TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical Técnicas Fundamentais Este trabalho define as principais técnicas de espeleo-vertical formulada pela Comissão Técnica de Estudo constituída por representantes da Sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE, CNPJ nº 52.168.481/0001-42 e, pela associação Grupo Voluntário de Busca e Salvamento Pólo Petar GVBS PETAR, CNPJ nº 08.896.269/0001-00, com o propósito de planejar e estruturar um manual para as atividades de Espeleo-Vertical, tendo como objetivo a criação de uma base de procedimentos que possa ser adotada em toda a área de atuação do GVBS PETAR, facilitando as atividades conjuntas de várias instituições, nas operações de busca e salvamento em sistema cavernícola. Realização SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESPELEOLOGIA - SBE GRUPO VOLUNTÁRIO DE BUSCA E SALVAMENTO POLO PETAR – GVBS PETAR Equipe Técnica de Estudo Dez/2007 1 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical Sumário Objetivos Aplicação Introdução 1. Escopo 2. Termos e Definições 3. Procedimentos Gerais 4. Equipamentos 5. Sistemas de Ancoragem 6. Sistema de Gerenciamento de Atrito 7. Nós e Voltas 8. Técnicas de Descida 9. Técnicas de Ascensão 10. Bibliografia 2 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical OBJETIVOS O conteúdo aqui descrito foi elaborado com o intuito de padronizar o procedimento técnico e prático para a atividade de espeleo-vertical da Sociedade Brasileira de Espeleologia - SBE e do Grupo Voluntário de Busca e Salvamento Pólo Petar - GVBS PETAR. APLICAÇÃO Este manual de procedimentos se aplica à todas as atividades de espeleo-vertical em sistema cavernícola, na área de atuação da SBE e do GVBS PETAR. INTRODUÇÃO A segurança na atividade de espeleo vertical envolve pessoas, equipamentos, procedimentos, inclusive as organizações públicas. Desta forma, uma abordagem sistêmica sobre os procedimentos técnicos utilizados em atividades que envolvem técnicas de espeleo vertical é altamente recomendável, de modo a considerá-los sob seus diversos aspectos. 1. ESCOPO Este manual estabelece padrões relativos à operação e segurança de pessoas em atividades de espeleo vertical e, foi desenvolvido para uniformizar os procedimentos técnicos de espeleo vertical, incluindo termos relacionados à segurança, operacionalização e equipamentos. 2. TERMOS E DEFINIÇÕES Para efeito deste manual, aplicam-se os seguintes termos e definições: 2.1. fator de queda quociente entre o comprimento total da queda e o comprimento do dispositivo ou sistema que efetivamente segurou a queda. 2.2. técnicas verticais conjunto de técnicas de subidas, descidas e movimentação em desníveis verticais. 2.3. espeleo vertical conjunto de técnicas verticais específicas para o ambiente de caverna. 2.4. ponto de ancoragem ponto de conexão de um sistema de ancoragem. 2.5. sistema de ancoragem 3 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical Conjunto de elementos que proporcionam pontos seguros para a instalação do sistema de deslocamento para a prática de espeleo vertical. 3. PROCEDIMENTOS GERAIS É necessário que os procedimentos respeitem as capacidades máximas de carga, uso adequado (específico/pretendido), manutenção e descarte dos equipamentos utilizados na operação, de acordo com as especificações do fabricante. Recomenda-se que os equipamentos, dispositivos ou demais componentes utilizados na operação com uso de espeleo-vertical sejam instalados para o período da operação e retirados após sua conclusão, a fim de reduzir o seu desgaste, como exposição prolongada ao sol ou uso em ambientes mais severos. Recomenda-se que estes sejam verificados sistematicamente, antes, durante e após a operação, inclusive seguindo as orientações dos fabricantes. Deve-se descartar o equipamento condenado, dispositivos ou demais componentes se o resultado das verificações (antes, durante ou após a operação) não for satisfatório e se estes foram sujeitos a esforços abusivos/contundentes/excessivos, exposição a produtos químicos, quedas ou choques dinâmicos. 