Escola Superior da Amazônia – ESAMAZ Curso Superior de Farmácia Parasitologia Estrongiloidíase Professor MSc. Eduardo Arruda Estrongiloidíase Gênero: Strongyloides (52 espécies); Humanos: S.stercoralis e S.fuelleborni (macacos na Ásia e Áfica); Strongyloides: “Forma arredondada”; Strongy = redondo e Oides = forma; 1876: Soldados Franceses na Cochinchina (Vietnã). Morfologia Fêmea Partenogenética Parasita: Partenogênese: Alusão à Deusa Grega Atena cujo templo era chamado Partenon; Crescimento e desenvolvimento de embrião, sem fecundação; Reprodução Assexuada; Morfologia Fêmea Partenogenética Parasita: Muito pequena; Vive na mucosa do Duodeno; Filiforme e semitransparente; 2,0 mm C e 0,04 mm D; Extremidade anterior arredondada; Morfologia Fêmea Partenogenética Parasita: Vestíbulo bucal, esôfago longo (filariforme) e intestino; Vulva, vagina, útero, oviduto e ovário; Extremidade posterior afilada; Elimina ovos embrionados. Morfologia Ovos: Postura na mucosa do Duodeno; Larva Rabditóide; Ovo > Luz do intestino > Larva eclode; Larvas (Não os Ovos) nas fezes; Ovos elípticos, casca fina; 50 – 58 mm C / 30 – 34 mm L Morfologia Larva Rabditóide: 250 mm C / 15 mm L; Esôfago dividido em corpo, istmo e bulbo (rabdtóide); Vestíbulo bucal pequeno; Cauda pontiaguda; Movimenta- se ativamente nas fezes; L1 – L2 (rabditóide); L2 (dificilmente encontrada nas fezes). Morfologia Larva Filarióide: 500 mm C / 10 mm L; Esôfago cilíndrico e longo, corresponde a metade da larva (filarióide); L3 (infectante); Morfologia Larva Filarióide: Vestíbulo bucal curto, intestino e ânus; Extremidade afilada, termina com um”V” invertido (Cauda Entalhada); Vive no solo; Intestino grosso (pacientes com prisão de ventre). Morfologia Fêmea de Vida Livre: Pequena, mais curta e mais larga que a partenogenética; 0,8 – 1,2 mm C / 0,05 – 0,07 mm L; Cápsula bucal, esôfago rabdtóide, intestino e ânus; Vulva, dois ramos uterinos repletos de ovos. Morfologia Macho de Vida Livre: 0,7 mm C / 0,04 mm L; Cápsula bucal, esôfago rabdtóide, intestino e cloaca na curvatura caudal; Testículos, vesícula seminal, vaso deferente e dois espículos. A fêmea de vida livre (A) mede 1-1,5 mm; o macho (B) 0,7 mm; a larva L1 (D) 200 a 300 µm; e L2 (E) 500 µm. Os ovos (C) não são vistos nas fezes. Ciclo Biológico 2 Ciclos: Vida Livre e Partenogenético; Fêmeas Partenogenéticas: Triplóides (3n); Produz Larvas: Triplóides (3n), diplóides (2n) e haplóide (1n); Cada um tem um destino; Ciclo Biológico Larvas 3n > Ciclo Direto > Larvas rabdtoides > Larvas filarioides (infectantes); Larvas 2n: Fêmeas de vida livre; Larvas 1n: Machos de vida livre; Machos + Fêmeas: Ovos (Larvas 3n); Período Pré-patente: 15 – 30 dias; Ciclo Biológico Ciclo Partenogenético ou Direto: Larvas rabditóides eliminadas nas fezes > Meio > 2 mudas > 24 – 36 h Larvas filarióides infectantes > sobrevive no solo 1 – 3 semanas > penetra no hospedeiro através da pele (pé, mucosa bucal ou esofágica) por ação mecânica e química (enzimas proteolíticas) > corrente sanguínea > coração > pulmão > transforma em L4 > atravessa a membrana alveolar e chega aos brônquios > Faringe > expelida ou deglutida > intestino delgado > fêmea partenogenética parasitas > eliminam ovos > larvas rabditoides. Ciclo Biológico Ciclo Sexuado ou Indireto: Larvas rabditóides diplóides e haplóides; 4 mudas: fêmeas e machos de vida livre; Acasalam > ovos triplóides > larvas rabditóides > 2 mudas > larvas filarióides infectantes; Sobrevivem no meio ambiente: 1 – 3 semanas. Transmissão Heteroinfecção: Pessoa se infecta pela primeira vez; Primoinfecção; Larva penetra na pele e na mucosa. Transmissão Autoinfecção Externa ou Exógena: Maus hábitos de higiene: resíduos de fezes na região anal; Larvas rabditóides > larvas filarióides; Penetram pela pele na região perianal. Transmissão Autoinfecção Interna ou Endógena: Prisão de ventre; Larvas rabditóides > larvas filarióides; Intestino delgado ou grosso; Imunodeprimidos (HIV ou medicação imunossupressora etc.); Hiperinfecção ou Estrongiloidíase Disseminada. Patogenia e Sintomatologia Vários sintomas (número de formas infectantes e sistema imunológico); Ação mecânica, traumática, irritativa, tóxica e antigênica. Patogenia e Sintomatologia Fase Cutânea: Penetração da larva na pele ou mucosas; Discreta