Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e
Clínica Integrada
ISSN: 1519-0501
[email protected]
Universidade Federal da Paraíba
Brasil
Leite Cavalcanti, Alessandro; Forte de Oliveira, Klélia; Silva Paiva, Paula; Vitoriano Rabelo Dias,
Mariângela; Pereira da Costa, Suzanne Kaelinne; Fernandes Vieira, Fernando
Determinação dos Sólidos Solúveis Totais (OBrix) e pH em Bebidas Lácteas e Sucos de Frutas
Industrializados
Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, vol. 6, núm. 1, janeiro-abril, 2006, pp. 5764
Universidade Federal da Paraíba
Paraíba, Brasil
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Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
Alessandro Leite CAVALCANTI*
Klélia Forte de OLIVEIRA**
Paula Silva PAIVA**
Mariângela Vitoriano RABELO Dias**
Suzanne Kaelinne Pereira da COSTA**
Fernando Fernandes VIEIRA***
Ingestão de líquidos; Açúcares na dieta; Edulcorantes; Iogurte.
Drinking; Dietary sucrose; Sweetening agents; Yogurt.
* Professor Doutor Titular do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba.
** Acadêmicas do Curso de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba.
*** Professor Doutor Titular do Departamento de Química da Universidade Estadual da Paraíba.
INTRODUÇÃO
É sabido que a dieta desempenha importante
papel no desenvolvimento da cárie dentária, sendo que o
estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis tem
grande importância na sua prevenção (NACAO; CHUAN;
RODRIGUES, 1996). O potencial cariogênico de uma
dieta está na dependência dos alimentos que a compõe
(LEITE; DREHMER, 1998). Contudo, o consumo de
alimentos adoçados é influenciado por uma variedade de
fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais
(TOMITA et al., 1999; VANOBBERGEN et al., 2001).
De acordo com Aquino e Philippi (2002), as
práticas de alimentação são importantes determinantes
das condições de saúde na infância e estão fortemente
condicionadas ao poder aquisitivo das famílias, do qual
dependem a disponibilidade, a quantidade e a qualidade
dos alimentos consumidos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde
(1990), os padrões alimentares da população infantil,
principalmente nos primeiros anos de vida, podem ser
influenciados pela grande diversidade de produtos
industrializados. Ademais, o aumento da oferta destes
alimentos contribui para o seu consumo. Logo, é
importante ressaltar que o consumo excessivo e
inadequado pode vir a comprometer a saúde bucal
destas crianças.
Reportando-se aos açúcares, Barreiros,
Bossolan e Trindade (2005) ressaltaram que a ingestão
de açúcares vem aumentando acentuadamente, em
decorrência do maior consumo de produtos
industrializados contendo frutose e sorbitol como
adoçantes. Segundo os autores, a frutose vem sendo
empregada como adoçante de bebidas e frutas
industrializadas, constituindo de 4,0% a 8,0% de seu
peso em decorrência de algumas características, como a
maior solubilidade em soluções aquosas e pelo fato de
ser cerca de 1,7 vezes mais doce que a sacarose.
A ingestão de líquidos na dieta tem sido cada vez
mais recomendada, ocorrendo com maior freqüência nos
países tropicais (SOBRAL et al., 2000; AL-MAJED;
MAGUIRE; MURRAY, 2002). Dentre as bebidas mais
consumidas pelas crianças estão os sucos de frutas
industrializados ou in natura, os refrigerantes e as
bebidas lácteas (AL-MAJED; MAGUIRE; MURRAY,
2002; SANCHEZ; FERNANDEZ DE PRELIASCO, 2003;
FOX et al., 2004; SKINNER; ZIEGLER; PONZA, 2004).
Os sucos de frutas são definidos pela Legislação
Brasileira, normativa Nº 136, em que estabelece os
padrões de identidade e qualidade, como sendo suco de
fruta límpido ou turvo extraído da fruta, através de
processos tecnológicos adequados, não fermentados,
de cor, aroma e sabor característicos, submetidos a
conservação até o momento do consumo (CHAVES et
al., 2004). Para Bueno, Barboza e Garcia-Cruz (2005),
os sucos de frutas são definidos como os líquidos obtidos
por expressão ou extração de frutas maduras por
processos tecnológicos adequados.
Os sucos de frutas são sistemas complexos que
consistem de uma “mistura” aquosa de vários
componentes orgânicos voláteis e instáveis,
responsáveis pelo sabor e aroma do produto, além de
açucares, ácidos, sais minerais, vitaminas e pigmentos.
