PORTFÓLIO [email protected] THE WORLD’S FAVOURITE NEWSPAPER 29/ abril / 2012 Um caminho para a avalição formativa na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental Denise Maria Milan Tonello Coordenadora e Formadora de Educadores Pedagoga da Universidade de São Paulo, Coordenadora da Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental do Colégio Miguel de Cervantes, Assessora em escolas particulares de São Paulo, Colaboradora da Editora Moderna na produção de materiais didáticos, Coordenadora e Professora do curso de Formação a Distância pela UNDIME, grupo Santillana e Editora Moderna: “A inclusão da criança de seis anos no ensino Fundamental de 9 anos”, Coordenadora de projetos de avaliação de escolas de Educação Infantil na Empresa Avalia – Assessoria Educacional. Para começar... a charge do Quino... Avaliação Tipos de Avaliação Comparativa Compara índices, por exemplo, a Prova Brasil. Somativa É classificatória (exemplo: somar pontos para ser aprovado para a série seguinte). Formativa Promove a aprendizagem ao invés de apenas medir o conhecimento. É multilateral. Não é classificatória e nem punitiva. Função da avaliação d u r a n t e a n t e s ou DIAGNÓSTICA d e p o i s ou de PROCESSO ou VERIFICATIVA Função: Função: Função: Orientar, adaptar, preparar Facilitar e regular a aprendizagem Verificar, certificar Avaliação Formativa Considera fundamental que o professor compreenda o que as crianças sabem ou não sabem para poder atuar; Tem um sentido de encaminhamento, de ajuda (tomar providências) e não de constatação; Tem como objetivo principal o “aporte de informação de retorno” e não a classificação ou julgamento; Deve partir da observação à reflexão teórica e aos encaminhamentos. Olhar Direcionando o olhar O que você vê? O que você vê? A figura é a mesma! O olhar de quem vê, ou o nosso olhar leva a uma AVALIAÇÃO Mas essa não é uma responsabilidade somente do... PROFESSOR Professor precisa ser: CURIOSO INVESTIGADOR MEDIADOR O objetivo é ajudar a criança a analisar sua prática, conhecer os objetivos e encontrar a melhor maneira de realizar as atividades propostas. Registro Possibilita a análise a partir de um distanciamento de quem lê; Auxilia a construção da competência do “olhar”. Reflexão Relação entre teoria e prática; Registro do processo de conquistas; Contradições entre o fazer pedagógico e o pensar teórico; Foco e organização das experiências. Madalena Freire Portfólio ou PORTIFÓLIO, ou PORTA-FÓLIO... Significado da palavra: Portfólio Segundo Houaiss: Portfolio (primeiros registros na língua portuguesa datam do século XX) é o “conjunto ou coleção daquilo que está ou pode ser guardado num portafólio. Conjunto de trabalhos de um artista (...) para divulgação entre clientes prospectivos, editores, etc.” Portafólio (primeiros registros na língua portuguesa de 1899) é um “cartão duplo dobrável, usado para guardar papéis. Pasta de couro ou similar, usada para carregar papéis, cadernos, etc.” É uma amostragem de trabalhos apresentada a clientes, ou em entrevistas de trabalho de emprego para a demonstração de suas habilidades e de seu percurso profissional. É muito utilizado por publicitários, fotógrafos e outros profissionais do tipo. Pode ser montado em uma pasta, ou apresentado em notebooks. Tipos de PORTFÓLIO... De aprendizagem: apresenta os documentos mais importantes e que evidenciam a evolução da aprendizagem do aluno. De apresentação: Serve como uma coleção de dados mais importantes sobre seu trabalho para apresentar para amigos, parentes, colegas profissionais etc. Profissional: Tem como característica o depósito de produções profissionais de toda a vida. Serve para demonstrar qualidades, currículo, experiências e realizações. Villas-Boas, 2001 Na Educação: O que é? Documentação do percurso