Programa de Pós-Graduação em Medicina e Biomedicina ESTUDO DOS CASOS DE PACIENTES COM NEUROCRIPTOCOCOSE ATENDIDOS NO HOSPITAL EDUARDO DE MENEZES NO PERÍODO DE 2007 À 2012 VALÉRIA DE MELLO PINCER BELO HORIZONTE 2012 i ESTUDO DOS CASOS DE PACIENTES COM NEUROCRIPTOCOCOSE ATENDIDOS NO HOSPITAL EDUARDO DE MENEZES NO PERÍODO DE 2007 À 2012 Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina e Biomedicina, da Santa Casa de Belo Horizonte, como pré-requisito para obtenção de título de Mestre em Medicina e Biomedicina. Orientadora: Profa. Dra. Rachel Basques Caligiorne Co-orientador: Prof. Dr. Paulo Pereira Christo VALÉRIA DE MELLO PINCER BELO HORIZONTE 2012 ii ESTUDO DOS CASOS DE PACIENTES COM NEUROCRIPTOCOCOSE ATENDIDOS NO HOSPITAL EDUARDO DE MENEZES NO PERÍODO DE 2007 À 2012. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina e Biomedicina, da Santa Casa de Belo Horizonte, em 26 de novembro de 2012. Banca Examinadora constituída pelos professores: Dra. Rachel Basques Caligiorne – Orientadora (IEP/ Santa Casa BH) Dr. Paulo Pereira Christo – Co-orientador (IEP/ Santa Casa BH) Dra. Carla Pataro – Pesquisadora do Departamento de Microbiologia/ UFMG Dr. Luiz Ronaldo Alberti – Professor/ Pesquisador (IEP/ Santa Casa BH) iii DEDICATÓRIA Ao meu pai, João “In Memorian” e ao meu filho, Natan, A instrução é o maior legado que se pode receber ou deixar a alguém... iv AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr.José Augusto Nogueira ,Coordenador do Programa de Pós Graduaçao da Santa Casa pela oportunidade,aprendizado e amizade. A todos os professores do curso de Pós Graduação da Santa Casa, agradeço pelos ensinamentos, pela compreensão e amizade. À minha orientadora, Profa. Dra. Rachel Basques Caligiorne, muito obrigada pela sua compreensão, orientação e contribuição para a evolução do meu conhecimento científico. Obrigada por me mostrar que os grandes obstáculos do caminho podem ser ultrapassados com calma e persistência.Obrigada por me ajudar a concluir este trabalho. Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Paulo Pereira Christo, obrigada por me orientar na confecção do protocolo de pesquisa. Às secretárias do Programa de Pós –Graduação, Zélia, Shirley e Carla e Aline pela agradável convivência e apoio técnico. À Patrícia Sanches, minha grande colega de mestrado, muito obrigada pelo apoio, incentivo, seus conhecimentos nos cálculos estatísticos, pela sua descontração e alegria e pela torcida para que tudo desse certo. À dedicada estagiária da iniciação científica da Santa Casa,Thelma, muito obrigada pelo carinho, atenção, disciplina, pela sua iniciativa e praticidade sempre disposta a me ajudar. Aos funcionários do SAME e do Laboratório de bioquímica do HEM; sem a ajuda deles esta pesquisa não seria possível. Aos pacientes que, por desventura sofreram desta doença; aos que ainda vivem e aos que já se foram, obrigada por contribuírem para a ciência. Ao acadêmico de medicina, Guilherme, obrigada pela atenção e disposição. A Deus, por me dar forças para continuar sempre, não desistir nunca e iluminar o meu caminho todos os dias de minha vida. Ao meu pai, João Pincer, que não se encontra mais neste plano, mas que sempre foi a razão das minhas lutas e conquistas, sempre me dando coragem para enfrentar os obstáculos e a alcançar os meus sonhos. Tenho certeza que ele deve estar muito feliz e orgulhoso vendo que galguei mais um degrau na minha história acadêmica, pois para ele a herança maior sempre foram os estudos. Ao meu filho, Natan, pessoa que mais amo nesta vida; desculpe-me por muitas vezes atarefada não te dar a devida atenção, desculpe-me as ausências, mas, obrigada pelo amor e carinho; obrigada por você existir... v A minha mãe, Wilma Pincer,companheira incondicional que sempre presente sofre e torce por minhas conquistas. À minha querida irmã, Valeska Pincer, pela atenção, sugestão e idéias, além da imensa disposição em me ajudar na concretização deste trabalho. À minha grande amiga Juliana (Ju), que muito me incentivou a fazer este mestrado, muito obrigada pelo carinho, companheirismo, pelo estímulo, por todos os bons momentos e ainda por compartilhar as minhas preocupações, sofrimentos, angústias, incertezas, conquistas e alegrias. A todos que de uma forma ou de outra me ajudaram a concluir este trabalho. vi “DO ATRITO DE DUAS PEDRAS, CHISPAM FAÍSCAS; DAS FAÍSCAS VEM O FOGO; DO FOGO BROTA A LUZ......” Vitor Hugo vii RESUMO A criptococose é uma micose sistêmica, causada pela inalação de basidiósporos do fungo Cryptococcus neoformans. Esta doença apresenta uma grande distribuição epidemiológica mundial, podendo ser classificada em três formas clínicas, a pulmonar regressiva, pulmonar progressiva e disseminada. A mais frequente manifestação da forma disseminada é a neurocriptococose. O numero crescente de casos de neurocriptococose, associados ao uso de corticosteroides, à diabetes mellitus, aos transplantes e, a partir da década de 80, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), determina a esta doença um carácter oportunista. Atualmente, a neurocriptococose acomete cerca de 5 % dos portadores do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Testes diagnósticos rápidos e específicos para a criptococose são extremamente importantes para a eficácia no tratamento de pacientes infectados. Dentre eles, a coloração do liquor no exame à fresco pela tinta nanquim, a prova do látex e o cultivo em meio de cultura artificial para visualização do crescimento fúngico, são os métodos considerados para confirmação do diagnóstico da doença. O tratamento da doença para as formas exclusivamente pulmonares pode-se utilizar o antifúngico oral por seis meses ou mais, até a observação da cura. Nas formas disseminadas, inclusive na neurocriptococose, deve-se utilizar Anfotericina-B em associação com outros antifúngicos, como por exemplo, o Fluconazol ou a 5Fluocitosina. Nestes casos o paciente precisa ser internado para acompanhamento médico constante. O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento epidemiológico dos casos de neurocriptococose ocorridos no Hospital Eduardo de Menezes, durante o período de abril de 2007 a maio de 2012. Foi analisado um total de 109 prontuários de pacientes internados com neurocriptococose, usando os critérios de confirmação de diagnóstico o método de coloração à fresco do liquor pela tinta-nanquim e a cultura. Os resultados obtidos demonstraram uma maior prevalência desta doença nos portadores de HIV/AIDS, sendo 103 pacientes HIV positivos dentre os 109 analisados. A maioria foi do sexo masculino, 80% e na faixa etária de 36 anos. A maioria dos pacientes apresentou taxa de linfócitos CD4+ <120 cels/mm3. Diante dos dados levantados, foi possível concluir que a infecção pelo fungo Criptococcus neoformans está realmente associada à imunossupressão, tendo com a AIDS uma associação importante e frequente. Palavras – chave: Cryptococcus neoformans, neurocriptococose, blastomicose européia, torulópsis, meningite fúngica, HIV, AIDS. viii ABSTRACT Cryptococcosis is a systemic mycosis caused by the inhalation of basidiospores of the fungus Cryptococcus neoformans. This disease has a worldwide epidemiological distribution and can be classified into three clinical forms: the regressive pulmonary form, the progressive pulmonary form and the disseminated pulmonary form. For the last one, the most common manifestation is the neuromeningeal cryptococcosis. From the 80s, the growing number of cases of neuromeningeal cryptococcosis with corticosteroid use, diabetes mellitus, and AIDS, show us that it is an opportunistic disease. Nowadays, neuromeningeal cryptococcosis affects approximately 5% of people with HIV. Quick and specific diagnostic tests for cryptococcosis are extremely important for the treatment of affected patients to be effective. Among them, the direct coloration of the liquor by the India ink, the latex test and the culture in artificial media allowing the visualization of the fungal growth are the methods proposed for the confirmation of the diagnosis of the disease. Treatment with oral antifungal during 6 months or more should be used until observing the healing in order to cure only the pulmonary forms of the disease. For disseminated forms, amphotericin-B has to be used in combination with other antifungals such as fluconazole and 5-fluocytosine, neuromeningeal cryptococcosis included. For these cases, the patient should be hospitalized under constant medical supervision. This study aimed to carry out an epidemiological survey about neuromeningeal cryptococcosis cases in the Eduardo de Menezes hospital, Belo Horizonte, Brazil, between April 2007 and May 2012. 109 patient records were analyzed using the criteria for confirmation of diagnosis, the method of direct coloration of the liquor by India ink and culture in artificial media. The results showed a higher prevalence of this disease in HIV patients - 103 patients of the 109 tested were infected. 80% of patients were male and the average age was 36 years. Most patients showed a rate of CD4 + lymphocytes <120 cells/mm3. From the data collected, it was possible to conclude that the infection by the fungus cryptococcus neoformans is actually associated with immunosuppression, especially AIDS. Key Words: Cryptococcus neoformans, neurocryptococcosis, blastomicose européia, torulópsis, fungal meningitis, HIV, AIDS. ix LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Esquema ilustrativo da infecção por Cryptococcus, causando a criptococose. Figura 2: Formas anátomo-clínicas da criptococose. Figura 3: Visualização ao microscópio ótico de leveduras típicas da espécie Cryptococus neoformans, coradas pela tinta nanquim. Figura 4: Cortes histológicos de cérebro apresentando a neurocriptococose. Figura 5: Cortes axiais de ressonância magnética cerebral. Figura 6: Visualização ao microscópio ótico de leveduras típicas da espécie Cryptococus neoformans, coradas Giemsa. Figura 7: Visualização ao microscópio ótico de leveduras típicas da espécie Cryptococus neoformans, coradas pela tinta nanquim. Figura 8: Indicações imunossuprimidos. de profilaxia de infecções oportunistas para pacientes Figura 9: Critérios para interrupção e reinício da profilaxia de infecções oportunistas. Figura 10: Curso da infecção pelo HIV. Figura 11: Critério para diagnóstico de infecção pelo HIV, segundo CDC adaptado. x LISTA DE SIGLAS AIDS- Síndrome da imunodeficiência adquirida ANFO B – Anfotericina B Cels- Células Clearance – Clareamento DHE – Distúrbio hidroeletrolítico DNA - ácido desoxirribonucleico ELISA- teste imunoenzimático 5-FCS- 5 Fluocitosina GM-CSF – fator de estimulo de colônias de macrófagos granulócitos GXM- Glucuroxilomanana Gp43- Glicoproteína 43 HAART – Terapia antiretroviral HAS – Hipertensão arterial sistêmica HEM- Hospital Eduardo de Menezes HIC – Hipertensão intracraniana HIV – Vírus da imunodeficiência humana IL1 – Interleucina 1 IFN-γ- Interferon-gamma IPC1 – Inositol phosphoril ceramida synthase IRA – Insuficiência renal aguda LCR – Liquor cefalorraquidiano MATά e MATa - Mating type (tipo de reprodução sexuada) MyD88 – Proteína MyD88 produzida pelo camundongo NK – Células Natural-Killer xi OMS: Organização Mundial de Saúde PCR – Reação em Cadeia da Polimerase SAME - Serviço de arquivo médico e estatistica SRI – Síndrome inflamatória de reconstituição imune TARV – Terapia antiretroviral TCD4+ - Linfócitos T CD4+ TCD8 – Linfócitos T CD8 TCD14 e T CD18– Linfócito T CD14 e linfócito T CD18 TH1 – Linfócito T Help 1 TLR-2, TLR-4 – Receptores tipo Toll-Like 2 e 4 TNF-α: fator alpha de necrose tumoral Var.- Variedade LISTA DE SÍMBOLOS mm3 – Milímetro cúbico > - maior mg- miligramas kDA- kilodaltons xii LISTA DE TABELAS Tabela 1. Indicação dos antifúngicos para tratamento da neurocriptococose Tabela 2. Distribuição de freqüências e médias das características sócio-demográficas e econômicas dos 103 pacientes portadores de HIV+ com neurocriptococose do Hospital Eduardo de Menezes, de 2007 a 2012. Tabela 3. Descrição das características laboratoriais dos pacientes portadores de HIV+ com neurocriptococose internados no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. Tabela 4. Descrição das características clínicas dos pacientes portadores de HIV+ com neurocriptococose internados no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. Tabela 5. Descrição das comorbidades apresentadas pelos pacientes com neurocriptococose internados no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. Tabela 6. Descrição dos sintomas apresentados pelos pacientes com neurocriptococose internados no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. Tabela 7. Análise das freqüências do uso de TARV entre os pacientes portadores de HIV+ com neurocriptococose internados no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. Tabela 8. Análise das médias de CD4+ e da terapia antiretroviral, entre os pacientes portadores de HIV+ com neurocriptococose internados no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. Tabela 9. Descrição das médias das doses acumulada de anfotericina B, dos pacientes internados no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. Tabela 10. Descrição das médias das doses acumulada de anfotericina B e dos efeitos adversos apresentados pelos pacientes internados no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. xiii Tabela 11. Descrição das principais variáveis estudadas entre os pacientes que foram a óbito e os que sobreviveram a infecção no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. Tabela 12. Descrição das principais variáveis estudadas entre os pacientes que apresentaram recidivas no Hospital Eduardo de Menezes entre 2007 a 2012. xiv SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 17 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 19 2.1. Criptococose (torulose, blastomicose européia e doença de Busse-Buschke) 19 2.2. O fungo Cryptococcus neoformans 21 2.3. A relação fungo-hospedeiro 23 2.4. Neurocriptococose 26 2.5. Diagnóstico 28 2.6. Terapia antifúngica 31 2.7. A Epidemiologia do HIV/AIDS versus a neurocriptococose 33 3. JUSTIFICATIVA 37 4. OBJETIVOS 39 4.1. OBJETIVO GERAL 4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 5. METODOLOGIA 5.1. Coleta de dados dos pacientes com neurocriptococose atendidos no HEM 5.2. Análise das características demográficas, clínicas e laboratoriais dos pacientes acometidos com esta micose no HEM 5.3. 