Devido à composição rica em ácidos orgânicos,
geralmente, apresentam valores de pH entre 2,0 e 4,5. O
pH depende do tipo e concentração de ácido da fruta, da
sua espécie, grau de maturação, entre outros fatores
(ONCAG; TUNCER; TOSUN, 2005). O conteúdo de
açúcares (carboidratos) é elevado e constituído
principalmente por glicose, frutose, várias pentoses e
pectinas (GONZALEZ; ZEPKA, 2005).
Quanto à natureza da fruta, os sucos podem ser
classificados em cítricos (obtidos da laranja, limão,
tangerina e pomelo), tropicais (maracujá, caju, abacaxi,
goiaba e manga) e outros (uva e maçã). Quanto à
concentração, podem ser classificados em sucos
simples (prontos para beber - com concentração de
sólidos solúveis na faixa de 8 a 13 graus Brix), sucos
integrais (com concentração de sólidos variável, em
função do tipo de fruta) e sucos concentrados (com teor
de sólidos solúveis de 55 a 66 graus Brix) (GONZALEZ;
ZEPKA, 2005).
A bebida láctea é o produto obtido a partir de leite
ou leite reconstituído e/ou derivados de leite,
reconstituídos ou não, fermentado ou não, com ou sem
adição de outros ingredientes, onde a base láctea
represente pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento)
massa/massa (m/m) do total de ingredientes do produto.
As bebidas lácteas podem ser classificadas em
fermentadas, não fermentadas e tratadas termicamente
após fermentação (BRASIL, 1999).
De acordo com Sivieri e Oliveira (2002), a
tecnologia de fabricação de bebidas lácteas baseia-se
na mistura de iogurte e soro em proporções adequadas,
seguida da adição de ingredientes como aromatizantes,
corantes, edulcorantes, polpa de frutas e outros, de
acordo com a formulação do produtor.
Os achocolatados podem ser definidos como os
produtos à base de chocolate, em pó ou em grânulos,
destinados à mistura com água ou leite.
O índice de refração é uma propriedade física
importante de sólidos, líquidos e gases. A medida de
índice de refração pode ser usada para determinar a
concentração de uma solução, pois o índice de refração
dela varia com a concentração (MORAES, 2006).
Portanto, a refratometria na escala Brix se constitui em
solúveis presentes em uma amostra.
A escala Brix é calibrada pelo número de gramas
de açúcar contidos em 100g de solução. Quando se
mede o índice de refração de uma solução de açúcar, a
leitura em percentagem de Brix deve combinar com a
concentração real de açúcar na solução. As escalas em
percentagem de Brix apresentam as concentrações
percentuais dos sólidos solúveis contidos em uma
amostra (solução com água). Os sólidos solúveis
contidos é o total de todos os sólidos dissolvidos na água,
começando com açúcar, sais, proteínas, ácidos, etc. A
leitura do valor medido é a soma total desses (MORAES,
2006).
Alimentos considerados ácidos podem levar ao
surgimento de lesões erosivas na coroa dentária
decorrentes da ação química se consumidos em
excesso. A erosão dentária pode ser definida como a
perda de tecido dentário através de um processo
químico, sem o envolvimento de microorganismos
(WATSON; TULLOCH, 1985).
Ácidos cítricos e outros ácidos de sucos de frutas
e outras bebidas doces causam erosão do esmalte
dentário através do contato por longa duração, podendo
predispor à cárie, mas certamente o perigo principal a tais
produtos é o conteúdo de açúcar (NABUT; URSI, 1997;
AL-MAJED; MAGUIRE; MURRAY, 2002; SANCHEZ;
FERNANDEZ DE PRELIASCO, 2003; ONCAG;
TUNCER; TOSUN, 2005).
Um pH igual ou menor que 5.5 é considerado um
pH crítico para a dissolução do esmalte, apesar da perda
mineral se iniciar com pH mais elevados (BIRKHED,
1984).
Sobral et al. (2000) estudaram a importância do
pH da dieta líquida na etiologia e prevenção das lesões
de erosão dental e determinaram o pH de algumas
bebidas e sucos. As bebidas e sucos analisados
mostraram valores abaixo do pH crítico de dissolução da
estrutura dental, sugerindo a possibilidade de
favorecerem a desmineralização. A orientação quanto à
dieta ácida parece ser um fator importante no tratamento
e prevenção das lesões de erosão dental.
