • Promover atividades e usos que consigam gerar riqueza, desenvolvimento e postos de trabalho. • Projetos que potenciam a localização e os recursos naturais e existentes • Atenção às condições de acessibilidade e inserção de elementos naturais • Qualidade de vida das pessoas como principal objetivo • Reconhecimento da necessidade de uma transformação na imagem da cidade para a tornar competitiva economicamente. • Criação de locais onde as pessoas se puderam informar acerca do projeto e onde estão a ser desenvolvidas ações sociais, na tentativa de aumentar o • Tratamento personalizado. Não entrar no processo de reabilitação com uma receita única. Interpretou-se cada caso como um caso específico, que foi tratado de forma única, o que exigiu muita disponibilidade mas permitindo em contrapartida um maior envolvimento dos proprietários e outros participantes. Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Fazer acontecer a regeneração urbana 470 • Marketing de proximidade e disponibilidade constante. O contacto direto com as populações contribuiu para a ausência de contestação por parte da população • Parceria com a iniciativa privada em contractos de partilha de interesses com entidades públicas, o que permitiu introduzir racionalidade nos investimentos, retorno de uma parte do investimento público e simultaneamente captação de novos players para dinamização futura dos espaços e dinamização da atividade empresarial. • Perspetivas de crescimento económico FATORES POTENCIADORES • Envolvimento do investimento público no processo e na resolução dos problemas sociais. Sem esta intervenção o programa não teria possibilidade de sucesso. Benchmarking Internacional • Localização, potencialidades económicas e físicas de Glasgow sentimento de responsabilidade e pertença com o bairro e ao mesmo tempo criar uma comunidade equilibrada, com sentido cívico e respeitadora dos espaços públicos ANÁLISE CRÍTICA E BECHMARKS PARA REPLICAR 6 20 BEIRUTE 1 2 3 4 5 6 Contexto e Fatores Promotores de Desenvolvimento Programas, Planos e Incentivos associados à Regeneração de Beirute Diagnóstico e Medidas de Regeneração mais recentes Obra feita Resultados obtidos, fatores potenciadores e desafios encontrados Analise crítica e Benchmarks para replicar O Líbano ocupa uma localização estratégica no Médio Oriente e faz a ligação entre leste e oeste, mar e interior e foi ao longo dos tempos um ponto de encontro de rotas comerciais, povos e civilizações. ILUSTRAÇÃO 548. LOCALIZAÇÃO DE BEIRUTE ILUSTRAÇÃO 549. BANDEIRA DO LÍBANO A capital Beirute, é habitada há mais de 5000 anos por várias civilizações que deixaram o seu contributo tornando-a numa cidade rica culturalmente, sofisticada e com uma forte presença na economia do país. Tem como principais pontos favoráveis: • A localização que funciona como uma entrada marítima e um novo aeroporto • O ambiente económico e político liberal e uma imprensa livre • Um sistema bancário bem fundamentado e um mercado de capitais emergente • Bons serviços de saúde e uma excelente educação, recursos humanos com boa formação académica • Caracter cosmopolita, onde falam inglês e francês além de árabe O centro da cidade está posicionado num local privilegiado com vistas sobre o mediterrâneo, com uma paisagem pitoresca com colinas e montanhas ao longo da baia. Todas as estradas convergem para o centro tornando-o acessível de todas as partes de Beirute, tem ainda um porto e um aeroporto internacional. ILUSTRAÇÃO 550. VISTA AÉREA DE BEIRUTE Benchmarking Internacional CONTEXTO E FATORES PROMOTORES DO DESENVOLVIMENTO 475 Fazer acontecer a regeneração urbana 1 Foi desde sempre o centro das atividades económicas libanesas. Foi em Beirute que se localizaram os principais bancos, escritórios, a sede do governo, o parlamento, comercio, turismo e educação de referência no Líbano. Todos estes empreendimentos deram ao novo centro da cidade um ambiente funcional e atrativo, onde se vive e trabalha com qualidade e onde há sempre movimento de residentes, visitantes diários e turistas. A guerra teve quatro fases: • De 1975 a 1977, caracterizada pelos combates e massacres entre as comunidades religiosas e uma intervenção síria por petição do Parlamento Libanês; • Entre 1977 e 1982, caracterizada por uma intervenção israelita no sul do país “O centro da capital libanesa é o Distrito Central de Beirute (DCB) uma área com centenas de anos, focada nas finanças, negócios, cultura e lazer. A sua reconstrução constitui um dos mais ambiciosos desenvolvimentos urbanos contemporâneos.”1 Fazer acontecer a regeneração urbana 476 O conflito agravou-se por causa das mudanças na composição demográfica libanesa, do afluxo de refugiados palestinos entre 1948 e 1982, das disputas religiosas entre frações cristãs maronitas e muçulmanas, bem como o envolvimento da Síria, de Israel e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). • De 1982 a 1984, caracterizada pela invasão de Israel, a tomada de Beirute e a posterior intervenção das Nações Unidas A década de oitenta foi particularmente sombria. A maior parte de Beirute foi deixada em ruínas como resultado do massacre de Karantina, realizado por milícias cristãs libanesas em 1976, dos bombardeios do exército sírio aos bairros cristãos em 1978 e 1981 e, por fim, da invasão israelita que expulsou a OLP do território libanês, em 1982. Em 1830 ficou sobre o governo do paxá egípcio Mehemet Ali. Embora o porto de Beirute tenha sido um fator de grande desenvolvimento durante a Idade Média e no período otomano, a sua verdadeira expansão deu-se após a modernização das instalações portuárias e com a construção da linha ferroviária Beirute-Damasco no final do séc. XIX. Devido ao intenso trafego terrestre e portuário Beirute tornou-se no maior centro de comércio e comunicação do país, o que fez com que ganhasse importância a nível internacional. • Entre 1984 e 1990. Caracterizada pelos acordos de Taif, assinados na Arábia Saudita, onde se criaram condições para o final definitivo em 1990. Só com a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990, é que as tensões se reduziram até o final definitivo no início da década de 1990. No entanto as forças israelitas continuaram presentes no sul do Líbano que funcionava como área-tampão que supostamente impedia ataques sobre o norte Israel, até a retirada em 2000. Em 1941 uma frota composta por forças do Reino Unido, Áustria e Turquia conseguiu, após violento bombardeio, restituí-la ao império turco. Em 1946, depois de ter sido ocupada por ingleses e franceses durante a Segunda Guerra Mundial, Beirute tornou-se capital do Líbano. No ano 2000 a Síria controlava na prática o resto do território libanês e só retirou as tropas em 2005, quando foi obrigada a abandonar o país após a pressão conjunta criada por manifestações populares libanesas e intervenção diplomática dos Estados Unidos, da França e das Nações Unidas, como consequências do assassinato de Rafik Hariri. Os anos quarenta foram caracterizados pela assinatura de um pacto nacional que dividiu o poder entre as diversas comunidades religiosas, cristãs e muçulmanas que compõem o país e que está na base dos conflitos no Líbano. Por serem a maioria da população na época, os cristãos tiveram direito a uma percentagem superior de lugares no parlamento e a uma presença mais forte na política, na economia e nas forças armadas. Do mesmo modo, tal como ocorre até hoje, o presidente da República deveria ser sempre um cristão maronita; o primeiro-ministro, um muçulmano sunita e o presidente do parlamento, um muçulmano xiita. Já em fase de regeneração em 2006 Beirute foi bombardeado por misseis israelitas, em represálias a ataques feitos pelo grupo extremista Hezbollah a posições israelitas. Beirute foi até à década de setenta um importante centro económico e cultural do Médio Oriente. Com o despoletar da Guerra Civil do Líbano em 1975 a fisionomia da cidade foi bastante alterada e o porto perdeu a sua atividade. A partir de 1970, o estabelecimento no Líbano das dezenas de milhares de palestinos expulsos pela guerra civil na Jordânia, num episódio conhecido como “Setembro Negro”, fez aumentar consideravelmente o contingente de muçulmanos no país, levando-os a reivindicar uma reorganização de poder. Também a presença de guerrilheiros da Organização para a Libertação da Palestina, a OLP, que lançavam ataques contra Israel a partir do sul do país, constituía um forte elemento desestabilizador. Os cristãos queriam expulsá-los, enquanto os muçulmanos manifestavam-se favoravelmente à sua causa. ILUSTRAÇÃO 551. TROPAS DA OLP E CONSEQUÊNCIAS DOS BOMBARDEAMENTOS EM 1982 ILUSTRAÇÃO 552. CONSEQUÊNCIAS DOS BOMBARDEAMENTOS EM 2006 A tensão política chegou ao seu limite no dia 13 de Abril de 1975, quando um comando cristão atacou um autocarro num subúrbio de Beirute matando mais de vinte palestinos e muçulmanos. Estava deflagrada a guerra. A Guerra Civil do Líbano afetou Beirute entre 1975 e 1990. 