de aprendizagem realizado pela criança. Para que serve? Para dar visibilidade do que a criança sabe e é capaz de fazer e do que ainda não consegue fazer. Para que serve? Para partilhar com as crianças, pais e profissionais e para informar a continuidade do processo educativo. Necessita estar a serviço da AVALIAÇÃO Avaliar é o processo de observar, registrar e documentar o trabalho que a criança faz e como faz. A avaliação está ligada ao currículo e às estratégias de ensino. Nayec, 1993 Necessita estar a serviço de uma AVALIAÇÃO em que... “observamos a aprendizagem da criança, esforçamo-nos por compreender e depois fazemos um bom uso dessa compreensão”. Drummond, 2003 O que é imprescindível? Que o professor seja capaz de tornar explícitas as principais intencionalidades educativas (e as partilhe com as crianças e os pais) para ter claro como avaliar e o que avaliar. Compartilhando experiências: Trabalho em equipe Esclarecimento aos familiares Determinando um FOCO... individual ou coletivo desde que evidencie o processo de aprendizagem e leve à uma REFLEXÃO foco: Situação problema Conhecimentos adquiridos Escrita e Leitura Produção de texto Oralidade Transcrição da roda de conversa – 19 de março Professora: O que é essa imagem que você trouxe? Criança: ... Professora: É um termômetro. Por que você trouxe um termômetro? Criança: Porque eu tô com febre. Professora: Você foi ao médico? Criança: Fui. (e mostrou o dedo machucado) Professora: E depois do médico você foi aonde? Criança: Fui na Viviane. Professora: E quem é a Viviane? Criança: Fui almoçar. Professora: Na casa da Viviane? Criança: Na casa da bisa. Professora: O que você comeu na casa da bisa? Criança: Fui na Viviane. Transcrição da roda de conversa – 28 de maio Professora: Conta pra gente onde você foi passear neste final de semana? Criança: No círculo! Professora: Não, é circo! E o que tinha lá no circo? Criança: Palhaço. Professora: E como era o sapato dele? Criança: Redondo. (...) Professora: Seus amigos estão dizendo que nunca foram ao circo. Conta para eles como é o circo. Criança: É uma casa grande. Tinha a caixa da bailarina e tinha palhacinho. Daí a bailarina saiu da caixa e deu uma balança. Professora: Ela estava no trapézio balançando? Criança: Sim. (...) Professora: E você gostou de ir ao circo? Criança: Sim. Eu fui no carro do tio Danilo. Professora: E o que você comeu lá? Criança: Pipoca. COMENTÁRIOS REFLEXIVOS DA PROFESSORA Após dois meses de muitas rodas de conversa, observo que Lucas demonstrou grande avanço em relação à oralidade. Apesar de ainda necessitar de minhas intervenções para organizar seu discurso, já consegue contar experiências vivenciadas. Aos poucos, começa a interagir na conversa com os amigos da classe, ao invés de apenas responder o que lhe pergunto. Registro de entrevista: sobre a evolução do nome – 21 de maio Professora: Lucas... eu separei aqui três atividades em que você escreveu seu nome. Você acha que elas estão todas iguais? Criança: Não... aqui (apontando para a primeira) eu não sabia escrever! E aqui (apontando para a segunda)... eu escrevia que nem a minha mãe. Professora: E esta daqui? Criança: Agora tá que nem igual a da minha tarjeta; é meu nome! Olha: o L... o U... o A... o C... e o S! (nomeou todas as letras) Professora: É verdade Lucas, agora você já consegue escrever as letras do seu nome. CONCLUSÕES DA PROFESSORA Agora Lucas já sabe que olhando sua tarjeta consegue traçar as letras de seu nome com a intervenção das professoras. Já reconhece e nomeia as letras de seu nome e também o nome da maioria dos amigos de sua classe. março maio Eu escolhi estes dois desenhos porque aqui eu posso ver bem o que eu já aprendi a desenhar. Até todo mundo pode ver bem o que eu aprendi a desenhar porque já dá para