A14 IJ)!AK+DHA*F *DLKFL*KH*!M!I(1:#4#@$#1 !!"#$%&'()!**+,- !!.@&)!A !!.%/0)!.1$23&%4 !!B1$'0)!B1$ !!.'$#156)!7'(%8%4 !!C$'%)!*,=D,!E!F*=-A!<(G !!9(:#21)!;<181(#%=!>'&?<#10!'6 !!B1$2')!H!5'!* DR REABILITAÇÃO O Espaço Amoreiras é um projecto de requalificação de um centro empresarial com uma localização ‘prime’, cujo investimento ascendeu a 29,5 milhões de euros. A taxa de ocupação é de 96%. “Deve-se aproveitar a crise para mudar, para colocar o sistema em causa” JOSÉ LUIS PINTO BASTO Presidente do The Edge Group A reabilitação dos centros das cidades deve ser uma aposta cada vez maior dos privados que actuam nestas áreas. O The Edge Group tem investido em imóveis para reabilitação. Aconteceu no Espaço Amoreiras e no edifício Manroland, em Cascais, convertido no ginásio Fitness Hut. Mais recentemente o grupo comprou um hotel, em Lisboa, que será transformado em residências para estudantes e um armazém nas Docas. The Edge Group cria projectos de 500 milhões O grupo, de Pais do Amaral e de José Pinto Basto, tem dois projectos em curso para Cascais e Matosinhos. O The Edge Group, ‘holding’ de Miguel Pais do Amaral e de José Luís Pinto Basto, tem uma carteira de projectos, em várias fases de desenvolvimento, que representam investimentos de 500 milhões de euros. São os casos do Forte Center, em Oeiras, do Norte Center, em Matosinhos, do Lisboa Shopping, em Santa Apolónia, e do Setúbal Center. Estes activos imobiliários combinam ‘business park’, hotelaria e comércio e estarão concluídos no prazo de três a cinco anos. Criado em 2002, o grupo de gestão imobiliária, que actua também na área docapitalderisco,controlaaindaoutros negócios como os supermercados biológicos Brio, em fase de expansão, e os ginásio Fitness Hut, a primeira cadeia ‘low cost’ que já abriu no Espaço Amoreiras, em Lisboa, e que tem previstas novasunidadesemCascaisePorto. No que se refere aos projectos imobiliários, o Forte Center, localizado em Carnaxide, muito perto da A5, é o que se encontra actualmente em fase mais avançado de desenvolvimento. O projecto multiusos contempla uma torre de escritórios de 19 pisos, com uma área de 15 mil metros quadrados (m2), um ‘business center’, de 42 mil m2, e um hotel de 110 quartos, com contrato em fase de assinatura com a cadeia NH. Este projecto inclui ainda um pequeno centro comercial, de 15 mil m2, que poderá vir a ter um supermercado Continente, assim se concretizem as actuais negociações com a grupo Sonae. A gestão deste espaço comercial e de outros dois previstos para a Grande Lisboa, no Vale de Santo António, e em Setúbal, será da responsabilidade de um operador internacional que está em negociações com o The Edge Group. “O projecto empresarial tem o PIP (Pedido de Informação Prévia) aprovado pela nova legislação, o que obriga a autarquia a despachar o licenciamento no espaço de um ano”, explica José Luís Pinto Basto. O início da construção está dependente apenas da concretização das negociações em curso, de forma a avançar com o pedido de financiamento à construção. Sede da Mota-Engil em Matosinhos O Norte Center será instalado nas antigas instalações da Tertir, em Perafita, Matosinhos. O projecto contempla uma área de 240 mil m2 e prevê escritórios, armazéns, pólo tecnológico, áreas comerciais e uma unidade hoteleira. Um dos inquilinos já garantidos será a Mota-Engil, que vai construir aqui a nova sede da construtora, actualmente localizada na zona do Freixo. “A nova zona vai transformar-se numa centralidade empresarial, pela complementariedade de usos e pela concentrando de pólos, que até agora estavam espalhados pela região”, sublinha ainda José Luís Pinto Basto. Neste momento, o centro empresarial tem já o PIP aprovado e prevê a aprovação dos projectos de especialidades até ao final deste ano. Está em curso a précomercialização de parte dos lotes, tendo em conta a dimensão do projecto empresarial. No caso da futura sede da Mota-Engil, Pinto Basto adianta que a concepção do projecto é da autoria da construtora nortenha, embora sujeito à aprovação do promotor, e compreende uma área de 15 mil m2. 0 projecto Norte Center prevê um investimento de 130 milhões de euros e a construção deverá iniciar-se em 2013. A compra das instalações da Tertir – empresa comprada pela Mota-Engil – envolveu 30 milhões de euros. O restante daquele investimento será usado para a infra-estruturação do terreno e a construção do centro empresarial e da sede da construtora. O ‘ex-libris’ do projecto será o ‘business park’ com 90 mil m2 de espaços de escritórios.■ Elisabete Soares | [email protected] É da opinião que se deve investir em tempo de crise? Deve-se sempre aproveitar uma boa crise. Eu sei que esta afirmação é polémica mas, acredito que, nessa altura, põe-se tudo em causa, nas suas várias vertentes. Não falo só no aspecto do que está relacionado com o imobiliário, mas com tudo. É uma oportunidade de mudar os paradigmas. No imobiliário as crises ajudam a filtrar o mercado de indivíduos oportunistas. Na verdade, nos últimos anos, criámos uma dependência da indústria da construção e do imobiliário. Fez-se habitação a mais, depois viu-se que já não havia mais espaço. Viraram-se para os hotéis, centros comerciais. Construíram-se não sei quantos hotéis, em Lisboa, baseados nas estatísticas dos turistas que passam em Lisboa. Só que muitos são hóspedes dos barcos de cruzeiro. Acha que é uma boa altura para se investir na reabilitação das cidades? Temos de criar oportunidades para mudar as cidades para melhor. O Espaço Amoreiras era um centro comercial, apenas mais um, que fechou. Foi um desafio interessante pegar num edifício, muito bem localizado, e identificar o que é que fazia falta numa zona como as Amoreiras, uma zona com uma grande oferta de escritórios, mas pouco diferenciada. A nossa proposta foi a de criar um conceito diferente de escritórios, para quem quer estar nesta zona, mas procura um projecto inovador. A reabilitação deve passar pela animação de zonas mortas da cidade. Zonas que tiveram o seu movimento, mas que agora, devido às consequências da lei do arrendamento, acabaram por ser abandonadas. Às autarquias cabe o papel de criar os planos que possam potenciar o investimento privado. Qual é o papel das empresas na reabilitação? Adquirir imóveis envelhecidos, renová-los e chegar ao mercado com um produto a preços competitivos, pode ser uma boa oportunidade de negócio. Estas operações permitem revitalizar as cidades, permitindo renovar e dar novos usos a espaços devolutos. No caso dos imóveis de rendimento, como é o caso do Espaço Amoreiras, tem a vantagem de, mesmo em tempo de crise, não estão dependentes das condições de mercado para conseguirem a rentabilidade. ■ Página 14