INDICADORES SOCIOECONÔMICOS DOS PAÍSES INTEGRANTES
DO BRICS - BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA, CHINA E AFRICA DO SUL
Udo Strassburg1
Rogério Cardoso de Souza2
Paulo Henrique de Cezaro Eberhardt3
Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir a evolução dos indicadores
socioeconômicos dos países integrantes do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul) na primeira década do século XXI. A China se apresenta como a segunda econômica
mundial, o Brasil já há algumas décadas, figura como a principal economia da América
Latina. O questionamento deste trabalho é: se o crescimento econômico dos integrantes do
BRICS vem sendo acompanhado por uma melhoria nas condições de vida da população? A
fundamentação teórica se baseou nas teorias de desenvolvimento econômico. Foram
utilizados dados secundários do World Bank e da ONU. Os principais resultados
evidenciaram que existe um grande descompasso entre crescimento e desenvolvimento dos
países que integram o BRICS. A expectativa de vida na África do Sul é de 52,08 anos. A
Índia possui o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,547. No entanto, nos
últimos anos os países que compõem o BRICS estão melhorando seus indicadores sociais,
mostrando uma tendência à queda do gap entre crescimento e desenvolvimento econômico.
Palavras-chave: Desenvolvimento Econômico, Indicadores Sócioeconômicos, Países
Emergentes.
1 Introdução
O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados dos indicadores de
desenvolvimento econômico e de crescimento para Brasil, Rússia, Índia, China e a África do
Sul, o grupo de países chamado de BRICS, que iniciou na primeira década do século XXI. O
questionamento deste trabalho é verificar se o crescimento do Produto Interno Bruto desses
países trouxe consigo melhoria nos indicadores sociais e econômicos.
Brasil, Rússia, Índia, China e mais recentemente a África do Sul, (BRICS), são
considerados países emergentes, os quais possuem um papel de destaque na economia
internacional, marcando presença a partir do século XXI. Mais do que isso, a China é
apontada por muitos economistas como a sucessora dos Estados Unidos na liderança da
economia mundial.
1
Doutorando em Desenvolvimento Regional e Agronegócio na UNIOESTE – Toledo, Professor do Curso de
Ciências Contábeis da UNIOESTE – Cascavel. e-mail: [email protected].
2
Economista pela Universidade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected]
3
Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio do PGDRA Unioeste/Toledo. e-mail: [email protected]
Crises do Capitalismo, Estado e Desenvolvimento Regional
Santa Cruz do Sul, RS, Brasil, 4 a 6 de setembro de 2013
O grande exemplo de força do BRICS foi à reação perante a crise de 2008 que a
economia global sofreu. Com praticamente a totalidade dos países desenvolvidos em
recessão, os países do bloco continuaram a se destacar, tendo apenas um curto período de
estagnação. Sem dúvida alguma, o que mais se destacou em termos de rápida recuperação
- se é que se pode definir assim, já que a crise nunca chegou com força no país da América
do Sul – foi o Brasil, que na contramão da crise, incentivou o consumo, por meio de
facilidades de crédito, redução de impostos, como o IPI, dentre outros.
No entanto, sabe-se que crescimento nem sempre é sinônimo de desenvolvimento
econômico. Pode-se perceber se há ou não crescimento econômico, por meio de
indicadores como Produto Interno Bruto (PIB), Produto Nacional Bruto (PNB) e PIB – ou
renda – per capita. Para se medir desenvolvimento econômico, usa-se indicadores como
expectativa de vida, taxa de analfabetismo, índice de Gini, além do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), que é calculado a partir de indicadores de educação,
longevidade e renda.
Destarte, é relevante o estudo da evolução dos indicadores socioeconômicos dos
países do grupo chamado BRICS e apresentar como esses vem melhorando o bem-estar de
sua população. Esse grupo vem sendo estudado por diferentes áreas do conhecimento e
está ocupando cada vez mais a posição de liderança em seu mercado regional e global.