entender o que eu desenhei. CONCLUSÕES DA PROFESSORA De fato, Matheus evoluiu de maneira significativa no traçado da figura humana. Preocupa-se em aprimorar os detalhes, utilizar mais cores e busca utilizar referências de outras produções para complementar seus desenhos. fevereiro abril 1 2 Analisar e tomar consciência da aprendizagem a partir de objetivos compartilhados... ... objetivos compartilhados e listados pelo grupo classe Outras possibilidades... Diretrizes do que privilegiar nas entrevistas Em relação a produção de texto, quero aprender mais sobre: ... Como fiz esse trabalho: ... O que gosto nele: ... O que eu faria diferente:... Comentários do professor: ... O que não podemos considerar como PORTFÓLIO: Lembre-se... O portfólio é um instrumento para avaliação formativa. É uma seleção de trabalhos significativos para a aprendizagem do aluno. O professor deve criar objetivos e construir o portfólio junto com a turma, além de estabelecer os critérios para avaliar o alcance dos objetivos. No trabalho com portfólio, o aluno assume uma postura autônoma em relação ao seu processo de avaliação. Ao rever suas produções deve ter a chance de avaliar suas conquistas, aprendizagens, metas, dificuldades etc. Instrumento de análise e reflexão da própria aprendizagem Seus desenhos estão mais coloridos. Dá até pra saber o que você desenhou, aqui já nem precisa mais escrever o que está desenhado. http://player.vimeo.com/video/27920977?title=0&%3bb yline=0&%3bportrait=0href= [email protected] Anexos Exemplo de um portfólio: documento virtual Artigo: “Portfólios bem aproveitados” Slides complementares da Conferência da Prof.ª Dr.ª Maria Cristina Parente (Universidade do Minho – Portugal) “Definindo” portfólio... Maria Cristina Parente – Universidade do Minho - Portugal Estratégias e recursos: DOCUMENTAÇÃO Maria Cristina Parente – Universidade do Minho - Portugal Áreas-chave no processo de DOCUMENTAÇÃO Maria Cristina Parente – Universidade do Minho - Portugal O que faz parte do portfólio? Estratégias negociadas... Maria Cristina Parente – Universidade do Minho - Portugal Instrumento de análise e partilha... Maria Cristina Parente – Universidade do Minho - Portugal PARA SABER MAIS SOBRE AVALIAÇÃO FORMATIVA E PORTFÓLIOS MEC – Ensino Fundamental de nove anos: Orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília, 2006. SMOLE, Kátia Stocco. Inteligência e avaliação: Da idéia de medida à idéia de projeto. Tese de doutorado. FEUSP - SP: 2002. CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisa para Educação, Cultura e Ação Comunitária. . Importância e função do registro. Ensinar e Aprender. SP: 2000. MARTINS, Mírian Celeste, Picosque, Gisa e Guerra, M. TerezinhaTelles. A língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. FTD SP: 1998. CASTRO, Edmilson. A produção do registro do educador: decifrando sinais. Espaço Pedagógico. SP: 2001. FREIRE, Madalena. O papel do registro na formação do educador. Diálogos Textuais. Espaço Pedagógico. SP: 2001. PERNIGOTTI, Joyce Munarski, Saenger, Liane, Goulart, Lígia B., Ávila, Vera M. Zambrano. O portfólio pode muito mais do que uma prova. Pátio. Revista pedagógica. Ano 4 - n.º 12. SHORES, Elizabeth & GRACE, Cathy. Manual de Portfólio: um guia passo a passo para o professor. Artmed. SP: 2001. DE SORDI, M. R. L. (2000). Avaliação da aprendizagem universitária em tempos de mudanças: a inovação ao alcance do educador comprometido. Em I. P. A. Veiga & M. E. L. M. Castanho (orgs) Pedagogia Universitária: a aula em foco. Campinas: Papirus. GARDNER, H. (1994). Educación Artística y Desarrolo Humano. Barcelona: Paidós. HERNÁNDEZ, F. (1998) .Transgressão e mudança na educação: Os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed. 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