1 Disponível em http://www.SOLIDERE.com Benchmarking Internacional Benchmarking Internacional Na época das cruzadas, cristãos e muçulmanos disputaram a cidade. Após um período de dominação egípcia e turca Beirute foi incorporada no Império Otomano. 1.1 477 Fazer acontecer a regeneração urbana Beirute foi fundada pelos fenícios no séc. XV a.C. Foi ocupada por gregos, romanos e bizantinos e devastada no século VI por violentos terremotos que a fizeram entrar em decadência, até cair no poder dos árabes em meados do século VII. EVOLUÇÃO DE BEIRUTE AO LONGO DOS TEMPOS Em 1980, a cidade foi dividida pela “linha verde” em dois sectores o oriental (habitado quase exclusivamente por cristãos) e o ocidental (onde predominam os muçulmanos). Esta sectorização e a instalação de campos de refugiados palestinos nos arredores de Beirute contribuiu para reforçar o carácter de cidade dividida e conturbada. Benchmarking Internacional Todos estes acontecimentos acentuam o esforço exigido da parte dos responsáveis pela regeneração urbana da capital. Fazer acontecer a regeneração urbana 478 Definida e caracterizada pela presença de várias civilizações e povos, caracter moldado por um percurso conturbado, alvo de combates e conflitos religiosos Beirute tem um legado histórico e patrimonial que contribuem para a sua identidade. Beirute uma cidade extremamente afetada por invasões, conflitos e uma guerra civil entre 1975 e 1990 encontrava-se até à intervenção que conduziu à sua regeneração urbana num processo de decadência. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CATALISADORES DOS PROCESSOS DE REGENERAÇÃO URBANA DE BEIRUTE 1.2 2.1.1. OBJETIVOS A SOLIDERE teve como principal objetivo liderar o desenvolvimento e a reconstrução do Distrito Central de Beirute (DCB). A sua forma de atuar assumiu diversas modalidades podendo ser proprietário, gestor de serviços e/ou operador. Apoia-se numa base solida com atividades de valor acrescentado cuja finalidade é a prosperidade do centro de Beirute. Fruto dos conflitos e do caracter conturbado e instável da capital libanesa o turismo deixou de existir, os mercados e a economia abrandaram dramaticamente. Deu-se ainda o aumento do número de emigrantes oriundos da Palestina e refugiados. As condições de vida diminuíram drasticamente assim como a segurança e higiene. A Sociedade para além de gerir os terrenos do centro de Beirute, pode, antes de entregar às autoridades públicas, prestar serviços de gestão e manutenção de infraestruturas, marinas, espaços públicos e parques de estacionamento. Os edifícios encontravam-se em muito mau estado, estando a maioria em ruinas. Quando os combates cessaram no final de 1990, Beirute encontrava-se completamente desfigurada. O centro histórico e os bairros ao longo da chamada “linha verde”, que durante anos dividiu a cidade em duas, tinham sido reduzidos a ruínas. A SOLIDERE elaborou um master-plan, um plano de ação detalhado coordenado, dividido em duas fases de intervenção no centro da cidade e extensão até à marginal. A primeira fase de 1993 a 2004 e a segunda de 2005 a 2030. Os objetivos fixados foram respetivamente: Face a todas estas condições era necessário e urgente a criação de um plano de regeneração urbana de Beirute que devolvesse o lugar de destaque a nível económico e cultural que a cidade já tinha tido. • Subdivisão o centro de Beirute em 10 sectores • Recuperação do domínio público, com a instalação de uma infraestrutura moderna e completa Em maio de 1994, depois de quatro anos sem guerra, o governo definiu um plano estratégico orientado para reerguer a cidade, tendo com esse propósito criada uma empresa de capital privado, a SOLIDERE – Sociedade Libanesa para o Desenvolvimento e Reconstrução. A SOLIDERE – Sociedade Libanesa para o Desenvolvimento e Reconstrução, é uma sociedade anónima de capitais privados, formada a 5 de Maio de 1994, para o desenvolvimento e reconstrução do Distrito Central de Beirute. A SOLIDERE procura combinar a independência e perspicácia empresarial de uma empresa privada com uma visão global e um sentido de serviço público. A existência de um governo com uma estrutura e organismos incapazes de elaborar e implementar um plano de regeneração a sociedade SOLIDERE aparece como um organismo responsável e capaz de o fazer. • Elaboração de uma estratégia urbanística contemplando novas construções e edifícios históricos a recuperar PROGRAMAS, PLANOS E INCENTIVOS ASSOCIADOS À REGENERAÇÃO DE BEIRUTE SOLIDERE – SOCIEDADE LIBANESA PARA O DESENVOLVIMENTO E RECONSTRUÇÃO 2 • Revelação e enaltecimento da topografia do lugar e das suas características naturais • Criação de espaços públicos (jardins, praças, passeios e caminhos) • Potenciar e “redescobrir” a história da cidade 2.1 • Restabelecimento das estruturas de vizinhança • Integração harmoniosa entre o velho e o novo, combinando tradição com inovação e o controlo na criatividade e expressão arquitetónica • Oferta de um sistema de desenvolvimento flexível direcionado para o mercado com visão sustentável • Estabelecimento de vários usos no centro da cidade orientados para as empresas, sector institucional, residencial e cultural 479 Fazer acontecer a regeneração urbana A devastação causada pela Guerra Civil do Líbano entre 1975 e 1990 tornou Distrito Central de Beirute (DCB) numa das áreas mais atingidas e a perspetiva da sua reabilitação foi inicialmente marcada por recursos inadequados, absenteísmo e direitos de propriedade mal resolvidos. Foi neste contexto que a sociedade SOLIDERE se tornou necessária, porque foi através da sua estrutura legal e institucional inovadora a reconstrução prosseguiu sem ter sido necessário recorrer a fundos públicos e servindo-se da colaboração privada para o seu desenvolvimento. ILUSTRAÇÃO 553. ATAQUE AO AEROPORTO DE BEIRUTE EM 2006 Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 554. LOGOTIPO DA SOCIEDADE SOLIDERE • Integrar as descobertas arqueológicas • Criação de um desenvolvimento urbano de alta qualidade • Restaurar a rica herança de Beirute No master-plan os sectores foram divididos de acordo com os eixos visuais tendo como objetivo a valorização da topografia, características naturais e enquadramentos marítimos. Eixos a Norte: • O primeiro eixo Serail, que abre a vista do morro Serial para p parque à beira rio • O segundo eixo da Praça dos Mártires, que abre a vista da circular para a praça em direção ao mar • Os eixos Maarad-Allenby e Foch, que liga o núcleo histórico ao novo distrito da marginal Benchmarking Internacional • O quinto eixo que liga o distrito dos hotéis à marina de Beirute Fazer acontecer a regeneração urbana 480 Eixos a Este • Dois eixos que abrem a vista para o Monte Sannine: a antiga linha litoral/ Parede Otomana e a outra é o distrito da marginal • Um eixo ao longo da Avenida Professor Wafic Sinno A restauração, reabilitação e conservação do DCB foram feitas segundo regras estabelecidas pela SOLIDERE em colaboração com as autoridades responsáveis pelo planeamento urbano de Beirute. O plano de detalhe traçado envolveu, diretrizes de restauro incluindo requisitos técnicos e standards para assegurar harmonia entre o contexto urbano e os edifícios restaurados. Alcançados os objetivos definidos, a SOLIDERE pretende que a intervenção em Beirute seja um modelo urbanístico sustentável e de desenvolvimento urbano aplicável internacionalmente, e que a capital libanesa se torne um destino turístico e de negócios capaz de albergar atividades culturais e de lazer. A visão do projeto foi o de criar um centro cheio de atividades que combine; espaço de encontro e edifícios comerciais, escritórios, zonas administrativos, residenciais e atividades culturais procurando recolocar Beirute como um centro internacional e regional de negócios, um destino turístico de eleição e uma área residencial de primeira escolha, dotada do centro mais requintado do Médio Oriente. 