40 Pesquisa Bibliográfica 41 42 xv 6. RESULTADOS 6.1. Caracterização da amostra 43 7. DISCUSSÃO 44 a. Limitações 63 8. CONCLUSÃO 65 9. PROPOSIÇÕES 66 10. REFERÊNCIAS 67 11. APÊNDICES a. Protocolo de Pesquisa 73 b. Compilação dos dados 74 xvi 17 1. INTRODUÇÃO A criptococose é uma micose sistêmica, causada pela inalação de basidiosporos do fungo Cryptococcus neoformans, um basidiomiceto que se apresenta em sua forma parasitária como levedura anamorfa capsulada e que, após permanecer algum tempo nos pulmões, pode se disseminar para os tecidos extra-pulmonares, por via hematogênica, alojando-se principalmente no cérebro e nas meninges1-2. Pode ocorrer também comprometimento ocular, ósseo, das supra renais e dos órgãos genitais especialmente da próstata 3. Focos residuais de infecções latentes podem reativar após anos, por ocasião de imunodepressão celular. Testes intradérmicos para inquéritos populacionais não são usados devido à inexistência de antígenos adequados, mas já existem evidências através de estudo sorológico de anticorpos, de que a infecção possa ocorrer desde a infância4. Atualmente considerada uma micose oportunista, a criptococose começou a receber atenção especial a partir da década de 60, quando foi registrada a frequência de seus casos devido ao emprego de agressivas terapias imunossupressoras no tratamento de neoplasias e doenças autoimunes. Contudo, a doença realmente emergiu na década de 80 com a pandemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), acometendo atualmente cerca de 5 % dos portadores do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e figurando em quarto lugar dentre as causas de morte nesses pacientes5-6. Certas doenças de base, como linfomas, leucemias crônicas, sarcoidose, transplantes de órgãos sólidos, lúpus eritematoso sistêmico (LES) e infecção por HIV são reconhecidas como principais fatores de risco para o desenvolvimento de neurocriptococose está criptococose entre as meníngea doenças e disseminada 52. definidoras da AIDS. A Em aproximadamente 45% dos casos, a micose foi relatada como a primeira doença que define a síndrome7-9. A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é caracterizada pelo comprometimento insidioso do sistema imune, sendo o grau de 18 imunodeficiência definido pela manifestação de doenças oportunistas e a correlação da contagem de linfócitos T CD4+10-13. Pesquisas sobre a prevalência de doenças cutâneas em pacientes soropositivos para HIV demonstraram que 87% das doenças muco-cutâneas têm como agente etiológico os fungos13-19. Nas últimas décadas, as doenças causadas por fungos tornaram-se de grande importância na saúde pública, devido ao uso indiscriminado de drogas antibacterianas e imunossupressoras. Pacientes que apresentam alteração da microbiota ou mecanismo de defesa comprometido, são mais susceptíveis a patologias de origem fúngica20-25. Destacam-se entre as doenças fúngicas que estão associadas à AIDS e que apresentam alto índice de mortalidade no Brasil a candidíase, causada pelas espécies do gênero Candida, a paracoccidioidomicose, causada pelo Paracoccidiodis braziliensis e a neurocriptococose22-24, 26. Estudos epidemiológicos sobre a neurocriptococose vêm confirmando a sua relação com a AIDS em todo o mundo27. Desta forma, o presente trabalho visa avaliar a ocorrência da neurocriptococose no Hospital Eduardo de Menezes, que atende atualmente pacientes HIV+ provenientes de todo o Estado de Minas Gerais. 19 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Criptococose (torulose, blastomicose européia ou doença de Busse- Buschke) A criptococose é uma enfermidade fúngica grave, causada por espécies de leveduras encapsuladas do filo Basidiomiceto, o Cryptococcus neoformans28. A infecção ocorre através da inalação de basidiósporos do fungo, que se encontram na natureza, como no solo, nos ocos das árvores, em excrementos de aves, principalmente pombos. Uma vez inalados se alojam no pulmão, aí permanecendo de forma latente durante anos, podendo nunca se manifestar ou apresentar os sintomas quando ocorrer uma queda ou desequilíbrio da imunidade celular (Figura 1). Os seres humanos imunocompetentes parecem ter uma notável resistência a esta doença29. Esta micose pode apresentar-se sob três formas clínicas, a pulmonar regressiva, pulmonar progressiva e disseminada4, 30. Figura 1: Esquema ilustrativo da infecção por Cryptococcus, causando a criptococose. Fonte: Hull & Heitman, 2002 31-32 20 Através da disseminação hematogênica o fungo pode atingir qualquer órgão ou sistema, podendo apresentar-se na forma unifocal cutânea, óssea ou sistêmica (Figura 2). A forma cutânea aparece em 10% a 15% dos casos e na maioria das vezes, precede a forma sistêmica, que se caracteriza por manifestações de lesões acneiformes, rash cutâneo, ulcerações ou massas cutâneas, que simulam tumores3, 30 . A forma sistêmica, geralmente aparece como uma meningite sub-aguda ou crônica, caracterizada por febre, fraqueza, cefaléia, náuseas e vômitos, sudorese noturna, dor no peito, confusão mental, alteração da visão e rigidez de nuca. Não há contágio inter-humano33. Figura 2: Formas anátomo-clínicas da criptococose disseminada 34 Fonte: Lacaz, 2002 (adaptado) . O primeiro caso de infecção humana causada por Cryptococcus neoformans foi relatado há aproximadamente 100 anos por Busse e Buschke, na Alemanha4. Entretanto, a criptococose começou a receber atenção especial a partir da década de 60, quando foi registrada a frequência de seus casos devido ao emprego de agressivas terapias imunossupressoras no tratamento de neoplasias e doenças autoimunes. Contudo, a doença realmente emergiu na década de 80 com a pandemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), figurando em quarto lugar dentre as causas de morte nesses pacientes5. A criptococose ocorre mais frequentemente em homens, adultos entre 30 e 60 anos, sendo raro o grupo pediátrico. A raridade da criptococose em crianças com AIDS é outra faceta inexplicável dessa micose e vem reforçar 21 a hipótese de que nos adultos o que ocorre é a reativação e não a infecção primária. Entre os casos de AIDS nos EUA, 6% desenvolvem meningite criptocóccica33. A mortalidade por criptococose é estimada em 10% nos países desenvolvidos chegando a 43% nos países em desenvolvimento com um tempo médio de sobrevida de 14 dias27. 2.2. O fungo Cryptococcus neoformans O fungo Cryptococcus neoformans é um basidiomiceto, que possui uma capsula de polissacarídeo (Figura 3). È um organismos sapróbio, ou seja, retira seus nutrientes da decomposição da matéria orgânica. É ubiquitário no meio ambiente, podendo ser encontrado no solo, árvores e fezes de pássaros, onde suas células são altamente resistentes à dessecação 3, 35 . A espécie Cryptococcus neoformans é formada por duas variedades: Cryptococcus neoformans var neoformans (sorotipos A, D e AD) e Cryptococcus neoformans var gatii (sorotipos B e C). Figura 3: Visualização ao microscópio ótico da cápsula de leveduras típicas da espécie Cryptococus neoformans, coradas pela tinta nanquim. Aumento 400X. 36 Fonte: SEVERO et al. (2009) 22 Uma nova variedade Cryptococcus neoformans var grubii foi proposta por Franzot e colaboradores37, em 1999, com a reclassificação do sorotipo A, devido às diferenças moleculares e epidemiológicas encontradas entre os sorotipos A e D32. Estas variedades (A e D) normalmente se apresentam em forma esférica leveduriforme, podendo em fase transitória serem encontradas em forma de hifa4. Esta fase transitória miceliana que caracteriza o fungo como não dimórfico, se dá pela fusão de dois tipos celulares MATά e MATa (matingtype), originando hifas que em condições apropriadas se desenvolvem em basidiosporos viáveis para infecção2, 38-39. A variedade neoformans tem distribuição mundial associada à contaminação do solo por dejetos de pássaros e geralmente é responsável pela criptococose em pacientes imunocomprometidos, particularmente em indivíduos infectados com HIV3, 40-41. Por outro lado, C. neoformans var gattii é geograficamente restrito ao clima tropical e subtropical, comumente encontrado em associação com árvores das espécies Eucalyptos camaldulensis e E. tereticornis sendo associado à criptococose em indivíduos imunocompetentes42-45. Áreas endêmicas da variedade gatii têm sido encontradas, na Califórnia (EUA), Austrália, Sudeste da Ásia e mais recentemente no Norte e Nordeste brasileiros (Pará, Piauí, Maranhão), sendo responsável por 71% dos casos diagnosticados de criptococose5, 46-47. Estudo realizado por MOREIRA (2004)48, na região do Triângulo Mineiro, demonstrou que, para esta micose, 92,7% dos casos foram identificados como sendo var neoformans e apenas 7,3% var gattii. A criptococose oportunista, cosmopolita, associada a condições de imunossupressão celular, é geralmente causada predominantemente pelo C. neoformans. A criptococose primária de hospedeiro aparentemente imunocompetente, endêmica em áreas tropicais e subtropicais é causada predominantemente pelo C. neoformans var gattii30, 32. Estes fungos foram independentemente descobertos em 1895 por SANFELICE, em suco de pêra na Itália e por BUSSE e BUSCHCK em um paciente com lesões na tíbia na Alemanha49-51. O pombo é o seu principal 23 hospedeiro, embora raramente se infecta, provavelmente por ser sua temperatura corpórea elevada, podendo inibir o crescimento do fungo33, 52. Desta forma, microfocos relacionados ao habitat de aves, morcegos, madeira em decomposição, poeira domiciliar e outro animais, onde a concentração estável de matéria orgânica podem representar fontes ambientais potenciais para infecção. Distúrbios desses ambientes podem precipitar ou aumentar a dispersão aérea de formas infectantes3. Até o momento não houve comprovação de surto ou epidemia por Cryptococcus neoformans, mas com relação à variedade do C. neoformans var gattii, há evidências recentes de que surtos e epidemias em animais e humanos possam ocorrer4, 35. 2.3. A relação fungo-hospedeiro Após a inalação, o fungo pode permanecer algum tempo nos pulmões, na forma leveduriforme, o fungo pode se disseminar para os tecidos extras pulmonares, por via hematogênica, alojando-se principalmente no cérebro e nas meninges1-2. Estudos recentes in vivo têm demonstrado que esse agente infeccioso é um patógeno intracelular facultativo. Estudos in vitro sugerem que para sobreviver em macrófagos, o fungo utiliza uma nova estratégia de parasitismo intracelular, com acumulação do polissacarídeo capsular em vesículas citoplasmáticas3. Atualmente sabe-se que existe uma predileção do fungo pelo SNC, embora seja um tema ainda em especulação. São colocadas três possíveis hipóteses explicativas que poderiam fundamentar o neurotropismo do C. neoformans pelo SNC. Em primeiro lugar, pensa-se que o SNC seja rico em substratos específicos, favoráveis ao crescimento e proliferação do fungo. Em segundo lugar, o SNC pode permitir um local de escape à vigilância imunológica do hospedeiro. Em terceiro lugar, receptores específicos nas células neuronais podem atrair os Cryptococcus mais avidamente que os existentes nos restantes órgãos53. 24 O neurotropismo é em parte explicado devido às propriedades singulares do cérebro e barreira hematoencefálica (BHE), tornando esta localização privilegiada ao escape imunológico, comparativamente aos outros órgãos. O C. neoformans atravessa a BHE e entra no SNC e, como não está sob uma resposta imunológica tão vigorosa, vai se proliferando e crescendo4, 33, 52 . Estão propostas três vias principais através das quais se acredita que este micro-organismo patogênico penetre o SNC. Um dos mecanismos propostos envolve a migração transcelular através das células endoteliais dos microvasos da BHE ou através das células epiteliais do plexo coróide. Neste caso, o agente patogênico pode facilitar a sua própria absorção pela codificação de moléculas de superfície que ajudam na ligação aos receptores do endotélio ou epitélio35. O C. neoformans pode também migrar entre as células endoteliais e as células epiteliais “tightjunctions”33, da BHE através da interrupção da formação de 52 . Por fim, pode migrar através da BHE no interior dos leucócitos, tais como monócitos e possivelmente linfócitos T usando um mecanismo denominado “Cavalo de Tróia”33, 52. Diferentes fatores de virulência têm sido implicados na patogenicidade desse fungo. Os três principais são termotolerância a 370C, síntese de melanina através de uma Lacase e presença de cápsula. Sob este último aspecto, o componente polissacarídeo capsular atua de maneira similar a bactérias capsuladas, como Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza e Neisseria meningitidis. Uma vez instalados no sistema nervoso central, tanto C. neoformans quanto às mencionadas bactérias produzem meningoencefalite extremamente grave. Polissacarídeos capsulares inibem a fagocitose, consomem complemento, absorvem e neutralizam opsoninas e outros anticorpos protetores33, 52. Em alta concentração, os polissacarídeos bloqueiam a quimiotaxia de neutrófilos e monócitos e inibem a síntese de anticorpos30. Alguns fatores de virulência, tais como a presença de cápsula, os produtos secretados (manoproteinas), a produção de melanina, manitol e outros potenciais, tais como superóxido desmutase, proteases, fosfolipase B e lipofosfolipase, 25 aumentam o grau de patogenicidade desse microrganismo1. O ácido siálico, demonstrado no envoltório celular do C. neoformans contribui para a carga negativa de superfície desse agente e tem papel antifagocítico30. A regulação dos fatores de virulência pode ser mediada por proteínas como Calcinerium, Proteínas G e App1, e ainda como demonstrado recentemente por fosfolipídeos e esfingolipídeos3, 54-55 . LUBERTO, 200156 em seus estudos demonstra que a Ipc1, uma enzima essencial que regula os esfingolipídeos, regula não somente a formação da melanina, como também, a habilidade das células fúngicas de crescerem dentro de macrófagos. Os macrófagos por sua vez, respondem ao C. neoformans com a produção de quimiocinas e IL1, regulando a proliferação e ativação de linfócitos T, que são importantes mediadores do “clearance” pulmonar57-58. Depois de inalado, o fungo poderá ser eliminado completamente ou se restringir aos pulmões dentro de granulomas, podendo persistir em estado latente indefinidamente, ou expressar-se clinicamente na vigência de imunodeficiência, também poderá disseminar-se para órgãos do sistema nervoso central, pelo qual possui afinidade. Macrófagos e células dendríticas são as principais células para uma resposta efetiva a este fungo. Estas células participam no reconhecimento, fagocitose, apresentação antigênica e ativação da resposta do hospedeiro. O fungo e seus produtos secretados são reconhecidos por receptores celulares incluindo receptores de manose, TCD14, TLR-2, TLR-4 e TCD18 59-60. Camundongos deficientes dos genes das proteínas envolvidas no processo de reconhecimento destes produtos e também muito importantes no desenvolvimento de uma resposta imune contra este patógeno como a proteína MyD88, uma proteína adaptadora associada ao TLR, demonstram suceptibilidade muito maior a criptococose61. Produtos derivados desse patógeno são utilizados como mecanismos de escape do sistema imune, diminuindo a função de neutrófilos inibindo sua adesão ao endotélio e limitando o seu influxo para os tecidos infectados 62-63. A imunidade protetora está associada a um perfil de resposta TH1. In vitro linfócitos T CD4 e CD8 inibem diretamente o crescimento fúngico por adesão a superfície da célula criptocócica64. Entretanto, C. neoformans pode 26 diminuir a produção de GM-CSF e TNF-α por células NK, associada à manutenção do maior componente polissacaridico capsular Glucuronoxilomanana (GXM), afetando a atividade fagocítica, causando danos à resposta imune65-66. Estudos sugerem que a administração de células dendríticas ativadas induz uma resposta imune com perfil TH1 contra patógenos fúngicos podendo ser utilizadas como um aumento da imunidade efetiva ou vacina67. 