Rodas et al. (2001) ao analisarem 136 amostras
de iogurtes com frutas de 8 diferentes marcas quanto ao
pH, verificaram que os mesmos apresentaram pouca
variação no pH, sendo 3,89 o menor valor e 4,08 o maior
valor. De acordo com os autores, todas as marcas
encontravam-se dentro do limite de pH, no qual o
crescimento das bactérias lácticas desenvolve-se
normalmente e sem prejuízo, ou seja, entre 3,6 a 4,3.
Estudando as propriedades relacionadas com a
erosão dental de diferentes de sucos de frutas
industrializados, Farias et al. (2000) determinaram o
valor do pH e a capacidade tampão. Os resultados
para os sabores de laranja e pêssego, respectivamente.
O suco que apresentou maior capacidade tampão foi o
de laranja e a menor, o de manga. Concluíram que todos
os sucos eram ácidos e capazes de solubilizar as
apatitas dentárias, sendo esta acidez um reflexo dos
baixos valores de pH e capacidade tampão destas
bebidas.
Ao estudar a relação entre o consumo de
bebidas e alimentos doces e a presença de cárie
dentária entre crianças inglesas, Levine (2001)
constatou a existência dessa relação, sendo que nas
crianças com idades entre 2 e 5 anos que não
consumiram alimentos açucarados, o ceo-d foi igual a
0,94 enquanto que naquelas que consumiram, o ceo-d
foi igual a 2,61. Verificou ainda que o ceo-d foi menor
entre aquelas que não consumiram bebidas doces (ceod = 1,71), quando comparado aquelas que ingeriram
bebidas açucaradas (ceo-d = 2,11).
Cavalcanti et al. (2002) analisaram o pH das
bebidas mais consumidas nas quatro refeições pelas
crianças atendidas na Clínica de Odontopediatria da
UFPB. Concluíram que os sucos, os refrigerantes, os
iogurtes e os lactobacilos fermentáveis poderiam
contribuir para o aumento do potencial erosivo da dieta
líquida infantil, sendo expressiva a ingestão de
refrigerantes principalmente, no almoço e nos lanches.
A presença e os fatores de riscos para o
desenvolvimento da erosão dentária foram estudados
por Al-Majed, Maguire e Murray (2002) em 354 crianças
sauditas com 5 e 6 anos de idade e respectivos pais ou
responsáveis. Verificaram que 34% da amostra
apresentavam pronunciada erosão dentária
(envolvimento de dentina), com 21% das crianças
relatando a ingestão de refrigerantes, 19% consumiam
leite e 8% ingeriam sucos de frutas antes de dormir.
Quarenta e um por cento das crianças ingeriam bebidas
durante a noite entre uma e três vezes por semana.
Frente aos resultados obtidos, identificaram o consumo
de bebidas ácidas e sua ingestão durante a noite como
fatores de risco para o desenvolvimento da erosão
dentária.
Costa et al. (2003) estudaram a cariogenicidade
de alimentos industrializados consumidos por préescolares em São Luís - MA. Selecionaram os seguintes
alimentos: refrigerante, biscoito, iogurte e salgadinhos e
analisaram o percentual de sacarose e o valor do pH. Os
resultados encontrados demonstraram que os alimentos
testados possuíam um elevado potencial cariogênico
por apresentarem valores de pH baixo e uma significante
quantidade de açúcar.
Tendo por base a ingestão acentuada de sucos
de frutas prontos para o consumo e de bebidas lácteas
por pacientes infantis, este trabalhoobjetivou avaliar a
pH nestes alimentos.
O delineamento experimental utilizado foi o
casualizado com 3 repetições para cada amostra. A
unidade experimental considerada foi 10ml do produto.
Foram realizadas as seguintes avaliações:
Realizou-se um estudo experimental in vitro.
Foram avaliados vinte tipos de bebidas lácteas - sendo
dez iogurtes e dez achocolatados e dez diferentes
sabores de sucos infantis prontos para o consumo, os
quais estão descritos no Quadro 1.
Quadro 1. Distribuição dos produtos avaliados segundo o
sabor e a indústria processadora.