2.1.2. ESTRATÉGIA A estratégia financeira e de intervenção baseada na constituição da SOLIDERE foi considerada inovadora e baseou-se na adaptação de uma lei dos anos 60 formulada para a reconstrução severamente danificadas pela guerra, que permitia o estabelecimento de companhias imobiliárias numa determinada área, mediante a elaboração de projetos de desenvolvimento urbano devidamente aprovado. A SOLIDERE foi capitalizada com contribuições em espécie, constituídas pelos direitos de propriedade relativos aos lotes destruídos, situados no centro da cidade antes da guerra, e com participações em dinheiro. Os titulares desses direitos foram identificados, as suas propriedades avaliadas e emitidas ações de participação na sociedade SOLIDERE do tipo A, por comités judiciais constituídos para o efeito, enquanto aos subscritores da oferta inicial privada, foram atribuídas ações diferenciadas de tipo B. Aos proprietários abrangidos foi concedida também autorização para recuperar os lotes detidos, mas sujeitos a condições estritas de requalificação e renunciando naturalmente às ações a que tinham direito, que voltavam a ser assumidas pela SOLIDERE. Como contrapartida do financiamento e reconstrução das infraestruturas e equipamento do domínio público para o BCD (Beirut Central District) em nome do Estado, foi concedida à empresa SOLIDERE a propriedade de 291.800 metros quadrados de terreno na nova área marginal para proceder à sua regeneração. No primeiro ano de operação a sociedade decidiu cotar as suas ações na Bolsa de Londres procurando captar recursos e que renderam à sociedade, na altura bem cotada no mercado de capitais, cerca de 650 milhões de dólares, que serviram para ter liquidez inicial e dar início às obras de construção que trouxeram lentamente valor acrescentado ao território. O início do processo ao ser rápido fez com que a venda de terras para o seu desenvolvimento fosse possível logo a partir do segundo ano de operações, ajudado ainda por esquemas promocionais de vendas, como forma de financiamento a médio prazo de 5 anos para a compra de terrenos com taxas de juro muito competitivas. Permitiu assim o inicio do desenvolvimento imobiliário antes do previsto o que fez com que a SOLIDERE conseguisse tornar os empréstimos a médio prazo mantendo um coeficiente de endividamento de 20% fixado como objetivo o que beneficiou o retorno aos acionistas. O IPO, Initial Public Offering, fundo público criado antes do lançamento da SOLIDERE, também apoiou o plano concebido, reforçando a confiança na implementação do projeto de regeneração. A sociedade capitalizou-se sobretudo com direitos de propriedade das áreas envolvidas no projeto no centro de Beirute e com subscrições financeiras obtidas no mercado de capitais, permitindo garantir a segurança no retorno e atrair investidores locais, regionais e internacionais, para o processo de regeneração de Beirute de que resultou a reconstrução do distrito central da cidade, sem recurso ao investimento público. Medidas definidas no campo do desenvolvimento e organização de territorial: Este campo está relacionado com atividades que envolvem; parcelamento urbanístico e a gestão urbana, preparação do local, investigação arqueológica, infraestruturas, mobiliário urbano e paisagismo. Estas atividades antecedem o desenvolvimento imobiliário e foram formas de acrescentar valor aos terrenos do centro da cidade. Este campo subdivide-se em: 1. Infraestrutura 2. Distrito da marginal 3. Marina 4. Espaços públicos As infraestruturas e instalações deveriam obedecer a critérios funcionais e o design urbano deveria ser limpo e atrativo tornando Beirute: • Numa escolha para residir, para negócios e instituições • Numa cidade com uma cultura vibrante e um destino de turismo, laser e comércio • Conhecida pelo aproveitamento da marginal e uso do mar como fator cidade que aproveita o mar como um fator revigorante e de desenvolvimento. Medidas definidas no campo do desenvolvimento imobiliário: • Recuperação e valorização de terrenos no centro de Beirute em troca de terrenos na marginal para recuperar e ter como resultado espaços construídos com qualidade e valor arquitetónico • Gestão, venda e manutenção dos novos espaços construídos e dos edifícios reabilitados • A SOLIDERE propôs-se a prestar serviços de logística local, como limpeza, controle de pragas, segurança e gestão do tráfego e mantém infraestrutura com os seus recursos financeiros, até à sua entrega final às autoridades públicas interessadas. Benchmarking Internacional • Criação de pólos de atração no centro de Beirute 481 Fazer acontecer a regeneração urbana • Criação de um ambiente ativo e com dinamismo constante BEIRUT HOSPOTALITY COMPANY (Holding) é uma companhia subsidiária da sociedade SOLIDERE criada em 2010 com o objetivo de dinamizar o centro de Beirute. A estratégia passa por conseguir atrair para o centro espaços de lazer com qualidade e geradores de riqueza e postos de trabalho. BEIRUT HOSPITALITY COMPANY (HOLDING) 2.2 O modus-operandi da BHC está suportado no apoio operacional, financeiro e administrativo a estabelecimentos de lazer como cafés, restaurante e hotéis instalados no centro da cidade assim como a sua promoção e publicidade. Esta companhia engloba empresas de desenvolvimento de negócios, operações cooperativas, comidas e bebidas, tecnologia de informação, recursos humanos e Finance & Accounting. Fazer acontecer a regeneração urbana 482 ILUSTRAÇÃO 555. LOGOTIPO DA BEIRUT HOSPITALITY COMPANY (HOLDING) - Instalação progressiva de sistemas de vigilância e televisão a cabo 3 O diagnóstico do centro de Beirute antes da intervenção da SOLIDERE é o de um território devastado por uma guerra onde o governo não é estável, os edifícios estão destruídos e/ou em ruinas, economia frágil, mercados económicos estagnados, a população dispersa, fragilizada e sem esperança e com potencialidades mal aproveitadas. DIAGNÓSTICO E MEDIDAS DE REGENERAÇÃO MAIS RECENTES DIAGNÓSTICO 3.1 - SOLIDERE é responsável, mantêm e gere infraestruturas até entregar às autoridades - Desta forma o centro de Beirute reemergiu encorajando o desenvolvimento e ocupação destes novos espaços. • Distrito da marginal 483 As condições de vida dos habitantes de Beirute eram baixas com pouca segurança, fracas condições de saúde e de higiene. Podemos dizer que o diagnóstico é um dos principais catalisadores do processo de regeneração urbana em Beirute. O estado decadente da cidade libanesa levou à necessidade e urgência de um programa de regeneração urbana eficaz de forma a recolocar Beirute como ponto de referência ao nível das condições de vida, cultura e economia. ILUSTRAÇÃO 556. BEIRUTE ANTES DE SOLIDERE ILUSTRAÇÃO 557. BEIRUTE ANTES DE SOLIDERE Dividindo as medidas por dois sectores o do urbanismo e do imobiliário. Setor do Urbanismo • Infraestruturas - Infraestruturas foram colocadas no centro tradicional de Beirute que se estendeu até ao distrito da marginal. A SOLIDERE completou e entregou ao Estado a maioria dos trabalhos existentes no centro da cidade em troca de terrenos na marginal. - Com a criação de novas redes viárias o centro da cidade ficou equipado com estradas e áreas pedonais e acessos para pessoas com mobilidade reduzida Benchmarking Internacional - Personalização de cada bairro através do pavimento, mobiliário urbano, arte urbana, iluminação e sinalização Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 558. NOVAS REDES VIÁRIAS ILUSTRAÇÃO 559. DISTRITO DA MARGINAL, IMAGEM VIRTUAL MEDIDAS DE REGENERAÇÃO 3.2 - Foi um projeto alvo de um investimento pesado em engenharia marítima de defesa, na reconstrução da marina, limpeza ambiental e recuperação de terrenos. - Feito para ser um distrito central nos negócios, atividades financeiras, residencial, de turismo e de lazer emoldurado por áreas verdes, a paisagem libanesa (montanhas e mar) e uma arquitetura arrojada. - Marina de Beirute tem capacidade para 186 barcos e iates. Está relacionada com a marina Zaitunay Bay desenhada pelo arquiteto americano Steven Holl que inclui um yacht club com apartamentos mobilados, edifícios residenciais, um restaurante no cais e um porto. Uma outra marina no lado este está planeada para a segunda fase. • Espaços públicos - Construção de jardins, praças e marcação de espaços com esculturas simbólicas e de valor histórico e político - Importância dos percursos pedestres e ligação com a paisagem. - Arquitetura e design dos espaços é tido em conta como forma de valorização e reconhecimento a internacional - Alguns exemplos: » Jardim Gibran Khalil