2.4. Neurocriptococose O fungo pode se alojar em qualquer órgão ou sistema, porém quando acomete o SNC, se manifesta mais comumente como meningoencefalite, ocorrendo em mais de 80% dos casos, quer sob a forma isolada ou associada ao acometimento pulmonar. O quadro neurológico por Cryptococcus neoformans é semelhante nos diferentes grupos de risco e consiste de: febre, alteração do estado mental, cefaléia e sinais de hipertensão intracraniana (HIC), que ocorrem em mais de 50% dos pacientes9. A neurocriptococose apresenta-se em duas formas: meníngea e parenquimatosa. Meningite é a manifestação primária mais comum. O envolvimento do parênquima pode ser na forma de criptococomas ou torulomas, espaços de Virchow Robin dilatados (pseudocistos), múltiplos nódulos corticais e formas mistas, que são observados nos indivíduos imunocompetentes (Figura 4). O comprometimento mais comum da forma parenquimatosa ocorre no mesencéfalo e nos núcleos da base. Na ressonância magnética, o realce pelo contraste pode estar ausente pela imunossupressão. A hidrocefalia pode se desenvolver devido à estenose do canal ventricular (Figura 5)4, 52. A criptococose é a infecção fúngica mais comum do SNC. Ela é uma das mais importantes infecções do SNC em pacientes com AIDS, depois da infecção neurológica causada pelo próprio HIV e da toxoplasmose. Afeta 5% dos pacientes HIV positivos68-69. Sua incidência foi reduzida ao longo dos anos 90, primeiramente pela introdução dos azóis e seguidamente pela introdução 27 da TARV70. Porém, com o aumento da sobrevida dos pacientes transplantados, uso de quimioterápicos, e na presença de doenças que afetam a imunidade tornaram-se prevalentes. A B C Figura 4: Imagens de cortes histológicos de cérebro apresentando a neurocriptococose. Em A: espessamento da leptomeninge do hemisfério cerebral, tanto na convexidade como na fase medial, notando-se material de aspecto gelatinoso preenchendo os sulcos. Em B e C: notamse sulcos do córtex cerebral distendidos por material gelatinoso que no exame microscópico, demonstra ser constituído por numerosos fungos da espécie cryptococcus neoformans. O grande número de parasitas alarga os sulcos e também distende os espaços de VirchowRobin, ou seja, os prolongamentos do espaço subaracnóideo que acompanham os vasos logo que penetram no tecido nervoso. Estes espaços, que normalmente são diminutos ou microscópicos, tornam-se visíveis macroscopicamente na forma de pequenos cistos no interior do parênquima. Fonte: HTTP://anatpat.unicamp.br A B 71 C Figura 5: Imagens de cortes axiais de ressonância magnética cerebral. A- corte axial T2: lesões com intenso hipersinal, indicando alto grau de hidratação. B: aspecto macroscópico correspondente à imagem acima da ressonância magnética. C: aspectos histológicos na criptococose cerebral. Os fungos crescem abundantemente na leptomeninge. Neste caso há reação inflamatória linfocitária perivascular discreta, mas mesmo esta pode faltar. A partir do espaço subaracnóideo os fungos penetram nos espaços de Virchow-Robin (espaços perivasculares dentro do tecido nervoso) formando pequenos cistos cheios de fungos. Os vasos podem ser comprimidos, resultando isquemia e edema cerebral. Os parasitas ficam separados entre si pelas cápsulas. O crescimento é por brotamento simples. Fonte: HTTP://anatpat.unicamp.br 71 28 Sua principal forma de apresentação é com cefaléia atípica refratária a medicações, às vezes com piora ao deitar, podendo vir com febre desde o início. Evolui tipicamente com sinais de hipertensão intracraniana, vômitos, borramento visual e sonolência. O exame neurológico, em geral, mostra sinais de irritação meníngea, podendo ser observados papiledema e, mais raramente, sinais motores focais72. Os diagnósticos diferenciais são: toxoplasmose, citomegalovírus, tuberculoma, abscessos, linfoma e metástase 34. 2.5. Diagnóstico O diagnóstico da criptococose é essencialmente clínico e laboratorial, sendo fundamental o estudo do LCR em se tratando de criptococose meníngea. O LCR pode evidenciar pleocitose (polimorfonucleares e células mononucleadas), hiperproteinorraquia e hipoglicorraquia. Nos doentes com AIDS o líquor apresenta um baixo conteúdo celular, o qual é um indicador de mau prognóstico73. Como diagnóstico laboratorial, realiza-se a pesquisa do fungo com a presença de cápsula espessa em espécimes como LCR, lavado brônquico, secreção de lesões cutâneo-mucosas, urina, macerados de tecidos obtidos por biópsia e punção de medula óssea (Figura 6). O Padrão Ouro do diagnóstico é a visualização das estruturas típicas do fungo no exame direto e sua confirmação, como crescimento da colônia em meio de cultura35. Figura 6: Visualização ao microscópio ótico de leveduras típicas da espécie Cryptococus neoformans, coradas Giemsa. Aumento 400X. 74 Fonte: www.doctorfungus.com 29 O exame direto no líquor através da coloração com tinta nanquim mostra a presença de estruturas arredondadas com membrana birrefringente, encapsuladas e em gemulação característica do Cryptococcus spp (Figura 7). Porém, em alguns casos só a cultura revela a presença do fungo35. A pesquisa do antígeno criptocóccico pela técnica do látex-aglutinação é útil, especialmente quando realizada concomitantemente no líquor e no soro. O método do látex quantitativo apresenta maior valor para o diagnóstico, sendo também importante para seguimento após tratamento73. Figura 7:Visualização ao microscópio ótico de leveduras típicas da espécie Cryptococus neoformans, coradas pela tinta nanquim. Aumento 400X. Fonte: www.doctorfungus.com 74 Vários meios de cultura podem ser utilizados, como o Agar-Sabourand, Ágar-niger, Ágar L-dopa ou dopamina. A cultura positiva de urina pode ser indicativa de criptococose disseminada, mesmo na ausência de sinais clínicos envolvendo o trato urinário, especialmente de pacientes portadores de imunodeficiências severas75-76. Testes sorológicos podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico da criptococose, como os testes de aglutinação com partículas de látex, para pesquisa de antígeno polissacarídico deste fungo; sendo capazes de detectar antígenos no soro ou no líquor dos doentes infectados em 99% dos casos75, 77. Altos títulos de antígeno geralmente se correlacionam com gravidade e, da mesma maneira, diminuição corresponde a bom prognóstico. Reações falsopositivas podem ocorrer, relacionadas com fator reumatóide, doenças causadas por Trichosporon beigelii e bacilos Gram-negativos78. 30 As lecitinas são uma classe de glicoproteínas de origem não imune que se liga especificamente, de forma não covalente e reversível a carboidratos. Estas glicoproteinas têm sido utilizadas para tipagem sanguínea, indução a produção de citocinas, isolamento e caracterização de glicoconjugados como proteínas constitutivas e excretadas pelo C. neoformans e outros patógenos, que são utilizadas para o desenvolvimento de marcadores específicos para diagnóstico e vacinação3. A jacalina, uma lecitina obtida a partir da semente de Artocarpus integrifolia, tem sido utilizada para isolar glicoproteínas devido a sua capacidade de se ligar especificamente a resíduos de D-galactose79. Antígenos glicosilados têm sido reconhecidos com papel crucial em diferentes patologias, particularmente entre os fungos patogênicos, nos quais têm se destacado altamente imunogênicos a gp43, principal glicoproteína de Paracoccidioides brasiliensis80; o componente de 105 kDa de Cryptococcus neoformans, manoproteína envolvida na resposta imune mediada por a células, glicoproteína de 70 kDa de Histoplasma capsulatum, apresentando correlação entre antigenemia e terapia 81;. Testes imunoenzimáticos têm sido utilizados para pesquisa e avaliação da reatividade de antígenos e apresentam alta sensibilidade e especificidade 35. Os ensaios utilizam um sistema de captura policlonal e um sistema monoclonal de detecção, não necessitando de tratamento prévio das amostras de LCR com enzimas ou outros reagentes. O teste imunoenzimático ELISA (Enzime-Linked Immunosorbent Assays) para a detecção de antígenos de C. neoformans tem sido descrito3 82-83 . Este apresenta muitas vantagens, incluindo uma clara discriminação entre resultados positivos e negativos, informações quantitativas e alta sensibilidade84. Com o emprego da biologia molecular tem sido possível desenvolver novas técnicas para diagnóstico e identificação de sorotipos de Cryptococcus spp35. As vantagens destas metodologias se constituem na sua alta sensibilidade e a possibilidade de identificação de sorotipos a partir de materiais biológicos, sem necessariamente cultivar o fungo. Além da rapidez na caracterização do fungo, as técnicas de biologia molecular, como a PCR (Reação em cadeia da polimerase), têm apresentado redução dos custos a cada ano, tornando uma das ferramentas de melhor relação custo/beneficio. 31 Paschoal et al. (2004)70, otimizaram a técnica de PCR (reação de cadeia polimerase), com o objetivo de aplicação no diagnóstico em laboratório clínico da criptococose, sendo que a técnica demonstrou níveis de sensibilidade e especificidade superiores à cultura e ao exame direto pela tinta da china. Os resultados da pesquisa de DNA em líquor de paciente com meningite criptocóccica têm correlacionado com melhora clínica durante o tratamento. Leal et al. (2006)32, padronizaram um método de PCR multiplex que permite a diferenciação entre C. neoformans var. neoformans e var. gatti, facilitando sobremaneira o diagnóstico e tornando-o mais seguro e ágil. Para o diagnóstico por imagem no caso da neurocriptococose são utilizados o exame de ressonância nuclear magnética e a tomografia computadorizada do crânio, que podem produzir imagens como pseudocistos com aspecto gelatinoso que se estendem ao longo dos espaços perivasculares dilatados, particularmente nos núcleos da base ou apresentarem achados compatíveis com a normalidade ou ainda alterações inespecíficas como atrofia cortical. Os diagnósticos diferenciais são: toxoplasmose, citomegalovírus, tuberculose, abscessos, linfoma e metástases4, 52. 2.6. Terapia antifúngica Para o tratamento da criptococose nas formas exclusivamente pulmonares, pode-se utilizar o antifúngico oral, como o Itraconazol, 200 a 400 mg/dia, por seis meses ou mais, até a confirmação da cura. Nas formas disseminadas, inclusive na neurocriptococose, a droga de escolha é a Anfotericina B na dose de 0,5mg a 1,0mg /kg/dia,EV, geralmente até a negativação das culturas ou até a dose total de 2,5g 3 (Tabela 1). A associação da 5-flucitosina com a Anfotericina B, embora mostre melhores resultados em pacientes não infectados pelo HIV, pode aumentar a frequência de efeitos adversos nos pacientes com HIV/AIDS6. A Figura 8 demonstra alguns esquemas de profilaxia da neurocriptococose em pacientes imunossuprimidos. 32 Anfotericina B EV 0,7 a 1 mg/kg/dia C. neoformans Figura 8: Indicações de profilaxia de infecções oportunistas para pacientes imunossuprimidos Fonte: Ministério da Saúde (2008) 72 Tabela 1. Indicação dos antifúngicos para tratamento da neurocriptococose Tratamento em pacientes HIV+ Terapia de indução Anfotericina B deoxycolato 0,7 – 1 mg/kg/dia + Fluocitosina 100mg/kg/dia p.o., por 2 semanas ou Anfotericina B complexo lipídico, 5mg/kg i.v. diário + Fluocitosina 100mg/kg diário por 2 semanas Terapia de consolidação Fluconazol 400mg/dia p.o por 8 semanas Terapia de manutenção Fluconazol 200mg/dia p.o Fonte: Adaptado de IDSA Management guidelines (2012) 85 Nas formas graves, principalmente no SNC, seja o paciente infectado ou não pelo HIV, a fase de indução tem por objetivo negativação ou redução efetiva de carga fúngica, tendo como período mínimo de tratamento duas semanas. A fase de consolidação compreende manutenção de negativação micológica e normalização de parâmetros clínicos e laboratoriais por pelo menos oito semanas. Segue-se a fase de supressão também chamada de manutenção por no mínimo um ano com tempo adicional variando de acordo com a condição do estado imune do hospedeiro6, 72. A terapia de manutenção tem sido preconizada pelo alto risco de recaída nos pacientes com acentuada imunossupressão e em pacientes com AIDS, enquanto os linfócitos TCD4+ estiverem em níveis inferiores a 100 cels/mm3. Após a estabilização TCD4+> que 100 e 200 cels/mm 3 por mais de seis meses em pacientes aderentes a TARV, pode-se considerar a suspensão da terapia antifúngica de manutenção . Após duas semanas com terapia de indução com sucesso com o uso de Anfotericina B + 5- Flucitosina (hoje não mais disponível no Brasil) recomenda-se seguir o fluxo terapêutico com Fluconazol 400mg/dia, 33 por no mínimo oito semanas ou até que as culturas do LCR se tornem negativas35, 72. O Fluconazol deverá ser iniciado na fase de consolidação quando o paciente apresentar melhora clínica definida por: melhora do status mental, febre, cefaléia, sinais meníngeos e/ou negativação da cultura do LCR na segunda semana4. Um risco adicional do uso de Fluconazol é a indução de resistência, embora rara, por ser fungistático e não induzir à esterilização precoce do LCR, por isso não é recomendável para terapêutica de ataque e sim preferencialmente para manutenção6. Como a concentração da Anfo B no líquor é baixa, tem sido feita uma tentativa de sua administração intratecal, em casos graves e refratários. Porém devido a vários efeitos colaterais, o seu uso deve ser reservado apenas para os casos refratários e graves que não responderam aos esquemas habituais. Apesar do tratamento adequado, pode ocorrer falência terapêutica, que se traduz pela manutenção da cultura positiva do líquor e deteriorização do estado clínico, ou seja, manutenção da pressão intracraniana elevada, falta de melhora dos sinais e sintomas clínicos após duas semanas de terapia antifúngica apropriada ou recaída após terapêutica inicial 4. O melhor tratamento nesta condição não está determinado, podendo ser usado doses mais altas de Fluconazol (800 a 2000mg/dia)6, 72. A TARV deve ser instituída em todos os pacientes com criptococose e infecção pelo HIV. Entretanto não há melhor definição do momento, em virtude da possibilidade da toxicidade pelo uso de várias drogas, além da ocorrência da síndrome inflamatória de reconstituição imune72. 2.7. A Epidemiologia do HIV/AIDS versus a neurocriptococose A síndrome da imunodeficiência humana adquirida (AIDS/SIDA) foi reconhecida como nova entidade clínica, oficialmente, em junho de 1981 nos Estados Unidos. Em 1984, demonstrou-se que esta patologia estava associada a uma infecção por retrovírus, linfotrópico para células T CD4+, denominado de vírus da imunodeficiência humana (HIV)86-88. 