2014
Manifesto para IPSS
Favoráveis e Amigas do
Envelhecimento Ativo
CONFEDERAÇÃO NACIONAL INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE
MANIFESTO E COMPROMISSO DA CNIS
IPSS AMIGAS
DO ENVELHECIMENTO ATIVO
As modificações significativas nas condições socioeconómicas e de saúde da
população
mundial
e,
consequentemente,
na
estrutura
demográfica,
acarretaram um crescimento expressivo da população idosa em muitos países.
O envelhecimento populacional apresenta-se como um dos maiores triunfos da
humanidade e, simultaneamente, um dos seus maiores desafios.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2011, cerca de 30%
dos idosos em Portugal eram dependentes de terceiros, no entanto, o
envelhecimento deverá ser uma experiência positiva.
O Envelhecimento Ativo surge como uma abordagem global do século XXI
para se referir a pessoas idosas ativas, produtivas, seguras e com estilos de
vida saudáveis (Buyes et al., 2008), conceito definido pela OMS como “processo
de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem”
(2002).
Torna-se, assim, de crucial importância prevenir a doença e promover a
autonomia das pessoas ao longo dos anos. Fatores sociais, pessoais,
comportamentais, ambientais, económicos e serviços de saúde e sociais
contribuem para um Envelhecimento Ativo.
Este novo paradigma deve ser acompanhado por políticas e programas de
envelhecimento
ativo
implementados
pelos
governos,
organizações
internacionais e civis.
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As Instituições Particulares de Solidariedade Social, assumem um papel cada
vez mais relevante já que, são as estruturas de proximidade para dar resposta
a esta problemática. As condições de vida atual das famílias, a solidão dos
idosos, exigem a integração institucional nas diferentes respostas sociais. Essa
intervenção deverá passar por definir atividades que permitam manter e
fomentar um envelhecimento ativo, com qualidade e intergeracional.
Uma “IPSS amiga do Envelhecimento Ativo” adapta as suas estruturas e
serviços para que estes sejam acessíveis e promovam a inclusão das pessoas
idosas com diferentes necessidades e graus de capacidade. Os tópicos a
promover numa IPSS amiga do EA são: saúde e bem-estar, apoio psicossocial,
ambientes institucionais, inclusão e participação, redes sociais e socialização.
Com a finalidade de promover a implementação de práticas em prol do
envelhecimento ativo nas IPSS, a CNIS, em reunião de Direção, aprova este
Manifesto e o Compromisso a ele associado sobre “IPSS amigas do
Envelhecimento Ativo”, com base numa intervenção multidisciplinar,
envolvendo ativamente todos os agentes estratégicos e ainda considerando a
transversalidade permanente do voluntariado das direções nas diversas IPSS
Assim, a CNIS assume como COMPROMISSO:
ASSUMIR E DEFENDER
 O conceito de “Envelhecimento Ativo”, introduzido pela OMS em 2002,
como o “processo de otimização das oportunidades para a saúde,
participação e segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas
que envelhecem”.
 Este novo paradigma face ao envelhecimento como um processo que
deve ser acompanhado de políticas e programas de envelhecimento ativo
implementados pelos governos, organizações nacionais e internacionais;
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 Políticas que visem reduzir a pobreza e a exclusão social nas Pessoas
Idosas.
 O envelhecimento ativo como uma experiência positiva contribuindo para
a construção de uma nova identidade das Pessoas Idosas como cidadãos
produtivos, seguros e com estilos de vida saudável;
 Que as Pessoas Idosas são capazes de se adaptarem, à medida que
envelhecem, permanecendo independentes até uma idade muito mais
avançada que anteriormente.
 Os desafios do envelhecimento como uma experiência positiva;
 Que as Pessoas Idosas são um recurso para as suas famílias e
comunidade, desde que em ambientes favoráveis e propícios;
 A construção de ambientes favoráveis e propícios à participação das
Pessoas Idosas nas várias esferas de atuação (família, comunidade,
instituições, mercado de trabalho).
 Programas que assegurem o equilíbrio entre a promoção da saúde e o
sistema de apoio formal e informal;
 Programas que introduzam a importância da intergeracionalidade desde
idades precoces;
 Uma cultura institucional favorável ao envelhecimento ativo;
 O reconhecimento da importância do voluntariado no terceiro setor;
 Programas intersectoriais e multidisciplinares que considerem as
necessidades e competências das Pessoas Idosas e que incluam esforços
para assegurarem melhor qualidade de vida e bem-estar da população;
 A prevenção da saúde física e mental e promover a autonomia das
pessoas ao longo dos anos englobando todo o ciclo de vida humana e
todas as dimensões da vida social.
SENSIBILIZAR
 Parceiros e comunidade para o contributo das Pessoas Idosas na
sociedade e para as responsabilidades neste sentido;
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 A comunidade para o facto de as mulheres, tendencialmente, viverem
mais anos que os homens e terem uma maior probabilidade de sofrerem
maior grau de incapacidade;
 As instituições para a adaptação das suas estruturas e serviços, para que
estes estejam acessíveis e promovam a inclusão das Pessoas Idosas com
diferentes necessidades e graus de incapacidade;
 As instituições para o desenvolvimento de programas e iniciativas no
sentido da manutenção da atividade física, alimentação saudável,
segurança, participação em atividades de natureza social, cultural,
económica, espiritual, cívica e de voluntariado.
PROMOVER
 Elaboração de um Guião orientador no sentido de desafiar as IPSS para
se assumirem como Amigas do Envelhecimento Ativo;
 Visibilidade das Boas Práticas no âmbito do Envelhecimento Ativo.
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