Gibran em frente ao edifício das Nações Unidas com destaque às esculturas de Salwa Raouda e um busto do poeta Rudy Rahmé. » Jardim Fouad Chehab a sul de Zokak El Blatt que funciona como um miradouro para a cidade e foi projetado pelo arquiteto francês Didier Drummond - A SOLIDERE inaugurou uma pista para bicicleta e passeios pedestres chamada Beirute Exibition Center com 1200 m2 projetado pelo grupo americano LEFT que liga o centro da cidade tradicional ao passeio marítimo e está projectado para abarcar uma série de atividades culturais e de lazer ao longo de um caminho. » Jardim Wadi Abou Jamil projetado pelos franceses TUP e Rafik Khoury & Partners. » Praça Amir Amine e os seus bancos modulares desenhados por Salwa Raouda, rodeado por uma área ajardinada e uma piscina desenhada por Vladimir Djurovic Landscape Architecture, grupo de arquitetos libaneses responsáveis por vários projetos em Beirute » Três jardins desenhados por Mohamed Halawi » Praça Debbas caracterizada por um aqueduto azul de design moderno que está a ser redesenhado por Jean Marc Bonfils para melhorar a relação da praça com envolvente e priorizar a circulação pedestre 484 Fazer acontecer a regeneração urbana » Praça Bazerkan uma área de relaxe com mobiliário urbano e árvores Contributo para a regeneração urbana: • A criação de espaços de lazer, a importância dada ao espaço público e a criação de espaços de confraternização emblemáticos fazem com que os habitantes de Beirute disfrutem e conheçam melhor e se orgulhem da sua cidade bem como se identificam com ela e ganham confiança no programa de regeneração urbana em vigor. • Independência financeira conseguida por uma estratégia eficaz faz com que o processo não dependa de financiamentos públicos ILUSTRAÇÃO 561. BEIRUTE EXIBITION CENTER • Melhores acessos e melhoria da mobilidade • Marina • Valorização e proteção dos recursos naturais melhoram a qualidade de vida das pessoas - Esta intervenção incluía Marina do lado ocidental, um dique e uma estrutura de defesa de duas linhas, com a marina do lado oriental planeada a ser construída nas duas diferentes fases do desenvolvimento do DCB - A construção feita na área da marina foi feita para potenciar a relação com o mar • Em vez de simplesmente retirar os escombros e levantar construções modernas no lugar, a SOLIDERE investiu na restauração das fachadas originais dos antigos prédios de estilo otomano, paralelamente a um pesado investimento em infraestrutura. Nas demais áreas de Beirute, pouco a pouco, edifícios avariados pela guerra foram recuperados por iniciativa dos próprios moradores enquanto outros tantos eram demolidos para dar lugar a novos empreendimentos. Sector Imobiliário • Um setor com potencial cujo objetivo é funcionar como ponto de atração de investimento, pessoas e negócios. • O último quarteirão da parte a sul dos Souks de Beirute foi inaugurado em 2009 e conta já com um elevado grau de ocupação. Estão aí localizados o edifício da Nações Unidas e outras agências pertencentes, a sede da ESCWA (Economic and Social Council for Western Asia),o World Bank e as embaixadas do Japão, Inglaterra, Austrália, Noruega e Dinamarca. ILUSTRAÇÃO 562. FUTURA MARINA DE BEIRUTE, IMAGEM VIRTUAL Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 560. MARINA DE BEIRUTE DESENHADA POR STEVEN HOLL, IMAGEM VIRTUAL. 485 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional » Praça Riad El Solh com a estátua do primeiro-ministro da independência do Líbano. A Praçla Debbas e Omar Daouk contam com bustos de políticos desenhados por Mohamed Halawi. ILUSTRAÇÃO 564. NOVOS PASSEIOS PEDONAIS E ESTRUTURA DE DEFESA • Avanços na questão do tratamento e recuperação de terra • Plano do distrito da marginal Fazer acontecer a regeneração urbana 486 Benchmarking Internacional • Projetos em andamento: cluster residencial Saifi e Wadi Abou Jamil • Os edifícios residenciais em Saifi, Wadi Abou Jamil e Zokak El Blatt estão quase todos ocupados. Juntamente com seus próprios projectos, a Companhia continua a desenvolver e compartilhar com os investidores imobiliários interessados conceitos arquitetónicos relacionados com Saifi ou clusters residencial Wadi Abou Jamil e com outros projetos comerciais ou multiuso. • A “SOLIDERE vende terrenos com um programa imobiliário, um desenho arquitectónico e, possivelmente, um pacote de desenvolvimento.”2 487 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 563. EDIFÍCIO DAS NAÇÕES UNIDAS, BEIRUTE Contributo para a regeneração urbana: • Crescimento económico • Oportunidade de aumentar a duração e extensão do programa • Mais oportunidades de emprego e negócio que dão melhores condições de vida • Maior visibilidade e reconhecimento internacional PRIMEIRA FASE 1993-2004 OBRA FEITA3 4 Trabalhos finalizados • Infraestrutura no centro da cidade tradicional e do aterro sanitário original. ILUSTRAÇÃO 565. IMAGENS DA PRIMEIRA FASE DA INTERVENÇÃO • Planeamento do sector existente assim como das novas áreas de desenvolvimento ILUSTRAÇÃO 566. IMAGENS DA PRIMEIRA FASE DA INTERVENÇÃO ILUSTRAÇÃO 567. IMAGENS DA PRIMEIRA FASE DA INTERVENÇÃO • Execução do estacionamento aprovado e arranjos exteriores • Recuperação do centro histórico, renovação do distrito bancário e comércio SEGUNDA FASE 2005-2030 Trabalhos finalizados: • Renovação do Saifi, Zokak El Blatt e envolvente norte de Wadi Abou Jamil • No centro da cidade: Souks a sul de Beirute (Core e Gold) • Projeto e construção subterrânea dos Souks (mercado árabe) de Beirute • Na frente beira-mar: Avanços na questão do tratamento e recuperação de terra, planeamento, infraestrutura e paisagismo • Projetos mais importantes: Edifício das Nações Unidas, Saifi Village, Embaixada, Complexo multiusos da Rua de France, Bank Audi, Sede da Medgulf and Bankers’ Association, Hotel Monroe, Edifícios de escritórios AlBourj and Atrium, The Consulting Clinics, Edifícios residenciais da Avenida du Parc 24 Avenue du Parc e Park View Realty. • Marina de Beirute, estrutura de defesa e passeio marítimo • Projetos imobiliários mais importantes: edifícios residenciais luxuosos como a Torre da Marina, Torre Beirute e a Torre Platinium, e hotéis de luxo como o Le Gray e Four Seasons 2 Disponível em http://www.SOLIDERE.com 3 Disponível em http://www.SOLIDERE.com - Conclusão do parque de estacionamento Comiche - Desenvolvimento da parte oriental da Marina - Desenvolvimento do distrito da marginal como um projecto modelo no que respeita à sustentabilidade Com o objetivo de aumentar o dinamismo do centro de Beirute a SOLIDERE criou espaços para atividades com caracter permanente / temporárias na área da marginal. Desta forma e através da BEIRUT HOSPITALITY HOLDING a sociedade consegue dinamizar o local e criar atividades geradoras de riqueza que contribuem para o sucesso do processo de regeneração. Benchmarking Internacional 489 Fazer acontecer a regeneração urbana 488 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional O centro de Beirute foi reconstruído exatamente como era antes da guerra civil. Noutras áreas procederam-se a demolições para receber projetos de todos os tipos, edifícios ousados assinados por arquitetos de renome. Além do edifício assinado pelo arquiteto Jean Nouvel, a região central tem obras da dupla de arquitetos Herzog & de Meuron e do arquiteto Norman Foster, e alguns arquitetos locais. ILUSTRAÇÃO 568. TORRE MARINA EM DESTAQUE E HOTEL FOUR SEASONS DO LADO ESQUERDO ILUSTRAÇÃO 569. TORRE BEIRUTE, IMAGEM VIRTUAL ILUSTRAÇÃO 570. TORRE PLATINIUM • Projetos em andamento: - Conclusão dos Souks - Vários projetos de paisagismo no distrito dos hotéis, e na área de Wadi Abou Jamil e norte de Foch. - Conclusão dos condomínios de Saifi e Wadi Abou Jamil - Estabelecimento de novas áreas principais no corredor Serail, distrito dos hotéis, sector Ghalghoul e Praça dos Mártires - Lançamento de arranha-céus com um estilo arquitetónico diferenciado - Conclusão do desenvolvimento imobiliário à volta da Marina de Beirute ILUSTRAÇÃO 571. EDIFÍCIO DE JEAN NOUVEL - LANDMARK, IMAGEM VIRTUAL - Implementação de infraestrutura no distrito da marginal ILUSTRAÇÃO 572. EDIFÍCIO DE HERZOG & MEURON – BEIRUT TERRACES, IMAGEM VIRTUAL - Paisagismo do parque à beira do rio e passeios Corniche. ILUSTRAÇÃO 573. EDIFÍCIO DE NORMAN FOSTER – 3BEIRUTE, IMAGEM VIRTUAL Com a finalização do programa SOLIDERE, Beirute será relançado como uma cidade à escala mundial. A cidade terá condições para o aumentar os negócios internacionais e será um