ou desapercebida; Pacientes sensíveis ou na re-infecção: prurido, edema, eritema, pápulas e reações urticariformes. Patogenia e Sintomatologia Fase Pulmonar: Passagem das larvas dos vasos para os brônquios e bronquíolos; L3 > L4; Febre, tosse, dispnéia e edema; Disseminados: Fêmeas partenogenéticas nos pulmões; Broncopneumonia, síndrome de Loefler, edema pulmonar e dificuldade respiratória. Patogenia e Sintomatologia Fase Intestinal: Fêmea partenogenética no intestino delgado; Larvas: lesam a mucosa; Dor, enterite catarral (muito muco); enterite edematoso (processo inflamatório); enterite com ulceração (invasão bacteriana secundária); Patogenia e Sintomatologia Fase Intestinal: Diarréia, fraqueza, irritabilidade, insônia etc.; Dor no hipocôndrio direito (clássico): Estudo no AM (1998): 240 pessoas / 24,3%. Patogenia e Sintomatologia Disseminada: Imunodeprimidos; HTLV-1 & HIV (Estudos/ mais prevalente); Grande quantidade de larvas nos pulmões e intestinos; Rins, fígado, coração, cérebro, próstata etc.; Processos inflamatórios + Invasão bacteriana secundária; Fatal. Caso clínico RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 60 anos, com diagnóstico de tumor de timo, submetido a tratamento cirúrgico, radioterapia e quimioterapia. Foi consultado na emergência relatando queixa de diarréia e dispnéia, sendo admitido na UTI após apresentar quadro de insuficiência respiratória aguda hipoxêmica e choque refratário, evoluindo para óbito. No aspirado traqueal, foi identificado larvas de Strongyloides stercoralis. Caso clínico Caso clínico CONCLUSÕES: A estrongiloidíase, apesar de tratar-se de infecção parasitária freqüentemente leve, em pacientes imunodeprimidos pode apresentar-se de forma grave e disseminada. Deve-se suspeitar deste agente em pacientes que vivem em áreas endêmicas, sendo o diagnóstico estabelecido através da pesquisa da larva do Strongyloides stercoralis na secreção traqueal e nas fezes. BENINCASA, Cristian Chassot et al. Hiper-infecção por Strongyloides Stercoralis: relato de caso. Rev. bras. ter. intensiva [online]. 2007, vol.19, n.1, pp. 128-131. ISSN 0103-507X. Diagnóstico Clínico: Pouco preciso / assintomáticos; O diagnóstico deve ser suspeitado sempre que houver eosinofilia não explicada por outras causas; ou deve ser procurado em pacientes que vão tomar ou estão tomando corticóides; Diagnóstico Em um exame de fezes comum o que se espera é encontrar as larvas rabditóides (L1); não os ovos; Como elas são escassas, usar uma das técnicas coproscópicas de enriquecimento para a pesquisa de larvas nas fezes, como: - o método de Rugai; - o método de Baerman e Moraes; - ou a coprocultura de Harada-Mori. Diagnóstico As figuras mostram: A – Método de Rugai: o recipiente com a amostra fecal, protegido por gaze, é emborcado em água a 45ºC. Dado o hidro e termotropismo das larvas, elas migram e se concentram no fundo do cálice. Pipetar e examinar o sedimento com uma lupa. B – Método de Baerman: a amostra de fezes (ou a de solo), sustentada por tela metálica, é posta em contato com água morna, migrando as larvas para o tubo (fechado com uma pinça). Recolher e examinar o sedimento. C – Coprocultura da Harada-Mori: uma dobra de papel de filtro, a que as fezes foram aplicadas, fica com a ponta mergulhada na água, que sobe por capilaridade e induz as larvas a migrarem em sentido contrário, concentrandose no fundo do tubo. Diagnóstico Secreções: Pesquisa de larvas nas secreções (escarro, lavado bronco-pulmonar etc.); Imunológicos: Pacientes com exames de fezes negativos; ELISA: altamente sensível; Reação cruzada: Esquistossomose, Ancilostomose e Filariose. Epidemiologia Distribuição mundial; Clima quente e temperado; Amazônia: 1993 – 1996 (3840 amostras): 6,25%; Epidemiologia Incidência elevada: pessoas com contato com o solo (crianças, agricultores etc.); Prevalência: 01 – 40%; Hábitos higiênicos, existência ou não de fossas e serviços de esgoto. Profilaxia Uso de calçados; Educação sanitária; Serviços de abastecimento de água e de coleta de esgoto. Tratamento Tiabendazol: 50mg / Kg (adultos) e 30mg / Kg (crianças) 3 dias; Albendazol (400mg/ dia – 3 dias); Cambendazol (5mg/ Kg); Ivermectina (0,15 – 0,20mg/ Kg); Paciente com HTLV-1: 02 doses diárias de Ivermectina a cada 2 semanas.