4. EQUIPAMENTOS 4.1. Equipamentos de uso individual São estes: Cadeira Ter, no mínimo, uma fita para cintura e duas fitas para as pernas. Possuir duas alças para o anel de fechamento. Peitoral Que tenha a função de segurar o ascensor ventral na posição correta durante a atividade de espeleo vertical. Estribo De união ao ascensor blocante de punho permitindo a ascensão do corpo através da movimentação da perna, confeccionado em cordim, resistência mínima de 6 kN. Anel de fechamento (meia lua ou delta) Confeccionado em aço galvanizado ou inox. Que possibilite o fechamento da cadeira e o ponto de junção com os equipamentos. A posição para o anel de fechamento é a 4 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical luva roscada do lado esquerdo do corpo, ou seja o processo de rosqueamento deverá ser da direita para a esquerda do usuário. Auto-seguro: Dispositivo de segurança, conectado ao ponto de fixação da cadeira e conectável a um ponto de segurança, confeccionado em corda dinâmica, mínimo de 9mm, com duas pontas e mosquetões nas extremidades. a) O auto-seguro de duas pontas é chamado de duplo. b) As pontas devem ter comprimentos diferentes, longo e curto. c) As pontas, curta e longa deverão ter, respectivamente, 40 cm e 70 cm de comprimento. Descensores Descensor com duas bobinas fixas e Descensor de barras. Ascensor blocante de punho Deve possuir um came auto-blocante dentado e, o furo superior no ascensor para colocação de dispositivo que garanta, que o mesmo, não saia da corda por algum movimento brusco. Ascensor blocante ventral Deve possuir um came auto-blocante dentado. Mosquetões com trava Poderão ser de diferentes formas. Devem, antes de tudo, trabalhar na posição ao qual foram projetados. Mosquetões sem trava Poderão ser de diferentes formas. Devem, antes de tudo, trabalhar na posição ao qual foram projetados. Capacete Que não tenha abas, apresente no mínimo três pontos de fixação, fivela que assegure o fechamento e que atenda aos requisitos da NBR 8221. Sistema de iluminação O sistema de iluminação deve ser, necessariamente, primária e secundária. 5 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical Iluminação Primária É a iluminação principal. Iluminação Secundária É aquela a ser utilizada como suporte e auxílio da iluminação primária, com fonte de energia independente. 4.2. Equipamentos coletivos São estes os equipamentos coletivos: Mosquetões com trava: devem ser simétricos, capacidade mínima 22kN, para a construção de ancoragens. sem trava: de gatilho reto, para a construção de derivações e sistemas similares. Os mosquetões devem, antes de tudo, trabalhar na posição a qual são projetados. Corda Semi-estática (9.0 a 11.5 mm) Tipo A Cordin ou cordelete 5.5 a 6.0 para mochilas 7.0 mm para derivação Fita tubular – resistência mínima de ruptura - 5KN Spits - mínimo 8 mm Chapeletas e parafusos • Força mínima axial (puxado ao longo do eixo do furo para parafuso): 15KN • Força mínima radial (rente à carga ao longo do raio do furo para parafuso): 25KN 5. SISTEMAS DE ANCORAGEM Sistemas de ancoragem são empregados em diversas circunstâncias em espeleo-vertical. Os sistemas têm importância crítica e devem ser absolutamente seguros. 6 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical Os sistemas de ancoragem podem ser fixados em um, caso este seja à prova de bomba, ou mais pontos de ancoragem. 5.1. Planejamento do sistema de ancoragem O responsável pela operação deve considerar os seguintes fatores ao se efetuar o planejamento para a instalação do sistema de ancoragem: a) Condição da estrutura de suporte (como por exemplo, condições das rochas, das árvores ou das estruturas artificiais); b) Existência, disponibilidade e tipo de pontos para ancoragens naturais; c) Existência, disponibilidade e tipo de pontos para ancoragens artificiais; d) Condição de conservação dos dispositivos utilizados nos pontos de ancoragens artificiais; e) Equipamentos disponíveis para montagem das ancoragens (disponibilidade de chapeletas, cordas, cordeletes, mosquetões, etc.) f) Uso pretendido para as ancoragens. No planejamento para a instalação do sistema de ancoragem, deve ser realizada uma inspeção prévia para se avaliar as condições das estruturas de suporte e o estado de conservação dos dispositivos utilizados nos pontos de ancoragem artificiais, como por exemplo, presença de oxidação e deformação plásticas de spits ou chapeletas. Os critérios para decisão acerca do uso de ancoragens naturais ou artificiais devem incluir os seguintes: a) Disponibilidade dos pontos de ancoragem; b) Localização mais adequada dos pontos de ancoragem segundo o uso pretendido para evitar fator de queda com quociente igual ou superior a 1, e ou, pêndulos; c) Avaliação de potenciais impactos ambientais negativos. O responsável pela operação deve estabelecer sistemas de segurança para aproximação dos pontos de ancoragem que estiverem em áreas de risco. São considerados como pontos de ancoragem à prova de bomba aqueles cuja capacidade portante de carga é muito superior aos esforços à qual ela seja submetida. O conceito de ponto de ancoragem à prova de bomba é muito impreciso, portanto, é importante que se use de prudência ao se classificar um ponto de ancoragem à prova de bomba. Requer-se experiência para poder classificar-se um ponto de ancoragem à prova de bomba. 