destino turístico de excelência. Beirute primará por ser uma cidade com boa qualidade de vida e com capacidade para atrair pessoas tanto para viver, visitar ou trabalhar. “Num momento crítico em que o Oriente Médio afunda cada vez mais numa violenta espiral de conflitos que parecem insolúveis, uma cidade, justamente aquela que, nos anos 80, notabilizou-se internacionalmente como sinónimo de ódio, sangue e devastação, volta a encantar o mundo como um enclave ensolarado de calma e prosperidade numa região convulsionada.”4 RESULTADOS OBTIDOS, FATORES POTENCIADORES E DESAFIOS ENCONTRADOS RESULTADOS 5 5.1 Fazer acontecer a regeneração urbana 490 A sociedade SOLIDERE foi responsável pelo projeto, uma missão desafiadora e histórica. Recuperou a vida de Beirute tornando-a num local de encontro entre as principais atividades económicas e culturais e com uma dimensão social e política importante. O enquadramento paisagístico da envolvente da cidade foi valorizado e foi assegurada uma integração harmoniosa entre a arquitetura tradicional e a moderna. A SOLIDERE valorizou o património natural de Beirute o que também contribuiu para o sucesso do projeto de desenvolvimento urbano implementado. Mudanças no “urbanismo financeiro” de Beirute O DCB evoluiu constituindo hoje um ambiente propício a negócios e comércio. A renovação e a consequente mudança de organizações internacionais para a área deu origem à reocupação do território por parte dos habitantes de Beirute, edifícios cívicos, expansão das atividades financeiras e a proliferação de estabelecimentos e sedes locais e regionais de empresas de consultadoria, comercio, comunicações, entre outras. “Beirute, a capital do Líbano, destruída e incendiada por uma longa guerra civil, está de cara nova graças a um bilionário esforço de reconstrução e, pouco a pouco, recupera a reputação que tinha antes da guerra, quando era conhecida como a “Paris do Oriente”.5 As boas condições das novas infraestruturas ao nível da sustentabilidade, conforto e segurança e o estabelecimento no DCB de edifícios residenciais modernos, hotéis, espaços para conferências e exposições foram fatores que levaram à apropriação rápida do espaço reconstruido. No entanto Beirute continua a não ser a “Paris do Oriente” mas sim uma cidade em busca de identidade, cujo centro se caracteriza por uma mistura contrastante de zonas luxuosas, quarteirões demolidos, edifícios simbólicos com marcas de guerra, casas em processo de demolição, bares, restaurantes, edifícios arquitetonicamente arrojados e gruas. As instituições financeiras que antes estavam circunscritas à envolvente da Rua Riad El Solh expandiram-se pelo DCB tendo algumas se sediado no novo distrito da marginal. A busca de identidade foi por vezes dificultada com a “demolição do passado” substituída por um futuro luxuoso e moderno com edifício de renome internacional. Apesar de ter havido um cuidado na preservação de edifícios simbólicos e históricos houve noutros casos a substituição de edifícios e rotinas de Beirute por edifícios com mais ostentação e não tão relacionados com a tradição e a identidade libanesa. Exemplo disso foi a substituição dos Souks tradicionais por centros comerciais e lojas de renome internacional. O centro da cidade ganhou o seu valor tradicional como o foco da vida cívica de Beirute. As instituições nacionais mais importantes relocalizaram-se no centro, incluindo o Grand Serail, o Parlamento, a Câmara Municipal de Beirute, ministérios, tribunal, esquadra da polícia, entre outros. Não foram apenas instituições nacionais importantes como também instituições internacionais que se mudaram para o DCB como foi o caso do edifício das Nações Unidas, embaixadas, bancos e empresas multinacionais de várias áreas. Os resultados, bons e menos positivos, do plano de regeneração estão visíveis nas mudanças ao nível do sector financeiro e na vida urbana do centro de Beirute. ILUSTRAÇÃO 574. ANTIGO SOUK Disponível em http://www.digestivocultural. com 4 5 Disponível em http://www.digestivocultural. com ILUSTRAÇÃO 576. GRAND SERAIL Benchmarking Internacional ILUSTRAÇÃO 575. SOUK ACTUAL 491 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional O centro de Beirute tem-se desenvolvido e tem-se reconstruido criando um distrito moderno, espalhando-se por mais de 191 hectares de terreno, 1/3 de área recuperada. Mudanças na vida do centro de Beirute 5.2 A SOLIDERE reativou a vida no coração de Beirute e atualmente as possibilidades de entretenimento são imensas: passeios pelos jardins e promenades, uso de equipamentos desportivos, cafés, bares, restaurantes, lojas, locais arqueológicas, concertos, teatros, festivais, eventos de moda, competições desportivas e museus. FATORES POTENCIADORES • Criação do IPO (Initial Public Offering) para financiamento da implantação do plano. • A parceria entre a SOLIDERE e o governo reúne ex-proprietários e novos investidores numa única entidade corporativa para executar infraestruturas, onde a recompensa pelos custos de tais obras, foi atribuída através de novos loteamentos na marginal, aliviando assim o Governo do ónus financeiro da reconstrução do centro de Beirute. Atualmente a Rue de Verdun é a zona comercial mais elegante do Oriente Médio, lojas das marcas internacionais mais sofisticadas dividem espaço com restaurantes caros e opulentas galerias comerciais. No bairro de Achrafieh, especialmente ao longo da Rue Monot, animados bares e clubes estão abertos até de madrugada, atraindo multidões de jovens e noctívagos em busca de diversão. Os recursos humanos da SOLIDERE eram os melhores nas suas áreas de atividade. A equipa incluía especialistas com experiencia internacional numa vasta gama de disciplinas como planeamento urbano, desenvolvimento, finanças, marketing e vendas Fazer acontecer a regeneração urbana • O ponto forte do projeto foi basear-se numa infraestrutura completa e numa rede utilitária em conjunto com a reconstituição do domínio público. Estas novas e renovadas instalações acomodam várias atividades e beneficiam de serviços de qualidade e de uma envolvente com grande valor paisagístico. Os projetos ao nível de espaço público com mais impacto foram: • Reconstrução dos banhos romanos onde atualmente se realizam concertos ao ar livre e festivais. • O master-plan da intervenção foi feito de forma a preservar locais arqueológicos importantes identificados pela UNESCO e reintegrá-los na paisagem urbana. O resultado foi um tecido urbano rico onde as características das ruas foram preservadas, os edifícios públicos e religiosos foram restaurados segundo requisitos rigorosos de forma a contribuir para a identidade e contexto urbano, caracter e escala do centro de Beirute. • Jardim Gibran Khalil Gibran é adornado por esculturas de artistas contemporâneos libaneses e enfatiza a entrada principal no centro de Beirute. • Promenade Sea Corniche, uma via de 3,5 km ao longo da costa onde se vai encontrando várias atividades recreativas e desportivas. • Parque á beira-mar com 78.000 m2 com varias atrações tais como um anfiteatro ao ar livre, um pavilhão, quiosques, uma pista preparada para a Formula 1 e espaços verdes • A SOLIDERE é um exemplo de uma “parceria público-privada” bem-sucedida, através do qual o Governo libanês criou e encarregou uma empresa privada para assumir os valores patrimoniais dos acionistas já existentes, com o fito de realizar a reconstrução, reconstruir infraestruturas e regeneração urbana do centro de Beirute. Como tal, este pode ser considerado como o primeiro exemplo de uma privatização bem-sucedida no Líbano. Tudo isto veio contribuir para uma melhoria da qualidade de vida dos habitantes de Beirute dando uma sensação de alívio geral bem como potenciou o turismo. A SOLIDERE fez com que o centro de Beirute reemergisse como um distrito activo com um grande valor histórico, como centro de negócios, quarteirão residencial e de lazer. • O restauro de edifícios combina autenticidade, baseado numa procura de artesãos de alta qualidade principalmente especializados em cantarias, com uma visão fundamentada nas necessidades de vida e de negócio na atualidade. Foi um projeto de cidade ambicioso em que tanto a reconstrução do pósguerra como a regeneração da cidade e o desenvolvimento da marginal receberam uma aclamação internacional como sendo um modelo de urbanismo sustentável e de desenvolvimento. 