Isto posto, este artigo apresenta, além desta introdução, a seção dois que trata
sucintamente de algumas teorias de desenvolvimento econômico. A seguir descreve a
metodologia que norteia o presente trabalho, enquanto a seção quatro apresenta a analise
dos indicadores. As considerações finais sumarizam o trabalho.
2 Algumas Considerações Sobre Desenvolvimento Econômico
Esta seção tem o objetivo de apresentar uma abordagem sucinta sobre as teorias
de desenvolvimento econômico.
Há na literatura um grande debate sobre a definição de desenvolvimento
econômico, após a Segunda Guerra Mundial, estabeleceram uma diferença entre os termos
crescimento e desenvolvimento econômico. Para a corrente neoclássica crescimento
econômico significa a expansão do produto real da economia, sem implicar mudanças
estruturais e distribuição de renda. Já desenvolvimento implica mudanças estruturais,
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culturais e institucionais, não levando apenas em consideração um aumento de renda per
capta, pois desenvolvimento é muito mais amplo.
Diversos autores têm discutido que o crescimento econômico não se dá de forma
igualitária por toda região, o desenvolvimento é desigual no tempo e no espaço e é um
processo histórico, assim, devido às diferenças internas, existem cidades com elevadas
taxas de crescimento e desenvolvimento socioeconômico, enquanto há outras com baixas
taxas ou com taxas negativas de crescimento (FERRERA DE LIMA, 2003; PERROUX 1964,
1967, 1977; FURTADO, 2009)
Schumpeter
(1991)
diz
que
desenvolvimento
econômico
está
ligado
a
transformações estruturais no sistema econômico, que o simples crescimento da renda per
capita não assegura.
Amartya Sen (2000) defendeu a inclusão da liberdade no conceito de
desenvolvimento econômico. Também enfatizou que o desenvolvimento vai muito além da
liberdade de empreender e de produzir. O desenvolvimento depende das oportunidades
econômicas, das liberdades políticas, de boa saúde, da educação básica. Ele questiona a
causalidade entre crescimento e desenvolvimento econômico, pois, uma sociedade bem
servida com saúde e educação, está apta a gerar crescimento.
Furtado (2004), por sua vez, afirma que o crescimento econômico, tal como se
conhece, vem se fundando na preservação de privilégio das elites que satisfazem seu afã
de modernização; já o desenvolvimento se caracteriza em favor de seu projeto social
subjacente. Nesse caso desenvolvimento econômico implicaria distribuição.
O Desenvolvimento econômico deriva da expansão do produto real de uma
economia, melhor distribuição de renda e melhorias do bem-estar da população, medido por
indicadores econômicos e sociais. Quando uma sociedade prioriza o bem-estar social, a
concepção de desenvolvimento torna-se predominante em relação ao crescimento
econômico.
O crescimento econômico possui um sentido restrito, tendo por objetivo o aumento
da capacidade produtiva de uma determinada economia. É mensurado, principalmente pelo
Produto Interno Bruto (PIB) total e per capita; pelo crescimento da poupança, do
investimento; pelo grau tecnológico e pela criação de empregos.
Como já foi dito, o desenvolvimento econômico se traduz em melhoria na qualidade
de vida, redução da população pobre e da população miserável, com melhorias nos
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indicadores sociais e ambientais. Nesta perspectiva a busca incansável pelo crescimento
econômico já não é mais aceita (SACHS, 2004).
Stern (1989) expressa que, desde Adam Smith, as abordagens do desenvolvimento
sempre focalizaram: i) o papel do Estado: o governo desempenha um papel fundamental no
sentido de elevar os padrões de educação, de saúde e de expectativa de vida da população,
de aumentar a disponibilidade de infraestrutura como fornecimento de água, saneamento,
transportes e energia elétrica; ii) a importância da industrialização e do comércio externo no
crescimento
econômico;
subdesenvolvidos,
os
iii)
efeitos
relações
do
assimétricas
crescimento
entre
econômico
países
não
desenvolvidos
foram
e
distribuídos
equilibradamente entre os países da periferia; iv) ajustamento estruturais e estabilização, a
redistribuição da riqueza tem provocado a reação das elites dos países não-desenvolvidos;
v) importância do planejamento econômico e de programas setoriais liderados pelo governo.
