“Com exceção dos vasos, membranas e das tubulações de aço inox superduplex, o resto tem como nacionalizar“, revelou. “Estamos estudando as possibilidades com caldeirarias parceiras”, completou. Da parte da Hydranautics, a expectativa também é muito grande e leva o centro de pesquisas do grupo no Japão a ficar atento aos movimentos do mercado brasileiro. Para começar, segundo o gerente Polonio, a versão de membrana de nanofiltração seguiu a tecnologia de espaçador mais avançada da empresa empregada em sua linha de osmose reversa, a Hydrablock. Com espessura maior do que as convencionais, 34 milésimos de polegada contra 26 a 28 milésimos, e também com a malha mais aberta, o espaçador, rede de polipropileno que fica entre as membranas enroladas, tem menos perda de carga entre a pressão de alimentação e a do rejeito (delta P). “O espaçador permite que os coloides e as partículas passem mais fácil pela membrana, sem provocar entupimentos, e, por ter proteção antimicrobial, evita a formação de biofilmes”, explicou Polonio. Segundo ele, o desempenho do espaçador diminui a quantidade de limpezas químicas, tornando-as também mais eficientes quando necessárias. O delta P das membranas com o espaçador é de 0.6 a 0.8 bar, contra 1.5 a 1.6 bar das convencionais. “Isso aumenta a vida útil das membranas, pois as constantes limpezas alcalinas e ácidas danificam 2012- agosto - Química e Derivados petróleo.indd 35 sua estrutura”, disse. Além dessas membranas, a Hydranautics deve lançar uma nova geração de nanofiltração este ano com modificações para atender às demandas da remoção de sulfato. Pelo lado da Dow, há uma intenção de começar a empregar como pré-tratamento da nanofiltração suas membranas de ultrafiltração. De acordo com o diretor comercial da Veolia, Ramon Fernandez, a fornecedora de membranas estuda em conjunto com as OEMs o uso da tecnologia, por meio de adequações na engenharia para adaptar os módulos tubulares com membranas de ultrafiltração tipo espaguete de fibra oca (hollow fiber), responsável pela remoção de contaminantes em suspensão. O gerente de conta da Dow, André Belarmino, confirma que a empresa estuda o uso da ultrafiltração no pré-tratamento, mas confessa que ainda não encontraram o espaço dentro do módulo para encaixar a tecnologia. “As plataformas não têm espaço sobrando, então é preciso um esforço de engenharia para colocar os skids”, disse. Ainda de acordo com Belarmino, o Brasil é o foco principal para a venda das membranas de nanofiltração SR90, cuja linha possui variações de alta rejeição (HR), no modelo de 400 pés, atingindo até 99% de remoção de sulfato, contra 97% a 98% da convencional. “Sem dúvida o pré-sal representa o maior mercado de águas profundas do mundo, o que significa uma alta demanda pela remoção de sulfato”, completou. n 35 35 21/08/2012 17:42:12