5.3 O modelo SOLIDERE cresceu à parte dos condicionalismos específicos e das realidades do Líbano do pós-guerra. Num sentido muito real, transformou um desastre numa oportunidade de desenvolvimento ao regenerar Beirute. Muitos comentaristas já questionaram se o modelo e a experiência do projeto poderiam ser transferidos para outro lugar. Foram recebidos da Arménia, Cuba, Malta e nos Balcãs pedidos de aconselhamento sobre desenvolvimento institucional, planeamento e desenvolvimento. PRINCIPAIS DESAFIOS • Apesar do programa ser feito à parte do contexto do pós-guerra a reconstrução de uma cidade destruída por uma guerra é sempre complicada • Ex-proprietários de casas ou comércio no centro de Beirute, historiadores, planeadores urbanos e arquitetos não aprovaram ações da SOLIDERE, originando a revisão dos primeiros planos e a seleção de edifícios a serem preservados. Houve, como é normal alguma crítica mas reconstruir uma cidade é sempre problemático pior ainda após uma guerra civil num país de tantas culturas onde a demolição de determinados edifícios evoca problemas de identidade e poder. “É questionável se a experiência SOLIDERE pode ser transferida para outros locais, desta forma, sendo um modelo distinto por direito próprio criado especificamente para a reconstrução da cidade de Beirute Centro, servindo uma situação muito especial, que resultou da guerra civil. É difícil imaginar como poderia ser imitado em outros lugares do mundo não necessariamente com os mesmos problemas e particularidades.”6 • Atrair pessoas e negócios para uma área antes bombardeada e que foi o centro de um conflito • Existência de refugiados e intrusos, cerca de 20000 famílias, que tiveram de ser despejados e por sua vez indemnizados, como foi uma das primeiras coisas a terem que ser feitas o custo da operação subiu automaticamente Apresentação do presidente da SOLIDERE Mounir Douaidy no Seminário de Jornalistas em Amman 18.10.03 disponível em www.kentselyenileme.org 6 • Regime legislativo arcaico e difícil de articular com um novo conjunto de leis constitucionais necessárias para o programa urbano de desenvolvimento Benchmarking Internacional • Combinação entre uma estratégia urbana visionária com capacidades para identificar boas oportunidades de negócios e estruturação e conclusão de negócios complexos. Os espaços verdes, praças históricas e não históricas e promenades tiveram grande importância no processo de regeneração da cidade. O clima de Beirute permitiu a construção de espaços para atividades ao ar livre: desporto, cultura (festivais) e comércio (feiras). Constituem locais de relaxe e confraternização bem como tornaram a “descoberta” de Beirute mais atrativa. 493 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional Beirute conta, ainda, com um generoso número de cinemas, livrarias, teatros e galerias de arte, distribuídos por vários bairros e com uma grande afluência de público. 492 • Uma boa estratégia de financiamento logo no início do programa atraiu investidores, deu confiança aos acionistas e intervenientes no processo e revitalizou uma economia fraca e um mercado de capitais relativamente estagnado e primitivo. • Dispersão de edifícios administrativos e instituições favoráveis ao negócio para fora do centro • Falta de controlo de proprietários e fragmentação extrema das posses. Tendo sodo conhecido um caso onde um lote na área dos Souks foi reclamado por 4.7000 proprietários. Benchmarking Internacional • A SOLIDERE foi criada e necessária porque o Governo não tinha nem os ministérios competentes nem organismos que pudessem planear, implementar e suportar uma operação deste tipo, nem os fundos necessários para financiar um projeto prioritário como a reconstrução do centro de Beirute. • Por outro lado, são visíveis os problemas económicos, políticos e sociais. Apesar dos esforços, o Líbano ainda não se recuperou totalmente da década e meia de conflitos. A dívida pública é considerável. O índice de desemprego ronda os 20%. Nos arredores de Beirute, ainda de encontram palestinos amontoados em campos de refugiados miseráveis que lembram favelas lúgubres, não conseguem ocupação por conta da baixa qualificação e da rigorosa legislação do trabalho do Líbano que restringe o emprego a estrangeiros. Especialmente os palestinianos ainda sofrem uma pesada discriminação por parte da sociedade libanesa que, ainda hoje, os responsabiliza pelo início da guerra civil. Os militantes xiitas, ligados ao movimento Hezbollah, também são uma fonte de tensão permanente. • O quadro institucional (estrutura jurídica, financeira e organizacional) é crucial para seu sucesso e pelo menos tão importante quanto a seu planeamento urbano e estrutura de desenvolvimento. SÍNTESE DOS BECHMARKS RELEVANTES ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA ÁREA DE INTERVENÇÃO “Nada é definitivo na Beirute atual, ainda mais considerando-se a história da cidade, destruída sucessivas vezes ao longo dos séculos por guerras, fogo e terremotos e sempre reerguida a seguir em cima dos próprios escombros, o que lhe valeu, inclusive, o apelido de “a cidade que nunca se renderá”.7 494 Fazer acontecer a regeneração urbana 21 RESPONSABILIDADES, GESTÃO FINANCEIRA E RECURSOS PAPEL SOCIAL ANÁLISE CRÌTICA E BECHMARKS A REPLICAR 6 ABORDAGEM CONSTRUTIVA, ARQUITE TÓNICA E ESTRATÉGICA SUSTENTABILIDADE E FUTURO DA INTERVENÇÃO • Elaborar uma parceria público-privada que combina as vantagens de poderes de regulação do Estado com a capacidade de investimento e a flexibilidade do mercado do sector privado. • O projeto tem que ter autoridade e realizar mais-valias. No caso de Beirute, os novos terrenos marginais representam esse ativo. Nenhuma outra cidade no Mediterrâneo tem 65 hectares de marginal imediatamente adjacente ao centro histórico da cidade. • Respeitar e investir em edifícios com elevado valor arquitetónico de forma a valorizar o património tornando-os pontos turístico e dando assim mais reconhecimento e projeção ao nível internacional • Numa reconstrução do pós-guerra deve-se ponderar os edifícios a reconstruir e outros a demolir procurando não ferir a memória e não causar conflitos entre os habitantes. • Não alterar demasiado a fisionomia tradicional de forma a não dar a ideia de que o passado foi demolido e que nada tem a ver com o futuro recheado de edifícios modernos e luxuosos. • Não substituir o sistema comercial tradicional, no caso dos souks, com os quais os habitantes de Beirute já se tinham habituado e identificado por opulentos centros comerciais. • Marcar os espaços públicos com esculturas históricas ou políticas de forma a dar identidade ao local e aumentar o sentimento de pertença por parte dos cidadãos • Valorizar e integrar locais arqueológicos na paisagem urbana. Disponível em http://www.digestivocultural. com 7 SÍNTESE DOS BECHMARKS RELEVANTES ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA Os principais benchmarks retirados dos estudos realizados foram em síntese os seguintes; 1.Criar sociedades responsáveis por todo o processo de reabilitação urbana publicas, público/ privadas ou privadas (exemplo das SRU’s em Portugal) e assim conseguir uma autonomização do processo, das exigências institucionais relacionadas com o formalismo público, simplificar o licenciamento, tornando-o mais célere, facilitar a relação com diversas identidades, estabelecer uma relação de maior confiança e atribuir benefícios fiscais. 3. Criar estruturas, organismos e entidades complementares às sociedades de reabilitação urbana criadas, com objetivos, vocações e funções específicas, definidas desde o início, mas trabalhando para um objetivo comum e contribuindo para a agilização, focalização, proximidade e informação dos processos. PORTO, SARAGOÇA, BERLIM, MILÃO, MALMO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO 4. Tirar partido da existência de eventos catalisadores de vontades e recursos financeiros. PORTO, GUIMARÃES, SARAGOÇA, BERLIM, MILÃO, EDIMBURGO E GLASGOW. 