34 Após o surgimento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) nos Estados Unidos, esta doença tornou-se um problema de saúde mundial, sendo notificados, até o ano de 2010, 34 milhões de pessoas portadoras do HIV no mundo11. Apesar do quadro descrito, ainda foram diagnosticados 2,7 milhões de novas infecções no mundo 89. A prevalência da infecção pelo HIV, na América Latina, segundo o último relatório da UNAIDS/ONUSIDA é de 0,4% em adultos, mas no Brasil essa taxa é de 0,6%.89 No Brasil, de 1980 a 2010, foram notificados 592.914 casos de infecção pelo vírus. No ano de 2009, a taxa de incidência de AIDS no Brasil foi de 20,1 casos por 100.000 habitantes. Até 2007, a Região Sudeste contribuía de forma mais expressiva para os valores elevados das taxas de incidência no país; porém, a Região Sul tem contribuído de forma mais significativa para esse valor a partir de 2007 (figura 9). A estabilização da taxa de AIDS no Brasil está diretamente relacionada com a diminuição dos casos na Região Sudeste89. O número crescente de casos de infecção pelo HIV reflete a elevada incidência de infecção pelo vírus, mas também o efeito benéfico das novas TARVs que permitem o prolongamento da vida destes doentes. Estima-se que, em todo o mundo, aproximadamente 2 milhões de pessoas morram por doenças relacionadas a AIDS, anualmente. Com a AIDS, os casos de criptococose começaram a ser registrados com maior frequência, em cerca de um terço dos pacientes34. Figura 9: Taxa de incidência (por 100.000 hab.) dos casos de AIDS segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 1997-2009. Fonte: Boletim Epidemiológico 2010 89 35 Ao entrar no organismo humano, esse vírus pode ficar silencioso e incubado por muitos anos. Esta fase denomina-se assintomática e relaciona-se ao quadro em que uma pessoa infectada não apresenta nenhum sintoma ou sinal da doença. O período entre a infecção pelo HIV e a manifestação dos primeiros sintomas da AIDS irá depender, principalmente, do estado de saúde da pessoa. O HIV age no interior das células do sistema imunológico e, ao entrar na célula, o HIV passa a fazer parte de seu código genético.As células do sistema imunológico mais atingidas pelo vírus são os linfócitos TCD4+, usados pelo HIV para fazer cópias de si mesmo90. Durante a fase aguda da infecção, a maioria das células T CD4+ do trato gastrointestinal são perdidas, como resultado da intervenção direta do vírus. Esta perda mantém-se durante todo o curso da infecção representando, assim, um violento "ataque" ao sistema imunitário. Contudo, a contagem das células TCD4+ do sangue periférico não apresenta um declínio tão acentuado. A enteropatia, que pode ocorrer desde a fase aguda até a fase mais avançada da infecção, envolve sintomas como diarréia, aumento da inflamação no trato gastrointestinal, aumento da permeabilidade intestinal e má absorção90. O que leva o indivíduo a um quadro debilitante, consumptivo progressivo com perda ponderal, anemia, favorecendo às desidratação diversas e infecções conseqüente oportunistas desnutrição como severa, exemplo a neurocriptococose. O diagnóstico da infecção pode passar despercebido, uma vez que a infecção possui caráter clínico não específico, ou mesmo ausência de sintomas92, portanto são necessários exames de identificação de antígenos específicos para o diagnóstico. A duração do quadro clínico pode variar bastante de uma a dez semanas. No início a infecção se assemelha a mononucleose infecciosa, evoluindo para uma viremia plasmática elevada e queda transitória de TCD4+90. Para estimar o prognóstico e avaliar a indicação de início de terapia antiretroviral monitora-se a evolução da contagem de linfócitos T CD4+ e a quantificação plasmática da carga viral do HIV. A contagem de linfócitos TCD4+ é utilizada internacionalmente como padrão para monitoramento do 36 estado imunológico dos indivíduos93-94. O fluxograma do diagnóstico utilizado no Brasil encontra-se na figura 10. Figura 10: Critério para diagnóstico de infecção pelo HIV, segundo CDC adaptado Fonte: BRASIL (2008) 93 Deve-se ressaltar que apenas a contagem de linfócitos TCD4+ não é o suficiente para o diagnóstico, é necessário ainda confirmação com dados clínicos característicos da doença, já que outras condições causadas por diversos agentes podem levar a um quadro semelhante93. A quantificação da carga viral serve como um marcador de risco futuro da diminuição dos linfócitos TCD4+. Assim, quanto mais alta a carga viral mais rápida será a queda dos níveis de linfócitos TCD4+93. Os indivíduos com baixo nível de linfócitos TCD4+ passam a apresentar uma alta predisposição à infecção pelo Cryptococcus spp. Atualmente, a neurocriptococose acomete em torno de 5% dos indivíduos soropositivos6. A neurocriptococose está entre as doenças definidoras da AIDS. Em aproximadamente 45% dos casos, a micose foi relatada como a primeira doença que define a síndrome7-9. Em se considerando os inúmeros casos de neurocriptococose ocorridos sem notificação, podemos imaginar que o número de pacientes acometidos com esta doença pode ser subestimado. Desta forma, os estudos de levantamento dos casos de meningite fúngica são de grande valor, pois ajudam a avaliar as manifestações clínicas e a evolução da doença, assim como considerar a necessidade principalmente em pacientes HIV/AIDS. do diagnóstico diferencial, 37 3. JUSTIFICATIVA Nas últimas décadas, houve um considerável aumento das infecções fúngicas, principalmente por fungos oportunistas, como o Cryptococcus sp, devido ao crescente número de pacientes imunocomprometidos. Este aumento gerou a necessidade de buscar novos métodos diagnósticos rápidos e específicos para estas infecções, a fim de prover ao paciente imunocomprometido uma terapia eficiente e precoce para estas infecções, evitando assim o alto índice de mortalidade. O Hospital Eduardo de Menezes é o Centro de Referência para doenças infecto- contagiosas no Estado de Minas Gerais e atende a um grande número de pacientes com HIV com doenças oportunistas, contando atualmente com 100 leitos. Hoje, com o crescente número de pacientes HIV/AIDS e com o advento da TARV, que vem aumentando a sobrevida destes doentes, mesmo que sejam imunossuprimidos, tem-se observado um aumento também no número de pacientes acometidos por infecções oportunistas, como neurotoxoplasmose, neurossífilis, neurotuberculose, encefalite herpética e, principalmente por infecções fúngicas como a neurocriptococose. Em muitos casos de neurocriptococose, o diagnóstico é dificultado pelos exames sorológicos, uma vez que a maior parte dos pacientes são imunocomprometidos. Além disso, a cultura do fungo pode ser comprometida pela má qualidade na coleta do material biológico. Os sinais e sintomas destas doenças neuroinfecciosas oportunistas são muito semelhantes o que dificulta e atrasa o início do tratamento adequado, e, muitas vezes devido à gravidade do paciente já se institui de imediato o tratamento de prova para mais de uma doença enquanto se espera os resultados dos exames. Outro fato relevante é no que tange às recidivas e repetidas internações destes pacientes, o que ocorre com muita frequência neste hospital. O tempo de tratamento com Anfotericina B e o controle de cura são pontos importantes e precisam ser mais bem estudados. Portanto, realizar uma pesquisa em torno 38 da ocorrência de neurocriptococose neste hospital pode levar ao conhecimento da real situação desta doença dentro do Estado de Minas Gerais e seus dados epidemiológicos. Esta investigação se faz necessária por compreender que o comprometimento da imunidade celular é considerado o principal fator predisponente para a infecção pelo Cryptococcus spp, tendo em vista o crescimento do número de casos de pacientes com HIV/AIDS, no cenário atual e com isso o surgimento de infecções oportunistas, desencadeando o agravamento destes casos, podendo levar ao óbito. Neste contexto, é importante ressaltar também, o surgimento desta infecção em pacientes imunocompetentes, mesmo que em menor grau de ocorrência. Diante desses dados, a presente dissertação visa realizar um levantamento em torno dos casos de neurocriptococose ocorridos no Hospital Eduardo de Menezes, avaliando assim a relação entre a neurocriptococose e a infecção pelo HIV e a AIDS. Com isso, será possível destacar o impacto da meningite criptocóccica no contexto atual da saúde, tendo em vista a alta mortalidade da doença e as sequelas importantes e muitas das vezes irreversíveis. 39 4. OBJETIVOS 4.1. Objetivo Geral Realizar levantamento e análise dos casos de pacientes internados no Hospital Eduardo de Menezes, apresentando a neurocriptococose, no período compreendido entre abril de 2007 a maio de 2012. 4.2. Objetivos Específicos - Analisar as características sócio-demográficas-econômicas, clínicas e laboratoriais dos pacientes acometidos com neurocriptococose, admitidos no Hospital Eduardo de Menezes; - Avaliar a prevalência e recidivas dos casos de neurocriptococose; - Analisar a relação da neurocriptococose com a infecção HIV/AIDS. 40 5. METODOLOGIA Para o desenvolvimento metodológico da investigação, optamos por realizar uma pesquisa quantitativa, descritiva e retrospectiva de cunho bibliográfico. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e analítico envolvendo pacientes imunodeprimidos e imunocompetentes. A pesquisa epidemiológica é baseada na coleta sistemática de informações sobre eventos ligados à saúde em uma população definida e na quantificação desses eventos. 5.1. Coleta de dados dos pacientes com neurocriptococose atendidos no Hospital Eduardo de Menezes Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Conselho de Ética e Pesquisa do Hospital Eduardo de Menezes e da Santa Casa de Belo Horizonte em 2011, sob o protocolo 082/2010. Para o início desta pesquisa foi realizado um contato prévio com o responsável do NEP do Hospital Eduardo de Menezes (HEM) e com a chefia do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) e mediante autorização foi feita a solicitação de prontuários para a realização da pesquisa. Foram coletados 109 prontuários no SAME do Hospital Eduardo de Menezes. Os dados dos pacientes foram coletados de acordo com o protocolo de pesquisa elaborado pela equipe (Apêndice I). Em seguida, as informações foram armazenadas em um Banco de dados, Excel – Windows e posteriormente analisados através de programa estatístico (Apêndice II). Os testes considerados como diagnóstico de neurocriptococose foram o exame à fresco do liquor, corado pela tinta da China (ou tinta Nanquim); cultivo em meio de cultura artificial; presença do antígeno de polissacarídeo capsular para C. neoformans através da técnica de aglutinação em látex. Todos os dados foram obtidos através do livro de registros dos exames do líquor cefalorraquidiano, sendo que um ou mais desses exames positivos bastava para se selecionar o paciente. 41 Critério de inclusão: Todos os pacientes apresentando neurocriptococose portadores ou não de HIV positivo, a partir do diagnóstico confirmado através do exame liquórico dentro do período pré-determinado. Critério de exclusão: Todos os pacientes que não tinham diagnóstico de neurocriptococose. De posse dos nomes dos pacientes com diagnóstico de neurocriptococose, coletados do livro de registro de exames de líquor do laboratório do HEM, procedeu-se uma leitura exploratória dos prontuários e posteriormente, realizada o levantamento, catalogação e investigação dos mesmos para a coleta de dados e buscar respostas para as questões propostas na pesquisa. 5.2. Análise das características sócio-demográficas-econômicas, clínicas e laboratoriais dos pacientes acometidos com esta micose no Hospital Eduardo de Menezes Inicialmente as variáveis foram recodificadas conforme a necessidade para análise. Procedeu-se a análise descritiva das variáveis qualitativas utilizadas neste estudo classificando-as em nominais ou categóricas. A partir da recodificação, foi utilizada estatística descritiva como medidas de tendência central (frequência simples, média, mediana, máximo e mínimo) e medidas de dispersão (desvio-padrão). Para os demais cruzamentos e na comparação dos fatores categóricos foram utilizados o teste Qui-quadrado de Pearson ou teste Exato de Fisher. Para os fatores contínuos foi utilizado o teste não-paramétrico de MannWhitney. Para todos os testes estatísticos, considerou-se o nível de significância de 5%, ou seja, os dados foram significativos para p ≤ 0,05. 42 5.3. Pesquisa Bibliográfica Para o levantamento bibliográfico foram consultadas as bases de dados Bireme, MedLine, LiLACS, PubMed, Scielo e o Protocolo de criptococose de 2008 do Ministério da Saúde.Outras fontes também pesquisadas foram artigos publicados nos últimos anos em português, espanhol e inglês, disponíveis em diversos sites da internet.Também foram selecionados artigos periódicos, teses, dissertações, anais e outros materiais relevantes para o estudo. Para as citações e referências foram seguidas as normas de citações em documentos (NBR10520)95 e referências (NBR6023)96, preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), utilizando-se o sistema de citação autor-data. As referências foram dispostas no final do texto na ordem em que aparecem no texto. 43 6. RESULTADOS 6.1. Caracterização da amostra Dentre os 109 prontuários analisados, 103 eram de pacientes que apresentaram diagnóstico confirmado para a HIV/AIDS (93,5 %) e somente 6 de pacientes que não apresentaram confirmação para a HIV/AIDS (6,5 %). A saber: o primeiro paciente usou corticoidoterapia por doze anos e tinha história prévia de histoplasmose; o segundo paciente era índio; o terceiro paciente era etilista crônico; o quarto paciente era criador de galinhas; o quinto paciente era portador de colagenose, (lupus eritematoso sistêmico) e o sexto paciente era diabético. Estes 6 pacientes não foram considerados nas análises estatísticas a seguir. Na tabela 2 encontram-se os dados referentes às características sóciodemográficas e econômicas dos 103 pacientes que apresentaram neurocriptococose, portadores de HIV/AIDS. A maior frequência observada é do sexo masculino (80%). Quanto à cor observa-se que a maior frequência observada é de indivíduos pardos (50%). A idade média é de 39 anos com desvio padrão de 10,6. Observa-se que 57% dos indivíduos são constituídos de mão de obra não qualificada. A maior freqüência observada foi de pacientes oriundos de Belo Horizonte (65%) seguido da região metropolitana com 19% e do interior com 16%. Em relação ao consumo de substâncias ilícitas podemos observar que 53% dos pacientes eram ex-usuários e 26% consumidores regulares. Não constam dados especificando o tipo de substancia ilícito utilizado pelos pacientes. Dentre o total de indivíduos analisados 35% faziam uso de bebidas alcoólicas e 23% eram tabagistas. 