PRODUTO
Sabor
Industria
Processadora
Iogurtes
Chamy SD - polpa de fruta®
Morango
Chamy®
Paulista – polpa/geléia fruta®
Morango
Paulistav
Parmalat SD – polpa/cereais®
Morango
Parmalat®
Ninho Solei SD®
Morango
Nestlé®
Danup com polpa de fruta®
Morango
Danone®
Gutkilla®
Morango
Vakila®
Vitagut®
Morango
Vita®
Cariri®
Morango
Cariri®
Isis®
Morango
Isis®
Lebon®
Morango
Lebon®
Nescau®
------
Nestlé®
Kidlat®
------
Parmalat®
Vitaminado Valedourado®
------
Valedourado®
Todynho®
------
Todynho®
Danette®
------
Danone®
Embarezinho®
------
Camponesa®
Itambynho®
------
Itambé®
Chocobom®
------
Leitom®
Chocolatt®
------
Betânia®
Manakim®
------
Manacá®
Uva
Serigy Ind. Com.
Dafruta®
Laranja
Dafruta Ind.Com.
SuFresh®
Morango
WOW Ind. Com.
Serigy®
Maracujá
Serigy Ind. Com.
Serigy®
Goiaba
Serigy Ind. Com.
Kapo®
Uva
Coca-Cola Comp.
Kapo®
Laranja
Coca-Cola Comp.
Kapo®
Morango
Coca-Cola Comp.
Kapo®
Maracujá
Coca-Cola Comp.
Kapo®
Goiaba
Coca-Cola Comp.
Achocolatados
Sucos de Frutas
Serigy®
1) pH por potenciometria: As medidas de pH foram feitas
após a abertura das embalagens. Entre cada avaliação,
foi dado um intervalo de vinte minutos para cada
mensuração. Foi utilizado o potenciômetro Tecnal pH
meter TEC-2® o qual apresenta uma acurácia de 0,1,
sendo calibrado de acordo com as instruções do
fabricante através do uso de substâncias com pH = 4 e
pH = 7.
2) Sólidos solúveis totais (ºBrix): As leituras do grau Brix
foram feitas por refratometria, utilizando o refratômetro
de Abbé (PZO WARSZAWA RL1®), corrigido para 20oC.
O aparelho foi calibrado a temperatura ambiente com
água deionizada (Índice de refração = 1,3330 e 0º Brix a
20ºC) e procedeu-se às leituras das amostras. Entre as
avaliações estabeleceu-se um intervalo de trinta
minutos.
Os dados foram organizados com o auxílio do
software Excel, sendo obtidas as médias e o desviopadrão com o software GMC®.
As médias dos sólidos totais (ºBrix) para cada
amostra de iogurte, achocolatado e suco de frutas
analisados podem ser vistos na Tabela 1. Com relação
às bebidas lácteas, o iogurte Paulista® apresentou a
maior média (26,3) enquanto o Vitagut® teve a menor
média (13,26).
Para os achocolatados, o Chocobom® mostrou
a maior média (19,93) e o Chocolatt® a menor (13,56).
Dentre os sucos de frutas, a maior média observada foi
para o suco de laranja Da Fruta® correspondente a
13,53, e a menor foi registrada para o suco de goiaba
Serigy®, com 10,23.
Na Tabela 2 são apresentadas as médias do pH
para cada bebida estudada. Com relação às bebidas
lácteas, o iogurte Ninho Solei® apresentou a maior
média (4,26) enquanto o Cariri® teve a menor média
(3,58). Para os achocolatados, o Embarezinho®
mostrou a maior média (7,01) e o Vitaminado
Valedourado® a menor (6,25).
Dentre os sucos de frutas, a maior média
observada foi para o suco de maracujá Kapo®
correspondente a 3,72 e a menor foi registrada para o
suco de maracujá Serigy®, com 10,23.
Tabela 1. Distribuição da média e desvio-padrão do oBrix
para os iogurtes, os achocolatados e os sucos de frutas.
Média
Desviopadrão
Cham y semi-desnatado®
16,26
0,20
Paulista - polpa e geléia de fruta®
26,30
Parmalat sem i-desnatado ®
Tabela 2. Distribuição da média e desvio-padrão do pH
para os iogurtes, os achocolatados e os sucos de frutas.