Portanto, pode-se concluir que após a Segunda Guerra Mundial houve crescimento
dos estudos sobre o desenvolvimento econômico com diferentes olhares e em diversos
países considerados desenvolvidos como nos subdesenvolvidos.
3 Metodologia da Análise
Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos no World Bank Group e nas
Organizações das Nações Unidas (UNdata). Foram analisados os indicadores do Produto
Interno Bruto (PIB) – soma de tudo que é produzido dentro de um país num determinado
período de tempo – em dólares correntes; PIB per capita em dólares correntes, expectativa
de vida ao nascer (em anos), e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH é “a
contrapartida do desenvolvimento para além do PIB”. Com o IDH, a ONU analisa não
apenas o crescimento econômico, mas a qualidade de vida que os países apresentam. A
escala do IDH vai de zero a um e quanto mais próximo de um melhor é a qualidade de vida.
Para medir o índice, o PNUD (2003) analisa três indicadores: Educação, renda e
longevidade, a expectativa de vida da população. Nos critérios de educação são observadas
questões como índice de alfabetização de todas as faixas etárias e frequência dos
estudantes no sistema educacional. O índice de renda mede não apenas a riqueza da
cidade, mas principalmente como essa riqueza está distribuída, porcentagem de pobres e de
indigentes na comunidade e quanto por cento da renda da cidade vêm do trabalho ou de
programas de Estado, como bolsas-auxílios, pensões e aposentadorias. O terceiro índice,
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longevidade, leva em consideração mais que a expectativa de vida, esse indicador tem
influência da qualidade dos serviços de saúde e dos números da violência seja dos crimes
ou do trânsito.
A utilização do IDH como principal medida de desenvolvimento provém da
orientação da UNESCO “que procura considerar as numerosas dimensões do bem-estar
humano, já que a atenção concentrar-se-ia assim sobre os fins para os quais o
desenvolvimento deve servir, em vez de fazê-lo apenas sobre os meios, por exemplo, para o
aumento da produção” (UNESCO 1999, p. 28-29).
Para os indicadores de PIB e PIB per capita o espaço de tempo considerado foi
entre 2000 e 2011. Para o indicador expectativa de vida ao nascer foi entre 2000 a 2010. Já
para, o Índice de Desenvolvimento Humano, foram considerados os anos (2000, 2005,
2009, 2010 e 2011), disponíveis pelo órgão.
Foram calculadas duas taxas no decorrer da análise, a taxa de crescimento
acumulado e a taxa de crescimento médio anual. Para tanto, utilizou-se as seguintes
fórmulas, respectivamente:
(1)
(2)
Onde:
= valor do indicador correspondente ao último ano de análise;
= valor do indicador correspondente ao primeiro ano de análise;
número de períodos.
4. Análise dos Indicadores
4.1 - Produto Interno Bruto
Nesta parte serão apresentados e discutidos os principais resultados da pesquisa.
Dentre os Países do BRICS o que apresentou o maior PIB foi a China, que em 2011, teve
um resultado de 7,3 trilhões de dólares. Em segundo lugar ficou o Brasil, com 2,5 trilhões de
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dólares. Em terceiro ficou a economia da Rússia, com Produto Interno de 1,9 trilhões de
dólares. A Tabela 4.1 apresenta os resultados do PIB para os países do BRICS entre 2000 e
2011, em bilhões de dólares (correntes).
A África do Sul obteve um PIB no valor de 132,9 bilhões de dólares, no ano 2000.
Entre esse ano e o ano de 2002, no entanto, o resultado do Produto sul-africano decresceu,
chegando a 111,1 bilhões de dólares em 2002. A partir de então, o PIB do país passou a
crescer rapidamente, tendo apenas um decréscimo entre os anos de 2007 e 2009 por conta
da crise energética vivida pelo país, além da crise mundial iniciada nos Estados Unidos em
2008 (Tabela 4.1).