44 Tabela 2. Distribuição de freqüências e médias das características sóciodemográficas e econômicas dos 103 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes, com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS, no período de 2007 a 2012. Variáveis Estado Civil %/X±dp (n) 70 (7) 30 (3) União estável Solteiro Gênero Feminino Masculino 20 (20) 80 (80) Cor da pele leucodermo melanodermo feodermo 30 (21) 20 (14) 50 (33) Idade (em anos) 39±10,6 (101) Escolaridade Analfabeto Ensino Fundamental Ensino Médio Superior 16 (6) 61 (22) 16 (6) 7 (2) Profissão Desempregado Aposentado Mão de obra não qualificada Trabalho técnico Curso superior Autônomo/estudante 14 (10) 6 (4) Procedência do paciente BH RMBH Interior 65 (63) 19 (18) 16 (15) Consumo de Álcool Sim Não 52 (35) 48 (33) Sim Não Ex Usuário 25 (26) 22 (23) 53 (53) Sim Não Ex tabagista 43 (23) 39 (21) 18 (10) Consumo de substância Ilícita Consumo de tabaco Legenda: RMBH – Região metropolitana de Belo Horizonte 57 (40) 8 (6) 11 (8) 4 (2) 45 De acordo com a Tabela 3, onde são descritos os testes realizados para diagnóstico da neurocriptococose, pode-se observar que a coloração pela tinta nanquim foi realizada em 96 pacientes dentre os 103 analisados (93%). Quanto à prova do látex foi realizado em apenas 33 pacientes (32%). Entretanto, a prova do látex apresentou-se positiva em 30 destes 32 pacientes (91%). Conforme análise dos prontuários foi possível observar que houve confirmação do crescimento do fungo em meio de cultura artificial em apenas 48 pacientes (46,6%). Para os 55 pacientes restantes (53,4%) não há dados sobre a cultura do fungo em meio artificial. Desta forma, não foi possível realizar análise dos dados de cultura. Tabela 3. Descrição dos testes diagnósticos utilizados para os 103 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes, com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS,no período de 2007 a 2012. Variáveis %(n) Tinta da china Positivo Negativo 96 (99) 4 (4) Látex criptococos Realizado Não realizado 32 (33) 68 (70) Látex criptococos Positivo Negativo 91 (30) 9 (3) 46 A Tabela 4 apresenta as características clínicas dos pacientes com neurocriptococose, portadores de HIV/AIDS. De acordo com os dados apresentados pode-se observar que 31% dos pacientes apresentaram recidivas, dentre os quais 17% apresentaram apenas uma recidiva. Dentre os 103 pacientes, 44 foram a óbito (47,4). A média do tempo de infecção pelo vírus HIV foi de 25 meses e a média dos níveis de CD4+ foi de 117,6 células/mm3e carga viral de 152.305células/mm3 para todos os pacientes. Dentre os prontuários analisados foi possível observar que apenas 8 pacientes apresentaram criptococose disseminada, portanto, este dado não consta na Tabela 4. 47 Tabela 4. Descrição das características clínicas dos 103 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes, com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS, no período de 2007 a 2012. Variáveis Uso de corticosteróides Recidivas %(n) Sim Não 3 (3) 97 (98) Nenhuma 1 2 3 5 69 (71) 17 (17) 7 (7) 5 (5) 2 (2) Carga Viral (CV) 152.305,5±221.253 (23) CD4+ 117,6±139,7 (56) Tempo de Infecção HIV (em meses) 25,2±48,7 (89) Leucócitos (unidade) 43±73,1 (98) Proteínas Hiperproteinorraquia 111,7±92,8 (96) Sim Glicose 80 (83) 40,2 ± 30,3 (102) Hipoglicorraquia Sim 90 (93) Tratamento Anfotericina B Fluconazol Ambos 8 (8) 2 (2) 90 (93) Óbito Sim 47,4 (44) Unidades consideradas: Cv (carga viral) – log (Cels/mm3); Glicose e proteína – mg/dL Foram calculadas as médias e desvio padrão de todos os dados. 48 A Tabela 5 descreve as co-morbidades apresentadas pelos 103 pacientes com neurocriptococose/HIV+ analisados. A desnutrição foi apresentada por 41 pacientes (39%), seguida da candidíase esofageana, que acometeu 34 pacientes (33%). Nos prontuários analisados, não houve descrição específica das doenças neurológicas, sendo desta forma, consideradas em uma única entidade clínica, que acometeu 10 pacientes (10%). Tabela 5. Descrição das co-morbidades apresentadas pelos 103 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes, com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS, no período de 2007 a 2012. Variáveis %(n) Comorbidades Hipertensão Arterial Sistêmica Doença Psiquiatrica Doença Neurológica Candidíase Esofageana Neurotoxoplasmose Desnutrição 16 (17) 7 (7) 10 (10) 33 (34) 23 (24) 39 (41) 49 A Tabela 6 representa a descrição dos sintomas apresentados pelos 103 pacientes analisados. Os sintomas foram relacionados na Tabela de acordo a predominância dentre os pacientes, em ordem decrescente. Pode-se observar que cefaléia ocorreu em 97 pacientes (94%), seguida de febre (69%) e náuseas (58%). Tabela 6. Descrição dos sintomas apresentados pelos 103 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes, com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS, no período de 2007 a 2012. Variáveis %(n) Sintomas Cefaléia Febre Náuseas Confusão Mental Rigidez de nuca Convulsão Alteração visual Prostração Diarréia Déficit motor focal Dispnéia Alteração da consciência Alteração Auditiva Agitação motora Alteração do comportamento 94 (97) 69 (72) 58 (61) 40 (42) 37 (39) 33 (35) 26 (27) 25 (26) 24 (25) 22 (23) 19 (20) 19 (20) 14 (15) 12 (13) 05 (05) A Tabela 7 representa a análise das frequências do uso da Terapia antirretroviral (TARV), entre os 103 pacientes analisados. Apenas 53 pacientes (53%) fizeram uso da TARV, dentre os quais 32 (60%) dos pacientes faziam 50 uso da TARV há menos de 3 meses do diagnóstico da neurocriptococose e apenas 21 pacientes (40%), faziam uso da TARV há mais de 3 meses antes do diagnóstico da neurocriptococose. Tabela 7. Análise das freqüências do uso de TARV entre os 103 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes, com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS, no período de 2007 a 2012. TARV Uso % (n) Sim 52 (53) Não 48 (49) Tempo de uso após < 3 meses 60 (32) o diagnóstico da NC > 3 meses 40 (21) A Tabela 8 descreve a dosagem das células CD4+ e do tempo de terapia antirretroviral (TARV), entre os 103 pacientes analisados. Dentre os 53 pacientes que fizeram uso da TARV, a média de contagem de linfócitos CD4+ foi de 131,5 células/mm3. Em comparação aos pacientes que não fizeram uso da TARV não houve diferença significativa da contagem de linfócitos CD4+. Da 51 mesma forma, o tempo de uso da TARV também não apresentou diferenças significativas na contagem de linfócitos CD4+. Tabela 8. Análise das médias de CD4+ e da terapia antirretroviral (TARV), entre os 103 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes, com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS,no período de 2007 a 2012. CD4+ Uso de TARV X ± dp (n) p Sim 131,5 ± 151,6 (53) 0,3* Não 90 ± 123,2 (49) < 3 meses 120 ± 155 (27) > 3 meses 130 ± 149 (16) Tempo de TARV * Teste Mann Whitney Unidades consideradas: Cv – log (Cels/mm3); Foram calculadas as médias e desvio padrão de todos os dados. 0,8* 52 A Tabela 9 apresenta a descrição das médias das doses dos antifúngicos fluconazol e anfotericina-B, administradas nos 103 pacientes analisados. Tabela 9. Descrição das médias das doses acumulada de anfotericina-B e de fluconazol, dos 103 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes, com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS, no período de 2007 a 2012. Variáveis Dose acumulada de anfotericina-B Dose de fluconazol X(g)±dp (n) 1,2 ± 0,8(94) 14,5 ± 10,6 (79) Unidades consideradas: doses dos medicamentos– g/dL Foram calculadas as médias e desvio padrão de todos os dados. p 53 A Tabela 10 representa as médias das doses acumuladas de anfotericina-B e dos efeitos adversos apresentados dos 103 pacientes analisados. Dentre os pacientes que apresentaram DHE a média das doses acumuladas foi de 0,9 mg/dL e entre os pacientes que apresentaram IRA a média das doses acumuladas de anfotericina-B foi de 0,8 mg/dL. Tabela 10. Descrição das médias das doses acumuladas de anfotericina-B e dos efeitos adversos apresentados pelos 103 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes, com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS,no período de 2007 a 2012. Dose acumulada de anfotericina-B Variáveis X ± dp (n) DHE 0,9 ± 0,7 (20) IRA 0,8 ± 0,6 (23) Unidades consideradas: doses anfotericina B – g/dL Foram calculadas as médias e desvio padrão de todos os dados. DHE – distúrbio hidroeletrolítico IRA – insuficiência renal aguda 54 A Tabela 11 representa a descrição das principais variáveis estudadas entre os pacientes que foram a óbito e os que sobreviveram à infecção no Hospital, dentre os 103 pacientes analisados. A Tabela 12 representa a descrição das principais variáveis estudadas entre os pacientes que apresentaram recidivas, dentre os 103 pacientes analisados. 55 Tabela 11. Descrição das principais variáveis estudadas entre os pacientes que foram a óbito e os que sobreviveram à infecção, dentre os 103 pacientes com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS, no período de 2007 a 2012. Óbito Sim Não %/X (n) %/X (n) p Feminino 19 (8) 46 (12) 0,80 Masculino 81 (34) 54 (45) 42,3 ± 11,3 (43) 37,3 ± 9,6 (58) 0,01 0,7 ± 1,2 (58) 0,3 ± 0,7 (44) 0,04 151,2 ± 163,5 (40) 64,9 ± 65,8 (19) 0,05 Sim 50 (16) 52,8 (19) 0,80 Não 50 (16) 47,2 (17) Sim 47,8 (11) 57,7 (15) Não 52,2 (12) 42,3 (11) Sim 36 (9) 48,3 (14) Não 40 (10) 37,9 (11) Ex/tabagista 24 (6) 13,8 (4) 18,8 ± 36,6 (39) 30,4 ± 56,2 (50) 0,40 Sim 61,5 (24) 55,8 (29) 0,60 Não 38,5 (15) 44,2 (23) Sim 43,6 (17) 32,7 (16) Não 56,4 (22) 67,3 (33) 36,7 ± 63,59 (44) 48,1 ± 80,3 (54) 0,40 119,5 ± 92,3 (43) 108,9 ± 96,4 (54) 0,50 Variáveis gênero Idade (anos) Recidivas 3 CD4+ (cels/mm ) Consumo de álcool Consumo de drogas ilícitas Consumo de tabaco Tempo de infecção pelo HIV (meses) Uso de TARV (meses) Uso de TARV 3 meses 3 Leucócitos (cels/mm ) 3 Proteínas (mg/mm ) 0,50 0,50 0,30 Anfotericina B (mg/kg) 0,6 ± 0,3 (55) 0,7 ± 0,7 (42) 0,80 Fluconazol (mg/kg) 18,0 ± 3,14 (54) (g) 9,4 ± 13,3 (35) (g) 0,02 Unidades consideradas: Cv – log (Cels/mm3); Doses dos antifungicos – g/dL Foram calculadas as médias e desvio padrão de todos os dados. 56 Tabela 12. Descrição das principais variáveis estudadas entre os pacientes que apresentaram recidivas, dentre os 103 pacientes com diagnóstico da neurocriptococose confirmado, portadores de HIV/AIDS, no período de 2007 a 2012. Recidivas Sim Não %/X (n) %/X (n) p Feminino 17 (4) 26 (9) 0,2 Masculino 83 (20) 74 (26) Idade 36 ± 6 (24) 38 ± 11 (35) 0,4 CD4 144 ± 140 (17) 150,6 ± 181,8 (24) 0,9 Sim 25 (6) 37,1 (13) 0,4 Não 75 (18) 62,9 (24) Sim 29,2 (7) 25,7 (9) Não 70,8 (17) 74,3 (26) Variáveis Sexo Consumo de álcool Consumo de drogas ilícitas Consumo de tabaco 0,7 Sim 25 (6) 22,9 (8) Não 58,3 (14) 74,2 (26) Ex/tabagista 16,7 (4) 2,9 (1) 34,4 ± 60,9 (21) 35,3 ± 64,6 (30) 0,9 Sim 50 (11) 64,5 (20) 0,3 Não 50 (11) 35,5 (11) Leucócitos 28 ± 47,2 (24) 61,3 ± 94,7 (32) 0,4 Proteínas 108 ± 95,6 (23) 106,9 ± 93,9 (32) 0,9 Tempo de infecção pelo HIV Uso de ARV Anfotericina B Fluconazol 1 ± 0,6 (21) 18,2 ± 11,9 (19) (g) 1,4 ± 0,9 (33) (g) 0,4 13,5 ± 10,3 (30) (g) 0,1 Unidades consideradas: Cv – log (Cels/mm3); doses das drogas – g/dL Foram calculadas as médias e desvio padrão de todos os dados. 0,5 57 7. DISCUSSÃO Por dificuldade de se obter os prontuários retroativos a abril de 2007, optou-se pela restrição deste período de cinco anos, dos casos de pacientes internados com diagnóstico de neurocriptococose em indivíduos portadores ou não de HIV/AIDS. Dentre o universo de pacientes com HIV/AIDS, cerca de 4 a 6% destes desenvolvem criptococose em algum momento6, 92 . E muitos deles evoluem para a neurocriptococose, doença esta que gera grande morbidade e mortalidade. Mesmo que a Terapia antiretroviral (TARV) seja distribuída gratuitamente nos serviços de saúde publica em todo o Brasil, o diagnóstico da AIDS ainda tem sido tardio, ocasionando a infecção por agentes oportunistas, como o Cryptococcus neoformans97. A alta incidência de pacientes com HIV/AIDS nessa amostra é notória (94,5%), corroborando com outros estudos em torno da associação entre a neurocriptococose e HIV/AIDS98-100. Segundo SÁEZ et al. (2006)101 a criptococose é pleomórfica, possui acentuado tropismo pelo sistema nervoso central, normalmente manifestandose como meningite criptocóccica em humanos, sendo a imunossupressão celular o principal fator predisponente. No estudo de MORA et al. (2012)97 65% dos pacientes apresentaram meningite criptocóccica e AIDS simultaneamente. Isto reflete a imunossupressão do paciente, corroborando com os valores de CD4+ observados, mesmo nos pacientes recebendo TARV. Até o momento, os dados sugerem que a causa principal do fracasso da terapia para a neurocriptococose associada a AIDS seja devida à baixa imunidade do hospedeiro. Além disso, pouco se sabe sobre a farmacocinética de antifúngicos no sistema nervoso central na presença de hipertensão intracraniana, do papel de exo-enzimas, da virulência, ou até mesmo da genética ou mecanismos fisiológicos que implicam na resistência do agente etiológico. É desconhecido ate mesmo o papel de cada um destes fatores na evolução da criptococose35. Observamos em nossa pesquisa uma frequência de 31% de recidivas. Segundo a literatura, o risco de recidiva de meningite por Cryptococcus é de 15%, e nos casos de pacientes com CD4+ baixo certamente é maior. Isto pode 58 explicar a alta prevalência de recidiva em nossa amostra, uma vez que a média de CD4+ observada foi de 117 cel/mm³102-103. Os 6 pacientes que não apresentaram HIV/AIDS, apresentavam doenças de base que também ocasionam a infecção oportunista pelo C. neoformans, como o uso de corticoterapia, o Diabetes mellitus, o etilismo. Os demais casos indicam a maior chance de contato com fungo que está na natureza, ou em viveiros de aves, como foi o caso do paciente que era criador de aves e o paciente indígena, este que por sinal, representa um fato muito importante no nosso estudo. O presente estudo também concordou com a literatura em relação à prevalência da neurocriptococose entre os gêneros, sendo 80% dos pacientes do gênero masculino. Outro estudo das regiões da Áustria, Alemanha e Suíça também apresentou prevalência entre os homens, sendo eles 66,23% dos casos contra 33,77% mulheres104. Estudo publicado pelo Ibero American Cryptococcal Study Group (2003) também mostrou resultados semelhantes com isolados de nove países, incluindo o Brasil, com 5,1 vezes mais homens infectados que mulheres105. Outro estudo realizado no Brasil, em um centro de referência de São Paulo demonstrou também a prevalência de homens em sua amostragem 78%106. Nossos achados corroboram com DUPPONT (1992)107, que afirma que a neurocriptococose ocorre com maior frequência em homens. Andrade (2004) também encontrou uma alta prevalência do sexo masculino, 76% da amostra com neurocriptococose e MORA et al. (2012)97 observou uma frequência 69% para o sexo masculino. No estudo realizado por Leal (2006)32 77% do total da amostra foi constituída por homens, e no estudo de DROMER et al. (2004)108 observou-se uma taxa de 7:1 para homens. Ainda segundo o Consenso brasileiro de Criptococose (2008)72, os pacientes com HIV/AIDS apresentam quadros mais graves da meningite, forma aguda e acontece principalmente em homens. FERNANDES et al. (2000)98 também observaram a predominância do sexo masculino, 78% dos casos estudados. Um estudo realizado na França, com 2125 casos mostrou uma taxa homens:mulheres de 6:8 entre os pacientes infectados do gênero masculino108. 