Média
Desviopadrão
Cham y semi-desnatado®
3,94
0,02
0,10
Paulista - polpa e geléia de fruta®
4,01
0,00
16,73
0,58
Parmalat sem i-desnatado ®
4,08
0,03
Ninho Solei semi-desnatado®
16,33
0,15
Ninho Solei semi-desnatado®
4,26
0,03
Danup com polpa de fruta®
15,73
1,07
Danup com polpa de fruta®
4,01
0,00
Gutkilla®
16,06
0,55
Gutkilla®
3,71
0,24
Vitagut®
13,26
0,20
Vitagut®
3,59
0,07
Cariri®
14,13
0,89
Cariri®
3,58
0,06
Isis®
16,20
0,70
Isis®
3,75
0,07
Lebon®
16,90
1,47
Lebon®
3,73
0,37
16,79
3,53
3,86
0,22
Produto
Iogurtes
Produto
Iogurtes
Média
Achocolatados
Média
Achocolatados
Nescau®
19,50
0,43
Nescau®
6,77
0,07
Kidlat®
17,36
0,15
Kidlat®
6,52
0,12
Vitaminado Valedourado®
16,70
0,45
Vitaminado Valedourado®
6,25
0,15
Todynho®
16,80
0,95
Todynho®
6,56
0,38
Danette®
17,50
1,47
Danette®
6,33
0,04
Em barezinho®
16,30
0,62
Em barezinho®
7,01
0,04
Itambynho®
17,20
0,20
Itambynho®
6,76
0,05
Chocobom®
19,93
0,11
Chocobom®
6,49
0,08
Chocolatt®
13,56
0,20
Chocolatt®
6,80
0,14
Manakim®
15,03
0,25
Manakim®
6,57
0,12
16,98
1,87
6,06
0,23
Suco de Uva (Serigy®)
11,56
1,40
Suco de Uva (Serigy®)
3,37
0,16
Suco de Laranja (Dafruta®)
13,53
0,15
Suco de Laranja (Dafruta®)
3,40
0,12
Suco de Morango (Su Fresh®)
11,93
1.50
Suco de Morango (Su Fresh®)
3,32
0,11
Suco de Maracujá (Serigy®)
11,73
0,30
Suco de Maracujá (Serigy®)
3,07
0,13
Suco de Goiaba (Serigy®)
10,23
0,47
Suco de Goiaba (Serigy®)
3,21
0,12
Suco de Uva (Kapo®)
11,83
0,90
Suco de Uva (Kapo®)
3,71
0,10
Suco de Laranja (Kapo®)
11,06
0,11
Suco de Laranja (Kapo®)
3,44
0,11
Suco de Morango (Kapo®)
12,33
0,47
Suco de Morango (Kapo®)
3,71
0,10
Suco de Maracujá (Kapo®)
11,20
0,20
Suco de Maracujá (Kapo®)
3,72
0,09
Suco de Goiaba (Kapo®)
12,73
0,05
Suco de Goiaba (Kapo®)
3,64
0,10
11,81
0,91
3,45
0,22
Média
Sucos de Frutas
Média
Média
Sucos de Frutas
As médias dos sólidos solúveis totais (ºBrix)
diferiram entre si, apresentando-se em ordem
decrescente na seguinte seqüência: achocolatados >
iogurtes > sucos de frutas.
Média
Verifica-se que os sucos de frutas apresentaram
menor média do pH (3,45), seguido dos iogurtes (3,86) e
dos achocolatados (6,06).
As bebidas não alcoólicas têm largo consumo no
mundo inteiro. Em todos os países, os levantamentos
estatísticos revelam números crescentes de consumo,
tanto per capita quanto global (AL-MAJED; MAGUIRE;
MURRAY, 2002). Esses valores são mais expressivos
quando se referem a bebidas obtidas de frutas, pelo fato
de as mesmas se constituírem fontes fundamentais de
vitaminas e minerais para a dieta humana, além de seus
atrativos sabores (SOARES et al., 2001). Segundo a
American Academy of Pediatrics (2004), a venda
comercial desses produtos nas escolas contribui para o
aumento do consumo.
A produção mundial e o consumo de iogurtes
cresceram durante os últimos anos, com a introdução
dos iogurtes aromatizados com frutas. A adição de frutas
aumenta a aceitação do produto, pois nem todos os
consumidores preferem o iogurte na sua forma natural
(RODAS et al., 2001). Entretanto, o consumo de leite
diminuiu consideravelmente à medida que as bebidas
não alcoólicas se tornaram favoritas das crianças
(AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 2004).
É sabido que alimentos doces são preteridos
pelas crianças em detrimentos de alimentos sem açúcar
ou com baixa quantidade de açúcar (TOMITA et al.;
1999). De acordo com Guthrie e Morton (2000), as
bebidas adocicadas se constituem na principal fonte de
açúcar da dieta da criança.
A análise da quantidade de Sólidos Solúveis
Totais (SST) através da refratometria na escala brix se
constitui um método aceito pela comunidade acadêmica.