Tabela 4.1 – Produto Interno Bruto (PIB) do BRICS entre os anos de 2000 e 2011, em bilhões de
dólares (correntes).
País/Ano
2000
2001
2002
África do Sul 132,88 118,48 111,10
Brasil
644,70 553,58 504,22
China
1198,47 1324,81 1453,83
Índia
474,69 492,38 522,80
Rússia
259,71 306,60 345,11
2003
168,22
552,47
1640,96
617,57
430,35
2004
219,09
663,76
1931,64
721,59
591,02
2005
2006
2007
2008
2009
247,06 261,01 286,17 273,87 283,01
882,19 1088,92 1365,98 1652,82 1621,66
2256,90 2712,95 3494,06 4521,83 4991,26
834,22 949,12 1238,70 1224,10 1361,06
764,00 989,93 1299,71 1660,85 1222,65
2010
363,52
2143,04
5930,53
1684,32
1487,52
2011
408,24
2476,65
7318,50
1847,98
1857,77
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do World Bank Group Data (2012).
O Brasil obteve, em 2000, um PIB na ordem de 644,7 bilhões de dólares. Assim
como visto para a África do Sul, esse indicador teve uma queda até o ano de 2002,
passando a crescer a taxas crescentes até o ano de 2008. Entre 2008 e 2009, o PIB
brasileiro se estagnou, ficando na casa de 1,6 bilhões de dólares.
A China, no ano 2000, apresentou PIB na faixa dos trilhões de dólares, único país
do BRIC a obter esse número nesse ano.. Na contramão dos demais, a China continuou
crescendo durante todo o período analisado. Entre os anos de 2008 e 2009 (período mais
afetado pela crise internacional), o país continuou com taxa crescente do PIB, passando de
4,5 trilhões em 2008 para 5 trilhões em 2009.
A Índia apresentou PIB na ordem de 474,69 bilhões de dólares no ano 2000, o
terceiro maior PIB, dentro dos BRICS, para esse ano. O único período de queda em seu
Produto Interno Bruto ocorreu entre 2007 e 2008. Naquele ano o número foi de 1,23 trilhões
de dólares e no último, foi de 1,22 trilhões de dólares.
A Rússia apresentou um Produto Interno Bruto no valor de 260 bilhões de dólares
em 2000 e continuou crescendo à taxas crescentes até o ano de 2008. Nesse ano, o país do
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Leste Europeu foi atingido pela crise internacional e entre 2008 e 2009 seu PIB passou de
1,7 trilhões de dólares para 1,2 trilhões de dólares, o que representou uma queda de 26,4%.
Analisando os dados apresentados na Tabela 1, vê-se que a África do Sul
permaneceu ao longo de todo o período na última colocação, no que diz respeito ao valor do
PIB. A Rússia foi o país que apresentou mudança de posição em relação aos demais países
que compõem os BRICS. Sua economia era a quarta do bloco em 2000, em 2008 chegou a
ultrapassar o Brasil, atingindo o segundo lugar em termos de PIB, porém, com a crise de
2008, a economia deste país entrou em recessão, caindo para a terceira colocação, em
2011.
A crise financeira de 2008, como pode se verificar, teve dimensões globais
atingindo de formas mais intensa alguns e países outros com menor intensidade. Os países
do BRICS responderam de forma mais rápida a recuperação de suas atividades
econômicas.
Minsky (1986) formulou a hipótese de fragilidade financeira, mostrando que
economias capitalistas em expansão são inerentemente instáveis e propensas a crises, uma
vez que a maioria dos agentes apresentou postura especulativa, resultando em práticas de
empréstimos de alto risco.
Para Mészáros (2002) a crise no sistema capitalista é inevitável pela
incontrolabilidade do capital. O capital é guiado pela expansão e acumulação. A crise que
ora se apresenta não é apenas financeira, e sim uma crise estrutural em todos os setores
socias, políticos e econômicos.
A Figura 4.1 apresenta os resultados do Produto Interno Bruto dos países do BRICS entre
os anos 2000 e 2011 – em bilhões de dólares (correntes).