59 Parece evidente que existe uma predominância de infecção por C. neoformans no sexo masculino, esta predominância também ocorre em outras micoses sistêmicas, como na paracoccidioidomicose, onde estudos já demonstraram a influência dos hormônios femininos no curso da infecção32. É possível que os hormônios femininos também tenham um papel importante na defesa contra a criptococose, já que foi demonstrado em camundongos que as fêmeas infectadas com C. neoformans produziam maiores níveis de citocinas no plasmado que os machos, além de apresentarem níveis maiores deTNF- e IFN-y no sangue e no baço109. Em relação à idade, nossa amostra apresentou uma média de 39 anos. Nossos achados estão de acordo com ANDRADE (2006)100 e MORA et al. (2012)97 que também observaram a idade média de 35,4 e 38,7 anos respectivamente. No estudo de Leal (2006)32 a amostra também apresentou idade média de 36 anos. CORTI et al. (2008)110, observaram que os pacientes apresentavam em média 34,6 anos no momento que desenvolveram a neurocriptococose. Em um estudo na França108 o predomínio da faixa etária ficou entre 26 e 35 anos, sendo a média de 36,63 anos,semelhante ao estudo realizado na África, que foi de 34,25 anos111. Na Austrália, dois estudos independentes mostraram diferenças entre a média das idades dos homens e das mulheres, sendo 39 anos entre os homens e 46 anos entre as mulheres, em um estudo com amostragem de apenas 18 pacientes112. De acordo com a literatura, a média de idade dos pacientes infectados com criptococose é maior entre as mulheres do que entre os homens e maiores entre os não infectados pelo HIV do que entre os infectados. No estudo do Hospital Emílio Ribas em São Paulo a idade média encontrada foi de 38 anos, o que apoia nossos achados106. Segundo CORTI et al. (2008)110 o uso de substâncias ilícitas é um fator de risco para o aparecimento do HIV, isto porque o uso de drogas injetáveis por compartilhamento de agulhas entre os usuários favorece a transmissão do vírus e, consequentemente, o aparecimento de doenças oportunistas como a criptococose. O alcoolismo e o uso de tabaco também são fatores que devem ser investigados nos pacientes, portadores ou não do HIV+, como possíveis fatores de risco para o desenvolvimento da criptococose,uma vez que 60 diminuem a imunidade113. Nosso estudo observou que 52% dos indivíduos são etilistas e 43% são tabagistas. Além disso, 53% da população afirma ser exusuário de drogas e 25% ainda consomem regularmente. Desta forma, podemos observar uma alta taxa de indivíduos usuários de álcool, tabaco ou drogas, concordando com outros autores. Outro fato relevante é que muitos usuários e ex-usuários diziam fazer uso de drogas inaláveis como maconha, crack e cocaína. Com relação às características do liquor, foi possível observar em nossos achados uma frequência de 90% de hipoglicorraquia e 80% de hiperproteinorraquia. MORA et al. (2011)97 observou hipoglicorraquia em 68% da amostra. Estes achados são comuns em pacientes com neurocriptococose, uma vez que o liquor apresenta características favoráveis ao crescimento fúngico como, substratos para fenoloxidase e dopamina, além de ausência habitual de reação inflamatória associada à ausência de anticorpos específicos30. Em nosso estudo observamos que 94% e 69% dos pacientes apresentaram cefaléia e febre, dados estes que estão de acordo com os descritos na literatura 97 . Segundo o Consenso de Criptococose (2008)72 estes sintomas estão presentes em 76% e 65% dos pacientes. CORTI et al. (2008)110 ao estudar pacientes com neurocriptococose, avaliados com ressonância magnética, observaram que os sintomas como cefaléia e febre foram os mais comuns apresentados por todos os pacientes, dados estes que corroboram com nosso levantamento. Um estudo feito no serviço de neurologia do Hospital Universitário Virgen Del Rocio, Sevilla, foram constatados como sintomas mais frequentes: cefaléia 88%, febre 68%, em concordância com nossos achados97. Outros sintomas como alterações cognitivas e confusão mental devem ser considerados em pacientes com HIV+, pois podem ser sinal de meningite. Em nossos estudos observamos que 40% dos pacientes apresentaram confusão mental. Um episódio de meningite criptocóccica pode levar a sequelas. Em alguns estudos observa-se principalmente depressão, desorientação, disartria, diminuição da consciência, ataxia, espasticidade, desorientação, paresia, paraplegia, hemiplegia, convulsões, anisocoria, midríase, déficit visual, 61 amaurose, surdez, perda de olfato e cervicalgia97, 114, 117 . As sequelas foram observadas em um total de 17 pacientes dentre 103 analisados (16,5%), dentre as sequelas foi observado monoparesia, hemiparesia, paraparesia, paralisia facial, déficit visual, amaurose, hipoacusia, convulsões, disartria. A hipertensão intra-craniana também foi observada em 17 pacientes dentre os 103 analisados (16%). Em um estudo realizado no Instituto Emilio Ribas, em São Paulo a taxa de hipertensão intracraniana observada foi de 38% 106. Em um segundo estudo com 34 casos de neurocriptococose, na mesma Instituição, foi observado uma porcentagem de 58,9% dos casos em que os pacientes apresentaram hipertensão intracraniana à admissão. Nosso estudo detectou uma taxa de 39% de desnutrição na população. MORA et al. (2012)97 observaram uma taxa de 58% dentre os 71 pacientes analisados. CHEN et al. (2000)113 sugerem que a desnutrição pode ser um fator predisponente importante nos pacientes HIV+ para o desenvolvimento de criptococose. A criptococose sob a forma de meningite tem elevada taxa de mortalidade. Nosso estudo observou uma taxa de 27% e 60% de óbitos no CTI e na enfermaria respectivamente. Dentre os 103 pacientes soropositivos analisados, 42 foram a óbito (40,7%) e 2 dos 6 pacientes imunocompetentes também obituaram (33%). Em um estudo retrospectivo no Hospital Couto Maia, no Estado da Bahia, DARZÉ et al. (1999)118 observaram uma taxa de 42% de óbitos dentre os 104 indivíduos analisados. VIDAL et al. (2012)106, em um estudo retrospectivo, realizado no Hospital Emilio Ribas, Estado de São Paulo, observou uma taxa de 26% dentre os pacientes analisados, sendo a maioria dos casos causada pela infecção hospitalar. Na literatura observa-se uma queda na mortalidade com o uso da anfotericina B em aproximadamente 30%. Segundo estudos a combinação de anfotericina na dose de 0,7mg a 1mg/Kg/dia mais 100mg/Kg/dia de 5fluocitosina foi associado à esterilização no LCR em duas semanas3, 33. Porém estas drogas são neurotóxicas, hepatotóxicas e nefrotóxicas devendo seu acompanhamento ser realizado periodicamente. Segundo FALCI et al. (2005)119 a administração de anfotericina B está associada a nefrotoxocidade e 62 distúrbio hidroeletrolítico, além de outros efeitos adversos. Nossos estudos observaram uma média da dose acumulada de 1,2g nos pacientes durante o tratamento. Em nossa amostra 20 pacientes apresentaram distúrbio hidroeletrolítico e consumiram em média 0,9g de anfotericina B. Segundo De CAMPOS et al. (1992)120, a monoterapia ou a associação da anfotericina B leva ao distúrbio hidroeletrolítico. No Brasil, a 5-flucitosina não se encontra disponível devido a sua mielotoxicidade. O Fluconazol tem sido a droga de escolha no tratamento da neurocriptococose. Entretanto, a resistência a esta droga é possível principalmente durante tratamentos supressivos prolongados como nos casos de meningite por C. neoformans4, 6, 35. Com relação ao diagnóstico da neurocriptococose, foi possível observar que o teste de coloração do liquor pela Tinta nanquim apresentou uma alta taxa de positividade (96%), sendo negativa apenas em 4 pacientes dentre os 103 pacientes com diagnóstico da neurocriptococose confirmada. Em seu estudo, MOREIRA et al. (2006) encontrou uma porcentagem de 98% dentre as 121 amostras analisadas. Estes dados demonstram a alta aplicabilidade deste exame na confirmação da neurocriptococose. Além disso, o fato de ser um exame direto faz com que os seus achados sejam bastante seguros. Nos nossos estudos, a reação do Látex também apresentou uma alta positividade dentre a amostra analisada (91%), sendo positivo para aqueles 4 pacientes que foram negativos para a coloração pela Tinta nanquim. MORA et al. (2012) encontrou uma porcentagem de 88% dentre as 78 amostras analisadas. Trata-se de um teste sorológico bastante seguro, devido à sua reação de alta especificidade (PEDROSO & CANDIDO, 2006). Porém, só foi possível de ser realizada em apenas 33 dos 103 pacientes atendidos no período analisado. Entretanto, dada à importância deste teste em complementar o diagnóstico da neurocriptococose, torna-se fundamental a sua implantação em hospitais que atendem pacientes com HIV/AIDS, uma vez que pode proporcionar o diagnóstico precoce da doença. Os nossos achados indicam que a neurocriptococose é uma doença altamente relacionada à imunossupressão do paciente HIV/AIDS. Atualmente, estima-se que em torno de 250 mil indivíduos sejam portadores do vírus HIV 63 ainda sem propedêutica, apenas no Estado de Minas Gerais. É oportuno ressaltar que na maioria das vezes os indivíduos não procuram os serviços por medo ou desconhecimento sobre a doença. Muitas vezes estes indivíduos chegam aos hospitais já apresentando um quadro avançado da doença infecciosa oportunista, onde é então, diagnosticada a HIV/AIDS. Desta forma, torna-se importante que o diagnóstico da HIV/AIDS seja realizado de forma mais rápida e precisa possível, para que possa evitar sequelas e a morte do individuo. 7.1. Limitações O levantamento dos casos de neurocriptococose no Hospital Eduardo de Menezes apresentou uma grande limitação devido ao fato de que a maioria dos prontuários estava incompleta, o que gerou uma alta porcentagem de dados faltantes em todas as tabelas. Com isso, não foi possível inferir sobre alguns aspectos da doença entre os pacientes estudados. Não obstante, ainda foi possível realizar um estudo importante, principalmente no tocante à relação entre a neurocriptococose e a HIV/AIDS e maior chance de recidiva da doença em pacientes que apresentam baixos níveis de TCD4+; e a alta taxa de indivíduos usuários de álcool, tabaco ou drogas, corroborando com outros estudos. Quando se realiza levantamento retrospectivo em hospitais, é muito comum contar com certa porcentagem de dados faltantes. Darzé e colaboradores (1999), em um levantamento de 104 casos de neurocriptococose no Hospital Couto Maia, Salvador, também apresentou esta limitação27. Mora e colaboradores (2012), em um estudo com 131 casos em um hospital de Uberaba, MG, obtiveram um percentual muito grande de dados faltantes, mas também demonstrou a forte relação da neurocriptococose com a AIDS e a grande prevalência da espécie C. neoformans dentre os casos analisados 97. Devido à falta de padronização diagnóstica e a insuficiência de dados, as infecções oportunistas, neurológicas no HIV/AIDS como neurotoxoplasmose, neurossífilis, neurotuberculose, encefalite herpética cujo 64 quadro clínico é diagnóstico diferencial da neurocriptococose, não foram computados no trabalho. Em nosso trabalho não especificamos a contagem de células brancas, por não possuirmos esta informação, assim como também o exame de aglutinação pelo látex no LCR, pois no serviço do HEM esta técnica normalmente só é utilizada quando a pesquisa direta com tinta da china é negativa. Outra limitação importante foi a não constatação nas anotações dos prontuários dos valores das pressões de abertura que habitualmente se faz no momento da punção lombar para a coleta do líquor para realização de exames bioquímicos e outros. Além disso, os dados obtidos para realização deste estudo foram dados secundários e, portanto, apresentam grau mais baixo de confiabilidade quando comparados com aqueles da coleta primária, quando os pesquisadores são treinados e os instrumentos testados. No processo de investigação realizada nos prontuários, percebeu-se que alguns dados foram ignorados e que poderiam ser significativos para a pesquisa, principalmente por se tratar de uma pesquisa retrospectiva em que não se pode intervir nas anamnese e evoluções dos pacientes. Fatores como a vida pregressa e informações como opção e comportamento sexual não foram devidamente coletados e, portanto, não foi possível correlacionar com os demais dados deste trabalho. Um fato que podemos afirmar é que todos os dados apresentados se referem ao primeiro episódio de neurocriptococose de todos os pacientes que fizeram parte desta amostra e que apenas um dos casos foi relatado como definidora da AIDS 65 8. CONCLUSÃO De acordo com as análises dos dados obtidos, pode-se concluir que: -Há maior predominância da neurocriptococose no sexo masculino, dentro da faixa etária adulta com média dos 36 anos. A maioria dos pacientes é analfabeta ou possui nível de ensino Fundamental; - A neurocriptococose aumenta a morbi-mortalidade dos pacientes portadores de HIV/AIDS. - Foram também afetados pacientes usuários e ex-usuários de drogas ilícitas de acordo com a nossa amostra, demonstrando ser um fator de risco para a doença. - Que a neurocriptococose está relacionada a um grau de imunossupressão importante, com níveis de contagem de CD4+<120 céls/mm3. -A prevalência da doença e as recidivas são diretamente proporcionais à queda da imunidade do indivíduo. -Realmente existe uma estreita relação entre neurocriptococose e AIDS, uma vez que a AIDS leva a um imunocomprometimento, fator este predisponente para se instalar a neurocriptococose. 66 9. PROPOSIÇÕES A partir dos resultados deste estudo, propomos: 1. Realizar estudos prospectivos, no Hospital Eduardo de Menezes, para avaliação da incidência de neurocriptococose em pacientes soropositivo para HIV; 2. Realizar treinamento dos profissionais para preenchimento adequado das fichas e dos prontuários, afim de que futuramente, outros pesquisadores possam obter dados completos e fidedignos. 67 REFERÊNCIAS 1. Buchanan KLM, J. W. . What makes Cryptococcus neoformans a pathogen? . Emerg Infect Dis. 1998;4:12. 2. Wickes BL, Mayorga ME, Edman U, Edman JC. Dimorphism and haploid fruiting in Cryptococcus neoformans: association with the alpha-mating type. Proc Natl Acad Sci U S A. 1996 Jul 9;93(14):7327-31. 3. CASADEVALL A, PERFECT JR. CASADEVALL, A. & PERFECT, J.R. Cryptococcus Neoformans. . Washington; 1998. 4. Mitchell TG, Perfect JR. Cryptococcosis in the era of AIDS--100 years after the discovery of Cryptococcus neoformans. Clin Microbiol Rev. 1995 Oct;8(4):515-48. 5. FORTES A, ASSATO MS, FORTES S, LAZÉRA M, WANKE B. Meningoencefalite por Crryptococcus neoformans variedade gatii em indígena HIV negativo. 2002. 6. Jarvis JN, Harrison TS. HIV-associated cryptococcal meningitis. 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Rev Soc bras Med trop. 1992;25:5. 