7 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical No caso de pontos de ancoragem naturais, deve-se efetuar uma avaliação quanto à sua utilização. Dentre os aspectos que se devem ser verificados, incluem-se os seguintes: a) solidez do ponto de ancoragem; b) estado de conservação do ponto de ancoragem; c) avaliação da capacidade de carga em relação ao uso pretendido; d) existência de pontos de atrito ou de alavanca ao redor do ponto de ancoragem que comprometam o seu uso. Quando se utilizar rochas como estrutura de suporte, o responsável pela operação deve verificar: a) condição geral da rocha: a rocha deve se apresentar contínua, sólida e estável; b) ausência de som de ocos: ao se aplicar pancadas na rocha, o som deve ser seco e sólido. O som de ocos indica que a estrutura da rocha não é segura; c) estado de fraturamento: deve-se observar o grau de fraturamento da superfície da rocha. Não é recomendável que se utilizem dispositivos de fixação em maciços com grau elevado de fraturamento; d) desplacamentos: maciços sujeitos a desplacamentos não são recomendáveis para a instalação de dispositivos de sistemas de ancoragem; e) proximidade de bordas: os dispositivos devem estar a pelo menos 20 cm de uma borda quando esta esteja na direção do esforço da carga; f) grau de intemperismo da rocha: deve-se observar o grau de intemperismo da rocha, em particular junto de cada ponto de ancoragem; g) espaçamento entre os dispositivos de fixação das ancoragens: o espaçamento entre os dispositivos de fixação deve ser de pelo menos 20 cm; Admite-se utilizar apenas um ponto de ancoragem natural desde que este seja à prova de bomba. No caso de uso de ancoragens artificiais, deve-se utilizar pelo menos dois pontos de ancoragem. 5.2. Pontos de ancoragem Os pontos de ancoragem podem ser, quanto à sua origem: Naturais: quando as ancoragens são montadas em elementos da natureza como blocos de rochas, formações cársticas, troncos de árvores, outros; 8 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical Artificiais: quando se utilizam dispositivos fixos na rocha como, por exemplo, spits. A instalação de pontos de ancoragem, sejam fixos ou móveis, requer conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos específicos. 5.3. Ponto central Ponto central é o ponto principal do sistema de ancoragem, onde é empregada toda carga do sistema. 5.4. Uso de mosquetões Para conexão aos pontos de ancoragem, devem ser utilizados mosquetões simétricos com dispositivo de trava no gatilho e com a capacidade mínima de 22 kN. Devem ser realizadas inspeções visuais nos mosquetões, antes de efetivamente aplicar carga no sistema de ancoragem. Deve-se verificar no mínimo: a) Gatilhos dos mosquetões encontram-se travados; b) Mosquetões não estejam sofrendo alavanca ou torção junto à rocha ou estrutura de suporte; c) Gatilhos dos mosquetões não estejam sofrendo atrito junto à rocha ou à estrutura de suporte; d) Mosquetão não esteja sendo solicitado em mais de duas direções. 5.5. Esforços sobre o sistema de ancoragem – ângulo de flecha Para cálculo dos esforços sobre o sistema de ancoragem, o responsável pela instalação deve observar os ângulos de flecha deste sistema e respeitar suas características máximas de carga, conforme a tabela 1. Tabela 1 – Ângulos de ancoragem e percentual de carga sobre os pontos de ancoragem com relação à carga no ponto central. Ângulo Carga 0 50% 45º 57% 60º 60% 9 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical 90º 70% 120º 100% 150º 200% 175º 1200% Fonte: Norma ABNT 5.6. Sistema de ancoragem equalizada Sistema de ancoragem equalizada utiliza, no mínimo, dois pontos e são empregados de forma que a carga exercida no ponto central seja distribuída igualmente entre os pontos, mesmo quando sofrer uma mudança na direção dos esforços. Na montagem se um sistema de ancoragem equalizado, são necessários os seguintes equipamentos: a) Mosquetões em quantidade suficiente para serem conectados aos pontos e ancoragem; b) Anel de fita ou corda, em tamanho suficiente para realizar a conexão entre os pontos, observando o ângulo de flecha; c) Mosquetão para o ponto central. O que assegura que o sistema é equalizado é a montagem do ponto central usando as cordas ou fitas. Neste caso, o ponto central tem mobilidade em relação às cordas ou fitas. 