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Figura 4.1 – Produto Interno Bruto (PIB) dos países do BRICS entre 2000 e 2011, em bilhões de
dólares (correntes).
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do World Bank Group Data (2012).
A Tabela 4.2 apresenta as taxas de crescimento do PIB dos países que compõem o
BRICS, onde destaca-se a Rússia, cujo crescimento foi de 615,3%. Seu PIB que era de
259,71 bilhões de dólares em 2000 chegou, em 2011, a 1,858 trilhões de dólares.
Tabela 4.2 – Taxas de crescimento acumulada e crescimento médio anual do Produto
Interno Bruto (PIB) dos países do BRICS entre 2000 e 2011.
País/Ano
África do Sul
Brasil
China
Índia
Rússia
Taxa de
Crescimento
Acumulado
207,20%
284,20%
510,70%
289,30%
615,30%
Taxa de
Crescimento
Médio Anual
10,70%
13,00%
17,90%
13,20%
19,60%
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do World Bank Group Data (2012).
A China teve taxa de crescimento de 510,7%, seguida por Índia (289,3%) e Brasil
(284,2%). Percebe-se que, em termos brutos, o Brasil apresentou um Produto bem maior
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que a Índia, esta, no entanto, obteve taxa de crescimento maior que o país sul-americano.
Nota-se, também, a taxa de crescimento médio anual. A Rússia obteve taxa de 19,6% de
crescimento ao ano. Já a China, obteve 17,9%.
4.2 Produto Interno Bruto Per Capita
O país que apresentou o maior PIB per capita no período analisado foi a Rússia,
com 13.089,34 dólares. O Brasil aparece em segundo lugar com 12.593,89 dólares. A China
que, como foi visto, apresentou o maior Produto Interno Bruto do bloco, por ter uma
população muito grande (a maior do mundo), apresenta, apenas, 5.444,79 dólares por
habitante. O menor PIB per capita verificado foi na Índia. A Tabela 4.3 apresenta os
resultados do PIB per capita para os países do BRICS entre 2000 e 2011, em bilhões de
dólares.
Tabela 4.3 – Produto Interno Bruto (PIB) per capita de África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia
entre 2000 e 2011, em dólares (correntes).
África do Sul
Brasil
China
Índia
Rússia
2000
3019,95
3696,15
949,18
450,42
1775,14
2001
2638,16
3129,76
1041,64
459,58
2100,74
2002
2439,99
2812,33
1135,45
480,21
2375,16
2003
3647,70
3041,68
1273,64
558,44
2976,14
2004
4695,04
3609,88
1490,38
642,56
4108,57
2005
5234,58
4743,26
1731,13
731,74
5337,07
2006
5468,30
5793,40
2069,34
820,30
6946,88
2007
2008
5930,13 5612,89
7197,03 8628,95
2651,26 3413,59
1055,14 1027,91
9146,42 11700,22
2009
5738,27
8391,67
3748,93
1126,95
8615,66
2010
2011
7271,73 8070,03
10992,94 12593,89
4432,96 5444,79
1375,39 1488,52
10481,37 13089,34
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do World Bank Group Data (2012).
4.3 – Expectativa de Vida
No que diz respeito à expectativa de vida, o país que apresentou o maior índice, foi
a China com 73,27. Em segundo lugar apareceu o Brasil com 73,10 anos de vida. Enquanto
a África do Sul apresentou a menor expectativa de vida, do bloco, com apenas 52,08. A
Tabela 4.4 apresenta a expectativa de vida ao nascer para os países do BRICS entre 2000 e
2010, em anos.
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Tabela 4.4 – Expectativa de vida ao nascer (em anos) para os países do BRICS entre 2000 e 2010.
