Dos Resíduos Sólidos Urbanos à Energia Alarene Avelino Cabral – Escola Secundária de Mem Martins Carolina Vieira – Escola Secundária José Gomes Ferreira ISEL/IPL Objectivo: Utilizar resíduos orgânicos recolhidos em casa e em parques para produzir energia, através da avaliação do processo de tratamento biológico Digestão Anaeróbia, em termos de produção de metano. Introdução: Os resíduos sólidos urbanos (RSU) são os lixos que o Homem produz. Estes podem conter matéria orgânica, papel e cartão, plásticos, vidro, metais, entre outros. A digestão anaeróbia consiste na conversão microbiológica (fermentação anaeróbia), com ausência de oxigénio, de substratos orgânicos em metano, dióxido de carbono e sulfureto de hidrogénio, (principias constituintes do biogás), através de associações simbióticas entre diferentes grupos de bactérias. Este processo é constituído por quatro fases: hidrólise, acidogénese, acetogénese e metanogénese, O biogás é um gás combustível que pode ser utilizado na produção de energia eléctrica e térmica. Procedimento Experimental: 1- Determinação dos sólidos totais (ST) dos resíduos recolhidos (frutas, vegetais e relva), por secagem a 103-105ºC e pesagem até peso constante. 2 – Determinação do pH (potenciometria) dos resíduos, através da adição de 100 mL de água destilada e agitação durante 1h. 3 – Ensaios de digestão anaeróbia. Preparação de três misturas com os resíduos Mistura 1 – Relva (R), Mistura 2 – fruta e vegetais (FV) e Mistura 3 – FV + R (Tabela 1). A cada mistura foi adicionado inóculo (solução contendo microrganismos anaeróbios) proveniente de um digestão anaeróbio de lamas de ETAR. As 3 garrafas foram colocadas num banho termoestabilizado a 35ºC durante dois dias. Durante o período de incubação procedeu-se à determinação do volume de biogás e à sua caracterização através de cromatografia gasosa. Resultados: Tabela 1. Quantidade de substrato e inóculo utilizados nas misturas Os resíduos sólidos (FV e R) foram caracterizados em termos de ST e pH (Tabela 2 e 3). Nos ensaios de digestão anaeróbia foi determinado o volume de biogás (Figura 1) e a sua composição em termos de percentagem de metano (Tabela 4). Tabela 2. Determinação dos ST dos resíduos Resíduos Frutas e Vegetais Relva Sólidos Totais (%) 20,85 27,59 Tabela 3. Determinação de pH dos resíduos Resíduos pH Fruta e Vegetais 5,48 Relva 5,78 Misturas Fruta e Vegetais Relva Frutas e Vegetais + relva Substrato (g) 2,6 2,6 2,6 + 2,6 Inóculo (mL) 200 200 200 Tabela 4. Determinação da percentagem de metano ao longo do tempo de incubação Substrato Relva Frutas e Vegetais Frutas e Vegetais + Relva ND- Não detectável Tempo incubação 1ºDia - %CH4 2ºDia - % de CH4 ND ND ND 38 ND 41 Figura 1. Produção de biogás em cada mistura Conclusão: Pela análise dos resultados obtidos verifica-se que a mistura de dois substratos (Frutas e vegetais + relva) exibe a maior produção de biogás e de metano (Figura 1), enquanto a mistura de frutas e vegetais origina a menor produção de biogás. Podemos concluir que os resíduos estudados tem características adequadas para serem tratados por digestão anaeróbia, com a consequente produção de biogás, o qual é considerado uma fonte renovável de produção de energia. Orientadas por: Dr.ª Maria Teresa Santos Agradecimentos: À Dr.ª Maria Teresa Santos Ao CEEQ/ISEL e à Ciência Viva Julho de 2011