5. Elaborar um plano estratégico, flexível e capaz de se adequar às oportunidades e às necessidades que vão aparecendo ao longo do processo. AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. ÁREA DE INTERVENÇÃO 6. Identificar desde o princípio a zona de intervenção de forma a concentrar esforços, ganhar notoriedade e introduzir dinâmica e energia no processo, desde o seu arranque. PORTO, SARAGOÇA, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, GÉNOVA, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 7. Manter uma visão global e integrada de todo o território e desta forma facilitar a gestão e a angariação de investidores, bem como a definição de vocações, usos e funções mais adequadas e específicas. OSLO, BERLIM, MILÃO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 8. Numa fase inicial testar o programa em zonas-piloto. SARAGOÇA PARCERIAS 9. Estabelecer parcerias entre a iniciativa privada e as entidades públicas interessadas no processo e desenvolver um modelo de governação adotado para a gestão destas parcerias, através de contractos e partilha de interesses. Esta orientação permite descentralizar responsabilidades, diminuir constrangimentos e possibilitar o contributo de vários sectores e poderes políticos e económicos e introduzir racionalidade nos investimentos, retorno de parte do investimento público, dinamização empresarial e captação de novos players para dinamização futura dos espaços. PORTO, GUIMARÃES, BILBAO, BARCELONA, OSLO, BEIRUTE, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, GÉNOVA, HAMBURGO, COPENHAGA, AMESTERDÃO E MALMO. 497 Fazer acontecer a regeneração urbana 2. Instituir um modelo organizacional flexível, pragmático, funcional e aberto á comunicação com os diversos parceiros a envolver nos processos, designadamente os municípios, os investidores, os moradores, as entidades oficiais e os outros players. Ter ainda uma equipa pequena e bem estruturada responsável pela coordenação de candidaturas, nos casos em que seja necessário. GUIMARÃES, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. Benchmarking Internacional PORTO, SARAGOÇA, BARCELONA, OSLO, BERLIM, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 10. Envolver o investimento público no processo de expropriação, na regeneração de equipamentos socais, na reabilitação de infraestruturas, na resolução de problemas sociais e na instalação dos moradores durante o período em que decorrem as obras. PORTO, ROTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, HAMBURGO E COPENHAGA. PAPEL SOCIAL 11. Basear ao máximo o projeto de regeneração urbana em fundos privados para que o processo tenha racionalidade económica e não fique dependente do poder político. MILÃO, OSLO, BEIRUTE, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. Fazer acontecer a regeneração urbana 25. Promover uma ampla campanha de marketing, para chamar a atenção pública da área a regenerar bem como de todos os intervenientes com publicações em artigos de opinião, presença em feiras, produção de folhetos e outdoors e sobretudo com o contacto mantido com os proprietários, residentes e população envolvente. Todos 14. Estabelecer uma cooperação com estabelecimentos de ensino locais e o município da qual ambos venham a beneficiar, o município consegue o apoio e o acesso ao conhecimento e o estabelecimento de ensino tem a possibilidade de dar aos seus alunos um contacto mais próximo com a realidade. Ao mesmo tempo associar ao projeto empresas e instituições da região. GUIMARÃES, BARCELONA, BERLIM, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN E ESTOCOLMO. 26. Tratar cada caso segundo a sua situação, estado de conservação, potencial de investimento dos proprietários e dos investidores, insolvência do inquilino e contexto específico, evitando um processo de regeneração único, o que exige muita disponibilidade e conhecimento de causa como também um grande envolvimento com a população. PORTO, GUIMARÃES, BERLIM, ROTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO E COPENHAGA. 15. Nas parcerias estabelecidas e no processo de regeneração urbana potenciar o envolvimento de instituições e iniciativas sociais, fazendo da comunidade local um ponto fulcral do processo e da integração social. BILBAO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 16. Coordenar os projetos de transformação com regulamentos de planeamento urbano no sentido de manter a coerência, credibilidade e legitimidade. TODOS 27. Não se restringir apenas á resolução de problemas físicos e de infraestruturas como também perceber as causas e tentar combate-las, intervindo a nível de acompanhamento e inserção social. Isto é ter preocupações sociais, de inclusão social, melhoria das relações de vizinhança, inserção no mercado de trabalho e dinamismo nos bairros em risco e com menores condições. Estabelecer princípios de planeamento social. SARAGOÇA, BERLIM, ROTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. RESPONSABILIDADES, GESTÃO FINANCEIRA E RECURSOS 28. Ter como objetivo a manutenção da ordem social, atratividade, gerir uma boa vizinhança e uma esfera pública de alta qualidade, organizada e segura. ROTERDÃO, BERLIM, OSLO, PORTO, AMESTERDÃO, ROTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 17. Os poderes públicos funcionam como responsáveis globais pela iniciativa, controlo e supervisão dos processos de transformação urbana. BARCELONA, PORTO, GUIMARÃES, BILBAO, SARAGOÇA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO, COPENHAGA, AMESTERDÃO E GÉNOVA. 18. Garantir financiamento por vários anos para tornar o projeto estável, confiável e flexível. BERLIM, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO, AMESTERDÃO E COPENHAGA. 19. Selecionar os projetos com base em concursos públicos. BERLIM, PORTO, GUIMARÃES, BILBAO, SARAGOÇA, BARCELONA, ROTERDÃO, OSLO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 20. Realizar concursos internacionais para os projetos de intervenção nas diferentes áreas. OSLO, BERLIM, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 21. Cumprir com os orçamentos, registar as verbas excendentárias e reafecta-las a outros equipamentos das áreas de intervenção. GUIMARÃES, GLASGOW, AMESTERDÃO, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 22. Atrair investidores através de boas condições de financiamento na aquisição de edifícios e espaços a recuperar. SARAGOÇA, AMESTERDÃO, PORTO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. ABORDAGEM CONSTRUTIVA, ARQUITETÓNICA E ESTRATÉGICA 29. Reabilitar segundo princípios de sustentabilidade, da cidade, do bairro e do edificado, associado ao património com valor comunitário e ao mesmo tempo introduzir atividades capazes de gerar riqueza, tornando a operação sustentável economicamente a longo prazo. GUIMARÃES, BILBAO, OSLO, BEIRUTE, BERLIM, MILÃO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO 30. Conservar os valores identitários e de autenticidade, tais como espaços públicos e edifícios de interesse histórico, preservar qualidades existentes na arquitetura local, optando por manter e modernizar em vez de substituir. PORTO, GUIMARÃES, BARCELONA, BEIRUTE, BERLIM, AMESTERDÃO 31. Garantir a continuidade do urbanismo, da arquitetura, da morfologia e tipologia do edificado e ao mesmo tempo conseguir integrar novas oportunidades e adequar a novo usos. PORTO, GUIMARÃES, BERLIM, AMESTERDÃO 32. Manter e utilizar os sistemas construtivos e técnicas tradicionais, através da criação de equipas de trabalho locais nas áreas de conservação, restauro e construção tradicional. GUIMARÃES 33. Optar por intervenções de impacto não demasiado intensivo, tanto no espaço público como no privado, de forma a criar dinamismo, melhorar a envolvente mas simultaneamente procurando que os residentes se conti- 499 Fazer acontecer a regeneração urbana Benchmarking Internacional 13. Potenciar positivamente as iniciativas particulares e negociar com os proprietários e projetistas. GUIMARÃES, BERLIM, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. Benchmarking Internacional 24. Potenciar e priorizar o contacto direto com as populações, associações empresariais e intervenientes em todo o processo através de um marketing de proximidade e de uma disponibilidade constante para o contato. Com esta estratégia e o diálogo constante contribui-se decisivamente para a diminuição da contestação e para o aumento do grau de envolvimento entre proprietários e moradores PORTO, GUIMARÃES, BARCELONA, BERLIM, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 12. Escolher parceiros privados com uma estrutura solida e estável economicamente, assim como urbanistas, engenheiros, arquitetos, técnicos, outros trabalhadores e materiais de reconhecida qualidade. OSLO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO, AMESTERDÃO E COPENHAGA. 