73 APÊNDICE I PROTOCOLO DE PESQUISA 74 APÊNDICE II Compilação dos dados 1 Registro interno 1 2 3 WAG JLB AFS Estado civil Não consta Casado Não consta 4 MSF Não consta 1 1 15/12/1973 34 5 5 6 7 8 EPA CTF ALSD AG Não consta Não consta Não consta Não consta 2 1 1 3 1 2 2 2 5/10/1971 10/9/1973 2/6/1973 8/12/1968 37 37 35 39 5 5 5 5 9 MAS Não consta 1 1 Não consta 45 2 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 SMOF RFP JBS RFS ACSF MCR AAS WAS MPO CAM CAM HSM RS LFS VBM Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Casado Solteiro Não consta Não consta Casada HeM Não consta Não consta Não consta 3 1 1 1 1 5 2 2 1 1 1 3 1 1 2 2 2 2 1 2 1 2 2 1 5 1 2 1 1 2 14/3/1964 12/3/1965 28/8/1969 4/12/1969 14/7/1969 14/2/1900 11/2/1976 30/10/1971 7/3/1952 3/7/1978 5/6/1976 28/5/1964 4/1/1978 24/4/1964 14/5/1954 46 42 38 41 38 46 31 35 55 29 33 43 29 45 56 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 2 1 Não consta Trabalhador Braçal Vendedor aposentado Aux. de serviços gerais Não consta Não consta Não consta Faxineira Aux. de serviços gerais Pedreiro Desempregado Desempregado Não consta Desempregado Doméstica/Prostituta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Carpinteiro Lavrador 25 MHE Não consta 1 2 20/8/1976 34 2 Não consta 2 2 1 2 26 27 28 29 30 VC VPC ALD RAGS EPA Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 3 2 1 3 1 1 2 2 2 2 16/2/1972 6/2/1973 15/5/1966 24/4/1975 3/10/1968 36 34 40 32 39 5 5 5 5 5 Não consta Não consta Não consta Soldador Não consta 5 5 1 3 3 2 4 4 2 1 2 4 4 2 1 2 4 4 4 4 Iniciais Procedência Gênero Nascimento Idade Escolaridade Profissão Raça/cor Etilismo 2 1 1 2 5 2 26/2/1963 7/7/1967 30/10/1963 45 34 43 5 5 2 3 2 1 4 1 4 Drogas ilícitas 4 4 4 5 4 4 4 2 1 5 5 4 1 4 4 4 1 4 4 4 1 4 4 5 2 4 4 5 1 2 3 3 1 5 1 1 5 5 5 3 2 5 1 2 1 1 2 1 4 1 4 4 4 1 4 1 1 4 2 2 1 2 1 4 4 4 4 4 2 4 1 2 4 1 3 1 1 4 4 1 4 4 4 2 4 1 2 Tabagismo 4 3 4 2 Registro interno 31 32 33 34 AA APMS NMJ LGM Estado civil Não consta Não consta Não consta Não consta 35 ATC Não consta 1 2 11/7/1973 34 5 Não consta 5 4 1 4 36 AEB Não consta 1 2 2/6/1957 53 2 1 1 4 3 37 FAC Solteiro 1 2 9/10/1973 34 2 3 2 4 4 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 GGF NAS ALS LESR ESF EPB WES SRP JAF JMA SDC CS DCR MLS EFA NS MFS RAS RJA LHJF Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Divorciado Não consta 3 1 2 2 1 1 1 1 1 3 3 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 10/1/1961 6/1/1967 10/8/1968 19/7/1991 15/5/1977 18/5/1961 25/9/1968 25/6/1977 18/1/1993 11/11/1953 21/8/1966 13/5/1956 29/9/1975 1977 18/7/1957 26/9/1972 29/3/1986 12/6/1979 19/10/1970 30/4/1967 49 41 40 18 31 46 40 31 16 56 42 52 33 32 51 36 24 30 38 42 2 5 5 5 1 5 5 5 2 5 5 5 5 5 5 5 2 5 2 1 2 5 3 3 2 2 3 5 2 1 1 1 1 3 5 5 3 3 5 3 1 4 1 4 1 1 2 2 2 2 1 1 2 2 2 4 1 2 1 2 4 4 4 4 1 4 4 2 2 4 4 1 2 4 2 4 1 4 1 4 1 4 4 4 1 1 4 2 2 1 3 3 2 4 2 4 1 3 1 4 58 FGP Não consta 2 2 8/10/1984 25 3 Autônomo Auxiliar de manutenção Borracheiro Não consta Não consta Não consta Artesã Servente de Pedreiro Não consta Motorista Estudante Desempregado Trabalhador rural Dona de casa/Artesã Não consta Não consta Desempregado Não consta Desempregado Metalúrgico Marceneiro Pedreiro Instrutor de autoescola 1 1 1 4 59 WPS Não consta 1 2 6/1/1976 33 5 Cabeleireiro 3 2 4 4 60 JDF Não consta 1 5 19/9/1943 66 5 Aposentado 3 1 1 1 Iniciais Procedência Gênero Nascimento Idade Escolaridade Profissão Raça/cor Etilismo 1 2 5 1 1 2 1 2 14/2/1983 11/3/1987 20/3/1953 29/1/1981 24 20 57 27 2 5 5 5 Desempregado Doméstica Não consta Corte de cana 1 3 1 3 4 4 4 4 Drogas ilícitas 4 4 4 1 Tabagismo 4 4 4 1 3 Registro interno 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 Iniciais LAS JAS JPS CJM LS JSF PSB MBC JCCM NRO RG JÁ VMC CJS ESP AAO VSP MFMRS GMO JCM RFO VCF JSR JBA IAO MFS JCQ ESS ARC ERSC JCBS JCM Estado civil Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Casado Não consta Procedência Gênero Nascimento Idade Escolaridade Profissão Raça/cor Etilismo 1 3 1 1 1 1 1 1 5 1 1 1 1 1 3 1 1 3 1 1 3 1 1 1 3 1 2 1 2 1 3 1 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 1 1 2 1 2 2 2 2 19/12/1976 14/9/1963 8/10/1969 21/7/1983 22/10/1982 3/10/1971 18/3/1978 5/5/1980 1979 8/5/1955 19/9/1974 5/1/1952 9/11/1973 30/12/1963 07/09/1990 23/9/1967 16/11/1985 23/3/1952 20/4/1975 22/8/1961 18/9/1979 31/5/1981 13/10/1961 4/8/1960 12/6/1964 28/12/1945 20/10/1960 4/3/1978 15/12/1970 6/4/1979 13/12/1950 27/9/1972 33 46 41 26 27 38 32 30 31 55 35 58 36 46 22 43 24 58 35 49 32 29 49 50 46 65 50 33 40 32 61 39 5 5 5 2 3 2 5 5 2 5 5 1 2 5 5 5 3 5 2 5 4 5 2 5 5 5 1 5 3 2 5 5 Transporte Van Não consta Pedreiro Pedreiro Ajudante de pedreiro Mecânico Desempregado Atendente de padaria Frentista Empresário Pintor Caminhoneiro Pedreiro Aposentado privado Não consta Professor Açougueiro Dona de casa Não consta Lavador Administrador Bombeiro Hidráulico Caminhoneiro Não consta Não consta Aposentada (Gari) Trabalhador rural Doméstica Desempregado Desempregado Professor Caminhoneiro 5 1 5 3 3 3 5 3 3 5 5 5 5 5 2 3 1 1 2 2 2 3 2 5 1 5 3 1 3 3 4 3 4 2 4 1 2 1 2 4 1 4 1 1 1 3 2 2 1 2 4 4 1 2 2 2 2 2 2 2 3 1 2 4 Drogas ilícitas 4 2 4 1 2 4 2 1 1 4 1 4 4 4 2 2 1 2 4 4 1 1 4 4 2 1 4 2 1 1 2 4 Tabagismo 4 2 4 1 3 2 2 4 2 4 3 1 1 3 2 2 4 2 4 4 1 1 4 4 2 2 4 2 3 4 1 4 4 Registro interno 93 CSP Estado civil Não consta 94 RLO Casado 2 1 31/3/1979 32 3 95 JGD Solteiro 2 2 16/2/1966 45 2 96 97 98 99 100 101 102 103 PAF CFM AFMM LAF RAN JCM MJFS ARB Casado Não consta Não consta Casado Não consta Não consta Não consta Não consta 1 5 1 3 1 5 4 2 2 2 2 2 2 2 2 2 27/3/1955 6/5/1972 17/10/1955 12/3/1953 10/6/1974 3/8/1971 2/10/1979 10/8/1974 56 30 56 55 37 30 32 33 2 2 4 3 1 5 5 5 Registro interno Iniciais 1ª Internação Alta Recidivas Comorbidades 1 WAG 30/4/2008 20/5/2008 0 14-18 2 JLB 17/1/2001 23/2/2001 5 3 AFS 22/6/2009 1/10/2009 1 4 MSF 31/7/2009 12/8/2009 0 7-10-13-14-18 5 EPA 29/4/2009 22/5/2009 0 10-14-18 6 CTF 4/12/2010 28/2/2011 0 4-12-14-18 7 8 ALSD AG 6/5/2009 3/10/2008 31/5/2009 27/10/2008 0 2 1-4-12-14-15 4-6-14-18 9 MAS 24/2/2011 1/4/2011 3 1-12-14-18 Iniciais Procedência Gênero Nascimento Idade Escolaridade Profissão Raça/cor Etilismo 2 1 18/8/1952 59 2 Lavoura Sistema de Informação Manutenção de máquinas Construção Civil Bombeiro Hidráulico Engenheiro Mecânico Servidor público Marceneiro Não consta Professor Topógrafo 1 4 Drogas ilícitas 4 3 4 4 1 3 4 4 4 3 5 5 3 5 5 5 5 1 4 1 2 4 1 2 1 1 4 2 2 4 4 2 1 1 4 2 2 4 4 2 1 2-6-7-9-12-1418 1-10-12-13-1418 Carga Viral 03/2008 403.500 12/200 380.000 07/2009 11.453 10/08/2009 Indetectável 16/11/2009 Indetectável 01/2010 Indetectável Indetectável Não consta 17/02/2011 32.733 Tabagismo 4 CD4 Uso do Corticóide HIV Tempo de HIV Uso de ARV ARV - 3 meses 18 2 1 3.(112meses) 1 1 198 2 1 3 (156 meses) 1 2 1 2 1 3(132 meses) 1 1 56 2 1 3 ( 128 meses) 1 1 60 2 1 3 ( 148 meses) 1 2 432 2 1 3(192 meses) 1 1 33 Não consta 2 2 1 1 3 3 (48 meses) 2 1 2 2 50 2 1 3 (74 meses) 1 2 5 Registro interno Iniciais 1ª Internação Alta Recidivas 10 SMOF 13/9/2010 4/11/2010 0 11 RFP 3/1/2008 22/1/2008 0 12 JBS 23/11/2007 28/12/2007 0 13 RFS 15/2/2011 25/2/2011 0 14 ACSF 31/3/2008 2/7/2008 1 15 MCR 03/07/209 27/7/2009 0 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 AAS WAS MPO CAM CAM HSM RS LFS VBM MHE VC 5/4/2007 26/4/2007 5/7/2007 6/7/2007 6/7/2007 11/7/2007 18/11/2007 2/1/2010 1/3/2011 28/5/2011 25022008/ 4/5/2007 17/5/2007 26/7/2007 8/7/2007 1/8/2007 4/8/2007 6/12/2007 3/2/2010 5/4/2011 31/8/2011 17032008 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 27 VPC 18/10/2007 13/11/2007 1 28 ALD 22/10/2007 30/11/2007 2 29 30 RAGS EPA 7/12/2007 21/1/2010 12/12/2007 19/2/2010 0 3 31 AA 11/1/2008 7/3/2008 0 32 APMS 1/2/2008 3/2/2008 0 33 34 NMJ LGM 18/6/2010 26/2/2008 9/7/2009 7/3/2008 0 2 Comorbidades Carga Viral 01/10/2010 Indetectável 6-10-14-13 Não consta 11/2007 6-9-12-13-14-18 Indetectável 6-7-8-10-15-1404/2007517 42623 10-12-14-18 Não consta 4-5-6-8-9-13-1407/2009 18 Indetectável 07-14Não consta 10-14Não consta 6-14Não consta 6-9-14Não consta 1 Não consta. 14 Não consta 06-10-12-14 Não consta 7-8-12-14-18 Não consta 12-14Não consta 13-14 10/2010 -250 6-7-14-18 >500.000 27/04/2007 14 66.375 11/12/2007 4-7-13-14-18 Indetectável 14 Não consta 6-10-12-14-18 Não consta 17/07/2008 8-9-10-14-18 49.729 01/02/2008 14 94.608 06-10-14Não consta 18 Não consta 13-14-18 CD4 Uso do Corticóide HIV Tempo de HIV Uso de ARV ARV - 3 meses 35 2 1 3(63 meses) 1 2 Não consta 2 1 3 1 1 374 2 1 3 (24 meses) 1 1 29 2 1 3 1 2 Não consta 2 1 3(51 meses) 1 1 291 2 1 3 ( 19 meses) 1 2 Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 368 4 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 Negativo 1 3 (12 meses) 3 ( 12 meses) 3 3 3 2 1 2 2 Negativo 1 1 2 2 1 1 2 1 2 2 Negativo 1 1 2 2 2 1 417 2 1 3 (9 meses) 2 2 46 2 1 2 1 1 Não consta Não consta 2 2 1 1 1 3 (61 meses) 2 1 2 2 85 2 1 1 2 2 58 2 1 3 (36 meses) 1 2 Não consta Não consta 2 2 1 2 1 Negativo 2 Negativo 2 Negativo 6 Registro interno 35 Alta Recidivas Comorbidades Carga Viral CD4 ATC 1ª Internação 22/5/2008 2/6/2008 2 Não consta 2005 - 133 36 AEB 29/6/2010 27/7/2010 0 4-6-7-8-13-14 6-7-8-12-13-1418 Uso do Corticóide 2 Não consta Não consta 37 FAC 26/6/2008 8/8/2008 0 9-12-13-14-18 38 39 40 41 GGF NAS ALS LESR 26/4/2010 9/9/2008 24/8/2008 14/10/2008 10/6/2010 29/10/2008 14/11/2008 30/12/2008 0 1 0 0 12-14-18 0 14-18 1- 42 ESF 6/11/2008 7/1/2009 0 6-9-12-14-18 43 44 45 EPB WES SRP 30/11/2008 24/1/2009 3/4/2009 31/12/2008 4/2/2009 28/4/2009 3 0 1 1-2-6-14 2-14-18 14-18- 46 JAF 2/10/2009 15/10/2009 0 13-14- 47 48 JMA SDC 14/3/2009 14/3/2009 9/4/2009 27/3/2009 0 0 14 13-18- 13/04/2010 Indetectável 2010 - <50 Não consta Não consta Não consta 11/11/2008 Indetectável Não consta Não consta 04/09 - 7.803 04/02/2009 210.204 Não consta Não consta 49 CS 14/4/2009 29/4/2009 0 4-5-6-12-13-14 Não consta 50 DCR 28/1/2009 16/3/2009 0 4-17-14-8- 51 MLS 4/6/2009 4/6/2009 3 14 52 53 EFA NS 5/6/2009 10/7/2009 29/7/2009 5/8/2009 0 0 6- 14 13-10-17 14-18 54 MFS 22/7/2009 29/8/2009 0 6-13-14 55 RAS 25/8/2009 30/9/2009 2 6-12-13-14-18 56 57 58 RJA LHJF FGP 16/10/2009 18/1/2010 25/12/2009 28/11/2009 21/2/2010 11/1/2010 0 0 1 13-15 1-4-9-10-14-18 12-13-14-18 Iniciais 154761 (02/09) 06/09 17.164 Não consta Não consta 05/06/2011 17.102 04/2010 <50 129.594 Indetectável Não consta 1 Tempo de HIV 3 (100 meses) Uso de ARV 1 ARV - 3 meses 1 2 1 1 2 2 329 2 1 1 2 2 674 Não consta Não consta Não consta 2 2 2 1 1 2 1 2 3( 90 meses) Negativo 1 Negativo 1 Negativo 2 Negativo 1 Negativo 2 Negativo 68 2 1 3 (2008) 1 2 Não consta Não consta 117 2 2 2 1 1 1 1 1 2 2 2 1 2 2 1 21 2 1 3 1 1 Não consta Não consta 2 2 1 1 1 2 Não consta 2 1 3 > 6 meses 2 1 Não consta 2 2 Não consta 40 2 1 1 2 2 75 2 1 Não consta 2 2 Não consta Não consta 2 2 1 1 2 1 1 2 1 2 4 2 1 3 (31 meses) 1 2 72 2 1 3 (16 meses) 2 2 167 84 Não consta 2 2 2 1 1 1 3 3 (12 meses) 1 1 1 1 2 1 2 HIV 7 Registro interno 59 60 Alta Recidivas Comorbidades Carga Viral CD4 WPS JDF 1ª Internação 19/11/2009 14/12/2009 24/11/2009 29/12/2009 0 0 13-14-18 12-14-18 Não consta Não consta 61 LAS 28/12/2009 5/3/2010 0 6-10-12-14-18 65 62 JAS 5/3/2010 15/3/2010 0 6-8-12-13-14-18 63 JPS 19/3/2010 14/7/2010 0 1-13- 64 CJM 28/3/2010 6/5/2010 0 7-9-10-13-14-18 65 LS 29/4/2010 7/9/2010 0 66 JSF 29/5/2010 19/7/2010 1 10-13-12-17 6-10-12-13-1418 67 PSB 30/5/2010 14/7/2010 0 6-13-14- 68 MBC 23/8/2010 23/10/2010 5 5-14-15-18 69 JCCM 16/7/2010 18/8/2010 0 6-8-14-17 70 NRO 27/7/2010 25/8/2010 1 9-14-18- 71 RG 3/8/2010 31/8/2010 1 1-6-14-18- 72 JÁ 3/9/2010 4/2/2011 0 1-6-14-18 73 VMC 25/9/2010 26/11/2010 1 6-14-18 74 CJS 29/9/2010 26/10/2011 3 5-13-14-18 75 ESP 02/03/11 01/04/11 0 14-15 Não consta Não consta 09/03/2010 209.774 Não consta 12/05/2010 Indetectável 06/04/2010 190.105 51184 30/05/10 >500.000 22/06/2010 Indetectável 04/2011 <50 Não consta 28/07/200 997.000 01/09/2010 Indetectável 08/09/2010 Indetectável 11/2011 Indetectável 06/10/2010 Indetectável 06/2011 10.361 Uso do Corticóide 2 2 76 AAO 24/10/2010 16/11/2010 0 6-8-14-9-17 Não consta 77 78 VSP MFMRS 26/10/2010 20/11/2010 7/1/2011 21/12/2010 1 0 6-10-12-13-1413-14 Não consta 343.926 Iniciais 1 1 Tempo de HIV 3 Negativo Uso de ARV 1 Negativo ARV - 3 meses 1 Negativo 2 1 3 (120 meses) 1 1 Não consta 2 1 3(267 meses) 1 2 461 2 2 Negativo Negativo Negativo 52 2 1 3(9 meses) 2 2 89 2 1 3 1 1 16 2 1 3 (48 meses) 1 1 5 2 1 1 2 2 259 2 1 3 (108 meses) 1 1 Não consta 2 1 3 1 2 46 2 1 1 2 2 268 2 1 1 2 2 43 2 1 1 2 2 20 2 1 1 (2 meses) 2 2 8 2 1 2 1 1 3 2 1 3 2 2 2 1 Não consta 2 2 2 2 1 1 1 3 1 1 1 2 25/01/2011 231 Não consta 24 HIV 8 Registro interno Iniciais 1ª Internação Alta Recidivas Comorbidades 79 GMO 27/11/2011 8/1/2011 0 6-10-12-14-18 80 JCM 3/12/2010 17/12/2010 0 81 RFO 9/12/2010 14/2/2011 82 VCF 19/2/2011 83 JSR 84 Carga Viral CD4 Uso do Corticóide HIV Tempo de HIV Uso de ARV ARV - 3 meses 33 2 1 3 1 1 5-10-13-14 09/2011 Indetectável Não consta Não consta 1 1 3 1 2 10-14-15 Não consta 45 2 1 3 1 23/2/2011 0 1-10-12-14 Não consta 2 1 2 1 25/2/2011 5/4/2011 0 18 53 2 1 3(14 meses) 2 2 JBA 24/4/2011 1/7/2011 0 1- 60 2 1 3 (16 meses) 1 1 85 86 87 IAO MFS JCQ 25/4/2011 11/4/2011 1/6/2011 3/5/2011 26/4/2011 15/8/2011 0 0 0 13-141-181- Não consta Não consta Não consta 2 2 2 1 2 2 Não consta Negativo Negativo 2 Negativo Negativo 2 Negativo Negativo 88 ESS 10/6/2011 28/6/2011 1 14 27 2 1 3 (desde 2004) 1 1 89 ARC 15/6/2011 26/7/2011 1 6-7-9-10-18 33 2 1 1 2 2 90 91 92 93 94 ERSC JCBS JCM CSP RLO 18/8/2011 18/8/2011 27/9/2011 13/10/2011 31/10/2011 17/10/2011 24/8/2011 25/10/2011 21/11/2011 4/12/2011 0 0 0 0 1 12-13-141-12-13-149-14-18 6-8-14-18 14 Não consta Não consta Não consta 34 377 2 2 2 2 2 1 2 1 1 1 2 Negativo 2 1 1 1 Negativo 1 2 2 1 Negativo 1 2 2 95 JGD 11/11/2011 26/11/2011 2 1-14-18 79 2 1 2 2 2 96 PAF 7/12/2011 13/4/2012 0 6-8-12-14-18 61 2 1 97 98 99 CFM AFMM LAF 26/4/2012 29/2/2012 22/11/2008 sem alta 24/3/2012 23/12/2008 0 0 0 10-14-18 3-417 114 Não consta Não consta 2 2 4 100 RAN 21/3/2012 20/4/2012 0 1-13-14 56 101 102 JCM MJFS 27/3/2012 6/4/2012 Internado 1/5/2012 0 0 8-9-146-10-14- Não consta 02/03/2011 Indetectável 25/03/2011 53.035 Não consta Não consta Não consta 06/01/1129.744 06/2011 Indetectável Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 18/11/2011 Indetectável 07/12/11 Indetectável 23/04/12 - 97 Não consta Não consta 10/04/2012 Indetectável Indetectável Indetectável 1 Não consta 1 100 82 1 1 1 2 2 3(menos de 1 ano) 1 Negativo 2 1 Negativo 2 1 Negativo 2 2 1 1 2 2 2 2 1 1 1 2 2 2 2 9 Registro interno 103 Iniciais ARB 1ª Internação 17/9/2007 Alta Recidivas Comorbidades Carga Viral CD4 29/10/2007 0 14-15 >500.000 253 Uso do Corticóide 2 HIV 1 Tempo de HIV 3 Uso de ARV 1 ARV - 3 meses 1 Látex Crip. Cultura Crip. 4 4 3 4 3 1 4 4 1 4 1 1 1 1 4 4 4 4 4 4 4 4 Não consta 3 Não consta 1 4 Não consta 1 1 2 4 1 4 4 Registro interno Iniciais Data dig. do Líquor Situação do diagnóstico VDRL Leucócitos (células) Linfócito (%) Mononucleodos (%) Proteínas (mg%) Glicose (mg%) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 WAG JLB AFS MSF EPA CTF ALSD AG MAS SMOF RFP 1/5/2008 19/1/2001 18/7/2009 4/8/2009 30/4/2009 6/12/2011 8/5/2009 3/10/2008 24/2/2011 23/9/2010 4/1/2008 1 2 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 40 31 10 14 1 1 1 1 2 105 35 Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 100 99 100 98 100 100 100 100 1 100 100 128 116 60 125 46,1 50 76 55,3 121 166 180,9 21 0 33 57 51 76 16 33 39 31 51 Tinta da China 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 2 12 JBS 23/11/2007 1 2 50 Não consta 100 278 18 2 1 13 RFS 22/2/2011 1 2 10 Não consta 100 57 45 2 1 14 ACSF 1/4/2008 1 2 10 Não consta 100 98 41 1 3 15 16 MCR AAS 8/7/2009 6/4/2007 1 1 2 2 301 6 Não consta Não consta 100 92 41 34,2 52 47 4 3 17 WAS 22/4/2007 1 2 Não consta Não consta Não consta Não consta 82 18 19 20 21 22 23 24 MPO CAM CAM HSM RS LFS VBM 6/7/2007 7/7/2007 25/6/2007 1/1/1900 18/11/2007 3/1/2010 1/3/2011 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 30 3 0 5 4 4 10 Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 100 100 ?? 