País/Ano
África do Sul
Brasil
China
Índia
Rússia
2000
54,78
70,14
71,24
61,61
65,34
2001
53,73
70,44
71,41
61,97
65,49
2002
52,79
70,72
71,58
62,32
65,09
2003
52,01
71,00
71,76
62,67
65,01
2004
51,43
71,26
71,96
63,02
65,42
2005
51,06
71,53
72,17
63,37
65,47
2006
50,93
71,81
72,39
63,72
66,64
2007
51,00
72,11
72,61
64,07
67,50
2008
51,24
72,43
72,84
64,42
67,85
2009
51,61
72,76
73,06
64,78
68,60
2010
52,08
73,10
73,27
65,13
68,80
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do World Bank Group Data (2012).
Mesmo tendo aumentado a expectativa de vida ao nascer nos países do BRICS,
com exceção da África do Sul, esses países estão abaixo da expectativa de vida
apresentados nos países desenvolvidos, que está em torno de 79 a 80 anos (PNUD, 2011).
A Figura 2 apresenta os dados dos cinco países que compõem o bloco com relação
à expectativa de vida (em anos) entre 2000 e 2010.
Figura 2: Expectativa de vida ao nascer (em anos) de África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia
entre os anos de 2000 e 2010.
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do World Bank Group Data (2012).
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Em relação à taxa de crescimento da expectativa de vida, o país que obteve a taxa
mais elevada foi a Índia (5,7%). Em segundo lugar, ficou a Rússia, com taxa de 5,3%. O pior
resultado foi o da África do Sul, com crescimento negativo de (-4,9%). A Tabela 4.5
apresenta a taxa de crescimento acumulada e a taxa de crescimento médio anual da
expectativa de vida nos países do bloco estudado, entre 2000 e 2010.
Tabela 4.5 – Taxas de crescimento e crescimento médio anual da expectativa de vida ao nascer de
África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia entre os anos de 2000 e 2010 .
País/Ano
Taxa de
Crescimento
África do Sul
Brasil
China
Índia
Rússia
-4,90%
4,20%
2,80%
5,70%
5,30%
Taxa de
Crescimento
Médio Anual
-0,50%
0,40%
0,30%
0,60%
0,50%
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do World Bank Group Data (2012).
4.4 - Índice de Desenvolvimento Humano - (IDH)
Todos os indicadores anteriores podem ser sintetizados pelo Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH)4, elaborados pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), com sua nova configuração de escala, divido em quatro
categoria, anteriormente eram três: alto, médio e baixo.
A Tabela 4.6 apresenta o Índice de Desenvolvimento Humano para os anos de
2009, 2010 e 2011, bem como a taxa de crescimento acumulada e a taxa de crescimento
médio anual.
4
O IDH varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano). As três variáveis
analisadas, são saúde, educação e renda. O IDH está dividido em quatro categorias, que são: 1) Os 25% com
maior IDH são os de desenvolvimento humano muito alto, 2) o quartil seguinte representa os de alto
desenvolvimento (do qual o Brasil faz parte), o terceiro grupo é o de médio e 4) os 25% piores, os de baixo
desenvolvimento humano (PNUD, 2011).
.
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Em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano, o país que apresentou o
melhor índice foi a Rússia com 0,755, em 2011. Em seguida aparece o Brasil com 0,718, a
China com 0,687; a África do Sul com 0,619 e o menor IDH foi apresentado pela Índia, com
0,547 (Tabela 4.6).
O IDH reflete o grau de desenvolvimento de um País, percebe-se que nenhum
atingiu índices acima de 0,80 considerado IDH alto. Todos os países do bloco apresentaram
um IDH médio, maior que 0,50 e menor que 0,799.
Tabela 4.6 – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e suas taxas de crescimento e
crescimento médio anual da expectativa da África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia entre
os anos de 2009 e 2011.
País/Ano
2009
2010
2011
Taxa de
Crescimento
África do Sul
Brasil
China
Índia
Rússia
0,61
0,708
0,674
0,535
0,747
0,615
0,715
0,682
0,542
0,751
0,619
0,718
0,687
0,547
0,755
1,50%
1,50%
2,20%
2,60%
1,20%
Taxa de
Crescimento
Médio Anual
0,70%
0,70%
1,10%
1,30%
0,60%
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do UNdata (2012).