Portanto, conforme descrito por Moraes (2006), a leitura
em percentagem de 0Brix deve ser semelhante com a
concentração real de açúcar existente nas soluções
analisadas. Desse modo, o teor médio de SST nos
produtos analisados variou de 13,26 a 26,30 para as
bebidas lácteas e de 10,23 a 13,53 para os sucos de
frutas.
Atualmente, a erosão dentária é considerada um
problema clínico significativo para a saúde bucal de
escolares e adolescentes (AL-MAJED; MAGUIRE;
MURRAY, 2002; SANCHEZ; FERNANDEZ DE
PRELIASCO, 2003; SEOW; THONG, 2005). Nesse
sentido, Leitão et al. (1999) e Vanobbergen et al. (2001)
ressaltaram que o consumo excessivo de sucos e
bebidas adocicadas, particularmente nas refeições deve
ser visto com atenção, uma vez que podem contribuir
significativamente para o aumento do potencial erosivo
da dieta líquida infantil. Esta afirmativa é corroborada por
Al-Majed, Maguire e Murray (2002), que identificaram o
consumo de bebidas ácidas e sua ingestão durante a
noite como fatores de risco para o desenvolvimento da
erosão dentária e de lesões de cárie dentária (LEVINE,
2001; VANOBBERGEN et al., 2001).
Uma diminuição do pH dos líquidos que banham
os elementos dentais pode ser causada diretamente
pelo consumo de frutas ácidas e bebidas (SOBRAL et
al., 2000).
Com relação ao pH, os valores médios mínimos
obtidos neste estudo para as bebidas lácteas e os sucos
de frutas foram, respectivamente, 3,58 e 3,07, valores
estes considerados críticos. Farias et al. (2000)
encontraram os valores médios do pH entre 3,46 (suco
de laranja) e 3,26 (suco de pêssego). Neste estudo, os
sucos de maracujá, goiaba e morango apresentaram os
mais baixo valores de pH - 3,07, 3,21 e 3,32,
respectivamente.
De acordo com Farias et al. (2000) tem-se
observado um aumento no número de lesões de erosão
na dentição decídua, diretamente associadas com a
elevação no consumo de sucos e/ou frutas ácidas e
bebidas carbonatadas, muitas delas com rotulações
indicando-as como suplemento alimentar para crianças.
Vários foram os estudos que demonstraram o
potencial erosivo de refrigerantes e sucos de frutas
(EDWARDS et al., 1999; FUSHIDA; CURY, 1999;
LEITÃO et al., 1999; AL-MAJED; MAGUIRE; MURRAY,
2002; SANCHEZ; FERNANDEZ DE PRELIASCO, 2003;
SOBRAL et al., 2000; VAN EYGEN; VANNET;
WEHRBEIN, 2005). De acordo com Oncag, Tuncer e
Tosun (2005), o potencial erosivo depende do pH inicial,
da capacidade tampão da bebida e das propriedades do
ácido.
Os sucos de frutas industrializados tendem a ser
mais erosivos, pois no seu processamento ocorre a
adição de conservantes e acidulantes (FARIAS et al.,
2000).
Inúmeros foram os fatores citados por Ramos e
Stein (2000) que determinam o comportamento
alimentar da criança, dentre os quais se incluem: a
interação da criança com o alimento, o seu
desenvolvimento anatomofisiológico e fatores
emocionais, psicológicos, socioeconômicos e culturais.
Contudo, conforme descrito por Vieira et al. (2004) e Fox
et al. (2004), a influência mais marcante na formação
dos hábitos alimentares é o produto da interação da
criança com a própria mãe ou a pessoa mais ligada à sua
alimentação.
O presente estudo mostra que os sucos de
frutas e os iogurtes têm um elevado potencial erosivo.
Este fato, associado à significativa presença de
açúcares pode contribuir decisivamente para a erosão
dentária e o desenvolvimento de lesões de cárie se estes
alimentos forem consumidos com alta freqüência pelas
crianças, aliado a outros fatores de risco.
Portanto, faz-se necessário alertar os pais e
alimentos podem vir a exercer sobre a dentição,
estimulando a diminuição da freqüência de seu consumo
ou a sua substituição por outros tipos de bebidas, como
água ou leite.
COSTA, E. L.; COSTA, J. F.; MACATRÃO, M. C. P.; PEREIRA,
A. F. V. Avaliação da cariogenicidade de alimentos
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Correspondência:
Alessandro Leite Cavalcanti
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