100 100 100 100 69 78,5 349 85 53,5 44 129 17 24 3 10 56 41 30 1 1 Não consta 2 1 2 1 1 1 4 1 3 1 1 3 4 4 1 10 Registro interno Iniciais Data dig. do Líquor Situação do diagnóstico VDRL Leucócitos (células) Linfócito (%) Mononucleodos (%) Proteínas (mg%) Glicose (mg%) 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 MHE VC VPC ALD RAGS EPA AA APMS NMJ LGM ATC AEB FAC GGF 2007 10/3/2008 22/10/2007 30/10/2007 7/12/2007 22/1/2010 14/1/2008 1/2/2008 18/6/2010 5/2/2008 23/5/2008 7/7/2010 23/6/2008 9/5/2010 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 35 28 1 15 22 1 30 2 140 79 2 55 1 Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 100 100 100 100 100 100 100 87 100 Não consta 100 100 100 100 42 68 65 101 127 89 26 92 115 77 50 190 392 68 39 NAS 3/10/2008 1 2 16 Não consta 100 Não consta 40 41 42 43 44 45 46 47 ALS LESR ESF EPB WES SRP JAF JMA 26/8/2008 13/11/2008 19/11/2008 1/12/2008 24/1/2009 6/4/2009 16/10/2009 19/3/2009 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 16 22 Não consta 5 6 195 40 32 Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 10 100 100 100 100 100 100 100 288 88 36 103,1 37,3 411,7 35 117,1 48 SDC 15/3/2009 1 2 102 Não consta 100 Não consta 49 50 51 52 53 54 CS DCR MLS EFA NS MFS 24/4/2009 9/2/2009 18/6/2009 8/7/2009 10/7/2009 29/7/2009 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 Não consta 10 1 100 13 Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 100 100 100 100 90 99 59,8 96 33 65 110 Não consta 143 45 35 29 38 22 51 12 43 49 27 31 39 54 Não consta 6 9 57 35 69 24 38 6 Não consta 48 27 42 59 73 1 Tinta da China 1 2 1 2 1 1 1 4 1 4 1 1 1 1 Látex Crip. Cultura Crip. 4 3 3 3 4 1 1 1 4 1 1 1 1 4 1 4 1 3 4 1 1 1 4 2 1 1 1 4 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 4 4 4 4 1 4 4 4 1 2 4 1 4 4 4 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 4 3 4 1 4 4 4 3 4 11 Registro interno Iniciais Data dig. do Líquor Situação do diagnóstico VDRL Leucócitos (células) Linfócito (%) Mononucleodos (%) Proteínas (mg%) Glicose (mg%) 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 RAS RJA LHJF FGP WPS JDF LAS JAS JPS CJM LS JSF PSB MBC JCCM NRO RG JÁ VMC CJS 8/9/2009 26/10/2009 11/2/2010 25/12/2009 19/11/2009 14/12/2009 8/1/2010 6/3/2010 19/3/2010 28/3/2010 30/4/2010 7/7/2010 30/6/2010 27/8/2010 18/7/2010 5/8/2010 3/8/2010 11/9/2010 29/9/2010 29/9/2010 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 9 1 23 2 5 5 25 200 15 2 1 1 4 20 1 110 20 13 Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 22,7 Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 100 47 100 100 100 100 98 100 98 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 55 58 125 82 102 300 33 174 99 49 43 50 120 56 91 72 215 193 300 286 75 ESP 2/3/2011 1 2 Não consta Não consta Não consta Não consta 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 AAO VSP MFMRS GMO JCM RFO VCF JSR JBA IAO 26/10/2010 28/10/2010 18/11/2010 30/11/2010 6/12/2010 22/12/2010 14/2/2011 25/2/2011 13/5/2011 28/4/2011 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 10 1 30 1 90 73 340 185 210 10 Não consta Não consta NC Não consta Não consta NC Não consta Não consta Não consta Não consta 100 100 13 100 5 100 100 Não consta 4 100 40 17 118 29 235 139 130 217 147 24 45 22 4 37 29 21 37 26 52 45 46 84 38 33 31 38 32 25 35 23 Não consta 43 94 81 46 35 40 37 24 15 47 Tinta da China 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Látex Crip. Cultura Crip. 1 1 4 3 1 2 4 3 1 3 3 1 1 1 1 4 4 4 4 1 1 1 4 1 1 1 4 3 1 1 4 3 1 1 1 4 1 1 4 1 1 3 4 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 3 3 1 4 1 2 4 1 1 1 4 3 1 4 4 1 1 2 1 4 12 Registro interno Iniciais Data dig. do Líquor Situação do diagnóstico VDRL Leucócitos (células) Linfócito (%) Mononucleodos (%) Proteínas (mg%) Glicose (mg%) 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 MFS JCQ ESS ARC ERSC JCBS JCM CSP RLO JGD PAF CFM AFMM LAF RAN JCM MJFS ARB 17/4/2011 3/6/2011 10/6/2011 17/6/2011 18/4/2011 19/8/2011 30/9/2011 18/10/2011 1/11/2011 11/11/2011 30/11/2011 10/5/2012 11/3/2012 22/11/2008 21/3/2012 28/3/2012 13/4/2012 20/9/2007 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 58 10 6 1 5 350 5 2 55 19 184 5 60 4 40 14 155 200 93 Não consta Não consta Não consta Não consta 54 Não consta Não consta 97 Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 100 100 100 100 100 2 100 100 Não consta 2 97 100 100 100 100 100 100 100 42 10 28 36 14 15 74 175 233 65 237 80 >300 47,7 50 161 456 106 30 223 62 46 54 22 51 40 34 23 58 42 <10 151 32 27 10 38 Iniciais PA. Sintomas WAG Não consta 2 JLB Não consta 3 AFS Não consta 4 MSF 25cmH2O 1-2-5-9-16-19 1-2-3-4-9-1011-12-18-19 1-2-3-16-17-1819 6-7-10-19 Registro interno 1 TC de encéfalo 1 RX do Tórax 1 1-2- Dose acu. Anfotericina 1g Dose acu. Fluconazol 224g 5 5 1-2- 3g 5 5 1-2- 2 1 1-2- Tratamento Tinta da China 4 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 Látex Crip. Cultura Crip. 3 1 3 1 4 4 4 1 1 3 4 3 3 4 3 3 3 3 1 1 1 1 4 1 4 1 2 3 1 3 4 1 3 1 1 1 2 Óbito/Cura em 3 meses 1 280g 2 1 1 28g Lipossomal 44g 2 1 2 3,5g 3,1g 1 2 2 CTI Óbito/Cura 2 13 Registro interno 5 6 7 TC de encéfalo 1-2-3-4-5-17-19 4 2-6-14-16-17 4 1-6-10-11-12-19 4 1-2-3-9-17-181 19 1-3-101 1-2-6-8-17-18 4 2-4-5-6-18-19 1 1-21-21-2- Dose acu. Anfotericina 2,5g 1 ,5g 2,25g Dose acu. Fluconazol 44g 207g 40g 2 1 1 Óbito/Cura em 3 meses 1 1 2 5 1-2- 2g 114g 2 1 1 1-21-21 1 4 4 2 3 Não consta 5 Não consta 1 1 7g 1,8g 700g 6,6g 108g Não consta 1 2 1 2 1 2 2 1 2 -1-2 150g 12g 2 1 1 1 4g Não consta 2 2 2 1-2- Não consta Não consta 1 1 1 1-21-2- 7,5g 8,5g 63g 56g 2 2 1 1 1 1 1 1 1-2- 7g 60g 2 1 1 1 4 5 5 1-21-2- 7,5g 0,5g 20g Não usou 2 2 1 2 1 2 1 7 1-2- 6,15g 4,8g 2 1 1 1 1 1 5 11-2- 1,05g 7,5g Não usou 39g 2 1 2 1 2 1 1 2 1-2- 8,5g 97,5g 2 2 2 3 2 1-2- 6g 18g 1 2 2 1 1-2- 7,25g 67,5g 1 1 1 5 1 5 1-21-21-2- 7g 8,5g 14g Lipossomal 5,6g 18g 128g 2 2 2 2 1 1 2 1 1 Iniciais PA. Sintomas EPA CTF ALSD Não consta Não consta Não consta 8 AG Não consta 9 10 11 MAS SMOF RFP Não consta Não consta Não consta 12 JBS Não consta 1-2-3-9-16 4 13 RFS Não consta 1-7-8-9-13 1 14 ACSF Não consta 1-2-7-17-19 1 15 16 MCR AAS Não consta Não consta 17 WAS Não consta 18 19 MPO CAM Não consta Não consta 20 CAM Não consta 21 22 HSM RS Não consta Não consta 23 LFS Normal 24 VBM 15cmH20 25 MHE Não consta 26 27 28 VC VPC ALD Não consta Não consta Não consta 1-3-7-19 1-2-6-7-17-19 1-2-3-4-5-7-8-916-18 1-2-10-19 1/3/2009 1-2-3-9-10-1119 1-2-3-16 1-3-91-2-4-6-7-1011-12-17-19 1-2-6-7-12-1719 1-2-3-6-7-8-910-11-12-14-1618-19 3 1-2-3-5-18-19 1-2-3-17-18-19 1-2-6-8-10-12- 1 1 4 RX do Tórax 5 1 5 Tratamento CTI Óbito/Cura 1 1 2 14 Registro interno Iniciais PA. Sintomas 29 RAGS 30 EPA 31 AA 32 33 34 APMS NMJ LGM 35 ATC 36 AEB 37 FAC 38 39 40 41 42 GGF NAS ALS LESR ESF 43 EPB 44 WES 45 46 47 48 49 SRP JAF JMA SDC CS 14-15-19 1-2-3-9-11-12143cm H2O 14-15-17-18 Não consta 1-2-6-12-18-19 1-3-4-12-16-17Não consta 19 Não consta 1-2-3-9 Não consta 9-17-19 Não consta 1-2-3-9-13-19 1-2-3-4-5-6-7-8Não consta 9-10-14-15-1718-19 2-5-6-7-8-12Não consta 16-17-18-19 1-2-3-5-6-8-9Não consta 10-12-14-15-1618-19 Não consta 2-19Não consta 1-2-10-19 Não consta 4-6-9-17Não consta 2-3-6-8-9-16-19 33cm H2O 1-2-3-6-9-17-19 1-3-6-7-11-12Não consta 13-19 1-2-3-4-6-8-9Não consta 12-19 Não consta 1-2-3-10-16-19 Não consta 1-2-3-4-7-9 Não consta 2-3-11-12-17 Não consta 1-2-3-16-17-19 30cmH20 2-5-17-18 50 DCR Não consta 1-2-3- TC de encéfalo RX do Tórax Tratamento Dose acu. Anfotericina 7,5g Anf. B Dose acu. Fluconazol CTI Óbito/Cura em 3 meses Óbito/Cura 1 6 1- 2,5g Não usou 1 2 2 4 5 1-2- 7,5g 187,5g 2 1 1 4 6 1-2- 4,5g 120g 2 1 1 5 2 1 5 1 5 1 1-22 1,5g 2,5g Não consta Não usou 157,5g Não consta 1 1 2 2 2 1 2 2 1 1 2 1 4,5g Não usou 1 2 2 4 4 1-2- 7,5g 112,5g 1 2 2 1 4 1-2- 8,5g 108g 1 1 1 1 4 1 2 1 4 3 5 1 7 1-21-21-21-21-2- 3,5g 1,15g 2,5g 2,4g 7g 64g 300g 186g 4,8g 166,5g 1 2 1 1 2 1 1 2 2 1 1 1 1 2 1 1 4 1-2- 7,5g 58,5g 2 1 1 1 2 1-2- 8,5g 44g 1 2 2 5 4 1 1 4 1 1 1 1 3 1-21-21-21-21-2- 108g 1,35g 51g 63g Não usou 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 1 1 2 2 2 5 1 12 8,5g 7g 5,6g Lipossomal 2g 1,5g 5g Anfo. B 5g Lipossomal 240g 2 2 1 15 Registro interno 51 52 53 54 55 56 57 58 Iniciais PA. Sintomas MLS EFA NS MFS RAS RJA LHJF FGP Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta Não consta 59 WPS Não consta 60 61 62 JDF LAS JAS Não consta Não consta Não consta 63 JPS Não consta 64 CJM 31 cm H2O 65 LS Não consta 66 JSF Não consta 67 PSB Não consta 68 MBC Não consta 69 JCCM Não consta 1 4-7-1316 19 4-5-6-17-18-19 1-3-4-17-19 1-2-4-17-18-19 1-2-3-17-18 1-2-3-7-8-12 1-2-3-5-6-7-17 1-2-3-4-5-6-7-89-10-11-12-1718-19 3-8-9-12 1-2-3-6-7-8-19 1-2-3-16-17-18 1-2-6-8-10-1112-13-14-19 1-2-3-8-10-1417 2/10/2017 2-3-4-16-17-1819 2-4-172-3-5-6-7-8-1216-17-18 1-2-3-6-7-8-910-11-13-14- 70 NRO 19cm de líquor 71 RG Não consta 72 JÁ Não consta 73 VMC Não consta 1-2-4-5-9-19 1-2-3-4-6-7-8-916-18-19 1-3-6-10-11-1317-18-19 1-17-18-19 TC de encéfalo 1 4 5 1 3 4 4 1 RX do Tórax 5 5 7 2-41 3 3 4 1-21 1-21-21-21-21-21-2- Dose acu. Anfotericina 1,5 9g 1,5g 1,5g 2,5g 8,5g 8,5g 2,5g Dose acu. Fluconazol 79g 5,4g 102,5g 128g 160g 34,5g 3g 135g 2 1 1 2 2 1 1 1 Óbito/Cura em 3 meses 1 2 2 1 1 2 2 2 1 5 1-2- 1,5g 12g 1 2 2 5 4 1 6 3 1 1-21-21 2g 3,5g 1,5g 112,5g 665g Não usou 1 2 2 2 2 1 2 2 1 5 7 1-2- 3,5g 396g 2 1 1 1 7 1-2- 2,5g 92g 2 1 1 3 3/abr 1-2- 9g 12,0g 2 2 2 1 5 1-2- 0,4g 66g 1 2 2 5 1 1-2- 2,5g 112,5g 2 1 1 2 5 1-2- 1,5g 224g 1 1 1 1 5 1-2- 7g 16,2g 1 1 1 1 5 1-2- 1,5g 189g 2 1 1 1 2 1-2- 2g 216g 1 1 2 4 4 1-2- 3g 162g 1 2 2 1 3 1-2- 6g Anfo. B 418,5g 2 1 1 Tratamento CTI Óbito/Cura 1 2 2 1 1 2 2 2 16 Registro interno Iniciais PA. Sintomas TC de encéfalo RX do Tórax Tratamento Dose acu. Fluconazol CTI Óbito/Cura em 3 meses Óbito/Cura 1-21-2- Dose acu. Anfotericina 15g Lipossomal 1,5g 6g 74 75 CJS ESP Não consta Não consta 4 1 3 5 1 Não consta 1-2-6-7-8-9-19 1/mar 1-2-3-5-12-6-917 1-8-10-17-19 1-2-3--6-7-8-91012-1415-1718 1-2-3-10-16-19 1-2-3-4-5-7-8-910-12-16-17-181-2-3-4-16-1718 1-2-3-6-7-8-914-15-16-17-1819 01-03-16- 258g 9,8g 1 2 2 1 2 1 76 AAO 25cmH2O 2 1-2- 7g 10,5g 2 1 1 77 VSP Não consta 5 7 2 Não usou 75g 1 2 2 78 MFMRS 24cmH2O 5 5 1-2- 8g Anfo. B 12g Lipossomal 21,6g 1 2 2 79 GMO 25cm H2O 1 1 1-2- 285g 2 1 1 1 1 1-2- 0,5g 0,5g Anfo. B 40g Lipossomal 80 JCM Não consta 26g 1 2 2 81 RFO 18cmH2O 1 5 1--2 7,5g 6,75g 2 1 1 82 VCF 35cm H2O 1 2 1-2- 2,5g 9g 1 2 2 83 JSR 1 2 1-2- 270g 1 1 1 1-3-7-19 4 5 1-2- 438g 1 1 1 40cm H2O Não consta Não consta 82cmH2O 5-9-18-19 19 1-6-8-17-19 1-3-7-10-19 5 2 2 1 2 1 5 6 1-20 1-21--2 4g Não usou 414g 6,3g 1 2 1 2 2 1 2 1 2 1 2 1 ARC Não consta 1-3-4-5-8-10-19 1 1 1-2- 271,5g 2 1 1 90 ERSC Não consta 4 1 1-2- 435g 1 1 1 91 JCBS Não consta 12-13-14-18 1-2-3-6-9-1416-19 3,5g 14g Anfo. B 66g Lipossomal 3g Não usou 3,5g 7g 6,5g Anfo. B 17g Lipossomal 1,5g 84 JBA Não consta 85 86 87 88 IAO MFS JCQ ESS 89 2 2-4- 1-2- 2,5g 40g 1 1 1 92 JCM 2-3-5-18-19 4 5 1-2- 2,5g 480g 2 1 1 93 94 CSP RLO 2-5-6-17-19 1-2-3-4-6-8-10- 6 4 2 5 1-21-2- 2,5g 15g Anfo. B 105g 4,8g 1 2 1 1 1 1 23cm de H2O 12cm H2O Não consta 17 Registro interno Iniciais PA. Sintomas TC de encéfalo RX do Tórax Tratamento Dose acu. Anfotericina Lipossomal 56 amp Dose acu. Fluconazol CTI Óbito/Cura em 3 meses Óbito/Cura 4 2 1-2- 1,2g 142,5g 1 1 1 4 7 1-2- 3g 185,5g 2 2 2 1 2 5 5 3-45 1-21-21-2- 2,5g 1g 6g 126g 126g 4,8g 2 1 2 1 2 2 1 2 2 4 2 1-2- 8g 130,5g 2 1 1 1 1 1-2- 2,8g 2 1 1 4 5 1-2- 2g 1 2 2 1 5 1-2- 8g 2 1 1 14-15-17-19 95 JGD Não consta 96 PAF Não consta 97 98 99 CFM AFMM LAF Não consta Não consta Não consta 100 RAN Não consta 101 JCM 45cm H2O 102 MJFS Não consta 103 ARB Não consta 1-4-7-8-10-1113 1-2-3-6-8-9-1014-17-18-19 1-2-7-12-19 2-6-7-8-9-17-19 1-10-11-12 1-2-3-9-10-1118 1-6-7-9-11-1314-17 1-2-3-6-7-8-917-19 1-2-10- 3g Anfo. B 15g Lipossomal 15g Anfo. B 32g Lipossomal 6g 18 Números de registro: Procedência 1. Belo Horizonte 2. Região Metropolitana Gênero 1. Feminino 2. Masculino Escolaridade 1. Analfabeto Raça/cor Etilismo Tabagismo 3. Interior de Minas Gerais 4. Outros 5.Ignorado 2. Ensino Fundamental 3. Ensino Médio 4. Ensino Superior 5. Ignorado 1. Branco 1. sim 1. sim 2. Negro 2. Não 2. Não 3. Pardo 3. Ex-etilista 3. Ex-tabagista 4. Indígeno 4. Ignorado 4. Ignorado 5. Ignorado Drogas ilícitas 1. sim 2. Não 3. Ex-usuário de drogas 4. Ignorado Comorbidades 1. HAS 2. DM 3. Asma 4. Doença Psiquiátrica 5. Doença Neurológica 6. Candidíase no Tubo Digestivo 7. Herpes Zoster 8. Herpes Labial/Genital 9. Sífilis 10. Neurotoxoplasmose 11. Neoplasia Hematológica 12. TBC 13. Criptococose disseminada 14. HIV/SIDA 15. Hepatite B/C 16. HPV genital 17. Sífilis 18. Outras Uso de Corticóide 1. Sim 2. Não 3. >30 mg Prednisona/dia 4. >15 dias 5. Ignorado HIV 1. sim 2. Não 3. Exame não realizado Tempo de HIV 1. <3 meses 2. 3 a 6 meses 3. > 6 meses Uso de ARV ARV - 3 meses 1. Sim 1. Sim 2. Não 2. Não Colocar o tempo em meses 19 VDRL Tinta da China Látex Criptococcus Cultura Criptococcus 1. Positivo 1. Positivo 1. Positivo 1. Positivo 2. Negativo 2. Negativo 2. Negativo 2. Negativo 3. Não realizada 3. Não realizado 3. Não realizada 4. Ignorado 4. Ignorado 4. Ignorado Sintomas 1. Cefaléia 2. Febre 3. Náuseas/Vômitos 4. Diarréia 5. Dispnéia 6. Confusão mental 7. Convulsão 8. Déficit motor focal 9. Rigidez da nuca 10. Alteração visual 11. Alteração auditiva 12. Alteração na consciência 13. Amauose 14. Agitação motora 15. Alteração no comportamento 16. Prostração 17. Desnutrição 18. Fraqueza 19. Outros 1. Normal 2. Hidrocefalia 3. LEIC 4. Outra alteração parenquimatosa 5. Ignorado 3. Alteração intersticial/micromodular 4. Derrame pleural 5. Ignorado TC de encéfalo 6. Não realizado Raio-X do tórax 1. Normal 2. Consolidação Tratamento 6. Não realizado 1. Anfotericina B 7. Sugere processo 2. Fluconazol 3. Outras Óbito/Cura em 3 meses 1. Vivo 2. Morto 3. Ignorado Óbito/Cura 1. Vivo 2. Morto 3. Alta