No que diz respeito à taxa de crescimento do IDH nos últimos três anos (2009,
2010 e 2011), a maior taxa pertence à Índia (2,6%). Vê-se, portanto, que mesmo
apresentando o pior IDH, a Índia mostra sinais de melhora, nos últimos anos. Em segundo
lugar, aparece a China, com 2,2%.
5. Considerações Finais
O objetivo do trabalho foi verificar se o crescimento econômico observado nos
países integrantes do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foi acompanhado
de melhoria nos indicadores de desenvolvimento. Para tanto, considerou-se quatro índices:
Produto Interno Bruto (PIB), Produto Interno Bruto (PIB) per capita, expectativa de vida ao
nascer, e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – calculado por meio de índices de
educação, longevidade e produto???. Foram utilizados no estudo dados secundários
coletados junto aos bancos de dados do World Bank Group Data e da Organização das
Nações Unidas (UNdata).
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Verificou-se que, o crescimento econômico do PIB e PIB per capita dos países do
BRICS, na última década foi considerável. A menor taxa de crescimento do PIB entre os
anos de 2000 e 2011 foi o da África do Sul (207,2%), chegando aos 615,3% da Rússia, no
mesmo período. A taxa de crescimento médio anual superou os 10% para todos os países
analisados.
Outro índice de medição de crescimento econômico, o PIB per capita, também
apresentou-se elevado, com os menores índices na Índia (1.488,52 dólares) e China
(5.444,79 dólares).
Do outro lado, porém, apenas dois países apresentaram Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) classificado como alto pela Organização das
Nações Unidas (ONU), para o último ano de análise (2011). Foram eles, Brasil e
Rússia. A Índia apesar de ter PIB superior ao da África do Sul, aquela está atrás
desta no que diz respeito a IDH (0,547).
Em relação à expectativa de vida, apenas Brasil e China obtiveram números acima
dos 73 anos, em 2010. Enquanto que a África do Sul apresentou uma expectativa de vida
com 52,08 anos, tendo ainda um crescimento negativo da expectativa de vida no período
em análise (2000-2010).
Desta
forma,
portanto,
o
crescimento
econômico
não
está
associado
necessariamente ao desenvolvimento econômico, na maioria dos países que integram o
BRICS. Todavia, percebe-se uma perspectiva de mudança de cenário nos próximos anos,
uma vez que todos os indicadores de desenvolvimento econômicos aqui trabalhados
apontaram para uma melhora.
A Índia que apresentou o pior IDH, no entanto, teve a maior taxa de crescimento
entre 2009 e 2011. Além disso, o mesmo país apresentou taxa de crescimento da
expectativa de vida na ordem de 5,7% entre 2000 e 2010. Ou seja, as pressões de órgãos
internacionais e até mesmo da população mundial no sentido de melhoria das condições de
vida e de seu bem-estar social, estão surtindo efeito no sentido de perspectiva futura de
crescimento de tais indicadores.
Conclui-se, portanto, que os países que compõem o BRICS estão melhorando seus
indicadores sociais e diminuindo o gap entre crescimento e desenvolvimento econômico.
Este estudo sucinta algumas pesquisas futuras que venham a utilizar outros
indicadores de desenvolvimento como grau de liberdade, democracia, oportunidades de
trabalho, direito à participação na escolha dos governantes, e assim complementaria o
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processo de desenvolvimento como países desenvolvidos. Poderia, também, estender a
amostra para outros países.
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http://data.un.org/>. Acesso em 4 nov. 2012.
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em: 4 nov. 2012.
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3. Anexos
Tabela A1 – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de África do Sul, Brasil, China, Índia
e Rússia para os anos de 2000, 2005, 2009, 2010 e 2011.
País/Ano
África do Sul
Brasil
China
Índia
Rússia
2000
0,616
0,665
0,588
0,461
0,691
2005
0,599
0,692
0,633
0,504
0,725
2009
0,61
0,708
0,674
0,535
0,747
2010
0,615
0,715
0,682
0,542
0,751
2011
0,619
0,718
0,687
0,547
0,755
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do UNdata (2012).
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