498 23. Elaborar e executar o processo de regeneração urbana com e para as pessoas. Uma vez que os programas de regeneração urbana dependem da participação e interesse dos cidadãos e são responsáveis pelo aumento do sentido de pertença e orgulho na sua cidade. PORTO, GUIMARÃES, SARAGOÇA, BARCELONA, BERLIM, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, ROTERDÃO, HAMBURGO E COPENHAGA. OSLO, BEIRUTE, BERLIM, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. nuem a identificar com os locais, permitindo muitas vezes que os moradores permaneçam nas casas durante a intervenção, reduzindo o custo e os efeitos psicológicos. GUIMARÃES, BERLIM, AMESTERDÃO 45. Nos processos de reconstrução ponderar os edifícios a reconstruir e os que devem ser demolidos, procurando não ferir ou causar conflitos sociais. Procurar não substituir radicalmente os sistemas e as rotinas dos seus habitantes que se identificam com a situação preexistente. BEIRUTE, BERLIM, GLASGOW, EDIMBURGO, HAMBURGO, GÉNOVA E COPENHAGA. Benchmarking Internacional 36. Abordar o sistema viário baseando-se em estudos de mobilidade referentes á área a intervir. Fazer uma gestão integrada da mobilidade e do planeamento estratégico. Preservar e reutilizar o traçado original da cidade, preservando o património construído ao mesmo tempo que se prioriza o crescimento local. PORTO, GUIMARÃES, BARCELONA, BEIRUTE, MILÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. Fazer acontecer a regeneração urbana 500 37. Elaborar uma rede dinâmica entre a cidade e áreas envolventes, melhorar a acessibilidade e a integração física entre o centro e a periferia no sentido de propiciar a uma coesão social nos diferentes bairros. BARCELONA, MILÃO, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 38. Construir infra estruturas desportivas, espaços verdes, avenidas pedonais ou passeios largos e reabilitar/revitalizar (caso haja) frentes marginais de forma a contribuir para a qualidade e um estilo de vida melhor e mais saudável. BARCELONA, BILBAO, OSLO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, PANOVEN, HAMBURGO E COPENHAGA. 39. Atender às condições de acessibilidade e inserir elementos naturais. OSLO, BILBAO, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, PANOVEN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 40. Ter o espaço público como ponto fulcral, primordial e preponderante de todo o projeto, ao funcionar como o encontro da população, contribui para o dinamismo da cidade, tendo sempre em conta a questão da mobilidade. GUIMARÃES, BARCELONA, MILÃO, AMESTERDÃO, PANOVEN, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 41. Manter e reinventar os espaços públicos/comunitários com o intuito de favorecer a convivência entre as pessoas através da organização / revitalização de festas, rituais, cerimónias comunitárias, religiosas ou profanas. As celebrações festivas em locais públicos e eventos culturais, contribuem para a valorização do espaço público, aumento do sentido de pertença e identificação com a área, unificação cultural, coesão social, diminuição de problemas de segurança e delinquência e revitalização de atividades económicas como o comércio urbano, restauração, hotelaria e espaços culturais. BARCELONA, BERLIM, AMESTERDÃO, GÉNOVA, PANOVEN, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 42. Revitalizar mercados e o comércio tradicional entre outros motores de regeneração urbana. BARCELONA, PORTO, GUIMARÃES, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 43. Encomendar a reestruturação física e manutenção de edifícios históricos a arquitetos de reconhecida notoriedade para ajudar a promover internacionalmente a intervenção, o que por sua vez atrai turistas e investidores. BARCELONA, BEIRUTE, BERLIM, MILÃO, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, DUBLIN, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 44. Aliar a cultura e o património, nomeadamente o arquitetónico, como forma de publicitar e destacar a cidade. Estas políticas direcionam-se para a captação de investimento exterior, criação de uma nova imagem identitária mais competitiva e atrativa. BARCELONA, PORTO, GUIMARÃES, BILBAO, SUSTENTABILIDADE E FUTURO DA INTERVENÇÃO 46. Estimular o conhecimento, a capacidade de inovar e converter novas ideias em produtos inovadores, baseando o sucesso da intervenção em princípios de sustentabilidade, conectividade, mobilidade, ética e reforço da atividade económica e assim conseguir captar investidores, empreendedores e novos residentes e funcionar como fator de crescimento e de desenvolvimento regional. BILBAO, SARAGOÇA, OSLO, MILÃO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 47. Potenciar os recursos naturais existentes e aliá-los com outros atrativos de forma a criar impacto na sociedade, criar investimento e riqueza. OSLO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, PANOVEN, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 48. Promover a qualidade de vida, a segurança, a criação de postos de trabalho (se possível também para os residentes) a habitabilidade e a revitalização económica, como principais objetivos. OSLO, BERLIM, MILÃO, AMESTERDÃO, PANOVEN, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 49. Pensar num sistema de transporte público capaz de interligar as várias áreas da cidade de forma a reduzir o uso do automóvel. OSLO, MILÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 50. Publicitar e promover a cidade a vários níveis: cultural, inovação, arquitetura, conhecimento, tecnologia, sustentabilidade e crescimento urbano. BARCELONA, BERLIM, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 51. Atribuir ajudas à reabilitação, mediante o cumprimento de normas e contrapartidas que orientem os moradores a permanecer nas áreas intervencionas evitando o abandono das casas intervencionadas e contribuindo para a dinamização da área. SARAGOÇA, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 52. Conseguir custos de habitação acessível e flexível nas zonas intervencionadas, através de um sector de arrendamento social sem fins lucrativos. ROTERDÃO, BERLIM, SARAGOÇA, PORTO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 53. Reabilitar com base numa estratégia de intervenção que possa gerar riqueza, desenvolvimento económico, postos de trabalho e competitividade e assim garantir a sustentabilidade e a perenidade ao processo desenvolvido. OSLO, PORTO, GUIMARÃES, BILBAO, SARAGOÇA, BARCELONA, MILÃO, ROTERDÃO, AMESTERDÃO, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 54. Atrair profissões liberais para as áreas a intervencionar como gabinetes de arquitetos e outros players com atividade no processo que queiram vir trabalhar na área de intervenção, permitindo assim um contato e uma convivência direta entre técnicos e beneficiários. PORTO, AMESTERDÃO, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. 55. Reforçar a vertente do lazer e do consumo no desenvolvimento do espaço publico. BARCELONA, PORTO, GUIMARÃES, GÉNOVA, GLASGOW, EDIMBURGO, DUBLIN, ESTOCOLMO, MALMO, HAMBURGO E COPENHAGA. Benchmarking Internacional 35. Pensar nas intervenções não de uma forma isolada mas com que o efeito seja integrado, geral e potencie a envolvente. MILÃO, AMESTERDÃO, ROTERDÃO, BARCELONA, GUIMARÃES, PORTO 501 Fazer acontecer a regeneração urbana 34. Integrar as novas construções com as existentes e com as obras em curso e promover a conexão e continuidade entre as áreas construídas e o preexistente no sentido de evitar o zoneamento ou especificação funcional. BARCELONA, BEIRUTE, BILBAO, BERLIM 56. Reutilizar espaços industriais normalmente situados em zonas menos favorecidas da cidade e potenciar áreas marginais (fábricas, depósitos ferroviários, etc.) BARCELONA, AMESTERDÃO, ROTERDÃO, MILÃO, ESTOCOLMO, E PANOVEN. 57. Na fase de elaboração do projeto utilizar a área de intervenção com atividades temporárias, de forma a captar a atenção dos residentes, habi-tantes, governos regionais e nacionais e investidores públicos e privados para a urgência de um projeto de regeneração urbana. Combinar o uso temporário com o desenvolvimento de planos a longo prazo. AMESTERDÃO, ROTERDÃO GÉNOVA E PANOVEN. Benchmarking Internacional 58. Interpretar a regeneração urbana como um projeto estratégico, orientado para o médio e longo prazo, que funciona como um processo contínuo de criação de uma nova cultura, com a qual se visa substituir a procura de edificado novo, pelo prazer de usufruir de espaços com história, que permitem tirar partido de áreas culturais, comércio urbano e outros equipamentos e de um tipo de convivência de maior proximidade, como fatores diferenciadores de qualidade de vida TODOS Fazer acontecer a regeneração urbana 502