5.7. Sistema de ancoragem fracionado O sistema de ancoragem fracionado ou os chamados fracionamentos são utilizados para evitar o atrito da corda com a rocha, para construção de corrimão horizontal e outras situações que se fizerem necessárias. 6. SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE ATRITO O gerenciamento de atrito da corda e dos demais componentes do sistema de ancoragem com a rocha é um dos pontos críticos da segurança relacionado às atividades de espeleovertical. O atrito pode ser eliminado ou controlado. Em seguida estão descritos os procedimentos para gerenciamento de atrito. 6.1. Eliminação do atrito 10 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical A eliminação do atrito deve ser a prioridade na instalação e montagem de vias para a atividade de espeleo-vertical. No momento de seleção dos pontos de ancoragem, o atrito deve ser considerado, através da análise das possíveis linhas de descida ou de progressão da via, sendo que a seleção destas linhas e a instalação dos pontos de ancoragem devem ser definidas de maneira que não aconteça o atrito. A eliminação de atrito é o posicionamento da ancoragem de maneira que a corda não tenha contato com a superfície da rocha, ou: A instalação de derivações ou desvios da corda, ou; A instalação de fracionamentos da corda. 7. NÓS E VOLTAS Para uma operação que envolva técnicas de espeleo-vertical é necessário o uso de nós e voltas ao se utilizarem cordas, cordeletes ou fitas. É importante o treinamento constante na confecção dos nós. Na confecção dos nós ou voltas, deve ser observado o comprimento mínimo das sobras das cordas, fitas ou cordeletes, de acordo com seus diâmetros ou larguras, conforme relação abaixo: cordas: 30 cm cordeletes: 10 cm fitas: 3 vezes a largura ( de 4 a 8 cm de sobra) Tipos de Uso Nós ou voltas De De De Emendas De Encordoamento Ancoragem ou Assegurar Blocantes Outros Usos Junções oito duplo nó de coelho nó de fita volta de fiel lais de guia duplo oito de junção meia volta de fiel prusik Borboleta machard 11 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical pescador duplo oito duplo pescador duplo belonese valdotain 7.1. Nó de encordoamento Utilização: utilizado para fixar uma corda a um ponto de conexão; encordoamento em ponta de corda; confecção de auto seguro utilizando cordas. i. Oito duplo ii. Volta de fiel iii. Pescador duplo 7.2. Nós de ancoragem São utilizados para fixar a corda às ancoragens. Utilização: Para ancorar a corda em pontos distintos de ancoragem, distribuindo a carga e apoiando-se sobre vários pontos de ancoragem com uma mesma corda. i. Nó de coelho ii. Lais de guia duplo iii. Oito duplo iv. Nove 7.3. Nós de emenda ou junção Utilizados para atar ou emendar duas cordas, cordeletes ou fitas e também fecha-los em forma de anel. 12 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical i. Nó de fita ii. Oito de junção iii. Pescador duplo 7.4. Nó de assegurar Utilizado para assegurar a ascensão ou descida de equipamentos. i. 7.5. Meia volta de fiel / UIAA Voltas blocantes Geralmente utilizados para estabelecer um ponto de tração na corda e alguns deles podem ser utilizados para técnica de descida auto-assegurável, ascensão e proteção de tensões em ancoragens. i. Prusik ii. Machard iii. Belonese iv. Valdotain 7.6 Outros Usos Borboleta (corrimão) 8. TÉCNICAS DE DESCIDA Para a descida em corda, os equipamentos a serem utilizados, são: descensor de bobina ou de barra. Não utilizar outro dispositivo para a descida em corda, na atividade de espeleo-vertical. 9. TÉCNICAS DE ASCENSÃO Para ascensão em corda, os equipamentos a serem utilizados, são: Ascensor blocante de punho; Ascensor blocante ventral. Não utilizar outro dispositivo blocante para a ascensão em corda, na atividade de espeleovertical. 13 TÉCNICAS FUNDAMENTAIS Espeleo-Vertical 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS As atividades de espeleo vertical devem ser praticadas utilizando-se sistemas de iluminação elétrica. 11. BIBLIOGRAFIA Ministério do Turismo – Manual de Criação e Organização de Grupos Voluntários de Busca e Salvamento de Turismo de Aventura, 2005 Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 15500– Turismo de Aventura Terminologia, 2007 Corpo Nacional de Socorro Alpino Espeleológico/SBE - Livreto, 1990 Marbach, Georges; Tourte, Bernard; Técnicas de Espeleologia Alpina – Manuales Desnível nº 46; Ed Desnível, Espanha, Madrid, 2003 14